Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
➢ Prof. Dr. Thiago Rodrigues Pereira ▪ Pós Doutor em Direitos Humanos pela Universidade Católica de Petrópolis - UCP ▪ Doutor e Mestre em Direito pela Universidade Estácio de Sá – UNESA/RJ ▪ Especialista em Filosofia pela UNESA/RJ ▪ Professor do PPGDH da UCP ▪ Professor do PPGD da American College of Brazilian Studies – AMBRA College ▪ Professor do Centro Universidade La Salle do Rio de Janeiro – UNILASALLE-RJ ▪ Professor da Rede Lusófona de Ensino Superior ▪ Assessor Jurídico da Reitoria do UNILASALLE-RJ http://www.denergiovanini.com.br/url.php?Sec=conteudo&Cod=406 Temas Políticas Públicas e o papel do juiz; O Juiz e a construção da Democracia; Democracia e Estado de Direito; O Judiciário como poder político. Teoria Geral do Direito e da Política ✓ Importância para o desenvolvimento de Atenas; ✓Crítica de Platão; • Governo dos Filósofos; • Timoracia; • Oligarquia; • Democracia; • Tirania ✓Crítica de Aristóteles • Monarquia Tirania; • Aristocracia Oligarquia; • Democracia Demagogia ✓Baruch de Spinoza • Monarquia; • Aristocracia; • Democracia. ✓ Rousseau • Vontade Individual; • Vontade de Todos; • Vontade Geral; • O governo legítimo é o Republicano, pois é a soberania do povo em corpo, seja em uma Monarquia, em uma Aristocracia e principalmente em um Democracia. ✓ Nietzsche • Crítica à democracia; • Crítica ao Estado DEMOCRACIA E ESTADO DE DIREITO As Dimensões da Democracia segundo Alain Touraine ➢ Representatividade dos Governantes – existência de atores sociais cujos agentes políticos sejam os instrumentos, os representantes, dentro de uma pluralidade de atores sociais, em razão da heterogeneidade da sociedade. ➢ Cidadania – livre escolha dos governantes pelos governados, onde os governados se sentem parte de uma sociedade política, e não veem o governo como algo a parte do seu mundo ➢ Respeito pelos Direitos Fundamentais – limitação dos poderes dos governantes pela própria existência de eleições e pelo respeito às leis que definem o limite do exercício do poder. Três tipos de Democracia ➢ Primeiro tipo – que dá importância a limitação dos poderes do Estado – tem uma grande importância histórica pois se mostra a primeira fase das democracias onde apresenta a vitória dos regimes liberais em um primeiro momento e em um segundo momento na proteção dos direitos sociais e econômicos contra ataques de um poder absoluto. ➢ Segundo tipo – dá maior importância à cidadania, à Constituição ou as ideias morais ou religiosas que garantem a integração da sociedade e fornecem um sólido fundamento para as leis, estando a democracia mais voltada para o desejo de igualdade do que pelo desejo de liberdade. Esse modelo corresponde a experiência norte-americana, tendo um conteúdo mais social do que político, conforme observou Tocqueville, que via nos EUA o triunfo da igualdade e o desaparecimento do homo hierarquicus. ➢ Terceiro tipo – insiste mais na representatividade social dos governantes e opõe a democracia –que defende os interesses das categorias populares – à oligarquia, quer seja essa oligarquia associada a uma monarquia ou mesmo à propriedade do capital. Esse tipo está mais próximo da democracia francesa do século XX. A SEPARAÇÃO DOS PODERES NO REGIME DEMOCRÁTICO ➢ Inexistência de uma separação total; ➢ Elo entre sociedade civil, sociedade política e Estado; ➢ Limitação do poder do Estado. A CRISE DA REPRESENTATIVIDADE Joseph Schumpeter a democracia é o método para promover o bem comum através da tomada de decisões pelo próprio povo, com a intermediação dos seus representantes. Para alguns críticos, a democracia pensada por Schumpeter no pós segunda Guerra Mundial acabou por afastar a participação popular das tomadas de decisão, sendo chamada por Luiz Felipe Miguel de DEMOCRACIA DOMESTICADA. ➢ O significativo é que essa teoria da democracia, hoje predominante, adotou os pressupostos de uma corrente de pensamento destinada precisamente a combater a democracia: o elitismo. O principal ideal da democracia, a autonomia popular, entendida no sentido preciso da palavra, a produção das próprias regras, foi descartado como quimérico. No lugar da idéia de poder do povo, colocou-se o dogma elitista de que o governo é uma atividade de minorias. A descrença na igualdade que, tradicionalmente, era vista como um quase-sinônimo da democracia – levou, como corolário natural, ao fim do preceito do rodízio entre governantes e governados. (Luiz Felipe Miguel) ➢ Para Habermas, “o povo, no plano jurídico, continua sendo soberano e, no plano político, para suas decisões, tem à sua disposição no Parlamento uma instituição provida constitucionalmente de todos os poderes desejáveis, visto sob um prisma democrático. Por isso coloca-se a questão de se a participação dos cidadãos na vida política pode ter ainda hoje uma verdadeira função, por mais que já não a tenha no presente momento (...) no modelo concorrencial de SCHUMPETER, “(...), esquece-se quase por completo a idéia da soberania popular. Não se leva em consideração que a democracia trabalha a favor da autodeterminação da humanidade e que, nesse sentido, participação política e autodeterminação coincidem. O importante, portanto, é saber se a participação política promove ou não o desenvolvimento de tendências democráticas. Deve-se considerar que a participação política, além de ser um produto, é também um elemento propulsionante do difícil e incerto caminho da humanidade em direção à sua própria emancipação. Com isto, evita-se o perigo de tratá-la como um fator que, ao lado de outros, garantem o equilíbrio do sistema e de reduzir democracia a simples regras de um jogo”. Segundo Claus OFFE, são 3 as consequências da crise da representatividade: 1) desradicalização da ideologia dos partidos, que passam a se adequar ao mercado político; 2) burocratização e centralização do partido que passa a desempenhar atividades como: coletar recursos materiais e humanos; disseminar propaganda e informações sobre a posição do partido sobre um grande número de temas políticos diferentes; explorar o mercado político, identificando novos temas e conduzindo a opinião pública; gerenciar o conflito interno. Uma das principais conseqüências desse padrão burocrático-profissional da organização política é a desativação das bases do partido; 3) heterogeneidade estrutural, ideológica e cultural de seus filiados, com a dissolução do sentido de identidade coletiva. ➢ Necessidade de uma revisão de uma Nova Separação dos Poderes ➢ Amartya Sem e o desenvolvimento como liberdade ➢ Súmula Vinculante ➢ Declaração Universal dos Direitos do Homem Temas Importantes na Democracia Contemporânea ➢ A Democracia é uma tirania da maioria? ➢ O enfraquecimento da Democracia ➢ O (novo) espaço público ➢ Democracia e movimentos sociais ✓ LASWELL (1936) introduz a expressão policy analysis (análise de política pública), ainda nos anos 30, como forma de conciliar conhecimento científico/acadêmico com a produção empírica dos governos e também como forma de estabelecer o diálogo entre cientistas sociais, grupos de interesse e governo. ✓ SIMON (1957) introduziu o conceito de racionalidade limitada dos decisores públicos (policy makers), argumentando, todavia, que a limitação da racionalidade poderia ser minimizada pelo conhecimento racional. Para Simon, a racionalidade dos decisores públicos é sempre limitada por problemas tais como informação incompleta ou imperfeita, tempo para a tomada de decisão, auto- interesse dos decisores, etc., mas a racionalidade, segundo Simon, pode ser maximizada até um ponto satisfatório pela cria- ção de estruturas (conjunto de regras e incentivos) que enquadre o comportamento dos atores e modele esse comportamento na direção de resultados desejados, impedindo, inclusive, a busca de maximização de interesses próprios. ✓ LINDBLOM (1959; 1979) questionou a ênfase no racionalismo de Laswell e Simon e propôs a incorporação de outras variáveis à formulação e à aná- lise de políticaspúblicas, tais como as relações de poder e a integração entre as diferentes fases do processo decisório o que não teria necessariamente um fim ou um princípio. Daí por que as políticas públicas precisariam incorporar outros elementos à sua formulação e à sua análise além das questões de racionalidade, tais como o papel das eleições, das burocracias, dos partidos e dos grupos de interesse. ✓ EASTON (1965) contribuiu para a área ao definir a política pública como um sistema, ou seja, como uma relação entre formulação, resultados e o ambiente. Segundo Easton, políticas públicas recebem inputs dos partidos, da mídia e dos grupos de interesse, que influenciam seus resultados e efeitos ✓ Não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja política pública. MEAD (1995) a define como um campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas e LYNN (1980), como um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos. PETERS (1986) segue o mesmo: política pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. DYE (1984) sintetiza a definição de política pública como “o que o governo escolhe fazer ou não fazer”. A definição mais conhecida continua sendo a de LASWELL, ou seja, decisões e análises sobre política pública implicam responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz. ✓ A política pública em geral e a política social em particular são campos multidisciplinares, e seu foco está nas explicações sobre a natureza da política pública e seus processos. Por isso, uma teoria geral da política pública implica a busca de sintetizar teorias construídas no campo da sociologia, da ciência política e da economia. As políticas públicas repercutem na economia e nas sociedades, daí por que qualquer teoria da política pública precisa também explicar as inter-relações entre Estado, política, economia e sociedade. Tal é também a razão pela qual pesquisadores de tantas disciplinas – economia, ciência política, sociologia, antropologia, geografia, planejamento, gestão e ciências sociais aplicadas – partilham um interesse comum na área e têm contribuído para avanços teóricos e empíricos. ✓ Sociedades e Estados complexos como os constituídos no mundo moderno estão mais próximos da perspectiva teórica daqueles que defendem que existe uma “autonomia relativa do Estado”, o que faz com que o mesmo tenha um espaço próprio de atuação, embora permeável a influências externas e internas (Evans, Rueschmeyer e Skocpol, 1985). Essa autonomia relativa gera determinadas capacidades, as quais, por sua vez, criam as condições para a implementação de objetivos de políticas públicas. A margem dessa “autonomia” e o desenvolvimento dessas “capacidades” dependem, obviamente, de muitos fatores e dos diferentes momentos históricos de cada país ✓ Apesar do reconhecimento de que outros segmentos que não os governos se envolvem na formulação de políticas públicas, tais como os grupos de interesse e os movimentos sociais, cada qual com maior ou menor influência a depender do tipo de política formulada e das coalizões que integram o governo, e apesar de uma certa literatura argumentar que o papel dos governos tem sido encolhido por fenômenos como a globalização, a diminuição da capacidade dos governos de intervir, formular políticas públicas e de governar não está empiricamente comprovada. Visões menos ideologizadas defendem que, apesar da existência de limitações e constrangimentos, estes não inibem a capacidade das instituições governamentais de governar a sociedade (Peters, 1998: 409), apesar de tornar a atividade de governar e de formular políticas públicas mais complexa ✓ Theodor Lowi (1964; 1972) desenvolveu a talvez mais conhecida tipologia sobre política pública, elaborada através de uma máxima: a política pública faz a política. Com essa máxima Lowi quis dizer que cada tipo de política pública vai encontrar diferentes formas de apoio e de rejeição e que disputas em torno de sua decisão passam por arenas diferenciadas. Para Lowi, a política pública pode assumir quatro formatos. ✓ 1º - Políticas Distributivas - as decisões são tomadas pelo governo, que desconsideram a questão dos recursos limitados, gerando impactos mais individuais do que universais, ao privilegiar certos grupos sociais ou regiões, em detrimento do todo. ✓ 2º - Políticas Regulatórias, que são mais visíveis ao público, envolvendo burocracia, políticos e grupos de interesse. ✓ 3º - Políticas Redistributivas - atinge maior número de pessoas e impõe perdas concretas e no curto prazo para certos grupos sociais, e ganhos incertos e futuro para outros; são, em geral, as políticas sociais universais, o sistema tributário, o sistema previdenciário e são as de mais difícil encaminhamento. ✓ 4º - Políticas Constitutivas, que lidam com procedimentos. Cada uma dessas políticas públicas vai gerar pontos ou grupos de vetos e de apoios diferentes, processando-se, portanto, dentro do sistema político de forma também diferente. ✓A política pública seria um ciclo deliberativo, formado por vários estágios e constituindo um processo dinâmico e de aprendizado. O ciclo da política pública é constituído dos seguintes estágios: definição de agenda, identificação de alternativas, avaliação das opções, seleção das opções, implementação e avaliação. Esta abordagem enfatiza sobremodo a definição de agenda (agenda setting) e pergunta por que algumas questões entram na agenda política, enquanto outras são ignoradas ✓ O modelo garbage can ou “lata de lixo” foi desenvolvido por Cohen, March e Olsen (1972), argumentando que escolhas de políticas públicas são feitas como se as alternativas estivessem em uma “lata de lixo”. Ou seja, existem vários problemas e poucas soluções. As soluções não seriam detidamente analisadas e dependeriam do leque de soluções que os decisores (policy makers) têm no momento. Segundo este modelo, as organizações são formas anárquicas que compõem um conjunto de ideias com pouca consistência. A compreensão do problema e das soluções é limitada, e as organizações operam em um sistema de tentativa e erro. Em síntese, o modelo advoga que soluções procuram por problemas. As escolhas compõem um garbage can no qual vários tipos de problemas e soluções são colocados pelos participantes à medida que eles aparecem. ✓ O modelo da coalizão de defesa (advocacy coalition), de Sabatier e Jenkins-Smith (1993), discorda da visão da política pública trazida pelo ciclo da política e pelo garbage can por sua escassa capacidade explicativa sobre por que mudanças ocorrem nas políticas públicas. Segundo estes autores, a política pública deveria ser concebida como um conjunto de subsistemas relativamente estáveis, que se articulam com os acontecimentos externos, os quais dão os parâmetros para os constrangimentos e os recursos de cada política pública. Contrariando o modelo do garbage can, Sabatier e JenkinsSmith defendem que crenças, valores e idéias são importantes dimensões do processo de formulação de políticas públicas, em geral ignorados pelos modelos anteriores. Assim, cada subsistema que integra uma política pública é composto por um número de coalizões de defesa que se distinguem pelos seus valores, crenças e idéias e pelos recursos de que dispõem. ✓ O modelo de arenas sociais vê a política pública como uma iniciativa dos chamados empreendedores políticos ou de políticas públicas. Isto porque, para que uma determinada circunstância ou evento se transforme em um problema, é preciso que as pessoas se convençam de que algo precisa ser feito. É quando os policy makers do governo passam a prestar atenção em algumas questões e a ignorar outras. Existiriam três principais mecanismos para chamar a atenção dos decisores e formuladores de políticas públicas: (a) divulgação de indicadores que desnudam a dimensão do problema; (b) eventos tais como desastres ou repetição continuada do mesmo problema; e (c) feedback,ou informações que mostram as falhas da política atual ou seus resultados medíocres. Esses empreendedores constituem a policy community, comunidade de especialistas, pessoas que estão dispostas a investir recursos variados esperando um retorno futuro, dado por uma política pública que favoreça suas demandas. Eles são cruciais para a sobrevivência e o sucesso de uma ideia e para colocar o problema na agenda pública. Esses empreendedores podem constituir, e em geral constituem, redes sociais.8 Redes envolvem contatos, vínculos e conexões que relacionam os agentes entre si e não se reduzem às propriedades dos agentes individuais. ✓ O modelo do “equilíbrio interrompido” (punctuated equilibium) foi elaborado por Baumgartner e Jones (1993), baseado em noções de biologia e computação. Da biologia veio a noção de “equilíbrio interrompido”, isto é, a política pública se caracteriza por longos períodos de estabilidade, interrompidos por períodos de instabilidade que geram mudanças nas políticas anteriores. Da computação e dos trabalhos de Simon, vem a noção de que os seres humanos têm capacidade limitada de processar informação, daí por que as questões se processam paralelamente e não, de forma serial, ou seja, uma de cada vez. Este modelo, segundo os autores, permite entender por que um sistema político pode agir tanto de forma incremental, isto é, mantendo o status quo, como passar por fases de mudanças mais radicais nas políticas públicas. Fundamental ao modelo é a construção de uma imagem sobre determinada decisão ou política pública (policy image), e a mídia teria papel preponderante nessa construção. ✓ A política pública permite distinguir entre o que o governo pretende fazer e o que, de fato, faz; ✓ A política pública envolve vários atores e níveis de decisão, embora seja materializada através dos governos, e não necessariamente se restringe a participantes formais, já que os informais são também importantes; ✓ A política pública é abrangente e não se limita a leis e regras; ✓ A política pública é uma ação intencional, com objetivos a serem alcançados; ✓ A política pública, embora tenha impactos no curto prazo, é uma política de longo prazo; ✓ A política pública envolve processos subsequentes após sua decisão e proposição, ou seja, implica também implementação, execução e avaliação. ✓ Revolução Copernicana do Direito Público; ✓ A crise democrática e o voluntarismo judicial; ✓ Peter Häberle e a sociedade aberta de intérpretes da Constituição; ✓ A Constituição Dirigente; ✓ Existem limites para o Ativismo Judicial?; ✓ Como fica a relação entre políticas públicas e Poder Judiciário?; ✓ O fortalecimento do Judiciário e o enfraquecimento da Doutrina; ✓ O protagonismo judicial enfraquece a democracia? Apesar de existirem várias correntes sobre o positivismo jurídico, pode-se dizer que ele representa a tentativa de compreender o Direito como um fenômeno social objetivo, recusando assim uma postura mais preocupada em fazer derivar o Direito de outras fontes que não as sociais, negando a sua dependência de juízos morais particulares ou até universalistas. i) identificação do direito como mandatos; ii) não há um nexo essencial entre esferas da Moral e do Direito; iii) o estudo dos conceitos,jurídicos deve ser impermeável às reflexões sociológicas, éticas e teleológicas; iv) dado o caráter lógico do sistema jurídico, as decisões judiciais podem ser inferidas independentemente de apoio em outros elementos, como ético e político; v) os juízos morais não podem ser emitidos ou defendidos como os que dizem respeito a fatos Direito Positivo aquele Direito que advém de um poder competente que edita normas de comando para os súditos (posteriormente tais normas também abrangeriam o próprio Estado ou poder competente legislador) Direito Natural aquele direito que valeria em todos os locais, onde seu valor independe de valoração, pois deverá ter o mesmo valor para todos, sendo entendido de cunho universal para alguns (Platão, Kant) e por outros com a possibilidade de modificação pelo decurso do tempo (Aristóteles, Habermas). Não se pode confundir positivismo jurídico com direito positivo, pois por mais que tenham uma óbvia ligação, são entes diferentes, onde este é mais uma concepção jusfilosófica, uma forma de se fazer ciência, enquanto o outro é o Direito feito pelo homem por um órgão competente. Kelsen procura dar um caráter científico ao Direito, e para isso utilizará duas idéias por ele formuladas, as quais irá defende-las e construir as bases de sua teoria da pureza da ciência do Direito, que seria uma estrita definição do objeto do Direito, ou seja, o seu corte epistemológico e também a sua idéias de neutralidade do Direito, ou seja, seu corte axiológico. Toda a idéia de validade e legitimidade da ordem jurídica que irá culminar com a idéia de Grundnorm. Quando Kelsen propõe essa “pureza” metodológica para o Direito, ele não está ignorando nem a existência e muito menos a relação existente entre outras áreas científicas como a psicologia, sociologia, filosofia, etc, mas simplesmente delimitando o que seria o campo de investigação e por conseguinte o objeto metodológico do Direito. Problemas do Positivismo Kelseniano (normativista) Impossibilidade de se resolver todos os casos jurídicos por subsunção da norma por ausência de normatividade, pela impossibilidade dos fatos jurídicos preverem todos os fatos sociais. Exclusão da moralidade do objeto do Direito acaba por causar uma confusão entre legitimidade e legalidade. Gustav Radbruch Jonh Rawls Ronald Dworkin Jürgen Habermas Robert Alexy Neocontratualista Posição Original Véu da Ignorância Liberalismo e Igualitarismo Teoria da Justiça Hard Cases Crítica ao Positivismo – decisionismos dos juízes Busca pela resposta certa Crítica à interpretação histórica da constituição Juiz Hércules Princípios e Moralidade Procedimentalismo x Substancialismo Teoria da Ação Comunicativa Teoria do Discurso Consenso Universal Fortalecimento da Democracia participativa Racionalidade, Liberdade e Legitimidade Relação necessária entre Direito e Moral Teoria dos Direitos Fundamentais Teoria da Ponderação dos Princípios Ponderação como processo racional Ponderação para dirimir conflitos em casos concretos ou que possa valer também para outros casos? Niklas Luhmann ▪ Sociedade como sistema social ▪Complexidade e necessidade de sub-sistemas (Direito, Economia, Religião, etc.) ▪Possibilidade da sociedade como sistema social graças a comunicação ▪Dependência da linguagem para a comunicação ▪Autopoiesis ▪Sistema operativamente fechado e cognitivamente aberto ▪A fábula do 12º camelo Eu interpreto para compreender ou compreendo para interpretar? Devo buscar a vontade da norma, o espírito do legislador? Interpretar a lei é retirar da norma tudo o que nela contém? Para interpretar, necessitamos compreender; para compreender, temos que ter uma pré-compreensão, constituída de uma estrutura prévia do sentido, que se funda essencialmente em uma posição prévia, visão prévia e concepção prévia que já une todas as partes do sistema. Não posso primeiro compreender, depois interpretar para só depois aplicar, não existe essa cisão. Compreender é um existencial. O intérprete sempre atribui sentido. Mas não qualquer sentido de forma arbitrária. Daí a necessidade da busca pela resposta constitucionalmente mais adequada. Conceitos Importantes de Teoria da Política Absolutismo: O absolutismo como forma específica de organização do Poder surgiu provavelmente no século XVIII, mas difundido na primeira metade do século XIX, para indicar nos círculos liberais os aspectos negativos do poder monárquico ilimitado e pleno. De um ponto de vista descritivo, podemos partir da definição de Absolutismo como aquela forma de Governo em que o detentor do poder exerce este último sem dependência ou controle de outros poderes, superiores ou inferiores. Absolutismo Tirania Capitalismo:Em uma primeira acepção, conceitua-se como forma particular, historicamente específica, de agir econômico, ou um modo de produção em sentido estrito, ou subsistema econômico. Esse subsistema é considerado uma parte de um mais amplo e complexo sistema social e político, para designar o que não se considera significativo ou oportuno recorrer ao termo Capitalismo. Prefere-se usar definições deduzidas do processo histórico da industrialização e da modernização político-social. Fala- se, exatamente, de sociedade industrial, liberal-democrática, ou de sociedade complexa, da qual o Capitalismo é só um elemento, enquanto designa o subsistema econômico. Uma segunda acepção de Capitalismo, ao invés, atinge a sociedade no seu todo como formação social, historicamente qualificada, de forma determinante, pelo seu modo de produção. Capitalismo, nesta acepção, designa portanto, uma "relação social" geral. Colonialismo: indica a doutrina e a prática institucional e política da colonização. Enquanto colonização é o processo de expansão e conquista de colônias, e a submissão, por meio da força ou da superioridade econômica, de territórios habitados por povos diferentes dos da potência colonial, Colonialismo define mais propriamente a organização de sistemas de domínio. Socialismo: Em geral, o Socialismo tem sido historicamente definido como programa político das classes trabalhadoras que se foram formando durante a Revolução Industrial. A base comum das múltiplas variantes do Socialismo pode ser identificada na transformação substancial do ordenamento jurídico e econômico fundado na propriedade privada dos meios de produção e troca, numa organização social na qual: a) o direito de propriedade seja fortemente limitado; b) os principais recursos econômicos estejam sob o controle das classes trabalhadoras; c) a sua gestão tenha por objetivo promover a igualdade social (e não somente jurídica ou política), através da intervenção dos poderes públicos. O termo e o conceito de Socialismo andam unidos desde a origem com os de COMUNISMO (V.), numa relação mutável que ilustraremos sinteticamente. Welfare State: O Estado do bem-estar, ou Estado assistencial, pode ser definido, à primeira análise, como Estado que garante "tipos mínimos de renda, alimentação, saúde, habitação, educação, assegurados a todo o cidadão, não como caridade mas como direito político“. Os anos 20 e 30 assinalam um grande passo para a constituição do Welfare state. A Primeira Guerra Mundial, como mais tarde a Segunda, permite experimentar a maciça intervenção do Estado, tanto na produção (indústria bélica), como na distribuição (gêneros alimentícios e sanitários). A grande crise de 29, com as tensões sociais criadas pela inflação e pelo desemprego, provoca em todo o mundo ocidental um forte aumento das despesas públicas para a sustentação do emprego e das condições de vida dos trabalhadores. Mas as condições institucionais em que atuam tais políticas são radicalmente diversas: enquanto nos países nazifascistas a proteção ao trabalho é exercida por um regime totalitário, com estruturas de tipo corporativo, nos Estados Unidos do New Deal, a realização das políticas assistenciais se dá dentro das instituições políticas liberal- democráticas, mediante o fortalecimento do sindicato industrial, a orientação da despesa pública à manutenção do emprego e à criação de estruturas administrativas especializadas na gestão os serviços sociais e do auxílio econômico aos necessitados. Mas é preciso chegar à Inglaterra dos anos 40 para encontrar a afirmação explícita do princípio fundamental do Welfare state: independentemente da sua renda, todos os cidadãos, como tais, têm direito de ser protegidos,com pagamento de dinheiro ou com serviços, contra situações de dependência de longa duração (velhice, invalidez...)ou de curta (doença, desemprego, maternidade. O slogan dos trabalhistas ingleses em 1945,"Participação justa de todos", resume eficazmente o conceito do universalismo da contribuição que é fundamento do Welfare state. Desobediência Civil: o dever fundamental de cada pessoa obrigada a um ordenamento jurídico é o dever de obedecer às leis. Este dever é chamado de obrigação política. A observância da obrigação política por parte da grande maioria dos indivíduos, ou seja a obediência geral e constante às leis é, ao mesmo tempo, a condição e a prova da legitimidade do ordenamento, se weberianamente entendermos por "poder legítimo" aquele poder cujas ordens são obedecidas enquanto tais, independentemente de seu conteúdo. Pela mesma razão pela qual um poder que pretende ser legítimo encoraja a obediência e desencoraja a desobediência, enquanto que a obediência às leis é uma obrigação e a desobediência uma coisa ilícita, punida de várias maneiras, como tal. A Desobediência civil é uma forma particular de desobediência, na medida em que é executada com o fim imediato de mostrar publicamente a injustiça da lei e com o fim mediato de induzir o legislador a mudá-la. Como tal é acompanhada por parte de quem a cumpre de justificativas com a pretensão de que seja considerada não apenas como lícita mas como obrigatória e seja tolerada pelas autoridades públicas diferentemente de quaisquer outras transgressões. Desobediência Civil Desobediência Comum www.novoliceu.com Prof. Dr. Thiago Rodrigues-Pereira
Compartilhar