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THALIA DE OLIVEIRA COSTA Artigo

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METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE QUÍMICA: EXPERIMENTOS EM SALA DE AULA
THALIA DE OLIVEIRA COSTA1
thaliapother@outlook.com
FERNANDA FERRAZ LIMA2
UNIVERSIDADE DE UBERABA
AGRADECIMENTOS
A orientadora Fernanda Ferraz Lima, por fazer parte desse trabalho e me auxiliar sempre ao decorrer deste.
Aos meus pais, incentivando a nunca desistir de meus sonhos, compreensão e dedicação ao longo desses anos.
A minha amiga Sarah de Oliveira Inácio, que ao longo dessa jornada, se fiz presentes e deixando esta trajetória mais feliz, fazendo parte da minha vida.
A Deus, por proporcionar que essa vitória tenha sido alcançada.
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RESUMO
Este artigo visa em reforçar metodologias diferentes adotadas pelo professor em sala de aula. É notório que os alunos nos dias de hoje são diversificados, cada um possui sua particularidade, e que com o avanço da tecnologia e globalização a metodologia tradicional ela vem perdendo espaço. O referido trabalho foi realizado por uma pesquisa bibliográfica, através de livros e artigos já publicados sobre o tema, e uma pesquisa de opinião realizada na escola estadual Padre Simim do município de Acaiaca MG, escola onde já leciono a disciplina de Física a algum tempo. Na pesquisa de opinião realizada os alunos responderam que não gostam da disciplina de química, acham o conteúdo muito difícil, e as aulas cansativas. Outros responderam que não sabem nem o que é química, nem o porquê estudam química, e que não aliam a disciplina no seu dia a dia. Porém destaco que desde o ser humano mais primitivo até os dias atuais percebe-se que o desenvolvimento material ocorreu graças ao melhor aproveitamento e ao desenvolvimento das técnicas de transformação dos recursos disponíveis na natureza. A química ela tem acompanhado a revolução histórica da humanidade e sem ela não chegaríamos na evolução de hoje: A cura de uma doença, o tratamento de fontes naturais renováveis, a multiplicação dos alimentos, a produção de utensílios domésticos entre outros. A intenção desse trabalho é reforçar a prática da experimentação em sala de aula, porém devido à falta de recursos e espaço próprio dentro da escola, o professor acaba não adotando essa prática. Contudo vale a pena disponibilizar até mesmo de recursos próprios para que as aulas passam a ficar mais atrativas e de qualidade.
 
Palavras-chave: Educação. Metodologia. Experimentação em química.
ABSTRACT
This article aims to reinforce different methodologies adopted by the teacher in the classroom. It is notorious that today's students are diversified, each one has its own particularity, and that with the advancement of technology and globalization the traditional methodology has been losing space. This work was carried out by a bibliographical research, through books and articles already published on the subject, and a survey of opinion held at the state school Father Simim of the municipality of Acaiaca MG, a school where I taught the discipline of Physics for some time. In the opinion poll held the students responded that they do not like the discipline of chemistry, find the content very difficult, and the classes tiring. Others said that they do not know what chemistry is, or why they study chemistry, and that they do not combine discipline in their daily lives. However, I point out that from the most primitive human to the present day one realizes that the material development took place thanks to the best use and the development of the techniques of transformation of the resources available in nature. Chemistry has accompanied the historical revolution of humanity and without it we would not reach in today's evolution: The cure of a disease, the treatment of renewable natural sources, the multiplication of food, the production of household utensils among others. The intention of this work is to reinforce the practice of experimentation in the classroom, but due to the lack of resources and own space within the school, the teacher ends up not adopting this practice. However it is worth making available even of own resources so that classes become more attractive and quality. 
Keywords: Education. Methodology. Experimentation in chemistry
1.0 INTRODUÇÃO
Com a pesquisa realizada na escola estadual Padre Simim no município de Acaiaca- MG, pode-se observar que muitas são as dificuldades encontradas pelos alunos do ensino médio na compreensão dos conceitos da Química, onde observa-se que o aluno é um mero ouvinte. O aluno apenas ouve as explanações dadas pelo professor, não demonstra interesse em compreender o conteúdo apresentado. Além de não gostarem, eles não sabem o que é química e ignoram o sentido de aprender.
De acordo com FELTRE (2005 pg.7) a química é o ramo da ciência que estuda a matéria, suas transformações, e a energia envolvida nessas transformações. Ao longo do tempo, a humanidade vem observando que a matéria se transforma, a própria natureza se encarrega dessas transformações.
ZANETTI (2011, pg.5), explica que desde os primeiros indícios de que quando o homem voltou sua atenção as transformações químicas, com certeza, foi ao observar o surgimento da ação do fogo. De acordo com fatos históricos, a descoberta do fogo provocou uma mudança radical na vida do homem primitivo, pois essa descoberta foi um passo para sua evolução tecnológica social. Com a descoberta do fogo foi possível melhorar a qualidade de vida daquela época, como exemplo a alimentação; o homem passou a se alimentar melhor, pois o cozimento mata bactérias, diminuindo a incidência de doenças e com isso a taxa de mortalidade. 
Percebe-se uma grande evolução desde a época primitiva até os dias atuais. Por isso essa ciência é tão importante visto que sem ela não chegaríamos na evolução tecnológica, pois com essa ciência pesquisadores buscam a criação de medicamentos que proporcionam a cura de várias doenças, um tratamento de fonte renováveis como a água potável, melhor qualidade de vida em geral.
Para FELTRE (2005, pg.4):
“Atualmente a química está presente em todas as situações do cotidiano. De fato grande parte dos avanços tecnológicos obtidos pela população ocorreu graças a curiosidade e ao esforço de desenvolver novas técnicas para separar e transformar os materiais encontrados na natureza. Do mesmo modo que, ao longo dos tempos, cozinheiros procuram transformar os alimentos em pratos cada vez mais saborosos, os técnicos e os cientistas experimentaram novos caminhos para transformar os materiais em produtos que permitem melhorar a qualidade de vida das pessoas. Podemos então dizer que um dos conceitos de experiência em química refere-se as tentativas de separar e reconhecer alguns materiais e em seguida transformá-las em novos produtos. (FELTRE, 2005.pg.4).
E ainda de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de química (2002 pg.31):
“O aprendizado de química pelos alunos do Ensino Médio implica que eles compreendam as transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e integrada e assim possam julgar com fundamentos as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos.” (PCN- Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de química, 2002 pg.31). Acesso 05 de dezembro de 2017.
A importância de se aprender química está no fato de que essa ciência é essencial para evolução da humanidade. Mas percebe-se que o ensino na maioria das vezes deixa a desejar, alunos cada vez mais desinteressados, professores desmotivados por falta de recursos e espaços totalmente inadequados. 
A proposta de reforçar a pratica da experimentação em química na sala de aula é uma alternativa. SILVERIO (2012) em seu artigo Atividades Experimentais em Sala de Aula para o Ensino da Química: Percepção dos Alunos e Professor, aborda que a atividade prática desperta o interesse do aluno pela disciplina e ainda o aluno motivado age por vontade própria tornando um aluno crítico onde tem opiniões próprias, onde ele une a teoria com a pratica aprimorando seus conhecimentos.FIALHO e ROSENAU (2008, pg.22), parte do princípio de que a didática tem como objetivo o processo de ensino, e cabe a nós professores, o compromisso para adoção de diferentes métodos pedagógicos que incentivem e despertem o interesse do aluno para a aprendizagem de química. Basta o professor usar a criatividade, para que suas aulas se tornem mais prazerosas e atrativas.
De acordo com as Diretrizes e curriculares de Química (2008, pg.53):
“Diferentemente do que muitos possam pensar, não é preciso haver laboratórios sofisticados, nem ênfase exagerada no manuseio de instrumentos para a compreensão dos conceitos. Os experimentos devem ser parte do contexto de sala de aula e seu encaminhamento não pode separar a teoria da prática.” (Diretrizes Curriculares de Química, 2008 pg.53). Acesso 5 de dezembro de 2017.
	Um outro problema encontrado pelo professor além da falta de recursos e a ausência de um espaço apropriado, é que as salas de aula são superlotadas, há muito problema com indisciplina e falta de interesse na maioria dos alunos.
A finalidade desse trabalho é mostrar a importância de se trabalhar com metodologias diferentes, e uma delas destaco a criação do improviso: uma espécie de laboratório fictício criado em sala de aula com utilização de materiais alternativos. A pesquisa visa em demonstrar a satisfação dos alunos após uma aula prática alternativa realizada com o atual professor da escola Estadual Padre Simim do município de Acaica-MG, o qual pude acompanhar e aplicar uma pesquisa de opinião antes e após a prática. 
2.0 METODOLOGIA 
A metodologia utilizada para realização desse trabalho foi através de uma pesquisa bibliográfica, através de livros didáticos de química, revistas científicas com vários artigos publicados sobre o assunto, internet, e uma pesquisa de campo realizada no dia cinco de outubro de 2017, onde pude acompanhar uma aula prática realizada pelo atual professor de química do primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Padre Simim, do município de Acaiaca-MG. O experimento feito foi sobre a Solubilidade dos Polímeros de acordo com DIAS (2017), onde foi feito o remodelamento do isopor. O objetivo dessa prática foi de trabalhar três assuntos ao mesmo tempo: a solubilidade entre materiais, a polaridade e um tipo de polímero e mostrar a pratica da sustentabilidade nas escolas onde materiais reciclados podem ser reaproveitados ao invés de serem descartados. Após a prática os alunos tiveram que fazer um relatório para serem avaliados.
2.1 EXPERIMENTO: REMODELANDO O ISOPOR
Esse experimento foi realizado com quatro grupos homogêneos, numa turma de 32(trinta e dois alunos) cada grupo com oito integrantes. Foram utilizados os seguintes materiais e reagentes: Uma jarra transparente, um copo medidor, quatro copos descartáveis transparentes, uma seringa de 10 mL, uma colher de plástico, água, aguarrás, corante, acetona removedor de esmaltes, moldes feitos de papelão dos tipos estrelas, esferas, luas e caneta retroprojetor.
De acordo com FOGAÇA (2017), a acetona conhecida como removedor de esmaltes é composta por uma mistura de acetona, álcool etílico e água. No entanto de acordo com DIAS (2017), os reagentes utilizados para essa prática é a acetona pura, e o isopor. Como a acetona pura se trata de um produto controlado, não se consegue comprar ela pura, então como alternativa foi feito a separação da acetona comprada em farmácias, e aguarrás: Foi medido 500mL de acetona e a mesma quantidade de aguarrás e colocados dentro de uma jarra transparente. Logo em seguida foi acrescentado o corante azul ou anilina a mistura e logo após a água. A aguarrás tem a função de separar a água e o álcool da acetona. A parte superior fica apenas com aguarrás e a acetona. Eles são menos densos do que a água. A parte inferior (azul) fica com a água, o álcool e com corante, é a fase mais aquosa. Por ser uma mistura heterogenia a visão entre os líquidos ficou visível. Com a ajuda da seringa foi retirado a parte transparente do líquido. Esse liquido extraído dessa mistura, é acetona pura e em um copo descartável transparente de 300mL foram adicionados essa acetona pura e o isopor. Percebeu-se que, à medida que foram adicionando o isopor a acetona o mesmo foi derretendo, e de acordo com DIAS (2017), ao adicionar poliestireno à acetona, esta enfraquece as interações entre os monômeros (estirenos), liberando todo o ar que estava aprisionado entre essas moléculas. Isso ocorre porque a região apolar da acetona interage com o isopor. Após o derretimento completo do isopor este liquido que havia no copo descartável foi adicionado nas formas de papelão transformando os mesmos em novos materiais. Esses materiais por sua vez podem ser comercializados, pois geram renda.
De acordo com MALDANER e ZANON (2007 pg.28): 
“Trabalhar com um número excessivo de conceitos, como ocorrem nos currículos tradicionais, tem como pressuposto que aprender química é tão somente aprender o conceito químico.” (MALDANER, ZANON. 2007 pg.28).
2.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES
 
Realizadas as análises e conclusões referentes às questões feitas, primeiramente foram feitas as perguntas aos alunos:
QUESTÃO 1 - Você gosta da disciplina de Química? Por quê?
QUESTÃO 2- Qual a frequência em que realizam experimentos?
QUESTÃO 3- Costuma entender as explicações do professor?
Gráfico 1- Pesquisa antes da prática
Fonte: Próprio autor
Nota-se que a falta do experimento é um dos fatores que contribuem para a não compreensão do conteúdo de química. Assim a maioria dos alunos de acordo com a metodologia tradicional acham a disciplina de química muito difícil e não vejam o sentido de aprender.
Gráfico 2- Pesquisa realizada após o experimento
Fonte: Próprio autor
Conclui-se através do gráfico que após o experimento dos 32 (trinta e dois) alunos entrevistados uma pequena parcela não entende as explicações, que ainda há falta de experimentos pois os professores podem e devem aplicar experimentos durantes suas aulas, poucos afirmaram em não entender nada, a disciplina é vista como um conteúdo difícil mas tende a melhorar com auxílio de mais experimentos e com isso poucos afirmaram em não saber fazer nada.
3.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Por intermédio do levantamento teórico, é possível perceber claramente o quanto a atividade experimental dentro do ensino de química é importante para melhorar o aprendizado do aluno, visto que, se torna realidade na escola. Os dados obtidos comprovam que os alunos tem mais interesse quando há uma aula diferente, onde o professor procura sair da sua rotina e assim promover uma aula mais atraente e de qualidade.
 Com a elaboração desse trabalho, observei que os alunos apresentam grandes dificuldades em conteúdos básicos dentro da disciplina de Química.
A dificuldade encontrada é que alguns conteúdos não são possíveis a realização de experimentos em sala de aula, vidraria especificas e/ ou alguns reagentes.
	Alternativas para solucionar este problema são jogos lúdicos uma vez não citada durante a apresentação desse trabalho, valendo ressaltar que basta usar da criatividade para que as aulas se tornem mais prazerosas.
4.0 REFERÊNCIAS
BRASIL (2008) DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/out_2009/quimica. pdf>. Acesso em 05 de dezembro de 2017.
BRASIL (2002) Parâmetros curriculares nacionais para o Ensino Médio de química. Disponível em: <http://www.portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>. Acesso em: 14 Set. 2017.
CASTILHO, Dalva Lúcia; SILVEIRA, Katia Pedroso; MACHADO, Andréa Horta; As Aulas de Química como Espaço de Investigação e Reflexão. Química Nova na Escola, São Paulo, 1999.
DIAS, Diogo Lopes. Aula sobre solubilidade e polímeros: Remodelando o isopor. Disponível em:< http://www.educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/isopor >. Acesso em 05 de dezembro de 2017.
FREIRE, P.; Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa, 30ª Ed., São Paulo,1996.
FELTRE, Ricardo. Fundamentosda Química, volume 1, química geral.2ª edição. São Paulo: Moderna,2005.
FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. "Composição Química da Propanona (Acetona)"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/composicao-quimica-propanona-acetona.htm>. Acesso em 05 de dezembro de 2017.
GONÇALVEZ, Fábio Peres; MARQUES, Carlos Alberto. A problematização das atividades experimentais na educação superior em química: uma pesquisa com produções textuais docentes. Química Nova Na Escola. vol. 34, nº5, São Paulo, 2011.
MALDANER, Otavio A. A formação Inicial e continuada de professores de Química. 2 Ed. Ijuí: Unijuí,2003.
SILVÉRIO, Janaina. Atividades experimentais em sala de aula para o ensino da Química: percepção dos alunos e professor. 2012. Disponível em <http://www. repositorio.roca.utfpr.edu.br.> Acesso 05 de dezembro de 2017.
ZANETTI, Carlos Alberto Tadeu. Espaço pedagógico da sala de aula. Química. Uberaba: Universidade de Uberaba,2011.	
Anexos da escola que fiz a pesquisa 
Alunas do terceiro ano 
Alunas do segundo ano na apresentação sobre entalpia.
Justificativas negativas
negativos	Não sei fazer Nada	Contúdo muito dificil	Faltas de Experimentos	Não entendo as Explicações 	Alunos- Total	27	17	27	27	32	positivos	Não sei fazer Nada	Contúdo muito dificil	Faltas de Experimentos	Não entendo as Explicações 	Alunos- Total	5	15	5	5	0	Justificativas
Positivos	Não sei fazer Nada	Contúdo muito dificil	Faltas de Experimentos	Não entendo as Explicações 	Alunos - Total	17	17	20	2	32	Negativos	Não sei fazer Nada	Contúdo muito dificil	Faltas de Experimentos	Não entendo as Explicações 	Alunos - Total	15	15	12	30

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