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ESCOLA ESTADUAL CARMO GIFFONI Disciplina: Física Rua do Colar, 85 - Jatobá Professora: Daniela Ribeiro Belo Horizonte- MG Ensino Médio UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): Eixo Temático VI: Eletricidade e Magnetismo – Tema 14: Eletrostática OBJETO DE CONHECIMENTO: 40. Processos de eletrização HABILIDADE(S): 40.1. Compreender os fenômenos eletrostáticos e suas aplicações. Vamos iniciar aqui o estudo da Eletricidade. Esta parte da Física estuda os efeitos de uma propriedade chamada carga elétrica. É a Eletricidade que explica o funcionamento de aparelhos como chuveiros, ventiladores, telefones, etc. Ela é um dos alicerces da sociedade moderna. Conseguimos notar sua vital importância quando ela nos falta. A palavra eletricidade deriva da palavra grega elektron, que significa âmbar, material fóssil que resulta do endurecimento da seiva de alguns tipos de árvores que viveram há milhões de anos. Para entendermos a eletricidade, precisamos antes entender alguns conceitos básicos. 1. Carga Elétrica 1.1. Carga elementar Menor quantidade de carga que pode ser encontrada na natureza. 1.2. Quantização da carga elétrica A carga elétrica é quantizada, ou seja, sempre um múltiplo do valor da carga elétrica elementar. A carga de um corpo é dada pela equação: A carga elétrica é uma propriedade das partículas elementares que compõem o átomo. Toda matéria é constituída de átomos (Átomo é uma unidade básica de matéria), que, por sua vez, são constituídos de partículas subatômicas: Prótons (carga positiva); Nêutrons (não possui carga); Elétrons (carga negativa) O número de prótons e nêutrons no núcleo é variável. Porém, em qualquer caso, em um átomo, o número de prótons é igual ao de elétrons. Q= Carga elétrica, medida em coulomb no SI. n= quantidade de cargas elementares, grandeza adimensional de valor inteiro (n=1, 2, 3, 4...). e= carga elétrica elementar, 1,6x10-19 C Exemplo: calcule a carga elétrica de um corpo que possui excesso de 24x1012 elétrons. Considere o módulo da carga elementar igual a 1,6x10-19 C. Resolução: Temos o n, que é o número de elétrons em excesso e o valor da carga elementar. Para encontrarmos o Q, basta substituir na fórmula acima: Aplicando a regra de multiplicação de potenciação de mesma base, teremos: 1.3. Elétrons Livres São os elétrons que seus encontram na camada de valência que estão prontos para seus desprenderem do átomo gerando corrente elétrica. Fracamente ligado ao átomo. São fundamentais para a condução elétrica. O movimento dos elétrons livres produz a corrente elétrica. Quanto maior a distância entre o Núcleo e um elétron, menor é a força com que eles se atraem. 2. Princípios da eletrostática Todo o estudo da eletricidade norteia-se por dois princípios: 2.1. Princípios da atração e repulsão "Duas cargas elétricas de mesmo sinal se repelem, e de sinais contrários se atraem". I. Entre dois elétrons existe um par de forças de repulsão. II. Entre dois prótons existe um par de forças de repulsão. III. Entre um próton e um elétron existe um par de forças de atração. 2.2. Princípio da conservação da carga elétrica: A somatória da carga elétrica de um sistema eletricamente isolado é constante. A soma algébrica das cargas antes e depois de um processo de transferência deve ser a mesma. Carga elétrica não pode ser criada ou destruída, elas são transferidas. Implica que a carga total do universo é constante. 3. Eletrização Processo de retirar ou acrescentar elétrons a um corpo neutro (corpo neutro é o corpo que possui número igual de prótons e de elétrons, fazendo com que a carga elétrica sobre ele seja nula) para que este passe a estar eletrizado, ou seja, terá um número diferente de prótons e elétrons (corpo não neutro). A única modificação que um átomo pode sofrer sem que haja reações de alta liberação e/ou absorção de energia é a perda ou ganho de elétrons. Há transferência de elétrons de um corpo para o outro (perderá elétrons o átomo que exercer menor força sobre eles). 3.1. Condutores e Isolantes São materiais que se comportam de maneiras opostas em relação à passagem de corrente elétrica. Enquanto os condutores permitem a movimentação dos elétrons, os isolantes dificultam essa movimentação. a) Materiais condutores: as cargas elétricas se movimentam com mais liberdade em função dos elétrons livres presentes na sua camada de valência. Podem ser sólidos (cobre e prata), líquidos (solução de NaCl) ou gasosos. b) Materiais isolantes (dielétricos): ausência ou pouca presença de elétrons livres. Os elétrons são fortemente ligados ao núcleo, inibindo sua movimentação. Ex: borracha, isopor, madeira, vidro, etc. c) Materiais semicondutores: podem se comportar como condutor ou como um isolante mediante as condições físicas. Ex: silício e germânio. Como um corpo se eletriza? 3.2. Processos de eletrização a) POR ATRITO Antes da eletrização: dois corpos distintos neutros. Depois da eletrização: dois corpos eletrizados com cargas iguais de sinais opostos (pode ocorrer a passagem de elétrons de um corpo para outro). Não acontece entre metais porque eles são bons condutores e a descarga é muito rápida, não conseguindo mantê-los eletrificado. Como sabemos qual material ficou eletricamente positivo e qual ficou eletricamente negativo? Série triboelétrica: ordena os materiais que se eletrizam por atrito quanto à facilidade de ficarem carregados positivamente. Assim, se eletrizarmos um material mostrado na parte de cima da série com um material mostrado na parte de baixo, o material de cima ficará eletrizado positivamente e o material de baixo ficará eletrizado negativamente. b) POR CONTATO Antes da eletrização: dois corpos condutores, um eletrizado e o outro neutro. Depois da eletrização: dois corpos eletrizados com cargas iguais em módulo. A soma das cargas dos corpos é igual antes e após o contato, se o sistema for eletricamente isolado. Nessa eletrização, utilizam-se os elétrons livres em excesso presentes na superfície dos materiais que sofrem esse processo. Só acontece em materiais condutores, visto que os materiais isolantes não possuem elétrons livres. Exemplos 1) Um corpo condutor A com carga é posto em contato com outro corpo neutro . Resolução: 2) Um corpo condutor A com carga é posto em contato com outro corpo condutor B com carga . Resolução: Na eletrização por contato, os corpos condutores ficam eletrizados com cargas de mesmo sinal, e não necessariamente em mesma intensidade. c) POR INDUÇÃO Quando um corpo neutro é colocado próximo de um corpo eletrizado, sem que haja contato entre eles. É chamada indução eletrostática. Veja no esquema a seguir como se eletriza um corpo por indução: Inicialmente, há a esfera A neutra e a esfera B com carga positiva. Indutor Induzido As esferas A e B são aproximadas e ocorre uma separação de cargas na esfera A. A esfera A é conectada a terra por um condutor de forma que os elétrons da terra sobem e neutralizam as cargas positivas dessa esfera. A esfera A, agora carregada negativamente, é desligada da terra e separada da esfera. A carga elétrica final do condutor que estava neutro sempre possui sinal oposto à do indutor. Pelo processo da indução elétrica podem-se separar cargas num condutor. Enquanto esta separação de cargas permanecerem, a esfera adquire configuração de um "dipolo elétrico" (cargaspositivas e negativas concentradas em regiões opostas, assim como na figura ao lado). Um polo terá "excesso de X elétrons", o outro terá "falta de X elétrons". Após a separação os X elétrons livres se redistribuem deixando a esfera despolarizada e neutra, como originalmente estava. Chamamos esse processo de polarização. A esfera fica polarizada, mas não eletrizada. Agora é a sua vez, faça os exercícios do PET- Volume 1, semanas 1 e 2, abaixo: 1) Responda: a) Por que não é possível eletrizar duas barras metálicas pelo processo de eletrização por atrito? b) Por que não é possível eletrizar dois isolantes pelo processo de eletrização por contato? c) Por que não é possível eletrizar um isolante pela polarização? 2) Atrita-se uma placa de vidro com um pano de lã, inicialmente neutros, e faz-se a lã entrar em contato com uma bolinha de cortiça (material de algumas rolhas), também inicialmente neutra, suspensa por um fio isolante. Ao aproximar a placa da bolinha, constata-se que ocorre atração entre elas. Justifique. 3) Considere um eletroscópio* de folhas descarregado (figura ao lado). São realizadas as seguintes operações: 1ª: Aproxima-se da esfera do eletroscópio um corpo eletrizado positivamente; 2ª: Liga-se o eletroscópio à terra, usando um fio-terra; 3ª: Desfaz-se a ligação com a terra e, a seguir, afasta-se o corpo eletrizado. Indique o que acontece em cada operação e determine o sinal da carga do eletroscópio após essas operações. * O eletroscópio de folhas é um instrumento utilizado para detectar e medir cargas elétricas. Ele funciona da seguinte maneira: aproxima-se um material eletrizado da esfera condutora. Pelo processo de indução, as cargas de mesmo sinal do material eletrizado são repelidas para as duas folhas metálicas. Como as folhas ficam carregadas com cargas de mesmo sinal, elas tendem a se afastar. Situação Comentário Sinal 1° 2° 3° Um exemplo de eletrização por indução é a ocorrência de raios. Os raios se formam quando certa região de uma nuvem acumula excesso de carga elétrica, positiva ou negativa. Se isso ocorre, o raio é o meio de desfazer a tensão, por meio da transmissão da eletricidade. Em geral, há uma área de carga positiva no alto das nuvens, uma área negativa no miolo e uma pequena área positiva embaixo. Quando uma nuvem está carregada eletricamente, ela induz na superfície terrestre cargas de sinais contrários, criando um campo elétrico entre a nuvem e a superfície. Se o campo elétrico for muito intenso, o ar pode funcionar como condutor de eletricidade, acarretando uma descarga elétrica.
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