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PONTO - 14 - TRF2

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PROVA ORAL MAGISTRATURA FEDERAL – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
PONTO 14
Conteúdo
CONSTITUCIONAL: Poder Judiciário. Estrutura. Atribuições e Competências. Funcionamento. Garantias da Magistratura. Disposições Gerais. Funções Essenciais à Justiça.	1
TRIBUTÁRIO: Fontes do Direito Tributário. Interpretação, Integração e aplicação da Lei Tributária. Vigência.	69
ADMINISTRATIVO: Limitações Administrativas. A Liberdade e A Propriedade. Servidões Administrativas. Requisições. Tombamento. Ocupação Temporária. Proteção ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Zoneamento. Polícia Edilícia. Zonas fortificadas de fronteira. Florestas.	80
PENAL - Direito penal e Constituição. A parte especial do Código Penal e os crimes em espécie. Elementares e circunstâncias. Causas de aumento e de diminuição das penas. A Lei n° 9.807, de 13 de julho de 1999 e a protcção de acusados ou condenados colaboradores. Crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). Crimes contra o mercado de capitais (Lei n° 10.303, de 31 de outubro de 2001).	95
PREVIDENCIÁRIO: Prestação. Carência. Benefícios. Renda Mensal Inicial. Aposentadorias, auxílios e pensões. Prescrição.	174
CIVIL: Atos Unilaterais. Promessa de Recompensa. Gestão de Negócios. Pagamento Indevido. Enriquecimento sem Causa. Registros Públicos.	211
COMERCIAL: Títulos Cambiariformes. Cheque. Duplicata. Duplicata emitida por meio magnético. Títulos Representativos. Conhecimento de Depósito. Warrant. Títulos de Crédito Rural. Cédula Rural Pignoratícia. Cédula Rural Hipotecária. Nota de Crédito Rural. Nota Promissória Rural. Duplicata Rural.	219
INTERNACIONAL PÚBLICO: Imunidade de Jurisdição e de Execução do Estado e organizações internacionais.	248
INTERNACIONAL PRIVADO: A Arbitragem sob a ótica da jurisprudência dos tribunais superiores e da Lei de Arbitragem (lei n° 9.307, de 23.09.1996). A Convenção de Nova Iorque sobre alimentos.	251
PROCESSO CIVIL: Título Executivo. Processo de Execução. Princípios Gerais. Espécies. Execuções Especiais. Execução contra a Fazenda Pública. Execução de Obrigação de Fazer e de Não-Fazer. Execução por Quantia Certa Contra Devedor Solvente. Execução Fiscal.	285
PROCESSO PENAL: Persecução penal. Inquérito policial. Ação penal. Ação civil. Ação penal originária. Sujeitos processuais. O juiz e os poderes processuais. O acusado e seu defensor. O assistente. Funcionários da justiça. Peritos e intérpretes.	315
ESTATUTO DA MAGISTRATURA. O Poder Judiciário na Constituição. Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Deontologia do magistrado. (Lei Complementar n° 35, de 14 demarco de 1979).	335
AMBIENTAL - Proteção química das culturas e meio ambiente.	353
DIREITOS HUMANOS. Classificação DOS DIREITOS HUMANOS.	364
DIREITOS HUMANOS. CLASSIFICAÇÃO.	364
ECONÔMICO: A proteção à saúde e à segurança do consumidor. A responsabilidade solidária dos causadores do dano.	369
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA MAGISTRATURA: Tribunais Regionais Federais e Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais.	386
CONSTITUCIONAL: Poder Judiciário. Estrutura. Atribuições e Competências. Funcionamento. Garantias da Magistratura. Disposições Gerais. Funções Essenciais à Justiça.
I) Poder Judiciário. Estrutura. Atribuições e Competências. Funcionamento. Garantias da Magistratura. Disposições Gerais.
A) Noções Gerais
O Poder Judiciário é a estrutura estatal que tem a função de resolver os conflitos de interesse, porquanto responsável pelo exercício da função jurisdicional.
“De passagem já dissemos que os órgãos do Poder Judiciário têm por função compor conflitos de interesses em cada caso concreto. Isso é o que se chama “função jurisdicional, ou, simplesmente, jurisdição, que se realiza por meio de um processo judicial, dito, por isso mesmo, “sistema de composição de conflitos de interesses”, ou “sistemas de composição de lides”. Os conflitos de interesses são compostos, solucionados, pelos órgãos do Poder Judiciário com fundamento em ordens gerais e abstratas, que são ordens legais, constantes ora de corpos escritos que são as leis -, ora de costumes, ou de simples normas gerais, que devem ser aplicadas por eles, pois está praticamente abandonado o sistema de composição de lides com base em ordem singular, erigida especialmente para solucionar determinado conflito” (José Afonso da Silva, Comentários Contextuais à Constituição, p. 500).
“A jurisdição pode ser entendida como a atuação estatal visando à aplicação do direito objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e gerando com tal solução a pacificação social. Note-se que neste conceito não conta o tradicional entendimento de que a jurisdição se presta a resolver um conflito de interesses entre as partes, substituindo suas vontades pela vontade da lei. Primeiro porque nem sempre haverá conflito de interesses a ser resolvido, e segundo porque nem sempre a atividade jurisdicional substituirá a vontade das partes, conforme será devidamente analisado em momento oportuno” (Daniel Amorim Neves Assumpção, Manual de Direito Processual Civil, p. 4).
Em 1748, Montesquieu (O Espírito das Leis) dizia que o juiz é a boca que fala o que está escrito na lei. Em 1748, o juiz era um ser inerte que falava o que estava escrito na lei. Nesse período histórico, o juiz era um elemento que pertencia ao Segundo Estado Francês. O Primeiro Estado era o Clero, o Segundo, os nobres e o Terceiro Estado era o que eles chamavam de Nação. Montesquieu, naquele momento histórico, falava que o juiz era um ser inanimado que falava o que estava na lei. Por isso temos a ideia de que o juiz deve ser neutro. Não se deve, porém, confundir neutralidade com imparcialidade. O juiz não pode ser neutro, mas deve ser imparcial. O juiz deve ser impessoal, mas não pode ser neutro. Nessa época, a função do Judiciário era aplicar a lei ao caso concreto, substituindo a vontade das partes, resolvendo o conflito de interesses com força definitiva.
Hoje, faz-se a denominada interpretação constitucionalmente adequada da divisão orgânica de Montesquieu, expressão de Gilmar Ferreira Mendes, em seu livro “Curso de Direito Constitucional.”
Hoje, quais são as atribuições do Judiciário?
- Eugenio Raúl Zaffaroni identifica três funções do Poder Judiciário contemporâneo: decidir os conflitos, controlar a constitucionalidade das leis e realizar seu autogoverno.
- Luiz Flávio Gomes, por seu turno, amplia o leque, afirmando serem cinco as funções do Poder Judiciário: a) aplicar contenciosamente a lei aos casos concretos; b) controlar os demais poderes; c) realizar seu autogoverno; d) concretizar os direitos fundamentais; e) garantir o Estado Constitucional Democrático de Direito. Tais funções estão relacionadas à construção de um modelo democrático e independente de Poder Judiciário.
Pode-se resumi-las nos seguintes termos:
a) aplicar a lei ao caso concreto, substituindo a vontade das partes, resolvendo o conflito de interesses com força definitiva (essa é a função que Montesquieu falou, as demais são construções após)
b) defesa dos direitos fundamentais: não há que se falar em Poder Judiciário sem a defesa dos direitos fundamentais. Ele busca a defesa e hoje, sobretudo, a concretização dos direitos fundamentais. Como ele faz isso? Judicialização das políticas públicas.
c) defesa da força normativa da Constituição: a Constituição é uma ordem, é uma norma jurídica imperativa (e não um conselho). Essa força da CF em ordenar recebe o nome de força normativa da CF (Konrad Resse) e o Judiciário tem feito isso através do controle de constitucionalidade. No momento em que o Judiciário faz o controle, a fiscalização de constitucionalidade, ele está defendendo a força normativa da Constituição.
d) o Poder Judiciário faz o seu autogoverno: É o chamado autogoverno dos tribunais. O Poder Judiciário (1) elege os seus órgãos diretivos, (2) cria seus regimentos internos, (3) organiza seus próprios assuntos. É uma atribuição própria dele.
e) o Poder Judiciário resolve o conflito entre os demais Poderes: alguns fazem umarelação entre o Poder Judiciário hoje e o próprio poder moderador de Benjamin Constant de 1824. O Judiciário resolve os conflitos entre os Poderes. Digamos que uma CPI do Congresso notifique o Presidente para depor. O Presidente diz que não vai. Quem resolve esse conflito? O Judiciário. Esta é uma função importantíssima hoje do Judiciário.
f) o Poder Judiciário edita a chamada legislação judicial: são exemplos disso: (1) sentença aditiva, (2) súmula vinculante, (3) a nova posição do Supremo no mandado de injunção, (4) interpretação conforme a CF. Esta legislação judicial, o que significa? Vamos conceituá-la como o Ministro Gilmar Mendes fez: “É a criatividade dos juízes e tribunais, sobretudo das cortes constitucionais editando normas de caráter geral, em regra, na jurisdição constitucional.”
		- No MI 712 (greve de servidor público), o Supremo legislou. Confira-se trecho da ementa:
"11. Daí porque não deve ser aplicado ao exercício do direito de greve no âmbito da Administração tão-somente o disposto na Lei n. 7.783/89. A esta Corte impõe-se traçar os parâmetros atinentes a esse exercício. 12. O que deve ser regulado, na hipótese dos autos, é a coerência entre o exercício do direito de greve pelo servidor público e as condições necessárias à coesão e interdependência social, que a prestação continuada dos serviços públicos assegura. 13. O argumento de que a Corte estaria então a legislar --- o que se afiguraria inconcebível, por ferir a independência e harmonia entre os poderes [art. 2o da Constituição do Brasil]e a separação dos poderes [art. 60, § 4o, III] --- é insubsistente. 14. O Poder Judiciário está vinculado pelo dever-poder de, no mandado de injunção, formular supletivamente a norma regulamentadora de que carece o ordenamento jurídico. 15. No mandado de injunção o Poder Judiciário não define norma de decisão, mas enuncia o texto normativo que faltava para, no caso, tornar viável o exercício do direito de greve dos servidores públicos. 16. Mandado de injunção julgado procedente, para remover o obstáculo decorrente da omissão legislativa e, supletivamente, tornar viável o exercício do direito consagrado no artigo 37, VII, da Constituição do Brasil".
		- regras fixadas pelo Supremo da demarcação da reserva indígena Raposa Terra do Sol. Em um mandado de segurança (Raposa Terra do Sol), o STF fixou 18 pontos e isso é atuar como legislador positivo.
B) Órgãos do Poder Judiciário
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A - o Conselho Nacional de Justiça; (acrescentado pela EC n. 45)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.
O STF reconheceu a constitucionalidade do CNJ, porque é um órgão interno do Judiciário (vide comentário ao art. 103-B). O CNJ não exerce jurisdição, apenas controle administrativo. Se se pensar numa pirâmide do Poder Judiciário, o CNJ está abaixo do STF, mas acima dos demais órgãos desse Poder.
OBS1: Embora não listados pelo art. 92 da Constituição, também são órgãos do Poder Judiciário: Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (CF, art. 105, parágrafo único, I); Conselho da Justiça Federal (CF, art. 105, parágrafo único, II); Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (art. 111A, § 2º, I) e Conselho Superior da Justiça do Trabalho (art. 111A, § 2º, II). Todos, exceto o Conselho da Justiça Federal, que já existia, foram criados pela EC. n.º 45/04.
Obs2: nem todo Estado tem Justiça Militar estadual.
C) ESTATUTO CONSTITUCIONAL DA MAGISTRATURA
É aplicado, também, no que couber, ao MP.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação.
Regulamentando o assunto, há a Resolução nº 75/09 do CNJ. Os três anos devem estar completos no momento da inscrição definitiva de acordo com a resolução. O STF entendeu (ADI 3460) que a exigência é constitucional, porque permite a seleção de profissionais experientes como quer a EC 45. Para o STF, o termo inicial é da conclusão do curso de Direito e atividade jurídica é aquela privativa de bacharel em Direito. Houve divergência no STF sobre quando se teria o termo final dos três anos, porque muitos Ministros acham que se é requisito para o cargo, então se deve contar para a data da posse e não da inscrição definitiva, mas a maioria venceu para não excluir a expressão da resolução.
OBS: O CNMP modificou a regulamentação quanto ao momento da comprovação dos requisitos. Hoje, a Resolução 40/2009 do CNMP (modificada pela Res 87 de 2012), considera os três anos até a posse.
A LOMAN foi recepcionada como a lei descrita no caput, sendo vedado lei complementar estadual tratar desses temas, porque só cabe ao STF tal LC.
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
O Plenário do STF concluiu (MS 30585/DF) que, na promoção de magistrado federal pelo critério de merecimento, após a alteração pela EC 45/2004, a decisão de Presidente da República é vinculada, de maneira a afastar a interpretação de que a CF lhe concederia ampla discricionariedade, com base em interpretação literal de seu art. 107 (“Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: ... II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente”)
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS: Pressupõe-se que o Tribunal escolherá o mais antigo. Se não escolhê-lo 2/3 dos membros do Tribunal terão que justificar por que não escolheram o mais antigo.
OBS2: A Lei 12.665/12 (Dispõe sobre a criação de estrutura permanente para as Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais; cria os respectivos cargos de Juízes Federais; e revoga dispositivos da Lei no 10.259, de 12 de julho de 2001) assim dispõe em seu art. 4º:
 Art. 4o  Os cargos de Juiz Federal de Turmas Recursais serão providos por concurso de remoção entre Juízes Federais, observado, no que couber, o disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II do art. 93 da Constituição Federal ou, na falta de candidatos a remoção, por promoção de Juízes FederaisSubstitutos, alternadamente pelos critérios de antiguidade e merecimento. 
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS: Não confundir esse critério de promoção com o de promoção de entrância para entrância, conforme se afere do seguinte aresto do STF: "O art. 93, III, da Constituição determina que ‘o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância’. A promoção de juízes para o Tribunal de Justiça local ocorre de acordo com o surgimento das vagas, alternando-se os critérios de antiguidade e merecimento para provimento dos cargos. Esse sistema não se confunde com a promoção de entrância, em que há uma lista das varas a serem providas por merecimento e outra destinada ao provimento por antiguidade. A combinação dos sistemas, aplicando-se os preceitos da promoção de entrância à promoção para o Tribunal, é impossível." (AO 1.499, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 26-5-2010, Plenário, DJE de 6-8-2010.)
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
OBS: Atualmente (JULHO DE 2014) o subsídio mensal dos Ministros do STF é de R$ 29.462,25; fixado pela Lei 12.771/2012 (Congresso está discutindo agora (dezembro de 2014) elevar o subsídio dos Min do STF, mas a lei ainda não foi aprovada).
As Resoluções 13 e 14 do CNJ distinguem os subsídios dos membros da JF e JE. O STF, em sede de liminar concedida na ADI (3854), suspendeu a eficácia da resolução por vislumbrar ofensa ao caráter nacional do Poder Judiciário e ser a distinção arbitrária.
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
A disponibilidade do magistrado é penalidade administrativa aplicada no interesse público por decisão. A CF previu uma forma de aposentadoria compulsória no interesse público nas mesmas condições da disponibilidade. Ao que parece, ela só pode recair em magistrado que já completou o tempo para aposentar-se e não o fez, pois antes disso a inatividade compulsória há de ser a disponibilidade. A aposentadoria prevista no dispositivo é penalidade decorrente de processo administrativo disciplinar, hipótese em que o magistrado passará à inatividade com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. O magistrado, ao contrário do servidor público, não recebe pena de demissão, mas sim é aposentado compulsoriamente com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Pode, contudo, perder o cargo por sentença penal condenatória transitada em julgado, como efeito da condenação, eis que se enquadra no conceito de funcionário público para fins penais.
“Há de se pontuar que, uma vez impostas tais sanções, não cabe recurso na esfera administrativa, nem mesmo pedido de reconsideração, como já bem pacificou a matéria o Superior Tribunal de Justiça, no Recurso de Mandado de Segurança nº 4.132/SP, julgado pela 6ª Turma, o qual teve como relator Hamilton Carvalhido.” (Tassos Lycurgo e Lauro Ericksen, Ética e Estatuto da Magistratura para Concursos da Magistratura, Ed. Edipro, p. 134).
OBS: Tais punições estão previstas na LOMAN.
VIII-A. a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS: A Constituição optou pela precedência, a priori, do direito à informação (publicidade). Excepcionalmente, a preservação do direito à intimidade poderá afastar “o interesse público à informação”.
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS: Este dispositivo não se aplica aos Tribunais Superiores. Por outro lado, o cumprimento é obrigatório pelos Tribunais de 2º grau. Há quem diga que a extinção das férias coletivas não é boa, porque os membros tiravam férias todos juntos e agora não poderão mais fazê-lo, o que exigirá a convocação de juízes de primeira instância para atuarem temporariamente nos Tribunais, aumentando o gasto com pessoal e promovendo certa insegurança jurídica (já que haverá o risco de os juízes convocados dissentirem do entendimento do Tribunal). No entendimento do STF, todos esses riscos e custos teriam sido sopesados pelo Constituinte Reformador que ao sopesar diferentes valores constitucionais optou por privilegiar a celeridade na tramitação dos processos (art. 5, LXXVIII, CF/88).
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Jurisprudência do STF sobre o artigo:
Informativo 429 (RE-452709)- Sessão Secreta e PAD contra Magistrado – 2
Ressaltando que somente com o advento da EC 45/2004 as decisões administrativas dostribunais serão motivadas e em sessão pública (CF, art. 93, X) e que o fato ocorrera em novembro de 1988, entendeu-se inexistir ofensa a ser reparada. Asseverou-se que a LC 35/79 - LOMAN, no seu art. 27, § 2º (“Findo o prazo da defesa prévia, haja ou não sido apresentada, o Presidente, no dia útil imediato, convocará o Tribunal ou o seu órgão especial para que, em sessão secreta, decida sobre a instauração do processo, e, caso determinada esta, no mesmo dia distribuirá o feito e fará entregá-lo ao relator.”), previa a ocorrência de sessão secreta e que a Constituição não a proíbe, exigindo-a somente para a escolha de chefes de missão diplomática de caráter permanente (art. 52, IV). Ademais, aduziu-se que se tratava de mera deliberação sobre a possível instauração de procedimento administrativo disciplinar. RE 452709/SP, rel. Min. Carlos Britto, 30.5.2006. (RE-452709).
INFORMATIVO Nº 488 - ADI e Eleição para Cargos Diretivos em Tribunal (ADI – 3976)
O Tribunal, por maioria, deferiu pedido de liminar formulado em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Procurador-Geral da República para suspender a eficácia do art. 27, § 2º, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, do art. 1º, § 1º, da Resolução 395/2007 e do art. 62 da Constituição do Estado de São Paulo, que tratam da eleição para cargos de direção do tribunal de justiça local, dispondo que “concorrem à eleição todos os desembargadores integrantes do Órgão Especial, ressalvados os impedimentos e as recusas, proibida a reeleição para o mesmo cargo”. Considerou-se a orientação fixada pela Corte no julgamento da ADI 3566/DF (DJU de 15.6.2007) e da Rcl 5158 MC/SP (DJU de 24.8.2007), no sentido de competir exclusivamente à Lei Orgânica da Magistratura - LOMAN e ao Estatuto da Magistratura dispor sobre o universo dos elegíveis para os cargos de direção dos tribunais, matéria tipicamente institucional, que deve ter tratamento uniforme para atender ao princípio da unidade nacional da magistratura (CF, art. 93, caput). Vencidos o relator, que deferia parcialmente a liminar, apenas para suspender a eficácia do art. 62 da Constituição estadual, e o Min. Carlos Britto, que a indeferia integralmente. Outros precedentes citados: ADI 2370 MC/CE (DJU de 9.3.2001); ADI 841 MC/RJ (DJU de 21.10.94); ADI 3367/DF (DJU de 17.3.2006). ADI 3976 MC/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 14.11.2007 (ADI-3976).
O CNJ editou a Resolução 133/2011 (Dispõe sobre a simetria constitucional entre Magistratura e Ministério Público e equiparação de vantagens). Entre as vantagens está o auxílio-alimentação. Tal disposição foi alvo de uma ADI que recebeu o número 4822. Não há decisão ainda. – A OAB questiona a constitucionalidade da Resolução, pois apenas uma lei complementar de iniciativa do STF teria legitimidade para tanto. Além disso, a OAB sustenta que a simetria estabelecida entre as duas carreiras (Ministério Público e Poder Judiciário) “não unifica seus regimes jurídicos”.
Informativo 394 (MS-23789)- Vagas de Juiz e Lista Quádrupla
Havendo mais de uma vaga de juiz a ser preenchida por merecimento, nas promoções ou acessos, o Tribunal poderá optar pela confecção de uma única lista quádrupla. Assim decidiu o Plenário, por maioria, ao indeferir mandado de segurança impetrado por juiz federal contra ato do Presidente da República, consubstanciado em decretos de nomeação, por critério de merecimento, de juízes federais, e contra ato do Presidente do TRF da 5ª Região, em razão da elaboração de lista quádrupla para o preenchimento de duas vagas existentes naquele tribunal. Inicialmente, rejeitou-se a preliminar de ilegitimidade ativa do impetrante, eis que, no procedimento de promoção por merecimento, todos os concorrentes à lista, e que dela não constem, são partes legítimas para questionar sua validade judicialmente, se, do reconhecimento da nulidade argüida, possa decorrer a renovação do ato de escolha, que estariam qualificados para disputar. Da mesma forma, afastou-se a alegação de preclusão decorrente do fato de o impetrante não ter se utilizado, previamente, da via administrativa para impugnar a ausência de requisito para preenchimento de vaga, já que esse procedimento não é pressuposto essencial ao exercício do direito de impetração do mandado de segurança, sob pena de ofensa ao postulado da inafastabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV). No mérito, entendeu-se que a confecção da lista quádrupla é prática legítima que encontra respaldo legal na conjugação dos arts. 93, II, b e III, 107, II, da CF com os arts. 80, 82, 84 e 88, da LC 35/79. Considerou-se que, na existência de duas vagas, o critério da lista quádrupla corresponde ao de duas listas tríplices, pois, escolhido um entre quatro nomes, três restam para a segunda escolha. Além disso, o art. 88 da LOMAN permite expressamente o critério da lista quádrupla, (...) Ainda repeliu-se, com base na jurisprudência da Corte (MS 21631/RJ, DJU de 4.8.2000 e MS 23337/SP, DJU de 19.12.2001), o argumento do impetrante de que um dos juízes incluídos na lista não teria preenchido o requisito do interstício de vitaliciedade de mais de cinco anos de exercício para investidura no cargo de segunda instância, haja vista não se aplicar a norma do art. 93, II, b, da CF à promoção dos juízes federais, sujeita apenas ao requisito do implemento de cinco anos de exercício (CF, art. 107, II), no qual se inclui o tempo de exercício no cargo de juiz federal substituto. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Joaquim Barbosa que concediam o writ, ao fundamento de que, diante do que preceitua o art. 88 da LOMAN, a lista deveria ser única e constituída por seis magistrados, já que, além dos magistrados correspondentes ao número das vagas existentes — no caso, duas — para cada uma destas, mais dois magistrados deveriam ser indicados (LC 35/79: “Art. 88 - Nas promoções ou acessos, havendo mais de uma vaga a ser preenchida por merecimento, a lista conterá, se possível, número de magistrados igual ao das vagas mais dois para cada uma delas.”). MS 23789/PE, rel. Min. Ellen Gracie, 30.6.2005. (MS-23789)
D) QUINTO CONSTITTUCIONAL
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
	A Constituição Federal determina a observância do quinto nos assentos dos TJ, TJDF, TRF, Territórios e TRT, independentemente da composição do respectivo tribunal ser ou não múltiplo de 5. O arredondamento deverá ser feito para cima sob pena de inconstitucionalidade. Decidiu o STF que essa é uma norma expressa, que deve prevalecer sobre a regra implícita de que quatro quintos são dos juízes de carreira. A regra do "quinto constitucional" não se aplica aos Tribunais Superiores, pois cada um deles possui regras próprias de composição e investidura. O Quinto Constitucional afigura-se como um instrumento que, proporciona uma renovação e oxigenação aos Tribunais, haja vista uma pluralidade de experiências vivenciadas por profissionais não oriundos da magistratura de carreira, ou seja, contribuindo para novas experiências nos tribunais que não as do juiz de carreira. Outrossim, podemos mencionar o caráter de democracia que o referido instituto representa para o nosso Poder Judiciário, tendo em vista as argumentações jurídicas diferenciadas que podem ser abordadas por operadores com visões contrárias ao entendimento dos tribunais.
O STF já admitiu a possibilidade de se completar a lista sêxtupla com membros do MP que ainda não tenham completado 10 anos de carreira na hipótese de inexistência de pelo menosseis candidatos com esse requisitos temporal.
O STF já decidiu que o Tribunal pode recusar a lista sêxtupla desde que fundada a recusa em razões objetivas.
Jurisprudência do STF sobre o artigo:
“O quinto constitucional previsto para o provimento de lugares em Tribunal, quando eventualmente não observado, não gera nulidade do julgado, máxime em razão da ilegitimidade da parte para questionar os critérios de preenchimento das vagas nos órgãos do Judiciário, mercê da incidência do princípio pas de nullité sans grief, consagrado no art. 499 do CPPM (...).” (RE 484.388, Rel. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgamento em 13-10-2011, Plenário, DJE de 13-3-2012)
Informativo 241 (MS-23972) - Quinto Constitucional: Provimento de Vaga Ímpar
O Tribunal, por maioria, indeferiu mandado de segurança impetrado pela Associação Nacional dos Procuradores da República - ANPR contra a nomeação de integrante da classe dos advogados para a nova vaga no TRF da 5ª Região (criada pela Lei 9.967/2000) destinada ao quinto constitucional. Alegava-se que, com a criação da nova vaga tornando ímpar o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, a sua primeira composição deveria ser preenchida pelo Ministério Público Federal pela circunstância de que a última vaga fora preenchida pela classe dos advogados, conforme dispõe o § 2º do art. 100 da LOMAN ("Nos Tribunais em que for ímpar o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, uma delas será, alternada e sucessivamente, preenchida por advogado e por membro do Ministério Público, de tal forma que, também sucessiva e alternadamente, os representantes de uma dessas classes superem os da outra em uma Unidade."). O Tribunal entendeu não ser aplicável à espécie o mencionado § 2º do art. 100, porquanto se tratava do primeiro provimento de vaga que determinara o número ímpar do quinto constitucional, e não da alternância de vaga ímpar já existente. Considerou-se, ainda, que não há qualquer previsão constitucional ou legal disciplinando tal hipótese e, por isso, a decisão do TRF da 5ª Região que destinara a nova vaga aos advogados não incorreu em qualquer ilegalidade. Salientou-se, também, que a ordem das palavras na composição dos Tribunais Regionais Federais prevista no art. 107, I, da CF, em que a palavra "advogados" é mencionada antes da palavra "membros do Ministério Público Federal", não é critério significativo, uma vez que o art. 94 da CF, ao dispor sobre o quinto constitucional, cita primeiramente o Ministério Público Federal e, depois, os advogados. Vencido o Min. Marco Aurélio, que deferia a segurança, por entender que não caberia ao TRF a livre escolha entre egresso da advocacia ou do Ministério Público. MS 23.972-DF, rel. Min. Carlos Velloso, 12.9.2001(MS-23972).
E) GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
	A Constituição Federal assegurou ao Poder Judiciário garantias próprias, colimando conferir-lhe ampla independência para o exercício de suas funções. Na lição de Castro Nunes (apud André Ramos Tavares), as garantias constitucionais do Poder Judiciário podem ser divididas em:
1 - Garantias institucionais ou orgânicas: asseguradas ao Judiciário como órgão, dizendo respeito à sua composição ou aparelhamento;
· Capacidade de autogoverno: possibilidade de eleger seus próprios órgãos diretivos, organizar sua estrutura administrativa interna, como suas secretarias, serviços auxiliares, e deliberar sobre assuntos próprios, como realização de concurso, concessão de benefícios e licenças aos seus integrantes. Engloba também atribuições inerentes ao poder de polícia e ao poder disciplinar.
1. Autonomia financeira: o Judiciário elabora sua proposta orçamentária (art. 99, CF), dentro do limite da lei de diretrizes orçamentárias.
2. Capacidade normativa: cada Tribunal funciona a partir de um Regimento Interno, cuja competência é do respectivo Tribunal (art. 96, I, a, CF)
3. Inalterabilidade de sua organização: inalterabilidade de composição dos quadros dos Tribunais, salvo mediante proposta dos próprios Tribunais (art. 96, II, CF)
4. Escolha de seus dirigentes: art. 96, I, a, CF.
2 - Garantias subjetivas ou funcionais: relacionadas à garantia da autonomia da função, constituindo para seus titulares direitos subjetivos (garantias dos membros da magistratura).
i. Vitaliciedade
1. Inamovibilidade
2. Irredutibilidade de vencimentos
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
“É a garantia de que os membros do Judiciário não podem ser destituídos de seus cargos, neles permanecendo até eventual falecimento ou aposentadoria compulsória, salvo exoneração por decisão judicial transitada em julgado.” (André R. Tavares). Cabe a compulsória aos 70 anos, o que limita a vitaliciedade – a vitaliciedade não é até a morte. Só é possível a perda do cargo por sentença transitada em julgado (art. 95, I, CF/88). Não diz se é sentença civil ou criminal, logo pode ser qualquer uma. Ex.: Improbidade administrativa; interdição. Para os que ingressam diretamente no Tribunal, tal garantia é obtida no momento da posse.
Obs1: Estabilidade é diferente de vitaliciedade. É adquirida após 3 anos. Pode perder cargo por 3 motivos: processo administrativo interno; sentença judicial ou não ser aprovado no estágio probatório.
Obs 2: o STF já disse "Ressaltou, ainda, que não há norma que determine que a sessão administrativa para avaliação de estágio probatório seja aberta, nem que haja sustentação oral".
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
Refere-se à permanência do juiz no cargo para o qual foi nomeado e naquele terriotório, não podendo o tribunal designar-lhe outro lugar onde deva exercer suas funções (art.95, II, CF/88). Contudo, poderá ser removido por interesse público (portanto não é garantia absoluta) em decisão pelo voto da maioria absoluta do Tribunal a que tiver vinculado ou CNJ (CF, art. 93, VIII, com redação dada pela E.C. n.º 45/04, sendo que, pela redação anterior, era necessário o voto de 2/3 do Tribunal e não havia previsão do CNJ).
Conforme julgado do STJ (ROMS 945/AM), o juiz só pode ser removido em três hipóteses: a) quando aceita promoção; b) quando pede remoção; c) por interesse público.
É maior do que somente na Comarca, é mais amplo o direito, já que o juiz não pode ser transferido nem para juízos distintos.
Inamovibilidade e juiz substituto. Segundo Márcio André Cavalcanti - Principais Julgados do STF e STJ 2012, há três correntes sobre o tema :
		a) O juiz substituto não goza de inamovibilidade considerando o que é da sua essência ficar constantemente sendo removido para substituir os juízes titulares, suprindo as ausências. Posição do Min. Marco Aurélio.
		b) O juiz substituto goza de inamovibilidade, mas apenas após ser aprovado no estágio probatório e tornar-se vitalício;
		c) O juiz substituto goza de inamovibilidade independentemente de ser ou não vitalício.
Entretanto, o Plenário do STF adotou a terceira posição e decidiu que os juízes substitutos possuem a garantia da inamovibilidade mesmo que ainda não sejam vitalícios, eis que a Constituição usa o vocábulo “juízes” sem qualquer distinção e tal garantia visa assegurar independência e imparcialidade ao próprio Poder Judiciário, não fazendo qualquer sentido em conferi-la apenas aos juízes titulares. Outrossim, como reforço argumentativo, convém salientar que é comum a designação do juiz substituto para substituições do juiz titular em caso de afastamento ou em caso de sobrecarga de trabalho, situação que não configura uma remoção compulsória de sua comarca ou vara. STF. Plenário. MS 25747/SC, rel. Min. Gilmar Mendes, 17/05/2012.
O STF também já decidiu que a concessão de tal garantia apenas cabe ao Chefe do Poder Executivo de acordo com os arts. 2 e 84, inciso II, da CF.
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o dispostonos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
No caso dos magistrados, a CF não revela nenhuma exceção em que possa haver redução de seu subsídio. Não prosperam, entretanto, as teses de que a ausência de reposição inflacionária e a ausência de correção da tabela do imposto de renda malfiram a garantia de irredutibilidade, já que esta se refere ao valor nominal do subsídio e não real.
Obs: a irredutibilidade não serve apenas aos magistrados. Há previsão para o trabalhador comum - CLT (mas tem exceção) e para o servidor público estatutário (também há exceção).
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
Vedações previstas constitucionalmente - existem ainda as de nível infraconstitucional - estatuto da magistratura - objetivando evitar determinadas situações que poderiam implicar uma violação da desejável neutralidade judicial). A Constituição estabeleceu garantias de imparcialidade da magistratura, sob forma de vedações aos juízes, que visam precipuamente a proteger a sua independência.
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
Resolução de nº 10/2005/CNJ impede que atuem junto à justiça desportiva (não pertence ao Poder Judiciário, é atividade privada).
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
	Este último preceito, qualificado pela doutrina como “quarentena”, intenta preservar a imparcialidade-neutralidade dos juízes e tribunais nos quais o ex-juiz ou ex-membro do MP tenha atuado. A proibição diz respeito ao órgão do qual se afastou. Pode exercer a advocacia em outro tribunal ou juízo durante os 3 anos, após os 3 anos pode atuar em qualquer órgão.
Segundo a Resolução nº 34/2007 do STJ sobre a docência de magistrado, "O exercício de qualquer atividade docente deverá ser comunicado formalmente pelo magistrado ao órgão competente do Tribunal, com a indicação do nome da instituição de ensino, da(s) disciplina(s) e dos horários das aulas que serão ministradas"
Importante observar o teor do art. 98: § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
F) COMPETÊNCIA
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
OBS: Os TRF´s elaboram a proposta e encaminham-na ao STJ, que exerce a iniciativa do projeto de lei.
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: (COMPETÊNCIA LEGISLATIVA)
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. (COMPETÊNCIA JURISDICIONAL)
Houve ressalva expressa da Justiça Eleitoral, então não pode ser feita outra ressalva interpretativa. No caso do prefeito é diferente, porque há a ressalva.
	
	CRIME
	
	ESTADUAL
	FEDERAL
	ELEITORAL
	JUIZ / MP
	TJ
	TJ
	TRE
	PREFEITO
	TJ
	TRF
	TRE
   
G) QUÓRUM DE DECISÕES6 QUORUM DAS DECISÕES: MAIORIA ABSOLUTA E RESERVA DE PLENÁRIO
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (CISÃO FUNCIONAL NO PLANO HORIZONTAL)
 
Súmula Vinculante nº 10 : Viola a cláusula de reserva de plenário (CF art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte. E JUÍZES DE PAZ
 
H) JUIZADOS ESPECIAIS E JUIZ DE PAZ
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
As causas cíveis de menor complexidade (relacionadas à complexidade) não se confundem com as pequenas causas (relacionadas ao valor). Podem existir juizados com alçada pequena e complexa.
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
O STF já decidiu que a remuneração do juiz de paz cabe em lei de iniciativa do TJ.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
8 AUTONOMIA DO PODER JUDICIÁRIO
I) AUTONOMIA DO PODER JUDICIÁRIO
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no parágrafo anterior não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valoresaprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45, de 2004)
9 PRECATÓRIO
J) PRECATÓRIO
PRECATÓRIO é o modo pelo qual a Fazenda Pública paga as dívidas oriundas de demandas judiciais. Portanto, a execução em face da Fazenda não é igual ao credor comum que intima para pagar em 15 dias sob pena de multa de 10% (artigo 475-J do CPC). Faz-se pelo artigo 730 do CPC.
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Súmula n.º 655/STF: A exceção prevista no art. 100, caput da Constituição, em favor dos créditos de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra natureza.
Súmula n.º 144/STJ: Os créditos de natureza alimentícia gozam de preferência, desvinculados os precatórios da ordem cronológica dos créditos de natureza diversa.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o racionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
O STF considerou inconstitucional a expressão "na data de expedição do precatório", já que tal limitação violaria o princípio da igualdade e a superpreferência prevista no artigo deveria ser estendida a todos os credores que completassem 60 anos de idade enquanto estivessem aguardando o pagamento do precatório alimentar. Importante mencionar decisão recente da 2ª Turma do STJ que entendeu que o direito de preferência no pagamento de precatório aos idosos NÃO SE ESTENDE AOS SEUS HERDEIROS, MESMO QUE SEJAM TAMBÉM IDOSOS, porque é direito personalíssimo.
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Trata-se de uma exceção ao regime de precatórios – requisição de pequeno valor (RPV) – uma ordem de pagamento expedida pela autoridade judicial à autoridade da Fazenda Pública responsável para pagamento da quantia devida.
O art. 97, § 11 do ADCT (com redação dada pela EC 62/09) previa que o precatório podia ser desmembrado para pagar por RPV para cada litisconsorte. O STF declarou inconstitucional todo o artigo 97
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Para as condenações envolvendo a União, pequeno valor equivale a 60 salários mínimos (art. 17, § 1º, da Lei n.° 10.259/2001).
STF já decidiu: Não viola o art. 100, § 4º, da CF (“São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório.”) o fracionamento do valor da execução em parcelas controversa e incontroversa sem que isso implique alteração do regime de pagamento, que é definido pelo valor integral da obrigação (RE-484770). Outras decisões importantes:  
Informativo 431 (RE-458110) Expedição de Precatório e Art. 739 do CPC – 3
A Turma concluiu julgamento de recurso extraordinário interposto contra acórdão do TRF da 1ª Região que entendera que a expedição de precatório de parte incontroversa da dívida não viola o § 4º do art. 100 da CF, porquanto este dispositivo refere-se à proibição de fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução relativamente a requisitório de pequeno valor — v. Informativo 429. Negou-se provimento ao recurso da União por se entender que, no caso, não incide a vedação prevista no citado § 4º, já que se trata de hipótese diversa (“São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório.”). Ademais, asseverou-se que o regime de pagamento é definido pelo valor integral da obrigação. RE 458110/MG, rel. Min. Marco Aurélio, 13.6.2006. (RE-458110).
INFORMATIVO Nº 475/STF Reclamação e Controle de Constitucionalidade – 3 (Rcl – 3014)
O Min. Gilmar Mendes aduziu que o Tribunal firmara orientação no sentido de ser constitucional a lei de entidade federativa que fixa valores diferenciados àquele estipulado, em caráter transitório, pelo art. 87, II, do ADCT, e que, dessa forma, o art. 100, § 4º, da CF, permitiria que a lei fixasse valores distintos como referencial de pequeno valor apto a afastar a incidência do sistema de pagamento, por meio de precatórios, dos débitos da Fazenda Pública. (...) Por fim, explicou que, embora o Tribunal não tivesse se manifestado expressamente sobre o assunto, a autonomia conferida aos entes federativos pelo art. 100, § 4º, da CF e pelo art. 87 do ADCT, abrangeria, inclusive, a possibilidade de que o referencial de pequeno valor não fosse necessariamente fixado em quantidade de salários mínimos.
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
O STF já decidiu que a ECT deve pagar por precatório também, porque não exerce atividade econômica em sentido estrito, mas presta serviço público.
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integrale autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Súmula 311/STJ: Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre processamento e pagamento de precatório não têm caráter jurisdicional”.
Súmula 733/STF: Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de precatório”.
OBS: Lei 9.494/97 -Art. 1o-E.  São passíveis de revisão, pelo Presidente do Tribunal, de ofício ou a requerimento das partes, as contas elaboradas para aferir o valor dos precatórios antes de seu pagamento ao credor. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001). O STF disse que só cabe (interpretação conforme) para erros materiais ou aritméticos ou inexatidões de cálculos dos precatórios, não podendo dizer respeito ao critério de elaboração dos cálculos ou a adoção de índices diversos dos utilizados pela primeira instância.
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
É expressamente vedado o fracionamento, mas é permitida a renúncia ao valor que exceder o quantum de pequeno valor previsto no ente federado, conforme parágrafo único do art. 87 do ADCT
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
O STF declarou inconstitucional os §§ 9º e 10 do art. 100, não cabendo a compensação, pois viola o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa, a cosa julgada e a separação dos Poderes, constituindo uma inaceitável superioridade processual a Administração Pública.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização (correção monetária) de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora (juros de mora), incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Segundo a redação do §12, para evitar a perda do valor monetário a ser pago pela Fazenda Pública, no caso de precatórios pagos em atraso, devem ser adotados os índices aplicáveis à caderneta de poupança para a correção monetária e para os juros de mora, da mesma forma como previsto no art. 1º F da Lei 9494/97. O STF considerou inconstitucional a expressão “ÍNDICE OFICIAL DE REMUNERAÇÃO BÁSICA DA CADERNETA DE POUPANÇA”, já que o índice oficial da poupança não consegue evitar a perda de poder aquisitivo da moeda provocado pela inflação, de maneira a afrontar a coisa julgada. O STF considerou também inconstitucional a expressão “INDEPENDENTEMENTE DE SUA NATUREZA”, de maneira a esclarecer que aos precatórios de natureza tributária devem ser aplicados os mesmos juros de mora que incidem sobre os créditos tributários previstos no CTN, à luz do princípio da isonomia.
Por arrastamento (consequência lógica), o STF também declarou inconstitucional o art. 1º F da Lei 9494/97.
Após o julgamento das ADIs no STF, que foram declaradas parcialmente procedentes, o Tribunal iniciou o julgamento de modulação dos seus efeitos. O Ministro Luiz Fux apresentou voto acatando parcela dos pedidos, entretanto, o julgamento encontra-se suspenso por pedido de vista do Ministro Barroso.
O STJ, interpretando a decisão do STF, disse que, ainda que penda decisão por modulação de efeitos e que não tenha sido publicado o acórdão do mérito, isso não impede o julgamento das ações em curso no Tribunal conforme entendeu o STF, ou seja, já afastando aquilo que foi declarado inconstitucional. Ressalta que tal entendimento não ofende o art. 97 da CF ou a súmula vinculante 10, pois o STF já decidiu pela inconstitucionalidade, não precisando de outro Tribunal a fazer a mesma coisa. Além disso, para o crédito da Fazenda, aduz que a matéria é de ordem pública. Assim, para o STJ, passa a valer:
		a) para créditos para com a Fazenda Pública: não se usa nem a correção monetária nem os juros da poupança, usa-se Taxa SELIC que engloba os dois;
		b) para créditos previdenciários: correção monetária de acordo com o INPC conforme prevê o artigo 29-B, da LF 8213, permanecendo os juros de poupança, conforme prevê o artigo 1-F, da LF 9494;
		c) para os demais créditos: correção monetária de acordo com IPCA, permanecendo os juros de poupança, conforme prevê o artigo 1-F, da LF 9494;
Após isso, o STF já foi chamado a se manifestar, porque alguns Tribunais pararam de pagar os precatórios e outros entenderam igual o STJ. O STF deferiu medida cautelar nas ADINs 4357 e 4425 (primeiro o Fux e depois foi referendado pelo Pleno): "‘ad cautelam, que os Tribunais de Justiça de todos os Estados e do Distrito Federal dêem imediata continuidade aos pagamentos de precatórios, na forma como já vinham realizando até a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em 14/03/2013, segundo a sistemática vigente à época, respeitando-se a vinculação de receitas para fins de quitação da dívida pública, sob pena de sequestro". Portanto, é para continuar pagando e na sistemática declarada inconstitucional pelo STF (art. 1-F), porque o julgamento não acabou - está na modulação de efeitos - se cada Tribunal começar a pagar de uma forma vai haver ofensa à isonomia.
O TRF 2 aplica o entendimento do STJ, com a seguinte justificação: "Não há razão para estender tal decisão monocrática - em controle difuso e na específica seara do pagamento de precatório já em andamento - a feitos pendentes de decisão definitiva, que comportam a imediata aplicação do entendimento já assentado pelo STF acerca da correção monetária, não se justificando aguardar a modulação de seus efeitos " (201351200011400 - APELAÇÃO CÍVEL CARMEN SILVIA LIMA DE ARRUDA )
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regimeespecial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Art. 97 do ADCT. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da Constituição Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de publicação desta Emenda Constitucional, estejam em mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às suas administrações direta e indireta, inclusive os emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído por este artigo, farão esses pagamentos de acordo com as normas a seguir estabelecidas, sendo inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto em seus §§ 2º, 3º, 9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos conciliatórios já formalizados na data de promulgação desta Emenda Constitucional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62/2009).
 O STF declarou inconstitucional O §15 do art. 100 e todo o art. 97 do ADCT, pois retraria um verdadeiro calote, ferindo sobremaneira os princípios da moralidade administrativa, da impessoalidade e da igualdade, bem como do devido processo legal, do livre e eficaz acesso ao Poder Judiciário e da razoável duração do processo.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
UNAL FEDERAL
K) STF
10.1 COMPOSIÇÃO
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos (BRASILEIROS NATOS) com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (freios e contrapreso)
10.2 COMPETÊNCIA
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
É guardião da Constituição, mas não é uma Corte Constitucional típica, pelos seguintes motivos: (i) seus membros não têm mandato fixo, (ii) não é o único órgão no Brasil que exerce o controle de constitucionalidade, (iii) tem competência para prática de atos distintos do controle de constitucionalidade.
10.2.1 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (o controle de constitucionalidade é objeto de outro ponto do edital)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente (= não os diplomatas);
Só para os crimes comuns, o STF julga a cúpula, para os crimes comuns e de responsabilidade, o STF julga o 2º escalão, com exceção do art. 52, I, isto é, Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com os crimes de responsabilidade do Presidente ou Vice.
Os membros do CNJ e do CNMP não têm foro por prerrogativa de função pela prática de infrações comuns. Para caso de acusação por crime de responsabilidade, a competência para julgá-los é do Senado.
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
HC qdo for paciente: membros do CN; Presidente e Vice-Pres.; Min. de Estado; Min. dos Trib. Superiores; Min. do TCU; Com. das 3 Armas; Chefe de missão diplomática permanente; PGR; Min. do STF
MS ou HD contra atos: Presidente (o Vice não está incluído aqui); Mesa da Câmara e Mesa do Senado; PGR; TCU; STF.
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; (conflito de Estado estrangeiro ou organismo internacional em face de MUNICÍPIO OU PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA A COMPETÊNCIA É DOS JUÍZES FEDERAIS – art. 109, II, CF)
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
Conflito de Atribuições entre Ministérios Públicos: Competência do Supremo Tribunal Federal para dirimir conflito de atribuições entre Ministérios Públicos (CF, art. 102, I, f). Convém salientar que tal discussão voltou ao STF em maio de 2013 (ACO 924), mas um pedido de vista do Ministro Joaquim Barbosa interrompeu o julgamento. Os Ministros Fux e Teori Zavaski apresentaram entendimento divergente ao consolidado na Corte, sob o argumento de ausência de conflito federativo, por tratar-se de mero conflito de atribuições entre membros do MP “a respeito do qual o MPF deveria ter a palavra definitiva”. Conflito de atribuições e Fundef : Segundo o STF, em relações às matérias penais, a atribuição cabe ao MPF, já as ações de natureza cíveis (ação de improbidade administrativa) são de atribuição do MPF ou do MPE, caso tenha ou não complementação do Fundef pela União.
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; (matéria de internacional público)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
"O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de decisão concessiva de habeas corpus." (SÚM. 208)
"Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção." (SÚM. 395)
"Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso." (SÚM. 606)
"Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar." (SÚM. 691) A jurisprudência do STF tem relativizado o rigor da Súmula quando diante de casos em que a ilegalidade é manifesta.
"Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada." (SÚM. 693)
"Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública." (SÚM. 694)
"Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade." (SÚM. 695)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
	Segundo o STF, “a natureza jurídica da reclamação não é a de um recurso, de uma ação e nem de um incidente processual. Situa-se ela no âmbito do direito constitucional de petição previsto no art. 5º, inciso XXXIV da Constituição”. Trata-se de ação autônoma de impugnação, dando origem a processo novo com objetivo de impugnar determinada decisão judicial.
É uma ação de competência originária dos tribunais. Na Constituição Federal, está prevista na competência do STF e do STJ.Na legislação infraconstitucional, possui previsão para ser interposta junto ao TST, TSE e STM.
Até o ano de 2003, o Supremo entendia que não cabia reclamação perante os Tribunais de Justiça, sob o fundamento de que não havia lei disciplinando o assunto. Este posicionamento foi revisto para admiti-la, desde que exista previsão na Constituição Estadual (em homenagem, portanto, ao princípio da simetria).
Regulamentação: Lei n.º 8.038, com procedimento semelhante ao do rito do mandado de segurança. Cabe liminar; a prova deve ser pré-constituída e o Ministério Público intervém obrigatoriamente.
Em 2003, houve também alteração do regimento interno do STF, de modo a permitir que um relator julgue monocraticamente a reclamação, se fundada em súmula ou jurisprudência dominante do STF.
É uma ação de fundamentação delimitada (ação típica), cabendo em duas hipóteses:
i. Reclamação por usurpação de competência
a) Reclamação por desrespeito à autoridade da decisão do tribunal.
Importante atentar que, com o advento das alterações promovidas pela EC n.º 45/2004, mais especificamente no §3º, do art. 103-A (que trata da súmula vinculante), o texto constitucional passou a prever uma hipótese de reclamação em face de ato administrativo. (§ 3º, art. 103-A. Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso).
Regulamentando esta hipótese, cabe observar o disposto no art. 7º, da Lei n.º 11.417/2006: Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação. § 1º. Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas. § 2º. Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso”).
Súmula n.º 368/STF: não há embargos infringentes no processo de reclamação.
Súmula n.º 734/STF: não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.
Nos termos da orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal, são legitimados à propositura de reclamação todos aqueles que sejam prejudicados por atos contrários às decisões que possuam eficácia vinculante e geral (erga omnes). Se o precedente tido por violado foi tomado em julgamento de alcance subjetivo, como se dá no controle difuso e incidental de constitucionalidade, somente é legitimado ao manejo da reclamação as partes que compuseram a relação processual do aresto. Logo, pode-se afirmar que o STF não acolhe a teoria da abstrativização do controle difuso, apesar de ser a tese defendida pelo Ministro Gilmar Mendes.
Caso da Rcl 4335/AC (Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/3/2014) do juízo da Vara de Execuções Penais de Rio Branco (AC) que negou a dez condenados por crimes hediondos o direito à progressão de regime prisional.), julgando-a procedente não com base na teoria da abstrativização do controle difuso, mas sim em virtude do desrespeito à SV 26, mesmo tendo o verbete sido editado em momento posterior ao ajuizamento da reclamação (três anos após). Segundo o Ministro Teori Zavaski, a aprovação do verbete constitui fato superveniente, ocorrido no curso do julgamento do processo, que não pode ser desconsiderado pelo juiz, nos termos do artigo 462 do Código de Processo Civil (CPC).
O STF tem entendimento assentado no sentido de não ser cabível reclamação em que se alega desrespeito ao que decidido em sede de outra reclamação.
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
STF: Oposta a exceção, se os exceptos reconhecem a suspeição, aí, sim, a competência do STF se firma de logo; se a recusam, porém, ao STF incumbe julgar originariamente a própria exceção e, somente quando acolhida essa, julga a ação principal.
STF: A competência não será originária do STF quando a matéria discutida for também do interesse de outras carreiras de servidores públicos. Ademais, deverá interessar a TODOS os membros da magistratura e não apenas uma parcela dos seus membros.
Súmula 731 STF: para fim da competência originária do STF, é de interesse geral da magistratura a questão de saber se, em face da lei orgânica da magistratura nacional, os juízes têm direito à licença-prêmio.
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
OBS: Análise conjunta dos arts. 102, I, o e art. 105, I, d. Conflitos de Competência:
1. STJ e TRT/SE > STF
a. TRT/MG e TJ/BA > STJ
b. TST e TSE > STF
c. STM e TJ/ES > STF
d. TRF2 e TRF5 > STJ
e. TRF2 e TRE/ES > STJ
f. TER/RO e TRT/AM > STJ
g. Juiz Eleitoral e Juiz do Trabalho > STJ
h. Juiz Federal do TRF1 e Juiz Estadual mineiro no exercício de jurisdição federal (mesma região) > TRF respectivo
i. Juiz Federal do TRF5 e Juiz Estadual da Bahia no exercício de jurisdição federal (regiões diferentes) > STJ
j. STJ e TST > STF
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
Lembrar que : Lei 9868/99:
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.
ART. 11. § 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45/2004)
Segundo a orientação adotada pelo Plenário do STF, as “ações” a que se refere o art. 102, I, “r” da Constituição Federal são apenas as ações constitucionais de mandado de segurança, mandado de injunção, habeas data e habeas corpus. As demais ações em que se questionam atos do Conselho Nacional de Justiça – CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP submetem-se, consequentemente, ao regime de competência estabelecido pelas normas comuns de direito processual. (Ação Cível Originária 2.291 DF - Relator : Min. Teori Zavascki – 20/03/2014)
10.2.2 COMPETÊNCIA RECURSO ORDINÁRIO
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
Vale relembrar que crime político é aquele que ofende ou põe em risco as normas que protegem o regime político social do Estado. (O STF ainda reconhece a subsistência dessa conceituação para alguns crimes previstos na lei 7170/83-lei de Segurança Nacional). A competência na 1ª instância é do juiz federal. Trata-se de um caso específico, em que o processo sairá da 1ª instância e

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