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Documentário sobre antibiótico

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Documentário "A Aventura do Antibiótico"
Os nossos corpos são abrigos perfeitos para microrganismos, nesse sentido vale citar as bactérias, que adoram as nossas membranas mucosas húmidas e os nossos corpos a 37ºC. Quanto maior o ambiente habitado pelo microrganismo, mais numerosos estes se tornam.
	Vale citar que o nosso corpo possui 10 vezes mais micróbios do que células, podendo-se dizer que em nosso corpo estamos em minoria comparados com estes seres. Paradoxalmente, para um ser tão pequeno o micróbio parece ser gigante, dominando as nossas minúsculas e frágeis estruturas.
	A maioria das bactérias é inofensiva, sendo algumas até de absoluta necessidade ao nosso organismo; Por exemplo, a comida permaneceria em digerir em nosso intestino se os bilhões de prestáveis ajudantes –bactérias- não a decompusessem. Nesse sentido, da numerosa quantidade de bactérias, poucas são ofensivas para o corpo humano; Esta produzindo toxinas e se multiplicando, provocando infecções que ameaçam a saúde. Os estafilococos, pneumococos e estreptococos provocam septicemia, pneumonia e tuberculose, doenças recorrentes na história da humanidade.
	Nos séculos XVII, XVIII e XIX a esperança de vida era entre 30 e 40 anos, sendo as principais causas de morte infecções, tuberculose ou pneumonia, e a todos tipo de doença que se cura facilmente agora com a acessibilidade ao uso de antibióticos. Um exemplo perfeito de morte por infecção é a sífilis, que causou uma numerosa quantidade de mortes; O tratamento para essa doença costumava ser feito por sais de mercúrio, que eram extremamente tóxicos, logo depois usando nos métodos de tratamento também arsênicos e sais de metais pesados.
 	O processo de descoberta de antibióticos sofreu uma reviravolta quando cientistas perceberam como as bactérias e os vírus influenciam a propagação de doenças infecciosas. Destaca-se que de 1880 ninguem sabia de onde vinham as doenças infecciosas, pensavam que era de origem genética, as bactérias como fonte de infecção eram totalmente desconhecidas. Pasteur e Robert Koch, em particular, descobriram os agentes infecciosos responsáveis pela tuberculose e pela cólera. Vale cita que as grandes doenças também foram descobertas por volta dessa época, sendo o problema seguinte desvendar como se tratavam estas, visto que quase sempre havia mortes das vitimas. 
 	Os cientistas também descobriram como os micróbios tendem a viver entre nós, rastejando a nossa volta a pouca distancia, e desfrutando do lixo que deixamos para trás, tendo como meios de transporte a saliva, contato corporal e espirros. As bactérias são outras que adoram viver entre nós, usando como método de contaminação qualquer meio de proximidade dos indivíduos que as permitam expandir sua contaminação, essas tendo guerras, êxodos humanos e grandes cidades industrializadas onde existe grande concentração de pessoas como oportunidades ideais para se multiplicarem e escolherem vitimas especificas, afetadas pela fome. O crescimento do mundo moderno que possibilitou variados meios de transporte, deu as bactérias novas técnicas para chegarem mais depressa ainda mais longe proporcionando-lhes expansão de seus impérios.
	Na década de XX, Sir Alexander Fleming descobriu o primeiro tratamento. A partir daí os antibióticos se tornaram tão comuns no dia a dia que isso não nos faz pensar na sua inexistência. O antibiótico é a primeira cura capaz de atacar o micróbio, o único tratamento verdadeiramente mágico na historia da humanidade, sendo há muito tempo aguardado tanto por médicos como por pacientes. O antibiótico tornou-se um dos pilares do mundo moderno. As suas enzimas são capazes de feitos até tempos passados inalcançáveis, penetrando na parede do micróbio e o matar a bactéria a partir do seu interior. Na década de 1860 ou 1870, foram encontrados vários produtos capazes de reduzir a febre, todos estes derivando de carbono, como resíduos de carbono ou alcatrão. Logo após foi estudada a possibilidade de usar corantes para combater infecções. Isto tinha problemas, visto que alguns corantes são muito tóxicos, mas perceberam que podiam ser utilizados para matar microrganismos.
	Neste mundo primitivo, que cada micróbio defendia ciosamente o seu território e alimento dos rivais, as bactérias inventaram o antibiótico. O antibiótico é uma enzima produzida por organismos unicelulares para destruir os adversários. Nesse mundo hostil, em que cada microrganismo declara uma guerra territorial, as bactérias atacam-se e ripostam com enzimas. O antibiótico é uma invenção hábil do micróbio. Os homens aprenderam a matar com micróbios antes de sequer saber como se defendia deles. A década de 30 foi muito ativa em termos de investigação científica.
	Em 1920, um humilde bacteriologista chamado Alexander Fleming após aplicar o seu próprio fluido lacrimal –suas lágrimas- a uma cultura de germes, reparou que surgiram grandes entalhes na colônia de bactérias, denominando esse fenômeno como Lise, passando nesse momento a desenvolver lisozimas a partir de lágrimas e muco nasal. Contudo, esse antibiótico desenvolvido pelo homem era ineficaz em bactérias realmente patogênicas, pelo que o processo foi abandonado. Contudo, oito anos depois ao regressar a casa depois de umas férias iria fazer uma das maiores descobertas de todos os tempos, deixara algumas placas de Petri com culturas de estafilococos no laboratório e crescera nelas um grande bolor. Logo, o cientista perceber que se deparar com um grande fenômeno, o fungo impedia que as bactérias se alastrassem. O bolor que acabara de descobrir era capaz de tratar bactérias. O cientista inglês acabar de descobrir o que seria apelidado “bala mágica”, o tratamento miraculoso por qual esperavam os médicos do mundo inteiro.
	Nesse sentido, os dias se seguiram e a penicilina revelou as suas propriedades revolucionárias, uma delas era o fato de não ser minimamente perigosa aos animais, consequentemente, Fleming pôde realizar os primeiros testes em humanos, sendo o primeiro a beneficiar-se da penicilina –microrganismo do solo- o seu assistente, que sofria frequentemente de conjuntivite. A partir daí, foi possível relatar que o antibiótico não apresentava risco para humanos. Contudo, Fleming não era químico, não sendo possível mostrar que a penicilina poderia ser injetada de forma eficaz pois esta ainda era instável. 
	Em 1939, Florey começou a esquadrinhar artigos sobre substancias relacionadas com antibióticos, e ao se deparar com a publicação de Fleming percebeu que poderia ter algum valor, foi quando contratou um homem habilidoso chamado Ernst Chain, que se juntou a equipe de Florey. Foi Chain que começou purificar a penicilina. Depois, Florey testou essa substância purificada em ratos, conseguiu fazer alguns contatos e formou uma equipe conhecida com o Grupo de Oxford. Logo após foi bater em todas as portas a anunciar que arranjara uma substancia altamente ativa chamada penicilina, originalmente descoberta por Fleming, em que valia a pena investir. Contudo, o governo e os industriais ingleses recusaram. Então, em 1940 procurou os americanos , o que se revelou proveitoso, já que a fundação de Rockfeller lhe deu apoio financeiro com cerca de 5.000 libras. Isso permitiu-lhe iniciar a investigação. Logo após conseguiu convencer várias empresas americanas a produzir penicilina a nível industrial. 
	Florey aliou-se a uma um produtor industrial de cerveja, pois precisava produzir penicilina a larga escala e os cervejeiros eram úteis porque tinham enormes tubas de fermentação para cultivar bactérias e possuíam todo o equipamento necessário para transformar o líquido obtido em pó liofilizado. Foi assim que tudo começou, ele obteve apoio institucional e os médicos começaram a experimentar a penicilina como medicamento a partir de fevereiro ou março de 1941, com resultados muito positivos. Foi no momento que houve o ataque Pearl Harbor que a industria americana e o exercito investiram toda sua energia na penicilina, produzindo-a em massa e apoiando o seu uso. A penicilina salvou os seus primeirosmilhares de vidas, sendo a estréia do milagre a medicina.
	A penicilina em 1945 chegou a França, sendo considerada tão cara que , quando um doente era tratado com ela, recolhiam sua urina e a penicilina nela era purificada, sendo utilizada em outro doente. Contudo, uma praga continuava imune a descoberta de Fleming. A tuberculose, doença grave e comum na altura foi responsável por muitas mortes no início do século XX. Antes da descoberta de antibiótico capaz de destruir o estreptococo, a única forma de combater a doença era pela promoção de saúde e higiene; Esta assolava os membros mais pobres da sociedade, imediatamente antes e a seguir da II Guerra Mundial. Não havendo medicação eficaz, os sanatórios serviam basicamente para manter os doentes afastados.
	A partir de 1942, quando a penicilina se tornou um êxito, os cientistas começaram a investigar sistematicamente as bactérias do solo. As bactérias eram isoladas, logo após eram examinadas centenas ou milhares de microrganismos, o que ainda é feito hoje num esforço para encontrar uma substância que produza naturalmente um antibiótico quando em contato com determinado microrganismo. Em seguida, o antibiótico é purificado e analisada sua toxicidade. No caso da tuberculose foi feita uma observação muito intrigante, observou-se que os micróbios responsáveis pela tuberculose podiam sobreviver perfeitamente bem no solo, mas que eram destruídos passados 15 dias, quando colocados em estrume; Sendo obvio que o estrume ou a água dos esgotos continha microrganismos que provocavam um efeito muito forte sobre o germe da tuberculose, assim os cientistas aprofundaram as pesquisas.
	Um microbiologistas especializado em bactérias do solo, chamado Waksman, acabou por descobrir a estreptomicina, com a ajuda do aluno. Analisaram centenas de estirpes do fungo Streptomyces e descobriram que uma das estirpes produzia um antibiótico em particular, que se revelaria eficaz no combate a tuberculose, sendo por eles denominada de estreptomicina, por causa do fungo. Ao combater a tuberculose e a meningite, a humanidade realizara a segunda verdadeira Revolução na Medicina. As injeções de estreptomicina que resultaram dessa pesquisa provocaram ser uma cura muito eficaz. Nessa perspectiva, a penicilina e estreptomicina viriam a se tornar as bases do império do antibiótico, no final da II Guerra Mundial. Essas moléculas foram utilizadas para produzir novos e melhores antibióticos. A partir dos anos 50 e 60 os antibióticos tornaram-se natural e facilmente um ingrediente essencial da vida moderna.
	Quando perceberam o beneficio trazido pela penicilina, os médicos começaram utilizá-la sempre que achavam que podia trazer algum benefício aos doentes, isso levou um enorme aumento do consumo, que era justificado pelos extraordinários efeitos deste fármaco. Ao longo dos anos os antibióticos foram considerados tratamentos únicos sem efeitos nefastos, além de serem pouco tóxicos, trazendo resultados positivos. Devido a combinação miraculosa de grande eficácia e pouca toxicidades, pensava-se que podíamos usar todos os antibióticos que quiséssemos, para curar tudo que quiséssemos em humanos e animais, bom como na agricultura sem sofrer conseqüências nefastas .
	As bactérias desenvolveram várias técnicas de resistência, uma delas envolve bloquear os seus poros para impedir que o antibiótico penetre na sua membrana protetora. Alguns germes resistentes tem outra forma de se defender de um ataque dos antibióticos, enviando enzimas especiais para destruir a medicação antes de ela atingir o alvo. Outra técnica de contra-ataque consiste em deixar que o antibiótico fure a parede celular, e depois, usar um sofisticado sistema de bombagem para ejetar o intruso antes de ele ter tempo para agir.
 	Em 40 ou 50 anos, os humanos criaram entre 50 a 100 antibióticos diferentes, e vemos isso como um feito tremendo. Mas, durante o mesmo período, os micróbios inventaram quase tantas formas de resistir aos antibióticos produzidos. A capacidade das bactérias de aprender tão de pressa vem de um dom ancestral que é admirável. Apesar de terem a fama de serem a espécie mais primitiva do planeta, estes organismos conseguem transferir partículas de DNA umas para as outras através de um simples contato. Por outras palavras, quando um germe conhece uma técnica para frustrar o ataque de um antibiótico em particular, pode passar o código genético a outro indivíduo para que seja ele a usá-lo. É assim que as bactérias de grandes variedades, incluindo algumas patogênicas, tornaram-se resistentes a vários antibióticos ao longo dos anos. As bactérias não tiveram qualquer dificuldade em desenvolver e partilhar técnicas de resistência a antibióticos, de um modo natural, porque sempre viveram num ambiente rico em antibióticos e desenvolveram elas mesmas antibióticos. Se os antibióticos só tivessem matado seletivamente bactérias patogênicas não teria havido problema algum, o mal é que as bactérias como um todo se tornaram mais resistentes aos antibióticos, e por sua vez, ensinaram as bactérias que provocam doenças os segredos da sua resistência.
	Tanto no solo como no ar, as bactérias continuam a fazer o que sempre fizeram: partilham genes de resistência adquiridos. A diferença atualmente é a velocidade com que as trocas são realizadas e as distâncias cobertas pelos germes, bem como os genes de resistência que transportam. As bactérias resistentes estão a conquistar o planeta inteiro.

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