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1-‐ O que são cerâmicas? São materiais inorgânicos não metálicos constituídos por elementos metálicos e não metálicos, ligados entre si por ligações que variam desde puramente iônicas a totalmente covalente, sendo que muitas cerâmicas apresentam ligações mistas. 2-‐ Quais são as características gerais das cerâmicas? Maior dureza e rigidez quando comparadas aos aços; Maior resistência ao calor e corrosão do que metais e polímeros; Menos densas do que a maioria dos metais e suas ligas; Os materiais usados na produção são mais abundantes e baratos; Ligação atômica do tipo mista. 3-‐ De que depende o nível do caráter iônico das ligações mistas? Depende da eletronegatividade dos átomos envolvidos na ligação. 4-‐ Como ocorre a ligação iônica nos materiais cerâmicos? A ligação iônica resulta da atração mútua entre os íons positivos e negativos. Os átomos de um elemento metálico perdem com facilidade seus elétrons de valência para os átomos não metálicos. Nesse processo, todos os átomos adquirem configurações estáveis e uma carga elétrica. 5-‐ Como ocorre a ligação covalente nos materiais cerâmicos? Nos materiais cerâmicos a ligação covalente é caracterizada por ligação interatômica relativamente intensa, que tem origem na partilha de elétrons formando uma ligação de direção localizada. Ocorre entre átomos com pequenas diferenças na eletronegatividade e que estão próximos uns dos outros na tabela periódica. Nessa ligação, os átomos compartilham elétrons dos orbitais mais externos, formando pares de elétrons que pertencem aos dois átomos, pertencendo ora a um, ora a outro, gera uma atração eletrostática, pois momentaneamente os átomos tornam-‐se ionizados. 6-‐ Quais são os tipos de ligações covalentes? Simples: é feita pelo compartilhamento de elétrons com spins contrários. O par eletrônico é formado por um elétron de cada átomo e pertence simultaneamente aos dois átomos. Coordenada: ocorre quando um dos átomos apresenta seu octeto completo e o outro necessita adquirir dois elétrons para completa-‐lo. Sendo assim, um átomo que atingir a estabilidade eletrônica se une a outro que necessite de elétrons para completar a camada de valência. 7-‐ O que é ligação covalente polar e apolar? Polar: quando os átomos ligantes possuem a mesma eletronegatividade. Apolar: quando os átomos ligantes possuem diferentes eletronegatividades. 8-‐ Qual diferença entre as ligações iônicas e covalentes nas cerâmicas? Na ligação iônica, os átomos estão ligados pela atração de íons com cargas opostas, a ligação não é direcional e apresenta grande diferença de eletronegatividade entre os elementos. Na ligação covalente, os átomos estão ligados por compartilhar elétrons, a ligação é altamente direcional e apresenta menor diferença de eletronegatividade entre os elementos. 9-‐ O que significa dizer que a ligação é direcional e não direcional? Direcional significa que ocorre entre átomos específicos e pode existir apenas na direção entre um átomo e outro que participe do compartilhamento de elétrons. Não direcional significa que a magnitude da ligação é igual em todas as direções ao redor de um íon como consequência disso, para que os materiais iônicos sejam estáveis em um arranjo tridimensional, todos os íons positivos devem possuir íons negativos como vizinhos mais próximos. 10-‐ Como é determinado o número de ligações covalentes? É determinado pelo número de elétrons de valência. Para um número n de elétrons de valência, um átomo pode se ligar covalentemente com, no máximo, n-‐8 outros átomos. 11-‐ O que são sólidos cristalinos? São sólidos compostos por átomos, moléculas ou íons arranjados de uma forma periódica em três dimensões. As posições ocupadas seguem uma ordenação de longo alcance. 12-‐ O que são sólidos amorfos? São sólidos compostos por átomos, moléculas ou íons que não apresentam uma ordenação de longo alcance, podem apresentar ordenação de curto alcance. 13-‐ Por que materiais com ligações covalentes têm mais tendência a formar sólidos amorfos do que materiais com ligações metálicas ou iônicas? Pois as ligações covalentes são altamente direcionais e as ligações iônicas são não direcionais. 14-‐ O que é o modelo de esferas rígidas? É o modelo onde os átomos ou íons são representados como esferas de diâmetro fixo. 15-‐ O que é reticulado? É um conjunto de pontos que podem corresponder a átomos ou grupos de átomos que se repetem no espaço tridimensional com uma dada periodicidade. 16-‐ O que é cela unitária? É o agrupamento de átomos representativo de uma determinada estrutura cristalina específica, não existe em sólidos amorfos. 17-‐ Como se dá a formação de um cristal? Os átomos se agregam através das forças de ligação formando as moléculas. Esse agrupamento de átomos representativo de uma determinada estrutura cristalina forma a cela unitária, que unindo-‐se a outras, forma um conjunto de celas que, por sua vez, compõe o cristal. 18-‐ O que é rede cristalina? É a rede tridimensional de pontos que coincidem com a posição dos átomos. 19-‐ Qual a diferença entre sistema cristalino e estrutura cristalina? Uma estrutura cristalina é descrita tanto como a geometria da célula unitária, como pelos arranjos dos átomos no interior da célula unitária. Já um sistema cristalino é descrito apenas em termos da geometria da célula. 20-‐ O que mantem a estrutura das cerâmicas íntegra? É a atração eletrostática entre íons de cargas opostas.21-‐ Quais fatores diminuem a energia global do sólido? A realização da ligação iônica entre átomos no estado sólido, devido a formação de íons, e a sua ligação química em um sólido iônico. A tendência do sólido iônico de ter seus íons empilhados o mais densamente possível. 22-‐ Quais fatores influenciam o empilhamento dos íons que compõe a estrutura de um cristal? Magnitude da carga elétrica de cada íon: o cristal deve ser eletricamente neutro, ou seja, todas as cargas positivas dos cátions devem ser contrabalanceadas por um número igual de cargas negativas dos ânions. É necessário equilibrar as cargas eletrostáticas de modo a manter a neutralidade elétrica. Os tamanhos relativos dos cátions e ânions: estruturas cerâmicas cristalinas são formadas quando ânions que estão ao redor de um cátion, estão todos em contato com esse cátion. 23-‐ Qual é o tamanho referencial para o íon menor? Por que esse tamanho deve ser respeitado? O tamanho referencial é aquele em que o íon menor se encaixa perfeitamente no interstício. Deve ser respeitado pois íons maiores afastam os demais íons de suas posições, até que a deformação da rede cristalina se torne instável. Íons menores podem ficar soltos no interior de sua gaiola de ânions, tronando a estrutura instável. 24-‐ O que é número de coordenação? Com o que está relacionado? É o numero de vizinhos mais próximos para um dado átomo. Esta relacionado com a razão rc/ra. Para um número de coordenação específico, existe uma razão mínima para a qual o contato cátion-‐ânion é estabelecido, formando uma estrutura cristalina cerâmica estável. Quanto maior for o número de coordenação, maior a estabilidade. 25-‐ Quais são os tipos de estruturas cristalinas dos materiais cerâmicos? Tipo AX: número de cátion é igual o numero de ânions. (NaCl, ZnS) Tipo AmXp: as cargas do cátion e do ânion são diferentes. (ZrO2) Tipo AmBnXp: a estrutura cerâmica possui 3 íons diferentes, mais de um tipo de cátion, cerâmicas ternárias. 26-‐ O que são monocristais? É o resultado de um arranjo periódico e repetido dos átomos de forma perfeita ou se estendendo ao longo da amostra, sem interrupções. Todas as células unitárias se interligam da mesma maneira e possuem a mesma orientação. 27-‐ O que são policristais? São sólidos cristalinos compostos por um conjunto de grãos. Esses cristais possuem mais de uma orientação cristalográfica. Existe desalinhamento no contorno de grão. 28-‐ O que é contorno de grão? É o contorno que separa 2 cristais que possuem diferentes orientações cristalográficas em materiais policristalinos. 29-‐ Por que existe energia de contorno de grão? Porque os átomos estão ligados de uma maneira menos regular ao longo de um contorno de grão. Os contornos de grãos são quimicamente mais reativos do que os grãos, como consequência dessa energia. Devido aos seus estados mais elevados de energia, com frequência os átomos de impurezas se segregam perfeitamente ao longo desses cortornos. 30-‐ O que são interstícios? São espaços vazios da cela unitária nos quais se podem colocar átomos diferentes daqueles que constituem a rede mãe. São formados no empilhamento de planos atômicos, formando a rede cristalina. 31-‐ Quais são os tipos de interstícios? Tetraédrico: no qual 4 átomos são equidistantes do centro do interstício. Octaédrico: no qual 6 átomos são equidistantes do centro do interstício. 32-‐ Qual é o bloco construtor básico dos silicatos? Como são classificados? O bloco construtor é o SiO4-‐4, ligação Si-‐O 50% iônica e 50% covalente. São classificados pelo grau de polimerização em: Nesosilicatos (blocos isolados); Sorosilicatos (dois blocos); Ciclosilicatos (em anéis); Em cadeia (extensão infinita); Filosilicatos (em folhas); Tectosilicatos (reticulares). 33-‐ Por que a grafita não tem a mesma dureza que o diamante? Possui ligações secundárias (fracas) sendo facilmente rompidas. 34-‐ Por que a grafita é utilizada como lubrificante? Pois a facilidade de escorregamento das camadas confere a grafita propriedades lubrificantes. Não perde suas propriedades em temperaturas elevadas. 35-‐ O que é argila? Argila é uma rocha finamente dividida, constituída essencialmente por argilominerais, podendo conter minerais que não são argilominerais; matéria orgânica e outras impurezas, como sais solúveis. Assim, é composto por: Inorgânicos: Argilominerais e outros minerais não argilosos. Orgânicos: Húmus e microorganismos. 36-‐ Como são formadas as argilas? São formadas pela ação do intemperismo (físico e químico) em rochas que contem minerais como feldspato, micas. 37-‐ O que são partículas com dimensões coloidais? São partículas tão pequenas que se mantém em suspensão, inferiores a 2 μm. 38-‐ O que significa “moer” uma argila? Significa apenas destruir os agregados naturais de argilominerais, preexistentes. 39-‐ O que justifica a cor vermelha em algumas argilas? A cor característica de cada argila é uma interação da luz com os compostos químicos que a compõe. A cor vermelha se deve a presença de óxido de ferro em sua composição. 40-‐ Por que pode-‐se dizer que no mundo não existem 2 argilas iguais? Pois as argilas são formadas pela ação do intemperismo característico do local onde ela foi formada. Dois solos com a mesma granulometria, partículas da mesma forma e estruturas semelhantes podem apresentar comportamento diferentes, devido à diferença da composição mineralógica. 41-‐ O que são argilominerais?São aluminossilicatos hidratados que podem ser dispersos em partículas finas e desenvolvem plasticidade com água. São filossilicatos formados basicamente por camadas de sílica e hidróxido de alumina. 42-‐ Qual é a base dos aluminossilicatos? Como sua estrutura é formada? Aluminossilicatos hidratados: A camada tetraédrica de sílica se une a camada octaédrica de alumina pela camada de oxigênio e hidroxila. 43-‐ Como são formados os filossilicatos de alumínio? O plano de união entre as camadas de tetraedros de sílica e octaedros de alumina, é formado pelos oxigênios não compartilhados dos tetraedros e as hidroxilas do octaedro. 44-‐ Como é feita a divisão para os argilominerais cristalinos segundo a CIPEA? Silicatos com estruturas em camadas e Silicatos com estrutura fibrosa. 45-‐ Como os argilominerais podem ser classificados em função do número de camadas tetraédricas e octaédricas? Filossilicatos 1:1= Uma tetraédrica de sílica e uma octaédrica de alumina. Ocorre substituição parcial de OH por O dos vértices do tetraedro. A ligação de hidrogênio é fraca, mas forte o suficiente para evitar a penetração de água entre as unidades estruturais, por isso possuem pequena expansão, difícil dispersão em água e baixa plasticidade. Filossilicatos 2:1= Duas tetraédricas de sílica e uma octaédrica de alumina. A alumina dos octaédricos são substituídas por Mg. Ocorre excesso de carga na camada interna devido a essas substituições. Apresentam moléculas de H2O entre as unidades estruturais. A água penetra facilmente entre as camadas, o que proporciona fácil dispersão na água, gerando expansão e alta plasticidade. 46-‐ Fale sobre as substituições isomórficas. Consiste na substituição de íons no interior das lâminas de tetraédricos e octaédricos sem alterar a forma mineral. Os íons substituintes devem possuir tamahos semelhantes pois podem causar distorção na verde, porém podem apresentar valências diferentes. Devido a substituição de íons por outros de cargas diferentes, em alguns filossilicatos as camadas não são eletricamente neutras. A substituição isomórfica produz uma carga negativa que precisa ser neutralizada pela presença de cátions inorgânicos no espaço interlamelar. 47-‐ O que é espaço interlamelar? Espaço existente entre duas lamelas consecutivas. 48-‐ O que é espaçamento basal? Distancia entre duas lamelas adjacentes. 49-‐ Por que os tetraédricos de sílica são dotados de grande capacidade absorvente? Pois os tetraedros de sílica alternam sua orientação em grupos de 6 pares de tetraedros, criando amplos canais ao longo da estrutura, que são dotados de uma grande capacidade absorvente. 50-‐ De que depende o tamanho do espaçamento basal? Depende de quem é o íon que esta na camada interlamelar. 51-‐ Em que influencia o pequeno tamanho das partículas de argila? O pequeno tamanho das partículas faz com que a fração de argila do solo seja quimicamente ativa, proporcionando propriedades coloidais. 52-‐ A que se deve a afinidade das partículas de argila pela água e por certos elementos químicos existentes na composição do solo? É devido à grande área específica e à existência das cargas elétricas na superfície. 53-‐ Relacione as reações de troca de íons com o tipo de argilomineral presente e da composição do meio? Devido a íons e moléculas de agua que se encontram absorvidas nas partículas de argilas por forças eletrostáticas, reações de trocas de íons podem acontecer com intensidade que se depende do tipo de argilomineral e da composição do meio. 54-‐ Fale sobre a troca iônica. Íons positivos, existentes em soluções aquosas, que entram em contato com a argila, podem facilmente infiltrar-‐se entre as lâminas dos minerais argilosos e dali saírem facilmente, pois suas ligações químicas são fracas. Eles não penetram na estrutura do mineral, apenas prendem-‐se as superfícies das partículas de argila. Ocasionalmente essa troca atômica pode ocorrer também em meio não aquoso. Essa propriedade tem grande influência na plasticidade das argilas. 55-‐ Em que se baseiam as aplicações industriais das argilas? Se baseiam nas suas propriedades físico-‐químicas, que derivam de: Reduzido tamanho das partículas; Morfologia dos cristais-‐ lamelas; Substituições isomórficas-‐ troca de cátions. 56-‐ O que permite que as argilas interajam com diversas substâncias? Sua elevada área superficial com ligações químicas não saturadas. Por isso possuem um comportamento plástico quando misturados com água e em alguns casos podem “inchar”. 57-‐ Explique a capacidade de inchar das argilas. As argilas destacam-‐se por sua enorme capacidade de absorção. As mais absorventes chegam a reter água numa proporção de mais de 100% do seu próprio peso, A água pode se acumular entre as camadas e, à medida que isso ocorre, as folhas vão se separando e o volume total vai aumentando. Entre as lamelas existem espaços vazios onde serão alocados átomos de mais baixa energia de moléculas de água que irão estabilizar a estrutura. A capacidade de inchar irá depender dos cátions que estão entre as camadas. Essa capacidade de formar películas de água em sua superfície, devido à sua estrutura em camadas, dá à argila a plasticidade. Os principais fatores que afetam a plasticidade são: a carga mineralógica, carga elétrica e o estado de desfloculação da argila. 58-‐ Qual a diferença entre os argilominerais do tipo 1:1 e 2:1 em termos da capacidade de inchar? Na estrutura do tipo 1:1, no espaço entre as camadasque se empilham, os oxigênios do plano que une as bases dos tetraedros, encontram-‐se frente às hidroxilas dos octaedros. Enquanto nas estruturas do tipo 2:1, os oxigênios faceiam oxigênios, com isso, nas estruturas 1:1 existem ligações do tipo pontes de hidrogênio e nas do tipo 2:1 não existem. Por isso, os argilominerais do tipo 1:1 são ditos “não expansivos” enquanto que os do tipo 2:1 são ditos “expansivos”, ou seja, podem alojar moléculas de H2O e uma diversidade de cátions entre as camadas. Os argilominerais expansivos apresentam superfície de exposição externa e interna, enquanto os não expansivos apresentam somente externa. 59-‐ Como a ilita se transforma em vermiculita? Na ilita (não expansiva), a ligação entre as camadas é feita pelo potássio. Quando o potássio sai, a ilita se transforma em vermicilita. Quando submetidas à alta temperatura, a água contida entre as lâminas se transforma em vapor fazendo com que as partículas explodam, transformando em flocos sanfonados. Cada floco aprisiona células de ar, conferindo excelente capacidade de isolação e refratariedade. 60-‐ O que o comportamento mecânico em um material reflete? Reflete a relação entre a sua resposta (deformação) e uma carga (tensão) que esteja sendo aplicada sobre um corpo fabricado desse material. 61-‐ Qual a diferença entre deformação elástica e plástica? Deformações Elásticas: não são permanentes, isto é, são deformações que desaparecem quando a tensão aplicada é retirada; são reversíveis, sendo resultado da ação de forças conservativas; existe manutenção das vizinhanças atômicas e a variação dimensional é decorrente da variação dos espaçamentos interatômicos quando o material é submetido à tensão. Deformações Plásticas: são permanentes, isto é, permanecem após a tensão aplicada ser retirada; são irreversíveis, sendo acompanhadas por deslocamentos atômicos permanentes. 62-‐ De que depende o valor da deformação sofrida por um material? Do tipo de ligações químicas que possui o material; Da estrutura cristalográfica; Da tensão aplicada; Da temperatura. 63-‐ Desenhe e explique o comportamento do diagrama que relaciona a distância interatômica com o módulo de elasticidade. Da distancia de equilíbrio Ao, a força de atração entre os íons é compensada pela força de repulsão entre as nuvens eletrônicas. X é a tensão necessária para a ruptura, que é a força máxima da curva resultante. A tensão é usada ate esse ponto para separação dos átomos, além desse ponto, a separação pode prosseguir tem tensões menores. A inclinação da curva no ponto de equilíbrio representa a força necessária para separar os átomos sem promover a quebra da ligação. 64-‐ O que é ponto de menor energia? É quando a força de repulsão é igual a de atração. 65-‐ Por que o módulo de elasticidade teórico é sempre maior do que o real? Pois ele não leva em consideração os defeitos do material. 66-‐ Por que antes do rompimento, os materiais metálicos entram na região plástica e as cerâmicas não, ou seja, por que elas são mais frágeis? Assim como nos metais, a deformação plástica ocorre por movimento de discordâncias, os materiais cerâmicos são duros e frágeis devido às dificuldades do escorregamento. Nos cerâmicos, para os quais a ligação é predominantemente iônica, existem poucos sistemas de escorregamento ao longo dos quais as discordâncias podem se mover. Isso é consequência da natureza eletricamente carregada dos íons. Para o escorregamento em algumas direções, íons com uma mesma carga são colocados próximos. Devido a repulsão eletrostática, essa modalidade de escorregamento é muito restringida. Já nos metais, uma vez que todos os átomos são eletricamente neutros, uma quantidade consideravelmente maior de sistemas de escorregamento está operacional, e consequentemente, o movimento de discordância é mais fácil. 67-‐ Por que para as cerâmicas nas quais a ligação é altamente covalente, o escorregamento também é difícil e as torna frágeis? As ligações covalentes são relativamente fortes; Existe um numero limitado de sistemas de escorregamento; As estruturas das discordâncias são complexas. 68-‐ Por que as ligações se rompem na fusão? Pois com o aumento da temperatura, os átomos adquirem maior energia cinética, vibrando ate o ponto em que as moléculas não consigam mais se manter unidas, ocorrendo assim o rompimento das ligações. 69-‐ Quais são os tipos de tensões? Tração, Compressão, Cisalhamento e Torção. 70-‐ Em que consiste a fratura frágil? Consiste na formação e na propagação de trincas ao longo da seção transversal de um material em uma direção perpendicular à da carga aplicada. O crescimento da trinca nas cerâmicas pode ser transgranular (através dos grãos) e intergranular (ao longo dos contornos de grãos). Nas fraturas transgranulares, as trincas se propagam ao longo de planos cristalográficos específicos (planos de clivagem) que são planos com alta densidade atômica. Nas fraturas intergranulares, a trinca se propaga ao longos dos contornos de grãos. 71-‐ Por que as cerâmicas exibem resistências muito maiores em compressão do que em tração? Essa diferença é causada pela presença de trincas e falhas pré-‐existentes no material, pois para tensões de compressão não existe qualquer amplificação de tensões associados a qualquer defeito existente. Isto acontece porque a compressão tende a fechar os defeitos e a tração tende a abrir os defeitos. 72-‐ Compare a fluência nos metais e nos materiaiscerâmicos. Os materiais cerâmicos sofrem deformação por fluência como resultado da exposição a tensões em temperaturas elevadas. Normalmente o comportamento tempo-‐deformação em fluência das cerâmicas é semelhante ao dos metais, entretanto, nas cerâmicas a fluência ocorre em temperaturas mais elevadas. 73-‐ Graficamente, o que é módulo de elasticidade? É a diferencial da curda resultante da força (atração/repulsão) versus distancia interatômica. Dessa forma, qualquer mudança nas distancias interatômicas afetará o módulo de elasticidade. 74-‐ Relacione o módulo de elasticidade com compressão, tração e temperatura. Quanto maior a compressão, maior o módulo de elasticidade; Uma tração reduzirá o módulo. Como a ruptura ocorre em tensões relativamente baixas para materiais cerâmicos, não há muito aumento nas distancias interatômicas; Quanto maior a temperatura, menoro módulo de elasticidade. Pois a expansão térmica aumenta a distancia interatômica sendo necessário menos força para separação interatômica, por tensões aplicadas. 75-‐ Por que nos materiais metálicos a diferença do comportamento na tração e na compressão é pequena e nos metais é grande? Pois nos metis as forças de ligação vão se romper por cisalhamento e possuem muitos planos de deslizamentos ativos. 76-‐ O que o coeficiente de Poisson indica? Indica a variação das dimensões nas direções perpendiculares à deformação imposta pela tensão externa aplicada. 77-‐ O que produz um modelo de estado de tensões não uniformes nos materiais policristalinos? É a mudança do módulo de elasticidade de grão para grão, devido à orientação aleatória. Os que possuem menores valores de E se rompem mais rápido. 78-‐ Qual o efeito da porosidade nos materiais cerâmicos? Os micro defeitos atuam como concentradores de tensão em materiais cerâmicos. Este campo de tensões é amplificado localmente quando o material é submetido a uma tensão externa. Esa amplificação é diretamente proporcional ao tamanho do maior defeito. Os defeitos superficiais são mais críticos do que os defeitos internos na microestrutura do material cerâmico. 79-‐ Por que a porosidade exerce efeito negativo sobre a resistência mecânica? Devido a 2 motivos: Poros reduzem a área da seção reta (ocupada pela fase sólida) na qual a carga é aplicada; Poros também agem como concentradores de tensão, influenciando diretamente no módulo de elasticidade como na resistência mecânica e tenacidade à fratura. O módulo de elasticidade diminui com a porosidade. 80-‐ O que é tensão normal crítica? É a tensão necessária para causar a ruptura e varia intensamente no interior de um cristal. 81-‐ O que são concentradores de tensão? São pontos onde a magnitude de uma tensão de tração é amplificada,, ou seja, por ser aumentada ou concentrada na região do defeito. 82-‐ Explique o postulado de Griffith. “A ruptura seria uma consequência da concentração de tensões nas extremidades das fendas ou outras falhas estruturais existentes.” A magnitude da amplificação de tensão depende da orientação dessas fendas, com soma da sua geometria (grau de curvatura). 83-‐ Analise o diagrama de amplificação de tensão. Distância X – X’ é o tamanho da trinca. A tensão aumenta com a diminuição do raio de curvatura, ou seja, quanto menor o raio maior é a tensão. 84-‐ Por que o efeito de um concentrador de tensões é mais significativo nos materiais frágeis? Em material dúctil, ocorre a deformação plástica quando σ máx excede o limite de escoamento, Isso leva a uma distribuição de tensões mais uniforme na vizinhança no concentrador de tensão e ao desenvolvimento de um fator de concentração de tensões máximo, que é menor que o valor teórico. O escoamento e a redistribuição de tensões não ocorrem, em qualquer extensão apreciável, em torno dos defeitos e descontinuidades, no materiais frágeis, alcançando assim, valores de tensões teóricas. 85-‐ O que é deformação plástica? Como ocorre? O escoamento ou deformação plástica de um material, quando submetido a uma tensão, é caracterizado por apresentar uma deformação que permanece quando o esforço é removido. Nesse regime, as ligações entre átomos são alongadas e rompidas. A deformação plástica ocorre normalmente através do deslizamento de blocos de cristais, uns sobre os outros. Os deslizamentos dos blocos de cristais ocorrem ao longo de planos de deslizamentos. Dentro desses planos, os deslizamentos ocorrem em direções de deslizamento. Isso ocorre devido à simetria translacional da rede, onde a estrutura cristalina deve ser perfeitamente restaurada após o deslizamento, desde que a deformação seja uniforme. 86-‐ O que são os planos de deslizamento? Planos de deslizamento são planos cristalográficos bem definidos de maiores densidades atômicas. 87-‐ O que são direções de deslizamento? São as direções cristalográficas mais compactas dentro dos planos de deslizamento. 88-‐ Por que os deslizamentos são mais prováveis em planos e direções compactas? Pois nestes casos a distância que a rede precisa se deslocar é mínima, logo é necessária uma pequena energia, sendo então, mais prov´vel. Dependendo da simetria da estrutura, outros sistemas de deslizamento podem estar presentes. Uma vez que os planos de maiores densidades atômicas são também os mais espaçados entre si, a resistência (menor E, e consequentemente menor σ máx) destes planos será geralmente menor, do que a de outros conjuntos de planos cristalográficos. Em geral, o deslizamento ocorreráparalelo a planos compactos, que preservam sua integridade. 89-‐ O que são sistemas de deslizamento? A combinação dos planos de deslizamentos com as direções de deslizamento. Esses sistemas variam com as redes cristalográficas. 90-‐ Explique a deformação plástica nos materiais cristalinos. Nas cerâmicas cristalinas, a deformação plástica ocorre como nos metais, pelo movimento de discordâncias. E, cerâmicas cristalinas, apesar das estruturas serem semelhantes às dos metais, muitos sistemas de deslizamento não são ativos. Nos materiais cerâmicos, para os quais a ligação é predominantemente iônica, existem muito poucos sistemas de deslizamentos ao longo dos quais as discordâncias podem se mover. Isso é consequência da natureza, eletricamente carregada, dos íons. Para o escorregamento em algumas direções, íons com a mesma carga são colocados próximos uns ao outros, devido a repulsão eletrostática, essa modalidade de deslizamento é muito restringida, ao nível em que, a deformação plástica nos materiais cerâmicos é raramente mensurável à temperatura ambiente. Por outro lado, para cerâmicas nas quais a ligação é altamente covalente, o escorregamento também é difícil e eles são frágeis, pois as ligações covalentes são relativamente fortes, pelo número limitado de sistemas de deslizamentos e pela complexidade das estruturas das discordâncias. 91-‐ Explique a deformação plástica dos materiais cerâmicos amorfos. Nos materiais cerâmicos amorfos não existe uma estrutura cristalina regular, ou seja, não existem discordâncias. Materiais amorfos e líquidos apresentam sempre o mecanismo de deformação dependente do tempo, e deformam por Escoamento Viscoso ou Deformação Viscosa. Escoamento viscoso: os átomos deslizam uns sobre os outros pela quebra e reconstrução de ligações interatômicas, em resposta a aplicação de tensão de cisalhamento. Deformação viscosa: completamente isotrópica (mesma propriedade física, independente da direção), depende apenas da tensão aplicada. A viscosidade diminui com o aumento da temperatura, e o efeito da mudança de densidade pode ser considerável. Os vidros, como não há rede cristalina, se comportam como líquidos muito viscosos, exibindo os extremos do comportamento frágil a dúctil, dependendo da temperatura a qual está submetido. Em baixas temperaturas, ocorre fratura frágil. Em temperaturas próximas a temperatura de amolecimento, ocorre um fluxo plástico muito intenso. 92-‐ Qual o critério para a deformação plástica dos materiais cerâmicos? Presença de discordâncias, um mecanismo de geração de novas discordâncias sob uma tensão aplicada e um trajeto longo em que as discordâncias podem se mover em uma tensão mais baixa que a resistência à fratura dos materiais. A deformação plástica não deve ocorrer em uma cerâmica iônica, a menos que o balanço eletrostático entre os íons positivos e negativos seja restabelecido em torno de cada íon, a geometria estrutural não seja alterada e a razão ânion-‐cátion seja mantida. 93-‐ Relacione a deformação plástica com a temperatura. A deformação plástica dos materiais cerâmicos aumenta com o aumento da temperatura de ensaio. Muitos materiais cerâmicos, quando ensaiados em altas temperaturas e com cargas baixas constantes, deformam-‐se plasticamente por fluência. 94-‐ Qual o comportamento de ductilidade nos monocristais cerâmicos? Os materiais monocristalinos apresentam considerável alongamento plástico em ensaios de flexão em temperatura ambiente. Monocristais contém baixa densidade de discordâncias. Restrições aos sistemas de deslizamentos resultam tanto das condições eletrostáticas, como das condições geométricas. Porém, maiores plasticidades são obtidas quando ocorre expansão de bandas de deslizamento em monocristais. 95-‐ Qual o comportamento de ductilidade das cerâmicas policristalinas? Materiais cerâmicos policristalinos fraturam de modo frágil em temperatura ambiente, mas podem apresentar ductilidade em altas temperaturas. A orientação randômica dos grãos inibe o movimento de discordâncias. As discordâncias terminas nos contornos de grãos. Para a deformação plástica ser possível, é determinado que 5 sistemas independentes de deslizamentos devem estar presentes na estrutura do cristal. Em temperatura ambiente, muitas estruturas cerâmicas possuem apenas 3 ou 4 sistemas de deslizamentos. 96-‐ Quais os principais tipos de deformações sob alta temperaturas? Por que ocorrem? A deformação plástica de materiais cerâmicos pode ser elevada em altas temperaturas, pois os movimentos dos átomos ocorrem com mais facilidade. Os 3 tipos são : Anelasticidade, Fluência e Fluxo Viscoso. Anelasticidade ou Viscoleslasticidade: Em um número grande de aplicações, tais como vidros e materiais policristalinos, em altas temperaturas, o módulo de elasticidade não é uma constante, mas exibe uma grande dependência do tempo. Esse comportamento é denominado anelasticidade ou viscoelasticidade e caracteriza as deformações que são recuperáveis, porém, não instantaneamente, após a remoção da tensão. À medida que se atingem temperaturas muito elevadas, há um decréscimo acentuado no módulo de elasticidade. Isso ocorre porque as tensões, nas altas temperaturas induzem movimentos nos átomos, de um lado para outro. Nessas condições, a deformação não é efetivamente elástica, pois alguns átomos ganham novos vizinhos. Mas é parcialmente reversível, de tal maneira que o alívio de tensões permite o retorno de muitos daqueles átomos às posições originais. O deslocamento anelástico dos átomos é mais intendo em altas temperaturas, ou quando ocorrem frequências de solicitaçãomais baixas, num intervalo de tempo mais prolongado. Fluência: Deformação plástica lenta que ocorre em materiais submetidos a carregamentos estáticos, sob alta temperaturas (tempo). É um escoamento dependente do tempo. A velocidade de fluência depende conjuntamente da tensão aplicada e da temperatura. Os mecanismos que influem no processo de fluência são, dentre outros: deformação dos contornos de grãos, movimento de discordâncias e difusão. A fluência só é possível porque os obstáculos à deformação podem ser vencidos pela ação combinada das flutuações térmicas e tensões. A deformação plástica lenta que ocorre em materiais submetidos a carregamentos estáticos, sob altas temperaturas. É um escoamento dependente do tempo. Fluência em monocristais: Nos monocristais o mecanismo envolvido no processo de fluência é o movimento de discordâncias que estão presentes na estrutura. A presença de imperfeições diminui a taxa de fluência. Fluência em policristais: É controlada por mecanismos diferentes daqueles dos monocristais. Em cerâmicas policristalinas, a orientação aleatória dos grãos dificulta a movimentação das discordâncias entre eles, através dos seus contornos. Portanto, movimentação de discordâncias não apresenta um efeito significante no mecanismo de fluência. Nesses materiais, a taxa de fluência é governada pela taxa de difusão e pela taxa de movimento dos contornos de grãos. A difusão envolve o movimento de íons, átomos ou vacâncias através da estrutura do cristal (intragranular) ou difusão ao longo nos contornos de grãos (intergranular). O deslizamento dos contornos frequentemente envolve porosidade ou uma diferença na composição química nos contornos de grãos. Deslizamentos nos contornos de grãos é um importante fator na contribuição para a fratura de muitos materiais cerâmicos densificados por prensagem à quente ou sinterização. Nos deslizamentos nos contornos de grãos, aditivos são necessários para se conseguir a densificação. Esses aditivos concentram-‐se nos contornos dos grãos como impurezas, inicialmente presentes no material. Se um vidro é formado, sendo frequentemente obtido em temperaturas inferiores, a temperatura que normalmente ocorre o processo de fluência da matriz, o deslizamento do contorno de grão é observado. Deslizamentos nos contornos de grão são normalmente acompanhados pela nucleação de trincas nos contornos de grãos, principalmente pela cavidade em ponto tríplice (pontos em que 3 grãos se encontram). A contribuição dada pela redução da capacidade de suportar cargas, devido ao “amolecimento” do contorno de grão, é a formação de falhas, que geralmente resultam em fratura, antes de deformações plásticas apreciáveis. Contornos de grão podem agir como fontes e dissipadores de defeitos pontuais. Frequentemente, o contornos de grãos atraem impurezas e são sítios de segundas fases. Em temperaturas, onde os defeitos pontuais são móveis, deve ocorrer fluxo plástico, preferencialmente, nos contornos de grão. Isto pode levar a vários fenômenos, tais como mudanças de formas dos grãos individuais ou o deslizamento relativo de grãos adjacentes, com consequente nucleação de trincas. A presença de tais trincas, que frequentemente estão ao longo dos contornos de grão, pode levar à fratura frágil prematura do material. 97-‐ Quais as etapas gerais do processamento cerâmico? Composição da massa (pó + aditivos), etapa de conformação, corpo a verde, etapa de sinterização e peça sinterizada. 98-‐ Quais os tipos de cerâmica? Cerâmicas tradicionais: resultam de processos de transformação que apresentam menor controle de parâmetros operacionais, utilizando, quase sempre, matérias primas naturais, beneficiadas ou não. Obtidas a partir de 3 componentes básicos: argila, sílica e feldspato. Na microscopia, observam-‐se partículas de vários tamanhos unidas por uma fase vítrea. Presença de várias fases. Cerâmicas avançadas: resultam de processos de transformação altamente controlados de matérias primas sintéticas. A matéria prima provém, assim, das industrias químicas e possuem elevados níveis de garantia, em termos de qualidade. As matérias primas sintéticas são formadas por compostos duros ou quase duros. Microscopia bem definida nos contornos de grão. 99-‐ Onde são usadas as cerâmicas avançadas? Essas cerâmicas, geralmente, trabalham sob condições de carregamento dinâmico, envolvendo tensões de tração e de impacto, e frequentemente, devem funcionar em temperaturas elevadas e ambientes corrosivos. São virtualmente isentas de poros e possuem resistência à fratura muito elevada, alta tenacidade à fratura e grande dureza. Esses materiais encontram aplicações como componentes em motores e outras máquinas, anteriormente feitos de ligas metálicas, ferramentas de corte, biomateriais, cerâmicas isolantes que funcionam como barreiras térmicas aeroespaciais. 100-‐ Descreva a explique as etapas de beneficiamento das matérias primas. Beneficiamento das matérias primas (pós e aditivos de conformação), mistura, conformação, sinterização, produto cerâmico policristalino, acabamento. Após a mineração, os materiais devem ser beneficiados, isto é, desagregados ou moídos, classificados de acordo com a granulometria, e muitas vezes, passam por um processo de purificação. O processo de fabricação propriamente dito tem início após essas operações de beneficiamento. As matérias primas sintéticas geralmente são fornecidas prontas para o uso, necessitando apenas, em alguns casos, de um ajuste de granulometria. Os principais processos de beneficiamento são: Cominuição: produção de pequenas partículas pela redução detamanho de outras menores. Tem como objetivo a desaglomeração de clusters, aumento da área específica, homogeneizar a mistura solvente-‐pó. Também conhecido como moagem, pode ser realizada a seco ou a úmido. A moagem a úmido é realizada em presença de solventes e é o método predominante porque o método de magem a seco tem limitações na produção de partículas que são mais finas do que alguns micrômetros. O principal equipamento é o Moinho de Bolas. Separação de Partículas: é uma operação comum em processamento cerâmico. Impurezas das matérias primas ou aquelas introduzidas durante processamento são algumas vezes removidas por diferenças de tamanho, densidade, comportamento superficial ou propriedades magnéticas. Filtração: é muito usada em processamento cerâmico para concentrar partículas de suspensões ou barbotinas. Lavagem: tem importância significativa na redução da concentração de impurezas solúveis, como álcalis (base que se dissolve em água). Granulação: é uma aglomeração proposital de partículas finas em clusters maiores, realizada para prover certas propriedades ao pó. É o processo pelo qual partículas de pó muito finas aderem entre si, para a formação de uma partícula maior, que na realidade são multi-‐partículas denominadas grânulos. Normalmente, a granulação começa depois de uma mistura, via seca ou via úmida, dos ingredientes pulverizados ou não, de tal forma que esses componentes alcancem uma distribuição uniforme dentro da mistura. Tem como objetivo prevenir segregação dos componentes da mistura ou massa cerâmica. A segregação de componentes pode ocorrer devido a diferenças nos tamanhos das partículas ou densidades dos componentes da mistura. Melhorar as propriedades de fluidez da mistura dos pós, pois muitos pós, devido ao seu tamanho pequeno, forma irregular ou características de superfície, são muito aderentes e não permitem uma boa fluidez. Baixa fluidez resultará, frequentemente, numa variação de peso indesejável no produto final, devido ao abastecimento variável dentro dos moldes no produto cerâmico. Melhorar as características de compactação da mistura dos pós, pois alguns pós, ou misturas de pós, são difíceis de compactar, mesmo quando um bom aditivo é incluído na mistura. Porém, grânulos desses pós ou misturas de pós são frequentemente, mais facilmente compactados e produzem peças mais resistentes. Geralmente, ocorre uma migração de aditivos após a granulação, durante o processo de “descanso” dos grânulos, resultando numa camada exterior rica em aditivos ligantes. A partir da granulometria é possível determinar as seguintes características físicas de alto interesse tecnológico da massa cerâmica: distribuição de tamanho dos grânulos, massa específica aparente, massa específica vibrada, índice de fluidez e morfologia dos grânulos. Calcinação: são reações de decomposição endotérmicas (absorve energia em forma de calor) para produção de óxidos como um produto sólido. Os óxidos obtidos são finamente divididos. 101-‐ Quais os métodos de granulação? Via seca: quando não se utiliza nenhum tipo de líquido, os grânulos são obtidos por meio de altas temperaturas. Geralmente os pós são compactados sob altas pressões e depois são desintegrados (moagem do compactado). Via úmida (Spray Dry): quando se utiliza um líquido no processo. Na maioria das formulações de massas cerâmicas, além das matérias primas tradicionais, diferentes aditivos podem ser utilizados para proporcionar certas propriedades ou fatores que inibam (ou não) algumas características durante o processo industrial. Durante a granulação via úmida, o líquido (com ou sem aditivos) é adicionado à mistura de pós formando uma suspensão de sólidos em líquidos (barbotina). A suspensão é pulverizada e um fluxo de ar quente evapora o líquido. Os grânulos obtidos são semelhantes a esferas ocas, de fácil fluidez, e a distribuição de ligantes, em tais grânulos, favorece as propriedades de compactação. 102-‐ Qual a importância do beneficiamento? A etapa de beneficiamento das matérias primas é de vital importância para o processo cerâmico. As propriedades controladas e modificadas durante esta etapa como granulometria, teor de impurezas e concentração de minerais, influenciarão definitivamente nas propriedades do produto final. A negligência no controle das propriedades da matéria prima comprometerá permanentemente as etapas posteriores e assim a qualidade do produto. 103-‐ Explique o processo de conformação. Quais os tipos de processos? O objetivo é conseguir o maior grau de empacotamento de partícula e um elevado grau de homogeneidade. Toda via, muitos processos são destinados à obtenção de peças com porosidade elevada. O empacotamento denso de partículas reduz a quantidade de porosidade que deve ser removida durante a densificação, consequentemente, isso reduz a retração de queima. Empacotamento denso também aumenta a cinética de sinterização. Empacotamento homogêneo de partículas diminui a não homogeneidade microestrutural durante a sinterização. Uma variedade de parâmetros devem ser controlados para se adquirir um ótimo empacotamento de partículas. Eles incluem: o modo do fluxo de partículas dentro do molde, condições do molde, ciclo de queima e a remoção do compactado de dentro do molde. A consolidação mecânica é uma operação que consiste em dotar pós cerâmicos de formas, que possam ser sinterizadas. Os métodos de consolidação podem ser classificados em 2 grandes categorias: Via Seca: são aquelas em que a porção do pó inorgânico é predominante. Eles incluem:Prensagem uniaxial, Prensagem Isostática a quente com molde úmido ou molde seco, Prensagem a quente e Prensagem Isostática a quente. Via Úmida: são aquelas em que os pós são conduzidos por solventes aquosos, orgânicos ou poliméricos. Eles incluem: Colagem de barbotina Slip Casting (pó disperso em um fluido), Colagem de barbotina Tape Casting (pó disperso em um fluido), Extrusão (mistura) e Injeção (mistura). 104-‐ Explique os processos de conformação via seca. Prensagem Uniaxial: os pós são consolidados em um molde através de pressões aplicadas por êmbolos mecânicos ou hidráulicos em uma direção vertical. Esta pressão pode ser de ação simples ou de dupla ação, a de dupla ação obtém uma distribuição mais uniforme da pressão. Devido ao atrito entre o molde e as partículas, parte da pressão aplicada é absorvida pelo molde, causando gradiente de pressão na peça moldada, com isso, o início de trincas no processo de sinterização. Para reduzir o atrito, utiliza-‐se lubrificação no pó ou nas paredes do molde. O preenchimento uniforme do molde, a pré-‐compactação e o uso de pós produzidos por spray dry reduzem a variação na distribuição de densidade. A formação de trincas ocorre no alívio de tensões, na eliminação da carga ou na extração da peça. Processo utilizado na fabricação de peças eletrônicas e relativamente limitado a formas simples. Prensagem Isostática a Frio: promove uma prensagem uniforme em toda a superfície. Moldes de borracha são preenchidos com a massa cerâmica, em seguida, é submetida uma pressão isostática elevada, moldando o objeto. Pode ser em meio úmido (wet bag) ou em meio seco (dry bag). Wet Bag: o pó cerâmico é introduzido no interior de um molde flexível (elastômero, como o poliuretano) e impermeável ao fluido pressurizado. Uma vez fechado, o molde é submerso no líquido (geralmente água) contido na câmara de pressão. Na fase de compactação, o líquido é pressurizado por uma bomba hidráulica e deforma o molde flexível que transmite uniformemente a pressão à massa. Uma vez completo o ciclo de compactação, a medida em que é reduzida a pressão do líquido, ocorre uma expansão tanto do molde como da peça, o que facilita sua extração. As principais desvantagens são: excessiva duração do ciclo de prensagem, dificuldade de se automatizar a operação, elevado custo da mão-‐de-‐obra, limitado a formas simples. A etapa mais demorada é o preenchimento do molde. Dry Bag: foi desenvolvida para aumentar a velocidade de produção da técnica via úmido. Basicamente, nesta técnica, em vez de submergir o molde em um fluido, ele é feito por canais internos por onde se faz circular o fluido pressurizado. Isto minimiza a quantidade de fluido a ser pressurizado e permite o uso de uma ferramenta estacionária. A pressão vertical é aplicada por pistões ou êmbolos nas extremidades do molde, este é fixo, faz parte do equipamento. A pressão fornecida não é totalmente isostática. A maior dificuldade esta na construção do molde, uma vez obtido um desenho e contrução de moldes adequados, a operação pode ser automatizada. Prensagem a Quente: a prensagem e a queima ocorrem simultaneamente, o agregado é compactado a uma temperatura elevada. Processo mecanicamente idêntico à prensagem uniaxial, diferenciando apenas no aquecimento do molde, que sinteriza o pó durante a operação de prensagem. O aquecimento é feito por resistência elétrica e a pressão é aplicada por êmbolos. A densificação ocorre a uma temperatura mais baixa, comparada a sinterização sem prensagem. Ocorre normalmente sem aditivos (qualquer aditivo orgânico seria transformado, pela temperatura, em um resíduo carbonizado). O grafite é o material mais utilizado para fabricação dos moldes. Único processo para obtenção de cerâmicas transparentes, também chamadas de cerâmicas óticas. Desvantagens: o molde é de fabricação cara e exige muito tempo, é necessário resfriar a matriz antes de uma nova compactação, limitado a formas simples, blocos ou cilindros curtos. Prensagem Isostática a Quente: consiste na aplicação simultânea da temperatura e pressão uniforme. Pressões elevadas de gás (nitrogênio ou argônio) são usadas para consolidar a peça. Foi desenvolvida para estender a capacidade da prensagem a quente, permite consolidar formas complexa de alta densidade. Pode ser utilizada para eliminar porosidade em peças que já foram conformadas e também para consolidar pó cerâmico no método encapsulado. Método Encapsulado: O pó cerâmico é colocado em uma capsula de vidro de borosilicatos quem contém o molde desejado, a capsula é selada e então é submetida a prensagem. Após a prensagem, é feita a limpeza da peça, retirando o vidro corrugado. A remoção de produtos de reação gasosa deve ser realizada antes do encapsulamento. É utilizado para consolidar peças com formas complexas. Sinter/HIP: para as peças que já foram conformadas, é necessária uma pré-‐sinterização. A peça é aquecida para fechar a porosidade superficial e depois é submetida a prensagem eliminando a porosidade residual, processo realizado em altas temperaturas. Peças compactadas com porosidade aberta, não podem ser densificadas por este método. O método Sinter/HIP não densifica. Do ponto de vista comercial, essa técnica é importante para produzir componentes com formas bem definidas e complexas. 105-‐ Explique os processos de conformação via úmida. Colagem de Barbotina Slip Casting: é basicamente desenvolvida a partir de um pó cerâmico, aditivose moldagem. O pó cerâmico mais utilizado é a Alumina. Os aditivos são compostos adicionados na suspensão coloidal (pó cerâmico adicionado em meio aquoso) com o objetivo de estabiliza-‐la, evitando floculações. Na moldagem, a suspensão coloidal é vertida em um molde poroso, o líquido é filtrado pelas paredes porosas do molde e uma camada consolidada é formada na superfície adjacente do molde. A variável tempo é muito importante, uma vez que determina a espessura da peça. É necessário uma barbotina de baixa viscosidade com elevada cobertura de sólidos. Os aditivos são usados para se obter uma máxima dispersão das partículas e promover resistência a verde. Os pós utilizados deve ter uma larga distribuição de tamanhos das partículas. Colagem de Barbotina Tape Casting: a formação da fita cerâmica tem início com o preenchimento do reservatório por uma suspensão de viscosidade moderada. As suspensões para colagem de fita são basicamente constituídas de pó cerâmico, solvente (não aquoso), dispersante, ligante e plastificante. Em geral, são utilizadas suspensões com elevado teor de sólido (pó cerâmico) , acima de 30%, para diminuir o tempo de secagem. No fundo do reservatório, existe uma abertura limitada pela altura da lâmina niveladora (doctor blade). Sob o reservatório, uma superfície lisa e plana move-‐se com velocidade constante. São utilizados como bloco de construção para substratos eletrônicos. Extrusão: conformação realizada em temperatura ambiente. A conformação é obtida pela pressão que força a passagem de uma mistura plástica através de orifícios em um molde rígido, conformando na forma desejada. Esta pressão pode ser obtida por pistão ou rosca-‐sem-‐fim. A consistência da mistura é obtida por meio de solvente (água), ligante e lubrificante. Injeção: conformação em temperatura elevada. A mistura de pó cerâmico com polímeros termoplásticos é aquecida, depois passa por uma pré-‐compactação para reduzir a porosidade e então é injetada em um molde. Este molde é constantemente resfriado. Causando um endurecimento da peça. A mistura é carreada até o molde por uma rosca-‐sem-‐fim. Esse processo é utilizado para produzir pequenas peças cerâmicas, de formas complexas e elevada precisão dimensional. 106-‐ Descreva e comente as etapas após a conformação. Para as peças que foram conformadas nos métodos sem sinterização, existem mais 3 etapas: secagem, remoção de aditivos e sinterização. Secagem: a secagem das peças cerâmicas nada mais é do que a retirada da água que permanece na massa. A secagem é importante porque, se a peça for colocada no forno ainda úmida, a água vai ser eliminada rapidamente, provocando assim rachaduras e deformações. Por isso deve ser feita lentamente, representando um custo considerável na peça final. Remoção de Aditivos: os aditivos de conformação devem ser removidos completamente antes da sinterização. Problemas relacionados à eliminação de ligantes são: trincas, empenamentos, delaminações. Estes defeitos são difíceis de serem removidos na sinterização, por isso, a remoção de aditivos deve ser extremamente lenta. Sinterização: consiste em aquecer partículas de baixa granulometria que se mantém em estreito contato até ocorrer à fundição das partículas por coalescência, isto é, pela fusão de superfícies adjacentes, formando pescoços. Contanto, as propriedades e a qualidade de um material obtido por sinterização dependem de diversas variáveis, como: temperatura, energia interna, vazios intergranulares, impurezas fator de empacotamento e outros. A força motriz para que ocorra a sinterização, é o decréscimo da energia superficial livre, obtido pela diminuição da área da superfície total da peça. A sinterização traz como consequência a eliminação de espaços vazios existentes entre as partículas. A sinterização ocorre em fornos, podendo ser contínuos ou intermitentes. Contínuo: as peças passam por varias etapas dentro do forno, passando por diferentes temperaturas e saem prontas em temperatura ambiente. Intermitente: as peças são colocadas cuidadosamente no forno, que é fechado e somente aberto quando as peças estiverem prontas, sendo necessário esperar esfriar para retirar as peças. 107-‐ Quais os tipos de aditivos utilizados na mistura do pós cerâmicos? Existem 2 tipos: aditivos de conformação e aditivos de sinterização. Aditivos de Conformação: são compostos orgânicos adicionados aos pós cerâmicos, os principais são: ligantes, plastificantes e lubrificantes. Ligantes: conferem plastificação e resistência a verde após a conformação. Plastificantes: modificam os ligantes, conferindo maior fluidez (capacidade de preencher o molde). Lubrificante: reduzem o atrito entre as partículas e o atrito entre as partículas e as paredes do molde. Aditivos de Sinterização: são compostos inorgânicos, que usualmente permanecem nos corpos sinterizados. Eles são utilizados para o controle da evolução microestrutural durante a sinterização, por exemplo, para aumentar a velocidade de transporte de matéria e inibir ou restringir o crescimento do grão. 108-‐ Para que serve o revestimento superficial? O revestimento superficial é um revestimento de cerâmica nos materiais metálicos. Proporcionando assim, redução do atrito, aumento da vida útil e a redução do uso de lubrificantes. O revestimento superficial alia a dureza da cerâmica com a tenacidade do metal. A superfície recoberta apresenta 4 zonas distintas: superfície do recobrimento, recobrimento, interface substrato/revestimento e substrato. Essas 4 zonas apresentam diferentes propriedades:
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