Buscar

Aterramento-MT

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 0 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
ATERRAMENTO ELÉTRICO - MEDIÇÕES 
 
Paulo Edmundo da F. Freire (paulofreire@paiolengenharia.com.br) 
 
Engo Eletricista e Mestre em Sistemas de Potência pela PUC-RJ 
Especialização em Aterramento e Interferências na SES, Montreal, Canadá 
Doutorando em Geologia/Geofísica pela Unicamp 
Diretor da PAIOL Engenharia 
 
1. MEDIÇÃO DE RESISTIVIDADE DO SOLO ................................................................. 1 
1.1 O TERRÔMETRO ......................................................................................................... 1 
1.2 MEDIÇÃO PELA TÉCNICA DE WENNER ................................................................... 2 
1.3 MODELAGEM DO SOLO ............................................................................................. 4 
2. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO ................................................. 10 
2.1 TÉCNICA DA QUEDA DO POTENCIAL .................................................................... 10 
2.2 TÉCNICA DA QUEDA DO POTENCIAL COM ALTA FREQUÊNCIA ........................ 15 
2.3 MEDIDORES DE “LOOP DE TERRA” ...................................................................... 19 
2.4 TESTES DE CONTINUIDADE EM ARMADURAS DE CONCRETO .......................... 23 
2.5 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 25 
ANEXO I.I - ANEXO D DA NBR-5410/2004 ..................................................................... 26 
ANEXO I.II - ANEXO F DA NBR-5419/2015 ..................................................................... 27 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 1 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
1. MEDIÇÃO DE RESISTIVIDADE DO SOLO 
 
A resistividade é o parâmetro mais importante na análise do comportamento elétrico do 
solo, sendo determinante do desempenho de eletrodos de aterramento à baixa frequência. 
Estudos e projetos de aterramento exigem o conhecimento da resistividade do solo, 
parâmetro este essencial para o cálculo de resistências de aterramento e de potenciais na 
superfície do solo. 
 
1.1 O TERRÔMETRO 
 
Para a medição de resistividades do solo utiliza um equipamento denominado 
"TERRÔMETRO", que é composto, basicamente, por uma fonte de tensão alternada, por um 
voltímetro e por um amperímetro, sendo que o mostrador do equipamento é calibrado para 
fornecer a relação entre a tensão e a corrente (resistência). O equipamento possui 4 bornes, 
que são interligados aos pontos de medição na superfície do solo através de quatro 
eletrodos, dois de corrente (C1 e C2) e dois de potencial (P1 e P2). 
 
A técnica de medição de resistividade do solo mais difundida para estudos de 
aterramento elétrico é o método de Wenner, que emprega quatro eletrodos de medição 
igualmente espaçados, cujo esquema básico de medições é apresentado na Figura 1.1. 
 
 
Figura 1.1: conFiguração Wenner para medição de resistividades aparentes do solo. 
 
1.1.1 Características dos Terrômetros 
 
O comportamento do solo em uma situação real de medição de resistividade pode ser 
aproximado por meio de um circuito equivalente, formado pela associação de cinco 
resistores, conforme ilustrado na Figura 1.2. As resistências de aterramento das hastes 
correspondem aos resistores C1, P1, P2, e C2. No que se refere à corrente injetada no solo, 
o medidor “vê” as resistências de C1 e C2 em série. A tensão entre as hastes de potencial 
será proporcional à corrente injetada, podendo ser simulada, portanto, pela resistência R, 
dependente apenas da resistividade aparente e do espaçamento. 
 
Esta modelagem desconsidera os efeitos de acoplamento indutivo entre os condutores 
de corrente e de tensão que são usualmente lançados paralelamente no solo, o que é válido 
para espaçamentos de medição inferiores a 32 metros. 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 2 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 
As normas genéricas de aparelhos de medição recomendam a utilização dos mesmos 
no terço superior da escala, e definem a classe de precisão estipulando um erro máximo em 
porcentagem do fim-de-escala, mas que se aplica a qualquer medição, isto é, uma medição 
de 2  usando a escala de 20  de um aparelho de classe 5 %, pode ter seu valor real entre 
1  e 3 . 
 
No caso específico de medidores de terra, o fabricante deve informar os valores 
máximos admissíveis de resistência de aterramento das hastes de medição. Os melhores 
equipamentos, além de informar estes valores para cada escala de medição, que 
usualmente são distintos para as hastes de corrente e de tensão, possuem alarmes que 
alertam o usuário quando as condições de medição estão fora da faixa admitida. 
 
No caso de não serem disponíveis as informações do fabricante quanto aos valores 
máximos de resistências das hastes de medição, é recomendável a realização de testes 
prévios, em bancada, com o auxílio de um circuito como o acima ilustrado, que proporcione o 
conhecimento das limitações do aparelho. 
 
No campo, caso o equipamento não possua um sistema de alarme de condição 
inadequada de medição, deve-se sempre medir, previamente, a resistência das hastes, o 
que pode ser feito com o próprio equipamento, antes de se iniciar os procedimentos normais 
de medição. No caso das hastes apresentarem resistências superiores aos valores máximos 
previamente determinados, pode-se tentar reduzir estas resistências por umidificação do 
solo, com maior profundidade de cravação, ou pela utilização de mais de uma haste em 
paralelo. 
 
 
Figura 1.2: circuito equivalente da medição WENNER. 
 
1.2 MEDIÇÃO PELA TÉCNICA DE WENNER 
 
As medições de resistividade do solo permitem a determinação de um modelo de solo, 
que consistirá na melhor representação possível do meio no qual estão imersos os eletrodos 
de aterramento, para efeito de cálculos de resistências ou para simulação digital. O modelo a 
ser obtido será limitado pela quantidade e qualidade das medições de resistividade do solo 
disponíveis, e pelos recursos a serem utilizados nos cálculos e simulações. 
 
C1 P1 P2 C2 
R 
TERRÔMETRO 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 3 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
O método de Wenner foi desenvolvido por Dr. Frank Wenner, do antigo U.S. Buerau of 
Standards (hoje NIST – National Institute of Standards and Technology), em 1915. Consiste 
na injeção de corrente entre dois eletrodos externos C1 e C2 e na simultânea medição da 
diferença de potencial entre os eletrodos internos P1 e P2 (Figura 1.3), com os quatro 
eletrodos alinhados e igualmente espaçados, cravados a uma profundidade que em geral, é 
uma pequena fração do espaçamento entre os eletrodos. 
 
O procedimento é realizado para diversos valores de espaçamento entre eletrodos (a), 
que normalmente obedecem à seguinte progressão geométrica: a = 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64m.... 
Tem-se, portanto, que para cada ponto de medição de resistividade do solo são efetuadas 
diversas leituras de resistência, correspondentes à variação do espaçamento entre eletrodos, 
que podem ser associadas à resistividade aparente do solo pela equação a = 2.a.R, onde 
o termo 2a, designado como fator geométrico, refere-se a distribuição de corrente em um 
hemisfério isotrópico. O parâmetro R é a resistência lida (em Ohms), dada pela relação entre 
a queda de tensão V e a corrente injetada I  R = V/I. 
 
As medições resultam em Tabelas de resistência x espaçamento entre eletrodos, que 
podem ser plotadas em gráficos. A partir das várias curvas resistência x espaçamentoentre 
eletrodos, para diversos pontos distribuídos pelo terreno em estudo, pode-se obter um 
modelo de solo estratificado em camadas, representativo de toda a área de interesse. 
 
É importante observar que, para um dado ponto de medição, os valores obtidos de 
resistividade aparente só serão coincidentes com a resistividade do solo, quando este 
apresentar resistividade uniforme desde a sua superfície até a profundidade correspondente 
ao espaçamento dos eletrodos. Na maioria dos casos práticos considera-se que as variações 
significativas da resistividade do solo no espaço ocorrem principalmente com a profundidade, 
sendo menos significativas as variações laterais. 
 
 
 
Figura 1.3: conFiguração de medição de resistividades aparente do solo pela técnica de 
Wenner e eixos para plotagem dos valores medidos. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 4 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
1.3 MODELAGEM DO SOLO 
 
O cálculo de resistências e potenciais no solo por meio de expressões simplificadas 
exige a disponibilidade de um modelo de solo uniforme. Ocorre que este modelo só será 
válido para áreas que apresentam solo de resistividade uniforme até uma profundidade 
razoável - no mínimo da ordem da maior dimensão dos eletrodos enterrados - situação não 
muito frequente. Normalmente existem múltiplas camadas de solo com diferentes 
resistividades. Variações laterais também ocorrem, principalmente devido à existência de 
camadas de solos inclinadas em relação à superfície, inclinações estas que são 
normalmente são pouco acentuadas, se levarmos em consideração as dimensões de 
interesse (área a ser abrangida pelos eletrodos de aterramento). 
 
A determinação do modelo do solo de uma determinada região exige a realização de 
medições de curvas de resistividade aparente para diversos pontos. As medições devem ser 
feitas num período seco e, se possível, com o local já terraplenado e compactado. Os dados 
obtidos com estas medições devem ser "filtrados", tendo em vista a eliminação de valores 
considerados atípicos, resultantes da influência de "acidentes" locais, tais como rochas ou 
condutores enterrados no solo, não representativos, portanto, do solo local. 
 
Para a obtenção de um modelo de solo estratificado em camadas horizontais paralelas 
utiliza-se um programa de computador, ao qual pode ser fornecida a curva média ou todos 
os valores medidos considerados bons. 
 
As duas alternativas resultam em diferentes modelo de solo, pois a “média” de uma 
nuvem de pontos obtida pelo programa é baseada em métodos matemáticos (como mínimos 
quadráticos, por exemplo) e em técnicas de otimização. A curva média obtida pelo programa 
utilizando recursos matemáticos sofisticados não será, necessariamente, mais representativa 
do que uma simples curva média aritimética ou geométrica. 
 
1.3.1 Dedução da Expressão Utilizada no Método de Wenner 
 
Seja o eletrodo pontual A, colocado à superfície de um meio homogêneo e semi-
infinito, onde é injetada uma corrente I. A difusão de corrente a partir deste eletrodo se faz 
radialmente, sendo a densidade de corrente à distância x do mesmo dada pela expressão: 
 
J
I
S
I
x
 
2 2. . 
 I 
 P 
 
 A 
 
 x 
 
 
A diferença de potencial entre dois pontos radiais e espaçados de dx é dada por dV = 
.J dx, e do eletrodo até a distância x será dada pela expressão: 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 5 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
V Jdx
I
x
dx
x x
    
. .
. .0 20 2
 sendo  e I constantes, tem-se V
I
x
 


.
. .2
. 
 
Se considerarmos quatro eletrodos A, B, C e D alinhados e injetarmos uma corrente I 
entre A e D teremos o arranjo de Wenner: 
 
 +I -I 
 
 
 A B C D 
 a 
 
É possível calcular a diferença de potenciais entre B e C a partir da seguinte 
expressão: 
V V V
I
AB
I
BD
I
AC
I
CD
BC B c    

 








.
. .
.( )
. .
.
. .
.( )
. .2 2 2 2 
 
No caso particular do espaçamento constante entre eletrodos AB BC CD a   , a 
expressão VBC reduz-se a: 
V
I
a
BC 


.
. .2 sendo a resistência dada, então, por R
V
I a
BC
BC 

2. .
. 
 
Verifica-se, a partir desta dedução, que esta expressão é aplicável sempre que os 
eletrodos de medição puderem ser considerados pontuais, o que ocorre quando a 
profundidade de cravação (p) for muito menor do que o espaçamento entre eletrodos (a), ou 
seja: p << a. 
 
1.3.2 Modelo de Resistividade de Duas Camadas 
 
Um modelo de resistividade estratificado em duas camadas paralelas, conforme 
apresentado na Figura 1.4, é definido pelos parâmetros: 
 1 = resistividade da camada superior com espessura h, e 
 2 = resistividade da camada inferior com profundidade infinita. 
 
A expressão que define o potencial de um ponto da superfície do solo devido à uma 
injeção de corrente por um eletrodo pontual assume a seguinte forma: 
 
 I 
 P 
 
 
1 h r 
 
2 
 
V
I
r
k
nh r
p
n
n
 













1
2
1 2
12
1 2
1 2
.
. . ( / )
/
 
onde K = coeficiente de reflexão na interface entre 
as duas camadas de solo 
K 


 
 
2 1
2 1 
. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 6 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
O somatório da quatro parcelas que definem a diferença de potenciais entre os 
eletrodos P1 e P2 de uma medição pela técnica de Wenner (com espaçamento a) resulta na 
expressão: 
   V
I
a
k n h a n h an
n
  

 

  

 














 





1 2
1
2
1
12
1 4 1 2 4 2
.
. .
. . / . . /
 
 
Desta fórmula obtém-se a expressão que exprime a resistividade aparente do solo, 
válida para a medição realizada com o espaçamento a: 
     a a
V
I
k n h a n h an
n
   

 

  

 














 


2 1 4 1 2 4 21
2
1
2
1
1
. . . . . / . . /

 
 
A divisão a/1 resulta na expressão que define as curvas de solos estratificados em 
duas camadas. 
 
Se considerarmos os solos que possuem a primeira camada com parâmetros unitários 
(1 = 1.m e h = 1m.) podemos construir as curvas padrão de solos estratificados em duas 
camadas, definidas por Tagg (Gráfico 1.1), pela plotagem da família de curvas -1 < k < 1, nos 
eixos a/1 e a/h. 
 
O ajuste da curva média de resistividades aparentes medidas, plotada em uma escala 
bilogarítimica, sobre um conjunto de curvas padrão traçadas na mesma escala, permite a 
obtenção, por meio gráfico, da estratificação do solo em um modelo de duas camadas. Este 
ajuste é obtido pelo deslocamento da curva medida sobre o conjunto padrão, com a 
movimentação nos eixos horizontal e vertical, até que se consiga o melhor casamento 
possível entre as curvas (Gráfico 1.2), método este que pressupõe considerações subjetivas 
quanto à escolha da "melhor curva". 
 
A plotagem das curvas de Tagg em escala bilogarítimica está associada à 
representação pela função: 
 ln(a/1) = F[ln(a/h)]. 
 
A coordenada de um ponto pertencente a uma das curvas padrão, com parâmetros 
unitários para a primeira camada do solo, será: 
 y = ln a - ln 1 = ln a --> no eixo Y 
 x = ln a - ln 1 = ln a --> no eixo X 
 
Os casos em que 1 e/ou h não são unitários justificam, portanto, a translação vertical 
(de -ln1) ou horizontal (de -lnh) das curvas. 
 
A estratificação do solo em um modelo de duas camadas pode ser também obtida por 
métodos numéricos, utilizando o ajuste das curvas pelo processo iterativo dos mínimos 
quadrados, com correções diferenciais, o que elimina a subjetividade da comparação por 
superposição de curvas e torna mais rápida e precisa a modelagem. A equação das curvaspadrão demonstra que a resistividade aparente é função da resistividade e da espessura da 
camada superior do solo, e do coeficiente de reflexão, ou seja, a = F(1,k,h). 
 
O objetivo é a obtenção dos valores de 1, k e h que minimizam o somatório: 
[ ( , , )]Y F k hj j
i i i
j
 1
2
, onde 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 7 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 Yj = valores medidos e 
 F k hj
i i i( , , )1 = valores calculados em cada iteração i. 
 
A partir dos valores iniciais estimados de 1, k e h, o processo iterativo gera novos 
valores para estas variáveis, encerrando-se quando  < tolerância admitida, calculada a partir 
das variações   1, ,k hentre iterações consecutivas com a seguinte expressão: 



  
  1
1
k
k
h
h
 
 
Este programa constitui-se em uma excelente ferramenta para a estratificação do solo 
em um modelo de duas camadas, quando o resultado das medições evidencia este tipo de 
solo. 
 
 
NÍVEL DO SOLO 
H 2 =  
H 1  1  (  .m) 
 2  (  .m) 
 
Figura 1.4: modelo de solo de dupla camada. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 8 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 
Gráfico 1.1: curvas padrão para a estratificação de solos em um modelo de duas 
camadas. 
 
1.3.3 Modelo de Resistividade de Três Camadas 
 
A classificação qualitativa de Telford é feita com base nos valores de resistividade do 
modelo de 3 camadas: 
 curva tipo H – apresenta um valor mínimo (ρ1 > ρ2 < ρ3); 
 curva tipo K – apresenta um valor máximo (ρ1 < ρ2 > ρ3); 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 9 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 curva tipo A – apresenta valores de resistividade crescentes (ρ1 < ρ2 < ρ3); 
 curva tipo Q – apresenta valores de resistividade decrescentes (ρ1 > ρ2 > ρ3); 
 
Para classificar uma curva de 3 camadas, toma-se o tipo que corresponde as três 
primeiras camadas, seguido do tipo que corresponde às 2ª, 3ª e 4ª camadas, seguido do tipo 
que corresponde às 3ª, 4ª e 5ª camadas, e assim por diante. Por exemplo, uma curva ρ1 > ρ2 
< ρ3 > ρ4 > ρ5 é classificada como tipo HKO. 
 
Caso a curva de resistividades aparentes seja característica de um solo de três ou 
mais camadas, e na falta de melhores recursos (curvas padrão ou programa computacional), 
pode-se eliminar uma ou mais medidas ou fazer a estratificação por etapas (Gráfico 1.2). 
 
Cabe observar que o procedimento aparentemente conservativo de se desprezar as 
camadas intermediárias de mais baixa resistividade, de forma que as medições restantes 
permitam a caracterização de um modelo de resistividade em duas camadas, pode levar a 
uma estimativa mais otimista da resistividade da camada mais profunda. 
 
a) 
 
b) 
Gráfico 1.2: ajuste gráfico da curva média de resistividades aparentes sobre as curvas 
padrão (a) e modelagem por etapas em um modelo de três camadas (b). 
 
 
Gráfico 1.3: aproximação de modelos característicos de três camadas por modelos em 
duas camadas. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 10 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
2. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO 
 
A resistência vem a ser o parâmetro básico de avaliação de um aterramento, sendo 
que a sua medição visa a confirmação de valores de projeto, o levantamento de dados para 
a realização de estudos, ou a verificação da integridade dos eletrodos enterrados. 
 
Foram desenvolvidas algumas tecnologias para medição de resistências de 
aterramento, considerando a diversidade de conFigurações que sistemas de aterramento 
podem apresentar, dentre as quais merecem ser citadas: 
 malhas ou grupo de eletrodos de pequenas dimensões (no máximo com algumas dezenas 
de metros) - tipicamente aterramentos de pequenas subestações ou de instalações de 
pequeno porte; 
 malhas de aterramento de instalações de porte - grandes subestações ou instalações 
industriais; 
 sistemas multiaterrados - redes telefônicas (blindagem dos cabos e mensageiro), redes de 
distribuição (blindagem dos cabos e fio neutro), redes captoras de descargas atmosféricas 
com muitas descidas, pára-raios de linhas de transmissão etc. 
 
Nos dois primeiros casos aplica-se, usualmente, a técnica da queda de potencial. O 
princípio de aplicação deste método, envolve a injeção de uma corrente de teste entre a 
malha a ser medida e um eletrodo auxiliar de corrente, e a realização de uma série de 
medições de tensões entre a malha e um eletrodo auxiliar de potencial. 
 
Para o primeiro caso a utiliza-se o aparelho “Terrômetro”, acionado por uma fonte 
portátil de tensão contínua (bateria ou pilhas). No segundo caso a medição não pode ser 
feita com o auxílio do Terrômetro, que não dispõe de fonte com potência suficiente, fazendo-
se necessária a aplicação de um curto-circuito controlado para a terra e a utilização de 
malhas de medição auxiliares em locais remotos. 
 
Para os sistemas extensos multiaterrados existem duas tecnologias. A primeira, como 
as anteriores, faz uso da técnica da queda de potencial, porém utiliza um tipo especial de 
Terrômetro que opera com frequência elevada (da ordem de dezenas de kHz), sendo 
tipicamente aplicável para a medição de resistências de pés de torres de linhas de 
transmissão. As torres são interligadas pelos cabos pára-raios, porém a injeção de uma 
corrente de medição de alta frequência faz com que a maior parte desta corrente dissipe-se 
para o solo pelo aterramento da torre que está sendo medida, sendo a sua circulação para 
as demais torres da linha de transmissão limitada pela elevada impedância do cabo pára-
raios para a frequência de medição. A segunda tecnologia para a medição de aterramentos 
extensos multiaterrados utiliza um equipamento denominado pelos fabricantes “Ground 
Tester”, que mede “loops de terra”. 
 
2.1 TÉCNICA DA QUEDA DO POTENCIAL 
 
A Figura 2.1 apresenta a conFiguração para medição de resistências de aterramento 
pelo método da queda de potencial, utilizando um Terrômetro. No texto que se segue o 
termo "malha" designa o elemento cuja resistência deve ser medida, e o termo "eletrodo" 
designa os elementos auxiliares de medição. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 11 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 
Figura 2.1: conFiguração para medição de resistências de aterramento pelo método da 
queda de potencial. 
 
Para as medições de resistências de aterramento pelo método da queda de potencial, 
o eletrodo de potencial é deslocado em uma série de pontos dispostos na superfície do solo, 
ao longo da reta que une a malha de aterramento e o eletrodo de corrente, com 
afastamentos crescentes em relação à malha, objetivando a detecção da elevação de 
potencial da malha em relação à terra remota (potencial zero) devido à corrente de teste. 
 
A realização desta medição exige alguns cuidados especiais em relação ao 
espaçamento entre a malha e o eletrodo de corrente, que devem estar distantes o suficiente 
para que não ocorra a sobreposição das respectivas áreas de influência, conforme ilustrado 
na Figura 2.2. O correto afastamento entre estes elementos, dá origem à formação de um 
patamar de potencial zero (terra remota) entre os mesmos. 
 
O eletrodo de potencial deve ser deslocado em relação ao aterramento sob medição, 
até a estabilização dos valores de resistência medidos, o que significa que a terra remota (o 
patamar de potencial zero) foi atingida. A Figura 2.3 apresenta as curvas típicas de medição 
de resistência de aterramento pelo método da queda de potencial, em função do arranjo dos 
eletrodos decorrente e de potencial. 
 
A curva A corresponde a uma medição na qual a malha e o eletrodo de corrente estão 
suficientemente espaçados para assegurar a formação de um patamar, que corresponde ao 
valor da resistência de aterramento. A curva B representa um resultado típico de medição 
efetuada com espaçamento insuficiente entre malha e eletrodo de corrente, em que a não 
formação do patamar impossibilita a identificação do valor da resistência de aterramento. 
Neste caso, é possível o deslocamento do eletrodo de potencial em sentido contrário ao do 
circuito de corrente, o que permite a formação de um patamar, conforme ilustra a curva C. 
 
É muito comum, em instalações já existentes, a ocorrência de elementos metálicos 
enterrados próximos ao eletrodo sob medição, tais como tubulações metálicas, ferragens de 
fundações e outros aterramentos próximos. Estes elementos, apesar de não estarem 
interligados à malha, alteram a distribuição das equipotenciais ao seu redor, o que pode 
resultar na formação de patamares que não correspondem ao valor da resistência de 
aterramento da malha. Este tipo de patamar é formado devido ao deslocamento do eletrodo 
de potencial ao longo de uma equipotencial formada pelo elemento metálico enterrado. 
Desta forma, para a escolha da direção de deslocamento do eletrodo de potencial, é 
importante a obtenção de informações relativas, não somente à geometria da malha, como 
também, ao posicionamento dos principais elementos metálicos enterrados próximos. 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 12 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 
O método da queda de potencial permite que o deslocamento do eletrodo de potencial 
possa ser efetuado ao longo da mesma direção do circuito ou em outra direção qualquer. 
Disposições alternativas correspondem ao deslocamento do eletrodo de potencial em 
direção perpendicular ou oposta com relação ao circuito de corrente, objetivando a 
eliminação do acoplamento indutivo entre os circuitos de medição (de corrente e de tensão). 
Entretanto, as interferências nas medições devido a este acoplamento são desprezíveis para 
pequenos espaçamentos, somente tornando-se significativas em medições de grandes 
malhas de aterramento, quando esta técnica de medição é utilizada com a injeção de 
corrente em lugar do Terrômetro. 
 
 
Figura 2.2: perfis de potenciais na superfície do solo para arranjos de eletrodos corrente 
com (b) e sem (a) acoplamento resistivo mútuo. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 13 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 
Figura 2.3: curvas típicas de medição de resistências de aterramento, em função da 
localização dos eletrodos auxiliares. 
 
2.1.1 A Distância Padrão de 62% 
 
Frequentemente os manuais de medição de resistências de aterramento pelo método 
da queda de potencial recomendam que as leituras se façam com o eletrodo de medição de 
potencial cravado no solo a uma distância de 62% do espaçamento entre a malha e o 
eletrodo auxiliar de corrente, contados a partir da primeira. 
 
Recordando que o potencial em um ponto da superfície do solo, distante x unidades de 
espaço de uma fonte pontual de corrente I (onde  e I são constantes) pode ser calculado 
pela expressão: V
I
x
 


.
. .2
. 
 
Se considerarmos a malha m, cuja resistência desejamos medir, e os eletrodos p e c 
alinhados, e injetarmos uma corrente I entre m e c teremos o seguinte arranjo: 
 +I -I 
 
 
V V
I
D
m I 


.
. .2 , 
 m p c 
 d1 d2 
 
 D 
onde VI é o potencial da malha com relação ao terra remoto devido à injeção de I. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 14 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
O potencial no ponto p é determinado pela soma de duas parcelas de tensão, 
resultantes das injeções de corrente I nos pontos m e c, conforme a expressão abaixo: 
V
I
d
I
d
I
d
I
D dp
   









.
. .
.
. .
.
. .
.
. . ( )2 2 2 21 2 1 1 . 
 
O potencial no solo medido pelo terrômetro será: 
V V V V
I
D
I
d
I
D d
m p I     







.
. .
.
. .
.
. .( )2 2 21 1 . 
 
Porém, se p está localizado no terra remoto entre os pontos m e c, então V = VI, logo: 
V V
I
D
I
d
I
D d D d D d
I    

    







.
. .
.
. .
.
. .( )2 2 2
0
1 1 1
1 1 1 1 
 
Tem-se, então, a equação do segundo grau d D d D1
2
1
2 0  . , cuja solução resulta 
que d
D
D1
5 1
2
0


( )
,62 . 
 
Esta solução significa que o patamar da curva de resistências medida pela técnica da 
queda de potencial, que caracteriza o valor da resistência de aterramento da malha sob 
medição, está localizado a uma distância de 62% do espaçamento entre a malha e o 
eletrodo auxiliar de corrente, sendo válida apenas sob as seguintes condições: 
 a malha deve estar bastante distante do eletrodo auxiliar de corrente, o suficiente para que 
não ocorram efeitos de acoplamento resistivo mútuo entre os mesmos; e 
 o solo deve ser ideal, uniforme e homogêneo, sem nenhuma estrutura que possa interferir 
na circulação de correntes (seja enterrada ou aérea, porém multiaterrada). 
 
2.1.2 Aspectos Relativos ao Posicionamento dos Eletrodos de Medição 
 
A colinearidade dos eletrodos de corrente e potencial é um requisito básico dos 
diversos sistemas de medição de resistividade do solo, que envolvem a injeção de corrente 
no solo entre dois eletrodos e a determinação da resistividade média do solo dos diversos 
"caminhos" percorridos pela corrente na região entre os eletrodos. Quando os eletrodos de 
corrente estão próximos, apenas os "caminhos" superficiais são incluídos. Quando estão 
longe, regiões cada vez mais profunda do solo vão sendo incluídas no processo. Esta 
geometria longitudinal da medição, exige o alinhamento dos eletrodos de corrente e de 
potencial, caso contrário mede-se diferenças de potencial em um caminho diferente do 
caminho principal de percurso da corrente injetada no solo. 
 
Este requisito de colinearidade dos eletrodos de teste, é frequentemente extrapolado 
para a medição da resistência de aterramento, que tem uma geometria semi-esférica e não 
longitudinal. Na medição da resistência de terra, o circuito de corrente injeta corrente na 
malha, que difunde-se no solo em todas as direções, aproximadamente dentro de uma semi-
esfera (se o solo for relativamente uniforme). Deseja-se medir a elevação de potencial de 
terra da malha até a Terra Remota, resultante da injeção de corrente. A elevação de 
potencial medida dividida pela corrente injetada, estabelece o valor de resistência da malha. 
A Terra Remota, teoricamente é qualquer lugar alem de um circulo imaginário, bem distante 
das bordas da malha. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 15 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
Como não há nenhuma direção previlegiada para se medir a elevação de potencial, 
não existe qualquer obrigatoriedade de colinearidade dos eletrodos de potencial e de 
corrente. As medições feitas por Eleck em malhas com valores ohmicos menores que um 
ohm, exigiam que houvesse perpendicularidade entre os circuitos de corrente e de potencial, 
com o objetivo de minimizar o efeito indutivo da corrente de medição sobre o circuito de 
medição de potencial. 
 
Tem-se, ainda, que se os circuitos de corrente e potencial estiverem em linha, a 
medição de potencial até a Terra Remota pode ser completamente alterada pela injeção de 
corrente no solo nas imediações do eletrodo de corrente, onde ocorre uma elevação de 
potencial no solo de polaridade contrária daquela criada pela malha, na outra extremidade do 
circuito de corrente.Este fato dificulta a formação de um patamar de tensão quando a 
medição de resistência de aterramento é realizada com os circuitos de corrente e tensão 
alinhados, ao contrário do que ocorre quando os circuitos de corrente e potencial são 
dispostos em direções perpendiculares, ou inclinadas. 
 
O processo de medição pode ser assim resumido: 
 colocação da haste auxiliar de corrente num ponto distante (em relação à dimensão da 
malha); 
 medição da resistência em 3 pontos intermediários ao longo da distância malha-haste de 
corrente (deslocamento da haste de 10% em torno de um ponto localizado entre 60% e 
70% desta distância); 
 se não é detectado um patamar, aumenta-se a distância, com o deslocamento da haste de 
corrente para uma nova posição e repete-se o processo até que o patamar seja observado 
(quando registra-se o valor da resistência medida); 
 passa-se, então, a deslocar a haste de potencial numa direção aproximadamente 
ortogonal (ou inversa, dependendo das restrições locais), mantendo a haste de corrente 
na posição original. 
 
Adotando-se as mesmas distâncias para a haste de potencial em relação à malha 
usadas no caso da medição de sucesso na direção anterior, a resistência medida deve ter 
valor aproximadamente igual à medida naquele caso. Se isto não ocorrer, é recomendável 
escolher outra direção para a colocação da haste de corrente e repetir todos os passos 
anteriores. 
 
2.2 TÉCNICA DA QUEDA DO POTENCIAL COM ALTA FREQUÊNCIA 
 
Esta metodologia utiliza o método convencional de medição de resistência de 
aterramento pela queda de tensão, sendo aplicada, porém, com os eletrodos de corrente 
posicionados “relativamente próximos” à base da torre, uma vez que a alta-frequência 
restringe a área de circulação de corrente no solo. O levantamento da curva de resistência 
de aterramento em função da distância do eletrodo de potencial é feito da mesma maneira 
que na medição com baixa frequência. 
 
Essa metodologia pode ser utilizada para a medição de instalações energizadas, sendo 
aplicável a aterramentos de instalações não muito grandes, tais como torres de linhas de 
transmissão ou de aerogeradores, sites de telecomunicações, malhas de subestações de 
sub-transmissão ou de distribuição. Apresenta, ainda, a vantagem de ser aplicável a locais 
com pouca área disponível para lançamento dos circuitos de corrente e de potencial, em 
virtude da menor distância requerida para a cravação do eletrodo remoto de corrente. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 16 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
O instrumento de medição deve possuir um módulo gerador de sinal de alta-freqüência 
(algumas dezenas de kHz), com sinais de corrente da ordem de algumas dezenas de mA, 
controlado por um cristal que dê estabilidade à freqüência. Filtros seletivos são necessários 
para eliminar o efeito das correntes parasitas de freqüência industrial presentes no solo. É 
recomendável que o instrumento permita a medição mesmo com altos valores de resistência 
dos eletrodos auxiliares. 
 
São os seguintes os componentes do circuito de medição com alta-freqüência (Figura 
2.4): 
 n1 RR  e n1 LL  - partes resistiva e indutiva da impedância do circuito formado pelos 
cabos de aterramento que acompanham as linhas de média-tensão; 
 n1 RatRat  - resistências dos aterramentos das torres de aerogeradores; 
 mR e mL - partes resistiva e indutiva da impedância de aterramento da torre sob ensaio; 
 cRE e cLE - partes resistiva e indutiva da impedância do cabo de interligação com o 
eletrodo de corrente; 
 cRatE - resistência de aterramento do eletrodo de corrente; 
 pRE e pLE - partes resistiva e indutiva da impedância do condutor de interligação com o 
eletrodo de potencial; 
 pRatE - resistência de aterramento do eletrodo de potencial; 
 C1, C2, C3 - banco de capacitores que pode ser utilizado para compensar a parte reativa 
do circuito de injeção de corrente. 
 
Este último banco de capacitores é necessário, de modo a compensar a indutância 
série do cabo de interligação com o eletrodo remoto de corrente, que introduz uma elevada 
impedância em série com a malha a ser medida. A Figura 2.5 ilustra o fato que esta medição 
é aplicável apenas à malhas que não sejam muito grandes, pois a corrente de alta-
frequência restringe a sua circulação na malha às proximidades do ponto de injeção. 
 
A prática de medição com terrometros de baixa-frequência (tipicamente da ordem de 
centos e poucos Hz) revela que o eletrodo remoto de corrente precisa ser cravado a uma 
distância de 5 a 10 vezes a maior dimensão da malha a ser medida, para que se obtenha o 
necessário desacoplamento dentre estes dois pontos de aterramento. Com a injeção de uma 
corrente de alta-frequência esta distância pode ser reduzida, uma vez que a área de 
influência do aterramento é função inversa da raiz da frequência da corrente nele injetada. 
 
A Figura 2.6 ilustra o procedimento de medição da resistência de uma torre de linha de 
transmissão, que é o mesmo utilizado no método da queda de potencial. A Figura 2.7 ilustra 
a curva de resistências aparentes medida entre o eletrodo de potencial e a base da torre. A 
região do patamar caracteriza a resistência da base da torre para uma injeção de corrente de 
alta-frequência. Se este patamar não for formado, então tem-se que afastar o eletrodo de 
corrente remoto e recomeçar a medição. A Figura 2.8 ilustra o arranjo dos circuitos de 
medição, espaçados de modo a reduzir o efeito de acoplamento entre os mesmos, que é 
amplificado pela alta-frequência da corrente de teste. 
 
Em solos com resistividade elevada o eletrodo de corrente pode apresentar elevada 
resistência de aterramento, sendo recomendável a relação máxima 100:1 entre as 
resistências das malhas a ser medida e auxiliar. Se necessário pode-se obter a redução da 
resistência do eletrodo auxiliar pelo aumento da sua área (por meio do uso de um eletrodo 
composto por um grupo de subeletrodos), pelo aumento da profundidade e/ou pela 
diminuição da resistividade local com a adição de água, se possível salgada. 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 17 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 
 
Figura 2.4: esquema simplificado da medição com alta-freqüência. 
 
 
Figura 2.5: medição com injeção de corrente de alta-freqüência – apenas parte da malha 
“enxerga” a corrente injetada. 
 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 18 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 
Figura 2.6: procedimento de medição com injeção de corrente de alta-freqüência. 
 
 
Figura 2.7: curva de resistências aparentes medida pelo eletrodo de potencial. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 19 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 
Figura 2.8: separação mínima entre os eletrodos de corrente e de tensão, para que não 
ocorram interferências entre as linhas de corrente e de tensão. 
 
2.3 MEDIDORES DE “LOOP DE TERRA” 
 
2.3.1 Princípio de Funcionamento 
 
O princípio de funcionamento deste medidor consiste em um gerador CA que aplica 
uma tensão numa bobina com N espiras, cujo núcleo ferromagnético envolve um circuito 
fechado, que vem a ser a única espira do secundário de um transformador com relação N:1. 
A tensão aplicada na bobina produzirá no circuito fechado uma força eletromotriz (f.e.m) 
conhecida. O uso de uma outra bobina com M espiras, permite a medição da corrente que 
circula neste circuito secundário de uma única espira (Figura 2.9). 
 
A soma das resistências Rx + Rc pode ser obtida pela relação entre a tensão gerada e 
a corrente circulante. Quando Rc representar um conjunto de eletrodos emparalelo 
(condição característica de sistemas multiaterrados), pode -se considerar que Rx >> Rc. 
Nesta condição tem-se que o instrumento indicará um valor conservativo (um pouco mais 
alto) para a resistência de aterramento Rx a ser medida. 
 
A Figura 2.10 representa um sistema multiaterrado, sendo o circuito elétrico 
correspondente ilustrado na Figura 2.11. Neste circuito, o conjunto de eletrodos R1, R2, 
....Rn, substitui Rc da Figura 2.10. Quando se aplica uma tensão E no eletrodo Rx através de 
um transformador especial sobre o solenóide, circula uma corrente I através do circuito 
secundário. A Tabela 2.1 apresenta a equação deste circuito, assim como a condição a ser 
atendida de modo que se possa admitir Rx = E/I. 
 



n
1k k
x
1
1
R
R
I
E
 



n
1k k
x
1
1
R
R
 
Tabela 2.1: equações que estabelecem as relações de tensão e corrente na medição com 
o “alicate terrômetro”. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 20 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 
Figura 2.9: princípio de funcionamento do terrômetro alicate. 
 
 
Figura 2.10: sistema formado por cabo terra multiaterrado de linha de média tensão. 
 
 
Figura 2.11: circuito elétrico correspondente do sistema ilustrado na Figura 2.15. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 21 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
2.3.2 Aplicação do Medidor 
 
As normas NBR-15.749/2009 - Medição de Resistência de Aterramento e de Potenciais 
na Superfície do Solo em Sistemas de Aterramento e a revisão de 2011 do USA National 
Electrical Code, Section 250, regulamentaram o uso deste tipo de medidor. 
 
A maioria dos medidores deste tipo se apresenta como um alicate cuja pinça tem dois 
núcleos partidos dimensionados para envolver o rabicho de aterramento (Figura 2.12). Um 
dos núcleos gera a f.e.m que por sua vez produz a corrente que circula no circuito, e o outro 
é um transformador de medida de corrente. Para atenuar as interferências provocadas pela 
presença de tensões espúrias, os alicates geralmente trabalham com freqüências de 
medição diferentes da freqüência industrial (tipicamente entre 1,5 e 2,5 kHz) e tem filtros 
adequados. 
 
A aplicação deste equipamento exige que sejam cumpridas as seguintes premissas: 
 para a medição de resistência de aterramento é necessária a disponibilidade de circuito 
fechado (laço) incluindo à resistência do aterramento que se deseja medir, sendo que a 
resistência do circuito que fecha o laço deve ser muito menor que a resistência do 
aterramento sob medição; 
 a distância entre o aterramento sob medição e o mais próximo dos aterramentos que 
fecham o laço deve ser suficientemente grande para que as respectivas zonas de 
influencia não apresentem sobreposição; 
 a resistência do aterramento sob medição deve ser percorrida pela totalidade da corrente 
injetada. 
 
Este tipo de equipamento, além de funcionar como alicate amperímetro (“true RMS”), 
usualmente serve também para a medição de correntes de fuga em rabichos de aterramento, 
permitindo os seguintes tipos de medições: 
 resistências de aterramento em sistemas multiaterrados, tais como redes telefônicas 
(blindagem dos cabos e mensageiro), redes de distribuição (blindagem dos cabos e fio 
neutro), pára-raios de linhas de transmissão etc.; e 
 testes de continuidade em instalações com elementos multiaterrados, tais como redes 
captoras de descargas atmosféricas com muitas descidas e estruturas metálicas longas 
(“pipe/cable racks”, esteiras transportadoras) ou em quadros de distribuição e em circuitos 
elétricos em geral. 
 
O equipamento mede a resistência total do “loop”, que inclui a resistência do 
aterramento que desejamos medir (Rx) ligada em série com a resistência equivalente de 
todo os demais aterramentos interligados, conforme ilustrado na Figura 2.13. Considera-se 
que Rx >> Reqv, e que este último pode ser considerado quase nulo. Aproxima-se, portanto, 
a resistência a ser medida por toda a resistência do “loop” de terra, valor este que é 
adequado para efeito de avaliação e como teste de continuidade do sistema. 
 
Caso o “loop” seja metálico, ou seja, não envolva a circulação de corrente pela terra, e 
sim apenas por condutores ou estruturas metálicas, a medição presta-se para a avaliação de 
continuidade elétrica dos condutores e das conexões. 
 
Um exemplo deste tipo de aplicação vem a ser o teste do sistema de aterramento e de 
proteção contra descargas atmosféricas ilustrado na Figura 2.14, que pode ser aplicado 
também a rabichos de aterramento de estruturas metálicas e em condutores de proteção 
lançados em calhas ou em dutos de redes de distribuição de energia. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 22 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
Os valores medidos em “loops” metálicos devem ser sempre baixos (R<1), podendo 
chegar a poucos Ohms quando envolvem grandes espiras (da ordem de dezenas de 
metros). Resistências da ordem de dezenas ou centenas de Ohms denotam conexões 
deficientes. Resistências superiores a 1k indicam provável seccionamento do cabo ou 
conexão aberta/isolada. 
 
Em um quadro de distribuição pode ser testada a continuidade dos diversos condutores 
de interligação com aterramentos que convergem para a barra de terra, tais como neutro do 
alimentador geral, rabicho do aterramento local e outros condutores de ligação equipotencial 
(aterramentos de pára-raios, estruturas metálicas, tubulações, DG de telefonia etc.). 
 
Os fios terra de circuitos de alimentação de equipamentos eletrônicos, ao contrário dos 
condutores multiaterrados devem apresentar circuito aberto quando medidos com o “Ground 
Tester”. Este resultado justifica-se pelo fato que estes condutores devem ser radiais, com um 
único ponto de interligação com a malha, de modo a não formarem “loops de terra” que 
possam dar origem à circulação de correntes por indução ou em condições transitórias 
(tipicamente quando da queda de raios). 
 
 
Figura 2.12: medidor de “loop de terra” tipo alicate (Ground Tester). 
 
 
V
I
Rx
Rii
n
 

1
1
1
, sendo Rx
Rii
n


1
1
1
 
Figura 2.13: medição de resistência de aterramento em sistema multiaterrado. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 23 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
 
 
Figura 2.14: teste de continuidade em “loop” metálico de spda. 
 
2.4 TESTES DE CONTINUIDADE EM ARMADURAS DE CONCRETO 
 
O ensaio de continuidade de armaduras de concreto é importante para comprovar que 
essas armaduras podem ser utilizadas como constituintes da gaiola de Faraday, para efeito 
da proteção contra descargas atmosféricas, em especial quando essa utilização não foi 
prevista antes da fase de execução da estrutura de concreto. 
 
O item 5.1.2.5.5 da NBR-5419/2005, apresenta o seguinte texto: “Para as edificações 
de concreto armado existentes poderá ser implantado um SPDA com descidas externas ou, 
opcionalmente, poderão ser utilizadas como descidas as armaduras do concreto. Neste 
último caso devem ser realizados testes de continuidade e estes devem resultar em 
resistências medidas inferiores a 1. As medições deverão ser realizadas entre o topo e 
base de alguns pilares e também entre as armaduras de pilares diferentes, para averiguar a 
continuidade através de vigas e lajes. As medições poderão ser realizadas conforme o anexo 
E.” 
 
A norma NBR-5419 não especifica o instrumento a ser utilizado neste ensaio, 
sugerindo a utilização do microhmímetro. A utilização de equipamento de medição tão 
sensível não visa a precisão, e sim está associada à magnitude da corrente que estes 
equipamentos são capazes de injetarno circuito a ser medido. É recomendável limpar as 
superfícies de contato do ferro antes da medição com uma lixa, caso a corrosão do ferro não 
tenha sido removida na própria operação de quebrar a cobertura de concreto. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 24 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
2.4.1 Teste Qualitativo com Máquina de Solda 
 
Do ponto de vista prático, a utilização de uma máquina de solda para verificar a 
continuidade elétrica das armaduras da construção vem a ser uma alternativa. Neste teste 
promove-se o curto-circuito da máquina de solda sobre a armadura, entre os pontos a 
ensaiar, e mede-se a tensão aplicada e a corrente resultante. 
 
A própria operação de solda normalmente constitui uma prova de que a armadura 
selecionada é adequada para servir como ponto de aterramento, desde que o terminal de 
terra da máquina de solda seja ligado num ponto remoto da armadura, (em outro pilar, ou 
outro andar). Na realidade, a presença de uma resistência no circuito exterior, acima de um 
limite muito limitado, apaga o arco. 
 
A verificação da continuidade com uma máquina de solda elétrica é adequada somente 
quando não se requer apenas de uma avaliação qualitativa, sem a necessidade de emissão 
de um laudo de medição. Este ensaio baseia-se na seguinte seqüência básica de 
procedimentos: 
 imposição da circulação de uma corrente elétrica entre os dois pontos da ferragem em que 
se deseja fazer o teste de continuidade (utilizando o transformador monofásico da 
máquina de solda como fonte de corrente alternada sem referência interna de potencial); 
 leitura da corrente de ensaio e da tensão aplicada ao circuito; e 
 elaboração de cálculos simples, que estabeleçam os limites entre os quais se situa o valor 
do módulo da impedância da ferragem entre os dois pontos de medição. 
 
De maneira geral a determinação da impedância entre os dois pontos da ferragem é 
difícil, em virtude da dificuldade de medir a parcela da tensão que é aplicada à armadura 
(descontando-se, portanto, a queda de tensão no circuito de injeção de corrente). Pode-se 
calcular, porém, com segurança, valores limites para a impedância da armadura a ensaiar, 
em função dos parâmetros do circuito de ensaio. A análise destes parâmetros permite 
restringir o afastamento dos valores limites. 
 
Para exemplificar, em um ensaio com máquina de solda em um prédio, foram obtidas 
leituras de tensão em vazio e corrente de curto-circuito para duas condições de teste, cuja 
relação resultou nos seguintes valores de impedância: 
 entre ferros da cobertura e do sub-solo – impedância total do circuito – 0,9985; e 
 sobre um vergalhão - impedância dos cabos da máquina de solda - 0,4876. 
 
Com base em duas hipóteses sobre a composição do circuito total medido (armaduras 
+ cabos de interligação) podemos calcular dois valores de resistência para as armaduras 
metálicas da construção: 
 1a hipótese – o circuito puramente resistivo – Rarmadura = 0,9985 - 0,4876 = 0,51; 
 2a hipótese – as armaduras apresentam comportamento predominantemente resistivo e os 
cabos de interligação comportam-se predominantemente como indutâncias – neste caso 
temos – (Rarmadura)2 = (0,9985)2 – (0,4876)2  Rarmadura = 0,87. 
 
Os dois valores obtidos para Rarmadura delimitam a faixa em que provavelmente a 
resistência total das armaduras do prédio se encontra. Cabe observar que ambos os valores 
obtidos para Rarmadura incluem a resistência de contato das garras dos condutores de 
medição, sendo estes valores, portanto, conservativos. 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 25 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
2.5 REFERÊNCIAS 
 NBR-5419/2005 – “Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas” 
 "A Estratificação do Solo por Método Numérico" - Celso Gomes Rodrigues, Eletricidade 
Moderna, dezembro de 1986 
 “Cuidado com a Resistência de Aterramento das Hastes nas Medições de Resistividade do 
Solo” – Artigo Técnico Apresentado no Seminário GROUND98 (Belo Horizonte, maio de 
1998), Daniel Kovarsky - Paulo E. F. Freire 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 26 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
ANEXO I.I 
Anexo D (normativo) da NBR-5410/2004 
Medição da Resistência de Aterramento 
 
 
D.1 A título de exemplo, os procedimentos a seguir podem ser adotados quando a medição da 
resistência de aterramento for necessária. 
 
D.1.1 Método convencional com medidor de resistência de terra 
 
D.1.1.1 Uma corrente alternada de valor constante circula entre o eletrodo de aterramento T e o 
eletrodo auxiliar T1, localizado fora da zona de influência do eletrodo T (ver Figura 23). 
 
D.1.1.2 Um segundo eletrodo auxiliar, T2, que pode ser uma pequena haste enterrada no solo, 
é inserido a meio caminho entre T e T1 e a tensão entre T e T2 é medida. A resistência de 
aterramento dos eletrodos é a tensão entre T e T2 dividida pela corrente entre T e T1. Para 
verificar se não há influência entre os eletrodos, duas novas medições devem ser realizadas 
com T2 deslocado de 6 m na direção de T e 6 m na direção de T1. 
 
D.1.1.3 Se os três resultados forem substancialmente semelhantes, a média das três leituras é 
tomada como sendo a resistência de aterramento do eletrodo T. Do contrário, o ensaio deve ser 
repetido com um maior espaçamento entre T e T1. 
 
D.1.2 Método por injeção de corrente, com amperímetro e voltímetro 
 
D.1.2.1 Neste caso, usam-se também dois eletrodos auxiliares, porém em geral não alinhados, 
sendo a corrente compatível com uma tensão aplicada máxima de 50V entre o eletrodo de 
aterramento e um eletrodo auxiliar (ver Figura 24). A queda de tensão no eletrodo a ensaiar é 
medida relativamente ao segundo eletrodo auxiliar. 
 
D.1.2.2 Em geral procede-se como segue: 
 Injeção de corrente entre os dois eletrodos auxiliares para determinar a soma das 
resistências de aterramento respectivas (divisão da tensão aplicada pela corrente injetada). 
 Injeção de corrente entre o eletrodo a ensaiar e o eletrodo auxiliar 1. Medir as tensões entre 
cada eletrodo e o eletrodo auxiliar 2 e a corrente injetada. A partir destes valores calcular as 
resistências de aterramento dos dois eletrodos, a ensaiar e auxiliar 1. 
 Inverter as funções dos eletrodos auxiliares e repetir a operação anterior, determinando as 
resistências do eletrodo a ensaiar e do auxiliar 2. 
 Comparar os dois valores de resistência obtidos para o eletrodo a ensaiar e também a soma 
dos valores obtidos para 1 e 2 com a resistência global medida diretamente. Se os valores 
obtidos por medições diferentes forem semelhantes (caso habitual), esses valores são 
válidos; caso contrário, devem-se utilizar localizações mais adequadas (mais afastadas) 
para os eletrodos auxiliares. 
 
D.2 Se o ensaio for realizado à freqüência industrial, a fonte utilizada para o ensaio deve ser 
isolada do sistema de distribuição (por exemplo, pelo uso de transformador de enrolamentos 
separados). 
 
 
ATERRAMENTO 
CONCEITOS BÁSICOS 
MEDIÇÕES 
 
Pag. 27 
Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paulofreire@paiolengenharia.com.br 
ANEXO I.II 
Anexo F da NBR-5419/2015 
Ensaio de Continuidade de Armaduras 
 
 
O instrumento adequado para 
medir a continuidade deve injetar 
corrente elétrica entre 1 A e 10 A, 
com corrente contínua ou alternada 
com frequência diferente de 60 Hz e 
seus múltiplos, entre os pontos 
extremos da armadura sob ensaio, 
sendo capaz de, ao mesmo tempo 
que injeta essa corrente, medir a 
queda de tensão entre esses pontos. 
A resistência ôhmica obtida na 
verificação da continuidade é 
calculada dividindo-se a tensão 
medida pela corrente injetada.

Outros materiais