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ABSOLUTISMO ESPANHOL

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Absolutismo e intolerância religiosa: Espanha
 A centralização do poder monárquico espanhol teve de enfrentar não apenas a resistência de parte da nobreza como os diversos regionalismos socioculturais da península. No século XV, a região da Espanha era um conjunto de reinos independentes que se haviam formado ao longo da guerra de Reconquista cristã. Dentre eles, destacavam-se os reinos de Castela e Aragão, o de Navarra, ao norte, e ao reino andaluz de Granada, no extremo sul, mantido pelos muçulmanos. As diferenças entre os reinos eram enormes: língua, costumes, instituições, moedas, entre outras. Na Catalunha falava-se o Catalão; em Castela, o castelhano; na Galícia, o galego.
 Outra dificuldade residia na diversidade religiosa, pois a península Ibérica era a região europeia que mais abrigava judeus e muçulmanos, embora a maioria da população fosse cristã. Em todos os reinos, os muçulmanos podiam manter seus costumes, seguir o Corão e frequentar suas mesquitas desde que pagassem taxas aos reis cristãos. O mesmo valia para os judeus, que tinham bairros próprios e sinagogas, mantidas dessa mesma forma.
 O passo mais importante para a formação de um Estado unificado na região foi o casamento do rei Fernando de Aragão com a rainha Isabel de Castela, em 1469. Essa união foi a base da chamada Monarquia dos Reis Católicos. Em 1478, com autorização do papado, foi instituída a Inquisição espanhola, incumbida de perseguir os convertidos de origem judaica (os cristãos-novos ou conversos) que, apesar de batizados cristãos, eram suspeitos de manter secretamente o judaísmo.
Correspondência oficial e governo de papel 
 O historiador John Elliot, em sua obra “A Espanha Imperial”, livro clássico publicado em 1963, caracterizou a monarquia hispânica do século XVI como um governo de papel. Realçou que a burocracia Imperial, iniciada com Carlos I (na Espanha) ou Carlos V (no sacro Império Romano-Germânico), tornou-se obsessiva com Felipe II que lia e despachava, pessoalmente sobre assuntos variados.
 O domínio de Madri sobre a papelada que ia e vinha dos reinos agregados da península, bem como das colônias ultramarinas, gerava uma confiança injustificada da monarquia em seu próprio. Elliot considera que, embora ilusório em grande parte, esse mecanismo era fundamental para o controle do vasto Império da dinastia Habsburgo.
 Muitos historiadores da atualidade utilizam o conceito de governo de papel, que caracterizava a comunicação entre o centro do governo e suas diversas periferias, europeias, asiáticas, africanas ou americanas, como a base das monarquias modernas, em especial as ibéricas.
A inquisição espanhola
 Milhares de cristãos-novos foram queimados nas fogueiras inquisitoriais. Em 1492, a Coroa espanhola expulsou todos os judeus do reino. No mesmo ano, os Reis Católicos conquistaram Granada, o último domínio muçulmano na península. Em 1502, foi decretada a conversão forçada dos muçulmanos ao cristianismo, que daí em diante ficaram conhecidos como mouriscos. Mas, apesar de convertidos, as perseguições a eles continuaram, sobretudo a movida pela Inquisição, chegando ao ponto de a Coroa decretar a expulsão de todos os mouriscos do reino, em 1609.
 A Coroa e a Igreja não se esqueciam do levante mourisco de Granada, entre 1567 e 1571, reprimido com grande dificuldade em um tempo em que a Espanha se defrontava com o avanço dos turcos otomanos no Mediterrâneo.
 A formação da Espanha baseou-se, portanto, na construção de uma forte unidade religiosa, capaz de superar as diversidades culturais, linguísticas e institucionais existentes na península. Assim tem razão os historiadores ao afirmar que a unificação da Espanha se fez com base na unidade da fé. Fé católica assegurada pela inquisição.
Uma guerra religiosa?
 A Espanha se tornou a principal potência naval do século XVI. Colheu sua maior vitória em 1571, quando sua Armada derrotou a marinha turco otomana na batalha de Lepanto e ganhou a fama de “Armada invencível”.
Heresia e exposição pública
 Sambenito era um traje que os condenados pelo Tribunal do Santo Ofício, nome pelo qual a Inquisição era conhecida, deviam usar quando saíam nos autos de fé. Era uma espécie de bata, com desenhos que indicavam a heresia pela qual eles haviam sido condenados.
Sob o domínio de Castela
 Paralelamente, a monarquia espanhola buscou unificar, na medida do possível, as instituições do reino, pesos e medidas, leis e códigos, esbarrando frequentemente nas tradições de autonomia das cidades e nos privilégios da nobreza. Mas, com apoio da igreja e com um forte exército profissional, a Coroa foi derrubando as barreiras, embora tenha mantido os privilégios da nobreza e a sujeição dos camponeses às grandes casas aristocráticas. Além disso, conquistou parte do reino de Navarra, entre 1512 e 1515.
 A unificação espanhola não deixou de ser, em boa medida, uma imposição de Castela sobre os demais reinos e províncias da península. A própria língua castelhana se sobrepôs às demais línguas peninsulares, como catalão ou o galego, embora a Coroa não tenha suprimido.
 Em 1516, começou O Reinado de Carlos I Habsburgo, quando o absolutismo espanhol avançou bastante. Em 1519, além da Coroa espanhola, ele assumiu o Sacro Império Romano-Germânico, com o título de Carlos V. Mas foi seu filho, Felipe II, em 1556, quem se tornou o mais poderoso soberano da Europa no século XVI. Foi no seu reinado que os espanhóis venceram os turcos na batalha naval de Lepanto e também anexaram Portugal, formando a União Ibérica, que pendurou até 1640.
 A fonte de tanto poder, no entanto, vinha da América, que abarrotou o tesouro espanhol de metais preciosos. Primeiro com a pilhagem dos Impérios Astecas e Inca, depois com a exploração das minas de ouro e prata com base no trabalho dos indígenas.
 No século XVII, com a diminuição progressiva da entrada de metais preciosos no reino, a Espanha entraria em crise, e a França se tornaria a principal potência do continente europeu, sobretudo no reinado de Luís XIV.
A União Ibérica
 Em Portugal, diferentemente da Espanha, a resistência da nobreza ao poder real foi menor e inexistiam regionalismos capazes de enfrentar a unificação política do território.
 O reino também não conviveu com conflitos religiosos, embora as comunidades muçulmana e judaica fossem ali numerosas. Até o reinado de d.Manuel, iniciado em 1495, muçulmanos e judeus podiam seguir livremente as suas religiões, e muitos deles, sobretudo judeus, participaram ativamente da empresa ultramarina.
 A situação começou a mudar com a influência do reino da Espanha. Para se casar com a infanta Isabel de Aragão, d. Manuel se comprometeu a seguir a linha de intolerância religiosa adotada pelos Reis Católicos. Em 1496, o rei decretou a conversão forcada de todos os judeus e muçulmanos do reino português, dando origem aos cristãos-novos portugueses. No entanto, d. Manuel não perseguiu os cristãos-novos que mantinham seus ritos religiosos judaicos e islâmicos, de modo que a conversão forçada foi, de certo modo, para “espanhol ver”.
 A mudança mais impactante, para os cristãos-novos e os mouriscos, ocorreu no reinado seguinte. Em 1536, d.João IIl cedeu às pressões da nobreza e do clero e instalou a Inquisição nos mesmos moldes da espanhola.
 A influência espanhola não parou de crescer, a ponto de o reino ser anexado à Espanha em 1580. Sob o domínio espanhol, Portugal entrou em franco declínio com perdas consideráveis no ultramar, incluindo boa parte do Brasil, conquistada pelos holandeses em 1630.
 Este é assunto de grande polêmica. A maioria dos historiadores portugueses considerou o período como uma “dominação felipina”, um hiato na história lusitana. Os historiadores espanhóis, porém, tem visões diferentes sobre o assunto. Desde a década de 1990, Fernando Bouza tem demonstrado a convergência de interesses entre a nobreza espanhola e a portuguesa na ascensão de Felipe II ao trono de Portugal, em 1581. Rafael Valladares, por outro lado, destacou a resistência portuguesa, inclusivemilitar, no livro “A Conquista de Lisboa” (2008). Os dois autores têm alguma razão. Em 1580, houve invasão militar de Portugal, mas prevaleceu a aliança entre as nobrezas ibéricas. A resistência foi minoritária e frágil. A partir de 1630, essa aliança entrou em erosão.
 Em 1640, Portugal declarou sua independência, aclamando o duque de Bragança como rei. A nova monarquia foi obrigada, então, a sustentar uma guerra contra a Espanha que só terminou em 1668. Portugal nunca recuperou o prestigio de que sua monarquia desfrutava no tempo da expansão marítima.
Século XVIII
 A partir do século XVII, o Império Espanhol entrou em decadência, em função do atraso no desenvolvimento industrial e comercial (em relação a França e a Grã-Bretanha). Estas duas nações, ao contrário da Espanha, colhia os frutos do liberalismo na área econômica.  
 No começo do século XVIII, houve mudança na dinastia espanhola. Em 1700, a dinastia Habsburgo chegou ao fim, após assumir o trono o rei Felipe V, da dinastia Bourbon, neto do rei absolutista francês Luís XIV.
  A dinastia Bourbon buscou recuperar o prestígio e poderio, que a Espanha tinha no século XVI. Para tanto, começou a implementar várias reformas na organização econômica e do Estado. Buscou também ampliar sua força, através de guerras contra potências europeias, principalmente na segunda metade do século XVIII.
 O absolutismo espanhol se enfraqueceu no começo do século XIX, após o domínio Napoleônico. A independência das colônias americanas, que começou no mesmo período, também favoreceu a diminuição do poderio monárquico espanhol.
 Em 1873, após a abdicação do rei Amadeu I, teve início a Primeira República Espanhola.
Referências:
- Livro
- https://www.suapesquisa.com/historia/absolutismo_espanha.htm

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