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AUDITORIA DA QUALIDADE Aldair Pereira da Silva G es tã o A U D IT O R IA D A Q U A L ID A D E A ld ai r P er ei ra d a S ilv a Curitiba 2019 Auditoria da Qualidade Aldair Pereira da Silva Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael. S586a Silva, Aldair Pereira da Auditoria da qualidade / Aldair Pereira da Silva . – Curitiba: Fael, 2019. 217 p.: il. ISBN 978-85-5337-059-7 1. Controle de qualidade I. Título CDD 658.562 Direitos desta edição reservados à Fael. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael. FAEL Direção Acadêmica Fabio Heinzen Fonseca Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz Revisão Editora Coletânea Projeto Gráfico Sandro Niemicz Imagem da Capa Shutterstock.com/Alexander Supertramp Arte-Final Evelyn Caroline Betim Araujo Sumário Carta ao Aluno | 5 1. Introdução à auditoria da qualidade | 7 2. Sistema de gestão da qualidade | 23 3. Princípios da auditoria | 49 4. Implementação de programas de auditoria da qualidade | 79 5. Gerenciamento de um programa de auditoria da qualidade | 93 6. Técnicas estatísticas na auditoria da qualidade | 115 7. Controle estatístico do processo – CEP | 133 8. Análise estatística em auditoria da qualidade | 147 9. Modelos conceituais e de avaliação da qualidade em serviços | 163 10. Certificações e prêmios da qualidade | 183 Gabarito | 199 Referências | 215 Prezado(a) aluno(a), Quando analisamos os fatores de produção, terra, trabalho, capital e tecnologia, compreendemos a importância da qualidade como instrumento fundamental no resultado produtivo e econô- mico das organizações e dos países. O Brasil, como um país rico em recursos naturais, concen- trou sua melhoria produtiva e de qualidade no agronegócio, tor- nando-se uma potência mundial nesse setor. O fator qualidade foi imprescindível no agronegócio brasileiro. Carta ao Aluno – 6 – Auditoria da Qualidade A qualidade faz diferença nos resultados da economia: uma orga- nização com um sistema de qualidade bem estabelecido fixa-se no mer- cado, contribuindo com mercadorias de qualidade e mantendo a oferta de emprego, de forma a colaborar com o equilíbrio econômico. A mesma ideia se aplica à mão de obra: profissionais bem qualifica- dos fortalecem o sistema produtivo e impõem qualidade profissional ao mercado, de maneira a manter vivos os postos de trabalho. Portanto, se faz necessária a qualidade nos estudos, nas pesquisas e na formação do cida- dão; o resultado mais importante é a qualidade de vida das pessoas, pois os produtos e serviços são desenvolvidos, concebidos e projetados para elas, para a satisfação e o atendimento das necessidades humanas. 1 Introdução à auditoria da qualidade Administrar uma empresa é complicado e árduo quando se considera as várias tarefas, mas ainda assim é uma experiên- cia recompensadora. Parte do gerenciamento de um negócio de sucesso envolve a definição de padrões para o funcionamento da empresa. Uma maneira de levar a empresa ao “próximo nível” é realizar auditorias regulares de qualidade. A auditoria de qualidade é um procedimento em que se revisa e avalia os processos de uma organização para garantir o atendimento a certos padrões. Os padrões variam e podem ser definidos pelas instituições de padronização da qualidade ou pelos os padrões definidos pela empresa. Auditoria da Qualidade – 8 – Uma auditoria de qualidade pode ser aplicada a vários aspectos de uma atividade, mas alguns tipos se destacam, como é o caso da auditoria da qualidade que pode ser aplicada a um inventário de estoque ou serviço prestado, por exemplo, como forma de garantir que ele seja aceitável ao consumo do público. Isso é importante no caso de um produto ou serviço vir a representar uma ameaça à segurança pública. As organizações rea- lizam auditorias de qualidade a sua equipe profissional, para verificar a maneira como os funcionários executam suas atividades e se integram ao processo de produção. Isso é significativo em uma atmosfera em que os funcionários devem interagir diretamente com os clientes. A organização também deve realizar auditorias de qualidade em sua administração; no caso de pequenas empresas, gerenciadas pelos sócios, recomenda-se um avaliador externo. Se a empresa precisar manter informações em bancos de dados, deve-se realizar auditorias de qualidade de dados, para garantir a exatidão, precisão e integridade dos mesmos. A auditoria é uma ferramenta de gerenciamento essencial a ser usada para verificar evidências objetivas de processos, avaliar como os proces- sos foram bem-sucedidos, julgar a eficácia de atingir quaisquer níveis-alvo definidos e fornecer evidências relativas à redução e eliminação de áreas problemáticas. Para o benefício da organização, a auditoria de qualidade não deve apenas relatar não conformidades e ações corretivas, mas tam- bém destacar áreas de boas práticas. Dessa forma, outros departamentos podem compartilhar informações e alterar suas práticas de trabalho como resultado, contribuindo também para a melhoria contínua. O auditor pode possuir uma pilha de fórmulas e checklists, (ISHI- KAWA, 1984) mas sem o conhecimento baseado em experiência, ele não conduzirá bem a sua função. Auditorias devem ser usadas para promover a qualidade, não para inspecionar. A realização de auditorias da qualidade proporciona melhoria nos processos da organização internamente e produz um ganho de valor agre- gado junto ao mercado consumidor. Por exemplo, vender um produto de alta qualidade ou empregar pessoal de atendimento ao cliente de alta qua- lidade pode impulsionar vendas futuras. Também é importante na fixação da marca e para transmitir ao público que a empresa está comprometida com os padrões de qualidade e em realizar auditorias regulares que aumen- – 9 – Introdução à auditoria da qualidade tam a confiança do consumidor nos negócios. Finalmente, auditorias de qualidade regulares ajudam a proteger as organizações de problemas que poderiam surgir da venda de um produto de baixa qualidade ou da realiza- ção de um mau serviço. Algumas organizações buscam a certificação ISO 9001, que exige um conjunto de padrões rígidos de qualidade estabelecidos pela Interna- tional Organization for Standardization. Outros buscam treinamento e cer- tificação Seis Sigma para ajudar a melhorar o processo e garantir a qua- lidade. O processo deve estudar e atender aos padrões estabelecidos pela organização para se tornar certificado. Os requisitos específicos variam de acordo com o tipo de organização e a certificação pode ajudar a manter o negócio competitivo. 1.1 Conceitos de auditoria da qualidade Auditoria, do latim auditus (audição, escutar, ouvir e examinar), é um processo sistemático, independente e documentado para obter evidências e avaliá-las objetivamente para determinar até que ponto os critérios de auditoria são atendidos, por meio de registros, processos e outros elemen- tos de um sistema de qualidade para determinar sua conformidade com os requisitos de um padrão de qualidade como a ISO 9000. Qualquer falha na sua implementação pode ser divulgada e pode levar a uma revogação da certificação de qualidade. Também chamada de avaliação de conformi- dade ou auditoria do sistema de qualidade. A palavra qualidade é usada indiscriminadamente para muitos signifi- cados diferentes, mas para estudo e acompanhamento dos manuais de qua- lidade, adotaremos apenas os conceitos técnicos. A qualidade aqui é tratada como uma característica inerente ao produto ou serviço, propriedade ou atributo, que pode ser medida. A qualidade pode ser definida também como adequação ao uso, satisfação do cliente e menor variação possível. Auditoria de qualidade é o processo de exame sistemático de um sistema de qualidade realizado por um auditor de qualidade interno ou externo ou por uma equipe de auditoria. É uma parte importante do sis- tema de gestão de qualidade da organização e é um elemento-chavena norma do sistema de qualidade ISO, ISO 9001. As auditorias de qualidade Auditoria da Qualidade – 10 – são normalmente realizadas em intervalos de tempo predefinidos e assegu- ram que a instituição tenha procedimentos de monitoramento de sistema interno claramente definidos vinculados a ações efetivas. Isso pode ajudar a determinar se a organização está em conformidade com os processos do sistema de qualidade definidos e pode envolver critérios de avaliação baseados em procedimentos ou resultados. Com a atualização da série de normas ISO 9000 da série de 1994 para 2008, o foco das auditorias mudou da adesão puramente processual para a medição da eficácia real do Sis- tema de Gestão da Qualidade e os resultados que foram alcançados por meio da implementação de um Quality Management System (QMS). 1.1.1 Responsabilidade do auditor da qualidade É de responsabilidade do auditor apoiar todos os aspectos do pro- grama do sistema de qualidade de auditoria a partir do planejamento de auditoria, implementação, pareceres e programação da próxima audito- ria, conforme necessário. Deve desenvolver módulos de treinamento para várias seções do processo de qualidade de dados, identificar as áreas que requerem treinamento e assegurar que as etapas estejam completas dentro do prazo determinado; ainda, deve colaborar com os supervisores para melhorar o desempenho da equipe, identificar, estimar e corrigir desvios e defeitos no processo do sistema de qualidade. O auditor deve assegurar que as atribuições de engenharia, especi- ficações e procedimentos de trabalho estejam em conformidade com as especificações e fornecer documentos precisos; garantir que informações precisas sejam apresentadas para auditar documentos de engenharia e mão de obra de instalação; preparar lista de não conformidade para correção e verificar se as correções estão de acordo com os padrões estabelecidos pela empresa; melhorar a qualidade em toda a organização e fornecer um desempenho estável aos auditados. O auditor responsável deve exigir que a equipe cumpra integral- mente as regras, regulamentos e costumes da organização sob auditoria. Isso implica na conformidade com as horas de trabalho, vestuário, horá- rio de almoço e outros requisitos. Os membros da equipe devem tentar se misturar ao ambiente em que estão realizando a auditoria. Qualquer – 11 – Introdução à auditoria da qualidade ação que faça a equipe se destacar reduzirá sua eficácia ao lidar com a organização auditada. Ao lidar com qualquer problema entre a equipe e a organização auditada, o responsável pela equipe deve demonstrar imparcialidade para ambas as partes. Deve trabalhar com a objetividade na obtenção dos fatos e resolver quaisquer conflitos de personalidade. Se houver dúvida signifi- cativa quanto à verificação dos fatos ou à exatidão do que foi constatado, a avaliação adicional será requerida para eliminar qualquer dúvida. Esse tipo de ação demonstra a objetividade e imparcialidade da auditoria. Caso ocorram conflitos de personalidade entre os membros da equipe de auditoria, o responsável pela equipe tem a responsabilidade de intervir imediatamente e resolver o conflito. A resolução deve ocorrer em parti- cular e ser resolvida para o benefício de toda a equipe de auditoria e da organização que está sendo auditada. Deve ser definida claramente a política de qualquer equipe de audi- toria para que não haja surpresas envolvidas com a auditoria em qual- quer momento. Uma auditoria não é uma “caça às bruxas”. As auditorias éticas exigem a divulgação total de qualquer descoberta ou parecer com os responsáveis da organização auditada, para testar sua validade antes da exposição formal na conferência pós-auditoria ou no relatório formal de auditoria. O coordenador da equipe deve assegurar que os membros da equipe mantenham sua integridade. Não devem aceitar presentes ou entretenimento de natureza ou grau que possa prejudicar a auditoria ou afetar o relacionamento entre as duas organizações, auditado e equipe de auditoria. Durante a realização da auditoria, os auditores geralmente têm acesso a informações privadas da organização auditada. Os auditores têm a obri- gação moral de não divulgar essas informações a ninguém. Divulgar informações confidenciais constitui uma violação grave dessa obrigação moral e não faz parte do processo da auditoria e tampouco da honradez profissional, pois o sigilo é de interesse de todos, auditado e equipe de auditoria. A revelação de informações sigilosas trai a confiança da organi- zação na auditoria e coloca em dúvida o trabalho dos auditores. Auditoria da Qualidade – 12 – Os auditores devem evitar o ímpeto, durante a fase externa das audi- torias, em discutir outras auditorias com as pessoas que estão atualmente auditando. Fazer isso é como divulgar informações particulares e é de mau gosto. Exceções podem ser feitas durante auditorias internas, se parte do objetivo desejado é avaliar a eficiência de um sistema de qualidade apli- cável a mais de uma instalação, como por exemplo duas ou mais fábricas pertencentes à mesma empresa controladora. Os auditores devem evitar fazer declarações falsas, sem apoio ou enga- nosas, que tendam a prejudicar ou desacreditar a reputação da organização auditada. Esse requisito é evidente e deve ser respeitado em todos os aspectos. 1.2 Objetivos da auditoria da qualidade O propósito de uma auditoria de qualidade é avaliar ou examinar um produto ou serviço, o processo usado para produzir um determinado pro- duto ou linha de produtos ou o sistema que apoia o produto a ser desenvol- vido. A auditoria de qualidade também é usada para determinar se o tema da auditoria está operando em conformidade com as diretrizes corporati- vas, leis e regulamentos federais e de Proteção Ambiental do Estado. A auditoria de qualidade distingue-se de uma auditoria financeira, na medida em que o objetivo principal da auditoria financeira é verificar a precisão dos métodos contábeis usados na organização e o da auditoria da qualidade é avaliar o sistema de qualidade de processos e produtos/ser- viços, de acordo com normas preestabelecidas. No entanto, apesar dessa diferença básica, é importante observar que muitas das técnicas atuais de auditoria de qualidade têm suas raízes tradicionais nas auditorias finan- ceiras. Nas auditorias financeiras, os procedimentos têm uma origem e um destino, débito e crédito, que devem apresentar coerência em valo- res e datas. O bom gerenciamento dos recursos financeiros evita perda de dinheiro e possibilita retornos financeiros pelo bom investimento e apli- cação do recurso. Na auditoria da qualidade, o raciocínio segue por esse caminho também: as entradas e saídas (input/output) devem apresentar uma coerência entre quantidades e valores, agregando-se a elas o valor da qualidade. A boa gestão da qualidade produz resultados surpreendentes na redução de desperdício, retrabalho e potencialização da funcionalidade e – 13 – Introdução à auditoria da qualidade aceitação do produto ou serviço no mercado consumidor, resultando em ganhos de produtividade e lucratividade. A auditoria interna da qualidade deve fornecer uma garantia inde- pendente de que os processos de gestão do sistema de qualidade estão operando de forma eficaz. Essa auditoria deve fazer parte integrante dos sistemas de qualidade e deve existir para que as organizações se certi- fiquem dos cumprimentos das normas, das especificações determinadas pela engenharia e manuais. É uma forma de garantia da melhoria contí- nua. Auditores internos da qualidade executam trabalhos de preparação para os processos de certificação inicial e subsequente, segundo o ritmo determinado pelos prazos de validade dos registros de certificação da qua- lidade. Esses auditores da qualidade podem adquirir qualificação formal de acordo com a ISO 10011. O auditor interno da qualidade deve fornecer recomendações, conselhos e opiniões, com alto valor agregado, que satis-façam a alta administração, que é o cliente da auditoria. O auditor interno do sistema da qualidade deve expandir sua função de monitorar o processo de certificação ISO 9000 para uma atuação mais abrangente de busca con- tínua de estratégias de melhoria da qualidade. A auditoria externa da qualidade diz respeito à avaliação/certificação de fornecedores, condição indispensável para aquisição de seus produtos e serviços por compradores, clientes e consumidores. O cliente quer ter tran- quilidade, certeza de estar adquirindo produtos e serviços enquadrados e produzidos segundo especificações internacionais. Portanto, o sistema da qualidade vigente/praticado pelo fornecedor deve compor e ser parte inte- grante de suas práticas operacionais e gerenciais e deve, também, atender a padrões internacionais como aqueles definidos pela série de normas ISO 9000, as quais, ainda, podem ter requisitos adicionais, consoantes com os critérios das entidades certificadoras. Esses requisitos adicionais fatal- mente serão praticados, pois implicam nível de credibilidade e qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelas entidades de certificação. 1.2.1 Feedback da administração Certamente, uma das fontes mais importantes de feedback é a alta administração. É essencial que as auditorias programadas para serem rea- Auditoria da Qualidade – 14 – lizadas pelo departamento de auditoria correspondam de perto aos inte- resses da diretoria. A declaração de missão do departamento de auditoria deve estar alinhada com as políticas organizacionais, interesses especiais e metas de curto e longo prazo. 1.2.2 Feedback do auditado Não é incomum para o auditor solicitar feedback do auditado; no entanto, é importante que sua voz seja ouvida. Não há nada tão difícil quanto solicitar uma avaliação de desempenho por aqueles cujas habilida- des de gerenciamento e liderança foram revisadas e criticadas. No entanto, é importante saber como o trabalho foi percebido pelo auditado. Desde o contato inicial até a cerificação da qualidade, se faz necessário o feedback sobre a percepção do trabalho da equipe de auditoria. Sem esse feedback, não há informações necessárias para melhorar o desenvolvimento futuro do trabalho de auditoria. 1.2.3 Feedback dos membros da equipe de auditoria Quase tão difícil quanto pedir feedback de desempenho do auditado é solicitá-lo aos membros de sua própria equipe de auditoria. Ninguém é tão duro ao classificar o desempenho de um auditor de qualidade quanto um colega auditor. Receber feedback torna o trabalho mais consciente do que foi realizado ou deixado de fazer e concede a oportunidade de melhorar e desen- volver a atividade com mais eficiência e eficácia. Deve-se adotar uma postura aberta e interessada, ser receptivo a novas ideias e a opiniões diferentes; isso pode ajudar muito na obtenção do feedback. Ao receber o feedback, não o interprete – pergunte. Não se deve tirar conclusões precipitadas, registre tudo e coloque em prática as observações e apontamentos pertinentes ao tema da auditoria. Não leve para o lado pessoal e agradeça pelo retorno. 1.2.4 Feedback do cliente sobre a qualidade do produto ou serviço Dados de pesquisa, entrevistas, taxa de reclamações etc. são uma fonte vital de feedback. Essas informações são críticas para a função – 15 – Introdução à auditoria da qualidade de auditoria, pois os elementos do sistema de qualidade projetados para garantir a qualidade do produto, por exemplo, controle de processo, ação corretiva e preventiva, foram provavelmente avaliados pelo departamento de auditoria interna em uma ocasião ou outra e considerados aceitáveis. O feedback negativo do cliente pode ser indicativo: 2 de que um ou mais elementos do sistema de qualidade que deram errado desde a última avaliação; 2 de que os elementos do sistema de qualidade previamente ava- liados podem ter sido feitos incorretamente; 2 de descobertas de ações corretivas e preventivas para aponta- mentos de auditoria anteriores. 2 da falta ou ação insuficiente de acompanhamento em resposta aos resultados da auditoria pela função de auditoria de qualidade. 1.3 Avaliação da eficácia da função de auditoria A classificação de eficácia geral da equipe de auditoria geralmente vem de uma ou das duas fontes a seguir: 2 clientes externos – fornecedores, distribuidores, fabricantes etc. cujo sistema de qualidade, processo e/ou produto você avaliou; 2 clientes internos – seu supervisor e os responsáveis por geren- ciar e manter os processos e produtos internos diários dentro da empresa. Auditores de qualidade são julgados pelo seu desempenho. Especifi- camente sua aparência, sua conduta e sua abordagem na auditoria. Dentro dessa esfera de profissionalismo, os clientes do departamento de auditoria geralmente julgam os auditores usando um tipo específico de critério: a qualidade das observações realizadas e o impacto das falhas detectadas pela auditoria, como critérios que apoiem as recomendações de correção dessas falhas. Nada é mais frustrante para um auditado do que receber um relatório de auditoria que não tem impacto aparente no sistema de quali- dade, processo ou produto. Auditoria da Qualidade – 16 – 1.3.1 Definindo metas de gerenciamento para melhoria contínua Estabelecer metas organizacionais para melhoria contínua é uma necessidade. A melhoria contínua também se aplica à auditoria de quali- dade. À medida em que a tecnologia e a maneira como ela é gerenciada e manipulada avança, os auditores de qualidade precisam se tornar especia- listas não apenas em sua área de atuação, mas também nas mais recentes teorias e práticas de gerenciamento, bem como em tecnologia de ponta. A melhoria contínua envolve saber que tipo de gerenciamento a organi- zação auditada está praticando, como por exemplo: equipe integrada de processos, engenharia simultânea etc., bem como o hardware e o software em uso, especialmente quando se aplica a procedimentos automatizados, instruções de trabalho, desenhos de engenharia e revisões. No mínimo, os auditores de qualidade precisam se informar sobre as últimas novidades de auditoria da qualidade, gestão, técnicas e práticas, assim como hardware e software de computadores. Para agregar valor máximo à organização, a função de auditoria deve garantir que seus auditores sejam proficientes em todas essas áreas. 1.4 Auditoria do sistema Uma auditoria do sistema de qualidade é caracterizada por sua ênfase na natureza macro do sistema de gestão da qualidade. A auditoria do sis- tema de qualidade é ampla e geral por natureza, ao invés de simples e limitada em escopo. A auditoria do sistema de qualidade é definida como um “exame sistemático e independente para determinar se as atividades de qualidade e resultados obtidos satisfazem as disposições previstas e se estas disposições são aplicadas efetivamente e são adequados para atingir os objetivos” (ISO 10011-1, 1990, [S.p.]). A auditoria de sistema é conduzida para verificar se a política da qualidade e o sistema da qualidade estão perfeitamente compreendidos. É verificado se está sendo conduzido a melhoria do gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia seguindo a implementação de um plano previa- mente proposto. (CAMPOS, 1992, p. 116). – 17 – Introdução à auditoria da qualidade A auditoria do sistema de qualidade aborda quem, o quê, onde, quando e como o sistema de qualidade usado pode melhorar o processo produtivo. Por exemplo: como o sistema de qualidade é definido? Quem é responsável pela produção do produto? Quem é responsável por assegu- rar a qualidade do produto, atender ou exceder os requisitos do cliente? Qual é a extensão do envolvimento da administração na operação diária do sistema de qualidade? Que procedimentos são utilizados para orientar a organização na sua produção, no esforço da melhoria contínua? Como eles são mantidos e atualizados? Quem realiza essa função? Onde estão localizados os procedimentos? Que tipo de processo éusado (direta e indi- retamente) na linha de produção? Como os procedimentos atuais supor- tam esses processos diretos e indiretos? 1.5 Auditoria do processo Se a auditoria do sistema de qualidade é de natureza geral, a audito- ria do processo é muito mais restrita. Ela gira em torno da verificação da maneira pela qual pessoas, materiais e máquinas trabalham juntos para produzir um produto. Uma auditoria de processo compara e contrasta a maneira pela qual o produto final é produzido com os procedimentos escri- tos, instruções de trabalho, padrões de trabalho etc. usados para orientar o processo de fabricação responsável pela construção do produto. As audi- torias de processo são de avaliação e analíticas por natureza. A auditoria do processo também se preocupa com a validade e confiabilidade geral do próprio processo. Por exemplo: o processo está produzindo consistentemente resultados aceitáveis? Existem etapas sem valor agregado no processo? São processos atuais em termos de cumprimento dos requisitos existentes e futuros? A auditoria do processo tem dois modos ativos de operação: avalia- ção e análise. Enquanto estiver no modo de avaliação, o pessoal envol- vido no processo de produção está participando de acordo com os planos, procedimentos, instruções de trabalho, padrões de mão de obra etc.? No modo de análise, por outro lado, questionar os procedimentos e instruções de trabalho utilizados em apoio aos processos a serem auditados é útil ou prejudicial? Completos ou incompletos? Existe duplicação de esforços Auditoria da Qualidade – 18 – entre subfunções? Todos os passos não valiosos são aparentes? O processo global complementa os objetivos de qualidade expressos ou implícitos da organização: satisfação do cliente a curto prazo, negócios de repetição a longo prazo, lucratividade e crescimento contínuos? 1.6 Auditoria de produto A palavra auditoria, quando falamos de produtos, é comumente usada, mas errônea. Auditoria de produto é na verdade uma inspeção detalhada do produto final executada antes da entrega do produto ao cliente. É um teste de atributos e dados variáveis, isso é, aparência cosmética, proprie- dades de dimensão, continuidade elétrica etc. Os resultados das auditorias de produto geralmente fornecem informações interessantes sobre a confia- bilidade e a eficácia do sistema de qualidade geral. As auditorias de produto geralmente são realizadas por um ou mais dos seguintes motivos: 2 para estimar o nível de qualidade de saída do produto ou grupo de produtos; 2 para determinar se o produto de saída tem um nível especificado de padrão de qualidade final. 2 para estimar o nível de qualidade originalmente apresentado para inspeção; 2 para medir a capacidade da função de inspeção de controle de qualidade para tomar decisões de qualidade; 2 para determinar a adequação dos controles internos do processo. 1.7 Auditoria de conformidade Durante uma auditoria de conformidade, o auditor examina os proce- dimentos escritos, as instruções de trabalho, as obrigações contratuais etc. e tenta associá-los às ações tomadas pelo auditado para produzir o produto desejado. Em essência, é um tipo de auditoria “diga o que você faz – faça o que você diz”. Especificamente, a auditoria de conformidade concentra- – 19 – Introdução à auditoria da qualidade -se em comparar e contrastar a documentação da fonte escrita, geralmente o contrato, com a evidência objetiva, na tentativa de provar ou refutar a conformidade com a documentação da fonte. 1.8 Auditorias de primeira parte, segunda parte e de terceiros 1.8.1 Primeira parte auditoria (interna) A norma ISO 9001:2008 estabelece que a organização deve realizar auditorias internas, com frequência definida, visando obter evidências de que o sistema de gestão da qualidade está devidamente implementado e possui eficácia em seus processos. Uma auditoria de primeira parte geralmente é realizada pela empresa (ou um departamento dentro da empresa) sobre si mesma. É uma auditoria das áreas do programa de garantia de qualidade que são “retidas sob seu controle direto e dentro de sua estrutura organizacional” (ANSI/ASQC NQA-1, 1986, [S.p.]). Uma primeira parte de auditoria é geralmente con- duzida por um intergrupo de auditoria. No entanto, os funcionários do pró- prio departamento também podem conduzir uma avaliação semelhante a uma auditoria de primeira parte. Nesse caso, essa “auditoria” é geralmente referida como “autoavaliação”. O objetivo de uma autoavaliação é monitorar ou analisar processos- -chave interdepartamentais que, se não forem atendidos, têm o potencial de degenerar e afetar negativamente a qualidade do produto, a segurança e a integridade geral do sistema. Embora as classificações de auditoria/autoava- liação de primeira parte sejam de natureza subjetiva, a orientação de classifi- cações mostrada aqui ajuda a aprimorar a precisão geral da classificação. Se realizadas adequadamente, as auditorias e autoavaliações de primeira parte: 2 fornecem feedback à gerência de que o sistema de qualidade é implementado e eficaz; 2 são excelentes ferramentas para avaliar o esforço de melhoria contínua, bem como medir o retorno do investimento para sustentar esse esforço. Auditoria da Qualidade – 20 – 1.8.2 Auditoria de segunda parte (externa) Ao contrário da primeira parte da auditoria, uma segunda parte de audi- toria é uma auditoria de uma outra organização na qual o programa de quali- dade não está sob o controle direto ou dentro da estrutura organizacional da organização auditada (ANSI/ASQC NQA-1, 1986). Normalmente, as audi- torias de segunda parte são realizadas pelo cliente sobre seus fornecedores para verificar se o fornecedor pode ou não atender aos requisitos contratuais existentes ou propostos. Obviamente, o sistema da qualidade do fornecedor é uma parte muito importante de requisitos contratuais, uma vez que está direta e indiretamente responsável pela designação, produção, controle e suporte contínuos do produto. Embora as segundas auditorias sejam geral- mente realizadas pelos clientes e seus fornecedores, às vezes é benéfico para o cliente contratar um auditor independente da qualidade. Essa ação ajuda a promover uma imagem de confiança e objetividade por parte do cliente. 1.8.3 Auditoria de terceiros Em comparação com as auditorias de primeira e segunda parte, em que os auditores não são independentes, a auditoria de terceiros é objetiva. É a avaliação de um sistema de qualidade conduzida por um auditor externo independente ou por uma equipe de auditores. Ao referir-se a uma auditoria de terceira parte aplicável a um padrão de qualidade internacional, como a ISO 9000, o termo “terceira parte” é sinônimo de um registrador de sistema de qualidade, cuja principal responsabilidade é avaliar um sistema de qua- lidade de acordo com os padrões de conformidade estabelecidos pela ISO e emitir um certificado, após a conclusão de uma avaliação bem-sucedida. 1.9 Métodos de auditoria qualitativa e quantitativa A auditoria qualitativa avalia as conclusões e resultados apresenta- dos e tem como base as informações do trabalho do auditor. Ela inclui entrevistas com funcionários, clientes e fornecedores envolvidos no caso. Também é utilizada para medir o desempenho do trabalhador. – 21 – Introdução à auditoria da qualidade A auditoria quantitativa mensura e identifica a conformidade com as diretrizes da organização e toma como base os dados disponíveis. Ela identifica também a conformidade com os padrões estabelecidos pelo manuais e requisitos fornecidos pela ISO 9000. 1.10 Evidência objetiva Evidência objetiva pode ser definida como a informação que é baseada em dados obtidos por meio da observação, da medição, de teste ou de outros meios. (ISO/DIS 8402, 1992). É uma informação qualita- tiva ou quantitativa, ou seja, registros ou declarações de fato relativos à qualidade de um item ou serviço ou à existência e implementação de um elemento dosistema de qualidade, que é baseado na observação, medição ou teste e pode ser verificado (ISO 10011-1, 1990). Evidências objetivas podem ser encontradas em muitas formas diferentes, tais como resultados internos, relatório de auditoria e observações, relatórios do laboratório de testes, registros de calibração de medição e equipamentos de teste, relatórios das inspeções etc. Em evidência curta, o objetivo será geralmente verificável, no sentido de ser tangível, uma evidência física. Ocasionalmente, no entanto, pode ocorrer uma situação em que uma constatação ou observação é baseada no testemunho verbal fornecido pelo auditado ao auditor. Esse tipo de evidência, embora aceitável, não é preferível. No caso do testemunho verbal, deve-se corroborar com evi- dência física e objetiva. Existem dois tipos básicos de evidência objetiva: 2 evidência objetiva física, que pode ser vista, tocada ou testemu- nhada por várias pessoas simultaneamente; 2 testemunho dado pela administração, como a política da empresa, procedimentos etc. Os conceitos e objetivos da auditoria da qualidade são compartilha- dos no sistema de gestão de qualidade pelas organizações que compac- tuam com padrões de qualidade exigidos pela ISO, constantes nos manu- ais de conformidade. Auditoria da Qualidade – 22 – Atividades 1. A medição da eficácia real do Sistema de Gestão da Qualidade e dos resultados que foram alcançados por meio de sua implemen- tação são alvos da auditoria da qualidade. Desenvolva um texto com os principais pontos explorados pela auditoria da qualidade em um processo. 2. Dados de pesquisa, entrevistas, taxa de reclamações etc., são uma fonte vital de feedback. Essas informações são críticas para a função de auditoria. Faça uma análise desse feedback negativo, pontuando os principais indicativos. 3. A auditoria do processo se preocupa com a validade e con- fiabilidade geral do próprio processo, compara e contrasta a maneira pela qual o produto final é produzido; tem como obje- tivo a inspeção e a verificação de etapas importantes para a qualidade final. Produza um texto abordando essas etapas da auditoria da qualidade. 4. Uma auditoria de primeira parte geralmente é realizada pela empresa; os funcionários do próprio departamento também podem conduzir uma avaliação semelhante a uma auditoria de primeira parte. Nesse caso, essa “auditoria” é geralmente refe- rida como “autoavaliação”. Faça uma análise de como ocorre essa auditoria de primeira parte, dando ênfase no objetivo. 2 Sistema de gestão da qualidade Um sistema de gestão da qualidade (SGQ), muitas vezes abreviado em inglês – Quality Management System (QMS) – é o conjunto de atividades por meio das quais a agência define, implementa e revê os seus objetivos políticos e de qualidade de acordo com a sua estratégia. O SGQ de uma organização é composto de processos inter-relacionados e interativos que usam recursos para alcançar os resultados pretendidos e fornecer valor ao produto e serviço. O SGQ é necessário para controlar e melhorar os diversos processos de uma organização, o que gera a melhoria contínua de seus resultados e de seus desempenhos. É a estrutura orga- nizacional criada para gerir e garantir a qualidade, os recursos necessários, os procedimentos operacionais e as responsabilida- des estabelecidas. O SGQ deve ser documentado e formalizado por meio do Manual da Qualidade, devendo incluir os elemen- tos que identifiquem claramente a forma de gestão que possa ter influência na qualidade dos produtos ou serviços finais. Auditoria da Qualidade – 24 – O SGQ é essencial para controle da empresa, por isso, muitas vezes é útil imaginar uma estrutura para essa atividade que diga respeito a todos os serviços – logística, estratégia de produção e negócios, finanças, marke- ting/vendas. No entanto, cada serviço tem, a priori, total responsabilidade pela sua qualidade. A gestão da qualidade é, portanto, uma atividade de suporte que busca dar à organização a capacidade de padronizar, reunir e reutilizar os recursos necessários para garantir sinergias (ou flexibilidade) e eficiência para alcançar os resultados esperados. A implementação do sistema de gestão da qualidade é, portanto, o processo de apoio à quali- dade da empresa. A norma NP EN ISO 9001:2008 estabelece que a organização deve: 2 identificar os processos necessários para o SGQ e para a sua aplicação em toda a organização; 2 determinar a sequência e a interação dos processos; 2 determinar critérios e métodos necessários para assegurar que tanto a operação quanto o controle dos processos sejam eficazes; 2 assegurar a disponibilidade de recursos e de informações neces- sárias para suportar a operação e a monitorização dos processos; 2 monitorar, mensurar e analisar os processos; 2 realizar ações essenciais para alcançar os resultados planejados e a melhoria contínua dos processos; 2 ter um sistema que registra as rotinas (processos, métodos etc.); 2 ter um sistema de verificação (auditorias internas, por exemplo); 2 ter um sistema de análise de resultados no âmbito gerencial (revisão gerencial). 2.1 Sistemas tradicionais Os sistemas tradicionais de gestão da qualidade buscam atender prin- cipalmente os resultados de produção, eliminar desperdícios, evitar retra- balho, trabalhar em equipe e focar no cliente. A gestão considera como – 25 – Sistema de gestão da qualidade essenciais as variáveis técnicas, econômicas, de informações, sociais e políticas que formam o sistema de gestão das organizações. Assim, os fabricantes ou elaboradores de serviços ouvirão o cliente e/ ou consumidor final para criar um produto ou serviço que atenda especifi- camente a suas necessidades explícitas ou implícitas. Internamente, o foco está no domínio de habilidades, otimizando o consumo de recursos por meio de um maior envolvimento da equipe e melhora nos processos da entidade. O objetivo da SGQ é assegurar a certificação da qualidade do pro- duto/serviço e melhorar a satisfação do cliente. O SGQ é, portanto, parte do conjunto de ferramentas de gestão disponibilizadas a um gerente que, por natureza, deve fazer a gestão dos recursos disponíveis. Os verda- deiros gerentes da gestão da qualidade são as pessoas que têm autori- dade e responsabilidade em termos de recursos financeiros, material e de pessoal, necessários para que esse gerenciamento exista. Mais do que a mera conformidade com uma nota, um programa ou um plano, a gestão da qualidade inclui o papel significativo desempenhado pelo cliente ao definir os elementos de entrada e os requisitos, que são formulados nos contratos. (caso não estejam formulados, os necessários para o uso espe- cificado ou pretendido). A implantação do sistema de gestão da qualidade vai muito além do simples controle da conformidade, pois envolve planejamento, definição dos objetivos e dos procedimentos necessários para entregar resultados que atendam aos requisitos e políticas de entidade do cliente. 2 Fazer: implementar tudo o que precisa ser feito para garantir, em princípio, a satisfação dos requisitos do cliente e a satisfação das necessidades da entidade; 2 Verificar: monitorar e avaliar os resultados obtidos e determinar as ações a serem tomadas para reduzir as discrepâncias observadas; 2 Corrigir: executar ações para corrigir discrepâncias e melhorar continuamente o desempenho de atividades ou produtos. O gerenciamento de qualidade é uma série de processos documenta- dos, que faz o delineamento de como as atividades devem ser concluídas Auditoria da Qualidade – 26 – para garantir seu nível de qualidade. Um aspecto fundamental de ser um gerente eficaz é entender a relevância da gestão da qualidade. Os proce- dimentos a seguir devem ser adotados e observados em um sistema de gestão da qualidade pelo auditor durante a auditoria. Figura 2.1 – Procedimentos adotados em sistema de gestão da qualidade Fonte: elaborada pelo autor. 2 A padronização é indispensávelno sistema de gestão da qua- lidade para o atingimento da qualidade total. Padronização de processos, produtos e serviços deve ser observada pelo auditor e registrado. 2 Processos devem monitorados e medidos em comparação com os requisitos, políticas e objetivos para o produto ou serviço. 2 Verificação deve ser realizada por inspetores da qualidade ou auditores que tenham uma visão ampla de um modelo de espe- cificação padrão e que efetuem a análise desse modelo com os demais itens do mesmo tipo. 2 Melhoria contínua: é a ação contínua que visa alterar as rotinas da organização para obter desempenho melhor. 2 Revisão dos processos para sustentar a melhoria contínua. 2 Conformidade é o atendimento dos requisitos preestabelecidos, os processos são executados de modo controlado e satisfatório. – 27 – Sistema de gestão da qualidade 2 Não conformidade é o não atendimento aos requisitos preestabe- lecidos, quando um processo está ocorrendo de maneira errada, esse erro gera resultados não satisfatórios, serviços ou produtos não conformes. 2 Ações corretivas, a empresa deve implementar ações para extin- guir as causas de não-conformidade, de maneira a não repetir esses erros. As ações corretivas devem ser apropriadas aos efei- tos das não-conformidades observadas, para evitar sua repetição. 2.2 International Organization for Standardization (ISO) A ISO está sediada em Genebra, na Suíça, e sua principal atividade é estabelecer padrões internacionalmente aceitos, e esses padrões são chamados de padrões ISO, que têm por objetivo estabelecer a mesma qualidade e os mesmos critérios de avaliação e inspeção para processos, produtos e serviços fornecidos no mundo, é um padrão internacional, esta- belecido e revisado. É determinado pelo voto dos 165 países participantes, incluindo o Brasil. Os padrões ISO 9000 são orientados para a satisfação do cliente e a conformidade de seus produtos e serviços, mas levam em consideração os impactos no meio ambiente, nos fornecedores, na saúde e na segurança do trabalho, por exemplo, que são objeto de normas separadas (norma ISO 14001 para o ambiente e norma OHSAS 18001 para a saúde e segurança no trabalho). Há uma tendência de globalização das questões de qualidade, impul- sionada pelas expectativas da sociedade civil: riscos globais, mudanças climáticas etc. A globalização incluiu maior mobilidade de bens, trabalho e capital, impulsionando a produção aliada com a melhoria da qualidade. Os sistemas produtivos operando de forma globalizada tendem a aumentar a produção e reduzir custos, ocasionando preços finas dos produtos e ser- viços mais acessíveis, proporcionando crescimento econômico e desen- volvimento. Os desafios do desenvolvimento sustentável foram traduzi- dos, para as empresas nos conceitos de responsabilidade social, e estão em Auditoria da Qualidade – 28 – curso para formalizar um quadro de padronização coerente, tanto em ter- mos industriais, quanto em termos de gestão de sistemas de informação. Dentre os padrões ISO mais conhecidos, destacam-se a marca de saída de emergência (ISO 7010) e o tamanho dos cartões (ISO/IEC 7810). Esses são “padrões de produtos” direcionados ao próprio produto. Figura 2.2 – Sinal de saída de emergência Fonte: Shutterstock.com/Photoonlife Figura 2.3 – Cartão padrão de bancos e de créditos Fonte: Shutterstock.com/ Pixel Embargo Os padrões ISO foram promulgados não apenas para o produto em si, mas também para a estrutura (sistema de gerenciamento) para – 29 – Sistema de gestão da qualidade gerenciar atividades de qualidade organizacional e atividades ambien- tais. Eles são chamados de “padrões de sistema de gerenciamento” e se enquadram nos padrões de sistema de gerenciamento de qualidade (ISO 9001) e sistema de gerenciamento ambiental (ISO 14001). Em outras palavras, o “padrão do sistema de gestão ISO” é o padrão formu- lado pela ISO, ou seja, a gestão varia de acordo com a região, cultura e padrões econômicos; esse sistema visa estabelecer um critério mais homogêneo as organizações. A família ISO 9000 aborda vários aspectos do gerenciamento de qua- lidade e contém alguns dos padrões mais conhecidos da ISO. Os padrões fornecem orientações e instrumentos para as organizações que desejam assegurar que seus produtos e serviços atendam totalmente aos requisitos do cliente e que a qualidade seja totalmente aprimorada. A ISO 9001:2015 estabelece os critérios para um sistema de gestão da qualidade e é o único padrão na família que pode ser certificado, per- mitindo seu uso por empresas de grande ou pequeno porte, independen- temente da sua área de atividade. Esse padrão é baseado em vários prin- cípios de gerenciamento de qualidade, com um grande foco no cliente, na motivação e na implicação da alta administração, na abordagem de processos e na melhoria contínua. 2.3 Certificação do sistema de gestão da qualidade O principal interesse reside na obrigação de a entidade certificada informar sobre a eficácia do seu SGQ durante auditorias regularmente programadas realizadas pelo organismo de certificação e, portanto, uma espécie de obrigação de manter o SGQ de acordo com os requisi- tos do sistema de referência de certificação ou correr o risco de perder essa certificação. Por outro lado, para o usuário ou cliente que decide confiar o tra- balho e os serviços a uma entidade certificada, o interesse reside no fato de que, mesmo se a obrigação de certificar não for mencionada no contrato entre as duas partes, a entidade certificada deve cumprir e Auditoria da Qualidade – 30 – responder a todos os requisitos da estrutura de certificação a todas as atividades que desenvolve para construir, fornecer e entregar o serviço ou produto e, portanto, ser capaz de oferecer toda a prova de conformi- dade com os requisitos da norma – no caso da ISO 9001, a obrigação de produzir ou fornecer: 2 controle dos documentos, documentos fornecidos pelo cliente, documentos produzidos pela entidade e documentos exigidos pela implementação do contrato cliente/fornecedor; 2 disponibilidade de recursos humanos competentes com base na formação inicial e profissional, no know-how e na experiência; 2 as atividades de verificação, validação, monitoramento, controle e teste específicas do produto; 2 os critérios de aceitação do produto; 2 controle dos instrumentos de monitoramento e medição etc. 2.4 A abordagem do processo da auditoria de sistema de gestão da qualidade Auditoria de qualidade é o processo de exame sistemático de um sistema de qualidade realizado por um auditor de qualidade interno ou externo ou por uma equipe de auditoria. É uma parte importante do sis- tema de gerenciamento de qualidade de uma organização e é um elemento- -chave no padrão do sistema de qualidade ISO, ISO 9001. Qualidade é a adequação ao uso. É a conformidade às exigências (ISO). Qualidade é a menor variação possível no processo, no produto ou no serviço. Qualidade é fazer com que as organizações atuem de maneira a atender seus clientes internos e externos, desde melhorar produtos, ser- viços, sistemas e processos, até se certificar de que toda a organização é adequada e eficaz. A abordagem do processo se revela como uma ferramenta eficaz e efi- ciente, não apenas para desenvolver, implementar e melhorar uma organização, mas também para representar o funcionamento de uma organização. – 31 – Sistema de gestão da qualidade Qualquer atividade ou conjunto de atividades que utiliza recursos para converter elementos de entrada em elementos de saída pode ser con- siderado um processo. Figura 2.4 – Processo de transformação input/output Fonte: elaborada pelo autor. Para que a organização funcione de maneira eficaz, ela deve identi- ficar e gerenciar muitos processos inter-relacionados e interativos. Geral- mente, os elementos de saída de um processo formam diretamente um ou mais elementos de entrada do(s) processo(s) de conexão e saída. A identificação e o gerenciamentometódicos dos processos usados na organização da entidade, do serviço, do contrato e, mais especificamente, das interações desses processos, são chamados de “abordagem de processo”. Em uma abordagem de processo, eles são classificados em três famílias: 2 processos de pilotagem ou gerenciamento; 2 processos empresariais; 2 suporte ou suporte a processos. Em geral, cerca de quinze processos, no máximo, devem ser sufi- cientes para transcrever a organização de uma entidade, pois um número muito grande de processos pode ser confuso. O ponto principal da abor- dagem está aí: determinar quais são os poucos processos fundamentais da organização. 2.5 Auditoria de sistema de gestão da qualidade (ISO 19011) As séries de Normas NBR ISO 9000 e NBR ISO 14000 enfatizam a importância de auditorias como ferramentas de gestão para monito- Auditoria da Qualidade – 32 – rar e verificar a eficácia da implementação da política da qualidade e/ou ambiental de uma organização. Auditorias também são uma parte essen- cial das atividades de avaliação da conformidade, tais como certificação/ registro externo e avaliação e acompanhamento da cadeia de fornecedores. Essa norma fornece orientação sobre a gestão de programas de audi- toria, sobre a condução de auditorias internas ou externas de qualidade e/ ou sistemas de gestão ambiental, bem como na competência e avaliação dos auditores. Pretende-se que essa norma se aplique a um grande número de usuários em potencial, incluindo auditores, organizações e/ou gestão ambiental, organizações que precisam realizar auditorias do sistema de gestão da qualidade e/ou ambiente por motivos contratuais e organizações envolvidas em certificação ou treinamento de auditor, certificação/registro de sistemas de gestão, acreditação ou normalização no domínio da avalia- ção da conformidade. Auditorias internas, algumas vezes chamadas de auditorias de pri- meira parte, são conduzidas pela própria organização, ou em seu nome, para análise crítica pela direção e outros propósitos internos, e podem for- mar a base para uma autodeclaração de conformidade da organização. Em muitos casos, particularmente em pequenas organizações, a independên- cia pode ser demonstrada pela liberdade de responsabilidades pela ativi- dade sendo auditada. Auditorias externas incluem aquelas auditorias geralmente chama- das de auditoria de segunda e terceira partes. Auditorias de segunda parte são realizadas por partes que têm um interesse na organização, tais como clientes, ou por outras pessoas em seu nome. Auditorias de terceira parte são realizadas por organizações externas de auditoria independente, tais como organizações que proveem certificados ou registros de conformi- dade com os requisitos da NBR ISO 9001 OU NBR ISO 14001. Pode se destacar também a auditoria combinada, quando o sistema de gestão da qualidade e ambiental são auditados simultaneamente; e a audi- toria conjunta, quando duas ou mais organizações de auditoria cooperam para auditar um único auditado. Definições e termos utilizados pelas auditorias de acordo com a ISO e reiterados pela ABNT: – 33 – Sistema de gestão da qualidade 2 auditoria é um processo sistemático, documentado e indepen- dente para obter evidências e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios serão atendidos. 2 critérios de auditoria são usados como uma referência contra a qual a evidência de auditoria é comparada. 2 evidência de auditoria são os registros, apresentação de fatos ou outras informações pertinentes aos critérios de auditoria e verifi- cáveis. Evidência de auditoria pode ser qualitativa ou quantitativa. 2 constatação de auditoria são os resultados da avaliação da evidência de auditoria coletada, comparada com os critérios de auditoria. Pode indicar tanto conformidade quanto não conformidade com o critério de auditoria ou oportunidades para melhoria. 2 conclusão de auditoria é o resultado de uma auditoria, apresen- tado pela equipe de auditoria após levar em consideração os objetivos da auditora e todas as suas constatações. 2 cliente da auditoria é a organização ou pessoa que solicitou uma auditoria. O cliente de auditoria pode ser o auditado ou qualquer outra organização que tem o direito regulamentar ou contratual para solicitar uma auditoria. 2 auditado é a organização que está sendo auditada. 2 auditor é a pessoa com a competência para realizar uma auditoria. 2 equipe de auditoria – um ou mais auditores que realizam uma auditoria, apoiados, se necessário, por especialistas. Um auditor na equipe de auditoria é indicado como o líder da equipe de auditoria. A equipe de auditoria pode incluir audi- tores em treinamento. 2 especialista é a pessoa que fornece conhecimento ou experiência específicos para a equipe de auditoria. Conhecimento específico ou experiência é o que diz respeito à organização, processo ou atividade a ser auditada, ou idioma ou cultura. Um especialista não atua como um auditor na equipe de auditoria. Auditoria da Qualidade – 34 – 2 programa de auditoria é o conjunto de uma ou mais auditorias pla- nejadas para um período específico e direcionado a um propósito específico. Um programa de auditoria inclui todas as atividades necessárias para planejar, organizar e realizar as auditorias. 2 plano de auditoria é a descrição das atividades e arranjos para uma auditoria. 2 escopo de auditoria é a abrangência e limites de uma auditoria. 2 competência – atributos pessoais demonstrados e capacidade demonstrada para aplicar conhecimentos e habilidades. 2.6 Ferramentas da gestão da qualidade Muitas organizações usam ferramentas de qualidade para ajudar a monitorar e gerenciar suas iniciativas de qualidade. A auditoria da quali- dade utiliza-se das mesmas ferramentas para realizar as inspeções e verifi- cações no sistema de gestão da qualidade da organização. Serão apresenta- das essas ferramentas da gestão da qualidade, destacando sua importância e quando utilizá-las, nos capítulos 6, 7 e 8. Existem várias ferramentas da gestão e de estatística que podem ser utilizadas em um sistema de gestão da qualidade, no entanto, há sete ferra- mentas de gerenciamento de controle da qualidade que são mais comuns. O objetivo é se familiarizar e se sentir confortável com todas essas ferra- mentas de qualidade para que se possa retirar a ferramenta adequada da caixa quando houver uma necessidade de solução de problemas. 2.6.1 Fluxograma Fluxogramas podem ser usados em qualquer campo para decompor processos. Os fluxogramas são uma das melhores ferramentas de melho- ria de processos para analisar uma série de eventos. Eles mapeiam esses eventos para ilustrar um processo complexo, a fim de encontrar qual- quer semelhança entre os mesmos. São um dos métodos mais comuns de criação de um diagrama de fluxo de trabalho complexo e de fácil enten- dimento. Depois, deve-se passar pelos processos de trabalho, um por um, identificando áreas para melhoria. – 35 – Sistema de gestão da qualidade Essa ferramenta é usada ao para determinar onde os gargalos ou falhas estão nos processos de trabalho. O fluxograma dos passos de um processo fornece uma imagem de como o processo se parece e pode escla- recer questões dentro do processo. Fluxogramas também são usados para mostrar alterações em um processo quando são feitas melhorias ou para mostrar um novo processo de fluxo de trabalho. Figura 2.5 – Exemplo de fluxograma Fonte: elaborada pelo autor. 2.6.2 Folha de verificação A folha de verificação é uma ferramenta de qualidade básica usada para coletar dados. Ela deve ser usada para rastrear o número de vezes que um certo incidente acontece. É uma maneira estruturada e elaborada para coletar e analisar dados, uma ferramenta genérica que pode ser adap- tada a vários propósitos. Como exemplo, os inspetores de qualidade de uma montadora registram as quantidades de peças defeituosas durante a Auditoria da Qualidade – 36 – semana de trabalho.A verificação é feita por categoria de peças, consi- derando o período de trabalho, de segunda a sexta-feira. Nessa folha de verificação são registradas as quantidades de peças defeituosas observadas diariamente e fechando o total para a semana. Essas informações ajudam a identificar se há uma tendência de aumento de defeitos, quais peças apre- sentam mais problemas, quanto esses defeitos influenciam na produção total etc. As informações contribuem para o direcionamento de esforços para as correções e ações preventivas quanto aos defeitos apresentados. Tabela 2.1 – Peças defeituosas semana – exemplo de folha de verificação Peça 2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira Total Capô // /// / // // 10 7 Portas /// /// // // /// 13 Carroceria // / / / // 7 Para-choque dianteiro //// /// /// /// // 15 Para-choque traseiro /// /// /// /// / 13 Fonte: elaborada pelo autor. 2.6.3 Histograma Um histograma é um gráfico com diferentes colunas. Essas colunas representam a distribuição pela média. Se o histograma estiver normal, o gráfico terá uma curva em forma de sino. Se for anormal, pode assumir formas diferentes com base na condição da distribuição. Os histogramas são usados para medir ou comparar uma situação em relação a outra e devem sempre ter no mínimo duas variáveis. Exemplo: os responsáveis pela auditoria dos sistemas de qualidade devem, por norma, analisar o sistema de medição, buscando identificar discrepâncias nas medidas que podem ser ocasionadas pelo operador ou pelo equipamento. As falhas apresentadas no exemplo da folha de verifi- cação se deram por conta de erros no sistema de medição, que deverá ser avaliado. A orientação para identificar se a falha é do operador é fazer três – 37 – Sistema de gestão da qualidade medições por operador e compará-las, pois, caso eles estejam realizando medições dentro dos padrões, ocorrerá mínima variação. Tabela 2.2 – Amostra da medida de um produto feita por 3 operadores Operador Produto 1 Produto 2 Produto 3 A 40,9 40,7 40,3 B 40,7 40,5 40,8 C 40,3 40,6 40,4 Fonte: elaborada pelo autor. Figura 2.6 –Medida do produto (exemplo histograma) 40 40,1 40,2 40,3 40,4 40,5 40,6 40,7 40,8 40,9 41 A B C Medida do Produto Produto 1 Produto 2 Produto 3 Fonte: elaborada pelo autor. 2.6.4 Diagrama de causa e efeito Também conhecido como diagrama de espinha de peixe, os diagra- mas de causa e efeito podem ser usados para entender as causas-raiz dos problemas de negócios. Como as empresas enfrentam problemas diaria- mente, é necessário entender a raiz do problema para que se possa resolvê- -lo com eficácia. O diagrama é uma representação gráfica de fácil enten- Auditoria da Qualidade – 38 – dimento, com diversos benefícios para a organização e para a equipe que a utiliza, tais como: 2 melhorar a visualização dos problemas; 2 identificar possíveis causas; 2 hierarquizar as causas encontradas; 2 registrar visualmente para facilitar novas análises; 2 aperfeiçoar os processos; 2 explorar os desdobramentos do problema; 2 envolver toda a equipe na gestão da qualidade; 2 organizar as ideias da equipe. Exemplo: o sistema de medição foi avaliado com o desempenho dos operadores, os quais ficaram dentro dos padrões. Provavelmente a falha que originou peças defeituosas deve estar presente por conta de um ou mais problemas nos equipamentos de medição e/ou influência do ambiente ou externa. Os colaboradores das áreas atingidas pelos proble- mas foram convidados a emitir pareceres do que pode estar ocorrendo no processo. Para tanto, os auditores farão uso do diagrama de causa e efeito. E foi citada uma provável causa para cada fator de análise do diagrama de Pareto. O auditor deve analisar esses apontamentos, e indicar as possíveis soluções ou prevenções. Figura 2.7 – Exemplo do diagrama de causa e efeito Fonte: elaborada pelo autor. – 39 – Sistema de gestão da qualidade 2.6.5 Diagrama de dispersão Os diagramas de dispersão são a melhor maneira de representar o valor de duas variáveis diferentes. Eles apresentam a relação entre as dife- rentes variáveis e ilustram os resultados em um plano cartesiano. Então, uma análise mais aprofundada pode ser feita sobre os valores. O diagrama de dispersão, conhecido também como Gráfico de dispersão, gráfico de correlação ou gráfico XY, trata-se de uma representação gráfica da rela- ção entre duas variáveis, ou seja, demonstra de forma gráfica os pares de dados numéricos e sua relação. Analisamos por exemplo a dispersão que se encontra uma medida em relação a sua medida padrão. Como exemplo, utilizaremos os valores constantes na tabela 2.2. Considerando que a medida padrão especificada por engenharia é de 40,6 e o limite de controle inferior é 40,4 e o superior 40,8, pode-se analisar a dispersão das medidas obtidas em relação à medida padrão. Figura 2.8 – Medidas de dispersão – exemplo 40,2 40,3 40,4 40,5 40,6 40,7 40,8 40,9 41 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 M ed id as Operadores Medidas de um ponto verificação Med 1 Med2 Med 3 LEC LIC LSC Fonte: elaborada pelo autor. Análise: a maioria dos pontos está dispersa próxima à medida padrão. O gráfico de dispersão apresenta um ponto acima do limite superior de Auditoria da Qualidade – 40 – controle e um ponto abaixo do limite inferior de controle. A decisão sobre se o sistema de medição é capaz ou não é tomada pela gestão de acordo com as normas adotada pela organização. No entanto, deve-se aplicar cor- reções nas medições ou no produto. 2.6.6 Gráficos de controle Um gráfico de controle é uma boa ferramenta para monitorar o desempenho e pode ser usado para monitorar qualquer processo rela- cionado à função de uma organização. Esses gráficos permitem identi- ficar a estabilidade e a previsibilidade do processo e identificar causas comuns de variação. Os gráficos de controle são chamados também de cartas de controle. Devem manter o estado de controle estatístico do processo, mostrar evidências de que um processo esteja operando em um estado de controle estatístico e apresentar informações para toma- das de decisão. Figura 2.9 – XBarra e amplitude – exemplo 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 0 2 4 6 8 10 12 14 GRÁF ICO X B ARRA Limite Superior Limite Central Limite Inferior Variabilidade – 41 – Sistema de gestão da qualidade 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 0 2 4 6 8 10 12 14 Gráfico de Amplitude Fonte: elaborada pelo autor. 2.6.7 Gráficos de Pareto Gráficos de Pareto são gráficos que contêm barras e um gráfico de linhas. Os valores são mostrados em ordem decrescente por barras e o total é representado pela linha. Eles podem ser usados para identificar um conjunto de prioridades para que você possa determinar quais parâmetros têm o maior impacto na área específica de interesse. Possibilita a visuali- zação e identificação das causas ou problemas mais importantes, permi- tindo a concentração de esforços para a solução. Como exemplo, considerar que no diagrama de causa e efeito, a ori- gem das falhas foi citada conforme segue: Quadro 2.1 – Causas de falhas na produção Medida Fora de especificação 2 Máquina Problema de calibração 6 Auditoria da Qualidade – 42 – Meio ambiente Umidade do ar 1 Matéria-prima Fora de padrão 4 Mão de obra Falta de treinamento 3 Método Método de medição inadequado 0 Fonte: elaborada pelo autor. Figura 2.10 – Pareto – exemplo 0 1 2 3 4 5 6 7 Inspeção Gráfico de Pareto Máquina calibração MP fora de padrão Mão de obras - falta de treinamento Medida fora de especificação2 Meio Ambiente - Umidade2 Método de medição inadequado Fo nt e: e la bo ra da p el o au to r. A empresa deverá concentrar esforços primeiramente na calibração dos equipamentos de medição e na sequência rever o padrão da matéria- -prima fornecida, são as duas falhas mais acentuadas na análise. 2.7 Filosofias usadas no sistema de gestão da qualidade As filosofias de qualidade e de produtividade sempre tiveram impor- tância, no entanto,após a Segunda Guerra Mundial, as práticas e adoções dessas filosofias foram substancialmente incorporadas nos sistemas de produção. Com a devastação – principalmente da Europa e do Japão – pela guerra, as estruturas rodoviárias, portuárias e produtivas tiveram que ser reestabelecidas e construídas. Nesse processo, o Japão ganhou destaque nas décadas seguintes à Segunda Guerra, por adotar sistemas de produção – 43 – Sistema de gestão da qualidade e de logística eficientes e altamente produtivos, baseados no trabalho e na adoção de técnicas e filosofias milenares já conhecidas pelo Japão. Essas filosofias de trabalho e produção chamaram a atenção de grandes poten- cias, como Estados Unidos e Inglaterra, que aos poucos foram aderindo às novas metodologias. Essas filosofias são os embriões dos sistemas de qua- lidade que se conhecem hoje, e são adotadas pelas grandes organizações e grandes nações do planeta. 2.7.1 Kaizen – melhoria contínua Melhoria contínua é baseada em um conceito japonês chamado Kai- zen, é a filosofia de buscar continuamente maneiras de melhorar as ope- rações. Implica identificar pontos de referência de práticas excelentes e incutir um senso de propriedade dos funcionários sobre o processo. O foco pode estar em: 2 melhorar tudo continuamente; 2 ser proativo, não aceitar desculpas e fazer as coisas acontecerem; 2 abolir conceitos antigos e tradicionais; 2 não aceitar que os métodos não possam ser alterados, tudo é objeto de melhoria contínua; 2 se algo estiver errado, corrija-o; 2 capacitar todos a participar da solução de problemas; 2 perguntar cinco vezes antes de tomar uma decisão (5 porquês); 2 obter informações e opiniões de várias pessoas; 2 ser econômico e investir a economia em melhorias; 2 melhorar sempre. A filosofia de melhoria contínua é uma abordagem com base na ideia de que mudanças positivas pequenas e contínuas podem trazer grandes melhorias. Habitualmente, é baseada na cooperação e no comprometi- mento e contrasta com abordagens que usam mudanças radicais para alcan- çar a transformação, objetivando melhorar a qualidade, reduzir defeitos, Auditoria da Qualidade – 44 – eliminar desperdícios, aumentar a produtividade, incentivar o propósito e a responsabilidade do trabalhador e promover a inovação. Como um conceito amplo que carrega inúmeras interpretações, ela foi adotada em muitos outros setores, inclusive na área da saúde. Pode ser aplicada em qualquer área de negócios e até mesmo na vida pessoal. Instalar uma filosofia de melhoria contínua em uma empresa/organi- zação pode ser um processo demorado, e várias etapas são essenciais para seu sucesso final: 2 preparar os funcionários nos métodos de controle estatístico de processos (CEP); 2 tornar os métodos CEP aspecto normal das operações diárias; 2 criar equipes de trabalho e envolver os funcionários; 2 utilizar técnicas de resolução de problemas nas equipes de trabalho; 2 desenvolver um senso de propriedade do operador sobre o processo. Aqui, o envolvimento dos funcionários é fundamental para a filosofia da melhoria contínua. No entanto, os dois últimos passos são cruciais se a filosofia fizer parte das operações cotidianas. Um senso de propriedade do operador surge quando os funcionários sentem que possuem os processos e métodos que utilizam e sentem orgulho da qualidade do produto ou serviço que podem produzir. A melhoria se estabelece com a participação nas equi- pes e em atividades de solução de problemas, que incutem nos funcionários a sensação de ter algum controle/autonomia sobre seu local de trabalho. 2.7.2 5 Sensos O 5S é uma metodologia de organização do local de trabalho que utiliza cinco conceitos em japonês: seiri, seiton, seiso, seiketsu e shitsuke. Traduzidos para o português, na ordem: senso de utilização (seiri), senso da organização (seiton), senso da limpeza (seiso), senso da saúde (sei- ketsu) e senso da disciplina (shitsuke). Os cinco sensos descrevem com aplicar conceitos básicos para solucionar problemas no espaço de traba- lho, com eficiência e eficácia. A tomada de decisão vem por meio de um diálogo sobre padronização, que produz um entendimento entre os funcio- nários de como devem realizar o trabalho. – 45 – Sistema de gestão da qualidade 2 Seiri – senso da utilização 2 melhorar espaço; 2 facilitar a conservação, limpeza e manutenção; 2 melhorar o controle de estoque; 2 reduzir custos e desperdícios; 2 preparar o ambiente para implementar os demais sensos do 5S. 2 Seiton – senso da organização 2 otimizar o tempo; 2 facilitar a localização das ferramentas; 2 reduzir áreas de insegurança. 2 Seiso – senso da limpeza 2 ambiente saudável e agradável; 2 redução de possibilidades de acidentes; 2 melhor conservação das ferramentas e equipamentos; 2 melhoria no relacionamento entre pessoas. 2 Seiketsu – senso da saúde 2 facilidade na localização de objetos; 2 equilíbrio mental e físico; 2 melhoria das áreas comuns (banheiro, refeitório etc.); 2 melhoria nas condições de segurança. 2 Shitsuke – senso da disciplina 2 melhoria da qualidade, produtividade e segurança no trabalho; 2 rotina de trabalho mais agradável; 2 melhoria de relacionamento entre as pessoas; 2 melhoria da autoestima. Auditoria da Qualidade – 46 – O 5S foi desenvolvido no Japão e foi apresentado como uma das téc- nicas que permitiram a produção do just in time. Duas grandes estruturas para entender e aplicar o 5S aos ambientes de negócios surgiram, uma proposta por Osada e a outra por Hirano, que apresentaram um sistema para melhorar os planejamentos com uma sequência de fases identificá- veis, cada uma baseada em seu antecessor. A metodologia 5S expandiu-se a partir da fábrica e agora está sendo aplicada a uma ampla variedade de indústrias, incluindo as de saúde, educação e governamentais. Embora a origem da metodologia 5S esteja na indústria, ela também pode ser apli- cada na atividade de economia do conhecimento, com informações, sof- tware ou mídia no lugar do produto físico. 2.7.3 Just in time É um sistema de gerenciamento de estoque em que o material, os insumos e os produtos são produzidos ou adquiridos apenas algu- mas horas antes de serem colocados em uso. O sistema just in time é adotado pelas organizações para reduzir o custo desnecessário de gerenciamento de estoques, caso a demanda seja menor que o esto- que levantado. A filosofia é a quantidade certa, no local certo e no momento certo. A produção just in time requer um planejamento complexo em termos de políticas de aquisição e do processo de fabricação, para que sua imple- mentação seja um sucesso. Sistemas de suporte tecnológico altamente avançados fornecem os dados necessários que as demandas de produção just in time neces- sitam para a programação de produção e movimentação de materiais no tempo certo. A seguir estão as vantagens de adotar sistemas de fabricação just in time: 2 a produção just in time mantém os custos de manutenção de estoque no mínimo. A liberação do espaço de armazenamento resulta em uma melhor utilização do espaço e, portanto, tem um impacto favorável no aluguel pago e em quaisquer prêmios de seguro que, de outra forma, precisariam ser feitos. – 47 – Sistema de gestão da qualidade 2 a produção just in time elimina o desperdício, como produtos desatualizados ou vencidos. 2 apenas estoques essenciais são obtidos, menos capital de tra- balho é necessário para financiar a aquisição. Aqui, um nível mínimo de reordenação é definido, e somente uma vez que essa marca é alcançada, os novos estoques são ordenados, tornando isso um benefício para o gerenciamento de estoque também. 2 devido ao baixo nível de ações anteriormente mencionado, o retorno do investimento das organizações (chamado de ROI, em linguagem de gestão) seria geralmente alto. 2 como a produção just in time funciona com base na demanda, todos os produtos feitos seriam vendidos e, portanto, incorpo- rammudanças na demanda com facilidade surpreendente. Isso se torna especialmente atraente hoje, em que a demanda do mer- cado é volátil e imprevisível. 2 a produção just in time incentiva o conceito de “primeira vez”, de modo que os custos de inspeção e o custo de retraba- lho são minimizados. 2 produtos de alta qualidade e maior eficiência podem ser deriva- dos de um sistema de produção just in time. 2 relacionamentos próximos são fomentados ao longo da cadeia de produção sob um sistema de fabricação just in time. 2 a comunicação constante com o cliente resulta em alta satisfação do cliente. 2 a superprodução é eliminada quando a fabricação just in time é adotada. A auditoria do sistema de gestão de qualidade deve passar por todos esses temas abordados, os quais são de suma importância para o auditor ao analisar o processo, produtos e serviços, apontando por eventuais falhas ou não conformidades. O conhecimento das técnicas de auditoria e das técnicas e ferramentas da gestão da qualidade é imprescindível para ela- boração de uma auditoria da qualidade. Auditoria da Qualidade – 48 – Atividades 1. A gestão da qualidade é uma atividade de suporte que busca dar a organização a capacidade de padronizar, reunir e reutili- zar os recursos necessários para garantir sinergias. Elabore um pequeno texto abordando os principais pontos para implementa- ção do sistema de gestão da qualidade. 2. A ISO (International Organization for Standardization) esta- belece padrões internacionalmente aceitos para a qualidade de produtos e serviços. Estabeleça um padrão de qualidade para um sistema de saúde pública, usando os critérios ISO, estudados neste capítulo. 3. O fluxograma é uma ferramenta utilizada pela auditoria da qua- lidade, que mapeia os eventos para ilustrar um processo com- plexo. Elabore um fluxograma para uma tarefa real, executada ou conhecida por você, contemplando os aspectos técnicos do fluxograma em gestão da qualidade estudados nesse capítulo. Utilize os símbolos do fluxograma do exemplo. 4. Os 5S (5 sensos) é uma filosofia importante da qualidade. Faça uma aplicação desses sensos, tomando como referência o local onde você reside (sua casa). Leve em conta todos os aspectos, como descritos nos 5 sensos, inclusive os pessoais (saúde). Objetivo da atividade é você praticar a utilização da ferramenta e sua eficácia, pois você constatará pontos de melhoria e adequa- ção, dos quais não dava a devida importância. 3 Princípios da auditoria Princípio é um fundamento básico, teoria ou regra que tem uma grande influência sobre a maneira em que algo seja feito. Princípios de auditoria da qualidade são um conjunto de cren- ças, normas, regras e valores fundamentais que são aceitos como verdadeiros e podem ser usados como base para a auditoria da qualidade. A auditoria é caracterizada por um conjunto de princí- pios que devem ajudá-la na realização dos trabalhos, ou seja, eles fornecem ferramentas eficientes e confiáveis para apoiar políti- cas e controles de gerenciamento, fornecendo informações sobre como uma organização deve agir para melhorar seu desempenho. Auditoria da Qualidade – 50 – A ISO 19011 não estabelece requisitos, mas fornece orientações sobre o gerenciamento de um programa de auditoria, sobre o planeja- mento e condução de uma auditoria do Sistema de Gestão, bem como sobre a competência e avaliação de um auditor e de uma equipe de audi- toria. O padrão ISO 19011 não é um padrão certificável, mas pode ajudar as organizações a melhorarem o desempenho dos Sistemas de Gerencia- mento implementados na organização. Quando uma empresa possui um Sistema de Gestão implantado, deve realizar algumas auditorias periódi- cas para garantir que o Sistema de Gestão continue a ser eficaz. É quando a norma ISO 19011 entra em ação. Essa norma fornece recomendações para auxiliar as organizações a estabelecer um programa de auditoria que facilite a conformidade com os requisitos estabelecidos nos diferentes padrões ISO. As diretrizes estabelecidas pelas normas ISO fornecem a base para a realização das auditorias internas e das auditorias externas que a organização pode precisar para avaliar seus fornecedores para obter a certificação. De acordo com a ISO 19011: 2011, as auditorias devem basear-se em seis princípios: 1. integridade – fundamento do profissionalismo. 2. apresentação justa – obrigação de relatar de forma verdadeira e precisa. 3. devido cuidado profissional – aplicação de diligência e julga- mento na auditoria. 4. confidencialidade – segurança da informação. 5. independência – base para a imparcialidade da auditoria e obje- tividade das conclusões de auditoria. 6. abordagem baseada em evidências – método racional para chegar a conclusões de auditoria confiáveis e reprodutíveis em um processo de auditoria sistemática. A adesão aos princípios é um pré-requisito para o estabelecimento de resultados de auditoria que sejam relevantes e suficientes e permita que os auditores trabalhem independentemente para chegar a conclusões seme- lhantes em circunstâncias semelhantes. (ISO 19011: 2011). – 51 – Princípios da auditoria Figura 3.1 – Princípios da Auditoria da Qualidade Fonte: elaborada pelo autor. 3.1 Princípio da integridade A Integridade tem como base a honestidade, clareza, normas de propriedade, probidade na gestão dos recursos públicos e na gestão da instituição. Trata da idoneidade dos auditores, suas características de competência, honestidade, determinação, responsabilidade, na execução da auditoria de forma adequada, com imparcialidade, evitando possíveis influências por parte dos auditados. A integridade profissional inclui demonstrar justiça nos processos de tomada de decisão, agir no melhor interesse da empresa e de seus clientes e tratar os colegas com respeito. Ser uma pessoa de alta integridade sig- nifica consistentemente comportar-se de maneira ética em toda ação ou troca profissional. O princípio do profissionalismo é um padrão de con- duta pessoal de um profissional em suas atividades. Embora as diretrizes para comportamentos aceitáveis e esperados variem de setor para setor, Auditoria da Qualidade – 52 – os princípios pessoais geralmente se concentram em ética, código de con- duta, interações pessoais apropriadas e integridade no local de trabalho. Profissionais com princípios demonstram respeito pelos outros e evitam críticas severas ao trabalho de seus colegas. Esse profissional permite que outros tenham a oportunidade de falar e participar de debates no local de tra- balho e, cuidadosamente, considerar pontos de vista opostos antes de tomar decisões. A cortesia orienta um indivíduo nas interações pessoais, mesmo as contenciosas. Indivíduos respeitadores não divulgam confidências pessoais ou profissionais ou falam sobre os outros em termos depreciativos. Para o profissional de auditoria, além as competências técnicas e de experiências, se faz necessário a presença de características como um comportamento ético, que não buscar levar vantagens, não toma para si o crédito pelo trabalho dos outros ou deturpa seu próprio desempenho ou o da de sua empresa. Uma pessoa ética não possui comportamentos impróprios ou ilegais e se esforça para manter uma reputação impecável de honestidade e trabalho justo. Também atua com princípios, como res- ponsabilidade pelo resultado de seu trabalho, seu próprio desempenho e o desempenho das equipes que lidera. Esse profissional também reconhece erros ou deficiências, trabalha para corrigir problemas e situações inade- quadas, com o melhor de sua capacidade e não coloca a culpa indevida nos outros, não faz declarações falsas. É comprometido e dedica-se às suas responsabilidades de todas as formas possíveis. Isso inclui todos os esforços para fazer seu melhor trabalho, individualmente ou em equipe, e representa de forma positiva a empresa em ambientes públicos. É compro- metido com a profissão e evita conflitos de interesses reais ou aparentes
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