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APOSTILA-O1 ELETROSTÁTICA PROF.DAVIDSON 1 ELETRIZAÇÃO – FÍSICA 3ºANO – 4ºBIMESTRE. A única modificação que um átomo pode sofrer sem que haja reações de alta liberação e/ou absorção de energia é a perda ou ganho de elétrons. Por isso, um corpo é chamado neutro se ele tiver número igual de prótons e de elétrons, fazendo com que a carga elétrica sobre o corpo seja nula. Pela mesma analogia podemos definir corpos eletrizados positivamente e negativamente. Um corpo eletrizado negativamente tem maior número de elétrons do que de prótons, fazendo com que a carga elétrica sobre o corpo seja negativa. Um corpo eletrizado positivamente tem maior número de prótons do que de elétrons, fazendo com que a carga elétrica sobre o corpo seja positiva. Eletrizar um corpo significa basicamente tornar diferente o número de prótons e de elétrons (adicionando ou reduzindo o número de elétrons). CORPO ELETRICAMENTE NEUTRO E CORPO ELETRIZADO Um corpo apresenta-se eletricamente neutro quando o número total de prótons e de elétrons está em equilíbrio na sua estrutura. Quando, por um processador qualquer, se consegue desequilibrar o número de prótons com o número de elétrons, dizemos que o corpo está eletrizado. O sinal desta carga dependerá da partícula que estiver em excesso ou em falta. Por exemplo, se um determinado corpo possui um número de prótons maior que o de elétrons, o corpo está eletrizado positivamente, se for o contrário, isto é, se haver um excesso de elétrons o corpo é dito eletrizado negativamente. PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO ELETRIZAÇÃO POR ATRITO Ao atritarmos dois corpos de substâncias diferentes, inicialmente neutros, haverá a transferência de elétrons de um para o outro, de modo que um estará cedendo elétrons, ficando eletrizado positivamente, ao passo que o outro estará recebendo elétrons ficando eletrizado negativamente. Corpo que fica eletrizado CEDEU elétrons Positivamente RECEBEU elétrons Negativamente A eletrização por atrito é mais intensa entre corpos isolantes do que entre condutores, pois nos isolantes as cargas elétricas em excesso permanecem na região atritada, ao passo que nos condutores, além de se espalharem por todo ele, há uma perda de carga para o ambiente. Vejamos uma experiência fácil de ser feita. Materiais, inicialmente, eletricamente neutros: • tubo de vidro (tubo de ensaio, por exemplo) • pedaço de lã Procedimento: Esfrega-se vigorosamente o pedaço de lã no tubo de vidro, tomando o cuidado de fazê- lo sempre na mesma região. Em seguida, separamos os dois e notamos que há, entre eles uma força de atração: APOSTILA-O1 ELETROSTÁTICA PROF.DAVIDSON 2 Isso se deve ao fato de a lã ter retirado elétrons do tubo de vidro, tornando-o eletrizado positivamente, enquanto ela eletrizou-se negativamente. Repetindo a experiência só que atritando um pedaço de lã com um pedaço de seda, notamos que a seda retira elétrons da lã, o que nos permite concluir que dependendo do material com o qual será atritada, a lã pode adquirir carga positiva ou negativa. Tal fato levou à elaboração de uma tabela denominada série tribo-elétrica, na qual a substância que se lê primeiro adquire carga positiva e a seguinte carga negativa. SUBSTÂNCIA – Sempre que atritamos dois corpos de substâncias diferentes surgem, na região atritada, cargas elétricas de sinais opostos. – Tal fato é mais facilmente observável entre isolantes. – Na série tribo-elétrica, a substância que se lê primeiro eletriza-se positivamente. Vidro Mica Lã Pele de gato Seda Algodão Ebonite Cobre Enxofre Celulóide ELETRIZAÇÃO POR CONTATO Algumas vezes tomamos choque ao tocarmos a maçaneta da porta de um automóvel, ou um móvel de aço no qual não há nenhum tipo de instalação elétrica que pudesse justificá-lo. Esse fenômeno está relacionado com o processo de eletrização por contato. Consideremos uma esfera de metal eletrizada negativamente (esfera A) e uma outra esfera de metal eletricamente neutra (esfera B), como na figura abaixo. Como o condutor A está eletrizado negativamente, todos os seus pontos estão com o mesmo potencial elétrico negativo ao passo que o condutor B tem potencial elétrico nulo, pois está eletricamente neutro. Ao estabelecermos o contato entre ambos através de um fio condutor, haverá passagem de cargas elétricas (elétrons livres) num único sentido (corrente elétrica) pelo fio, pois uma de suas pontas estará com o potencial elétrico negativo de A e a outra com o potencial nulo, ou seja, haverá uma diferença de potencial elétrico (ddp) nos terminais do fio. Os elétrons irão, espontaneamente, do menor potencial elétrico (negativo) para o maior potencial elétrico (nulo), ou seja, do condutor A para o condutor B. - + APOSTILA-O1 ELETROSTÁTICA PROF.DAVIDSON 3 A cada elétron que A perde, seu potencial elétrico aumenta. O condutor B, por sua vez, a cada elétron que ganha, tem seu potencial elétrico diminuído. Essa troca de elétrons continuará acontecendo enquanto houver diferença de potencial elétrico nos terminais do fio, isto é, enquanto os potenciais elétricos de A e B forem diferentes. Quando os potenciais elétricos se igualarem, dizemos que se atingiu o equilíbrio eletrostático e o condutor B, que antes estava neutro, agora está eletrizado, cessando a troca de elétrons. Como os potenciais elétricos finais são iguais, os dois condutores terão cargas elétricas de mesmo sinal e se forem esféricos, essas cargas serão diretamente proporcionais aos respectivos raios. Caso os condutores tenham mesmas dimensões, suas cargas elétricas finais serão iguais. Importante – Como só há troca de cargas elétricas entre os dois condutores, temos um sistema eletricamente isolado e dessa forma podemos aplicar o princípio da conservação das cargas elétricas. Repetindo o processo com o condutor A eletrizado positivamente e B neutro. Tudo se passa como se as cargas positivas tivessem migrado de A para B. Como o número de cargas positivas de A diminui, seu potencial elétrico também e como B passa a ter cargas positivas em excesso, seu potencial elétrico aumentará até que ambos se igualem. Atingido o equilíbrio eletrostático, as cargas finais de A e B terão mesmo sinal, pois seus potenciais elétricos serão iguais. APOSTILA-O1 ELETROSTÁTICA PROF.DAVIDSON 4 Os elétrons livres irão, espontaneamente, do menor potencial elétrico (potencial de B = nulo) para o maior potencial elétrico (potencial de A = positivo). ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO Nesse caso não há contato entre os corpos eletrizados. Basta aproximar um corpo carregado, o indutor, do corpo neutro a ser carregado, o induzido. Quando aproximamos um bastão eletrizado, os elétrons livres se deslocam, neste caso, atraídos pelo bastão positivo. A região oposta fica com falta de elétrons e, portanto com excesso de cargas positivas, provocando uma polarização. Ligamos então o induzido por um fio à Terra. Surge um fluxo de elétrons da Terra para o induzido, para neutralizar as cargas positivas. Desfazemos a ligação com a Terra, e em seguida afastamos o indutor, a esfera então ficará com excesso de carga negativa. APOSTILA-O1 ELETROSTÁTICA PROF.DAVIDSON 5 Estas cargas se distribuem de modo a ficarem o máximo possível afastadas umas das outras, se concentrando na superfície da esfera. Eletrizamos um corpo por indução, sem a necessidade de tocar corpos. CONDUTORES E ISOLANTES Discutiremos a seguir dois outros conceitos fundamentais (condutor e isolante) os quais, formam a base para a Eletrostática. Denominamos condutor elétrico todo meio material que permite a movimentação de cargas elétricas no seu interior. Se essa movimentação não puder ocorrer, o meio constituiráum isolante elétrico. Os condutores elétricos mais comuns são metais, que se caracterizam por possuírem grande quantidade de elétrons-livres, ou que estão fracamente ligados ao átomo. O movimento dos elétrons em um dado condutor pode ser influenciado por diferentes fatores, entre eles a temperatura. Neste caso, o movimento eletrônico não é ordenado sendo algumas vezes até caótico e imprevisível. Mas, em certas condições este movimento pode ser ordenado, constituindo ai uma corrente elétrica. Para simular o comportamento dos condutores e isolantes, vejamos o exemplo: • Se colocarmos um pedaço de madeira tocando, simultaneamente duas esferas, uma eletrizada e a outra neutra, notaram que as cargas em cada esfera permanecerão inalteradas e, portanto não haverá transferência de carga de uma esfera para a outra. • Agora, se no lugar de um pedaço de madeira usamos um metal, como por exemplo, um prego, notamos que acontecerá rapidamente uma redistribuição de cargas entre as duas esferas, até que ambas fiquem igualmente carregadas. ELETROSCÓPIOS Os eletroscópios são instrumentos destinados a verificar a existência de carga elétrica em um determinado corpo. ELETROSCÓPIO DE FOLHAS O eletroscópio mostrado na figura é do tipo folhas ( o mais conhecido). Esse tipo de eletroscópio é formado por duas finas lâminas de ouro presas numa das extremidades de uma haste metálica, sendo que na outra extremidade dessa mesma haste é presa uma esfera de material condutor. Tal sistema é acondicionado dentro de uma ampola de vidro, suspenso e totalmente isolado. Funcionamento: quando se aproxima um corpo eletrizado da esfera condutora, as lâminas de ouro do eletroscópio se abrem, pois o corpo eletrizado induz na esfera condutora, cargas de sinal contrário às dele, produzindo assim a repulsão entre as folhas. Os eletroscópios detectam apenas se um corpo está ou não eletrizado, não detectando o tipo de sinal de sua carga. ELETROSCÓPIO DE PÊNDULO A princípio tem funcionamento idêntico ao eletroscópio de folhas, exceto pela sua construção. Para descobrir se um corpo está ou não eletrizado, basta aproximá-lo da esfera (inicialmente neura). Se a esfera não se mover, o corpo está descarregado. A exemplo do eletroscópio de folhas, não é possível saber o tipo de carga do corpo eletrizado. APOSTILA-O1 ELETROSTÁTICA PROF.DAVIDSON 6 LEI DE COULOMB Esta lei, formulada por Charles Augustin Coulomb, refere-se às forças de interação (atração e repulsão) entre duas cargas elétricas puntiformes, ou seja, com dimensão e massa desprezível. Lembrando que, pela terceira Lei de Newton, estas forças de interação têm intensidade igual, independente do sentido para onde o vetor que as descreve aponta. O que a Lei de Coulomb enuncia é que: A intensidade da força elétrica de interação entre cargas puntiformes é diretamente proporcional ao produto dos módulos de cada carga e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa. Ou seja: Onde a equação pode ser expressa por uma igualdade se considerarmos uma constante k, que depende do meio onde as cargas são encontradas. O valor mais usual de kO é considerado quando esta interação acontece no vácuo, e seu valor é igual a: kO = 9 . 109 N. m2/C2 Então podemos escrever a equação da lei de Coulomb como: Onde: F = força eletrostática kO = constante eletrostática do meio Q1 e Q2 = cargas elétricas d = distância entre as cargas elétricas Para se determinar se estas forças são de atração ou de repulsão utiliza-se o produto de suas cargas, ou seja: Q1.Q2 > 0 → forças de repulsão Q1.Q2 < 0 → forças de atração K . |Q1|.|Q2| d2 F =
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