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PONTO - 10 - TRF2

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PROVA ORAL MAGISTRATURA FEDERAL – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
PONTO 10
Conteúdo
CONSTITUCIONAL: Organização Constitucional do Estado Brasileiro. Federação. Componentes do Estado Federal. Repartição de Competências. Intervenção Federal. Administração Pública.	2
TRIBUTÁRIO. Regime jurídico da taxa, imposto e contribuição de melhoria. Espécies.	52
ADMINISTRATIVO: Contratos Administrativos. Normas informadoras do Contrato. Cláusulas Essenciais. Modalidades. Espécies. Convênios e Consórcios Administrativos. Contrato de Gestão.	63
PENAL - Direito Penal Econômico. Bem jurídico supra-individual. Responsabilidade penal das pessoas jurídicas. Crimes contra o meio ambiente (Lei n" 9.605, de 12 de fevereiro de 1998). Crimes contra a economia popular. Crimes contra as relações de consumo no Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990). Crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo (Lei n° 8.137, de 27 de dezembro de 1990). Crimes contra a ordem econômica e o Sistema de Estoques de Combustíveis (Lei n° 8.176, de 8 de fevereiro de 1991).	93
PREVIDENCIÁRIO: Ação previdenciária. Justificação. Tempo de serviço e de contribuição. Juizado Especial federal: questões previdenciárias.	147
CIVIL: Obrigações. Inadimplemento. Conceito. Espécies. Efeitos Jurídicos. Cláusula Penal e Arras. Posse	173
COMERCIAL - Contratos Empresariais. Compra e Venda Mercantil. Mandato. Comissão. Representação Comercial Autônoma (Agência). Corretagem. Transporte. Concessão de Venda. Franquia (Franchising)	205
INTERNACIONAL PÚBLICO: Imunidade de Jurisdição e de Execução do Estado e organizações internacionais.	251
INTERNACIONAL PRIVADO: Convenções Internacionais em matéria de restituição de crianças ao país de residência habitual.	255
PROCESSO CIVIL. Provas. Audiências. Conciliação, Instrução e Julgamento.	259
PROCESSO PENAL: Os recursos em geral. Apelação. Recurso em sentido estrito. Protesto por novo júri. Embargos. Carta testcmunhável. Reclamação. Recurso Especial. Recurso Extraordinário. Agravo em Execução Penal. Os processos nos Tribunais. Habeas corpus. Mandado de segurança em matéria penal. Revisão criminal.	276
AMBIENTAL - Biodiversidade. Principais instrumentos de proteção internacional. Acesso. Política nacional. Proteção jurídica do conhecimento tradicional associado.	327
DIREITOS HUMANOS: Os direitos humanos no ordenamento jurídico brasileiro. Vulnerabilidades e minorias.	339
ECONÔMICO - Atuação Estatal na economia em regime de monopólio. Abuso do poder econômico: Repressão. Processo e procedimentos administrativos. Lei Antitruste. CADE.	368
Princípios Institucionais da Magistratura: Da disciplina judiciária.	388
CONSTITUCIONAL: Organização Constitucional do Estado Brasileiro. Federação. Componentes do Estado Federal. Repartição de Competências. Intervenção Federal. Administração Pública.
Glossário – Marcos Góes
	ADI Interventiva
	 A ação direta de inconstitucionalidade interventiva possui dupla finalidade, pois pretende, juridicamente, a declaração de inconstitucionalidade formal e material de lei ou ato normativo estadual, e politicamente, a decretação de intervenção federal no Estado-membro ou Distrito Federal exercendo um controle direto, para fins concretos. 
 Tem fundamento no art. 36, III, da CF - A ADI Interventiva tem lugar nas hipóteses em que a decretação da intervenção depende de provimento do STF mediante representação do PGR: 1) violação aos princípios constitucionais sensíveis e 2) no caso de recusa à execução de lei federal. 
 No âmbito estadual, PGJ representa ao TJ em face da Constituição Estadual (nas mesmas hipóteses previstas na CF). Da decisão na Representação de Inconstitucionalidade Interventiva cabe Recurso Extraordinário.
 Transitando em julgado, o presidente do STF requisitará a execução da decisão, que será imposta pelo Presidente da República, mediante Decreto presidencial, sem a necessidade de apreciação do Congresso Nacional (nos outros casos de intervenção, há necessidade de apreciação pelo Congresso – só não depende da manifestação do CN/Assembléia Legislativa na ADI Interventiva e na Representação de Inconstitucionalidade Interventiva). 
 O decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. Se não bastar, suspende a execução do ato e nomeia interventor.
	Bicameralismo
	Bicameralismo é uma característica da Federação, pois é necessária a instalação de um órgão representativo dos Estados, todavia, não apenas nas Federações ele está presente (na sua origem Inglesa, os órgãos eram de representação de classes [câmara dos Lords e câmara dos Comuns] e não de representação do povo e dos estados). Tem sua essência na existência de uma câmara iniciadora e uma câmara revisora. Espécies de Bicameralismo:
 1º - bicameralismo aristocrático – na Inglaterra. Duas casas (Casa Baixa, representante do povo, e Casa Alta, representante dos nobres), divididas conforme a divisão social. Existem diferenças no exercício do poder, hierarquia entre as casas.
 2º - bicameralismo federativo – no Brasil. Em razão da forma de estado federativa. Senado (representantes dos Estados e do DF) e a Câmara (representante do povo). O bicameralismo brasileiro é de equilíbrio, igualitário.
	Cesarismo Governamental
	O Cesarismo define um sistema de governo centrado na autoridade suprema de um chefe e na crença em sua capacidade pessoal, à qual são atribuídos traços heróicos. Cesarismo Governamental foi expressão utilizada pelo STF para se referir ao excesso de Medidas Provisórias, que estabelece uma supremacia do poder executivo, acumulando funções.
	Conselho de Defesa Nacional
	Órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático. Suas opiniões não são vinculantes. Regulado pela Lei 8183.
	Conselho de Defesa Nacional - Competência
	I - Opinar em questões de Defesa Externa (declaração de guerra e celebração da paz, garantia da independência nacional, critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional);
II - Opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III - Defesa do Estado Democrático;
IV - Preservação e a exploração dos recursos naturais.
	Conselho da República
	Órgão superior de consulta do Presidente da República. Suas opiniões não são vinculantes. Regulado pela Lei 8041.
	Conselho da República - Competência
	Pronunciar-se sobre:
 I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
 II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
	Constitucionalismo Cooperativo
	 Visão de implementação dos direitos através da cooperação entre os entes estabelecida por força da própria constituição. Uma nova vertente defende a inclusão dos Diálogos Constitucionais ou Institucionais como modelo de Constitucionalismo Cooperativo (ou seja, diálogo entre os poderes, além do diálogo entre os entes políticos da federação). 
 Também há pensamentos em relação à perspectiva transnacional do constitucionalismo cooperativo. Peter Haberle entende que a interdependência econômica dos Estados constitucionais, juntamente com o papel dos direitos humanos e fundamentais para o processo de conformação do Estado devem apontar para um enfraquecimento dos limites entre o interno e o externo, gerando uma principiologia de prevalência do direito comunitário sobre o direito interno, gerando a cooperação internacional amistosa como princípio vetor das relações entre os Estados Nacionais (enfraquecimento da noção de nacional e estrangeiro).
	Estabilização Constitucional - Acepções
	1) Elemento de estabilização constitucional é toda e qualquer norma que versar sobre conflitos constitucionais. Há dois grandes exemplo: controle de constitucionalidade e intervenção federal.
2) Atributo das Constituições Analíticas, onde normas não constitucionais compõem o texto constitucional formalpara adquirirem estabilidade.
	Estado
	É sociedade politicamente organizada (República Federativa do Brasil). O conceito se diferencia do conceito de país (que é o componente espacial de um Estado).
	Estado (Elementos Constitutivos)
	1) Povo - conjunto de indivíduos que se vincula juridicamente ao Estado, de forma estável, o que não ocorre com estrangeiros e apátridas. É diferente da população, que tem sentido demográfico, quantitativo, agregando todos aqueles que se encontrem sob sua jurisdição territorial, sejam eles estrangeiros, nacionais ou apátridas, sem necessidade de vínculo jurídico do indivíduo com o poder estatal.
2) Território - base física ou geográfica de um determinado Estado.
3) Soberania - é o poder político, supremo e independente.
Obs.: Alguns doutrinadores incluem o Objetivo como quarto elemento.
	Estado (Formas de Estado)
	A forma de Estado determina o modo de exercício do poder político em função do território. São Formas de Estado:
 1. Unitário (Centralizados ou puros/Descentralizado): possui apenas uma esfera de poder legislativo, executivo e judiciário. 
 1.1. Unitário Simples - não dividido em regiões administrativas desconcentradas ou descentralizadas.
 1.2. Unitário Desconcetrado - divisão do território do Estado em diversas regiões, sendo criados órgãos territoriais desconcentrados que não têm personalidade jurídica própria, logo, não têm autonomia, não podendo tomar decisões sem o Poder central. Em geral, encontramos quatro níveis administrativos: departamentos ou províncias, comunas ou municipalidades e arrondissements ou regionais.
 1.3. Unitário Descentralizado – confere aos entes territoriais descentralizados personalidade jurídica própria, transferindo competências administrativas por lei.
 2. Estado Federado: os entes descentralizados detêm, além de competências administrativas e legislativas ordinárias, também competências legislativas constitucionais, o que significa que os Estados membros elaboram suas Constituições e as promulgam, sem que seja possível ou necessária a intervenção do parlamento nacional para aprovar esta Constituição estadual. Não há hierarquia entre Estados membros e União
 3. Estado Confederado: a confederação é uma associação de Estados soberanos, usualmente criada por meio de tratados, que pode eventualmente adotar uma constituição comum. A principal distinção entre uma confederação e uma federação é que, na Confederação, os Estados constituintes não abandonam a sua soberania, enquanto que, na Federação, a soberania é transferida para o estado federal
 4. Estado Autonômico: assemelha-se ao Estado Regional no que diz respeito ao grau de descentralização de competências administrativas e legislativas ordinárias, mas tem características próprias: I) a iniciativa de estabelecimento de regiões autônomas parte de baixo para cima, sendo que as províncias devem unir-se, formando uma região e, através de uma assembléia, elaborar seu estatuto de autonomia; II) o estatuto de autonomia pode ou não incorporar todas as competências destinadas às regiões pela Constituição, o que significa que as competências que não forem assumidas pela região serão assumidas pelo Estado nacional; III) Uma vez elaborado o estatuto, este deve ser aprovado pelas Cortes Gerais e só pode ser revisto de tempos em tempos.
 5. Estado Associado: É o sócio menor em uma relação formal, livre entre um território político com um certo grau de soberania e uma nação (geralmente maior). Há uma relação de Protetorado: uma certa soberania do Estado maior sobre o território do Estado associado especialmente no que se refere às relações exteriores. Os detalhes de tal “livre associação” contêm-se em um Tratado de Livre Associação e são específicos aos países implicados. Todos os estados associados livres são independentes ou têm o direito do potencial à independência.
Obs.1: Federalismo Centrípeto (ou por agregação): dirige-se ao centro, deslocando poderes gradativamente para o poder central. Geralmente observado em Estados que começaram como Confederação e migraram para a Federação.
Obs.2: Federalismo Centrífugo (ou por segregação): deslocamento de poderes em relação aos entes federativos de menor tamanho, num processo de descentralização.
Obs.3: O Brasil é inovador ao estabelecer o federalismo de 3 níveis.
	Estado Democrático de Direito
	Características do Estado de Direito: i) império da lei; ii) divisão de poderes; iii) direitos individuais.
Característica do Estado Democrático: participação popular na elaboração legislativa. (confere maior peso à análise da legitimidade, inclusive mediante o controle com base na razoabilidade)
Atualmente, a democracia é caracterizada pelo respeito da vontade da maioria, desde que esta vontade respeite a existência das minorias. 
	Federação (Características)
	1) Descentralização Político-Administrativa (Modelo Tricotômico - para a maioria, Municípios são entes federados).
2) Indissolubilidade (diferencia federação da confederação)
3) Existência de um órgão para a manifestação dos Estados (Senado)
4) Constituição Rígida (possibilita a divisão constitucional de competências com maior estabilidade)
5) Existência de Constituições Estaduais (e leis orgânicas municipais) - poder de auto-organização
6) Autonomia financeira, administrativa e política dos entes federados
7) Inexistência de hierarquia entre os entes
	Federalismo de Cooperação
	 A CF88 manifesta um Federalismo de Cooperação quando determina competência administrativa comum e legislativa concorrente aos entes federados (o art. 23 pu que trata da competência comum de U, E, DF e M explicitamente afirma que caberá à LC fixar normas de cooperação entre os entes). Há entendimento no sentido que a competência administrativa é naturalmente uma projeção da própria competência legislativa e, por decorrência, o STF tem entendimento segundo o qual a competência privativa se sobrepõe à competência concorrente, e esta, por sua vez, à comum. 
 Outras manifestações: a CF incumbiu ao Senado a avaliação de operações de crédito e orçamento entre os entes da Federação e as operações externas de crédito de interesse destes (baseia-se na idéia de que somente a União é pessoa política apta a representar a República Federativa do Brasil, firmando acordos internacionais). O Senado também fixa os limites globais de despesa pública da União, Estados, D.F. e Municípios.
	Garantias Institucionais
	Surgem com assento na 2a Geração de Direitos Fundamentais, visando proteger certas instituições que operam objetivando a garantia dos próprios Direitos Fundamentais.
	Gestão (Formas)
	 A) Administração Patrimonialista – modelo de administração pública no qual as coisas do administrador se confundem com as coisas reconhecidas como públicas.
 B) Administração Burocrática ou Weberiana [Max Weber] - modelo de administração baseado na existência de controles prévios e formais, separando o patrimônio público dos interesses do administrador, através da criação de uma burocracia profissional, com base na meritocracia, que vela pela preservação desse patrimônio. 
 C) Administração Gerencial - preocupação com a busca de resultados por meio da adoção de práticas empresariais (controle posterior e voltado para resultados). Prima por parcerias com a iniciativa privada.
	Governo
	 Formas ou Regimes de Governo (divisão mais comum): Monarquia e República.
 Formas ou Regimes de Governo (classificação pela quantidade de governantes - Bodin): Monarquia, Aristocracia e Democracia (cujas formas impuras são: Tirania [corrupção da Monarquia], Oligarquia [corrupção da Aristocracia], Demagogia [corrupção da Democracia])
 Outras Formas ou Regimes de Governo: Despotismo (incapacidade de reação da população), Ditadura (governante reconhecido pela população como opressor), Plutocracia (governo de pessoas ricas), Teocracia (orientados por valores exclusivos de uma religião), Tirania (poder ilimitado, mas o chefe não perdeu de vista que deveria estar representado a vontade do povo).
 Sistemasde Governo: 1)Presidencialismo, 2)Parlamentarismo, 3)Absolutismo e 4)Constitucionalismo (ver item Presidencialismo x Parlamentarismo) - O regime ou sistema de governo não é uma cláusula pétrea. Já houve consulta popular sobre tal regime, mantendo-se o presidencialismo. É possível uma proposta de Emenda a Constituição para uma nova consulta popular a cerca do sistema de governo.
 Anarquia = ausência de Governo.
	Intervenção
	Feita pela União nos Estados ou pelos Estados nos Municípios através de Decreto de Intervenção do Chefe do Executivo que será submetido ao Congresso ou a Assembléia Legislativa. A intervenção federal é a antítese da autonomia e só se justifica nas 7 hipóteses do artigo 34 (rol taxativo): 
 1) integridade nacional, invasão estrangeira ou de uma unidade da federação em outra; 
 2) grave comprometimento da ordem pública; 
 3) garantir livre exercício dos poderes; 
 4) Prover a execução de lei federal e decisão judicial; 
 5) Reorganizar finanças (nos casos de não pagamento de precatório ou deixar de repassar verbas fixadas na CF); 
 6) Garantir observância de princípios (princípios constitucinais sensíveis) como: 1) Dignidade da PH, 2) regime democrático e sistema representativo, 3) forma republicana, 4) prestação de contas, 5) aplicação do mínimo pela CF em ensino e saúde. 
A Intervenção é provocada mediante: 
 1) Requisição do STF quando houver coação do Poder Judiciário ou no caso de desobediência a ordem judicial; 
 2) Solicitação do Legislativo ou Executivo coacto; 
 3) Provimento pelo STF de Representação do PGR no caso da inobservância dos princípios constitucionais sensíveis ou recusa à execução de lei federal (caso de ADI Interventiva).
Exceto no caso em que haja requisição do presidente do STF (que deriva da procedência da ADI Interventiva), deve haver apreciação (em 24 h) do Decreto Interventivo pelo Congresso Nacional ou Assembléia Legislativa. No âmbito Estadual, PGJ representa ao TJ.
 O decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. Se não bastar, suspende a execução do ato e nomeia interventor.
	Medida Provisória
	Medida provisória é um instrumento típico de estado parlamentarista. A existência no sistema presidencialista tem razão histórica: A constituinte de 1988 iniciou-se em fevereiro de 87 e os trabalhos até julho de 87 caminhavam para um estado parlamentarista. Depois, houve uma mudança na constituinte para um estado presidencialista.
	Nação
	Nação tem um conceito sociológico, significa um conjunto de pessoas ligadas pela mesma origem, pela mesma história, pela mesma língua, pela mesma religião (possuem a mesma identidade cultural).
	Ordem Pública
	É um conceito jurídico aberto, que nos modernos diplomas internacionais tem sido definido como o conjunto de princípios fundamentais que individualizam um determinado ordenamento jurídico, servindo para delimitar a identidade jurídica de um povo. 
	Pátria
	Não é um conceito jurídico. É um conceito de carga emocional e sentimental: "Pátria que amamos" (a CF menciona pátria no art. 142).
	Poderes
	Significados do termo Poder na CF:
 1) Soberania popular (art. 1 pu)
 2) Órgãos da União (art. 2 - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário).
 3) Função (art. 44 - O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional; art. 76 - O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado; Art. 92 - São órgãos do Poder Judiciário)
Obs: O artigo 2º não adota a divisão “tripartite de poder”, pois o poder é uno. A SOBERANIA POPULAR PERTENCE AO POVO É UNA E INDIVISÍVEL. Os órgãos exercem parcela do poder.
	Presidencialismo x Parlamentarismo
	 Presidencialismo: 1) Poder Executivo exercido por uma autoridade (acumula Chefia de Estado e Chefia de Governo); 2) O Executivo é independente do Legislativo (fica mais nítida a separação das funções estatais - Mandado do Presidente é cumprido sem maior ingerência do Legislativo); 3) Mandato é Fixo.
 Parlamentarismo: 1) Poder Executivo exercido por mais de uma autoridade; 2) O Executivo depende do Legislativo (Primeiro Ministro eleito pelo Parlamento e tem de manter o apoio da maioria); 3) Mandato não é fixo (mandato por tempo indeterminado - até que o Parlamento decida trocar o Primeiro Ministro); 3) Pode dividir-se em Monárquico e Republicano;
 Obs.: O Brasil foi parlamentarista entre setembro/61 e fevereiro/63.
 Obs. Art. 49 X - "fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;" - a Fiscalização caracteriza sistema de freios e contrapesos hipótese que se coaduna com o Presidencialismo, já o controle direito do executivo pelo legislativo tem ligação com o parlamentarismo. O dispositivo se apresenta como a manifestação da influência do parlamentarismo. 
	P. Constitucionais Estabelecidos
	Também chamados de Princípios Organizatórios, limitam a autonomia organizatória do Estado (ex: 1, 18 e 19 CF)
	P. Constitucionais Extensíveis
	Regras de organização que a Constituição estendeu aos Estados-membros (ex: 59 CF - processo legislativo, 37 CF - Administração Pública).
	P. Constitucionais Sensíveis
	São aqueles cuja inobservância desencadeia a intervenção federal nos Estados componentes da federação (34 VII CF): 1) Dignidade da PH, 2) regime democrático e sistema representativo, 3) forma republicana, 4) prestação de contas, 5) aplicação do mínimo pela CF em ensino e saúde. 
 Obs.: Não apenas os P. Constitucionais Sensíveis acarretam intervenção (há outros motivos).
	P. Federativo
	Os Estados-membros da Federação Brasileira e os Municípios têm autonomia, caracterizada por um determinado grau de liberdade, referente à sua organização, à sua administração e ao seu governo, e limitada por certos princípios, consagrados pela Constituição Federal. (ver item Federação)
	P. Proporcionalidade x P. Razoabilidade
	 São considerados princípios constitucionais implícitos que se exteriorizam no texto constitucional em outros princípios como o da isonomia e do devido processo legal. 
 Nascido na esfera do Direito Administrativo, o princípio da proporcionalidade foi tido como regra sobre o uso do poder de polícia, desenvolvido como uma evolução do princípio da legalidade. 
 Para os que difenciam os dois princípios, o P. da Proporcionalidade (matriz alemã) estaria ligado a técnicas de interpretação, enquanto o P. da Razoabilidade (matriz americana) encontra-se ligado à decisão justa e razoável na aplicação do Direito (devido processo legal substantivo). 
 A aplicação do Proporcionalidade é vista como um avanço na jurisdição constitucional, pois o princípio passa a ser utilizado como parâmetro para aferição da constitucionalidade. Para Alexy, o P. da Proporcionalidade se divide em Adequação (a restrição deve ser adequada para que se alcance o resultado colimado), Necessidade (ou meio mais benigno, com a menor dose possível de restrição aos direitos) e Proporcionalidade em Sentido Estrito (ponderação na relação custo-benefício entre a limitação e o resultado que dela advém).
	P. Republicano
	É princípio relacionado à forma de governo adotada no Brasil. República significa governo de muitos. O chamado princípio republicano, estampado no caput do Art. 1º da CF/88, traz consigo as seguintes características: 1) Res Publicae (a titularidade do patrimônio estatal é do povo); 2) Responsabilidade (o governante, como gestor do patrimônio estatal, deve ser responsabilizado por esta gestão); 3) Eletividade; 4) Temporariedade dos cargos públicos políticos e periodicidade nas eleições; 5) Legalidade (a lei atua como elemento limitador da atuação); 6) Controle (há instrumentos de controle da gestão da coisa pública). 
Obs.1: A forma de governo [República] não é cláusula pétrea expressa (apenas a forma de Estado [Federado] é cláusula pétrea), mas há entendimentos doutrinários edo próprio STF de que o Princípio Republicano é cláusula pétrea implícita.
Obs.2: A forma Republicana é princípio constitucional sensível.
	P. da Reserva do Impossível (ADI 2240) 
	Impossibilidade de se anular situação fática decorrente de decisão política de caráter institucional sem que ocorra uma agressão ao princípio federativo (invocado no caso de criação de município com inobservância da norma constitucional). É muito similar à T. do Fato Consumado e não se confunde com a reserva do possível (atuação estatal condicionada à existência de recursos públicos disponíveis).
	P. da Responsabilidade
	Preconizado por Peter Häberle identifica-se com um modelo proposto por H. Jonas, segundo o qual o cidadão do hoje deve trabalhar de tal modo que as conseqüências de suas ações sejam compatíveis com uma futura existência humana minimamente digna. 
Nos regimes democráticos não existe governante irresponsável (ex: o Presidente da República pode cometer crimes de responsabilidade e crimes comuns).
	Soberania
	É o poder político, supremo e independente. CF, no art. 1º, trata da soberania popular e da soberania nacional. Para alguns, o Estado Constitucional Cooperativo relativiza a soberania, em razão de não configurar um estado voltado para si, mas um estado que se disponibiliza como referencia para outros estados membros de uma comunidade internacional. Alguns princípios no artigo 4º regem este estado constitucional cooperativo na ordem internacional, como membro de uma comunidade internacional.
	T. dos Poderes Estatais
	Associada à evolução da separação dos poderes no tempo. Vai do absolutismo, passando pelas revoluções burguesas do Século XVIII (rígida separação de poderes), sob a influência do pensamento de Montesquieu, até chegarmos ao período do pós-guerras do Século XX.
1. Organização Constitucional do Estado Brasileiro
FEDERAÇÃO
Material Marcos Góes
	Doutrina
	Poul Erik
	Organização do Estado
	Federação - modalidade de Estado composto por superposição de duas, ou mais ordens jurídicas, coordenadas por um processo de repartição de competências, determinada pela Constituição Federal, na qual os entes federados participam por um critério de representação na formação de vontade nacional.
	STF Pleno
	577
	Organização do Estado
	O art. 51 I CF (Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;) não está em harmonia com a organização do Poder Legislativo dos Estados, posto que esse preceito versa sobre a instauração de processo no Senado Federal nos casos de crime de responsabilidade. (Achei uma visão muito difícil de entender diante do que diz o art. 86 CRFB: Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.)
	STF Pleno
	591
	Organização do Estado
	Entendido como constitucional o dispositivo de lei de Estado-membro sobre o Programa Estadual de Desestatização que vedava a participação de empresa estatal de outros entes federados na aquisição de ações da companhia a ser privatizada. Entendeu-se que a norma impugnada estaria a preservar a harmonia federativa e a autonomia do Estado-membro.
	FORMA DE ESTADO
	FORMA DE GOVERNO – quem exerce o poder e como exerce
	SISTEMA DE GOVERNO – relação entre Executivo e Legislativo
	ESTADO UNITÁRIO
	ESTADO FEDERADO
	MONARQUIA
	REPÚBLICA
	PRESIDENCIALISMO
	PARLAMENTARISMO
Observação: REGIMES DE GOVERNO (modo efetivo que se exerce o poder) – Autoritário (poder baseado na força) / Democrático (poder baseado no consentimento).
· Formas de Governo 
maneira pela qual o poder é exercido dentro de um determinado território
	a)MONARQUIA – governo de apenas um.
-características: 
hereditariedade
vitaliciedade
irresponsabilidade [o rei não erra]
	b)REPÚBLICA – governo de todos
-características:
eletividade
temporariedade/periodicidade
responsabilidade.
a) REPÚBLICA = governo de muitos.
A forma de governo [REPÚBLICA] não é clausula pétrea expressa. O que é clausula pétrea é a forma de estado [art. 60, § 4º, I, CF] – forma federativa de Estado.
 Há quem entenda que, após o plebiscito, a forma de governo deve ser entendida como cláusula pétrea implícita.
O STF já se manifestou que o princípio republicano deve ser considerado como sendo cláusula pétrea, não seria possível deixar de responsabilizar as autoridade, nem abolir os instrumento de combate a impunidade.
A forma republicana é um princípio constitucional sensível [art. 34, VII, a, CF]
-características:
i) res publicae: reconhecimento de que a titularidade do patrimônio estatal é do povo e não do governante que está no poder.
Junto com o reconhecimento da noção de coisa pública surge a necessidade de se criar uma nova forma de gestão administrativa. A ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIALISTA, característica das monarquias, é incompatível com a noção de coisa pública. 
ii) temporariedade/periodicidade: governante é escolhido para exercer o poder dentro de um determinado lapso temporal. 
iii) eletividade: os governantes são eleitos e o critério de escolha é o mérito de cada um dos concorrentes
iv) limitação por meio da lei: a atuação do governo somente poderá ocorrer dentro dos limites legalmente estabelecidos.
v) responsabilidade: uma vez que o governante está gerindo a coisa pública ele deve se responsabilizar por essa gestão.
vi) controle: existência de instrumentos que possibilitem o controle da gestão da coisa pública.
-formas de gestão da coisa pública:
a) ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIALISTA: modelo de administração pública no qual as coisas do administrador se confundem com as coisas reconhecidas como públicas. Exemplo de práticas patrimonialistas: utilização de veículo público, nepotismo.
b)ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA OU WEBERIANA – [MAX WEBER]: modelo de administração baseado na existência de controles prévios e formais. Separa o PATRIMÔNIO PÚBLICO dos INTERESSES DO ADMINISTRADOR e cria uma BUROCRACIA PROFISSIONAL, com base na MERITOCRACIA, que vela pela preservação desse patrimônio (OBJETIVO É LIMITAR A ATUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PARA EVITAR A INDEVIDA DISPOSIÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO).
Modelo marcado pela existência de uma burocracia, de um corpo de funcionários, estabelecidos EM FUNÇÃO DO MÉRITO, que deve tratar DE FORMA IMPESSOAL o PATRIMÔNIO PÚBLICO
c) ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL: modelo de ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA que se baseia na filosofia da iniciativa privada no serviço público. Preocupação com a BUSCA DE RESULTADOS por MEIO da ADOÇÃO de PRÁTICAS EMPRESARIAIS.
Controle existente deve ser POSTERIOR e voltado para os RESULTADOS pretendidos. 
FORMAS DE GOVERNO APONTADAS POR ARISTÓTELES:
	-formas de governo puras:
a)MONARQUIA – governo de um.
b)ARISTOCRACIA – governo de poucos.
c)DEMOCRACIA –governo de muitos.
	-formas de governo impuras:
a)TIRANIA – é a monarquia corrompida/viciada.
b)OLIGARQUIA – é a aristocracia corrompida/viciada.
c)DEMAGOGIA – é a democracia corrompida/viciada.
Explicação para a corrupção no brasil
Entrevista com a psicóloga social Sandra Jovchelovitch: “Há simetria entre o comportamento da população e o dos políticos” – Folha de São Paulo – 17/12/2009.
“Então casos como a fraude no concurso do Instituto de Criminalística ou o esquema de corrupção de que é acusada a construtora Camargo Corrêa são todos produtos de um só ‘mal de origem’? É o mesmo sentido de apropriação de um espaço ou de uma coisa comum para avançar interesses particulares. A gente encontra esse comportamento em praticamente em todos os setores da vida nacional. Sei que isso não é muito politicamente correto de dizer, mas existe uma simetria no comportamento que nós encontramos no cotidiano da população com o comportamento que encontramos na política. Essa simetria se fundamenta na interpretação do espaço público como um espaço de ninguém, ou simplesmente do ‘outro’[conceito desenvolvido pelo crítico literário Edward Said no livro ‘Orientalismo’]. A própria política, como arena pública, se torna um espaço para o exercício do interesse público privado. E, com a esfera pública é desvalorizada, o ato de corromper se torna mais fácil.”
“Episódios recorrentes de corrupção têm gerado pouca reação na sociedade brasileira. Por quê? No Brasil, em geral, há uma reafirmação de um fatalismo: ‘a política é assim’, ‘esses caras não têm jeito’, ‘quem pode faz mesmo’. Seria um pouco pesado dizer, mas existe uma disseminação de um certo comportamento corrupto na sociedade brasileira. É o sujeito que suborna o policial para não levar uma multa, que compra a carteira de motorista, que pede favor pessoal ao vereador, que sonega impostos. Existe uma simetria entre a rua e a política. A relação com a coisa pública não é só dos políticos, ela é nossa. Está tanto nos microespaços do cotidiano como nos macroespaços institucionais brasileiros.”
“Onde entra a questão da confiança nessa simetria? É muito mais fácil no Brasil você confiar num vizinho do que em qualquer instituição ou membro do poder público. Quando a confiança se estabelece entre o cidadão e o político, ela se dá por meio de relações clientelistas, não institucionais. Isso porque as relações pessoais funcionam. O político só se torna alguém de confiança quando ele me faz um favor pessoal. Quem me representa politicamente nas instâncias do poder, neste eu não confio.” 
· Formas de Estado
O Princípio Federativo [art. 1º, CF] é cláusula pétrea [art. 60, § 4º, I, CF – forma federativa de Estado]
Possibilidade de alteração da Federação - STF - Os Min. entendem que há vários modelos de federação, podendo modificar muitos pontos do modelo federativo adotado pelo Brasil sem que ofenda a federação. Para que a mudança seja ofensiva ao princípio federativo, deve atacar características gerais da Federação.
Há as seguintes formas de Estado:
a)UNITÁRIO - tem APENAS UMA FONTE DE PODER POLÍTICO incidindo no território (possui apenas uma esfera de poder legislativo, executivo e judiciário).
i)UNITÁRIO SIMPLES - não dividido em REGIÕES ADMINISTRATIVAS DESCONCENTRADAS ou DESCENTRALIZADAS.
ii)UNITÁRIO DESCONCETRADO - divisão do TERRITÓRIO do Estado em DIVERSAS REGIÕES, sendo criados ÓRGÃOS TERRITORIAIS DESCONCENTRADOS que não têm PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA, logo, não têm AUTONOMIA, não podendo TOMAR DECISÕES SEM O PODER CENTRAL. Em geral, encontramos QUATRO NÍVEIS ADMINISTRATIVOS: DEPARTAMENTOS OU PROVÍNCIAS, COMUNAS OU MUNICIPALIDADES e ARRONDISSEMENTS ou REGIONAIS.
iii)UNITÁRIO DESCENTRALIZADO – confere aos ENTES TERRITORIAIS DESCENTRALIZADOS PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA, transferindo COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS por lei.
b)FEDERADO - aquele que tem MAIS DE UMA FONTE DE PODER POLÍTICO incidindo no território. Os ENTES DESCENTRALIZADOS detêm, além de COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS e LEGISLATIVAS ordinárias, também COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS CONSTITUCIONAIS, o que significa que os ESTADOS MEMBROS elaboram suas CONSTITUIÇÕES e as promulgam, sem que seja POSSÍVEL ou NECESSÁRIA a INTERVENÇÃO DO PARLAMENTO NACIONAL para aprovar esta Constituição estadual. NÃO HÁ HIERARQUIA entre Estados membros e União.
Há uma fonte central de poder que incide em todo o espaço geográfico, mas convive com outras fontes de poder que não atinge todo território, apenas parcela desse território: 
FONTE CENTRAL - União Federal. A lei é uniforme em todo território nacional;
FONTES REGIONAIS - Estados-membros. As leis se modificam ao longo do território nacional;
FONTES LOCAIS - Municípios. Somente o Brasil possui esta definição política considerando o Município como fonte de poder.
c) ESTADO CONFEDERADO - a confederação é uma ASSOCIAÇÃO DE ESTADOS SOBERANOS, usualmente criada por meio de TRATADOS, que pode eventualmente adotar uma CONSTITUIÇÃO COMUM. A principal distinção entre uma CONFEDERAÇÃO e uma FEDERAÇÃO é que, NA CONFEDERAÇÃO, os ESTADOS CONSTITUINTES NÃO ABANDONAM A SUA SOBERANIA, enquanto que, na FEDERAÇÃO, a SOBERANIA É TRANSFERIDA PARA O ESTADO FEDERAL.
d) ESTADO AUTONÔMICO - assemelha-se ao ESTADO REGIONAL NO QUE DIZ RESPEITO ao grau de descentralização de competências ADMINISTRATIVAS e LEGISLATIVAS ordinárias, mas tem CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS: 
I) a INICIATIVA DE ESTABELECIMENTO de regiões autônomas PARTE DE BAIXO PARA CIMA, sendo que as PROVÍNCIAS DEVEM UNIR-SE, formando uma região e, através de uma assembléia, elaborar seu estatuto de autonomia; 
II) o ESTATUTO DE AUTONOMIA pode ou não incorporar todas as competências destinadas às regiões pela Constituição, o que significa que as COMPETÊNCIAS QUE NÃO FOREM ASSUMIDAS PELA REGIÃO SERÃO ASSUMIDAS PELO ESTADO NACIONAL; 
III) Uma vez elaborado o estatuto, este deve ser aprovado pelas Cortes Gerais e só pode ser revisto de tempos em tempos.
e) ESTADO ASSOCIADO – é o SÓCIO MENOR em uma RELAÇÃO FORMAL, livre entre um TERRITÓRIO POLÍTICO COM UM CERTO GRAU DE SOBERANIA e UMA NAÇÃO (geralmente maior). Há uma RELAÇÃO DE PROTETORADO: uma CERTA SOBERANIA do ESTADO MAIOR sobre o TERRITÓRIO DO ESTADO ASSOCIADO especialmente no que se refere às relações exteriores. Os detalhes de tal “LIVRE ASSOCIAÇÃO” contêm-se em um TRATADO DE LIVRE ASSOCIAÇÃO e são específicos aos países implicados. Todos os ESTADOS ASSOCIADOS livres são INDEPENDENTES ou têm o DIREITO DO POTENCIAL À INDEPENDÊNCIA.
Outras Classificações relacionadas à Federação:
- CRITÉRIOS: 
I) quanto à forma de surgimento
a) federação por agregação:Estados independentes e soberanos se unem cedendo parcela de sua soberania = movimento centrípeto
precedente histórico: EUA.
b) federação por segregação:um Estado unitário se divide em várias unidades com capacidade políticas autônomas = movimento centrífugo precedente histórico: Brasil [entes-federados não possuirão soberania, mas autonomia]. 
II) quanto à sistematização da divisão de competência entre os entes federados
a) federação assimétrica ou heterogênea: maior grau de liberdade de estruturação dos entes federados, que não necessariamente deverão reproduzir as regras existentes para a União. Geralmente a federação por agregação é assimétrica.
b) federação simétrica ou homogênea: menor grau de liberdade de estruturação dos entes federados, que devem reproduzir (de forma simétrica) muitas das regras existentes para a União.
Busca garantir a existência de simetria na repartição de competência. Geralmente a federação por segregação é simétrica. A simetria pode ser de fato ou de direito (normas centrais da Constituição – [art. 25, CF – “(...) observados os princípios desta Constituição.”]).
III) RELAÇÃO ENTRE OS ENTES FEDERADOS
a) DUAL: REPARTIÇÃO HORIZONTAL DE COMPETÊNCIA entre União e Estados.-clássico modelo norte-americano.
b) INTEGRATIVO: relação de SUBORDINAÇÃO entre a União e os Estados.
c) COOPERATIVO: relação de COORDENAÇÃO entre a União e os Estados. É aquele no qual, apesar de haver competências próprias de cada ente federativo, há a cooperação entre os entes federativos para o desenvolvimento de suas atividades (ex: repartição das receitas tributárias). O Brasil é uma Federação cooperativa, pois um dos objetivos da República Federativa do Brasil é diminuir as desigualdades regionais (art. 3°, inciso III).
observação: Federação centrípeta x federação centrífuga
Terminologia: Centrípeta – É a força física que direciona os corpos no sentido do centro (força convergente) / Centrífuga – É a força física que direciona os corpos no sentido oposto ao do centro (força divergente).
IV) FORMAÇÃO HISTÓRICA DO PODER
Federação centrípeta – EUA. Do ponto de vista histórico o EUA partiram da premissa dos Estados soberanos, convergindo para um centro de poder, formando a Federação, ou seja, seu movimento é de fora para dentro (centralização do poder);
Federação centrífuga – Brasil. Partiu da premissa de Estado unitário, conferindo autonomia para os entes federativos, ou seja, seu movimento foi de dentro para fora (descentralização do poder).
V) CONCENTRAÇÃO DO PODER
Federação centrípeta – Brasil. O Estadobrasileiro em função do processo histórico de formação acumulou mais poder no ente central da federal;
Federação centrífuga – EUA. O Estado norte-americano, também pelo seu processo de formação histórica, concentrou maior quantidade de poder político na periferia em detrimento do órgão central.
· Descentralização Político-Administrativa
a) Formação clássica – Dual ou federalismo dúplice. O poder é dividido entre duas entidades federadas:
I- União – Detentora de soberania;
II- Estados – Detentores de autonomia.
b) Formação moderna – Federalismo tricotômico ou tríplice. De fato, não há tricotomia, mas partição quádrupla:
I- União;
II- Estados-membros;
III- Municípios;
IV- Distrito Federal.
Territórios – Não são considerados como entes da Federação, pois estão subordinados à União (não tem autonomia política, nem administrativa);
Municípios - Discussão doutrinária:
José Afonso - Não considera os Municípios como ente da federação, pois não têm representação Senado, portanto, não participam da formação da vontade nacional. Se utiliza de vários exemplos para definir que a CF quando se refere a entes federados, se refere aos Estados e União;
STF - Entende que os Municípios são entidades federadas em função das suas competências. Argumentos:
Artigo 1° - A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos, Estados, Municípios e Distrito Federal. Reconhece o Município como ente federativo;
Artigo 18 - O Município faz parte da organização político-administrativa, determinando autonomia aos Municípios.
· Características da Federação
	1) REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIAS
	2) AUTONOMIA FINANCEIRA DOS ESTADOS CONSTITUCIONALMENTE PREVISTA
	3) EXISTÊNCIA DE UMA CONSTITUIÇÃO RÍGIDA
 	4) INDISSOLUBILIDADE DO PACTO FEDERATIVO
	5) AUTO-ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS POR MEIO DE CONSTITUIÇÕES PRÓPRIAS
	6) AUTONOMIA RECÍPROCA ENTRE ESTADOS E UNIÃO 
	7) EXISTÊNCIA DE UM ÓRGÃO QUE MANIFESTA A VONTADE DOS MEMBROS DA FEDERAÇÃO (SENADO)
	8) EXISTÊNCIA DE UM ÓRGÃO PARA DIRIMIR CONFLITOS FEDERATIVOS (STF) 
	9) PREVISÃO DE MECANISMOS DE SEGURANÇA EM FACE DE AMEAÇAS
indissolubilidade do pacto federativo: é cláusula pétrea (art. 60, § 4º, I, CF), um dos fundamentos justificadores para a intervenção (art. 34, I, CF), constitui crime político a ser julgado pela Justiça Federal (art. 109, IV, CF c.c. art. 11, Lei 7.171/83).
é possível a existência de lei ilegal? Depende:
-competência concorrente: é possível a existência de lei ilegal quando a norma específica editada pelo Estado contrariar a norma geral editada pela União;
-nas demais hipóteses, a edição de lei que contrarie a competência legislativa constitucionalmente estabelecida não será hipótese de ilegalidade, mas de inconstitucionalidade. 
· Componentes do Estado Federal
processo de criação de estados-membros (etapas para criação de estado)
1)PLEBISCITO: população interessada se manifesta quanto a formação do novo Estado. Essa aprovação é CONDIÇÃO PRÉVIA, ESSENCIAL e PREJUDICIAL para o prosseguimento da criação.
2)PROPOSITURA DE PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR: sendo favorável o resultado do plebiscito, será proposto PROJETO DE LC perante qualquer das casas do CONGRESSO NACIONAL. [art. 4º, § 1º, Lei 9.709/98]
3)AUDIÊNCIA DAS ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS: a casa onde houver sido proposto o projeto de LC, deverá proceder a audiência das respectivas ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS [art. 4º, § 2º, Lei 9.709/98]. O parecer emitido não terá CARÁTER VINCULATIVO, ou seja, mesmo que seja desfavorável, poderá dar-se continuidade ao processo de formação de novos Estados [SITUAÇÃO CONTRÁRIA DO QUE OCORRE COM O RESULTADO DO PLEBISCITO].
4)APROVAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL: necessidade de aprovação do CN do projeto de LC proposto [QUÓRUM: MAIORIA ABSOLUTA].
Leitura da lei 9709/98, que disciplina uma das fases para o procedimento de desmembramento, incorporação e criação de Estado, que se faz por autorização do congresso, por lei complementar, bem como para a criação, incorporação e desmembramento de municípios. Esta lei estabelece as hipóteses de convocação de plebiscito. a) nos casos de subdivisão, desmembramento e anexação de Estados ou Territórios, depende-se de Lei Complementar Federal (Art. 18 § 3º, C.F.); b) na criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, nos termos da Lei nº 9.709/98, mas que ainda depende de promulgação de Lei Complementar Federal (Art. 18 § 4º c/c Lei nº 9709/98), estabelecendo os critérios de criação. A Lei 9709 só estabelece as hipóteses de consulta popular. A LC ainda não foi editada.
 	
veto pelo governador do projeto de lei que aprova a criação de município: alternativa apontada como correta pelo gabarito do concurso da Magistratura Federal do TRF1 (2009) trazia a seguinte redação: “A criação de municípios demanda, além de outros requisitos constitucionais, a edição de lei estadual que, mesmo após a respectiva aprovação por parte da assembleia legislativa, pode ser vetada pelo governador do estado.”
autonomia municipal para tratar da sucessão de prefeitos e vice-prefeito e o princípio da Simetria: STF tem entendimento de que a vocação sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito põem-se no âmbito da autonomia política local, em caso de dupla vacância. Nesse sentido, entendeu que a norma da constituição estadual que tratasse da matéria estaria ferindo a autonomia municipal.
a prestação de serviço de transporte dentro dos limites territoriais do Município é atribuição municipal, diferente do transporte intermunicial, que é atribuição estadual.
Município possui competência suplementar prevista no art. 30, II, CF.
2. Repartição de Competências
Material Marcos Góes
	STF Pleno
	526
	Competência Legislativa
	O STF declarou, incidenter tantum, a inconstitucionalidade formal da Lei paulista que previu a utilização de aparelho de videoconferência nos procedimentos judiciais destinados ao interrogatório e à audiência de presos, pelo fato do Estado-membro não estar autorizado a legislar sobre processo. Vencida Elen Gracie, afirmando que o estado de São Paulo não teria legislado sobre processo, e sim sobre procedimento (CF, art. 24, XI). (A jurisprudência hoje sobre a matéria: O interrogatório por videoconferência antes do advento da Lei 11.900/09 é nulo).
	STF Pleno
	526
	Competência Legislativa
	O Tribunal concedeu medida liminar em ação direta de inconstitucionalidade para suspender a eficácia, ex nunc, de norma estadual que condiciona a interposição de recurso inominado cível nos Juizados Especiais do Estado-membro ao recolhimento das custas judiciais e do depósito recursal. Entendeu-se que a norma impugnada, em princípio, usurpa a competência privativa da União para legislar sobre direito processual (CF, art. 22, I), bem como ofende as garantias do amplo acesso à jurisdição, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório (CF, art. 5º, LIV e LV).
	STF Pleno
	562
	Competência Legislativa
	A lei estadual que trata das eleições indiretas para Governador e Vice no caso de dupla vacância não tem conotação de lei eleitoral stricto sensu, assim, poderá o Estado-Membro legislar sobre a matéria.
	STF Pleno
	581
	Competência Legislativa
	A tipificação de crimes de responsabilidade é competência exclusiva da União (art. 22 I c/c 85 pu CRFB).
	STF Pleno
	581
	Competência Legislativa
	Não é possível lei estadual estabelecer medidas de polícia sanitária para o setor de energia nuclear. A competência da União para legislar sobre atividades nucleares (CF, art. 22, XXVI), inclui a competência para fiscalizar a execução dessas atividades e legislar sobre essa fiscalização. Toda a atividade nuclear desenvolvida no país, portanto, está exclusivamente centralizada na União, com exceção dos radioisótopos, cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob o regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 da CF (art. 177, V, com a redação dada pela EC 49/2006). 
	STF Pleno
	592
	Competência Legislativa
	Por reputar usurpada a competência privativa da União para legislarsobre telecomunicações (CF, art. 22, IV), o Tribunal referendou decisão da Presidência que deferira medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade para suspender a vigência de Lei Estadual que proíbe a cobrança de “assinatura mensal” pelas concessionárias de serviços de telecomunicações. Salientou-se haver envolvimento de dois temas de grande repercussão: a competência normativa estadual para disciplinar serviço telefônico e, portanto, a cobrança de valores, e a denominada “assinatura básica”. (A EC 8/95 alterou o inciso XI do art.22, retirando o serviço telefônico, telegráfico e de transmissão de dados, deixando apenas serviços de telecomunicações na competência material da União)
	STF Pleno
	ADI 4190
	Competência Legislativa
	A competência constitucional para legislar sobre crimes de responsabilidade (e, também, para definir-lhes a respectiva disciplina ritual) pertence, exclusivamente, à União Federal.
· Princípio geral da repartição de competências: Princípio da Predominância do Interesse
competências que tenham interesse predominantemente nacional: UNIÃO
competências que tenham interesse predominantemente regional: ESTADO
competências que tenham interesse predominantemente local: MUNICÍPIO
· Técnicas de Repartição de Competências:
As competências deverão vir determinadas na CF em razão do pacto federativo e da rigidez constitucional. Existem 3 modelos de distribuição de competências:
1)enumeração dos poderes para a UNIão e o remanescente para os estados (ex: Suíça, Estados Unidos) - técnica utilizada no Brasil, mas não de maneira pura, em decorrência da existência dos Municípios e do DF.
2)enumeração dos poderes para a estados e o remanescente para os UNIÃO (ex: Canadá)
3)ENUMERAÇÃO DOS PODERES DA UNIÃO E DOS ESTADOS – PODER RESIDUAL DA UNIÃO. (ex. no Brasil: impostos residuais)
DICA para identificar a competência sem análise do texto constitucional:
 	-analise dos seguintes critérios:
 		princípio da predominância do interesse;
 		distinção entre competência material x legislativa;
 		consideração entre simetria x assimetria
· Classificação quanto à competência
I. quanto à origem:
a) competência originária: desde o início pertence a uma determinada entidade.
b) competência delegada: pertence a uma entidade, mas se permite que seja transferida a uma outra.
II. quanto à extensão [utilização dessas expressões aplicáveis apenas para os art.s 21 a 24, CF]
a) competência exclusiva ou material: é da União, sendo administrativa e indelegável.
b) competência privativa: é da União, sendo legislativa e delegável mediante lei complementar aos Estados.
c) competência comum, cumulativa, paralela: é administrativa, incumbindo à União elaborar normas gerais e aos Estados normas suplementares;
d) competência concorrente: condomínio legislativo para o STF, subdividindo-se em competência geral e competência suplementar.
e) competência RESIDUAL OU REMANESCENTE: dos estados, prevista no art. 25, parágrafo 1º, da CR 9as não vedadas pela CR). Em direito tributário, a competência residual é da União.
f) competência municipal: art. 30 da CR, suplementar a legislação federal e a estadual, no atendimento dos interesses da localidade (preponderância de interesses).
III. quanto à forma
a) competência enumerada: indicação de todas as competência.
b) competência Reservada ou expressa: aquela onde depois de se listar as competências de uma entidade, as demais competências ficam automaticamente atribuídas às outras entidades. Aqui não há a tentativa do legislador em esgotar a competências enumerando a todos os entes da federação; ele apenas o faz em relação a um dos entes, outorgando as restantes para os demais entes;
c) competência residual ou remanescente: Quando se busca listar todas as competências para todos os entes, atribuindo o resíduo (aquelas que não puderam ser previstas) para um dos entes;
d) competência Implícita: supre uma lacuna ou falha na repartição de competência. Competência implícita é um dos fundamentos da Teoria dos Poderes Implícitos (quem recebe os fins, também recebe os meios para atingir tais fins). 
IV. quanto ao conteúdo: econômica, tributária, civil, penal etc.
V. quanto ao objeto
a) competência material: competência para realizar atos materiais.
-espécies:
i) exclusiva – definição do ente competente. [art. 21, CF]
ii) comum – todos podem praticar o ato. [art. 23, CF]
b) competência legislativa: competência para realizar atos legislativos.
-espécies:
i) exclusiva - [art. 25, §§ 1º e 2º, CF]
ii) privativa - [art. 22, CF]
iii) concorrente - [art. 24, §§ 1º a 4º, CF]
	normas gerais - [art. 24, § 1º, CF]
	normas suplementares - [art. 24, § 2º e art. 30, II, CF]
c) competência judicial: [art. 125 e ss, CF]
O princípio geral da administração pública é o princípio da legalidade: O administrador só pode fazer o que a lei autoriza [vinculação da capacidade material com a competência legislativa].
a competência material exclusiva da União se relaciona com a competência legislativa privativa.
a competência material comum se relaciona à competência legislativa concorrente.
Regra geral: Quem tem a competência material terá a competência legislativa e, aquilo que todos praticam, em principio, será legislado por todos. Há uma correspondência lógica entre as competências materiais e legislativas.
	COMPETÊNCIA MATERIAL EXCLUSIVA DA UNIÃO
	COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO
	
Art. 21. Compete à União:
	
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
	III - assegurar a defesa nacional;
	XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
	VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
	XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;
	VII - emitir moeda;
	VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
	VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
	VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
	X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
	V - serviço postal;
	XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
	IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
	XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
	IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
	XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; 
	IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
	XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
	X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
	XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
	XI – trânsito e transporte;
	XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
	XI – trânsito e transporte;
	XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
	X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
	XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
	XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes; 
	XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
	XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
	XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;
	XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
	XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas;
c) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
	XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza;
ATENÇÃO: apesar de o art. 22, XXI (material bélico) e XXVII (dano nuclear) mencionar normas gerais, somente a União tem competência para legislar sobre esses assuntos. Havendo omissão legislativa da União, nenhum ente poderá legislar. Tirando essas hipóteses, as situações que a União legislará sobre normas gerais estão previstas no art. 24.
	COMPETÊNCIA MATERIAL COMUM
	COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE
	
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
	
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
	II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
	XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
	II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
	XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
	III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
	VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
	IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
	VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
	V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
	IX – educação, cultura, ensino e desporto;
	VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
	VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
	VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
	VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
3. INTERVENÇÃO FEDERAL
Em decorrência de uma das características do Federalismo ser a autonomia dos entes, o instituto da intervenção, exatamente por infirmar essa autonomia, deve ser concebido como excepcional.
intervenção federal: União Estados/DF/Municípios localizados em territórios (União não pode intervir em município, exceto naqueles localizados em territórios).
intervenção estadual: estados em seus Municípios.
· Intervenção Federal
A intervenção é o ato político que consiste na incursão de uma entidade (interventora) nos negócios de outra entidade que tem sua autonomia temporariamente suprimida. Trata-se de medida de defesa do Estado Federal. A intervenção é um dos assuntos mais delicados da federação em razão de se tratar de uma exceção à regra de que cada entidade possui suas próprias competências (REGRA DE OURO DA FEDERAÇÃO). Isso ocorre como forma de proteção de determinados bens jurídicos e somente pode ocorrer diante de algumas hipóteses em que o próprio sistema federativo se vê ameaçado por uma de suas entidades. Assim, os motivos que justificam a intervenção devem ser relevantes e encontram-se devidamente previstos na Constituição da República (rol taxativo). 
Pela redação do artigo 34, verifica-se que a regra é a não intervenção. Somente será cabível a intervenção pelos motivos e na forma estabelecida no próprio texto constitucional. 
A competência para decretar a intervenção é exclusiva dos chefes do executivo da União e dos Estados.
A forma básica é o decreto (privativo do Chefe do Executivo), e o que varia no procedimento é a fase antecedente ao decreto do Executivo. 
	UNIÃO > ESTADOS ou DF
	FORMA
	manter a integridade nacional (I)
	Nestes casos a União, após a expedição do decreto presidencial, simplesmente intervém, sem pedir autorização para ninguém.
	repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra (II)
	O decreto presidencial especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução da intervenção e, se for o caso, nomeará desde logo o interventor 
	pôr termo a grave comprometimento da ordem pública (III)
	O controle é feito a posteriori (em 24 h da expedição do decreto presidencial e é realizado pelo Congresso Nacional que, se estiver de recesso, será convocado extraordinariamente no mesmo prazo de 24 h.
	garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação (IV)
	SOLICITAÇÃO do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido.
REQUISIÇÃO do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário.
Há distinção entre os institutos. Há parte da doutrina que entende que em caso de requisição o chefe do Executivo seria obrigado a decretar a intervenção, mas há corrente entendendo que ainda que se trate de requisição, o chefe ainda tem poder discricionário para decidir pela decretação ou não da intervenção
Neste caso NÃO HÁ controle legislativo da intervenção. 
O decreto presidencial limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade
	reorganizar as finanças da unidade da Federação que (V)
	
	a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; 
	Nestes casos a União, após a expedição do decreto presidencial, simplesmente intervém, sem pedir autorização para ninguém.
	b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei
	O decreto presidencial especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução da intervenção e, se for o caso, nomeará desde logo o interventor
O controle é feito a posteriori (em 24 h da expedição do decreto presidencial e é realizado pelo Congresso Nacional que, se estiver de recesso, será convocado extraordinariamente no mesmo prazo de 24 h.
	prover a execução de lei federal
	PROVIMENTO, pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, de REPRESENTAÇÃO do Procurador-Geral da República
(alterado pela EC 45/04)
	Nestes casos NÃO HÁ controle legislativo da intervenção. 
	prover a execução de ordem ou decisão judicial
	REQUISIÇÃO do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiçaou do Tribunal Superior Eleitoral (se for do TST ou STM, deve ser encaminhado ao STF o pedido dessas cortes para que seja requisitado pelo STF)
	
	assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS)
 (“ADI INTERVENTIVA”)
	PROVIMENTO, pelo Supremo Tribunal Federal, de REPRESENTAÇÃO do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII.
A intervenção foi criada na CF/34, que era feita por lei, sendo que a CF permitia que se viesse uma lei decretando a intervenção por motivos abusivos, poderia ser feito o controle de constitucionalidade da lei de intervenção. A ADI INTERVENTIVA era para permitir ou impedir a intervenção. Mas, atualmente, a intervenção não é feita por meio de lei, e sim por meio de uma representação, que surge para PERMITIR A INTERVENÇÃO e não impedi-la como originalmente pensado.
	O decreto presidencial limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
	forma republicana, sistema representativo e regime democrático
	
	
	direitos da pessoa humana
	
	
	autonomia municipal
	
	
	prestação de contas da administração pública, direta e indireta
	
	
	aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde
	
	
A intervenção é sempre EXCEPCIONAL e TEMPORÁRIA como garantia da manutenção da federação. Tudo que for interpretado a título de intervenção deve sê-lo de forma restritiva.
- Características da intervenção:
· excepcionalidade;
· temporariedade;
· restrição interpretativa.
- DECRETO DE INTERVENÇÃO está regulado no artigo 36 da CR/88:
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. 
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. (A ANÁLISE POR OUTRO PODER JÁ FOI FEITA. NÃO HÁ NECESSIDADE DE NOMEAR INTERVENTOR, BASTANDO A SUSPENSÃO DO ATO)
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. (TEMPORARIEDADE DA INTERVENÇÃO, SE A AUTORIDADE MANTÉM A INTERVENÇÃO, SEM OS MOTIVOS QUE A JUSTIFIQUEM, COMETERÁ CRIME DE RESPONSABILIDADE).
Quando o Legislativo analisa o decreto o faz com discricionariedade, podendo determinar a sua suspensão (o controle do Legislativo é posterior ao ato; o controle jurisidicional do STF/TJ é precedente ao ato de decreto da intervenção).
Os atos do interventor são divididos em dois tipos:
· ATOS PRÓPRIOS DA INTERVENÇÃO PARA AFASTAR OS MOTIVOS DA INTERVENÇÃO: responsabilidade civil direta do órgão interventor.
· ATOS ORDINÁRIOS DO ENTE POLÍTICO SOB A INTERVENÇÃO / ATOS DE GESTÃO ORDINÁRIOS: a primeira responsabilidade é do ente político sob a intervenção, mas se o interventor agir com dolo ou culpa caberá o regresso contra o ente interventor.
ATENÇÃO: No que se refere ao controle jurisidicional do ato de intervenção, não pode ser utilizado para a análise do seu mérito cuja natureza é política; no entanto, não está imune a qualquer tipo de controle jurisdicional, sendo cabível quando não for observado pelo ente político interventor os dispositivos constitucionais para tanto, bem como as hipóteses taxativamente previstas. 
- Jurisprudência do STJ
1. O decreto de intervenção estadual em município possui natureza político-administrativa, insuscetível de impugnação pela via do recurso especial.
Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 689.083/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 18.10.2005, DJ 21.11.2005 p. 190)
2. INTERVENÇÃO FEDERAL. ESTADO DO PARANÁ. DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL CARACTERIZADO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.1. A intervenção federal é medida de natureza excepcional, porque restritiva da autonomia do ente federativo. Daí as hipóteses de cabimento serem taxativamente previstas na Constituição da República, em seu artigo 34. 2. Nada obstante sua natureza excepcional, a intervenção se impõe nas hipóteses em que o Executivo estadual deixa de fornecer força policial para o cumprimento de ordem judicial. 3. Intervenção federal julgada procedente.Constituição34 (106 PR 2009/0049699-0, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Data de Julgamento: 12/04/2010, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 12/05/2010)
3. DIREITO CONSTITUCIONAL. INTERVENÇÃO FEDERAL. ORDEM JUDICIAL. CUMPRIMENTO. APARATO POLICIAL. ESTADO MEMBRO. OMISSÃO (NEGATIVA). PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. PONDERAÇÃO DE VALORES. APLICAÇÃO.1 - O princípio da proporcionalidade tem aplicação em todas as espécies de atos dos poderes constituídos, apto a vincular o legislador, o administrador e o juiz, notadamente em tema de intervenção federal, onde pretende-se a atuação da União na autonomia dos entes federativos.2 - Aplicação do princípio ao caso concreto, em ordem a impedir a retirada forçada de mais 1000 famílias de um bairro inteiro, que já existe há mais de dez anos. Prevalência da dignidade da pessoa humana em face do direito de propriedade. Resolução do impasse por outros meios menos traumáticos.3 - Pedido indeferido. (92 MT 2005/0020476-3, Relator: Ministro FERNANDO GONÇALVES, Data de Julgamento: 05/08/2009, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 04/02/2010)
- Jurisprudência do STF
1.Trata-se de pedido de intervenção federal no Estado de São Paulo remetido pelo Tribunal de Justiça, em razão do descumprimento de decisão judicial prolatada em ação de desapropriação, processada na 2ª Vara Cível da Comarca de Guarulhos,que deu origem ao precatório nº 05698/07, em favor de Luiz Ramos Reis Filho e Umbelina Pereira Reis. Os interessados econômicos peticionaram nos autos (fl. 121) para informar o pagamento integral do precatório objeto deste pedido, requerendo, ademais, a desistência do feito. 2. O adimplemento da dívida prova a perda superveniente do objeto da ação. Faz desaparecer a conduta que estaria tipificando a desobediência da ordem judicial, causa invocada como fundamento para o pedido da medida excepcional e extrema de intervenção e suspensão temporária da autonomia do ente federado. 3. Ante o exposto, julgo prejudicada a intervenção federal, por perda superveniente de objeto, nos termos dos arts. 352, caput, c.c. 21, IX, do RISTF. Publique-se. Int.. Brasília, 6 de março de 2012.Ministro CEZAR PELUSOPresidenteDocumento assinado digitalmente (5189 SP , Relator: Min. Presidente, Data de Julgamento: 06/03/2012, Data de Publicação: DJe-052 DIVULG 12/03/2012 PUBLIC 13/03/2012)
2. INTERVENÇÃO FEDERAL. Pagamento de precatório judicial. Descumprimento voluntário e intencional. Não ocorrência. Inadimplemento devido a insuficiência transitória de recursos financeiros. Necessidade de manutenção de serviços públicos essenciais, garantidos por outras normas constitucionais. Agravo improvido. Precedentes. Não se justifica decreto de intervenção federal por não pagamento de precatório judicial, quando o fato não se deva a omissão voluntária e intencional do ente federado, mas a insuficiência temporária de recursos financeiros.
(4640 RS , Relator: Min. NELSON JOBIM (Presidente), Data de Julgamento: 29/03/2012, Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24-04-2012 PUBLIC 25-04-2012)
3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA. Ativa. Não caracterização. Intervenção federal. Ausência de pagamento de precatório vencido. Alegação de ofensa ao art. 34, inc. VI, da CF.Desobediência à ordem judicial de Tribunal de Justiça do Estado. Pedido formulado diretamente ao Supremo Tribunal Federal, pela parte interessada na causa. Ilegitimidade ativa reconhecida. Legitimação do presidente do tribunal local. Seguimento negado. Agravo improvido. Precedentes. Somente na hipótese de descumprimento de decisão emanada do próprio Supremo Tribunal Federal, a parte interessada em pedido de intervenção federal poderá deduzi-lo diretamente perante esta Corte.34VICF2. INTERVENÇÃO FEDERAL. Pagamento de precatório judicial alimentar. Descumprimento voluntário e intencional. Não ocorrência. Inadimplemento devido a insuficiência transitória de recursos financeiros. Necessidade de manutenção de serviços públicos essenciais, garantidos por outras normas constitucionais. Precedentes. Fundamento subsidiário para o indeferimento da inicial. Pedido indeferido por ilegitimidade ativa. Agravo improvido. Não se justifica decreto de intervenção federal por não pagamento de precatório judicial, quando o fato não se deva a omissão voluntária e intencional do ente federado, mas a insuficiência temporária de recursos financeiros.
(4677 PB , Relator: Min. CEZAR PELUSO (Presidente), Data de Julgamento: 29/03/2012, Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-120 DIVULG 19-06-2012 PUBLIC 20-06-2012)
4. "Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município." (SÚM. 637)
5. “É inconstitucional a atribuição conferida, pela Constituição do Pará, art. 85, I, ao Tribunal de Contas dos Municípios, para requerer ao Governador do Estado a intervenção em Município. Caso em que o Tribunal de Contas age como auxiliar do Legislativo Municipal, a este cabendo formular a representação, se não rejeitar, por decisão de dois terços dos seus membros, o parecer prévio emitido pelo Tribunal (CF, art. 31, § 2º).” (ADI 2.631, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 29-8-02, DJ de 8-8-03) 
· Intervenção Estadual
	ESTADOS>MUNICÍPIOS e 
UNIÃO>MUNICÍPIOS localizados em TERRITÓRIOS
	FORMA
	deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
	Nestes casos o ESTADO, após a expedição do decreto do governador, simplesmente intervém, sem pedir autorização para ninguém.
OBS: o DISTRITO FEDERAL nunca fará intervenção, pois a Constituição proíbe que o DF se subdivida em Municípios (art. 32)
	não forem prestadas contas devidas, na forma da lei
	
O decreto do governador especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução da intervenção e, se for o caso, nomeará desde logo o interventor
O controle é feito a posteriori (em 24 h da expedição do decreto do governador e é realizado pela Assembléia ou Câmara Legislativa que, se estiver de recesso, será convocado extraordinariamente no mesmo prazo de 24 h.
	não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde
	
Neste caso NÃO HÁ controle legislativo da intervenção. 
O decreto do governador limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade
	para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS) (AÇÃO INTERVENTIVA ESTADUAL), ou
	
o Tribunal de Justiça der provimento a representação (embora a Constituição não diga expressamente a quem caberia realizar a representação, entende-se que a atribuição cabe ao PGJ) Princípio da Simetria
	Neste caso NÃO HÁ controle legislativo da intervenção. 
O decreto do governador limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade
	para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial
	
	
Intervenção decretada, pelo governador, nos municípios do estado.
-instrumento: decreto de intervenção (competência privativa do governador)
 -hipóteses de intervenção estadual:
 		a) deixar de ser paga (sem motivo de força maior) por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
 		b) não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
 	 	c) não tiver sido aplicado o mínimo exigido para ensino e para saúde;
 		d) o TJ der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
-controle da assembléia legislativa: nesse caso o decreto será feito pela assembléia legislativa, sendo dispensado no caso em que a suspensão da execução do ato for suficiente (quando o TJ deu provimento a representação para assegurar princípios da CE, para prover a execução de lei, ordem ou decisão judicial).
4. Administração Pública
Na Constituição Federal de 1988, a Administração Pública apresenta-se como: estrutura organizacional do Estado e função do Estado.
A CF/88 foi a primeira Carta Constitucional brasileira a regulamentar a administração pública em título específico. Ali estão direcionados preceitos a todos os entes federados.
· PRINCÍPIOS
São princípios expressos direcionados à Administração Pública:
a) no art. 37 da CF/88: legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência.
b) no art. 70 da CF/88: legalidade, legitimidade, economicidade.
c) Pinto Ferreira acrescenta: proporcionalidade (implícito para a maioria), indisponibilidade do interesse público, especialidade administrativa e igualdade dos administrados. Outros doutrinadores acrescentam ainda os princípios da razoabilidade, da tutela, da autotutela, supremacia do interesse público sobre o privado, continuidade dos serviços públicos, especialidade, hierarquia, motivação, etc.
Princípios constitucionais específicos da Administração Pública (art. 37, caput)
i. legalidade: ao administrador público somente é permitido fazer o que a lei autoriza. Coaduna-se com a função de execução da Administração pública, vez que não possui finalidade própria, mas sim sua finalidade é a imposta pela lei.
ii. Impessoalidade: impõe ao administrador público que só pratique ato para o seu fim legal. O conteúdo do princípio da impessoalidade, que se relaciona com o da legalidade e o da igualdade, identifica-o com o próprio princípio da finalidade administrativa. Determina que o administrador público aja com vistas ao atingimento da finalidade preceituada em lei, sem que a faça de forma pessoal, ou seja, com pretensão de satisfação diversa. O vício de que decorreu seu descumprimento é o desvio de finalidade (por desvio de poder), que ocasiona a nulidade do ato administrativo. José Afonso da Silva dá sentido diverso, asseverando este princípio significa “que os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionário”. Pode-se dizer que o principio da impessoalidade consubstancia ideia de que a Administração Pública, enquanto estrutura composta de órgãos e de pessoas incumbidos de gerir a coisa pública, tem de desempenhar esse múnus sem levar em conta interesses pessoais, próprios ou de terceiros, a não ser quando o atendimento de pretensões parciais constitua concretização do interesse geral.
iii. Moralidade: foi sistematizado por Hariou, que indica que toda a atividade administrativa deve estar pautada em uma moralidade jurídica. Assim, ela não deve seguir apenas a dicção legal, mas também princípios de ética e justiça. Maria Silvia di Pietro afirma que na aferição do cumprimento de tal princípio mister se faz a análise da observância do princípio da razoabilidade, principalmente no que concerne aos benefícios e aos sacrifícios impostos ao administrado. O princípio da moralidade também serve de vetor para o controle da Administração Pública. Dessa forma, a legalidade e legitimidade do ato administrativo não quer dizer apenas sua conformação com a lei, mas também com a moralidade e o interesse público. O ato que desrespeita o princípio da moralidade configura ato de improbidade administrativa e sujeita o agente às

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