Buscar

Guia-prático-para-projetos-de-aquicultura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GUIA PRÁTICO PARA 
PROJETOS DE AQUICULTURA
GUIA PRÁTICO PARA 
PROJETOS DE AQUICULTURA
GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE
20102010
GOVERNO DE SERGIPE
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS
SUPERINTENDÊNCIA DE RECURSOS HÍDRICOS
ANA
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
Ministério do
Meio Ambiente
Ministério da
Integração Nacional
Outorga e
Fiscalização
dos recursos hídricos
GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS
SUPERINTENDÊNCIA DE RECURSOS HÍDRICOS
GUIA PRÁTICO PARA PROJETOS DE
AQUICULTURA
ARACAJU-SE 
SETEMBRO DE 2010
 A outorga de direito de uso é um dos instrumentos da Política Nacional de 
Recursos Hídricos, disposta na Lei Federal n°. 9.433/97 e da Política Estadual de 
Recursos Hídricos, disposta na Lei Estadual n°. 3.870/97, e tem como objetivo o 
controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos 
direitos de acesso a esse bem público. Este importante instrumento foi 
regulamentado pelo Decreto Estadual n°. 18.456/99.
 Segundo este decreto, “a implantação de qualquer empreendimento que possa 
demandar a utilização de recursos hídricos e que implique alteração do regime, 
da quantidade ou da qualidade da água existente em um corpo hídrico superficial 
ou subterrâneo” está sujeito à outorga pelo poder público.
 As outorgas em corpos hídricos de domínio da União são facultadas pela 
Agência Nacional de Águas – ANA, entidade federal de implementação da Política 
Nacional de Recursos Hídricos, enquanto que em corpos d'água de domínio do 
Estado, as outorgas são autorizadas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente 
e dos Recursos Hídricos – SEMARH, órgão gestor da Política Estadual de Recursos 
Hídricos, através de uma gestão de recursos hídricos descentralizada e contando 
com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
 A SEMARH, por meio de sua Superintendência de Recursos Hídricos - SRH, 
pretende, através deste guia, divulgar para os profissionais que prestam serviços 
aos usuários de recursos hídricos, conhecimentos necessários a elaboração em 
projetos de aquicultura, para fins de outorga.
 Trata-se de um guia simples e resumido, que teve sua preparação baseada nas 
instruções técnicas presentes no Manual de Outorga, o qual foi elaborado por 
consultoria especializada viabilizada através do Convênio n°. 011/2005, firmado 
entre a SEMARH e a Agência Nacional de Águas – ANA. Esperamos que esta 
publicação se transforme em um instrumento útil de consulta e informação.
APRESENTAÇÃO
Genival Nunes Silva
Secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
GOVERNADOR
Marcelo Déda Chagas
 VICE-GOVERNADOR
Belivaldo Chagas 
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE 
E DOS RECURSOS HÍDRICOS
SECRETÁRIO
Genival Nunes Silva
SUPERINTENDÊNCIA DE RECURSOS HÍDRICOS
SUPERINTENDENTE
Ailton Francisco da Rocha
 DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE DE RECURSOS 
HÍDRICOS/COORDENADORIA DE OUTORGA E VISTORIA
Ana Carolina Oliveira Freitas
Ana Paula Barbosa Ávila Macêdo
João Carlos Santos da Rocha
Renilda Gomes de Souza
PROJETO GRÁFICO
Rafael Gois Tomaz (www.lordpixel.com.br)
GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE
ARACAJU-SE 
 2010
SUMÁRIO
 Anexo II - Proposta de Arraçoamento para Cultivo de 
Peixes em Sistemas Intensivo e Super-intensivo de Criação
 Anexo III – Índice de Conversão Alimentar
5. DOCUMENTOS CORRELATOS
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
31
35
40
41
1. TERMINOLOGIA E DEFINIÇÕES
2. DIRETRIZES E PROCEDIMENTOS DE APLICAÇÃO
3. PROPOSTA DE ELABORAÇÃO DO PROJETO DE 
AQUICULTURA
 
ESCAVADOS (VIVEIROS)
 3.1.1 - Informações Gerais
 3.1.2 - Dimensionamento da Rede de Água
 3.1.3 - Sistema de Armazenamento de Água
 3.1.4 - Proposta de Roteiro para Cálculo da 
Demanda de Água
 3.2. SISTEMA DE PRODUÇÃO EM TANQUES-REDE
 
 3.2.2. Capacidade de Suporte 
 
 3.3 - RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES
4. ANEXOS
 Anexo I - Proposta de Monitoramento da Qualidade 
da Água em Viveiros de Aquicultura em SistemaI 
ntensivo
3.1. SISTEMA DE PRODUÇÃO EM TANQUES 
3.2.1. Sustentabilidade de um Sistema em 
Tanques-rede
3.2.3. Capacidade de Produção e Área de 
Influência dos Parques Aquícolas em Função do Limite 
de Fósforo na Água
08
12
13
13
14
15
15
18
20
21
24
26
28
28
13
09
TE
R
M
IN
O
LO
G
IA
 E
 D
E
FI
N
IÇ
Õ
E
S
Outorga e
Fiscalização
A seguir, apresenta-se a Terminologia e Definições necessárias ao 
entendimento das metodologias aplicadas aos projetos de 
aquicultura do escopo deste guia.
• Ambiente lêntico – ambiente que se refere à água parada, com 
movimento lento ou estagnado, tais como lagos, lagoas e açudes.
• Ambiente lótico – ambiente relacionado às águas continentais 
moventes (rios).
• Aquicultura – cultivo de organismos aquáticos de valor 
econômicos, tais como criação de camarão (carcinicultura), peixe 
(piscicultura), rã (ranicultura), ostra (ostreicultura), dentre 
outros.
• Capacidade de suporte de um sistema – o nível máximo de 
produção aquícola que um dado ecossistema pode sustentar sem 
extrapolar certos limites aceitáveis de indicadores de 
eutrofização.
• Ciclo de produção – período que compreende o início de uma 
fase de produção até o produto final requerido.
• Colmatação – acúmulo de materiais orgânicos e crescimento de 
algas que causam obstrução parcial das malhas.
• Conversão alimentar – quantidade de alimento convertida em 
peso animal.
• Cultivo estático – cultivo no qual a demanda de água vai 
depender do percentual de evaporação e infiltração diária dos 
viveiros ou tanques.
• Densidade de estocagem - número de organismos aquáticos 
por unidade de volume ou superfície.
• Efluentes – águas de drenagem dos viveiros ou tanques da 
exploração aquícola.
• Epimnílio - extrato superior da coluna d'água com temperatura 
homogênea e que na maior parte do tempo não se mistura com a 
água dos extratos inferiores.
• Fitoplancton – algas unicelulares em geral microscópicas que 
conferem uma coloração esverdeada à água dos tanques e 
viveiros, devido sua capacidade de realizar fotossíntese (alimento 
natural).
• Fluxo contínuo – renovação constante de água, utilizado em 
raceways, com taxas de renovação que podem chegar a 200% em 
um dia.
• Frequência de tratos – número de vezes que a ração é fornecida 
no dia. 
• Lagoa de decantação – lagoa ou reservatório construído a 
jusante dos viveiros ou tanques para receber os seus efluentes.
• Piscicultura extensiva - sistema de criação de peixes em 
ambientes extensos, sem controle ou domínio das condições 
ambientais, com produtividade oscilando entre 100 e 1.000 
kg/ha/ano. Criação no próprio açude, lago ou barragem.
08 1. TERMINOLOGIA E DEFINIÇÕES
11
TE
R
M
IN
O
LO
G
IA
 E
 D
E
FI
N
IÇ
Õ
E
S
Outorga e
Fiscalização
• Piscicultura intensiva - sistema de criação de peixes em 
ambientes devidamente controlados, com produtividade 
oscilando entre 8.000 e 30.000 kg/ha/ano. Praticada em viveiros 
de terra ou em tanques de cimento, fibra de vidro ou plástico. 
• Piscicultura semi-intensiva - sistema de criação de peixe em 
ambientes controlados, com produtividade oscilando entre 1.000 
e 8.000 kg/ha/ano. Ocorre geralmente em viveiros. 
• Piscicultura super-intensiva - sistema de criação em ambientes 
pequenos com alta densidade de estocagem, com produtividade 
oscilando entre 50.000 e 300.000 kg/ha/ano. Ocorre geralmente 
em raceways (produção com fluxo contínuo de água) e tanque-
rede ou gaiolas.
• Produtividade – relação entre a produção anual (toneladas) e o 
volume útil total (m³), calculada por ciclo anual.
• Raceways – tanques de alvenaria com sistema de fluxo contínuo 
de água, geralmente captada de sistemas hídricos lóticos.
• Sistema de contenção de enxurradas – diques ou canais 
construídos a montante do sistema de criação, com o objetivo de 
protegê-lo contra enxurradas. 
• Tanques-rede – estruturas flutuantes, de variados tamanhose 
formas geométricas, delimitadas por telas ou redes, que 
permitem o confinamento de espécies de pescado.
• Taxa de alimentação – percentual de alimento em relação a 
biomassa.
• Taxa de renovação de água – percentual de água renovada por 
unidade de volume ou superfície.
• Trofia – indicador do estado de um ambiente, que pode ser 
eutrófico (ambiente rico em nutrientes) e oligotrófico (com 
pequeno suprimento de nutrientes ou espectro limitado de 
nutriente).
• Vazão ou descarga – expressão utilizada para estimar a 
quantidade de água disponível a ser utilizada na piscicultura.
• Viveiros de barragem – barramento transversal de um vale, 
para represamento de um curso natural de água, onde 
normalmente não se controla o fluxo da vazão de abastecimento.
• Viveiros de derivação – estruturas escavadas ou elevadas em 
terreno natural, com total controle e facilidade de abastecimento 
e esvaziamento (viveiros de piscicultura e carcinicultura).
10
Capítulo 1
Terminologia e 
Definições
13
Outorga e
Fiscalização
 A aquicultura apresenta-se como atividade economicamente 
emergente na competição pelo recurso água. Atualmente, a 
aquicultura enfrenta o desafio de moldar-se ao conceito de 
sustentabilidade, o que implica em agregar novos valores à 
produção de conhecimento e às práticas do setor.
 As atividades produtivas principalmente quando executadas de 
maneira inadequada e sem considerar o planejamento do uso de 
recursos naturais e as estratégias que assegurem o 
desenvolvimento pretendido, são impactantes ao meio 
ambiente. Para o gerenciamento eficiente da atividade aquícola, 
e, consequentemente, a geração de emprego e renda numa 
região, é necessário que se estabeleça a demanda de água 
requerida, e o destino da água residual do processo de produção, 
o que torna os parâmetros e dados utilizados na concepção do 
projeto decisivos para a definição da necessidade hídrica para a 
aquicultura.
2. DIRETRIZES E PROCEDIMENTOS DE 
APLICAÇÃO 
PR
O
PO
ST
A
 D
E
 E
LA
B
O
R
A
Ç
Ã
O
 D
O
 P
R
O
JE
TO
 D
E
 A
Q
U
IC
U
LT
U
R
A
3. PROPOSTA DE ELABORAÇÃO DO 
PROJETO DE AQUICULTURA
 A aquicultura em águas continentais pode ser realizada em viveiros 
de barragem ou derivação, tanques-rede, canais de irrigação e 
raceways, tornando diferentes algumas especificações nos 
projetos.
 Com o objetivo de sistematizar as normas do pleito de outorga, 
tendo em vista a complexidade do projeto pela diversidade de 
situações, faz-se necessário à apresentação do projeto contendo, 
diversas informações.
3.1. SISTEMA DE PRODUÇÃO EM TANQUES ESCAVADOS 
(VIVEIROS)
 Os itens relacionados a seguir apresentam as informações 
necessárias à elaboração de projetos de sistema de produção em 
tanques escavados.
3.1.1 – INFORMAÇÕES GERAIS
 
• Caracterização climática da região (temperatura, umidade relativa 
do ar, precipitação, velocidade de ventos, radiação etc.);
• Estudo topográfico do local a ser usado para construção das 
instalações;
• Análise da tipologia do solo (horizontes; propriedades físicas - cor, 
textura, estrutura, consistência, granulometria e permeabilidade e 
propriedades químicas);
• Análises físico-químicas da água de abastecimento (temperatura, 
12
15
Outorga e
Fiscalização
transparência, salinidade, pH, OD, material em suspensão, 
amônia, nitrito, nitrato, fosfato, silicato, clorofila “a” e coliforme 
termotolerante), conforme estabelecido no CONAMA 312/02);
• Espécie(s) a ser(em) cultivada(s) (é importante que se faça um 
estudo de mercado);
• Variáveis tecnológicas da espécie (densidade de estocagem, 
biomassa, taxa de alimentação, tipo de ração, frequência de 
tratos, ajuste de ração de acordo com a biomassa, conversão 
alimentar);
• Variáveis tecnológicas do ambiente de cultivo (correção das 
características químicas do solo dos viveiros, se necessário: 
calagem, desinfecção, adubação etc.);
• Sistema de exploração a ser adotado (sistemas extensivo, semi-
intensivo, intensivo ou super-intensivo);
• Produtos e produção esperada (porte do empreendimento, 
produtividade, tipo de produto a ser comercializado, ciclo de 
produção);
• Alternativas de alimentação (fertilização química e/ou orgânica 
da água e/ou ração comercial);
• Descrição e dimensionamento da área para cada uma das 
atividades (reprodução, larvicultura, alevinagem, engorda e/ou 
estocagem de peixe etc.);
• Monitoramento da qualidade da água (ANEXO I).
3.1.2. DIMENSIONAMENTO DA REDE DE ÁGUA:
• Captação de água - especificar a fonte de abastecimento (açude, 
represa, poço etc.), se já existe ou se será construída;
14
PR
O
PO
ST
A
 D
E
 E
LA
B
O
R
A
Ç
Ã
O
 D
O
 P
R
O
JE
TO
 D
E
 A
Q
U
IC
U
LT
U
R
A
• Distribuição de água - descrever e especificar a quantidade e 
capacidade de cada um dos itens de abastecimento, escoamento, 
drenagem (canais e/ou canos), lagoas de decantação e sistema de 
contenção de enxurradas.
3.1.3 SISTEMA DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA:
• Tipo de construção, dimensões e capacidade de cada um dos 
viveiros e/ou tanques;
• Capacidade total de armazenamento de água nos viveiros;
• Planta baixa e memorial descritivo do sistema de cultivo e 
construções anexas.
3.1.4 PROPOSTA DE ROTEIRO PARA CÁLCULO DA DEMANDA 
DE ÁGUA
 A demanda d’água em tanques escavados no solo está na 
dependência direta de quatro componentes:
• Composição física do solo, onde a infiltração é componente de 
consumo;
• Fatores meteorológicos, tais como ventos e insolação, sendo 
estes responsáveis pelas perdas por evaporação, e a pluviosidade 
atuando como fonte de reposição;
• Sistema de cultivo com alto fluxo (raceways), baixo fluxo ou 
fluxo estático;
• Produto cultivado como pescado, camarão, alevino ou pós-larva 
de camarão. Quando a finalidade é produção de alevinos ou pós-
larva, invariavelmente tem-se várias repleções e descargas 
durante o ano.
Capítulo 3
Proposta de 
elaboração do 
projeto de 
aquicultura
17
PR
O
PO
ST
A
 D
E
 E
LA
B
O
R
A
Ç
Ã
O
 D
O
 P
R
O
JE
TO
 D
E
 A
Q
U
IC
U
LT
U
R
A
Outorga e
Fiscalização
 Desta forma, de acordo com o Departamento Nacional de Obras 
Contra as Secas (DNOCS - 2005), o balanço hídrico para viveiros de 
aquicultura pode ser analisado pela seguinte equação:
 Em regiões tropicais de clima moderado, pode-se atribuir uma 
taxa de evaporação entre 5 e 10 mm/dia, sendo que para regiões 
críticas, essa taxa poderá elevar-se até 25 mm/dia de coluna 
d’água evaporada; e viveiros construídos em solos argilosos 
podem apresentar infiltração entre 1 a 2 mm de coluna d’água, o 
que é considerado normal (PINHEIRO e OLIVEIRA, 1998). 
 Para melhor compreensão serão exemplificadas duas situações 
de demanda hídrica em tanques escavados:
16
Capítulo 3
Proposta de 
elaboração do 
projeto de 
aquicultura
 Equação 01V = (V - V )+ (V +V +V )d evrv infp re
V = Volume de demanda total (m³)
V = Área (m²) x Profundidade média (m)
V = Área (m²) x Pluviosidade anual da região (m)
V = Área (m²) x Evaporação anual da região (m)
V = Área (m²) x Infiltração anual do solo (m)
V = Volume de renovação (m³)
d
ev
rv
inf
p
re
onde:
Pela Equação 1, considerando que:
V = 
V = 10.000m² x 0,450m= 4.500m³
V = 10.000m² x 0,25m x 365 dias= 91.250m³
V = 10.000m² x 0,001m x 365 dias= 3.650m³
V = 0
10.000m² x 1,0m= 10.000m³
V = (10.000m³ - 4.500m³)+(91.250m³ + 3.650m³ + 0)
V = 100.400m³/ano
d
d
ev
rv
inf
p
re
SITUAÇÃO I
 Considera-se um cultivo anual realizado em viveiro de 1,0 ha, 
com profundidade média de 1 m, localizado em uma região com 
lâmina de evaporação de 25 mm/dia, solo com infiltração de 1 
mm/dia, pluviosidade anual de 450 mm. Em virtude de escassez 
de recursos hídricos, o sistema será estático, havendo somente 
reposição das perdas.
Então:
19
Outorga e
Fiscalização
SITUAÇÃO II
 Considera-se um cultivo quadrimestral em viveiro de 2.000 m², 
profundidade média de 1 m, lâmina de evaporação de12 mm/dia, 
lâmina de infiltração de 2 mm/dia e fluxo de renovação de 2 L/s,não havendo pluviosidade no período.
18
Capítulo 3
Proposta de 
elaboração do 
projeto de 
aquicultura
PR
O
PO
ST
A
 D
E
 E
LA
B
O
R
A
Ç
Ã
O
 D
O
 P
R
O
JE
TO
 D
E
 A
Q
U
IC
U
LT
U
R
A
Pela Equação 1, considerando que:
V = 2.000
V = 0
V = 2.000m² x 0,012m x 120 dias= 2.880m³
V = 2.000m² x 0,002m x 120 dias= 480m³
V = 2,0L/s x 3,6 x 24h = 172,8m³ / dia x 120dias = 20
m² x 1,0m= 2.000m³
V = 26.096m³ / 4 mesesd
ev
rv
inf
p
re
Então:
• Espécie(s) a ser(em) cultivada(s);
• Finalidade da criação;
• Apresentar variáveis tecnológicas do cultivo (densidade de 
estocagem, biomassa, taxa de alimentação, conversão alimentar 
(CA) e características da ração de acordo com a fase de cultivo);
• Dimensionamento da área dos tanques-rede de acordo com a 
população de peixes desejada e a área do reservatório (o 
somatório das áreas dos tanques-rede não deve ultrapassar 1% 
do espelho d’água médio dos últimos 10 anos);
• Tamanho e número de tanques-rede (levar em consideração: 
densidade, biomassa dos peixes, ciclo de cultivo e frequência de 
despesca: semanal, quinzenal, mensal etc.);
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Localização dos tanques-rede na área de cultivo (levar em 
consideração: profundidade do local, proximidade das margens, 
o acesso à área, a distância do fundo do tanque ao fundo do 
reservatório – distância superior a 1,5m, hidrovia, navegação 
etc.);
Produção anual de peixe em toneladas;
Número de dias por ciclo de produção;
Tempo de desaparecimento do fósforo estimado no projeto;
Nível trófico do reservatório;
Quantidade de ração usada por ano;
Teor de fósforo na ração;
Estimativa da capacidade de suporte do ambiente.
3.2. SISTEMA DE PRODUÇÃO EM TANQUES-REDE
 Faz-se necessário as seguintes informações para elaboração de 
projeto em sistema de produção em tanques-rede.
• Caracterizar o reservatório (área, profundidade média, volume 
e renovação de água, vazão etc.);
• Apresentar análises físico-químicas da água de abastecimento, 
conforme Tabela 04;
21
Outorga e
Fiscalização
3.2.1. SUSTENTABILIDADE DE UM SISTEMA EM TANQUES-REDE
 
 As Tabelas 1 e 2 podem ser utilizadas como referência para 
estimar a capacidade de suporte de um ambiente de água doce 
(Classe II - CONAMA nº. 357/05).<
20
Capítulo 3
Proposta de 
elaboração do 
projeto de 
aquicultura
PR
O
PO
ST
A
 D
E
 E
LA
B
O
R
A
Ç
Ã
O
 D
O
 P
R
O
JE
TO
 D
E
 A
Q
U
IC
U
LT
U
R
A
Tabela 1 - Valores máximos de P em ambientes de água 
doce (Classe II) estabelecido pelo CONAMA nº. 357/05
Ambiente Níveis máximos de P
(mg/L/ano)
Lêntico 0,030
Intermediários (tempo de 
residência entre 2 e 40 dias)
0,050
Lótico 0,1
Total
Total
3.2.2. CAPACIDADE DE SUPORTE 
 Capacidade de suporte é o nível máximo de produção aquícola 
que um dado sistema pode sustentar sem extrapolar certos 
limites aceitáveis de indicadores de eutrofização. Em geral, está 
relacionada de maneira inversa ao volume (tamanho) da unidade 
de produção. Quando a capacidade de suporte é atingida, o 
ganho de peso ou a biomassa da população estocada é zero. A 
Tabela 3 apresenta a estimativa da biomassa máxima de tilápias 
sustentável para dois tipos de tanques rede.
Tabela 02 - Classificação do Estado Trófico
Reservatórios
Estado Trófico Critério Secchi-S(m) P-Total - P ( )µg/L Clorofila a (µg/L)
Ultraoligotrófico IET < 47 S > 2,4 P < 8 CL < 1,17
Oligotrófico 47 < IET < 52 2,4 > S > 1,7 8 < P < 19 1,17 < CL < 3,24
Mesotrófico 52 < IET< 59 1,7 > S > 1,1 19 < P < 52 3,24 < CL < 13,51
Eutrófico 59 < IET < 63 1,1 > S > 0,8 52 < P < 120 13,51 < CL < 30,55
Supereutrófico 63 < IET < 67 0,8 > S > 0,6 120 < P < 233 30,55 < CL < 69,05
Hipereutrófico IET > 67 S < 0,6 P > 233 CL > 69,05
Tabela 02 - Classificação do Estado Trófico (CONTINUAÇÃO).
Rios
Estado Trófico Critério Secchi-S(m) P-Total - P ( )µg/L Clorofila a (µg/L)
Ultraoligotrófico IET < 47 P < 13 CL < 0,74
Oligotrófico 47 < IET < 52 13 < P < 35 0,74 < CL < 1,31
Mesotrófico 52 < IET < 59 35 < P < 137 1,31 < CL < 2,96
Eutrófico 59 < IET < 63 137 < P < 296 2,96 < CL < 4,70
Supereutrófico 63 < IET < 67 296 < P < 640 4,70 < CL < 7,46
Hipereutrófico IET > 67 P > 640 CL > 7,46
Fonte: Relatório de qualidade de águas superficiais - CETESB/2006
23
Outorga e
Fiscalização
22
Capítulo 3
Proposta de 
elaboração do 
projeto de 
aquicultura
PR
O
PO
ST
A
 D
E
 E
LA
B
O
R
A
Ç
Ã
O
 D
O
 P
R
O
JE
TO
 D
E
 A
Q
U
IC
U
LT
U
R
A
Tabela 3 – Estimativa da biomassa máxima de tilápias 
sustentável (kg/m³), em tanques rede de pequeno 
volume/alta densidade (PVAD) ou grande volume/baixa 
densidade (GVBD), sob condição de corrente de água 
contínua com velocidade de 0,5 m/min.
Parâmetro TR de PVAD TR de GVBD
Volume submerso 4 m³ 50 m³
Troca por hora 15 6
O2 disponível / hora 4g/m³x4m³x15=240g 4g/m³x50m³x6=1.200g
Biomassa máx. 
(toneladas)
240g÷300g/t/h
=0,8ton
1.200g÷300g/t/h
=4,0 ton
kg de tilápia/m³ 800kg÷4m³=200 4.000kg÷50m³=80
 Para estimativa dos valores presentes na tabela acima, os 
autores consideraram as seguintes suposições:
• Consumo de O das tilápias: 300 g de O /tonelada/hora;
• Oxigênio dissolvido na água que entra no tanque rede: 7mg/L;
• Oxigênio dissolvido que deixa o tanque rede: 3mg/L;
• Oxigênio disponível para o consumo: (7-3) = 4mg/L ou 4g/m³.
 Observa-se, portanto a importância do monitoramento de O2 
tanto da água do reservatório (água que entra no tanque rede) 
quanto da água que deixa o tanque rede.
Fonte: Ono e Kubitza (2003).
2 2
 A capacidade de suporte pode ser calculada com a equação 
adaptada por Costa (2004):
EXEMPLO
 Calcular a capacidade de suporte considerando a situação 
abaixo.
Equação 02
onde:
(ÁREA x B x 2F x 10.000 x 365)
[(C x 1.000)x(1+G)x1.000]
CS=
CS = Capacidade de suporte (t de peixe/ano);
ÁREA = Em hectares;
B = Profundidade média (m);
F = Limite de fósforo adicional na água (g/m³);
C = Quantidade de fósforo lançado no meio ambiente por 
tonelada de peixe produzido (kg de P/t);
G = Tempo de desaparecimento do fósforo (dias);
• Área: 2,0 ha;
• Profundidade média: 3,0 m ;
• Limite de fósforo adicionado na água: 5 mg/L (Esteves, 
1998);
• Quantidade de fósforo lançado no meio ambiente: 22,6 kg 
de P/ t de peixe;
• Tempo de desaparecimento do fósforo: 5 dias;
• Ciclo de Produção: 2 ciclos de 180 dias por ano.
 OBS: Costa (2004) utilizou os dados da área dos meandros ou 
entrâncias selecionados para implantação dos tanques-rede, 
porém, neste exemplo será utilizada a área do reservatório.
25
Outorga e
Fiscalização
24
Capítulo 3
Proposta de 
elaboração do 
projeto de 
aquicultura
PR
O
PO
ST
A
 D
E
 E
LA
B
O
R
A
Ç
Ã
O
 D
O
 P
R
O
JE
TO
 D
E
 A
Q
U
IC
U
LT
U
R
A
 Quando existir uma área pré definida e de dimensões limitadas 
para implantação de um parque aquícola, a capacidade de 
produção será estimada pela Equação 06.
Equação 05
onde:
onde:
Equação 06CP= Área Total/(Área t / ciclo x [d/e])
Área Total= (V/b/10.000)x a x (d/e)
 Para águas doces de Classes 1 e 2, quando o nitrogênio for fator 
limitante para eutrofização, nas condições estabelecidas pelo 
órgão ambiental competente, o valor de nitrogênio total (após 
oxidação) não deverá ultrapassar 1,27 mg/L para ambientes 
lênticos e 2,18 mg/L para ambientes lóticos, na vazão de 
referência (CONAMA nº 357/05).
onde:
Equação 04Área /ciclo = (V/b/10.000)t
Área t/ciclo= Área de influência para produção de uma 
tonelada de peixe por ciclo (ha/t/ciclo);
b =Profundidade média do epilímnio (m).
CP= Capacidade de produção (t/ano).
a =Produção anual de peixe (t);
e =Número de dias por ano.
 Substituindo-se os dados acima na Equação 02, tem-se:
CS= 1,6 t de peixe/ano
3.2.3. CAPACIDADE DE PRODUÇÃO E ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS 
PARQUES AQUÍCOLAS EM FUNÇÃO DO LIMITE DE FÓSFORO NA 
ÁGUA
 A capacidade de produção dos parques aquícolas pode ser 
determinada calculando-se o volume do epilímnio necessário 
para diluir o fósforo total lançado no ambiente por toneladade 
peixe produzida por ciclo (Equação 03), a área de influência para a 
produção de 1 (uma) tonelada de peixe por ciclo (Equação 04) e a 
área total do parque aquícola para alcançar a meta de produção 
anual (Equação 05), segundo Ono e Kaubitza (2003).
Equação 03
onde:
V= (c x 1.000/d)x [(1+g)/2]/f
V= Volume do epilímnio necessário para diluir o fósforo total 
lançado no ambiente por tonelada de peixe produzida por 
ciclo (m³);
c =Quantidade de fósforo lançado no ambiente por tonelada 
de peixe produzida (kg);
d = Número de dias por ciclo de produção (dias);
g = Tempo de desaparecimento do fósforo (dias);
f =Limite máximo de fósforo adicional na água (g/m³);
(2ha x 3,0m x 2 x 5g/m³ x 10.000 x 365dias)
[(22,6kg/t)x(1+5dias)x1.000]
CS=
27
Outorga e
Fiscalização
Amônia Semanal < 0,5 mg/L
Nitrito Semanal < 0,5 mg/L
Fonte: Body e Tucker, citado por Rotta e Queiroz, (2003).
26
Capítulo 3
Proposta de 
elaboração do 
projeto de 
aquicultura
PR
O
PO
ST
A
 D
E
 E
LA
B
O
R
A
Ç
Ã
O
 D
O
 P
R
O
JE
TO
 D
E
 A
Q
U
IC
U
LT
U
R
A
Tabela 4 – Principais parâmetros físico-químico de qualidade de 
água, suas frequências de análise e seus limites mínimos adequados 
para aquicultura em tanque rede (Body & Tucker, 1998)
Parâmetro Frequência Limite
Temperatura Diária 26-28°C
Oxigênio Dissolvido Diária 5-6 mg/L
Diminuição brusca 
de O
Semana < 30 mg/L
pH Diária 6-9
Alcalinidade Total Semanal > 20 mg (CaCO )
Dureza Total Semanal > 100 mg (CaCO )
Transparência Diária 30-50 cm
Sólidos Totais 
Suspensos
Semanal < 30 mg/L
Turbidez Semanal 25-30 UNT
Condutividade Mensal < 1.000 mmol/cm²
Fósforo Total Mensal < 0,5 mg/L
Fósforo Solúvel Mensal <0,05 mg/L
Nitrogênio Total Semanal 5-6 mg/L
Nitrogênio 
Amoniacal Total
Semanal 2-3 mg/L
2
3
3
3.3 - RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES
 Nenhum projeto de aquicultura pode funcionar sem uma infra-
estrutura mínima capaz de atender às necessidades gerais de 
uma produção, assim como suas peculiaridades. Em qualquer 
sistema de cultivo alguns instrumentos simples são 
indispensáveis, tais como: disco de Secchi (medição da 
transparência da água), termômetro (medição da temperatura da 
água), oxímetro (medição do oxigênio dissolvido da água) ou kits, 
redes de pesca (usada na despesca), tarrafas (usada na biometria 
- acompanhamento do desenvolvimento em peso e 
comprimento do animal) e tela protetora (protege a entrada de 
predadores e saída de animais cultivados) .
 Mudanças nas características da água, como temperatura, pH, 
transparência, oxigênio dissolvido, dentre outros, podem causar 
redução no consumo de alimentos pelos peixes ou camarões, o 
que provoca um aumento no desperdício de ração, e 
consequentemente, uma piora na qualidade da água e conversão 
alimentar, além do desperdício de dinheiro.
 Na Tabela 4, encontram-se os principais parâmetros de 
qualidade de água, recomendação de frequência de avaliações e 
limites ou níveis ideais para cultivo de peixes. Recomenda-se que 
pequenos e médios produtores e associações realizem, pelo 
menos, análises de temperatura, pH, OD, e transparência, uma 
vez que as mesmas são muito importantes para a eficiência do 
cultivo.
29
Outorga e
Fiscalização
28
A
N
E
X
O
S
Temperatura (°C)
• Depende principalmente da radiação solar, no entanto, é 
previsível em função da localização em que se encontra o corpo 
d’água;
• Deve ser monitorada diariamente em cada um dos viveiros;
• A faixa de conforto térmico está entre 26 e 30°C.
pH e amônia
• Recomenda-se monitorar semanalmente;
• O pH deve ser medido, preferencialmente, ao final da tarde, 
quando tende a alcançar valores máximos em função da atividade 
fotossintética do fitoplâncton;
• O pH da água deve estar em torno de 7 (6 – 8);
• A concentração de amônia total deve estar abaixo de 6 mg/L;
 Alcalinidade e dureza total
• Recomenda-se monitorar mensalmente;
• Uma água com alcalinidade total em torno de 50 a 60 mg/L é 
ideal para o cultivo da maioria das espécies tropicais;
• A dureza total ideal para a piscicultura de água doce está entre 
50 a 150 mg/L;
• No cultivo de camarão marinho os valores ideais de dureza total 
são aqueles acima de 150 mg CaCO /L.
Anexo I - Proposta de Monitoramento da Qualidade da 
Água em Viveiros de Aquicultura em Sistema Intensivo
 O desempenho dos animais em cultivo e a maximização da 
produção dependem diretamente da qualidade da água. Assim, é 
de fundamental importância que haja o monitoramento da 
mesma para o melhor aproveitamento do sistema.
 
Oxigênio dissolvido (OD)
• Recomenda-se monitorar diariamente em cada um dos viveiros;
• As concentrações máximas ocorrem geralmente ao final da 
tarde entre 17:00 e 18:00hs;
• As concentrações mínimas ocorrem geralmente ao amanhecer 
entre 06:00 e 07:00hs;
• Devem ser feitas, pelo menos, duas leituras diárias em cada 
viveiro. No entanto, o monitoramento noturno (período mais 
crítico) do OD otimiza o uso dos aeradores;
• A concentração deve permanecer acima de 4 mg/L.
 Concentrações abaixo desse nível pode promover queda no 
desempenho, bem como um aumento na mortalidade.
Dentre os diversos parâmetros de qualidade da água, Kubitza 
(2003) elencou aqueles mais importantes e sobre os quais se 
deseja ter maior controle. São eles:
4. ANEXOS
3
31
Outorga e
Fiscalização
Gás carbônico
Recomenda-se monitorar semanalmente;
• É, normalmente, monitorado ao amanhecer, pois ocorre 
geralmente, maior concentração;
• Em água doce as concentrações ideais são:
- A 25°C – 0,46 mg/L
- A 30°C – 0,40 mg/L
Transparência
• Recomenda-se monitorar diariamente;
• Em geral, a manutenção da transparência da água entre 30 a 50 
cm em viveiros de peixes e camarões promove um bom 
desempenho e redução dos problemas com baixo nível de 
oxigênio. 
Salinidade
• Recomenda-se monitorar semanalmente;
• Para o cultivo de camarão Litopenaeus vannamei se desenvolver 
melhor, a salinidade deve estar entre 15 a 25 ppt.
Anexo II - Proposta de Arraçoamento para Cultivo de 
Peixes em Sistemas Intensivo e Super-intensivo de 
Criação
 Em sistemas intensivo e super-intensivo de criação a ração pode 
chegar a representar mais de 70% dos custos da produção, 
portanto, é necessário um controle rigoroso sobre o manejo 
alimentar dos peixes. As Tabelas 05 e 06 apresentam valores de 
referência para alimentação de peixes.
Capítulo 4
Tabela 5 – Recomendações de arraçoamento para cultivo de 
tilápias nilótica em diferentes fases de cultivo.
Peso do peixe (g)
Proteína Bruta 
(PB) da ração 
(%)
Taxa de 
alimentação do 
peso médio (%)
Tamanho da 
partícula 
(mm)
Larvas e Alevinos 
até 5g
36 a 45 10 a 12 Farelada fina
De 5 a 50g 32 5 a 8
Peletizada 
ou extrusada 
(2 mm)
De 50 a 100g 30 3 a 5
Peletizada 
ou extrusada 
(2 - 4mm)
De 100 a 300g 28 2 a 3
Peletizada 
ou extrusada 
(2 - 4mm)
Maior que 300g 24 1 a 2
Peletizada 
ou extrusada 
(6 mm)
Fonte: DNOCS (2005).
30
ANEXOS
PR
O
PO
ST
A
 D
E
 E
LA
B
O
R
A
Ç
Ã
O
 D
O
 P
R
O
JE
TO
 D
E
 A
Q
U
IC
U
LT
U
R
A
33
Outorga e
Fiscalização
Tabela 6 – Recomendação de arraçoamento para cultivo de tilápia 
nilótica em gaiolas de pequeno volume (sistema super – intensivo)
(CONTINUAÇÃO).
32
Capítulo 4
ANEXOS
Tabela 6 – Recomendação de arraçoamento para cultivo de tilápia 
nilótica em gaiolas de pequeno volume (sistema super – intensivo)
Peso médio (g)
Ração
Dias de 
Cultivo
PB (%) Forma
(%) 
Biomassa
Nº de 
Refeições
Pré-engorda I (tanque rede # 4mm)
0,3 56 Pó 33,3 8 7
1,0 56 Pó 25,0 8 7
2,7 56 Pó 17,0 8 7
Pré-engorda II (tanque rede # 8mm)
5,8 42 Peletizada (2mm) 13,4 6 7
11,0 42 Peletizada (2mm) 8,4 6 7
17,0 42 Peletizada (2mm) 6,5 6 7
Pré-engorda III (tanque rede # 19mm)
85,0 32 Extrusada (5mm) 4,4 4 7
105,0 32 Extrusada (5mm) 4,1 4 7
128,0 32 Extrusada (5mm) 4,0 4 7
155,0 32 Extrusada (5mm) 3,7 4 7
185,0 32 Extrusada (5mm) 3,4 4 7
218,0 32 Extrusada (5mm) 3,4 3 7
255,0 32 Extrusada (5mm) 3,3 3 7
300,0 32 Extrusada (5mm) 3,2 3 7
360,0 30 Extrusada (8mm)3,2 3 7
410,0 30 Extrusada (8mm) 3,1 3 7
475,0 30 Extrusada (8mm) 3,0 2 7
545,0 30 Extrusada (8mm) 2,6 2 7
615,0 30 Extrusada (8mm) 2,3 2 7
685,0 30 Extrusada (8mm) 2,0 2 7
750,0 30 Extrusada (8mm) 1,8 2 7
Pré-engorda III (tanque rede # 19mm)
24 42 Extrusada (3mm) 5,4 6 7
32 42 Extrusada (3mm) 5,3 6 7
42 32 Extrusada (3mm) 5,0 6 7
54,0 32 Extrusada (5mm) 4,6 4 7
68,0 32 Extrusada (5mm) 4,6 4 7
Legenda: # = malha
Fonte: Teixeira e Andréa (2003) 
A
N
E
X
O
S
35
Outorga e
Fiscalização
A
N
E
X
O
S
34
Capítulo 4
ANEXOS
A alimentação deve ser efetuada tendo-se como base a 
temperatura da água:
• Temperatura de 18 a 20°C alimentar com 45% do valor 
calculado;
• Temperatura de 20 a 24°C alimentar com 75% do valor 
calculado;
• Temperatura de 24 a 26°C alimentar com 85% do valor 
calculado;
• Temperatura de 26 a 30°C alimentar com 100% do valor 
calculado;
• Temperatura de 30 a 32°C alimentar com 80% do valor 
calculado; 
• Temperatura >32°C suspender ração.
 Faz-se uma coleta de aproximadamente 10% do total de animais 
presentes no viveiro, tanque-rede ou raceway, pesa-se e faz-se a 
contagem. A biometria será, então, igual a:
 Assim, tem-se o peso individual, aproximado, de cada peixe ou 
camarão. Conhecendo-se esse peso individual, multiplica-se pelo 
total de indivíduos e tem-se a biomassa total. Então, se calcula a 
quantidade de ração a ser fornecida, seguindo as tabelas de 
alimentação (Tabelas 05 e 06).
 O ganho de peso (GP) é calculado subtraindo-se da produção 
obtida em um viveiro, tanque-rede ou raceway, o peso total dos 
peixes na estocagem.
 É importante que a biomassa seja calculada semanalmente 
(através da biometria) para que se tenha a estimativa correta da 
quantidade de ração exigida pelos animais em cultivo. Assim, 
possibilita-se uma maximização na produção, bem como reduz-se 
o impacto ambiental causado com excesso de rações e excreta 
dos animais depositadas na água. 
 A biometria pode ser calculada da seguinte forma:
GP= Biomassa final - Biomassa inicial
Quantidade total de ração fornecida
Peso de amostra
Ganho de peso
Número de animais
CA=
Biometria=
Anexo III – Índice de Conversão Alimentar
 O índice de conversão alimentar (CA) é calculado dividindo-se a 
quantidade total de ração fornecida (em um viveiro, tanque-rede, 
ou raceway) pelo ganho de peso dos peixes ou camarões.
37
Outorga e
Fiscalização
A
N
E
X
O
S
 A correta determinação da CA e do tempo de cultivo é 
fundamental para avaliar a relação custo/benefício das rações 
comerciais disponíveis. Diversos fatores afetam a conversão 
alimentar dos peixes, tais como: qualidade do alimento, espécie 
de peixe, idade ou tamanho dos peixes, sexo e reprodução, 
disponibilidade e capacidade de aproveitamento do alimento 
natural, qualidade da água, densidade de estocagem, 
temperatura da água e nível de arraçoamento. 
 Observa-se, então, que existe uma grande variação na CA dos 
peixes (Tabela 07), podendo variar entre as categorias de uma 
mesma espécie e entre espécies diferentes. No entanto, para 
algumas espécies mais difundidas e estudadas, como é o caso da 
tilápia, espécie bem difundida no Nordeste brasileiro com fim 
comercial, já se estabeleceu uma conversão alimentar que vai de 
1,4 a 2:1, ou seja, para cada quilo de peixe produzido é importante 
que se gaste no máximo 2 quilos de ração para que o cultivo seja 
mais lucrativo, em especial aqueles em sistemas intensivo ou 
super-intensivo, onde o gasto com rações é mais elevado.
36
Capítulo 4
ANEXOS
Tabela 7 – Estimativa das perdas de fósforo (P) para o ambiente 
em cultivo intensivo em gaiolas, sob diferentes taxas de 
conversão aparente (TCA) (modificado de Beviridge, 1991).
Conteúdo de P na ração 1,3%
1,0 tonelada de ração 13,0 kg de P
TCA = 2,0:1 P na ração = 26,0
TCA = 2,5:1 P na ração = 32,5
TCA = 3,0:1 P na ração = 39,0
TCA = 3,5:1 P na ração = 45,5
Perda de P para o ambiente
TCA = 2,0:1 26,0 - 3,4* = 22,6 kg/t de peixe produzido
TCA = 2,5:1 32,5 – 3,4* = 29,1 kg/t de peixe produzido
TCA = 3,0:1 39,0 – 3,4* = 35,6 kg/t de peixe produzido
TCA = 3,5:1 45,5 – 3,4* = 42,1 kg/t de peixe produzido
(*) Conteúdo de P na tilápia = 0,34% do peso vivo = 3,4 kg/ton de peixe
39
Outorga e
Fiscalização
38
Capítulo 4
ANEXOS
Tabela 8 – Composição de proteína bruta e fósforo e 
estimativas da quantidade de fósforo oferecidos em rações e 
lançados no meio ambiente durante a produção de 1.000 kg 
de tilápia em gaiolas, com base em cinco rações comerciais 
usadas no Brasil (modificado de Kubitza, 1999)
Ração
Proteína 
bruta (%)
P (%)
Aplicados 
via ração 
(kg)
Lançado no 
meio 
ambiente 
(kg)
Retido 
no meio 
(%)
Potencial 
poluente 
relativo
1 32,4 0,95 13 9 30,1 100
2 27,7 0,85 14 10 29,4 103
3 34,8 1,17 22 18 18,0 196
4 31,0 1,00 23 19 17,4 204
5 36,0 1,54 39 35 10,4 371
A
N
E
X
O
S
Tabela 9 – Potencial estimado de algumas opções de redução das 
perdas de P no cultivo intensivo de peixes (Beveridge, 1991)
Opção Método Redução
Redução da “poeira” 
adicionada ao corpo 
d’água
Melhoria da manufatura (por ex: 
uso de vapor, aumento no 
tempo de trânsito nas peneiras 
sob vapor etc.); > 2%
Peneiramento das rações antes 
do fornecimento aos animais.
Redução das perdas 
de peletes para o 
ambiente
Melhoria dos comedouros;
> 10%
Cuidadosa instalação das 
gaiolas;
Ajuste cuidadoso do regime de 
alimentação às condições 
ambientais.
Redução da carga de 
P total nos resíduos
Redução do conteúdo de P nas 
rações;
> 30 %
Uso de dietas de alta 
digestibilidade.
~ 30 %
Remoção do excesso 
de P adicionado ao 
lago ou reservatório 
durante o cultivo
- Bombeamento e remoção dos resíduos de 
baixo das gaiolas;
- Remoção dos animais mortos para local na 
margem;
- Aprisionamento e remoção dos peixes 
escapados;
- Utilização dos resíduos através da combinação 
com cultivo extensivo.
41
Outorga e
Fiscalização
40
R
E
FE
R
Ê
N
C
IA
S 
B
IB
LI
O
G
R
Á
FI
C
A
S
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS5 - DOCUMENTOS CORRELATOS
 A seguir, encontram-se descritos os documentos relacionados à 
outorga de recursos hídricos, para atividade de aquicultura.
 - Resolução CNRH nº 16/01 - Estabelece diretrizes para a outorga de 
uso de recursos hídricos;
- Resolução do CONAMA nº. 312/02 - Dispõe sobre Licenciamento 
Ambiental dos empreendimentos de carcinicultura na zona costeira;
- Resolução do CONAMA nº. 357/07 - Dispõe sobre a classificação 
dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu 
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de 
lançamento de efluentes.
- POT-OUT-B.004 - Define procedimentos para análises de demanda 
quali-quantitativa em projeto de aquicultura;
- IT-OUT-A.004 - Define orientações para apresentação de projetos 
de aquicultura.
BOYD, C. E.; TUCKER, C. S. Pond aquaculture water quality 
management. Boston: Kluwer Academic, 1998.
CLIFFORD, H. C. Marine shrimp pond management: a review. In: 
Chamberlain, G. W., Villalón, J., Wyban, J. (Eds.), Anais da Special 
Session on Shrimp Farming. Orlando-EUA: 1992.
CLIFFORD, H. C. Semi-intensive sensation: a case study in marine 
shrimp pond management. World aquaculture. 25: 6-8, 10, 12, 98 
– 102, 104. 1994.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS 
(DNOCS), Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico e de 
Produção/Coordenadoria de Pesca e Aquicultura/Centro de 
Pesquisas em Aquicultura Rodolpho Von Ihering. Pentecostes-CE: 
2005.
KUBTIZA, F. Qualidade da água na produção de peixes. 3 ed. 
Jundiaí-SP:F. Kubtiza, 1999.
KUBTIZA, F. Qualidade da água no cultivo de peixes e camarões. 
1ª ed. Jundiaí-SP:F. Kubtiza, 2003.
KUBTIZA, F. e ONO. A. E. Cultivo de peixes em tanques-rede. 3º 
Ed. Jundiaí-SP, Brasil: 2003.
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos-
SEMARH/ Gama Engenharia de Recursos Hídricos LTDA. Manual 
de Outorga, 2009.
	Página 1
	Página 2
	Página 3
	Página 4
	Página 5
	Página 6
	Página 7
	Página 8
	Página 9
	Página 10
	Página 11
	Página12
	Página 13
	Página 14
	Página 15
	Página 16
	Página 17
	Página 18
	Página 19
	Página 20
	Página 21

Continue navegando