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PACOTE ANTI CRIME pdf pdf

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Sumário 
 
ALTERAÇÕES: PROCESSO PENAL ....................................................................................................................... 3 
ALTERAÇÕES: DIREITO PENAL ........................................................................................................................ 39 
ALTERAÇÕES: LEIS PENAIS ESPECIAIS ............................................................................................................ 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse material foi feito no intuito de auxiliar e facilitar o 
estudo e entendimento das alterações introduzidas pelo 
pacote anticrime. 
Sempre que possível, foram feitas considerações das 
alterações. 
Bons estudos e lembre-se: 
A maioria das pessoas que sonham com a aprovação, não 
estão dispostas a fazer o que é necessário para tornar o 
sonho em realidade. 
Pode ser que a motivação não esteja presente todos os dias, 
mas a disciplina não pode deixar de existir. 
A autodisciplina é a chave principal para o processo de todo 
sucesso. 
Fred Melo 
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PACOTE ANTI CRIME: 
LEI 13.964/19 
 
 ANÁLISE INICIAL DE ESTRUTURA DA LEI 
A lei 13.964/19, surgiu do projeto do Ministro Sérgio Moro, que propunha um endurecimento no 
tratamento processual e penal ao criminoso. Ocorre que durante a tramitação, o Congresso Nacional 
inseriu o projeto do Ministro do STF, Alexandre de Morais, além de estar presente dados no projeto do 
novo CPP. Por isso, a Lei apresenta em certos momentos endurecimento ao tratamento a criminosos e em 
outros um aumento de garantias e flexibilidade no tratamento dos mesmos. 
 
 MATÉRIAS ALTERADAS: PENAL E PROCESSO PENAL 
Art. 1º Esta Lei aperfeiçoa a legislação penal e processual penal. 
 VACATIOS LEGIS: 30 dias 
Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta) dias de sua publicação oficial. 
 
ALTERAÇÕES: PROCESSO PENAL 
 
SISTEMA ACUSÁTÓRIO 
Art. 3-A - O processo penal terá ESTRUTURA ACUSATÓRIA, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a 
substituição da atuação probatória do órgão de acusação. 
 A doutrina majoritária já tratava como sendo acusatória, no entanto, agora, o legislador trouxe 
expressamente a adoção do sistema processual penal acusatório. 
 Infere-se ainda do Art. 129, I da CF: 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
 
Se a CF/88 diz que a acusação é privativa do MP, já estaria subentendido nesse singelo 
dispositivo constitucional que ao juiz não é dado imiscuir-se na acusação, não sendo uma 
norma de eficácia contida, nem limitada, mas precisou isso ser repetido em nível 
infraconstitucional para que os holofotes do país se modificassem completamente em prol 
da depuração do sistema acusatório. 
Assim, o art. 3°-A do CPP simplesmente reforçou o que já consta desde sempre na nossa 
CF/88, art. 129, I. 
 O artigo encontra-se temporariamente suspenso pelo ministro Luiz Fux. 
 
 ESTRUTURA DO SISTEMA ACUSATÓRIO: 
 As funções de acusar, defesa e julgamento, encontram-se em pessoas diversas. 
 A gestão da prova (determinação de produção) fica a cargo das partes, e assim, garante a 
imparcialidade do juiz. 
 O investigado é tratado como sujeito de direitos. 
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 Há a ideia da verdade processual, ou seja, há uma verdade aproximativa. 
 Prevalece A ORALIDADE E PUBLICIDADE. 
 
 Não confunda com o sistema inquisitório: 
 Em que as funções de acusar, defesa e julgamento, encontram-se em uma única 
pessoa, que é o juiz inquisitor; 
 A gestão da prova (determinação de produção) fica nas mãos do juiz, afastando a 
imparcialidade do juiz. 
 O investigado é tratado como mero objeto. 
 Há a ideia da verdade real, ou seja, o juiz vale tudo para se buscar a verdade absoluta, 
como a pratica de atos de tortura. 
 Prevalece procedimentos ESCRITOS E SIGILOSOS. 
 
 VEDAÇÃO A INICIATIVA DO JUIZ NA FASE DE INVESTIGAÇÃO 
 VEDADAS A INICIATIVA DO JUIZ NA FASE DE INVESTIGAÇÃO: 
 Não é possível a iniciativa acusatória, por ser incompatível com o sistema acusatório, pois deve 
ser afastada a ideia de um juiz protagonista, e buscar a ideia de um juiz expectador, que 
depende de provocação para atuar. 
 O art. 156, I, diz que poderá o juiz de ofício ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a 
produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a 
necessidade, adequação e proporcionalidade da medida. 
 Este artigo permite a iniciativa acusatória, assim, mesmo antes do artigo 3-A, parte da 
doutrina já dizia ser inconstitucional, por ser incompatível com o sistema acusatório. 
Após o artigo 3-A, está-se colocando que o artigo 156, I, estaria tacitamente revogado, 
pois, no caso, uma lei posterior, passou a tratar do mesmo tema, de maneira diversa. 
 
 VEDAÇÃO A SUBSTITUIÇÃO DA ATUAÇÃO PROBATÓRIA DO ÓRGÃO DE ACUSAÇÃO 
 Art. 3-A “Vedadas (...) e a SUBSTITUIÇÃO DA ATUAÇÃO PROBATÓRIA DO ÓRGÃO DE 
ACUSAÇÃO.” 
 
 A doutrina dizia que a iniciativa probatória do juiz subsidiária é restrita a fase processual (salvo 
nos casos de provas antecipadas, cautelares e irrepetíveis – Art. 155 CPP). 
 1ª Corrente: Essa iniciativa probatória é compatível com o sistema acusatória e com a 
garantia da imparcialidade, pois o juiz possui atuação provocada e subsidiária. 
 
 2ª Corrente: Seria inconstitucional, pois ao produzir provas, o juiz quebra a linha da 
imparcialidade, pois “quem procura, sabe ao certo o que pretende encontrar”. Diante 
da redação que é vedada ao juiz substituir a atuação probatória, parece ser a mais 
indicada, pois cabe as partes a gestão das provas. 
Assim, pela mesma razão anterior, o artigo, 156, II, estaria revogado tacitamente. 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao 
juiz de ofício: 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização 
de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
 
ART. 385 DO CPP –PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO DO MP E DESCABIMENTO DE CONDENAÇÃO PELO JUIZ ATRAVÉS DO 
SISTEMA ACUSATÓRIO 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério 
Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido 
alegada. 
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 O artigo segue válido, mas, segundo a PARTE DA DOUTRINA, a ideia é que o juiz não pode 
substituir a acusação no tocante à investigação e à atuação probatória, menos ainda no tocante à 
titularidade da própria ação penal, chegando-se à conclusão de que, se o MP, nas Alegações Finais, 
opina pela absolvição, o juiz nada poderá fazer, porque seria ele realizando a substituição, a 
acusação e a atividade investigatória e probatória para bancar por conta própria a pretensão 
acusatória. Se o juiz não pode o menos, não pode o mais. 
 OUTRA PARCELA DA DOUTRINA e os TRIBUNAIS SUPERIORES, em sentido contrário, diz ser o art. 
385 do CPP fruto da indisponibilidade da ação penal pública, reforçado pelo Princípio da Verdade 
Material. 
Princípio da Verdade Material é muito contestado academicamente, o próprio Paulo Rangel 
(DPC/RJ) opta por falar em uma verdade processual, em vez da verdade material, porque na 
realidade o processo é um palco de embates e versões, prevalecendo a versão que se mostra mais 
factível, ou seja, a própria sentença não se pauta em um juízo de certeza por que inalcançável, para 
isso teríamos que ter todos os atores do processo onipresentes e oniscientes. 
STF/STJ, se voltam para o princípio da verdade material. 
ART. 127 DO CPP – MEDIDAS CAUTELARES REAIS 
MEDIDAS CAUTELARES REAIS AINDA PODEM OU NÃO O JUIZ ATUAR DE OFÍCIO? 
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação 
da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de 
oferecida a denúncia ou queixa.
 Lembre-se: em prova objetiva lembrar que vale o que está na lei. 
 
 1ª Corrente - a partir de uma interpretação sistemática, considerados os artigos 3-A, 282, §2º e 311, 
todos do CPP, descabe igualmente a atuação oficiosa do juiz no tocante às Medidas Cautelares 
Reais. 
 2ª Corrente - Em sentido contrário, todavia, obtempera-se o Princípio da Especialidade somado ao 
silêncio eloquente em relação ao art. 127 do CPP, afinal outros artigos do mesmo capítulo foram 
alterados pela Lei 13.964/19. (art. 122, art. 124-A, art. 133, art. 133-A, todos do CPP) 
 
JUIZ DAS GARANTIAS 
 A figura do JUIZ DAS GARANTIAS, é fruto do projeto do NOVO CPP. 
 O artigo 3-B a 3-F encontram-se suspensos. 
Art. 3-B. O juiz das garantias é RESPONSÁVEL PELO CONTROLE DA LEGALIDADE DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL e 
pela SALVAGUARDA DOS DIREITOS INDIVIDUAIS cuja franquia tenha, afastando sido reservada à autorização 
prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: 
 Consiste na atribuição exclusiva a um determinado órgão jurisdicional da competência para o exercício da 
função de garantidor dos direitos fundamentais na fase pré-processual, com a consequente exclusão da 
competência deste magistrado para a sequência da persecução penal que ocorre sob o contraditório. 
 
 A novidade em relação ao juiz das garantias, 
 É QUE O JUIZ GARANTIDOR, NÃO PODERÁ ATUAR NO DECORRER DO PROCESSO, OU SEJA, 
CRIOU-SE UMA HIPÓTESE DE IMPEDIMENTO. 
Veja: 
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Art. 3-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos 
arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. 
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema 
de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. 
 
 NA FASE INVESTIGATÓRIA, TER-SE-Á A ATUAÇÃO DO JUIZ DAS GARANTIAS. 
 Momento inicial: instauração da investigação criminal 
Art. 3-B: IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal. 
 
 Momento final: A competência irá até o recebimento da peça acusatória. 
Art. 3-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as 
de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma 
do art. 399 deste Código. 
 
 NA FASE PROCESSUAL, TEREMOS A ATUAÇÃO DO JUIZ DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. 
 
 NATUREZA JURÍDICA: COMPETÊNCIA FUNCIONAL POR FASE DO PROCESSO, nos termos do artigo 3º-E do 
CPP, natureza absoluta: 
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da 
União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente 
divulgados pelo respectivo tribunal. 
 
 FUNDAMENTO DO JUIZ DAS GARANTIAS: 
 É a imparcialidade do magistrado julgador, ou seja, deve haver o desinteresse subjetivo no 
resultado do julgamento. 
 A garantia da imparcialidade é um dos desdobramentos do devido processo legal. 
 A garantia da imparcialidade encontra-se expressa na Convenção Americana do Direitos Humanos. 
 A imparcialidade pode ser: 
 Subjetiva 
É o intimo da convicção do magistrado, para verificar se ele teria formado alguma 
convicção prévia sobre o objeto do processo. 
 Objetiva 
Está ligada a teoria da aparência, ou seja, não pode haver espaço de dúvida sobre o juiz que 
conduz o processo, ou seja, não basta ser imparcial, tem que parecer ser imparcial. 
 
 TEORIA DA DISSONÂNCIA COGNITIVA 
 Os seres humanos tendem a buscar uma zona de conforto, que seria a consonância 
cognitiva. Assim, as tomadas de decisões são no sentido de evitar o sentimento incomodo, 
de desconforto, que é a dissonância cognitiva. 
 Em um estudo feito e, 90 casos na Alemanha, em que houve a decretação de prisão 
preventiva na fase pré-processual, e que posteriormente, a sentença foi julgada pelo 
mesmo magistrado, houve condenação nos 90 casos. 
 
 (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO JUIZ DAS GARANTIAS: 
 INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL POR VÍCIO DE INICIATIVA 
 1ª corrente: seria inconstitucional, o legislador teria tratado de organização judiciária, ou 
seja, não poderia ser oriunda de uma lei federal do Poder Executivo, pois deveria ser 
tratada pelo próprio Poder Judiciário. Nesse sentido, o Ministro Fux, suspendeu o Juiz das 
Garantias. 
 2ª corrente: é constitucional, pois uma lei processual é aquela que versa sobre processo, 
ação ou jurisdição. Assim, o Juiz de Garantias nada mais é uma espécie de competência 
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funcional por fase do processo, assim, é ligado a jurisdição, processo e ação. Nesse sentido, 
o Ministro Dias Toffoli se manifestou. 
 ATENÇÃO AO ART. 3-D, parágrafo único (também suspenso), que estaria com vicio 
formal de inconstitucionalidade: 
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais 
criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições 
deste Capítulo. 
 Neste dispositivo não há espaço para o não reconhecimento da 
inconstitucionalidade formal, pois ela diz como o Estado deve cuidar da 
divisão (sistema de rodízio), indo além de criar uma competência funcional, 
assim, claramente dispondo sobre normas de organização judiciária. 
 
 INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL 
 Se refere violação da regra da autonomia financeira e administrativa do Poder Judiciário, 
além de ausência de prévia dotação orçamentária. 
 1º corrente: Seria inconstitucional, por violar essa autonomia, causando impacto 
orçamentário de grande monta. Haveria também ofensa ao Pacto Federativo, porque isso 
obrigaria os Estados a reorganizar as suas próprias justiças, daí ser invocado o art. 125, 
caput e §1º da CF/88 e isso impactaria no orçamento incrementando-o em desconformidade 
com o art. 169 da CF/88 e art. 107, II c/c art. 109, II e V do ADCT. Nesse sentido, o Ministro 
Luiz Fux, suspendeu o Juiz das Garantias. 
 2ª Corrente: Seria constitucional, pois não se iria criar, e sim readequação, não havendo 
assim, a referida quebra dessa autonomia. Nesse sentido, o Ministro Dias Toffoli se 
manifestou. 
 
 SUSPENSÃO DA EFICÁCIA DO JUIZ DAS GARANTIAS – ARTIGOS 3-A a 3-F: 
 Se não houvesse ocorrido a suspensão, estaria valendo desde o dia 23JAN2020. 
 No dia 13JAN2020, o Ministro Dias Toffoli, se manifestou no sentido que a readequação deveria 
ocorrer no prazo de 180 dias. 
 No dia 22JAN2020, o Ministro Fux, suspendeu por prazo indeterminado. 
 
 DAS COMPETÊNCIAS DO JUIZ DAS GARANTIAS: 
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição 
Federal; 
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto 
no art. 310 deste Código; 
 Que ocorre através da audiência de custódia, que é feita pelo Juiz das Garantias. 
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua 
presença, a qualquer tempo; 
IV - ser informado sobre a instauração de QUALQUER INVESTIGAÇÃO CRIMINAL; 
 Para que o Juiz verifique se a investigação é legal, e se for ilegal, determina o trancamento da 
investigação, conforme o inciso IX. 
 O inciso IX se refere ao trancamento apenas do inquérito policial, pois caso fosse trancar uma PIC 
(investigação feita pelo MP), poderia estar configurando um possível abuso de autoridade, e assim 
estaria violando o foro que o Promotor possui no TJ. 
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no 
§ 1º deste artigo; 
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 Toda prisão provisória se submete a clausula de reserva de jurisdição, logo, se houver 
requerimento de prisão provisória, cabe o juiz das garantias avaliar. 
 O parágrafo primeiro encontra-se vetado, pois vedava o emprego de videoconferência na 
audiência de custódia. 
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, 
assegurado, no primeiro caso, o exercício
do contraditório em audiência pública e oral, na forma do 
disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; 
 Se o juiz das garantias for prorrogar uma prisão provisória, ele terá que assegurar o contraditório 
através de uma audiência pública e oral, que pode ser realizada por videoconferência, 
considerando o veto ocorrido ao parágrafo único. 
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não 
repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; 
 Trata-se de provas antecipadas (é uma prova que corre risco de não ser produzida, em que é 
observado o contraditório real, em um momento processual distinto, dependendo de autorização 
judicial – Ex. testemunha ocular doente em fase terminal), e irrepetíveis (provas que se não forem 
produzidas naquele momento, não poderão ser produzidas posteriormente, que sofrem o 
contraditório diferido e por isso, não dependem de autorização judicial). 
 Assegura-se o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral. 
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões 
apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; 
 Se o investigado estiver preso, o inquérito tem que durar 10 dias, se solto, 30 dias. 
 O Código passou a autorizar a prorrogação para o investigado que estiver preso (só podia o solto), 
por força do parágrafo segundo, que autoriza uma prorrogação por mais 15 dias. 
 
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da 
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do 
inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for 
concluída, a prisão será imediatamente relaxada. 
 
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua 
instauração ou prosseguimento; 
 Fundamento na razoável duração do processo. 
X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da 
investigação; 
 Fundamento na razoável duração do processo. 
XI - decidir sobre os requerimentos de: 
 Ao usar o termo requerimento, a lei mostra claramente que o juiz deve ser provocado. 
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou 
de outras formas de comunicação; 
 Se o juiz tem que ter provocado, a lei de intercepção telefônica estaria revogada no tocante 
a possibilidade de o juiz agir de ofício. 
Lei 9.296 - Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser 
determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: 
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b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; 
 Dados cadastrais não estão sujeito a clausula de reserva de jurisdição. 
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 
159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 
239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), 
o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de 
quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e 
informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. 
c) busca e apreensão domiciliar; 
d) acesso a informações sigilosas; 
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; 
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; 
 Desde que a autoridade coatora não possua foro de prerrogativa de função. 
 Até o oferecimento da denúncia julga o HC. 
 Até o recebimento da denúncia tem sua competência. 
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; 
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; 
 A competência do juiz das garantias cessa com o recebimento da denúncia. 
 O artigo correto seria o artigo 396 CPP: 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, 
se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder 
à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
 A ponderação é pela manutenção do art. 396 do CPP, alusivo à citação, de maneira 
que o art. 399 do CPP persistiria sendo uma ratificação do recebimento após o 
debate preliminar 
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu 
defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação 
criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; 
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; 
 O assistente técnico só era admitido no curso do processo, agora, com a alteração, é 
possível que haja a figura do assistente técnico na fase de investigação, pois se é uma 
competência do juiz das garantias, e esse só atua na fase pré-processual, a conclusão é que 
é pela possibilidade do assistente técnico na fase investigatória. 
 Note que, na fase investigativa, o assistente técnico é admitido para ACOMPANHAR a 
confecção da perícia. 
 Veja que no Art. 159, § 5º, na fase processual é permitido o assistente técnico apresentar 
parecer, diferente da fase investigativa: 
Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à 
perícia: 
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo 
a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. 
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, 
quando formalizados DURANTE A INVESTIGAÇÃO; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art148
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art149
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art149a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art158%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art159
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art159
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art239
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art239
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ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL – ESTÁ EM VIGOR 
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e 
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena 
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução 
penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as 
seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: 
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. 
 Ou seja, trata-se de rol exemplificativo. 
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e 
ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o 
que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. 
 Se o investigado estiver preso, o inquérito tem que durar 10 dias, se solto, 30 dias. 
 O Código passou a autorizar a prorrogação para o investigado que estiver preso (só podia o solto), 
por força do parágrafo segundo, que autoriza uma prorrogação por mais 15 dias. 
 
ABRANGÊNCIA JUIZ DAS GARANTIAS 
Art. 3º-C A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, 
 Exceto as de menor potencial ofensivo, 
 E cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. 
 
 Aplica-se a figura do juiz das garantias aos tribunais? 
1ª corrente: Não, pois nos tribunais, as decisões são tomadas pela colegialidade, o que já seria 
um reforço da imparcialidade.
2ª corrente: Sim, pois a regra deve valer para todos, reforçando a imparcialidade. 
 
 Não é possível a figura do MP das garantias, pois o MP é parte. 
 
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. 
 Após receber a peça acusatória, cessa a competência do juiz das garantias. 
 
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias NÃO vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o 
recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo 
máximo de 10 (dez) dias. 
 Em até dez dias, o juiz da instrução e julgamento deverá (obrigatoriedade), em até 10 dias, analisar a 
manutenção das cautelares. 
Ex.: O juiz de garantias decreta a prisão preventiva, após receber a denúncia, cessa a competência 
deste, e inicia a competência do juiz de instrução e julgamento. Como há uma prisão preventiva em 
curso, este juiz terá 10 dias, obrigatoriamente, para que analise se justifica ou não a manutenção dessa 
prisão preventiva. 
 
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria 
desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados 
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ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de 
obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. 
 FICARÃO ACAUTELADOS NA SECRETARIA DO JUIZO DAS GARANTIAS 
 Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias 
 Não sendo apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento 
 SERÃO REMETIDOS PARA APENSAMENTO EM APARTADO AO JUIZ DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
 Os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de 
antecipação de provas 
 
 PROVA IRREPTÍVEL 
 Não tem como ser novamente coletada posteriormente na fase judicial. 
 Ex.: corpo de delito. 
 Não depende de autorização judicial. 
 Sofre contraditório diferido. 
 
 MEIO DE OBTENÇÃO DE PROVA: 
São procedimentos investigatórios extraprocessuais, que tem por objetivo a identificação da fonte de 
prova. Também chamado de MEIO DE PROVA DE 2º GRAU. 
 
 Em relação ao inquérito policial, ele poderá seguir para o juiz de instrução e julgamento? 
 1ª corrente: O inquérito policial continuará a integrar os autos do processo, pois o CPP em seu 
artigo 12, assim diz e não foi modificado. Ainda, o artigo 155, diz que o juiz formará sua 
convicção, inclusive com análise do inquérito, embora não possa basear sua convicção de 
forma exclusiva no inquérito policial. 
O parágrafo 3º deve ser interpretado restritivamente, pois o que a lei passou a prever, foi que 
os autos do juiz das garantias, que não abrange os autos do inquérito policial, deverão ficar 
acautelados em sua secretaria. 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base 
a uma ou outra. 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não 
repetíveis e antecipadas. 
 
 2ª corrente: O inquérito policial NÃO continuará a integrar os autos do processo, ou seja, haverá 
a exclusão física do inquérito dos autos do processo judicial. Faz-se essa leitura com base na 
separação entre o juiz das garantias e juiz da instrução. Assim, ao se oferecer denúncia, o MP 
só irá juntar os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou 
de antecipação de provas. 
 
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias. 
 
IMPEDIMENTO PARA ATUAÇÃO DO JUIZ DAS GARANTIAS NA FASE DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
Art. 3º-D - O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º 
deste Código ficará impedido de funcionar no processo. 
 Houve erro do legislador, pois as competências do juiz das garantias estão previstas no artigo 3-B. 
 O juiz que, na fase de investigação 
12 
 
 Ficará impedido de funcionar no processo. 
 
 Natureza Jurídica do Art. 3-D: CAUSA DE IMPEDIMENTO (Aury Lopes, Alexandre de Morais, Renato 
Brasileiro) 
 Corrente menor, diz que é o exaurimento da competência, com declínio para o juiz da instrução e 
do julgamento, pois o juiz persiste até o início do processo, com o recebimento. 
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio 
de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. 
ATENÇÃO AO ART. 3-D, PARÁGRAFO ÚNICO (também suspenso), que estaria com vicio formal de 
inconstitucionalidade: 
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de 
rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. 
 Neste dispositivo deve ser reconhecida a inconstitucionalidade formal, pois ela diz como o 
Estado deve cuidar da divisão (sistema de rodízio), indo além de criar uma competência 
funcional, assim, claramente dispondo sobre normas de organização judiciária. 
 
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados 
e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. 
 O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos 
Estados e do Distrito Federal. 
 CRITÉRIOS OBJETIVOS: Abre-se para a titularidade, a ser preenchida por critérios objetivos, 
merecimento ou antiguidade e não por designação da presidência sobre pena de comprometer 
garantias da magistratura como inamovibilidade e independência funcional. 
 
VEDAÇÃO A EXPLORAÇÃO DE IMAGEM DE PESSOA SUBMETIVA A PRISÃO 
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, 
impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da 
pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. 
 A nova lei de abuso de autoridade trata do tema: 
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua 
capacidade de resistência, a: 
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; 
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei; 
 
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o 
modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado 
e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a 
efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. 
 
 
 
 
13 
 
INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITOS POLICIAIS EM FACE DE SERVIDORES VINCULADOS AOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA 
PÚBLICA 
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição 
Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais 
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal 
praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 
do Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor. 
 Servidores vinculados a instituições do art. 144 da CF: 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida 
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos 
seguintes órgãos:
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital (inclusão recente). 
 
 Fatos relacionados ao uso da força letal 
Relacionados a morte. 
 
 Praticados no exercício profissional 
Tem que estar atuando profissionalmente, caso, por exemplo, o servidor esteja de férias, e venha 
a matar alguém, não se enquadra neste artigo. 
 
 A possibilidade de constituir defensor na fase pré processual já existia, como se verifica abaixo: 
Art. 5º - LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
 
Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão 
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
 
Lei 8.906/94 - Art. 7º São direitos do advogado: 
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem 
procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, 
ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico 
ou digital; 
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do 
advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não 
documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou 
da finalidade das diligências. 
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento 
investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento 
da citação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art23
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art23
14 
 
 O termo citação foi utilizado de forma incorreta, pois citação é o ato de comunicação processual por meio 
do qual o acusado toma ciência (contraditório) do recebimento de uma denúncia ou queixa em face de sua 
pessoa, ao mesmo tempo em que é chamado para se defender (ampla defesa). 
 
 O termo correto deveria ser notificação, pois não se trata de processo, e sim inquérito policial, que é um 
procedimento administrativo pré-processual. 
 Para fins de prova objetiva, seguir a letra da lei. 
 
 Prazo para constituir defensor: até 48 horas após a citação. 
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a 
autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à 
época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a 
representação do investigado. 
 Se o servidor não constituir defensor em até 48 horas, o inquérito segue, mas a instituição que o servidor 
estivesse vinculado à época da ocorrência dos fatos, será intimada, no mesmo prazo de 48 horas, para 
que indique defensor ao investigado. 
 Segundo o Professor Renato Brasileiro esse defensor, não é o Defensor Público, e sim o Advogado da 
União ou Procurador do Estado. Havia a previsão nos parágrafos vetados abaixo, previam que caberia a 
Defensoria Pública, pois a Defensoria Pública deve auxiliar aqueles tidos como necessitados, ou seja, o veto 
se deu pelo fato de que, alguém que tenha uma salário alto, faça uso da Defensoria Pública. 
 Segundo o Professor Marcos Paulo, em não havendo um patrono e havendo órgão da defensoria 
pública naquela circunscrição quem vai exercer essa defesa é a Defensoria Pública nos termos do 
art. 134 da CF/88. 
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do 
Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, 
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em 
todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral 
e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. 
 
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas 
no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da 
Lei e da Ordem. 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições 
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade 
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes 
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. 
 Se os fatos investigados se relacionam com missões para a Garantia da Lei e da Ordem. 
 
 
NOVO PROCEDIMENTO DO ARQUIVAMENTO – ENCONTRA-SE SUSPENSO 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma 
natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm#art5lxxiv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art28.
15 
 
 Houve mudança drástica, afastando assim o papel de atuação do juiz, que homologava a promoção de 
arquivamento feita pelo MP ou caso discordasse, remetia os autos ao Procurador Geral. 
 
 Agora, o Promotor emite uma ORDEM DE ARQUIVAMENTO, e remete os autos a INSTÂNCIA DE REVISÃO 
MINISTERIAL, que homologa o arquivamento. 
 
 NATUREZA DO ARQUIVAMENTO: O arquivamento consiste em sendo um ATO COMPLEXO porque vão 
concorrer dois órgãos, concorrendo o órgão ministerial de execução promovendo o arquivamento e o 
órgão revisor chancelando-o 
 
 A instância de revisão ministerial pode ser: 
 Justiça Estadual: PGJ 
 Justiça Federal: Faz parte do MPU, assim, a revisão será pela Câmara de Coordenação e Revisão. 
 Justiça do DF: Faz parte do MPU, assim, a revisão será pela Câmara de Coordenação e Revisão. 
 
 O órgão do Ministério Público comunicará: 
 à vítima, 
 ao investigado 
 e à autoridade policial. 
 
 Embora o artigo não cite a comunicação ao Juiz das Garantias, ele deverá também ser informado 
do fim do inquérito, vez que se deve ser informado de seu início, por lógica, deve ser informado de 
seu fim. 
 Entende-se que essa comunicação ao Juiz das Garantias deve ocorrer no primeiro momento, ou 
seja, do ordenamento inicial de arquivamento, e não da homologação. 
 
 Considerando que o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma 
natureza não se subordina à apreciação judicial, a decisão não está mais sujeita aos efeitos da coisa julgada 
formal ou material. 
 
 Súmula 524 STF - Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de 
justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. 
 Embora a súmula faça referência ao despacho do juiz, não inviabiliza sua aplicação, pois o 
fundamento da mesma é a segurança jurídica, ou seja, arquivado o inquérito 
evidentemente que para alcançar uma retomada somente se sobrevierem provas 
materialmente novas, provas que tragam informações até então desconhecidas. 
 
 ATENÇÃO 
A eficácia encontra-se suspensa cautelarmente pelo Ministro Luiz Fux, determinando ainda que
a redação 
revogada, permaneça em vigor enquanto durar a cautelar, pois o prazo de 30 dias apenas de vacatio legis, 
não daria tempo para o MP se preparar para a demanda. 
 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no 
prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente 
do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. 
 Após o promotor arquivar, irá ocorrer o reexame necessário, com a revisão ministerial para homologação. 
 A vítima ou seu representante legal, se não concordar com a ordem inicial de arquivamento, 
poderá, em até 30 dias, através do direito de petição, arrazoar o órgão que fará a revisão 
ministerial. 
16 
 
Art. 5º. XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou 
abuso de poder; 
 
 Critica-se a ausência da possibilidade de o investigado não concordar, pois, ele é comunicado do 
arquivamento, conforme o caput, e possui interesse que seja homologado o arquivamento, portanto pode 
atuar nesse sentido. 
 
 RECURSOS ENVOLVENDO ARQUIVAMENTO 
Os recursos previstos nas leis: 
1) 1.521/51 – crimes contra economia popular e saúde pública, que previa o recurso de ofício; 
2) 1.508/51 – contravenção penal de jogo do bicho, que previa o RESE 
 
 Esses recursos não possuem mais cabimento, pois o artigo 28 retirou qualquer ingerência do 
juiz quanto análise arquivamento. 
AÇÃO PENAL PRIVADA E SEU ARQUIVAMENTO 
 Nos crimes de ação penal privada o arquivamento persiste promovido pelo MP, na qualidade de fiscal da 
lei, mas após operado causa da extinção da punibilidade, afinal, o titular da ação penal é o ofendido. 
Ex.: Para que haja a homologação de arquivamento, deve-se aguardar, por exemplo, os 6 meses de prazo 
decadencial, que extinguem a punibilidade. 
 
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do 
arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua 
representação judicial. 
 Em razão deste parágrafo, se sustenta com maior facilidade: 
 1) possibilidade da administração pública se habilitar como assistente de acusação; 
 2) possibilidade de a administração pública, por meio de sua procuradoria respectiva, promover a 
ação penal privada subsidiária da pública, inclusive dando azo à possibilidade de se ter uma ação 
penal pública subsidiária da pública. 
Ação penal pública é privativa do MP, porém, se ele estiver inerte, nos diz a CF que a vítima 
poderá então ofertar a ação penal privada subsidiaria da pública. Se a vítima for a própria 
administração pública, ela será publica subsidiária da ação penal pública. 
Pacificado nos Tribunais Superiores a possibilidade da administração pública se habilitar 
como assistente de acusação, superada a ideia de que o Estado está representado pelo MP. 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL – ESTÁ EM VIGOR 
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a 
prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o 
Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: 
 CONCEITO DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
É um negócio jurídico de natureza extrajudicial, necessariamente homologado pelo juízo competente (juiz 
das garantias), celebrado entre o MP e o autor do delito, que deve estar assistido por um defensor, que 
confessa, formal e circunstancialmente a pratica do delito, sujeitando-se então, ao cumprimento de certas 
condições, não privativas de liberdade, em troca do compromisso do parquet de não perseguir, 
17 
 
judicialmente aquele caso penal (não oferecer denúncia), declarando-se ao final, a extinção da 
punibilidade, se o acordo for cumprido. 
 
 ORIGEM: Resolução 181 do CNMP. 
 
 NÃO SE TRATA DE DIREITO SUBJETIVO, pois se é um instituto de natureza negocial. 
 
 DIREITO INTERTEMPORAL 
 Como é possível a levar a extinção da punibilidade, a norma, além de tratar de direito processual, 
trata de Direito Penal, e se trata de Direito Material e é benéfica (lex mellius), terá força retroativa, 
portanto, em tese, irá se aplicar em processos em andamento, nesse sentido, MARCOS PAULO 
atenta que temos precedentes concretos estabelecendo que a acordos desse tipo retroaja e vão 
alcançar às ações penais em curso, por ser norma híbrida, isso, inclusive, já foi decidido pelo STF 
em sede de controle concentrado. 
 
 No MP há orientação no sentido de restringir, caso já tenha recebida a denúncia. Veja como parte 
da Doutrina se posiciona: 
Ao que alguns autores como DOUGLAS FISCHER e ROGÉRIO SANCHES se prendem diz respeito à 
interpretação histórica em que eles se debruçando sobre o processo legislativo que desaguou na 
lei 13.964/19 e lá na origem foram propostos dois tipos de acordo: acordo de não persecução penal 
e acordo de não prosseguimento da ação penal. Este último teria sido descartado, por ter sido 
descartado, esses autores vão entender que a intenção do legislador teria sido em só admitir o 
acordo antes do recebimento da denúncia, depois de recebida a denúncia já teria havido 
preclusão. 
 
 REQUISITOS DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
 Não ser caso de arquivamento 
Ou seja, deve haver viabilidade da persecução penal. 
Assim, no caso, por exemplo, de incidir a insignificância, afastaria o crime, e, por 
conseguinte, a possibilidade de acordo, pois não há viabilidade da persecução. 
 
 Tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal 
É uma condição para que o acordo possa ocorrer. 
 
 Sem violência ou grave ameaça 
Essa violência é analisada na conduta, e não no resultado. Assim, crimes culposos, ainda 
que tenham resultados violentos, não afastaria a possibilidade de acordo de não 
persecução penal. 
 
 Infração penal com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, 
Infração penal: Engloba, crime (dolosos e culposos) e contravenção. 
 
Se a pena MÍNIMA for igual a 4 anos, não é possível o acordo. 
 São levadas em consideração as causas de aumento e de diminuição, assim, se 
pensa em pena mínima, deve-se, no caso de causa de aumento, aumentar o mínimo 
possível, e no caso de causa de diminuição, aumenta-la o máximo possível. 
 No concurso de crimes, computa-se o acréscimo, observando por analogia as 
súmulas 243 STJ e 723 STF. 
Súmula 243 - STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação 
às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou 
18 
 
continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja 
pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano. 
Súmula 723 – STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime 
continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento 
mínimo de um sexto for superior a um ano. 
 Posição Minoritária: PAULO RANGEL, NICOLITT e TOURINHO FILHO - 
defendem que o acordo de não persecução penal, a transação penal e a 
suspensão condicional do processo se forem cumpridos vai ocorrer a 
extinção da punibilidade. O art. 119 do CP nos diz que quando no concurso 
de crimes houver uma causa de extinção da punibilidade, essa causa vai 
incidir sobre cada crime isoladamente. Logo, se tivermos um concurso 
envolvendo só infrações penais que isoladamente consideradas 
desafiariam acordo de não persecução penal, a transação penal e a 
suspensão condicional do processo então esses benefícios poderiam ser 
oportunizados. 
 
 Ministério Público PODERÁ propor acordo de não persecução penal, 
 Desde que necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime, 
 Mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: 
CONDIÇÕES: 
1) O investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal 
 Embora tenha confessado, o agente não será considerado culpado e não poderá ser 
usado contra posteriormente, salvo, se houver descumprimento do acordo, em que 
poderá ser usada no processo judicial. 
 
 CONFISSÃO QUALIFICADA 
Ocorre quando o réu admite a prática do fato, no entanto, alega, em sua defesa, um 
motivo que excluiria o crime ou o isentaria de pena. Ex.: Matei, mas foi em legítima 
defesa. 
 STJ 
É possível incidir atenuante genérica, e por isso, servirá para o acordo de não 
persecução 
 STF 
Não é possível incidir atenuante genérica e por isso, não servirá para o acordo de 
não persecução. 
 
2) I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; 
3) II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como 
instrumentos, produto ou proveito do crime; 
 Chamado de confisco aquiescido. 
4) III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena 
mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da 
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); 
 O período da prestação de serviço se verifica pelo tempo da pena MÍNIMA, diminuído 
de 1/3 a 2/3. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art46
19 
 
5) IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada 
pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais 
ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou 
6) V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a infração penal imputada. 
 
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO 
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as 
causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. 
 São levadas em consideração as causas de aumento e de diminuição, assim, se pensa em pena mínima, 
deve-se, no caso de causa de aumento, aumentar o mínimo possível, e no caso de causa de diminuição, 
aumenta-la o máximo possível. 
 
NÃO CABIMENTO DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO 
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: 
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; 
 A transação penal possui preferência face o acordo de não persecução penal, pois se cabe a 
transação penal é para descartar o acordo de não persecução penal, sendo dois institutos que 
perseguem rigorosamente o mesmo fim: evitar a denúncia por meio de uma solução consensual. 
 
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal 
habitual, reiterada ou profissional, EXCETO SE INSIGNIFICANTES AS INFRAÇÕES PENAIS PRETÉRITAS; 
 Pode ser qualquer reincidência (genérica ou específica). 
 Criminoso habitual não se confunde com crime habitual: 
 Criminoso Habitual é aquele que faz do crime a sua profissão, seu estilo de vida. 
 Crime Habitual é aquele em que uma conduta isolada não será suficiente para o juízo de 
tipicidade (Ex. Exercício ilegal da medicina). 
 Conduta reiterada é aquela repetida. 
 Conduta profissional é uma pessoa voltada para a pratica de certa atividade como se fosse seu 
trabalho. 
 EXCETO SE INSIGNIFICANTES AS INFRAÇÕES PENAIS PRETÉRITAS: 
 Se foi insignificante não teria ocorrido sequer o crime, tendo ocorrido imprecisão técnica 
do legislador. 
 Segundo orientação do MP, devem ser entendidas como insignificantes, as infrações de 
menor potencial ofensivo. 
 Condenações por contravenção e uso de entorpecentes não configuram a reincidência 
logo não seriam impeditivas do acordo de não persecução penal, até porque se 
enquadrariam na exceção, relacionada as infrações de menor ofensividade 
 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo 
de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art45
20 
 
 Não pode o agente ter sido, nos últimos 5 anos antes da conduta delituosa, ter sido beneficiado: 
 Com acordo de não persecução penal; 
 Transação Penal; 
 Suspensão Condicional do Processo. 
 
IV - Nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher 
por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. 
 Âmbito da violência familiar: não restringe a vítima mulher, podendo ser a vítima homem. 
 Ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: independe do contexto 
da violência doméstica ou familiar. 
 
CRIMES HEDIONDOS 
 Embora não esteja vedado expressamente, a interpretação que se dá, é que, não seria possível em razão 
de “desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”. 
 
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e 
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima 
inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, 
desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime (...). 
 
FORMA DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO 
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério 
Público, pelo investigado e por seu defensor. 
 Deve ser por escrito; 
 Sendo firmado entre o MP, investigado e seu defensor. 
 
CONTROLE JURISDICIONAL NA HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá 
verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. 
 Deve ser realizada audiência específica, na presença do seu defensor para ser verificado: 
 VOLUNTARIEDADE E LEGALIDADE. 
 Não há a presença do MP. 
 Natureza da decisão que chancela o acordo: HOMOLOGATÓRIA, tanto que, se fosse uma 
condenação, com o descumprimento, ela seria executada e aqui não é o caso. Caso não 
cumprido, cabe ao MP o direito de ação, igual à transação penal. 
 
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não 
persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com 
concordância do investigado e seu defensor. 
 Note, se o juiz julgar inadequadas ou abusivas as condições, 
 Ele irá devolver ao MP para que a proposta de acordo, seja reformulada, 
21 
 
 Não tendo o juiz, qualquer ingerência na formulação da do acordo, sob pena de violação ao 
sistema acusatório. 
 
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público 
para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. 
 Após homologar o acordo judicialmente, os autos serão devolvidos ao MP, para que se inicie a 
execução no juízo de execução penal. 
 
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for 
realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. 
 Se o juiz julgar que os requisitos não foram atendidos ou se após dizer que o acordo deve ser 
readequado e o MP não o fizer, poderá recusar o acordo. 
 
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério
Público para a análise da necessidade de 
complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. 
 Após recusar a homologação do acordo, os autos serão devolvidos ao MP, para verificar a 
possibilidade de complementação de investigações, ou para oferecer a denúncia. 
 
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. 
 A vítima será intimada, tanto da homologação do acordo, como de seu eventual 
descumprimento. 
 
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público 
deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. 
 Após homologar o acordo judicialmente, os autos serão devolvidos ao MP, para que se inicie a 
execução no juízo de execução penal. 
 
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo 
Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. 
 Se o investigado descumprir o acordo, 
 Este fato pode ser utilizado como justificativa de não oferecimento da suspensão condicional 
do processo. 
 
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de 
antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. 
 
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de 
punibilidade. 
22 
 
 Por extinguir a punibilidade, verifica-se trata-se de uma norma híbrida, ou seja, trata de direito 
processual e material e devido a isso, por ser mais benéfica, poderá retroagir. 
 
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o 
investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. 
 Se o MP se recusar injustificadamente, pode o investigado pedir ao juiz para remeter os autos 
para a instância de revisão. 
 
CABIMENTO DE RESE NO CASO DE RECUSA A HOMOLOGAÇÃO PELO JUIZ 
Caso o juiz recuse a homologação do acordo de não persecução, é possível o manejo do RESE. 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A 
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 Se o MP se recusar injustificadamente em propor o acordo, pode o investigado pede ao juiz 
para remeter os autos para a instância de revisão. 
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não 
persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na 
forma do art. 28 deste Código. 
 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL: LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
Antes do pacote anticrimes a Lei de Improbidade vedava a transação, acordo ou conciliação. Após a Lei 13.964/19, 
passou a autorizar o acordo de não persecução cível. 
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa 
jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. 
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução cível, nos termos 
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Em havendo possibilidade de acordo de não persecução cível, as partes podem pedir a interrupção do prazo da 
contestação, por até 90 dias. Note que o acordo pode ocorrer antes ou durante o processo. 
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção 
do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
 O artigo 17-A, que regulamentava a forma do acordo, foi vetado pois a legitimidade prevista 
era exclusiva do MP. Ocorre que a legitimidade para propor ação de improbidade 
administrativa não é exclusiva do MP, não haveria razão de só o mesmo poder propor o acordo 
de não persecução cível. 
 
 
ALIENAÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS – Art. 122 CPP 
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas serão alienadas nos termos do disposto no 
art. 133 deste Código. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
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Parágrafo único. (Revogado).” (NR) 
 Antes da lei 13.964/9, a alienação das coisas apreendidas, que eventualmente não fossem restituídas a 
ninguém, só ocorreria 90 dias após o transito em julgado. 
 Após a Lei 13.964/19, esse prazo deixou de existir. 
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, 
mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante. 
§ 1o Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição autuar-se-á em apartado, assinando-se ao 
requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a prova. Em tal caso, só o juiz criminal poderá decidir o 
incidente. 
§ 2o O incidente autuar-se-á também em apartado e só a autoridade judicial o resolverá, se as 
coisas forem apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, que será intimado para alegar e provar 
o seu direito, em prazo igual e sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro dois dias para 
arrazoar. 
§ 3o Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério Público. 
§ 4o Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo 
cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as 
detinha, se for pessoa idônea. 
§ 5o Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão avaliadas e levadas a leilão público, 
depositando-se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for pessoa 
idônea e assinar termo de responsabilidade. 
 
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do 
interessado ou do Ministério Público, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público 
cujo perdimento tenha sido decretado. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não couber ao lesado ou a 
terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional, exceto se houver 
previsão diversa em lei especial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 Novidade: Antes da lei, o valor era destinado ao Tesouro nacional, com a Lei 13.964/19, esse 
valor apurado será recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional. 
 
DESTINAÇÃO DE OBRAS DE ARTE – Art. 124-A CPP 
 Este dispositivo não havia no código. 
 Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte ou de outros bens de relevante 
valor cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima determinada, poderá haver destinação dos bens a 
museus públicos. 
 
 Decretação de perdimento 
 Obras de arte ou outros bens de relevante valor cultural e artístico 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
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 Crime sem vítima determinada 
 Pode ser destinado a museus públicos. 
 
UTILIZAÇÃO DE BENS SEQUESTRADOS, APREENDIDOS E SUJEITO A QUALQUER MEDIDA ASSECURATÓRIA 
Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização de bem sequestrado, apreendido 
ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da 
Constituição Federal, do sistema prisional, do sistema
socioeducativo, da Força Nacional de Segurança Pública e 
do Instituto Geral de Perícia, para o desempenho de suas atividades. 
 Consiste em uma espécie de medida cautelar em que determinado bem constrito em razão de medida 
cautelar patrimonial ou em virtude de apreensão, mediante previa autorização judicial, poderá ser utilizado 
por determinado órgão pública, para atividades de prevenção e repressão de atividades criminosas. 
 
 Pode ser bem móvel e imóvel. 
 
 O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização de bem sequestrado, apreendido ou 
sujeito a qualquer medida assecuratória pelos seguintes órgãos: 
 Órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da Constituição Federal, 
 Do sistema prisional, 
 Do sistema socioeducativo, 
 Da Força Nacional de Segurança Pública 
 E do Instituto Geral de Perícia. 
 
§ 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação ou repressão da infração penal que 
ensejou a constrição do bem terá prioridade na sua utilização. 
 A preferência de utilização do bem é do órgão que participou da investigação ou repressão da infração 
penal. 
 
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz poderá autorizar o uso do bem pelos 
demais órgãos públicos. 
 Se houver interesse público, 
 O bem pode ser destinado a outros órgãos. 
 
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embarcação ou aeronave, o juiz ordenará à 
autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e 
licenciamento em favor do órgão público beneficiário, o qual estará isento do pagamento de multas, encargos e 
tributos anteriores à disponibilização do bem para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável. 
 Em se tratando de veículo, embarcação ou aeronave 
 O juiz ordenará 
 À autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e controle 
 A expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão público 
beneficiário, 
 O qual estará isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização do 
bem para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
25 
 
 
§ 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decretação de perdimento dos bens, ressalvado 
o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência definitiva da propriedade ao 
órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o bem.” 
 Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decretação de perdimento dos bens 
 O juiz poderá determinar a transferência definitiva da propriedade ao órgão público. 
 
 
DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO – Art. 157, §5º - SUSPENSO 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as 
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
§ 5º - O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou 
acórdão. 
 O juiz que determinou o desentranhamento e sua consequente inutilização, pelo contato que teve com a 
prova, já tem o condão de quebrar sua imparcialidade, voluntariamente ou não, ainda que não se possa 
justificar uma condenação nessa prova inadmissível, e por isso, não poderá proferir sentença ou acordão. 
 
 Crítica: pode ser produzida prova de má-fé para afastar o Juiz natural, e por isso, o parágrafo encontra-se 
suspenso pelo Ministro do STF Luiz Fux. 
 
 
CADEIA DE CUSTÓDIA 
 Essa sistemática é nova no CPP. 
 Trata-se da documentação de uma evidência. 
 A preocupação com o legislador foi tecer todo um procedimento para garantir a integridade da prova, para 
que essa prova, quando submetida ao contraditório, chegue absolutamente integra. Então a cadeia de 
custódia da prova pode responder a um binômio: autenticidade e integridade. 
 Ex. Ao se fazer um exame de sangue, existe todo um procedimento a ser seguido pelo atendente, 
como lavar as mãos, usar luva, mostrar a seringa, agulha e que estão lacradas, mostra a etiqueta 
com seus dados e faz a coleta do sangue. Todo esse procedimento visa dar segurança. Por isso, 
deve haver a documentação da evidência, com fim de dar segurança. 
 
CAPÍTULO II - DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL 
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e 
documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse 
e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. 
 CADEIA DE CUSTÓDIA 
 É o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar 
 A história cronológica do vestígio 
 Coletado em locais ou em vítimas de crimes, 
 Para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. 
 
26 
 
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou 
periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. 
 INÍCIO DA CADEIA DE CUSTÓDIA 
 dá-se com a preservação do local de crime 
 ou com procedimentos policiais 
 ou com procedimentos periciais 
 nos quais seja detectada a existência de vestígio. 
 
RESPONSABILIDADE PELA PRESERVAÇÃO DE EVENTUAL VESTÍGIO: 
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial 
fica responsável por sua preservação. 
 Agente público que 
 Reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial 
 Fica responsável por sua preservação. 
 
CONCEITO DE VESTÍGIO 
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à 
infração penal. 
 Vestígio é 
 todo objeto ou material bruto, 
 visível ou latente, 
 constatado ou recolhido, relacionado com a infração penal. 
 
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: 
I - RECONHECIMENTO: 
 Ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial; 
 ou seja, verifica-se que algo interessa para produção da prova pericial. 
II - ISOLAMENTO: 
 Ato de evitar que se altere o estado das coisas, 
 Devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de 
crime; 
 Ambiente imediato: local do delito efetivamente. 
Ex. quarto da casa em que ocorreu o homicídio. 
 Ambiente mediato: Há um vínculo físico com o local do delito. 
Ex. Criminoso deixou uma blusa no quintal da casa. 
 Ambiente relacionado: Não tem conexão física com a cena do crime, mas guarda relação 
com a prática delituosa. 
Ex. Arma do homicídio que pode estar na casa do criminoso. 
III - FIXAÇÃO: 
 Descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, 
 e a sua posição na área de exames, 
 podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, 
27 
 
 sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo 
atendimento; 
IV - COLETA: 
 Ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e 
natureza; 
V - ACONDICIONAMENTO: 
 Procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, 
 de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, 
 com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; 
VI - TRANSPORTE: 
 Ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas 
(embalagens, veículos, temperatura,
entre outras), 
 de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua 
posse; 
VII - RECEBIMENTO: 
 ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, 
 informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, 
 local de origem, 
 nome de quem transportou o vestígio, 
 código de rastreamento, 
 natureza do exame, 
 tipo do vestígio, 
 protocolo, 
 assinatura e 
 identificação de quem o recebeu; 
VIII - PROCESSAMENTO: 
 Exame pericial em si, 
 manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, 
físicas e químicas, 
 a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; 
IX - ARMAZENAMENTO: 
 Procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, 
guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao 
número do laudo correspondente; 
X - DESCARTE: 
 Procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando 
pertinente, 
 mediante autorização judicial. 
 
CONSEQUÊNCIAS DA QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA 
STJ - HC 160.662: ILICITUDE DA PROVA 
28 
 
Caso Concreto: Parte do conteúdo da interceptação telefônica desapareceu. O fato de desaparecer gera 
dúvida a autenticidade. Diante da dúvida, o STJ reconheceu a ilicitude da prova. 
STJ – RESP 1.795.341: NULIDADE DA PROVA 
STJ reconheceu nulidade da prova. Em sendo nulidade, é necessário que se comprove o prejuízo, sob pena 
dessa nulidade não ser reconhecida. 
“Esta Corte Superior possui entendimento de que a prova produzida durante a interceptação não pode 
servir apenas aos interesses do órgão acusador, sendo imprescindível a preservação da sua 
integralidade, sem a qual se mostra inviabilizado o exercício da ampla defesa, tendo em vista a 
impossibilidade da efetiva refutação da tese acusatória. ” 
 A doutrina, assim como o STJ, oscila entre a ilicitude e nulidade, não havendo, hoje, um 
posicionamento majoritário. 
 
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada 
 Preferencialmente por perito oficial (um perito), 
 Que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, 
 Mesmo quando for necessária a realização de exames complementares. 
 
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como descrito nesta Lei, 
ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu 
cumprimento. 
 Responsável por detalhar a forma do cumprimento do tratamento dos vestígios 
 Coletados no curso do inquérito ou processo 
 ÓRGÃO CENTRAL DE PERÍCIA OFICIAL DE NATUREZA CRIMINAL 
 
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes 
da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. 
 É proibida a entrada em locais isolados 
 É proibida a remoção de qualquer vestígio do local de crime 
 Salvo, se o local for liberado pelo perito responsável 
 Sob pena de responder pelo crime de FRAUDE PROCESSUAL. 
Art. 347 CP - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o 
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que 
não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. 
 
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material. 
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma a 
garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte. 
 Os recipientes deverão ser selados com lacres, 
 com numeração individualizada, 
29 
 
 de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte. 
 
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir contaminação e 
vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. 
 O recipiente deverá 
 individualizar o vestígio, 
 preservar suas características, 
 impedir contaminação e vazamento, 
 ter grau de resistência adequado e 
 espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. 
 
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa 
autorizada. 
 O recipiente só poderá ser aberto 
 pelo perito que vai proceder à análise e, 
 motivadamente, por pessoa autorizada. 
 
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de vestígio o 
nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao 
novo lacre utilizado. 
 Cada vez que houver rompimento do lacre 
 Deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de vestígio 
 o nome e a matrícula do responsável, 
 a data, 
 o local, 
 a finalidade, 
 bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado. 
 
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. 
 Houve rompimento do lacre 
 Este deverá estar presente no novo recipiente. 
 
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e controle 
dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal. 
 Todos os Institutos de Criminalística 
 deverão ter uma central de custódia 
 destinada à guarda e controle dos vestígios. 
 
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência, recepção, 
devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, 
devendo ser um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas características 
do vestígio. 
30 
 
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se 
informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. 
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e deverão ser 
registradas a data e a hora do acesso. 
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas, 
consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da ação.’ 
 
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia, devendo nela 
permanecer. 
 Realizada a perícia 
 o material é devolvido à central de custódia. 
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar determinado 
material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referido 
material em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza 
criminal. 
 A central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar determinado material, 
 deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referido 
material em local diverso, 
 mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza 
criminal. 
 
 
SISTEMÁTICA: MEDIDAS CAUTELARES 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: 
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da 
investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério 
Público. 
 Quem decreta cautelares? 
 Juiz. 
 Quem pode requerer medida cautelar? 
 No curso do processo:

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