Buscar

AULA 01 - TEORIA DA CONSTITUIÇÃO - CONSTITUIÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
AULA 01 – DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Professor: PAULO MÁXIMO (@paulomaxim0) 
Curso: @cejurnorteconcursos 
 
Tema: 
 
1- Teoria da Constituição 
2- Constituição 
 
1. Teoria da Constituição: 
 
1.1. Noções introdutórias: 
 
1.1.1. Alocação do Direito Constitucional: 
 
 Apesar de uno, o Direito é classicamente dividido didaticamente em 
dois grandes grupos de disciplinas: Direito Público e direito Privado. O ponto 
central dessa divisão é a presença do Estado na relação jurídica em estudo. 
Considerando, portanto, que o Direito Constitucional diz respeito a um 
documento de formação e organização do Estado, a doutrina aloca a 
disciplina no âmbito do direito público. UadiLammêgoBulos (2018, p. 54) chega 
a afirmar que o termo Direito Constitucional designa "um Direito Público 
fundamental, um Direito do Estado por excelência". 
 
1.1.2. Superação da dicotomia "público-privado" e a constitucionalização do 
 
 Atualmente a classificação clássica do Direito vem se mostrado 
problemática, considerando que após a Segunda Guerra Mundial, os países 
europeus e latino-americanos reforçaram o princípio da supremacia da 
Constituição, enfraquecendo o primado do Parlamento. 
 O enfraquecimento da supremacia do Parlamento e o retorno dos 
valores às Constituições modernas, impuseram um limite ao Legislativo no 
momento da produção das normas. Logo, os valores constitucionais 
passaram a influenciar toda produção normativa, gerando a chamada 
constitucionalização do direito privado. 
 Tal fenômeno pode ser melhor observado quando comparados os 
Códigos Civis de 1916 e 2002, quando o cerne do Código deixa de ser o 
patrimônio para ser a pessoa humana: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
https://www.instagram.com/paulomaxim0/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
2 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 
 Além da influência da Constituição nos demais "ramos do Direito", a 
existência de "disciplinas transversais", como Direito Ambiental, Direitos 
Humanos e Direito do Consumidor, atenuaram a distinção clássica. Pedro 
Lenza (2017, p. 63) aponta ainda como fatores de enfraquecimento da 
dicotomia clássica do Direito o movimento de "descodificação do Direito 
Civil", com a criação de microssistemas jurídicos (CDC, ECA, Lei de 
Alimentos, Estatuto do Idoso, etc. 
 
1.2. Constitucionalismo: 
 
1.2.1. Conceito: 
 
 O termo constitucionalismo não tem um único sentido. Enquanto J. J. 
Gomes Canotilho (2003, p. 51) conceitua-o como “a teoria (ou ideologia) que 
ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos 
em dimensão estruturante da organização político-social de uma 
comunidade”, André Ramos Tavares (2017, p. 23) identifica quatro sentidos 
para o constitucionalismo: 
 
• Movimento político-social como fim de limitar o poder arbitrário; 
• Imposição de que haja cartas constitucionais escritas; 
• Identifica propósitos mais latentes e atuais da função e posição das 
constituições nas diversas sociedades; 
• Evolução histórico-constitucional de um determinado Estado. 
 
 Uadi Lammêgo Bulos (2018, p. 64) por sua vez reduz os sentidos do 
termo constitucionalismo para dois: 
 
Código Civil de 1916 
Patrimonialista 
Personalidade Jurídica 
Aptidão para ser titular de relação jurídica 
Capacidade 
Jurídica 
Incapacidade 
Jurídica 
Código Civil de 2002 
Personalista 
Personalidade 
Jurídica 
Proteção fundamental 
(dignidade humana) 
Direitos da 
personalidade 
Capacidade 
jurídica 
Aptidão para ser 
titular de relações 
jurídicas 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
3 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
• Sentido amplo: relacionada ao fato de todo Estado possuir uma 
constituição em qualquer época da humanidade, independentemente 
do regime político adotado o perfil jurídico. 
• Sentido restrito: a técnica jurídica de organização e limitação 
(através da organização do poder e pela outorga de direitos 
fundamentais) do Estado através de documentos escritos, surgida 
no Século XVIII pondo fim a seu poder arbitrário. 
 
ATENÇÃO: a ideia central do constitucionalismo é a limitação do poder do 
Estado, que se dá pela outorga de direitos fundamentais e pela separação 
dos poderes e por sua organização interna. 
 
 Luís Roberto Barroso (2010, p. 27) ressalta que é possível se falar em 
constitucionalismo onde não há uma Constituição propriamente dita. No 
Reino Unido há um ideal constitucionalista sem uma Constituição escrita. 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
Assinale Certo ou Errado: 
1) (CESPE - 2012 - DPE/ES) Na perspectiva moderna, o conceito de constitucionalismo abrange, em 
sua essência, a limitação do poder político e a proteção dos direitos fundamentais. 
2) (CESPE - 2006 - ANATEL - Analista Administrativo – Direito) O constitucionalismo pode ser 
corretamente definido como um movimento que visa limitar o poder e estabelecer um rol de 
direitos e garantias individuais, o que cria a necessidade de se instituir uma carta, em regra 
escrita, que possa juridicizar essa relação entre Estado e cidadão, de forma a se gerar mais 
segurança jurídica. 
 
1.2.2. Histórico do constitucionalismo: 
 
 A doutrina aponta como prolegômenos do constitucionalismo os 
documentos históricos que tinham a finalidade de limitar o poder dos 
governantes. Por esse motivo é possível apontar como precursores remotos 
do constitucionalismona antiguidade, a Bíblia e a democracia ateniense. Na 
idade média, os pactos e os forais são citados (a Magna Charta Libertatum é 
o pacto mais famoso). Na América do Norte os contratos de colonização, 
como o Mayflower Compact de 1620 e as Fundamental Orders of Connecticut, 
de 1662, são os documentos precursores da experiência constitucional norte-
americana. 
 A noção de documento escrito limitador do poder do Estado ganha 
força no iluminismo. Manoel Gonçalves Ferreira Filho ressalta que as noções 
de indivíduo, razão, natureza, felicidade e progresso tem influência direta na 
criação da Constituição: 
 
• O homem passa é ser visto como indivíduo, dotado de direitos 
próprios que não se confundem com direitos da coletividade. 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Nota
AQUI NÃO FALA SOBRE O CONSTITUCIONALISMO SEM UMA CONSTITUIÇÃO ESCRITA
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
4 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
• O indivíduo é um ser racional, ou seja, determina sua vontadepela 
razão. 
• A razão faz com que o indivíduo se afaste de preconceitos, 
reconhecendo que vive em um mundo governado por leis naturais. 
• As leis naturais conduzem o indivíduo buscar a melhor situação 
possível, de modo que seu cumprimento gera felicidade. 
• O indivíduo racional, ao cumprir as leis da natureza, que visam a 
felicidade, deixam de buscar apenas a salvação eterna, para buscá-
la também a salvação terrena. Em outros termos, em busca de sua 
felicidade o indivíduo busca melhorar suas condições de vida, 
gerando progresso. 
 
 As ideias iluministas acabam por desaguar no liberalismo. O indivíduo 
buscando seu progresso não mais aceita um Estado que intervenha na 
economia. Por outro lado, o Estado acaba por ser um mal necessário, 
considerando a segurança dos indivíduos (afinal, o "homem é o lobo do 
homem", como dizia Thomas Hobbes). 
 Assim sendo, a Constituição surge como um documento formal, escrito, 
solene, destinado à organização fundamental do Estado, com base nos 
princípios liberais. 
 
 
 
 O constitucionalismo moderno nasce com a Constituição americana, de 
1787. A primeira Constituição europeia foi a da Polônia, de 3 de maio de 1791. A 
França só promulgou sua Constituição em 3 de setembro de 1791. 
 Ao contrário da experiência norte-americana, as Constituições 
europeias, ainda que elaboradas por uma Assembleia Constituinte, acabavam 
por ser promulgadas por reis. Ingo Sarlet(2018, p. 60) ressalta que a noção de 
supremacia da constituição, a falta de controle judicial das leis em face das 
constituições, a pouca relevância dos direitos fundamentais, a falta de 
representação popular e de direitos políticos foram elementos 
característicos desse período inicial. 
INDIVÍDUO 
RAZÃO 
NATUREZA FELICIDADE 
PROGRESSO 
LIBERALISMO CONSTITUIÇÃO 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
5 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Nas Américas, após a independência da maioria dos países, houve a 
proliferação da elaboração de constituições. Exceto o Brasil, quem manteve-
se uma monarquia, a maioria dos Estados americanos se tornou república. 
Contudo, é possível afirmar que o todos eram Estados Constitucionais. 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
Assinale Certo ou Errado: 
3) (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) O constitucionalismo moderno surgiu no 
século XVIII, trazendo novos conceitos e práticas constitucionais, como a separação de 
poderes, os direitos individuais e a supremacia constitucional. 
4) (CESPE - 2012 - MPOG - Analista de Infraestrutura) De acordo com o constitucionalismo 
moderno, as constituições escritas são instrumentos de contenção do arbítrio 
decorrente do exercício do poder estatal. 
 
1.2.3. Neoconstitucionalismo: 
 
 Desde o final do séc. XX o constitucionalismo passou por uma 
reanálise.O objetivo passou a não apenas atrelar o constitucionalismo à ideia 
de limitação do poder político, mas também, buscar a eficácia da 
Constituição. 
 A Constituição impõe diretrizes e opções políticas e ampla 
regulamentação jurídica. As normas, muitas das vezes, são vagas. Contudo, 
não deixam de limitar o legislador apenas na forma, mas também em seu 
conteúdo (NOVELINO, 2017, p. 58), daí dizer que o neoconstitucionalismo 
busca a materialização constitucional. 
 Ademais, se antes cabia ao Parlamento a primazia normativa, 
concretizando os direitos, agora a Constituição passa a vincular o Legislativo, 
garantindo a produção efeitos jurídicos e limitando aquilo que lhe é contrária, 
pelo controle de constitucionalidade. Trata-se da passagem do Estado 
Legislativo de Direito, que se pautava pelo princípio da legalidade, ao Estado 
Constitucional de Direito, inserindo a Constituição no centro do ordenamento 
jurídico, com eficácia jurídica vinculante e obrigatória, dotada de supremacia 
(CUNHA JÚNIOR, 2017, p. 35). 
 Os direitos fundamentais, que nasceram para limitar o Estado, passam 
a reger também as relações entre particulares (eficácia horizontal dos 
direitos fundamentais), não mais dependendo da interposição do Legislativo 
para serem válidos. 
 O próprio texto constitucional passa por alterações no 
neoconstitucionalismo. Dirley da Cunha Júnior (2017, p. 35) aponta que foram 
incorporados valores às Constituições, como a dignidade humana, assim 
como opções políticas gerais (como a redução da desigualdade, a admissão 
do pluralismo político, etc.) e específicos (quando determina a destinação de 
dinheiro à saúde e à educação, bem como a gratuidade desses serviços 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
6 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
públicos).Portanto, enquanto no constitucionalismo moderno a diferença 
entre normas constitucionais e infraconstitucionais era apenas de grau, no 
neoconstitucionalismo ela é também axiológica. 
 Por fim, diante da materialização constitucional, de seu modelo 
axiológico e de sua supremacia perante todos os poderes, as normas 
infraconstitucionais serão válidas desde que interpretadas conforme a 
Constituição. Não se aceitam interpretações que contrariem os ditames e os 
valores previstos constitucionalmente. 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
 
Assinale certo ou errado: 
 
5) (CESPE - 2015 - TRE-MT - Analista Judiciário) O neoconstitucionalismo desenvolvido pelo 
modelo neoliberal de Estado revisita a concepção de liberdade de mercado, resultando no 
enfraquecimento dos direitos sociais. 
6) (CESPE - 2016 - TRE-PI - Analista Judiciário) O neoconstitucionalismo, ao promover a força 
normativa da Constituição, acarretou a diminuição da atividade judicial, dado o alto grau de 
vinculação das decisões judiciais aos dispositivos constitucionais. 
7) (CESPE - 2017 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Procurador Municipal) O 
neoconstitucionalismo, que buscou, no pós-guerra, a segurança jurídica por meio de cartas 
constitucionais mais rígidas a fim de evitar os abusos dos três poderes constituídos, entrou em 
crise com a intensificação do ativismo judicial. 
8) (CESPE - 2012 - ANAC - Especialista em Regulação de Aviação Civil - Área 5) No 
constitucionalismo moderno, a Constituição deixa de ser concebida como simples manifesto 
político para ser compreendida como norma jurídica fundamental e suprema, que consiste em 
técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos. 
9) (CESPE - 2015 - AGU - Advogado da União) No neoconstitucionalismo, passou-se da supremacia 
da lei à supremacia da Constituição, com ênfase na força normativa do texto constitucional e na 
concretização das normas constitucionais. 
10) (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento) De acordo 
com o denominado neoconstitucionalismo, os princípios constitucionais devem ser 
considerados meros textos exortativos, sem qualquer força normativa ou eficácia positiva. 
 
11) Acerca do constitucionalismo, assinale a opção incorreta. 
a. A origem do constitucionalismo remonta à antiguidade clássica, especificamente ao povo hebreu, 
do qual partiram as primeiras manifestações desse movimento constitucional em busca de uma 
organização política fundada na limitação do poder absoluto. 
b.O neoconstitucionalismo é caracterizado por um conjunto de transformações no Estado e no 
direito constitucional, entre as quais se destaca a prevalência do positivismo jurídico, com a 
clara separação entre direito e valores substantivos, como ética, moral e justiça. 
c. O constitucionalismo moderno representa uma técnica específica de limitação do poder com fins 
garantidores. 
d. O neoconstitucionalismo caracteriza-se pela mudança de paradigma, de Estado Legislativo de 
Direito para Estado Constitucional de Direito, em que a Constituição passa a ocupar o centro de 
todo o sistema jurídico. 
e. As constituições do pós-guerra promoveram inovações por meio da incorporação explícita, em 
seus textos, de anseios políticos, como a redução de desigualdades sociais, e de valores como a 
promoção da dignidade humana e dos direitos fundamentais. 
 
12) (CESPE - 2009 - PGE-PE - Procurador do Estado) Chega de ação. Queremos promessas. Assim 
protestava o grafite, ainda em tinta fresca, inscrito no muro de uma cidade, no coração do 
mundo ocidental. A espirituosa inversão da lógica natural dá conta de uma das marcas dessa 
geração: a velocidade da transformação, a profusão de ideias, a multiplicação das novidades. 
Vivemos a perplexidade e a angústia da aceleração da vida. Os tempos não andam propícios 
para doutrinas, mas para mensagens de consumo rápido. Para jingles, e não para sinfonias. O 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
princípio da interpretação conforme a constituição
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
7 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
direito vive uma grave crise existencial. Não consegue entregar os dois produtos que fizeram 
sua reputação ao longo dos séculos. De fato, a injustiça passeia pelas ruas com passos firmes e 
a insegurança é a característica da nossa era. Na aflição dessa hora, imerso nos 
acontecimentos, não pode o intérprete beneficiar-se do distanciamento crítico em relação ao 
fenômeno que lhe cabe analisar. Ao contrário, precisa operar em meio à fumaça e à espuma. 
Talvez esta seja uma boa explicação para o recurso recorrente aos prefixos pós e neo: pós-
modernidade, pós-positivismo, neoliberalismo, neoconstitucionalismo. Sabe-se que veio depois 
e que tem a pretensão de ser novo. Mas ainda não se sabe bem o que é. Tudo é ainda incerto. 
Pode ser avanço. Pode ser uma volta ao passado. Pode ser apenas um movimento circular, uma 
dessas guinadas de 360 graus. L. R. Barroso. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do 
direito. O triunfo tardio do direito constitucional no Brasil. In: Internet: (com adaptações). Tendo 
o texto acima como motivação, assinale a opção correta a respeito do constitucionalismo e do 
neoconstitucionalismo. 
a. O neoconstitucionalismo tem como marco filosófico o póspositivismo, com a centralidade dos 
direitos fundamentais, no entanto, não permite uma aproximação entre direito e ética. 
b. A democracia, como vontade da maioria, é essencial na moderna teoria constitucional, de forma 
que as decisões judiciais devem ter o respaldo da maioria da população, sem o qual não 
possuem legitimidade. 
c. No neoconstitucionalismo, a Constituição é vista como um documento essencialmente político, 
um convite à atuação dos poderes públicos, ressaltando que a concretização de suas propostas 
fica condicionada à liberdade de conformação do legislador ou à discricionariedade do 
administrador. 
d. O constitucionalismo pode ser definido como uma teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do 
governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização 
político-social de uma comunidade. Nesse sentido, o constitucionalismo moderno representa 
uma técnica de limitação do poder com fins garantísticos. 
e. O neoconstitucionalismo não autoriza a participação ativa do magistrado na condução das 
políticas públicas, sob pena de violação do princípio da separação dos poderes. 
 
1.2.4. Modelos Constitucionais: 
 
 Todas as constituições tenham a função de limitação do poder do 
Estado. Contudo, é possível distinguir alguns modelos constitucionais. 
Historicamente tais constituições surgiram em momentos cronológicos 
subsequentes, porém, atualmente elas ainda coexistem: 
 
 Modelo liberal: Realça-se as liberdades jurídicas individuais. Ex.: 
Constituição americana. 
 Modelo social: o Estado busca superar o antagonismo entre 
igualdade política e desigualdade social, tornando-se um Estado 
intervencionista nas relações sociais, econômicas e laborais, bem 
como um Estado prestador de serviços, como os de saúde, 
educação e previdência social. Ex.: Constituição Mexicana de 1917 e 
Constituição de Weimar de 1919. 
 Estado democrático de Direito: Busca suprir as deficiências e 
consolidar as conquistas dos Estados liberal e social. Reforça-se o 
princípio da soberania popular, bem como preocupa-se com a 
efetividade dos direitos fundamentais. Ex.: Lei Fundamental de Bonn, 
de 1949 e a Constituição brasileira de 1988. 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
8 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
1.3. Direito Constitucional: 
 
 Uadi Lammêgo Bulos (2018, p. 54) aponta que a terminologia Direito 
Constitucional foi cunhada no século XVIII, quando a Assembleia Constituinte 
francesa determinou às faculdades de Direito que ministrassem aulas sobre 
a recém promulgada Constituição francesa. 
 Luís Roberto Barroso (2010, p. 70) explica que enquanto domínio 
científico o Direito Constitucional busca ordenar saberes distintos, 
relacionados a aspectos normativos do poder político e aos direitos 
fundamentais, nos seguintes âmbitos: 
 
 Filosofia constitucional e teoria da Constituição: através de 
reflexões filosóficas de natureza jurídica, política, moral e 
sociológica. 
 Dogmática jurídica: com a produção de doutrina sobre as normas e 
institutos jurídicos; e 
 Jurisprudência: através do estudo da atividade dos tribunais na 
aplicação do Direito. 
 
ATENÇÃO: a análise das questões das bancas de concurso indica qual o viés 
da prova (“lei seca”, doutrina ou jurisprudência). Uma banca como o CESPE 
tende a cobrar as três competências ainda que em pesos distintos a 
depender do concurso. Já a FCC e a VUNESP, por outro lado, dão ênfase à “lei 
seca” e a súmulas dos tribunais. 
 
 O direito constitucional positivo é, segundo Luís Roberto Barroso (2010, 
p. 71) o conjunto de normas jurídicas em vigor que detêm status de normas 
constitucionais: normas do corpo permanente da Constituição; normas do 
ADCT; emendas constitucionais; e tratados de direitos humanos ratificados 
nos termos do art. 5º, § 3º da Constituição. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
13) (VUNESP - Defensor Público MT-2014) É correto afirmar que os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos 
a. que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por maioria dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às leis complementares. 
b. que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
c. que forem aprovados, em sessão unicameral pelo Congresso Nacional, por maioria absoluta, 
serão equiparados às emendas constitucionais. 
d. que forem aprovados pelo Congresso Nacional por meio de Decreto Legislativo serão 
equivalentes às leis complementares. 
 
1.4. Conceito deConstituição: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
9 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Ronald Dworkin explica que conceito é algo em que há um consenso 
sobre seu significado, enquanto concepções são visões distintas sobre uma 
mesma coisa ou fenômeno, que em razão de sua dissonância, impedem o 
consenso necessário ao conceito. Pedro Lenza(2017, p. 83) destaca que há 
várias concepções ou acepções a serem tomadas para definir o termo 
Constituição. Há autores que elencam mais de 12 concepções de Constituição. 
Do universo de concepções existentes três são fundamentais: Constituição 
sociológica, de Ferdinand Lassale; Constituição política, de Carl Schmitt; e 
Constituição jurídica de Hans Kelsen. 
 
1.4.1. Concepção sociológica de Constituição – Ferdinand Lassale: 
 
 Para Ferdinand Lassale, em sua obra “¿Qué es una Constituicion?” 
aConstituição não é fruto da razão, mas resultado das forças sociais de uma 
sociedade (fatores reais de poder). 
 
 Em uma sociedade há várias formas de poder (econômico, religioso, 
etc.). Esses poderes estão divididos na sociedade de forma 
desconcentrada.Todos esses atores, que detém os diversos tipos de poder, 
estão lutando diariamente por seus interesses. São esses fatores reais de 
poder, enquanto força ativa e eficaz de uma sociedade, que informam todas 
as leis e instituições jurídicas de um Estado, determinando o que elas 
realmente são. 
 Portanto, para Lassale, a Constituição não é o texto escrito (mera folha 
de papel), mas sim aquilo que é realmente aplicado pela sociedade, daí a 
distinção entre constituição formal e constituição real: 
 
 Escrita ou formal: é o texto escrito. 
 
 Real ou efetiva: é a soma dos fatores reais de poder. 
 
 A constituição escrita deve refletir a constituição real, sob pena de se 
tornar ilegítima. 
 
1.4.2. Concepção política de Constituição – Carl Schmitt: 
 
 Para Carl Schmitt, em sua obra Teoria da Constituição 
(Verfassungslebre), de 1928, em seu sentido absoluto a Constituição é um 
todo unitário que significa: 
 O próprio Estado em sua existência política; 
 A forma de governo de uma sociedade; 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
NÃO EXISTE UM CONCEITO DA CONSTITUIÇÃO.
EXISTEM CONCEPÇÕES
Cliente
Realce
Cliente
Realce
NÃO É AQUILO QUE ESTÁ ESCRITO.
É SIM AQUILO QUE SÃO FATORES REAIS DE PODER (MOVEM A SOCIEDADE - ESTÃO POR DE TRAZ DAS LEIS)
RESULTADO PELA BRIGA - SOMA DOS FATORES REAIS DO PODER

A CONSTITUIÇÃO ESCRITA TEM QUE ESTAR DE ACORDO A CONSTITUIÇÃO REAL
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
10 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Um princípio dinâmico de sucessão, transformação, coordenação e 
agregação do Estado; e 
 Uma regulação legal fundamental, consubstanciando um sistema de 
normas supremas e últimas. 
 Já em seu sentido relativo, a constituição é a lei constitucional em 
particular. Conjunto de normas que não poderão ser alteradas por leis 
ordinárias. 
 Por fim, em seu sentido positivo, a Constituição é a decisão política 
fundamental de uma sociedade. A Constituição não gera a unidade da 
sociedade, mas o contrário, a unidade política, dotada de uma vontade 
externalizada pelo Poder Constituinte, adota uma Constituição por si mesma 
e se dá a si mesma (CUNHA JÚNIOR, 2017, p. 77). A unidade política decide 
como irá se organizar e como o Estado deverá se portar. 
 Por fim, em seu sentido ideal, a Constituição é um documento de 
conteúdo político e social, considerado ideal por sua correspondência aos 
postulados políticos do momento (CUNHA JÚNIOR, 2017, p. 79). 
 
1.4.3. Concepção jurídica de Constituição – Hans Kelsen: 
 
 Hans Kelsen, e os positivistas excludentes em geral, concebem a 
Constituição como uma norma jurídica fundamental de organização do 
Estado. A Constituição é, portanto, dissociada de qualquer fundamento 
político, social, filosófico. A Constituição é considerada norma pura, puro 
dever-ser, sem qualquer pretensão a fundamento sociológica, política ou 
filosófica. 
 A concepção de Kelsen toma a palavra Constituição em dois sentidos: 
 
 Lógico-jurídico: Constituição significa norma fundamental hipotética, 
cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da 
validade da Constituição jurídico-positiva. 
 Jurídico-positivo (posta): A Constituição é a norma positivada 
suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras 
normas, lei nacional no seu mais alto grau. 
 
 Dirley da Cunha Júnior (2017, p. 82) explica que a norma fundamental 
constitui a unidade das demais normas jurídicas do ordenamento, pois 
representa seu fundamento último de validade. Ela é o fundamento de 
validade e o princípio unificador das normas de um sistema jurídico. Por ser o 
ponto de partida do direito positivo ela é hipotética, afinal não está positivada 
ainda. 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
SOCIEDADE SE REUNI E ELENCCA O QUE É MAIS IMPORTANTE E DEPOIS INSERE EM UM DOCUMENTO ESCRITO E FORMAL.
O QUE SERÁ A CONSTITUIÇÃO
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
É QUANDO AQUILO QUE ESTÁ ESCRITO ESPELA O QUE FOI POSTULADO PELOS POLÍTICOS DO MOMENTO
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
SÓ EXISTE NA CONSTITUIÇÃO UM DIREITO PURO - NORMA PURA
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
11 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
Assinale certo ou errado: 
14) (CESPE - 2013 - DPF – Delegado de Polícia Federal) No sentido sociológico, a CF reflete a 
somatória dos fatores reais do poder em uma sociedade. 
15) (CESPE – 2013 - ANTT – Analista Administrativo) Em sentido jurídico, a constituição é 
considerada norma pura, puro dever ser. 
16) (CESPE – 2015 – TRF 5 – Juiz Federal Substituto - adaptada) Conforme a concepção política, a 
Constituição é a soma dos fatores reais de poder que regem o país. 
17) (CESPE – 2013 – TJ-RN – Juiz - adaptada) Define-se constituição, no sentido jurídico, como 
decisão política fundamental. 
18) (CESPE – 2012 – Banco da Amazônia – Técnico científico - adaptada) Consoante a concepção 
sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem, 
sendo, portanto, real e efetiva. 
19) (CESPE – 2011 – TJ-ES – Analista Judiciário) A concepção sociológica, elaborada por Ferdinand 
Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o 
conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o ordenamento 
jurídico de determinada sociedade. 
20) (CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal) A possibilidade de um direito 
positivo supraestatal limitar o Poder Legislativo foi uma invenção do constitucionalismo do 
século XVIII, inspirado pela tese de Montesquieu de que apenas poderes moderados eram 
compatíveis coma liberdade. Mas como seria possível restringir o poder soberano, tendo a sua 
autoridade sido entendida ao longo da modernidade justamente como um poder que não 
encontrava limites no direito positivo? Uma soberania limitada parecia uma contradição e, de 
fato, a exigência de poderes políticos limitados implicou redefinir o próprio conceito de 
soberania, que sofreu uma deflação. Alexandre Costa. O poder constituinte e o paradoxo da 
soberania limitada. In: Teoria & Sociedade. n.º 19, 2011, p. 201 (com adaptações). Considerando o 
texto precedente, julgue o item a seguir, a respeito de Constituição, classificações das 
Constituições e poder constituinte. 
A ideia apresentada no texto reflete a Constituição como decisão política fundamental do 
soberano, o que configura o sentido sociológico de Constituição. 
 
21) (CESPE - 2008 - PGE-PB - Procurador do Estado) Acerca do conceito, do objeto, dos elementos 
e da classificação das constituições, assinale a opção correta. 
a. A constituição é, na visão de Ferdinand Lassalle, uma decisão política fundamental e, não, uma 
mera folha de papel. 
b. Para Carl Schimidt, o objeto da constituição são as normas que se encontram no texto 
constitucional, não fazendo qualquer distinção entre normas de cunho formal ou material. 
c. O dispositivo constitucional que arrola os princípios gerais da atividade econômica, como o da 
propriedade privada e sua função social, é considerado elemento socioideológico da constituição, 
revelador do compromisso de um Estado não meramente individualista e liberal. 
d. Como, no Brasil, a CF admite mudança por meio de emenda à constituição, respeitados os limites 
por ela impostos, ela é considerada semi-rígida. 
e. A distinção entre constituição formal e material é relevante para fins de aferição da 
possibilidade de controle de constitucionalidade das normas infraconstitucionais. 
 
22) (CESPE - 2010 - DPU–Analista Administrativo) O termo constituição possui diversas acepções. 
Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo fruto da vontade racional do 
homem e não das leis naturais, considera-se um conceito próprio do sentido 
a. culturalista. 
b. sociológico. 
c. político. 
d. filosófico 
e. jurídico. 
 
1.5. Elementos da Constituição: 
 
 Pedro Lenza explica que os dispositivos constitucionais trazem valores 
distintos, caracterizando a natureza polifacética da Constituição. 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
12 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Por esse motivo a doutrina agrupa as diversas normas constitucionais 
de acordo com a sua finalidade, surgindo, então, o que se denominou 
elementos da Constituição. 
 Segundo Gilmar Ferreira Mendes, a generalidade das leis fundamentais 
revela, em sua estrutura normativa cinco categorias de elementos: 
 Orgânicos: que se contêm nas normas que regulam a estrutura do 
Estado e do Poder; 
 Limitativos: são os que limitam a ação dos poderes estatais e dão a 
tônica do Estado de Direito, consubstanciando o elenco dos direitos 
e garantias fundamentais: direitos individuais e suas garantias, 
direitos de nacionalidades e direitos políticos e democráticos; 
 Sócio-ideológicos: consubstanciados nas normas sócio-ideológicas, 
que revelam o caráter de compromisso das constituições modernas 
entre o Estado individualista e o Estado Social, intervencionista; 
 Deestabilizaçãoconstitucional: consagrados nas normas destinadas 
a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da 
Constituição, do Estado e das instituições democráticas, premunindo 
os meios e as técnicas contra sua alteração e infringência, a não ser 
nos termos nela própria estatuídos; e 
 Formaisdeaplicabilidade: consubstanciados nas normas que 
estatuem regras de aplicação das constituições, assim, o 
preâmbulo, o dispositivo que contém as cláusulas de promulgação e 
as disposições transitórias. 
 
1.6. Classificação das Constituições: 
 
 Classificar é distinguir coisas similares, com base em um critério 
diferenciador. (distinguish). Portanto, é possível afirmar que não existe 
classificação certa ou errada, mas sim útil ou inútil. 
 Os principais critérios utilizados para classificar as Constituições são: 
 Quanto à origem; 
 Quanto à forma; 
 Quanto à extensão/finalidade; 
 Quanto ao conteúdo; 
 Quanto à alterabilidade; 
 Quanto à sistemática; 
 Quanto à dogmática; 
 Quanto à correspondência à realidade; 
 Quanto ao sistema. 
 
1.6.1. Quanto à origem: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
são direitos sociais
Cliente
Realce
Cliente
Realce
intervenção federal, estado de sítio, de defesa e etc.
Cliente
Realce
Cliente
Realce
preâmbulo, adct, art. 5 
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
13 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 De acordo com tal critério, as constituições poderão ser outorgadas, 
promulgadas ou ainda, segundo ensina Pedro Lenza são consideradas por 
alguns as cesaristas (ou bonapartistas) e as pactuadas (ou dualistas). 
 
1.6.1.1. Outorgadas: 
 
 São as constituições impostas de maneira unilateral pelo agente 
revolucionário (grupo, ou governante), que não recebeu do povo a 
legitimidade para em nome dele atuar. Exemplos de Constituições brasileiras: 
1824, 1937, 1967 e EC nº 1969. 
 
OBS.: Há autores que entendem que o texto de 1967 teria sido promulgado, já 
que votado nos termos do art. 1º, §1º, do AI nº 4/66. Contudo, Pedro Lenza 
explica que em razão do autoritarismo implantado pelo Comando Militar da 
Revolução, não possuindo o Congresso Nacional liberdade para alterar 
substancialmente o novo Estado que se instaurava, o entendimento 
majoritário é que o referido texto foi outorgado unilateralmente pelo regime 
ditatorial militar implantado. O autor entende ainda que, dado seu caráter 
revolucionário, a EC nº 1/69 pode ser considerada como manifestação de um 
novo poder constituinte originário, imposta pelo governo de Juntas Militares, 
nos termos do AI nº 12/69. 
 
1.6.1.2. Promulgada: 
 
 Também chamada de democrática, votada ou popular, é a constituição 
fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita 
diretamente pelo povo, para, em nome dele, atuar, nascendo, portanto, da 
deliberação da representação legítima popular.São exemplos de 
constituições brasileiras: 1891, 1934, 1946, 1988. 
 
1.6.1.3. Cesarista: 
 
 Não é propriamente outorgada, mas tampouco democrática, ainda que 
criada com a participação popular. É formada por plebiscito popular sobre 
um projeto já elaborado por um Imperador (plebiscitos napoleônicos) ou um 
Ditador (plebiscito de Pinochet, no Chile), por exemplo. A participação 
popular, não é democrática, pois visa apenas ratificar a vontade do detentor 
do poder. Esse tipo de Constituição foi utilizado por Hugo Chavez na 
Venezuela e por Evo Morales na Bolívia. 
 
1.6.1.4. Pactuadas: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
14 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 O poder constituinte originário se concentra nas mãos de maisde um 
titular. Por isso trata-se de modalidade anacrônica, dificilmente ajustando-se 
à noção moderna de constituição, intimamente associada à ideia de unidade 
do poder constituinte. Tais constituições foram bastante difundidas no seio da 
monarquia estamental da Idade Média, quando o poder estatal aparecia 
cindido entre o monarca e as ordens privilegiadas. 
 Para Paulo Bonavides, a Constituição pactuada é aquela que exprime 
um compromisso instável de duas forças políticas rivais: a realeza absoluta 
debilitada, de uma parte, e a nobreza e a burguesia, em franco progresso, 
doutra. Surge então como termo dessa relação de equilíbrio a forma 
institucional da monarquia limitada. Entendem alguns publicistas que as 
constituições pactuadas assinalam o momento histórico em que 
determinadas classes disputam ao rei um certo grau de participação política, 
em nome da comunidade com o propósito de resguardar direitos e amparar 
franquias adquiridas. 
 Na constituição pactuada o equilíbrio é precário. Uma das partes se 
acha sempre politicamente em posição de força. O pacto selado 
juridicamente mal encobre essa situação fática, e o contrato se converte, por 
conseguinte numa estipulação unilateral camuflada. 
 
1.6.2. Quanto à forma: 
 
 Quanto à forma, elas podem ser escritas (instrumental) ou costumeiras 
(não escritas ou consuetudinárias). 
 
1.6.2.1. Escritas: 
 
 São constituições formadas por um conjunto de regras sistematizadas 
e organizadas em um único documento, estabelecendo as normas 
fundamentais de um Estado. 
 Para Alexandre de Moraes a constituição escrita é o mais alto estatuo 
jurídico de determinada comunidade, caracterizando-se por ser a lei 
fundamental de uma sociedade. A isso corresponde o conceito de 
constituição legal, como resultado da elaboração de uma Carta escrita 
fundamental, colocada no ápice da pirâmide normativa e dotada de 
coercibilidade. 
 
1.6.2.2. Não escritas: 
 
 Seria a Constituição que, ao contrário da escrita, não traz as regras em 
um único texto solene e codificado. É formada por textos esparsos, 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
15 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
reconhecidos pela sociedade como fundamentais e baseiam-se nos usos, 
costumes, jurisprudência e convenções. 
 O Reino Unido é o exemplo clássico deste tipo de Constituição. Contudo 
ressalta Pedro Lenza que atualmente, mesmo a Inglaterra assenta princípios 
constitucionais em textos escritos, em que pesem os costumes formarem 
relevantes valores constitucionais. Por isso afirma o autor que na época 
contemporânea inexistem Constituições totalmente costumeiras. 
 
1.6.3. Quanto à extensão (e finalidade): 
 
 
 Quanto à extensão (e finalidade, segundo Alexandre de Moraes) podem 
ser sintéticas (concisas, breves, sumárias, sucintas, básicas), ou analíticas 
(amplas, extensas, largas, prolixas, longa, desenvolvida, volumosa, inchada). 
 
1.6.3.1. Sintéticas: 
 
 São as constituições sintéticas que preveem somente os princípios e as 
normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, 
por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais. 
 
 Para Pedro Lenza por não descerem às minúcias, são elas mais 
duradouras, na medida em que os seus princípios estruturais são 
interpretados e adequados aos novos anseios pela atividade da Suprema 
Corte. 
 
 Para Pinto Ferreira, a constituição brasileira de 1891 é um exemplo de 
constituição sintética. 
 
1.6.3.2. Analíticas: 
 
 São as constituições que abordam todos os assuntos que os 
representantes do povo entenderem fundamentais. Descem às minúcias, 
estabelecendo regras, que, segundo Pedro Lenza deveriam estar em leis 
infraconstitucionais, como, por exemplo, o art. 242, §2º da CF. 
 
1.6.4. Quanto ao conteúdo: 
 
 Intimamente ligado à concepção política de Constituição. A Constituição 
acaba por tomar dois sentidos: materialeformal: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
16 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
1.6.4.1. Material: 
 
 Consiste no conjunto de regrasmaterialmente constitucionais, estejam 
ou não codificadas em um único documento. Explica Pedro Lenza que 
materialmente constitucional será aquele texto que contiver as normas 
fundamentais e estruturais do Estado, a organização de seus órgãos, os 
direitos e garantias fundamentais. 
 
1.6.4.2. Formal: 
 
 Constituição formal é aquela consubstanciada de forma escrita, por 
meio de um documento solene estabelecido pelo poder constituinte 
originário. 
 
 Explica Pedro Lenza que é a constituição que elege como critério o 
processo de formação, e não o conteúdo de suas normas. Assim, qualquer 
regra nela contida terá o caráter de constitucional. 
 
1.6.5. Quanto à alterabilidade/estabilidade/mutabilidade/consistência: 
 
 Este critério recebe da doutrina diversas outras denominações tais 
como mutabilidade (Michel Temer; Luiz Alberto David Araujo e Vidal Serrano 
Nunes Júnior) estabilidade (José Afonso da Silva e Alexandre de Moraes) e 
consistência (Pinto Ferreira). 
 Passada as questões terminológicas, as constituições poderão ser 
rígidas, flexíveis (também chamadas de plásticas, segundo Pinto Ferreira) e 
semi-rígidas (ou semiflexíveis). Há autores que também lembram as fixas ou 
silenciosas, as transitoriamente flexíveis, as imutáveis (permanentes 
graníticas ou intocáveis) e as superrígidas. 
 
1.6.5.1. Rígidas: 
 
 São aquelas constituições que exigem, para a sua alteração um 
processo legislativo mais árduo, mais solene, mais dificultoso do que o 
processo de alteração das normas não constitucionais. 
 A exceção da Constituição de 1824 todas as Constituições brasileiras 
foram rígidas. 
 
1.6.5.2. Flexível: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
17 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 É aquela constituição que não possui um processo legislativo de 
alteração mais dificultoso do que o processo legislativo de alteração das 
normas infraconstitucionais. A dificuldade em alterar a constituição é a 
mesma encontrada para alterar uma lei que não é constitucional. 
 Em se tratando de constituição flexível, não há hierarquia entre 
constituição e lei infraconstitucional, ou seja, uma lei infraconstitucional 
posterior altera o texto constitucional se assim expressamente o declarar, 
quando forma com ele incompatível, ou quando regular inteiramente a 
matéria de que tratava a constituição. 
 
1.6.5.3. Semiflexível ou semi-rígida: 
 
 É aquela constituição que é tanto rígida como flexível, ou seja, algumas 
matérias exigem um processo de alteração mais dificultoso do que o exigido 
para alteração das leis infraconstitucionais, enquanto outras não requerem 
tal formalidade. 
 
1.6.5.4.Fixas: 
 
 São aquelas que somente podem ser alteradas por um poder de 
competência igual àquele que a criou, isto é, o poder constituinte originário. 
São conhecidas como constituições silenciosas, porque não estabelecem, 
expressamente, o procedimento para sua reforma. 
 
1.6.5.5. Transitoriamente flexíveis: 
 
 São as suscetíveis de reforma, com base no mesmo rito das leis 
comuns, mas apenas por determinado período. Ultrapassado o lapso, o 
documento constitucional passa a ser rígido. 
 
1.6.5.6. Imutáveis: 
 
 São as constituições onde se veda qualquer alteração, constituindo-se 
relíquias históricas e que se pretendem eternas, sendo também denominadas 
de permanentes, graníticas ou intocáveis. 
 
1.6.5.7. Superrígida: 
 
 Para Alexandre de Moraes a Constituição Federal de 1988 pode ser 
considerada como superrígida, uma vez que em regra poderá ser alterada 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
18 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
por um processo legislativo diferenciado, mas excepcionalmente, em alguns 
pontos é “imutável” (CF, art. 60, § 4º - cláusulas pétreas). 
 
1.6.6. Quanto à sistemática (critério sistemático): 
 
 Pinto Ferreira, valendo-se de um critério sistemático divide as 
constituições em reduzidas (ou unitárias) e variadas. 
 
1.6.6.1. Reduzidas: 
 
 Também denominadas de codificadassão aquelas que se 
materializariam em um só código básico e sistemático. 
 
1.6.6.2. Variadas: 
 
 São aquelas que se distribuiriam em vários textos e documentos 
esparsos, sendo formadas de várias leis constitucionais, destacando-se a 
belga de 1830 e a francesa de 1875. Paulo Bonavides as chama de legais, 
também denominadas constituições escritas não formais. 
 A Constituição brasileira de 1988, em um primeiro momento seria 
reduzida, codificada ou unitária. Contudo, aponta Pedro Lenza, diante da ideia 
de bloco de constitucionalidade, parece que se caminha para um critério que 
se aproxima da constituição esparsa (legal ou escrita não formal – escrita e 
que se apresenta fragmentada em vários textos), especialmente diante da 
regra contida no art. 5º, §3º. 
 O Decreto Legislativo nº 186/2008 foi promulgado nos termos do 
referido dispositivo, recebendo força de EC (e, portanto, com natureza 
constitucional). 
 Ademais, ressalta o autor que existem vários artigos de emendas 
constitucionais que não foram introduzidos no corpo da Constituição e, 
permanecendo como artigo autônomo das emendas, ainda sim têm natureza 
constitucional e, portanto, eventual lei que contrarie poderá ser declarada 
inconstitucional, servido a emenda como paradigma de confronto. 
 
1.6.7. Quanto à dogmática: 
 
 Valendo-se do critério ideológico Pedro Lenza divide as constituições 
em ortodoxa e eclética. 
 
1.6.7.1. Ortodoxa: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
19 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 É aquela formada por uma só ideologia, como a soviética de 1977. 
 
1.6.7.2. Eclética: 
 
 Seria a formada por ideologias conciliatórias, como a brasileira de 
1988. 
 
1.6.8. Quanto à correspondência com a realidade (critério ontológico – 
essência): 
 
 Karl Loewenstein, através de um critério ontológico, que busca 
identificar a correspondência entre a realidade política do Estado e o texto 
constitucional, distinguiu as constituições em normativas, nominalistas 
(nominativas ou nominais) e semânticas. 
 
1.6.8.1. Normativas: 
 
 Aquelas em que o processo de poder está de tal forma disciplinado que 
as relações políticas e os agentes do poder subordinam-se às determinações 
do seu conteúdo e do seu controle procedimental. 
 
1.6.8.2. Nominalistas 
 
 Contêm disposições de limitação e controle de dominação política, sem 
ressonância na sistemática de processo real de poder, e com insuficiente 
concretização constitucional. 
 
1.6.8.3. Semânticas: 
 
 As constituições semânticas são simples reflexos da realidade política, 
servindo como mero instrumento dos donos do poder e das elites políticas, 
sem limitação do seu conteúdo. 
 
 
Constituições 
normativas 
Limitam o poder social 
Constituições 
nominalistas 
Tentam limitar o poder 
social, mas não têm 
sucesso 
Constituições 
semânticas 
Sequer tentam limitar o 
poder social, buscando 
legitima o status quo 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
compromissórias
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
20 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 
1.6.9. Quanto ao sistema: 
 
 Segundo Diogo de Figueiredo Moreira Neto, a Constituição, quanto ao 
sistema pode ser classificada em principiológica ou preceitual/perceptivas. 
 
1.6.9.1. Principiológica: 
 
 Aquela na qual predominam os princípios, identificados como normas 
constitucionais providas de alto grau de abstração, consagradores de 
valores, pelo que é necessária a mediação concretizadora, tal como a 
Constituição brasileira. 
 
1.6.9.2. Preceitual ou preceptivas: 
 
 Prevalecem as regras, individualizadas como normas constitucionais 
revestidas de pouco grau de abstração, concretizadoras de princípios, pelo 
que é possível a aplicação coercitiva, tal como a Constituição mexicana. 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
Assinale certo ou errado: 
 
23) (CESPE - 2017 - Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município) No que diz respeito ao 
direito financeiro, a CF pode ser classificada como semirrígida, uma vez que restringe a 
regulação de certos temas de finanças públicas a lei complementar e deixa outros à disciplina 
de lei ordinária. 
24) (CESPE - 2016 - FUNPRESP-JUD - Analista - Direito) Quanto à forma e à origem, a CF é 
classificada em escrita e promulgada; quanto ao modo de elaboração, é classificada como 
histórica. 
25) (CESPE - 2018 - FUB - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior)Por conter, de forma 
sucinta, normas que tratam dos mais diversos temas de interesse da sociedade, a Constituição 
Federal de 1988 é classificada como sintética. 
26) (CESPE - 2018 - Instituto Rio Branco - Diplomata) A vigente Constituição brasileira é, no que se 
refere à estabilidade, semirrígida, pois, além de conter normas modificáveis por processo 
legislativo dificultoso e solene, possui também normas flexíveis, que podem ser alteradas por 
processo legislativo ordinário. 
27) (CESPE - 2018 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) A rigidez constitucional é marca de 
todas as Constituições brasileiras desde, e inclusive, a de 1824. 
28) (CESPE - 2018 - STM - Cargos de Nível Superior) O fato de o texto constitucional ter sido 
alterado quase cem vezes em razão de emendas constitucionais não é suficiente para 
classificar a vigente Constituição Federal brasileira como flexível. 
 
29) (CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto) A respeito das constituições classificadas como 
semânticas, assinale a opção correta. 
a. São aquelas que se estruturam a partir da generalização congruente de expectativas de 
comportamento. 
b. São aquelas cujas normas dominamo processo político; e nelas ocorrem adaptação e submissão 
do poder político à constituição escrita. 
c. Funcionam como pressupostos da autonomia do direito; e nelas a normatividade serve 
essencialmente à formação da constituição como instância reflexiva do sistema jurídico. 
d. São aquelas cujas normas são instrumentos para a estabilização e perpetuação do controle do 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
Cliente
Realce
 
 
21 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
poder político pelos detentores do poder fático. 
e. São aquelas cujo sentido das normas se reflete na realidade constitucional. 
 
30) (CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor de Justiça Substituto) De acordo com a doutrina, o 
documento escrito estabelecido de forma solene pelo poder constituinte eleito pelo voto 
popular, modificável somente por processos e formalidades especiais nele mesmo contidos, e 
que contém o modo de existir do Estado é classificado como constituição 
a. formal. 
b. material. 
c. outorgada. 
d. histórica. 
e. flexível. 
 
31) (CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Técnico Tributário da Receita Estadual) A Constituição que dificulte 
o processo tendente a modificá-la, ainda que permita emenda ou reforma, classifica-se como 
a. flexível. 
b. rígida. 
c. sintética. 
d. formal. 
e. eclética. 
 
32) (CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil) De acordo com a doutrina majoritária, 
quanto à origem, as Constituições podem ser classificadas como 
a. promulgadas, que são ditas democráticas por se originarem da participação popular por meio do 
voto e da elaboração de normas constitucionais. 
b. outorgadas, que surgem da tradição, dos usos e costumes, da religião ou das relações políticas e 
econômicas. 
c. cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, daquele que tem a 
titularidade do poder constituinte originário. 
d. pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de participação popular, o plebiscito 
e o referendo, ambos com o objetivo de legitimar a presença do detentor do poder. 
e. históricas, que surgem do pacto entre o soberano e a organização nacional e englobam muitas 
das Constituições monárquicas. 
 
33) (CESPE - 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal) 
A respeito das concepções e classificações das constituições, assinale a opção correta. 
a. Conforme o critério ontológico, as constituições podem ser normativas (ou dogmáticas), 
nominalistas ou semânticas. 
b. Na classificação tradicional, que considera o conteúdo, uma constituição pode ser material (ou 
estável) ou formal (ou analítica). 
c. Segundo o critério político, a validade de uma constituição não se apoia na justiça de suas 
normas, mas na decisão política que lhe dá existência. 
d. Na concepção sociológica, constituição consiste no somatório dos fatores reais de poder em 
uma sociedade, sendo consideradas sinônimas a constituição real e efetiva e a constituição 
jurídica. 
 
34) (CESPE - 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Conhecimentos Básicos) De acordo com a teoria 
constitucional majoritária, a constituição é classificada como 
a. consuetudinária, se fundamentada em documentos formais, rejeitando a possibilidade de as 
regras serem embasadas nos costumes constitucionais. 
b. rígida, se for passível de alterações por meio de um processo legislativo mais restrito do que o 
previsto para a edição de leis ordinárias. 
c. cesarista, se promulgada sem nenhuma submissão à ratificação popular. 
d. material, se for escrita e representada por meio de um único documento solene. 
 
35) (CESPE - 2016 - TCE-PR - Analista de Controle - Jurídica) Assinale a opção correta no que 
concerne às classificações das constituições. 
a. As Constituições cesaristas são elaboradas com base em determinados princípios e ideais 
dominantes em período determinado da história. 
b. Constituição escrita é aquela cujas normas estão efetivamente positivadas pelo legislador em 
documento solene, sejam leis esparsas contendo normas materialmente constitucionais, seja 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
22 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
uma compilação que consolide, em um só diploma, os dispositivos alusivos à separação de 
poderes e aos direitos e garantias fundamentais. 
c. A classificação ontológica das Constituições põe em confronto as pretensões normativas da 
Carta e a realidade do processo de poder, sendo classificada como nominativa, nesse contexto, a 
Constituição que, embora pretenda dirigir o processo político, não o faça efetivamente. 
d. As Constituições classificadas como populares ou democráticas são materializadas com o 
tempo, com o arranjo e a harmonização de ideais e teorias outrora contrastantes. 
e. As Constituições semânticas possuem força normativa efetiva, regendo os processos políticos e 
limitando o exercício do poder. 
 
2. Estrutura da Constituição: 
 Estruturalmente a Constituição de 1988 contém um Preâmbulo, Corpo 
Permanente (com 9 títulos) e o Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias (ADCT). 
 
 
 
 
 
 
2.1. Preâmbulo: 
 
2.1.1. Conceito: 
 
 Dirley da Cunha Júnior (2018, p. 111) conceitua o preâmbulo 
constitucional como “a parte precedente do texto constitucional que sintetiza 
a carga ideológica que permeou todo o documento constitucional, 
prenunciando os valores que a Constituição adota e objetivos aos quais ela 
está vinculada”. 
 Para Peter Häberle, o preâmbulo é como uma espécie de Constituição 
da Constituição. É tão importante que lhe é atribuído o papel de veículo de 
desentranhamento hermenêutico das cláusulas de eternidade, escritas e não 
escritas, das Constituições do Estado constitucional. Funcionam como 
importantes “pontes no tempo”, seja para evocar ou esconjurar o passado, a 
depender das circunstâncias históricas de cada processo constituinte; seja 
para falar ao presente, ocasionalmente orientando desejos; seja, para 
contemplar tanto o presente quanto o futuro e, com relação a este, para 
antecipar quanto possível, o encontro de um povo com esse almejado provir. 
 
ADCT 
 
Preâmbulo 
 
Corpo 
permanente 
Art. 250 Art. 1º 
Art. 114 Art. 1º 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
Cliente
Realce
 
 
23 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Da Constituição Política do Império do Brasil, de 1824, à Constituição da 
República Federativa do Brasil, de 1988, todas as Constituições ostentaram 
preâmbulos, cujos termos, trouxeram a marca do tempo. 
 As de 1824, 1937, 1967, a Carta/Emenda de 1969 não se fizeram preceder 
de preâmbulos liberatórios, antes se limitando a revelar os seus autores e os 
motivos que os levaram a golpear a democracia. 
 As Constituições de 1891, 1934, 1946 e de 1988, porque vindas à luz em 
clima de liberdade, ostentam no seu conteúdo, às mais democráticas das 
constituições democráticas. 
 
2.1.2. Natureza: 
 
 A primeira polêmica sobre o preâmbulo refere-se à sua natureza. Em 
outros termos o preâmbulo tem natureza jurídica? 
 A doutrina se divide em duas posições: 
 1ª posição: por expressa as ideias políticas, morais e religiosas o 
preâmbulo não tem natureza jurídica, mas sim política. 
 2ª posição: o preâmbulo tem natureza jurídica. 
 
2.1.3. Posição topográfica: 
 
 Intimamente ligada à primeira polêmica questiona-se ainda a posição 
topográfica. Em outros termos, o preâmbulo faz parte da Constituição? 
 
 1ª posição: para Hans Kelsen o preâmbulo é uma introdução solene, 
que expressa as ideias políticas,morais e religiosas que a 
Constituição tende a promover. Essa introdução precede a 
Constituição, não a integrando propriamente.Posição já adotada pelo 
CESPE. 
 2ª posição: o preâmbulo é tecnicamente parte integrante da 
Constituição. Afinal, fora produzido pelo mesmo Poder Constituinte 
originário, consta do mesmo documento das demais normas e fora 
promulgado pelo mesmo procedimento do resto da Constituição. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
36) (CESPE - 2011 - EBC - Analista – Advocacia) O preâmbulo da Constituição Federal não 
faz parte do texto constitucional propriamente dito e não possui valor normativo. 
 
2.1.4. Força normativa do preâmbulo: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
24 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Por fim, a principal polêmica sobre o preâmbulo diz respeito à sua 
força normativa. 
 
 Tese da irrelevância jurídica:O preâmbulo não se situa no domínio 
do Direito, situa-se no domínio da política ou da história. Logo, por 
se tratar de uma introdução solene, e não fazer parte da 
Constituição, ele não detém valor jurídico e, consequentemente, não 
pode servir de parâmetro para o controle de constitucionalidade. 
Posição já utilizada pelo STF. 
 Tese da eficácia idêntica:O preâmbulo é também um conjunto de 
preceitos obrigatórios, visto que emanado pelo mesmo poder 
constituinte e junto com o restante da Constituição.Logo, não 
poderia uma norma infraconstitucional contrariá-lo. Assim sendo, 
ele serve de parâmetro para o controle de constitucionalidade. 
 Tese da eficácia indireta:O preâmbulo participa das características 
jurídicas da Constituição, mas sem se confundir com o articulado.O 
preâmbulo não é um conjunto de preceitos, é um conjunto de 
princípios que se projetam sobre os preceitos e sobre os restantes 
setores do ordenamento e daí, a sua maior estabilidade, que se 
compadece, de resto, com a possibilidade de revisão.Para essa 
corrente o preâmbulo não pode ser invocado enquanto tal, 
isoladamente como parâmetro de controle de constitucionalidade. 
Mas ele pode servir como ponto de partida para a interpretação de 
uma norma do corpo permanente da Constituição. Posição já 
utilizada pelo STF 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE O TEMA 
Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da proteção de 
Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, 
não tendo força normativa. (ADI 2.076, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 15-8-
02, Plenário, DJ de 8-8-03) 
Devem ser postos em relevo os valores que norteiam a Constituição e que devem 
servir de orientação para a correta interpretação e aplicação das normas 
constitucionais e apreciação da subsunção, ou não, da Lei n. 8.899/94 a elas. Vale, 
assim, uma palavra, ainda que brevíssima, ao Preâmbulo da Constituição, no qual se 
contém a explicitação dos valores que dominam a obra constitucional de 1988. Não 
apenas o Estado haverá de ser convocado para formular as políticas públicas que 
podem conduzir ao bem-estar, à igualdade e à justiça, mas a sociedade haverá de 
se organizar segundo aqueles valores, a fim de que se firme como uma comunidade 
fraterna, pluralista e sem preconceitos (...) 
E, referindo-se, expressamente, ao Preâmbulo da Constituição brasileira de 1988, 
escolia José Afonso da Silva que “O Estado Democrático de Direito destina-se a 
assegurar o exercício de determinados valores supremos. “Assegurar”, tem, no 
contexto, função de garantia dogmático-constitucional; não, porém, de garantia dos 
valores abstratamente considerados, mas do seu “exercício”. Este signo 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
25 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
desempenha, aí, função pragmática, porque, com o objetivo de “assegurar”, tem o 
efeito imediato de prescrever ao Estado uma ação em favor da efetiva realização 
dos ditos valores em direção (função diretiva) de destinatários das normas 
constitucionais que dão a esses valores conteúdo específico” (...). Na esteira destes 
valores supremos explicitados no Preâmbulo da Constituição brasileira de 1988 é 
que se afirma, nas normas constitucionais vigentes, o princípio jurídico da 
solidariedade. (ADI 2.649, voto da Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-5-08, 
Plenário, DJE de 17-10-08) 
 
 Em comum as teses da irrelevância jurídica e da eficácia indireta a 
impossibilidade do preâmbulo servir isoladamente como parâmetro para o 
controle de constitucionalidade. Sendo essa a maior incidência em questões 
de concurso, principalmente em razão do julgamento da ADI 2.076. 
 
 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
Assinale C para certo e E para errado: 
37) (CESPE - 2015 - Telebras - Advogado) No entendimento do STF, o preâmbulo da Constituição 
Federal não se situa no âmbito do direito, mas no domínio da política, pois reflete posição 
ideológica do constituinte, de caráter principiológico. 
38) (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) O preâmbulo 
da CF tem eficácia positiva e pode servir de parâmetro para a declaração de 
inconstitucionalidade de ato normativo. 
39) (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área III) 
Quando um estado da Federação deixa de invocar a proteção de Deus no preâmbulo de sua 
constituição, contraria a CF, pois tal invocação é norma central do direito constitucional positivo 
brasileiro. 
40) (CESPE - 2013 - STF - Analista Judiciário - Área Administrativa) Dada a subordinação dos entes 
federados à força normativa da CF, seu preâmbulo deve ser obrigatoriamente reproduzido nas 
constituições estaduais. 
41) ( CESPE - 2013 - AGU - Procurador Federal) A jurisprudência do STF considera que o preâmbulo 
da CF não tem valor normativo. Desprovido de força cogente, ele não é considerado parâmetro 
Preâmbulo 
Tem natureza 
política 
Não integra a 
Constituição 
Não tem força 
normativa 
Não pode servir de 
parâmetro para o 
controle de 
constitucionalidade 
Tem natureza 
jurídica 
Integra a 
Constituição 
Tem força normativa 
idêntica às normas 
do corpo 
permanente 
Pode servir como 
parâmetro para o 
controle de 
constitucionalidade 
Tem eficácia 
jurídica indireta 
Não pode servir 
sozinho como 
parâmetro para o 
controle de 
constitucionalidade 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2013-agu-procurador-federal
 
 
26 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
para declarar a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade normativa. 
42) (CESPE - 2012 - PRF - Técnico de Nível Superior - Classe A Padrão I) As disposições 
constitucionais transitórias, assim como os preâmbulos constitucionais, não comportam valor 
jurídico relevante. 
43) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial - Área Processual) O Preâmbulo e o Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias são exemplos dos denominados elementos de 
estabilização constitucional. 
44) (CESPE - 2015 - TCU - Procurador do Ministério Público) Acerca das Constituições e das normas 
constitucionais, assinale a opção correta. 
a. O uso da analogia em matéria constitucional pode ser visto como uma imposição do princípio da 
isonomia. 
b. Por ser uma Constituição analítica, a CF não admite lacuna de nenhuma espécie. 
c. Por não ser dotado de caráter normativo, o preâmbulo da CF não pode ser utilizado pelo 
aplicador como vetor de interpretação. 
d. Entende-se por “silêncio eloquente" da Constituição um lapso do legislador constituinte que, 
pretendendo deliberadamente contemplar determinada hipótese de fato, acabe omitindo, por 
desaviso, a respectiva norma disciplinadora.e. Em modelos de Constituição formal e rígida como o da brasileira, é inadequado falar-se em 
normas constitucionais implícitas. 
 
2.2. Disposições Constitucionais Transitórias: 
 
2.2.1. Conceito: 
 
 Para Gilmar Mendes igualmente com os preâmbulos, os preceitos 
contidos no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) também 
funcionam com ponte no tempo, porque são normas que se incorporam à 
nova constituição, um texto do presente, com a finalidade de trazer do 
passado e levar para o futuro aquelas situações jurídicas que embora tenham 
sido criadas sob a ordem constitucional expirante. Portanto, o constituinte 
atual, por algum motivo, não considera tais normas incompatíveis com o 
regime jurídico-político que está em vias de se estabelecer. 
 É que salvo no caso de ruptura revolucionária radical, uma Constituição 
nova não acarreta a supressão total do ordenamento jurídico anterior.Para 
evitar o colapso que adviria do vazio jurídico, buscou-se a instituição de 
normas de recepção do direito anterior pela Constituição vigente. Portanto, 
para sua vigência, a legislação anterior não podecontrariar as disposições da 
nova Constituição (compatibilidade material) e as normas de transição são 
feitas para regular situações discrepantes das normas constitucionais 
permanentes. 
 
2.2.2. Classificação das normas do ADCT: 
 
 Raul Machado Horta classifica as normas do ADCT como: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
27 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Normas exauridas: seus efeitos já desapareceram pela realização 
da condições por elas previstas. Ex.: art. 1º e 4º. 
 Normas dependentes de legislação e de execução: demandam uma 
complementação ainda não realizada pelo legislador 
infraconstitucional. Ex.: art. 10. 
 Normas dotadas de duração temporária expressa: não necessitam 
de complementação infraconstitucional, mas detém em seu corpo a 
condição resolutiva. Ex. art. 40 
 Normas de recepção: buscam trazer ao novo ordenamento jurídico 
normas do ordenamento passado. Ex. art. 34. 
 Normas sobre benefícios e direitos: instituem direitos a 
determinadas pessoas. Ex. art. 53 
 Normas com prazos constitucionais ultrapassados: normas que 
necessitam de complementação infraconstitucional com prazo 
fixado e desrespeitado pelo legislador. Ex.: art. 48 
 
 Quem também classifica as normas do ADCT é Luís Roberto Barroso: 
 
 Disposições transitórias propriamente ditas: regulam a transição de 
relações jurídicas e contêm condição resolutiva ou termo. Ex. art. 40 
 Disposições de efeitos instantâneas e definitivos: não aguardam 
condição ou termo, operando imediatamente por um prazo 
estabelecido. Ex: art. 13 
 Disposições de efeitos diferidos: suspendem os efeitos de 
determinada norma presente no corpo permanente da Constituição 
até a ocorrência de uma condição suspensiva. Ex. art. 5º. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
 
Assinale C para certo e E para errado: 
45) (CESPE - 2010 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área de Direito) A revisão constitucional realizada 
em 1993, prevista no ADCT, é considerada norma constitucional de eficácia exaurida e de aplicabilidade 
esgotada, não estando sujeita à incidência do poder reformador. 
 
2.2.3. Desvirtuamento do ADCT: 
 
 Pedro Lenza (2018, p. 190) discorre sobre o chamado desvirtuamento do 
ADCT. Por se tratarem de normas transitórias, o natural é que com o tempo 
as normas do ADCT tendam a perder sua eficácia, tornando-se, 
paulatinamente, exauridas, e com isso, com mero valor histórico. 
 Contudo, algumas emendas constitucionais passaram a inserir normas 
permanentes no corpo do ADCT, como a EC nº 57/08, que inseriu o art. 96 no 
ADCT. 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
28 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 
2.2.4. Natureza jurídica das normas do ADCT: 
 
 Não há dúvidas que as normas do ADCT têm natureza constitucional. 
Portanto, decorrem dessa natureza: 
 
1. A necessidade de respeito por parte do legislador 
infraconstitucional; 
2. A possibilidade de tais normas servirem como parâmetro de 
constitucionalidade. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
- O Ato das Disposições Transitórias, promulgado em 1988 pelo legislador 
constituinte, qualifica-se, juridicamente, como estatuto de índole constitucional (RTJ 
172/226-227). A estrutura normativa que nele se acha consubstanciada ostenta, em 
conseqüência, a rigidez peculiar às regras inscritas no texto básico da Lei 
Fundamental da República. Disso decorre o reconhecimento de que inexistem, entre 
as normas inscritas no ADCT e os preceitos constantes da Carta Política, quaisquer 
desníveis ou desigualdades quanto à intensidade de sua eficácia ou à prevalência de 
sua autoridade. Situam-se, ambos, no mais elevado grau de positividade jurídica, 
impondo-se, no plano do ordenamento estatal, enquanto categorias normativas 
subordinantes, à observância compulsória de todos, especialmente dos órgãos que 
integram o aparelho de Estado (RTJ 160/992-993). (RE 215107 AgR, Relator(a): Min. 
CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 21/11/2006, DJ 02-02-2007 PP-00138 
EMENT VOL-02262-06 PP-01083) 
 
“Nada sobrevive ao novo Texto Magno”, dada a impossibilidade de convívio entre 
duas ordens constitucionais originárias (cada qual representando uma idéia própria 
de Direito e refletindo uma particular concepção político-ideológica de mundo), 
exceto se a nova Constituição, mediante processo de recepção material (que muito 
mais traduz verdadeira novação de caráter jurídico-normativo), conferir vigência 
parcial e eficácia temporal limitada a determinados preceitos constitucionais 
inscritos na Lei Fundamental revogada, à semelhança do que fez o art. 34, caput, do 
ADCT/88. (AI 386.820-AgR-ED-EDv- AgR-ED, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento 
em 24-6-04, Plenário, DJ de 4-2-05) 
 
2.2.5. Reforma do ADCT: 
 
 Parte da doutrina chegou a se questionar sobre a possibilidade de 
reforma das normas presentes no ADCT. Contudo, o STF, no julgamento da 
ADI 829 dissipou qualquer dúvida, ao considerar constitucionais as alterações 
trazidas pela EC nº 2/92. 
 Portanto, se o ADCT originariamente tinha 70 artigos, hoje tem 116 (114 
da numeração ordinária + arts. 54-A e 92-A). 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
29 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 As alterações das normas do ADCT não são livres, estando o poder 
constituinte derivado reformador limitado nos seguintes termos: 
 
 Normas exauridas não podem ser reformadas ou modificadas; 
 Normas não exauridas podem ser alteradas, desde que observada a 
vontade do poder constituinte originário. 
 Devem ser respeitadosos limites gerais (formais, materiais e 
circunstanciais) da reforma das normas do corpo permanente. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ANTECIPAÇÃO DO PLEBISCITO A QUE 
ALUDE O ART. 2º DO ADCT DA CONSTITUIÇÃO DE 1988. - NÃO HÁ DÚVIDA DE QUE, 
EM FACE DO NOVO SISTEMA CONSTITUCIONAL, É O S.T.F. COMPETENTE PARA, EM 
CONTROLE DIFUSO OU CONCENTRADO, EXAMINAR A CONSTITUCIONALIDADE, OU 
NÃO, DE EMENDA CONSTITUCIONAL - NO CASO, A Nº 2, DE 25 DE AGOSTO DE 1992 - 
IMPUGNADA POR VIOLADORA DE CLÁUSULAS PÉTREAS EXPLÍCITAS OU 
IMPLÍCITAS. - CONTENDO AS NORMAS CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS 
EXCEÇÕES A PARTE PERMANENTE DA CONSTITUIÇÃO, NÃO TEM SENTIDO 
PRETENDER-SE QUE O ATO QUE AS CONTÉM SEJA INDEPENDENTE DESTA, ATÉ 
PORQUE E DA NATUREZA MESMA DAS COISAS QUE, PARA HAVER EXCEÇÃO, E 
NECESSÁRIO QUE HAJA REGRA, DE CUJA EXISTÊNCIA AQUELA, COMO EXCEÇÃO, 
DEPENDE. (...). (ADI 829, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado 
em 14/04/1993,

Outros materiais