Buscar

AV2 - DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO I

Prévia do material em texto

Disc.: DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO I 
 
 1. Ref.: 977303 
 
Leia o caso concreto e redija um parecer conforme as instruções. 
Caso concreto: 
Lulu Bergantim, prefeito do Município de Curralzinho Novo, recebeu em seu gabinete 
a professora Andrelina Tupinambá que lhe relatou a atual situação do ensino no 
Município. A referida professora expos a deficiência da escola primária e a necessidade 
de reformas urgentes para atender a demanda por matrículas no Município. Entregou 
documentação demonstrando: (i) o grande número de alunos que se matricularam em 
Municípios vizinhos, (ii) abaixo assinado da população e (iii) orçamento estimando a 
reforma da escola em R$ 100.000,00 (cem mil reais). 
O Prefeito resolve consultar o Secretário de Finanças do Município em busca de 
disponibilidade financeira para a referida obra. O Secretário responde que existe 
disponibilidade financeira em caixa, contudo não há autorização na Lei Orçamentária 
Anual - LOA em vigor naquele ano para a referida despesa, o que poderia gerar 
problemas jurídicos. 
Em consulta à LOA, Lulu Bergantim observou uma despesa prevista de R$ 100.000,00 
(cem mil reais) para a construção da nova sede da Secretaria de Administração de 
Obras do Município de Curralzinho Novo, projeto esse que poderia ser adiado para 
outra oportunidade. 
Assim, o Prefeito resolve consultá-lo, na qualidade de Assessor Jurídico da Prefeitura, 
sobre a possibilidade de iniciar o gasto com a referida obra de reforma da Escola 
pleiteada pela professora Andrelina Tupinambá ao invés da construção da nova sede 
da Secretaria de Administração de Obras. * Referência ao Conto "Porque Lulu 
Bergantim não atravessou o Rubicon", de José Candido de Carvalho. 
Instruções para a redação do parecer: Redija um parecer fundamentado, endereçado 
ao Gabinete do Prefeito, abordando a dúvida suscitada e expondo a solução adequada 
para a controvérsia. 
 
Resposta: 
Ao Excelentíssimo Senhor Prefeito do Município de Curralzinho Novo 
Não existe nenhuma possibilidade do senhor prefeito iniciar o gasto com a obra de 
reforma da escola, uma vez que está despesa não se encontra na lei orçamentaria. 
E se o mesmo utilizar as verbas que deveriam ser destinadas à obra da nova sede 
da secretaria de administração de obras, caracteriza um desvio de finalidade. Afinal, 
de acordo com o princípio de reserva da lei, tanto as despesas como os ingressos 
devem constar na lei e se submeterem a uma determinação legal, além disso, temos 
o princípio da não discricionariedade administrativa, a qual delimita a administração 
ao que é estabelecido em lei. 
 
 
 2. Ref.: 1011368 
 
javascript:alert('C%C3%B3digo%20da%20quest%C3%A3o:%20977303.');
javascript:alert('C%C3%B3digo%20da%20quest%C3%A3o:%201011368.');
Determinada pessoa física adquire de outra um estabelecimento comercial e segue 
na exploração de suas atividades, cessando ao vendedor toda a atividade 
empresarial. Nesse caso, há responsabilidade por parte do novo adquirente em 
relação aos tributos devidos pelo estabelecimento comercial até a data da 
aquisição do referido negócio jurídico? Caso positivo, como será a 
responsabilização? Justifique. 
Resposta: 
Há sim uma responsabilidade, o qual o novo adquirente responderá por todos os 
tributos devidos, uma vez que ele abandonando a vida empresarial existe a 
responsabilidade integral do adquirente pelos tributos deixados, conforme o art. 
133, I, do CTN. 
 
 
 3. Ref.: 197473 
 
A Fazenda Pública do Município de Salvador obteve a penhora do Cemitério Britânico 
de Salvador, pertencente à Igreja Anglicana, em virtude de uma alegada dívida de 
IPTU no valor de R$ 41.831,70, relativa aos anos de 1994 a 1996. O Tribunal de Justiça 
da Bahia (TJ-BA), que não reconheceu o direito de a instituição religiosa deixar de 
recolher o IPTU referente à área em que se localiza seu cemitério, fundamentou a 
decisão nos seguintes termos: [...] a imunidade prevista no artigo 150, VI, ¿b¿, da 
Constituição Federal (CRFB) de 1988 (que veda a tributação de templos religiosos), 
invocado pela igreja, não se aplica aos cemitérios, pois estes não podem ser 
equiparados a templos de culto algum, não sendo possível estender sua abrangência. 
Você foi procurado para opinar se o Cemitério deve ou não interpor recurso 
extraordinário ao Supremo Tribunal Federal. Quais os dispositivos constitucionais e os 
argumentos que você utilizaria para fundamentar o seu recurso? 
 
Resposta: 
O cemitério deverá sim interpor o Recurso Extraordinário ao STF, uma vez que o 
cemitério em questão é uma extensão dos templos religiosos, dedicados aos cultos 
da religião, no caso da Anglicana, além disso, esta entidade se dedica a preservação 
do templo, do cemitério e até mesmo do próprio culto que professam. 
Neste caso, podemos nos basear no artigo 19, inciso I, na violação do artigo 150, 
inciso IV, alínea b e ofensa ao artigo 5º, inciso VI, XXXV e LIV, ambos da CRFB, uma 
vez que o direito à liberdade de cultuar suas crenças está sendo atingido, e a igreja 
anglicana está protegendo o local, vedando assim a sua obstrução. Além disso, 
podemos afirmar que é vedado as instituir impostos sobre templos religiosos e seus 
anexos, pois eles têm imunidade subjetiva, uma vez que como o cemitério pertence 
a igreja Anglicana, o mesmo deve ser submetido ao regime tributário da igreja, 
conforme podemos verificar no RE nº 578562. 
 
 4. Ref.: 598197 
 
javascript:alert('C%C3%B3digo%20da%20quest%C3%A3o:%20197473.');
javascript:alert('C%C3%B3digo%20da%20quest%C3%A3o:%20598197.');
Em 10/10/2012, Sampaio comprou um estabelecimento comercial que pertencia a uma 
grande rede de supermercados. Existiam algumas dívidas de ICMS do estabelecimento 
adquirido. Sabendo-se que a rede de supermercados deixou de explorar a respectiva 
atividade no momento da alienação do estabelecimento à Sampaio e que retornou a 
explorar a atividade econômica, mas agora no setor de confecções em 15/02/2013, 
explique como ficará a responsabilidade pelo pagamento das dívidas de ICMS 
incidentes sobre o referido estabelecimento. 
 
Resposta: 
Neste caso podemos verificar que houve a responsabilidade tributária por 
sucessão, prevista no artigo 133 do CTN. Conforme vemos neste dispositivo 
essa responsabilidade pode ser total ou parcial/subsidiária, porém neste caso 
ocorre a responsabilidade parcial/subsidiária, uma vez que Sampaio iniciou uma 
nova atividade em outro ramo da indústria, segundo o inciso II, do artigo 133 do 
CTN. 
 
 
 5. Ref.: 861205 
 
Baseado em uma efetiva hipótese de calamidade pública, o Presidente da República 
edita, em março de determinado ano, Medida Provisória instituindo empréstimo 
compulsório que passará a incidir a partir do mês subsequente. Responda 
justificadamente: a) Pode o empréstimo compulsório ser instituído por Medida 
Provisória? b) Qualquer que seja a resposta à questão anterior, deve o empréstimo 
compulsório observar o princípio da anterioridade? 
 
Resposta: 
a) Não, pois a CRFB veda expressamente em seu artigo 62, § 1º, inciso III, que a 
edição da medida provisória não pode dispor sobre uma matéria que deve ser 
reservada à lei complementar, uma vez que os empréstimos compulsórios só podem 
ser instituídos através de lei complementar, segundo o artigo 148 da CRFB. 
b) Não, já que a observância do princípio da anterioridade possui uma exceção 
devidamente expressa em relação aos empréstimos compulsórios por força de 
calamidade pública, conforme o artigo 150, § 1º c/c artigo 148, inciso I, ambos da 
CRFB. 
 
javascript:alert('C%C3%B3digo%20da%20quest%C3%A3o:%20861205.');

Continue navegando