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21 NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL - ANOTAÇÕES DA AULA DO ROGRIGO BRANDALISE

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NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS
NOÇÕES GERAIS:
1º MOMENTO- ARQUIVAMENTO – vale para qualquer situação. Qualquer investigação que tenha motivo para ser arquivado, te quem ser arquivada. Só se chega à possibilidade de acordo, se não for caso de arquivamento.
Arquivamento regulado pelo art. 28, CPP está vigendo a redação antiga. A redação dada pelo pacote anticrime foi suspensa pelo Fux.
2º MOMENTO – Não sendo caso de arquivamento, vê se é caso de CONSENSO/ COMPOSIÇÃO PENAL / BENEFÍCIOS PENAIS
Há formas, que devem ser seguidas na ordem exposta:
a) composição civil.
· IMPO e processada por representação (APPcondicionada) 
ou queixa (APprivada);
· Tem audiência preliminar para composição civil;
· Se houver a composição civil e cumprida está extinta punibilidade;
· Caso contrário, em não cumprimento, tem título executivo judicial e executa no cível; 
· Ação penal não ocorre mais, por já estar extinta a punibilidade;
· A depender do valor será executada no JEC ou Vara Cível Comum.
b) Conciliação.
· art. 520, CPP – crimes contra honra promovidos mediante queixa. 
· Já tem a queixa oferecida.
· Juiz antes de receber a queixa promove a conciliação. 
SÃO CHAMADAS [(a) e (b)] DE com a intenção / vontade da vítima.
c) Transação.
· IMPO em APPincondicionada, Condicionada (ex. lesão corporal), 
· STF diz que não cabe transação e nem suspensão em APprivada. 
STJ Ação Ordinária 923, a min Nancy Andrighi fala do cabimento de transação em apprivada. Feita pelo MP.
· Não há reparação do dano.
· S.V 35, STF – A homologação da transação penal prevista no art. 76 da Lei 9.099/95 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retorna-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
· Não suspende e nem interrompe a prescrição
O que diferencia o acordo na composição civil e o acordo na transação penal?
Na composição civil a vítima é ressarcida. 
Na transação o agente prestará algum benefício para sociedade, ex doação de cesta básica, prestação de serviço comunitário.
· Se couber transação, não cabe ANPP.
· Se o agente não aceita a transação, MP denuncia.
· Se o agente não cumpre transação, MP denuncia.
· Isso ocorre porque o caso é de cabimento de transação, requisito para não ser proposto o ANPP.
d) ANPP – com pacote anticrime
· Até aqui não tem denúncia / queixa oferecida.
· Oferecida a denúncia / queixa pode haver A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (suspende e interrompe a prescrição)
TODOS OS BENEFÍCIOS ACIMA TÊM UM ÚNICO FIM: EXTINGUIR A PUNIBILIDADE.
· Extinta a punibilidade não se discute a culpabilidade de agente.
· Não gera reincidência, responsabilização, maus antecedentes, sujeito não cumpre pena.
· Apenas gera a proibição do agente em 5 anos se beneficiar dos institutos.
· Como regra, título oriundo de um dos tipos de acordo não gera a responsabilidade civil, ao menos que nele esteja previsto.
· Se o sujeito já cumpriu transação, pode ser beneficiado pela suspensão condicional de outro processo. 
· Agora, se já teve a suspensão, não pode ser beneficiado pela transação.
3º - MOMENTO – POSSIBILIDADE. Não é para extinguir a punibilidade, mas tem por objetivo meio de obtenção de prova. Se obter êxito na obtenção da prova, pode ser que a persecução penal acabe contra o agente.
São os ACORDOS chamados de COLABORAÇÃO PREMIADA (CP) E ACORDO DE LENIÊNCIA (AL).
	COLABORAÇÃO PREMIADA:
Tem os seguintes benefícios: 
· perdão judicial 
· não oferecimento de denúncia
A regra é ser feita com pessoas físicas,
mas em caso de crimes ambientais, pode ser a pessoa jurídica. Mas aí se tem um problema, quem representará a PJ, pois se o Presidente, Diretor também estiverem comprometidos com o crime praticado, 
Rito é regulamentado pela Lei do Crime Organizado – 12850
Crimes que e STF decidiu que não é direito subjetivo do condenado a COLABORAÇÃO PREMIADA. MS 35.693 no AgR- no site STF consta como notícia, porque o processo corre em segredo de justiça.
Envolvem organização criminosa
MP pode se opor, pois COLABORAÇÃO PREMIADA é acordo e depende de vontades. 
Para Prof Rodrigo pode o agente se valer, por analogia, do art. 28, CPP para que o PGJ se manifeste ou designe outro MPE.
	ACORDO DE LENIÊNCIA:
feito por PJ e pode beneficiar a PF, 
Rito previsto na Lei 12.846
TRF4 diz que MP não tem legitimidade. Mas é questão federal.
 Mas no RS tem lei específica 15.8.../2018 sobre o acordo de leniência, que legitimou o MP. 
Na lei federal apenas a autoridade central, que seria o CADE – crimes de cartel. 
CNMP autoriza MPE a fazer ACORDO DE LENIÊNCIA
ACORDO DE LENIÊNCIA diz respeito a condutas civis, 
PGJ não se submete ao art. 28, CPP. Se mandou arquivar, arquiva. Não tem órgão revisor. Vai continuar com o pacote anticrime quando voltar a viger.
DIVERSÃO / DIVERSIFICAÇÃO PROCESSUAL -
Conceito: acordos que não resultam no reconhecimento / discussão de culpa, de pena, para delitos de menor/média gravidade. Ex. composição civil, conciliação, transação, ANPP, Suspensão condicional do processo.
(Mauro já escreveu sobre isso – está no artigo de ANPP)
Espécies: 
Simples: sem qualquer imposição, com persecução penal inócua. (renúncia e perdão nas APPr e APPCond Rep)
A despeito da presença de indícios de autoria e/ou participação e prova da materialidade do delito, o processo é arquivado sem a imposição de quaisquer obrigações ao acusado, porquanto a persecução penal seria absolutamente inócua (prescrição virtual); 
Quando o art. 28 da lei anticrime viger será outro exemplo.
Encoberta: casos de indenizações na composição civil dos danos com a extinção da punibilidade.
Dar-se-á a extinção da punibilidade se o autor do fato delituoso praticar determinados atos, que impossibilitam a deflagração da persecução penal, como por exemplo, a composição dos danos civis (Lei 9.099/95, art. 74, parágrafo único); 
Com intervenção: condições imposta pela lei (conforme previsão legal), que causam a extinção da punibilidade se cumpridas, ex. transação penal e suspensão condicional do processo, ANPP.
O investigado/acusado fica sujeito ao cumprimento de certas condições. Se cumpridas de maneira regular, o procedimento investigatório será arquivado, ou o processo será extinto. É o que ocorre não apenas no caso do acordo de não persecução-penal, mas também nos casos de transação penal e suspensão condicional do processo.” (Rodrigo da Silva Brandalise e Mauro Fonseca Andrade, apud LIMA, 2020, p.273)
Com repreensão em processo de mediação: árbitro que apresenta solução conciliatória. Situações de oportunidade da ação penal (APPr e APPCR), iniciativas do CNJ e CNMP
Hipóteses iniciais de consenso existentes no Brasil – APPr nos crimes contra a honra e Lei 9.099/95
ENUNCIADO – GNCCRIM/CNPG 25 (art. 28- A, §§6º e 12): “O acordo de não persecução penal não impõe penas, mas somente estabelece direitos e obrigações de natureza negocial e as medidas acordadas voluntariamente pelas partes não produzirão quaisquer efeitos daí decorrentes, incluindo a reincidência.” = DIVERSAO COM INTERVENÇÃO.
O acordo de não persecução penal trata-se de uma espécie de “diversão com intervenção”, opção de política criminal usada para resolução dos processos penais de maneira diversa daquelas ordinariamente adotadas no processo criminal, e que consistem na solução antes de qualquer determinação ou de declaração de culpa. 
 
MODELOS JURÍDICOS DE NEGOCIAÇÃO DE SENTENÇA CRIMINAL
OBS: No Brasil não tem acordo sobre sentença sriminal. 
A colaboração premiada não negociação de sentença, previsto no Pacote Anticrime, primeiro define se condena para depois dizer se vai aplicar os benefícios da colaboração ou não.
A) Modelo Adversarial Americano – juiz como árbitro 
· Fatores de Fomento: desenvolvimento dos direitos do acusado 
· Plea bargaining (culpa) e Nolo Contendere (ausência de contestação) 
B) A Civil Law e o Modelo Continental Europeu 
· Modelo Alemão (Absprachen): protagonismo judicial – Ministério Públicoem recursos - regulamentação apenas em 2009 (StPO, § 153a) – confissão atenua a pena
· Modelo Italiano (Patteggiamento): protagonismo ministerial com efetivo controle judicial 
Patteggiamento tradizionale: penas de até 2 anos, sem PPL 
Patteggiamento allargato: pena de até 5 anos 
• Presença de outras formas de consenso: ordens penais, juízos abreviados, formas de suspensão do processo. 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
Prof. e Mauro, quando escreveram artigo sobre ANNP, disseram que a Res. 181 do CNMP que regulamenta o ANPP seria inconstitucional, pois o CNMP não tem poder para vincular juiz, advogado e ferir a legalidade. Hoje tem a lei, a do pacote anticrime.
Não afasta a possibilidade de aplicação orientadora das Resoluções do Conselho Superior do Ministério Público para definição de atuação. 
Resoluções do CNMP: 
Nº 13: Regulava a investigação do Ministério Público ao tempo da decisão do STF 
Usada como justificativa para o controle e o procedimento da investigação 
Tido como insuficiente, tanto que a decisão do STF ampliou proteção 
Nº 181: Revoga a anterior Procedimento investigatório criminal 
Justifica haver um processo penal acusatório no Brasil 
Quer aplicar formas alternativas de resolução no processo penal brasileiro (Art. 18)
POSITIVAÇÃO DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL- CPP, art. 28-A
LEGITIMADOS PARA PROPOR O ANPP – MP e Delegado (ver ADI sobre este último)
OBRIGATORIEDADE x DISPONIBILIDADE 
· “DISCRICIONARIEDADE REGRADA” 
· CF, art. 129, inc. III: são funções institucionais do Ministério Público a promoção do inquérito civil e da ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. 
· Existência de colegitimados: Lei nº 7347/85, art. 5º; Lei nº 8429/92, art. 17 
· Consequência do arquivamento do IC: MP não promoverá a ação, mas não afasta atuação dos demais (se um colegitimado atua, o MP não precisa fazer mais nada) 
· Lembrar do famigerado projeto de abuso de autoridade contra juízes e membros do MP (previa legitimidade da OAB mesmo com arquivamento por parte do PGJ)
QUESTÕES DECORRENTES 
· INTERESSE DE AGIR 
· Condição da ação 
· Estudos realizados pela Corregedoria Nacional do Ministério Público: “já estaria suficientemente satisfeita a pretensão punitiva Estatal” 
· Por que não pode ser aplicada aos demais crimes? 
· Condição da ação não está vinculada à violência ou à grave ameaça 
· Esta é a motivação do arquivamento 
· Quem tem o poder de punir? 
· Desrespeito à reserva de jurisdição? – VER DECISÃO DO STF SOBRE PODER INVESTIGATÓRIO 
· Nulla poena sine judicio – CF, art. 5º LIV 
· Limites estabelecidos em lei 
REQUISITOS PARA ANPP:
ART. 28-A, CAPUT: Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado CONFESSADO FORMAL E CIRCUNSTANCIALMENTE a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: 
· Mesmas exigências do caput do art. 18 da Resolução CNMP 181 
· Considerar o amplo espectro das penas passíveis de aplicação 
· Necessário e suficiente: Resolução CNMP 181, art. 18, § 1º, inc. VI
A) CONFISSÃO FORMAL – deve estar registrada num ato para fins de confissão, com autoridade judicial, feita na presença de defensor, por escrito.
B) CONFISSÃO CIRCUNSTANCIADA – não existe definição deste conceito em lei. Para Prof. seria o caso de informa o agente sobre o que ele será denunciado e ele confessar na integra sem reserva (CPP Português, art. 344º, confissão integral e sem reserva), ou seja, sem o “não é bem assim” 
Enunciado GNCCRIM/CNPG: “Havendo descumprimento dos termos do acordo, a denúncia a ser oferecida poderá utilizar como suporte probatório a confissão formal e circunstanciada do investigado, (que deve ser prestada voluntariamente na celebração do ANPP)”
· Se houve homologação, trata-se de descumprimento.
· Se não houve homologação, possibilidade de aplicação do art. 3º, B, §6º, da Lei 12.850/13: “na hipótese de não celebração o acordo por iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer finalidade.”
· A confissão e o acordo devem ser feitos em audiência no âmbito do MP preferencialmente. A confissão não precisa ser na presença do MP. Se agente confessou na Polícia, MP intima o agente para ratifica-la. Se o agente não confirmar, a confissão não será mais circunstanciada e aí não cabe o ANPP.
· Art. 2°, §1º, do Provimento n.º 01/2020-PGJ “a confissão formal e circunstanciada da prática da infração penal poderá ter sido realizada durante a investigação nos autos do procedimento investigatório ou perante o MP”
C) PRÁTICA DE INFRAÇÃO PENAL SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA E COM PENA MÍNIMA INFERIOR A 4 (QUATRO) ANOS = crime organizado, lavagem de dinheiro, art. 7º, Lei 8.037 (pena mínima de 2 anos), concussão, alguns licitatórios.
· a maioria dos crimes ambientais cabe ANPP
· Nem todos os crimes hediondos têm grave ameaça e violência.
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo.
· No caso Favela Nova Brasília (tem artigo do Mauro), o MP foi reconhecido garantidor dos direitos fundamentais das vítimas.
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos, indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime
· São os bens que podem ser submetidos a confisco.
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Código Penal
· atenção diminuída de 1/3 a 2/3
· Resolução CNMP 181, art. 18, inc. III: em local a ser indicado pelo Ministério Público 
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Código Penal, a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito
· Resolução CNMP 181, art. 18, inc. IV: a entidade pública ou de interesse social a ser indicada pelo Ministério Público 
Incisos III e IV assemelham-se as PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. 
· Resolução CNMP 181, art. 18, inc. V: não trazia a menção em prazo determinado, mas era intuitivo.
· Pode haver outras condições, definidas pelo MP em conjunto com o acusado.
· Já na Suspensão condicional do Processo, o MP pode propor outra condição, mas o juiz tem que concordar (art. 89, §1º, Lei 9.099/95)
	ANPP
	COLABORAÇÃO PREMIADA
	Causa extintiva da punibilidade – art. 28-A, §13, CP
Suspende e interrompe a prescrição
	Meio de prova
Não suspende e nem interrompe a prescrição
Pode ser feita na fase de execução da pena. Ex: Marcelo Odebrech
· Prof. entende que ANPP não é direito público subjetivo do agente, porque quem revisa a manifestação do Promotor é a própria instituição, pelo art. 28, CPP.
· Não há prazo para firmar acordo nas negociações de colaboração premiada.
Alteração pelo Pacote Anticrime - É nula de pleno direito a elaboração de colaboração premiada que altere as regras de fixação do regime da pena. Ex. se a pena for de 12 anos, deve ser cumprida em regime fechado, não pode alterar para semi-aberto.
Exceção: somente quando estiver na fase de execução da pena por expressa previsão legal.
RETROATIVIDADE DO ANPP
A) O Prof Rodrigo Brandalise (promotor RS) diz que retroage, porque o ANPP é causa extintiva da punibilidade e de acordo com o art. 2, CP, normas benéficas retroagem.
Opinião do Norberto Avena também.
B) No caso dos processos em andamento quando pacote anticrime entrou em vigor não temnada pacÍfico. 
a. Prof. Rodrigo entende q o limite da necessidade e suficiência seria a sentença.
b. Mas há o enunciado 20 do CNPG, que cabe ANPP para fatos ocorridos antes da vigência da lei 13964, desde que não recebida a denúncia.
Avena cita que há 3 correntes:
A) Não é cabível a formalização do acordo nestes casos;
B) Deve ser oportunizada a celebração ao ajuste, mesmo que já tenha sido iniciado o processo criminal, desde que ainda não sentenciado
C) Viável o acordo, desde que ainda não recebida a denúncia. Orientação adotada pelo enunciado 20 do CNPG, que cabe ANPP para fatos ocorridos antes da vigência da lei 13964, desde que não recebida a denúncia.
Enunciado 19, CNPG/GNCCRIM - ANPP é faculdade do MP, que avaliará, inclusive em última análise (§14), se o instrumento é necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime no caso concreto. 
· Prof. entende ser um dever/ser do MP.
No âmbito do MPRS o art. 4º do Provimento 01/2020-PGJ disciplina a forma da recusa de realização do AANPP pelo Promotor: 
“Negada a proposta de ANPP pelo Órgão Ministerial deverá ser fundamentada e certificada no próprio procedimento investigatório ou peças investigativas, comunicando-se formalmente ao(à) investigado (a), prosseguindo-se às investigações, caso não seja possível, desde já, o imediato oferecimento da denúncia.”
A HOMOLOGAÇÃO tanto no ANPP e na colaboração premiada visa à legalidade, a regularidade e especialmente a voluntariedade de quem está fazendo o acordo.
Se o juiz não homologa o ANPP é porque a regra não foi obedecida, então MP não pode se valer da confissão.
Na colaboração premiada o Pacote Anticrime alterou:
· MP ou Delegado de Polícia é o celebrante 
· agente é o colaborador. 
· Se quem deu margem para não realização do acordo foi a autoridade celebrante, ela não poderá se valer das provas da confissão para oferecer denúncia. 
· Agora lendo ao contrário, se foi o colaborador que deu margem, aí o MP pode se valer / usar as provas.
O que vale para colaboração premiada pode ser aplicado no ANPP, pois o CPP permite a interpretação extensiva, com base no art. 3º.
NÃO HAVENDO O PREENCHIMENTO DE ALGUM REQUISITO OBJETIVO HAVERÁ DE FUNDAMENTAR A RECUSA E COMUNICAR AO INVESTIGADO?
Em princípio, o Prof. entende que, salvo nas hipóteses em que o delito objeto da investigação seja incompatível com o ANPP (tipo de infração penal e quantum da pena), por se tratar de requisito puramente objetivo, independendo de juízo de valoração, a recusa em propor o ANPP pelo agente ministerial deve ser fundamentada e, consequentemente, notificado o acusado (na forma da alínea “a”), até mesmo para que este tenha a oportunidade de requerer a remessa dos autos ao PGJ.
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput (ao mínimo inferior a 4 anos) deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. 
· Se tem tentativa, privilegiadora, concurso de crimes.
· Prof entende que se as partes pactuarem também inclui as atenuantes, mas atentar para súmula 231, STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal
· Previsão do § 13 do art. 18 da Resolução CNMP nº 181 
· Enunciado GNCCRIM/CNPG: aplicação das Súmulas 243 STJ e 723 STF
· Súmula 243 STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano. 
· Súmula 723 STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. 
Ex. crime material 1+1+1
concurso de crime continuado (causa de aumento) quando tem uma causa que aumenta a pena, para saber a pena mínima do crime pega a pena mínima em abstrato e o menor índice do aumento previsto no caso concreto. Se quer saber a pena máxima, pega o maior índice de aumento.
Se a pena for mínima com causa de diminuir, pega pena mínima em abstrato e diminui pela maior fração. E para máxima pela menor fração.
CAUSAS DE NÃO APLICAÇÃO ANPP (§ 2º - EQUIVALENTE AO § 1º DO ART. 18 DA RESOLUÇÃO)
· se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais 
· se o investigado for reincidente (critério objetivo)
· se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas (lei não diz quais são, mas os PGJ do BR dizem ser a IMPO) (sem equivalente na Resolução) 
· ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo (na Resolução, não se falava em suspensão condicional do processo – inc. III do § 1º do art. 18) NÃO PODE TER NENHUM ACORDO. SE FOI COMPOSIÇÃO CIVIL, PODE FAZER ANPP.
· nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor (sem equivalente na Resolução) 
ANPP E CRIME CULPOSO
ANPP X INFRAÇÃO IRRELEVANTE – orientação para MP
Ex. tumulto no Estádio – Juizado Torcedor – é IMPO, mas não é insignificante
CAUSAS DE NÃO APLICAÇÃO PREVISTAS NO § 1º DO ART. 18 DA RESOLUÇÃO E NÃO CONTEMPLADAS NO CPP
II: o dano causado for superior a vinte salários mínimos ou a parâmetro econômico diverso definido pelo respectivo órgão de revisão, nos termos da regulamentação local; não foi contemplado na Lei.
· Controle administrativo da independência funcional 
· Opinião pessoal: não mais aplicável 
IV: o aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar a prescrição da pretensão punitiva estatal; 
· V: o delito for hediondo ou equiparado e nos casos de incidência da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006; 
· Controle administrativo da independência funcional 
E OS CRIMES PREVISTOS NO ESTATUTO DO IDOSO? ADIN 3096 – PGR – NECESSIDADE DE PROTEÇÃO DO IDOSO – INTERPRETAÇÃO CONFORME DO ART. 94 – CABE ANPP
· ENUNCIADO CNMP APROVADO: Não cabe ao CNMP conceder direito negado judicialmente ou negar direito concedido judicialmente, com formação de coisa julgada material – Proposição 1.00961/2017-15 (pós resolução) 
§ 3º - O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. 
ANPP -procuração ad juditia, não precisa de poderes específicos, porque o investigado assina junto.
Colaboração premiada precisa de poderes específicos. Se o colaborador assinar junto a colaboração não precisa dos poderes especiais o advogado.
· Resolução CNMP 181, art. 18, § 3º: O acordo será formalizado nos autos, com a qualificação completa do investigado e estipulará de modo claro as suas condições, eventuais valores a serem restituídos e as datas para cumprimento, e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e seu defensor. 
 § 4º - Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. 
Terá uma audiência para homologação do ANPP. A lei não fala em ser sigilosa
Na colaboração premiada a audiência para fins de homologação é sigilosa. Douglas Fischer e Eugênio Pacelli sustentam que esta sigilosidade é sem o MP, pois se o objeto da audiência é a verificação da voluntariedade, e se o MP ter coagido o colaborador, ele não falará da coação. No STF é sem MPF.
A partir da homologação do ANPP que se pode buscar a execução.
· Resolução CNMP 181, art. 18, § 4º: Realizado o acordo, a vítima será comunicada por qualquer meio idôneo, e os autos serão submetidos à apreciação judicial. 
· CPP tem tratamento assemelhado à colaboração processual;
 
§ 5º - Se o juiz considerarinadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. 
Juiz não pode adequar o ANPP e nem a colaboração premiada com a lei anticrime. Juiz deve devolver para as partes.
· Resolução do CNMP pode vincular quem a ele não está subordinado? 
· RESOLUÇÃO CNMP 181, ART. 18, § 6º 
· Se o juiz considerar incabível o acordo, bem como inadequadas ou insuficientes as condições celebradas, fará remessa dos autos ao procurador-geral ou órgão superior interno responsável por sua apreciação, nos termos da legislação vigente, que poderá adotar as seguintes providências: 
I: oferecer denúncia ou designar outro membro para oferecê-la; 
II: 	complementar 	as 	investigações 	ou designar 	outro 	membro 	para complementá-la; 
 III: reformular a proposta de acordo de não persecução, para apreciação do investigado – com indicação de novo membro, por independência funcional 
IV: manter o acordo de não persecução, que vinculará toda a Instituição. 
· Caso processo Caxias do Sul/RS (2.18.0006741-8): acordo não homologado; pedido do PGJ não homologado, mas arquivado porque este foi o pedido; TJRS, em correição, não homologou o acordo, mas desarquivou – REXT não conhecido – pode o Promotor de Justiça oferecer denúncia, haja visto que o que diz o inc. IV? 
Se o juiz não homologar o ANPP, MP pode denunciar e requer a suspensão condicional do processo, que fica a critério do juiz acolher. Ou fazer uma colaboração premiada com algumas obrigações. (São exemplos de casos concretos que o Prof. relatou)
§ 6º - Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. 
· MP é que dá início à execução.
· Quem fiscaliza é juiz da execução e
· ANPP suspende a prescrição, pelo art. 116, do CP, mas tem que ser pedida a suspensão da prescrição pelo MP, não é efeito automático. 
· Prof. diz que pediria no ato da homologação.
· Agente pode iniciar cumprimento do ANPP sem estar suspensa a prescrição.
Já a prescrição é efeito automático da suspensão condicional do processo, porque a audiência é considerada como o primeiro comparecimento.
· Resolução CNMP 181, art. 18, § 5º: Se o juiz considerar o acordo cabível e as condições adequadas e suficientes, devolverá os autos ao Ministério Público para sua implementação. 
· CP, art. 116, inc. IV: ANPP é causa de suspensão da prescrição penal (opinião: a partir do início da homologação do acordo, o que deve ser pedido pelo MP, já que a lei não a determinado de ofício) 
§ 7º - O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
 
· Cabimento de Recurso em sentido estrito, conforme o art. 581, inc. XXV, do CPP 
§ 8º - Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. 
· Vide art. 18, § 6º, da Resolução CNMP 181 
§ 9º - A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. 
· Resolução CNMP 181, art. 18, § 4º 
· Crítica: vítima não tem possibilidade de impugnação do acordo, salvo se utilizado o art. 28 do CPP como parâmetro 
· Vítima pode ser previamente consultada ou, caso for, comparecer na audiência 
· O valor fixado de ressarcimento não vincula eventual pedido cível da vítima 
§ 10 - Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. 
Juiz só pode rescindir se o MP pedir, não pode decidir de ofício.
· Resolução CNMP 181, art. 18, § 9º 
· O MP tem de pedir a rescisão do acordo, não fala na possibilidade de atuação de ofício 
· Novamente: todas estas medidas sem denúncia oferecida!
· As 	proposições 	do 	acordo 	assemelham-se 	às 	consequências 	de condenação 
· Estamos preocupados com a repercussão penal dos fatos? 
§ 11 - O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. 
· Resolução CNMP 181, art. 18, § 10 
§ 12 - A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. 
· Causa de diversificação processual 
· Não se trata de condenação 
· Mesmas consequências da transação penal e da suspensão condicional do processo 
§ 13 - Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. 
Há uma corrente que entende ser o juízo que homologou e não o da execução.
 
· Resolução CNMP 181, art. 18, § 11: Cumprido integralmente o acordo, o Ministério Público promoverá o arquivamento da investigação, nos termos desta Resolução. 
· Resolução não poderia criar causa de extinção da punibilidade 
· Resolução trabalhava com a noção de interesse processual 
· Extinção da punibilidade: regra de direito material mais benéfica que retroagem 
· Entendimento pessoal: retroage aos processos até sentença (suficiência), desde que já exista a confissão ou intenção expressa de fazê-la 
· Divergência do enunciado GNCCRIM/CNPG (Lei 9099/95, art. 90: inconstitucional) 
· PROVIMENTO 01/2020- PGJ
§ 14 - No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. 
· Vide Resolução CNMP 181, art. 18, § 6º 
· Não há suprimento judicial da atuação do Ministério Público 
· Vide Súmula 696 STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal
ENUNCIADO GNCCRIM/CNPG 
· A homologação do acordo de não persecução penal, a ser realizada pelo juiz competente, é ato judicial de natureza declaratória, cujo conteúdo analisará apenas a voluntariedade e a legalidade da medida, não cabendo ao magistrado proceder a um juízo quanto ao mérito/conteúdo do acordo, sob pena de afronta ao princípio da imparcialidade, atributo que lhe é indispensável no sistema acusatório. 
· Homologação é o que dá validade 
· A partir da validade, surge a eficácia 
· Também não seria constitutiva de um título executivo? 
RESOLUÇÃO CNMP 181, ART. 18 – QUESTÕES NÃO ABORDADAS NO ART. 28-A DO CPP
§ 12 As disposições deste Capítulo não se aplicam aos delitos cometidos por militares que afetem a hierarquia e a disciplina. 
· Não se vislumbra mais óbice 
· Silêncio da lei
· Lei nº 9.099/95, art. 90-A: As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar. 
§ 7º O acordo de não persecução poderá ser celebrado na mesma oportunidade da audiência de custódia. 
· Não há óbice na realização neste ato, desde que presentes todos os pressupostos, inclusive com elementos de investigação suficientes 
§ 8º É dever do investigado comunicar ao Ministério Público eventual mudança de endereço, número de telefone ou e-mail, e comprovar mensalmente o cumprimento das condições, independentemente de notificação ou aviso prévio, devendo ele, quando for o caso, por iniciativa própria, apresentar imediatamente e de forma documentada eventual justificativa para o não cumprimento do acordo. 
· Ônus da prova do beneficiado com o ANPP 
· Interesse dele na obtenção da extinção da punibilidade 
· Lei nº 12.850/13, art. 3º-C, § 4º: Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos com os fatos adequadamente descritos, com todas as suas circunstâncias,indicando as provas e os elementos de corroboração.
§ 2º A confissão detalhada dos fatos e as tratativas do acordo serão registrados pelos meios ou recursos de gravação audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações, e o investigado deve estar sempre acompanhado de seu defensor. 
 
· Providência que pode (e deve) continuar a ser utilizada 
· Mesmas providências previstas para a colaboração processual (Lei 12.850/13, art. 3ºC, § 1º; art. 4º, § 13).
§ 11 Cumprido integralmente o acordo, o Ministério Público promoverá o arquivamento da investigação, nos termos desta Resolução. 
§ 12 As disposições deste Capítulo não se aplicam aos delitos cometidos por militares que afetem a hierarquia e a disciplina. 
§ 13 Para aferição da pena mínima cominada ao delito, a que se refere o caput, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
CORRUPÇÃO EMPRESARIAL
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – 
ART. 17, § 1º - As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução cível, nos termos desta Lei. 
§ 10-A: Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. 
· Acordo sobre a condenação ou não? 
· Resolução CNMP 179/17, art. 1º, § 2º: É cabível o compromisso de ajustamento de conduta nas hipóteses configuradoras de improbidade administrativa, sem prejuízo do ressarcimento ao erário e da aplicação de uma ou algumas das sanções previstas em lei, de acordo com a conduta ou o ato praticado. 
· Resolução CNMP 179/17, art. 1º, § 3º: A celebração do compromisso de ajustamento de conduta com o Ministério Público não afasta, necessariamente, a eventual responsabilidade administrativa ou penal pelo mesmo fato, nem importa, automaticamente, no reconhecimento de responsabilidade para outros fins que não os estabelecidos expressamente no compromisso 
· Igor Pinheiro: não cabe acordo aos que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição (LC, art. 64, inc. I, ‘L’ – causa de inelegibilidade) 
· Problema: há crimes que admitem ANPP e que causam a inelegibilidade (LC, art. 64, inc. I, ‘e’, nº 1 – contra a administração pública, por exemplo) 
· Problema: o art. 17-A que regulamentava o acordo foi vetado 
Quais são os termos da Lei a serem seguidos? 
Parte vetada: integral ressarcimento do dano, reversão da vantagem indevida obtida à pessoa jurídica lesada e pagamento de multa de até 20% do valor do dano ou da vantagem auferida (considerada a situação econômica do agente)
COLABORAÇÃO PREMIADA – 
· É um meio de obtenção de prova - são as possibilidades legais que o Estado tem de interferir nos direitos fundamentais do cidadão)
· Afeta o direito fundamental de não produzir prova contra mim mesmo.
· Não existe acordo de sentença.
· Todo acordo de colaboração precisa ser confirmado. Para que o sujeito cumpra pena tem que ter sentença condenatória.
· Colaborador pode ser absolvido, mesmo tendo confessado.
· Só pode ser estabelecido os benefícios da colaboração premiada depois que fixada a responsabilidade penal do colaborador. 
· Existem 2 exceções da essa regra: (a) quando o benefício for o não oferecimento da denúncia, não se vai buscar a responsabilidade penal do colaborador e/ou (b) colaboração se dá na fase de execução, porque a responsabilidade já foi definida.
· Ninguém pode ser condenado por causa unicamente da sua declaração de colaboração, como ocorre com a confissão, que não pode condenar também.
O PROCESSO SURGE PARA DERRUBAR UMA PRESUNÇÃO – A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA – PRESUNÇÃO RELATIVA (é a inocência)
 PROCESSO É CONSTRUÍDO PARA A FORMAÇÃO DA PROVA 
A PROVA, PORTANTO, É O QUE IRÁ DESCONSTITUIR A PRESUNÇÃO 
· PRESUNÇÃO RELATIVA: A PROVA SERVE PARA DESCONSTITUÍ-LA 
· PRESUNÇÃO ABSOLUTA: PROVA SURGE PARA DEMONSTRÁ-LA (CERTIDÃO DE NASCIMENTO PARA MOSTRAR QUE O SUJEITO É MENOR DE 18) 
CONCEITO DE PROVA: a lei processual penal não definiu o que seja prova – com acerto 
· VÁRIAS PERCEPÇÕES DO QUE SEJA PROVA:
· Elemento de prova: fundamento de uma conclusão judicial 
· Fonte de prova: sujeito ou o objeto do qual se deriva um elemento de prova 
· Meio de prova: atividade através da qual insere-se um elemento de prova no procedimento penal; ex. testemunha. (como se faz chegar o elemento de prova)
· Resultado de prova: êxito do procedimento intelectivo do juízo sobre os elementos de prova 
· Conclusão probatória, que é a valoração probatória realizada pelo juiz 
· EXIGEM PROVA: 
· fatos controversos 
· fatos incontroversos: expressamente admitidos ou não refutados – CPP, art. 197: confissão deve ser confrontada com outros meios de prova – diferente do modelo português (CPP, art. 344: confissão integral e sem reservas) 
 
· OBJETIVO DA PROVA 
· CPC, art. 369: a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz 
· Verdade real: reprodução dos fatos como efetivamente aconteceram – legitimação de meios ilícitos (tortura) – não é o objetivo do processo penal 
· Verdade formal: verdade que convém às partes – aproximação com o processo civil – verdade acordada/consensuada (projeto anticrime – não é TP ou SCP) 
· Verdade processualmente possível: verdade que o devido processo penal constitucional e legal permite que se produza 
· Proteção do silêncio 
· Inviolabilidades constitucionais 
· CPP, art. 7º: Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
· CPC, art. 369: As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos. 
· CPP + CPC: liberdade dos meios de prova 
· MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA: 
· Os meios de obtenção de prova atingem os direitos e garantias fundamentais individuais
· Busca e apreensão domiciliar forçada: necessita de prévia autorização judicial 
· STF, Tema 280: sindicabilidade judicial da entrada forçada em caso de flagrante 
· Busca e apreensão pessoal forçada: sindicabilidade judicial posterior 
· Colaboração processual: homologação do acordo – nemo tenetur se ipsum accusare 
· Agente infiltrado (LCO, art. 10): exige autorização e delimitação judiciais prévias 
· Ação controlada (LCO, art. 8º): comunicação ao juiz, que pode suspendê-la ou impor limites 
· Interceptação telefônica e captação ambiental: autorização judicial prévia 
DELAÇÃO PREMIADA – ATO UNILATERAL DO REU QUE TRAZ BENEFICIOS A ELE PROPRIO
COLABORAÇÃO – ACORDO ENTRE DEFESA E ACUSAÇÃO, ATO BILATERAL
Colaborador nem sempre será delator, nos casos de a colaboração ser para formação de prova, localização da vítima ou do produto do crime. Aqui não entrega terceiros
Se colaborador entregar terceiros, delatará também
Aspectos Gerais: 
· Gênero - Colaboração processual
· Espécies:
· Confissão
· chamamento do corréu (que ocorre somente na fase judicial, sem necessário reconhecimento de culpabilidade) 
· delação (que ocorre em qualquer fase, e requer a ocorrência de confissão) 
· delação premiada (que pressupõe a contribuição para a apuração da materialidade do delito e da autoria) 
· colaboração processual em sentido estrito (compreende qualquer forma de cooperação que resulte em benefício de cunho processual, como a ausência de persecução, por exemplo) 
· STF: negócio jurídico processual personalíssimo (Ac. HC 127.483-PR do STF de 27 de agosto de 2015) – da Lei 12.850 - contrato feito no processo penal, ato bilateral, acordo de vontades. 
· LCO 12.850, art. 3º, inc. I: meio de obtenção de prova 
· LCO 12.850, art. 3º-A: negócio jurídicoprocessual e meio de obtenção de prova 
· LCO 12.850, art. 3º-A: precisa de 2 pressupostos: pressupõe utilidade (a prova te dá a percepção que efetivamente se terá o resultado) e interesse públicos (o resultado que a prova vai dar justifica o benefício que será aplicado, porque o resultado que a prova traz é mais amplo que “brigar” com um o tempo todo, foi o raciocínio que o Rodrigo Janot fez no acordo com a JBS) – ética envolvida 
· LCO, art. 4º, § 5º: investigação, processo e execução da pena 
· Aproximação com o acordo de leniência (Lei nº 12.846/13)
Colaboração processual – juiz = responsável pela homologação (juiz as garantias se vigente); MP pactua com R a realização do acordo. Depois de homologado, Juiz (juiz de julgamento) julgará o material coletado.
acordo de leniência – autoridade central que homologa, Administração Pública pactua com a PJ. Depois uma comissão administrativa de julgamento aprecia.
No CADE é possível ser feito AL com 
PF.
· Necessidade de observância do procedimento estabelecido, sob pena de ilicitude - para dar idoneidade ao procedimento feito.
BLOCO 2
· Processo criminal: conciliação entre a reafirmação da comunidade ético-jurídica, tutelada na parte material criminal, e o respeito à liberdade e à dignidade individuais, essenciais para qualquer pessoa 
· Necessidade de técnicas especiais de investigação 
Lei Federal 12.850/13, arts. 3º a 7º 
· Colaboração efetiva e voluntária com a investigação e com o processo criminal 
· Aferidos na homologação judicial 
· Autonomia Individual - Exige o reconhecimento da acusação contra si 
· Compete ao réu dizer a melhor forma de exercício de sua defesa 
· Concessões ao colaborador 
· Perdão judicial 
· Redução da pena em 2/3 
Redução da pena até a metade se a colaboração for posterior à sentença
· Suspensão do prazo denúncia até 6 meses, prorrogáveis, com suspensão da prescrição 
· Pena restritiva de direitos 
· Admissão de progressão de regime prisional ainda que ausentes os requisitos objetivos. 
 
Concessões ao colaborador 
· O Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia (art. 4º, § 4º e § 4º-A): 
· se o colaborador não for o líder da organização criminosa 
· for o primeiro a prestar efetiva colaboração 
· referir-se 	à 	infração 	de 	cuja 	existência 	não 	tenha 	prévio conhecimento 
· O Ministério Público ou a autoridade policial competente ainda não tenha instaurado inquérito ou procedimento investigatório para apuração dos fatos apresentados pelo colaborador 
· Concessões à Acusação: 
· identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; 
· revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; 
· prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; 
· recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa; 
· localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada 
· Se não produzir resultados, será mera confissão 
· Concessões à Acusação: 
· No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direta com os fatos investigados (art. 3º-C, § 3º) 
· IMPORTANTE: Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos com os fatos adequadamente descritos, com todas as suas circunstâncias, indicando as provas e os elementos de corroboração (art. 3º-C, § 4º) 
· Orientação Conjunta nº 1/2018 – 2ª e 5ª CCR/MPF, item 13 
· Defesa também tem ônus: demonstrar que merece os benefícios Não viola presunção de inocência 
MOMENTO DA EXISTÊNCIA – art. 4º, § 6º 
· Negociação (debates prévios) entre a acusação e a defesa 
· Proposta: momento em que uma parte acaba por convidar a outra a celebrar o negócio jurídico – ato unilateral
· Proposta vincula o proponente (CC, art. 427) 
· Aceitação: formadora do vínculo – formação/confecção do negócio jurídico 
· Dentre outros: o relato da colaboração e seus possíveis resultados; as condições da proposta; a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor; não existe óbice para que outras condições constem no acordo, desde que essenciais a ele.
PROPOSTA (art. 3º-A, 3º-B, 3º-C) 
· Recebimento da proposta para formalização do acordo: início das negociações, marco de confidencialidade 
· Divulgação das tratativas: violação de sigilo, quebra da confiança e da boa-fé 
· Sigilo: somente pode ser levantado pelo juiz 
· Até o recebimento da denúncia ou da queixa, vedada publicidade anterior (art. 7º, § 3º) 
· Não suspende as investigações e as medidas cautelares (reais, pessoais e probatórias) civis e penais, salvo acordo em contrário ou necessidade de ação controlada 
PROPOSTA (art. 3º-A, 3º-B, 3º-C) 
· Instruída 	com 	procuração 	do 	interessado 	(poderes específicos) ou firmada pessoalmente pela parte interessada e seu defensor 
· Nenhuma tratativa será realizada sem a presença do defensor 
· Conflito de interesses: outro advogado ou defensor público diverso 
· Termo de recebimento de proposta e de confidencialidade: vinculará os órgãos envolvidos e impedirá indeferimento posterior sem justa causa 
· Elaborado pelo celebrante 
· Assinado pelo celebrante, colaborador e defensor com poderes específicos
· Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade 
· Celebrante: Ministério Público ou Delegado de Polícia 
· Não acordo pelo colaborador: pode usar (afeta LCO, art. 4º, § 10) 
· Não afeta o que já estava nos autos e não constava nas negociações 
· OPINIÃO PESSOAL: Não afeta o que se volta contra terceiros no acordo frustrado
· Pode ser sumária e fundamentadamente indeferida, devendo ser comunicada ao interessado 
· Falta de provas, desinteresse para a investigação, “barganha” com legitimados, não cessação da atividade criminosa (art. 4º § 18) 
· IMPORTANTE: 	poderá 	ser 	precedido 	de 	instrução 
(investigações preliminares), quando houver necessidade de identificação ou complementação de seu objeto, dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade e interesse público 
MOMENTO DA VALIDADE – art. 4º, § 7º 
· Perfeição dos atos jurídicos – idoneidade do acordo 
· Homologação pelo juiz – formalidade essencial para o ato 
Verificação da regularidade, legalidade e voluntariedade 
· Juiz somente participa a partir deste momento 
· Princípio da demanda: vinculado ao pedido das partes 
· Atividade processual 
· Controle do correto exercício da autonomia da vontade 
· Verificação da adequação dos benefícios pactuados 
· Nulidade das cláusulas que modificam regime de cumprimento de pena, salvo se a colaboração ocorrer na fase de execução da pena 
· Nulas de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de impugnar a decisão homologatória 
· Adequação entre os resultados da colaboração e os benefícios estabelecidos no acordo 
· Ver concessões já mencionadas nos slides 
· Não se faz juízo de valor sobre o conteúdo do acordo 
· Juízo de delibação (Ac. HC 127.483-PR do STF de 27 de agosto de 2015) 
· Ac. MC no HC 144.652-DF do STF de 12 de junho de 2017 
· Pode recusar homologação quando não atender requisitos legais, mas devolve às partes para adequações (juiz não mais adequa os acordos – art. 4º, § 8º) 
· Oitiva sigilosa do colaborador: obrigatória (art. 4º, § 7º) 
· Fischer/Pacelli: sem MP 
· Não há formação do contraditório 
Termo de acordo, declarações do colaborador, cópia da investigação 
· Conteúdo das negociações não são de conhecimento de terceiros (STF, Ag. Reg. na Rcl 21.258 MC) 
· Preso ou em medidas cautelares: possibilidade (LCO, art. 4º, § 7º, inc. IV: maior necessidade na verificação da voluntariedade – não ser usada como forma de coação ) 
· Homologação: não cabe mais retratação (quebra do acordo firmado) – possibilidade de utilização de todas as provas autoincriminatórias – Coisa julgada quanto ao conteúdodo acordo 
· Não homologação: prova ilícita (CPP, art. 157, § 1º) 
Homologação 
· Primeiro elemento probatório: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal (STJ, Súmula 545) 
 
· Demais elementos apresentados não repetíveis: prova ao submeterem-se ao contraditório judicial, ainda que diferido 
Homologação 
· Prova legal negativa: não serão proferidas com base apenas nas declarações do colaborador (PACOTE ANTICRIME) 
· Medidas cautelares pessoais ou reais 
· Recebimento de denúncia ou queixa 
· Sentença condenatória (similitude com o CPP, art. 155, caput) 
· Declarações são elementos de informação – necessitam de repetição 
· Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial (LCO, art. 4º, § 12) 
· Momento em que ocorrerá o contraditório 
Homologação 
· Declaração do colaborador serve de fundamento para decisões que exigem indícios como uma probabilidade (recebimento de denúncia, medidas cautelares probatórias, reais e pessoais) 
· Como visto: não pode ser elemento único 
· Não se exige que o colaborador apresente tudo desde o início 
Justa causa para as medidas buscadas
· Recebimento de denúncia: justa causa (CPP, art. 395, inc. III) – demonstrar que o processo pode ter viabilidade (cooperação internacional em andamento) Este ônus é nosso! 
REPERCUSSÃO 	DENTRO 	DO 	PROCESSO PENAL 
MOMENTO DA EFICÁCIA 
Pós homologação do acordo Rescisão do acordo Duas causas legais de rescisão (LCO, art. 4º, § 17 e § 18) 
· O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da colaboração 
· O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador cesse o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de rescisão 
Primeira eficácia (imediata) – art. 4º, § 9º e § 18 
· Colaborador poderá ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações, sempre acompanhado pelo seu defensor 
· Elemento de informação – CPP, art. 155, caput 
· Pressupõe que o colaborador cesse o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de rescisão (§ 18) 
· Segunda eficácia (imediata) – art. 5º: benefícios e proteções conferidas ao colaborador 
Terceira eficácia (mediata) – STF, Pet 7074 
· Sentença: momento final da apreciação do acordo - LCO, art. 
4º, § 11 
· Submissão ao contraditório (prova como qualquer outra) 
Réu delatado se manifesta após o prazo do réu que o delatou (art. 4º, § 10-A)
· Não submissão ao contraditório: eficiência e credibilidade externa 
· PRIMEIRA NECESSIDADE DE CONFIRMAÇÃO (LCO, art. 4º, 
§ 7º-A): 
· Análise fundamentada do mérito da denúncia, do perdão judicial e das primeiras etapas de aplicação da pena 
· Fixação da responsabilidade, da imputação e da afirmação de que não cabe a aplicação da presunção de inocência àquele acusado 
· Exceção: não oferecimento de denúncia ou colaboração na fase de execução da pena 
SEGUNDA 	NECESSIDADE 	DE 	CONFIRMAÇÃO: 
RESULTADO – Condição (CC, art. 121) 
· Prova legal negativa 
· LCO, art. 4º, § 16; CPP, art. 197 (declarações não são suficientes para condenação) – PROVA SEMIPLENA 
Terceira eficácia (mediata) 
· Não confirmação não inutiliza a prova produzida a partir do acordo (deve submeter-se ao contraditório, pressuposto da prova – CPP, art. 155) 
· Credibilidade interna: discurso tem de ser lógico 
· Credibilidade externa: confirmação por outros meios de prova 
· Ideal: prova coletada seja suficiente que torne a colaboração esquecida no processo 
· Não se confirma colaboração que não traga mais resultado 
· Caso contrário, mera confissão (STJ, Súmula 545) 
· Prevalência da qualidade da confirmação, não da quantidade 
· STF, HC 75.226-8-MS: [...] mostra-se fundamentado o provimento judicial quando há referência a depoimentos que respaldam delação de corréus. Se de um lado a delação, de forma isolada, não respalda condenação, de outro serve ao convencimento quando consentânea com as demais provas coligidas. 
Não há vedação para a corroboração cruzada: CPP convive com o erro judicial (revisão criminal) – caso a caso
Terceira eficácia (mediata) 
· Colaborador e imputado – direito ao silêncio vai mantido 
· Afetará a credibilidade da colaboração 
· Quebra do acordo (LCO, art. 4º, § 14: Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará – não exercício -, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade) 
· Contraditório entre acusador x colaborador x imputado 
· Direito de audiência, de informação, de participação 
Ampla defesa ao colaborador e ao imputado – necessidade de divulgação da prova (STF, SV 14)
Terceira eficácia (mediata) 
· Contraditório entre acusador x colaborador x imputado 
· Colaborador passa a ser um ‘acusador’ 
· Em todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado a oportunidade de manifestar-se após o decurso do prazo concedido ao réu que o delatou (LCO, art. 4º, § 10-A) 
O registro das tratativas e dos atos de colaboração deverá ser feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações, garantindo-se a disponibilização de cópia do material ao colaborador (LCO, art. 4º, § 13)
· Verdade Processual: 
· Limitações da verdade: silêncio, meios de obtenção de prova 
· Declaração prestada = elemento de informação 
· Pode absolver colaborador mesmo que com o acordo 
· CPP, art. 197 
· Retratação da colaboração: declarações autoincriminatórias não podem ser usadas contra o acusado 
· Nenhuma condenação pode ser feita unicamente com a colaboração 
· Princípio da Imediação – contato do juiz com a colaboração 
· Credibilidade interna e externa da colaboração 
Silêncio posterior: perda da credibilidade – cross examination
ACORDO DE LENIÊNCIA 
Fundamento 
· Colaboração com a investigação (inclusive, probatória) e a obtenção de benefícios futuros ao infrator por conta disto 
· Leniência só produz efeito se cumpridas as condições 
· Homologado e sindicado por uma autoridade ‘central’ 
· Retirada do acordo somente antes do reconhecimento de cumprimento pela autoridade ‘central’ 
· Natureza jurídica – meio de obtenção de prova 
· Ato administrativo bilateral 
· Benefícios investigativos em prol da Administração 
· Benefícios sancionatórios em prol do administrado investigado 
· Norma de caráter premial 
Direito sancionador de natureza adminstrativa e civil (não penal)
BRASIL – LEI 12.529/11, art. 86 
· Infrações contra a ordem econômica – proteção da concorrência 
· Autoridade: Superintendência-Geral do CADE 
· Retirada da acusação administrativa 
· Redução da penalidade a ser imposta (1 a 2/3) das pessoas físicas ou jurídicas 
· Colaboração efetivamente com as investigações e o processo administrativo 
· Resultados exigidos - proporcionalidade 
· a identificação dos demais envolvidos na infração 
· a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação 
· Requisitos - adequação 
· a empresa seja a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob investigação 
· a empresa cesse completamente seu envolvimento na infração noticiada ou sob investigação a partir da data de propositura do acordo 
· a Superintendência-Geral não disponha de provas suficientes para assegurar a condenação da empresa ou pessoa física por ocasião da propositura do acordo – se já tem, não precisa do acordo 
· a empresa confesse sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento 
· Acordo com a CADE estipulará as condições 
· Se cumprido, o Tribunal de julgamento 
· decretar a extinção da açãopunitiva da administração pública em favor do infrator, nas hipóteses em que a proposta de acordo tiver sido apresentada à Superintendência-Geral sem que essa tivesse conhecimento prévio da infração noticiada 
· nas demais hipóteses, reduzir de 1 (um) a 2/3 (dois terços) as penas aplicáveis, observado o disposto no art. 45 desta Lei, devendo ainda considerar na gradação da pena a efetividade da colaboração prestada e a boa-fé do infrator no cumprimento do acordo de leniência 
· serão estendidos às empresas do mesmo grupo, de fato ou de direito, e aos seus dirigentes, administradores e empregados envolvidos na infração os efeitos do acordo de leniência, desde que o firmem em conjunto, respeitadas as condições impostas. 
art. 87 
· Crimes contra a ordem econômica, tipificados na Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990 
· Demais crimes diretamente relacionados à prática de cartel, tais como os tipificados na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e os tipificados no art. 288 do Código Penal 
· Celebração de acordo de leniência determina a suspensão do curso do prazo prescricional e impede o oferecimento da denúncia com relação ao agente beneficiário da leniência – PERMITIDA COM A PESSOA FÍSICA 
· Orientação do CADE: participação do MP na confecção no acordo de leniência, por ser ele o titular privativo da ação penal pública e detentor de atribuição criminal, tendo em vista as repercussões criminais derivadas dele – condição de interveniente na leniência 
· A Lei Federal não exige a presença do MP 
· Em caso de descumprimento do acordo de leniência, o 
beneficiário ficará impedido de celebrar novo acordo de leniência pelo prazo de 3 (três) anos, contado da data de seu julgamento. 
· Não importará em confissão quanto à matéria de fato, nem reconhecimento de ilicitude da conduta analisada, a proposta de acordo de leniência rejeitada, da qual não se fará qualquer divulgação 
· Não se pode viciar a vontade 
Caso de prova ilícita
LEI 12.846/13, art. 16 
· Casos de corrupção 
· Celebrado com pessoas jurídicas – PF: COLABORAÇÃO 
· Atos contra a administração pública 
· Autoridade máxima de cada órgão (Executivo federal: Controladoria-Geral da União) 
· Colaboração 	efetiva 	com 	a 	investigação 	e 	processo administrativo 
· A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo. 
· Resultados 
· a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber 
· a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração 
· o acordo de leniência estipulará as condições necessárias para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo 
· Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada. 
· Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas. 
· Requisitos 
· a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito 
· a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de propositura do acordo 
· a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento 
não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado
· não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada 
· A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88 
· Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do referido descumprimento. 
· sua celebração interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na lei mencionada 
· Nada fala em denúncia/ação penal (só Pjurídica) 
· A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do art. 6o e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável. 
· O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado. 
· Legitimidade do Ministério Público 
· 5ª Câmara de Coordenação e Revisão (Combate à Corrupção) do MP Federal: sim (Rogério Sanches Cunha e Renne do Ó Souza também) 
· Ac. AI nº 5023972-66.2017.4.04.0000/PR do TRF/4 de 22 de agosto de 2017: não, apenas CGU 
· Participação do Ministério Público é desejada, tanto para o ente público como para aquele que celebra a leniência, de maneira a haver legitimidade frente ao processo penal (Alexandre Schneider, “A atuação do Ministério Público no acordo de leniência na Lei Anticorrupção”, Revista do Ministério Público Militar) 
RIO GRANDE DO SUL – LEI 15.228/18, art. 25 
· A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, quando da instauração do processo administrativo de que trata esta Lei, de eventual realização do acordo de leniência e da decisão final, dará conhecimento ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado, à Procuradoria-Geral do Estado e à Contadoria e AuditoriaGeral do Estado. 
· Segue a Lei Federal nº 12.846/13 
art. 29 
· A celebração do acordo de leniência é de competência da Procuradoria-Geral do Estado no âmbito dos órgãos e entidades vinculadas ao Poder Executivo, e da autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Tribunal de Contas, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, permitida a delegação. 
· Ministério Público: aguarda edição de Provimento 
art. 30 
· O acordo de leniência poderá ser celebrado com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos nesta Lei e dos atos ilícitos previstos na Lei Federal n.º 8.666, de 21 de junho de 1993, que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte: 
· I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e 
· II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração. 
· Requisitos cumulativos exigidos: 
· I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; 
· II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de propositura do acordo; 
· III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento; 
· IV - fornecer informações, documentos e elementos que comprovem a infração administrativa; 
· V - o comprometimento da pessoa jurídica na implementação ou na melhoria de mecanismos internos de integridade. 
· § 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do art. 6.º da Lei Federal n.º 12.846/13, correspondente ao art. 20, § 5.º desta Lei, e no inciso IV do art. 19 da Lei Federal n.º 12.846/13, e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável. 
§ 3º A proposta de acordo de leniência não poderá ser apresentada após a conclusão do relatório da comissão processante do processo administrativo de responsabilização.
· § 4º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desdeque firmem o acordo em conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas. 
· § 5º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo. 
· § 7º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do referido descumprimento. 
 
art. 31 
· O acordo de leniência celebrado com a participação da 
Procuradoria-Geral do Estado em conjunto com o Ministério Público poderá dispor sobre o não ajuizamento ou desistência das ações que versem sobre os objetos previstos nesta Lei, na Lei Federal n.º 8.666/93 e na Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de 1992, observados os trâmites legais e regimentais existentes. 
· A eficácia do acordo firmado com o Ministério Público dependerá de homologação do arquivamento do respectivo expediente investigatório pelo Conselho Superior do Ministério Público; no caso da Procuradoria-Geral do Estado, a eficácia do acordo dependerá de homologação pelo Procurador-Geral do Estado e, em ambas as hipóteses, em se tratando de ações já ajuizadas, da respectiva homologação judicial. 
art. 32 
· Na proposta de celebração de acordo de leniência, que deverá ser feita por escrito pelo representante legal da pessoa jurídica, na forma de seu estatuto ou contrato social, ou por meio de procurador com poderes específicos, observado o art. 26 da Lei Federal n.º 12.846/13, declarará expressamente que foi orientada a respeito de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendimento às determinações e solicitações da autoridade durante a etapa de negociação importará desistência da proposta. 
· A pessoa jurídica proponente poderá desistir da proposta a qualquer momento que anteceda à assinatura do acordo. 
· Caso o acordo não venha a ser celebrado, os documentos apresentados durante a negociação serão devolvidos à pessoa jurídica proponente sem retenção de cópias, e será vedado seu uso para fins de responsabilização, exceto se a administração pública estadual tiver conhecimento deles independentemente da apresentação da proposta do acordo de leniência. 
· Fonte independente prevista no art. 157, § 1º, do CPP 
art. 33 
· Estipulará as condições para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo, dentre outras, as seguintes disposições: 
· I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos 
· II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumprimento do acordo; 
· III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento do acordo 
IV - a adoção, aplicação ou aperfeiçoamento de programa de integridade. 
art. 34 
· Uma vez cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica colaboradora, serão declarados em favor da pessoa jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo, os seguintes efeitos: 
· I - isenção da publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora; 
· II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Público; e 
· III - redução do valor final da multa aplicável. 
· intenção primordial voltada ao processo sancionatório administrativo 
· instrumento de manutenção da ordem concorrencial (Ac. RHC 24.499-SP do STJ/BR de 20 de setembro de 2011) 
· o impacto voltado ao direito e/ou ao processo penal é reduzido no que diz com os benefícios a serem auferidos

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