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FICHAMENTO ética (1)

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artigo 1
OS DESAFIOS ENCONTRADOS PELOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE RADIOLOGIA NA IMPLEMENTAÇÃO DO TRATAMENTO HUMANIZADO.
RESUMO:
O presente estudo teve como objetivo geral a realização de um levantamento bibliográfico de artigos científicos demonstrando os desafios encontrados pelos profissionais da radiologia na implementação do tratamento humanizado aos pacientes. Embora o tratamento humanizado seja muito importante, é possível observar que essa prática não tem sido facilmente implementada em nosso país por razões diversas, como o número elevado de pacientes, extensas jornadas de trabalho, rotina exaustiva e mecanização do exercício da profissão. Observamos, através do levantamento bibliográfico, que a implementação da humanização aos pacientes se torna mais difícil quando os próprios profissionais da área da saúde não se sentem tratados de forma digna no ambiente de trabalho. Sendo assim, para a realização de um tratamento humanizado é necessário que o profissional da radiologia tenha boas condições de trabalho e um acompanhamento psicológico, de forma a oferecer um atendimento digno aos pacientes enquanto mantém o ambiente de trabalho adequado.
INTRODUÇÃO:
Nota-se que a rotina de trabalho dos profissionais da área de radiologia pode acabar tornando-se algo automatizado devido ao número elevado de pacientes que precisam da realização de exames, somando-se a escassez de equipamentos adequados e poucos profissionais qualificados, esse quadro pode acabar sobrecarregando o profissional durante a jornada de trabalho, o que pode resultar em uma atividade mecanicista do exercício da profissão. (DUARTE; NORO, 2013)
Uma rotina inadequada de trabalho pode sobrecarregar o profissional, tanto no âmbito físico como no emocional, resultando em um atendimento insatisfatório no ponto de vista do paciente, no que diz respeito ao atendimento humanizado. (BENEVIDES; PASSOS, 2005)
O objetivo desse trabalho foi demonstrar os desafios encontrados pelos profissionais da área de saúde, focando nos técnicos e tecnólogos em radiologia, na implementação da política de humanização, de uma forma que atenda às necessidades dos pacientes de maneira digna e respeitosa, que ao mesmo tempo preserve a qualidade de vida do profissional da radiologia no ambiente de trabalho Este trabalho realizou um levantamento bibliográfico de artigos, selecionados em português, nos sites Scieloe Google Acadêmico, relevantes para a área de radiologia.
DESENVOLVIMENTO
O conceito humanização é a ideia de dignidade e respeito a vida humana, enfatizando-se a dimensão ética na relação entre pacientes e profissionais de saúde.
O alvo de toda a atenção do profissional de Radiologia é o paciente, em benefício do qual deve agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. O qual deve respeitar integralmente a dignidade da pessoa humana sob seus cuidados, sem restrição de raça e nacionalidade, partido político, classe social e religião. (CONTER, 2011)
Este conceito de humanização começou a ser discutido e utilizado a partir dos anos 1990, como uma forma de respostas às críticas feitas à prática médica. (SILVA, 2017)
Segundo Rios (2008), infelizmente, os profissionais podem ficar em um estado de alienação, no qual perde-se o sentido sensível do trabalho, o qual se torna uma atividade penosa e rotineira, deixando o tratamento humanizado de lado.Por trabalhar em contato direto com seres humanos, o profissional da área de saúde pode ter a sua própria vida afetada, tanto na questão de doenças físicas quanto emocionais, o que pode fazer com que ele se veja diante de conflitos e frustrações pessoais. Fenômenos psicológicos, que afetem emocionalmente o profissional, podem leva-lo a desenvolver mecanismos rígidos de defesa que podem prejudicar sua vida profissional e pessoal, como estresse, por exemplo. Por conta disso, os profissionais de saúde, por se submeterem em suas atividades a tensões provenientes de várias fontes, precisam também receber cuidados. segundo Martins(2003), para que o profissional da saúde passo exercer sua atividade de forma humanizada ele precisa de condições dignas de trabalho: “Contratação de profissionais suficientes para atender a demanda da população; aquisições de novos equipamentos médicos hospitalares; abertura de novos serviços, melhoria dos salários, das condições de trabalho e da imagem do serviço público de saúde junto a população são outros objetivos a serem buscados para a melhoria da assistência”(MARTINS, 2003)
Por outro lado, os profissionais da área de saúde, tem um alto fator estressante, como o contato frequente com dor e sofrimento, lidar com as expectativas dos pacientes e familiares, atender pacientes com transtornos de humos e/ou depressivos, além de pacientes em estágio terminal. Uma das situações dentro da humanização que devem ser considerada é o conceito de “satisfação” e “responsividade” que são analisas como uma espécie de conceitos operacionais que visam a incorporação da visão do usuário. A humanização é considerada uma forma de direito do paciente, sendo que a mesma se refere à princípios normativos que orientam políticas e programas. (VAITSMAN; ANDRADE, 2005)
As pesquisas sobre responsividade consideram dois elementos. O primeiro mede o que acontece quando os pacientes interagem com o sistema de saúde, e o que isso implica na coleta de dados sobre esse comportamento. O segundo é medir como os pacientes são atendidos pelo sistema de saúde e avaliam “o que acontece”. Portanto, esses dois procedimentos distintos quanto ao desempenho do sistema de saúde, sendo que uma coisa é medir o que acontece e outra é a percepção dos pacientes sobre o que acontece, uma vez que esse feedback pode ser positivo ou negativo. A partir de 1970 foram realizadas as primeiras pesquisas de campo sobre avaliação em saúde, o objetivo dessas pesquisas era obter melhores resultados clínicos por meio da adesão ao tratamento. Foi realizado em três pontos de vistas: comparecimentos as consultas, aceitação das recomendações e prescrições, e o uso adequado dos medicamentos. Existem vários modelos de questionário para medir a satisfação dos pacientes, mas todos têm como objetivo pressupor as percepções do paciente em relação às suas expectativas, valores e desejos. (VAITSMAN; ANDRADE, 2005) 
Um detalhe importante é levar em conta algumas diferenças relevantes 
quando se avaliam serviços públicos e privados. Por exemplo: no setor público, o usuário pode se colocar ora como um consumidor avaliando os serviços de seu ponto de vista dos seus ganhos individuais, ora como cidadão avaliando os serviços ao levar em conta a sociedade como um todo No ponto de vista de consumidor, o 
paciente pode desejar um tempo de esperar menor para a sua consulta, e um atendimento mais ágil; porém como cidadão pode desejar que todas as pessoas sejam atendidas, porém, isso resulta em um tempo de espera maior. No que se refere à escolha, no setor privado, como cliente, ele tem a escolha de procurar outro serviço e até mesmo outro profissional, enquanto no setor público essa possibilidade é limitada, quando não impossível. (VAITSMAN; ANDRADE, 2005)
É importante lembrar que humanização não se refere somente ao tratamento profissional para o paciente, a humanização vem desde o ambiente onde o paciente e o profissional se encontram, isso equivale a melhorias na estrutura física dos prédios. (MARTINS, 2003)
Devido a inúmeros problemas referentes a pouca atenção oferecida nos aspectos de humanização, o Ministério da Saúde tomou a iniciativa de convidar profissionais da área de saúde mental para elaborar uma proposta de trabalho, voltada à humanização. Esses profissionais elaboraram o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), esse programa tem um foco principal em seis etapas, listados abaixo conforme publicado por Martins (2003).
1. Melhorar a qualidade e eficácia da atenção dispensada aos usuários da rede hospitalar;
2. Recuperar a imagem dos hospitais junto à comunidade;
3. Capacitar os profissionais dos hospitais para um conceitode atenção à saúde baseado na valorização da vida humana e da cidadania;
4. Conceber e implantar novas iniciativas de humanização beneficiando tanto os usuários como os profissionais de saúde;
5. Estimular a realização de parcerias e trocar de conhecimentos;
6. Desenvolver um conjunto de indicadores/parâmetros de resultados e sistemas de incentivos ao tratamento humanizado. 
Fac. Sant’Ana em Revista, Ponta Grossa, v. 3, p. 31-40, 1. Sem. 2018 Disponível em: https://www.iessa.edu.br/revista/index.php/fsr/index
Mais tarde foi formado um grupo técnico responsável pelo desenvolvimento do programa, que foi composto por cinco profissionais da área de saúde mental (isso ocorreu durante o ano de 2002), esse grupo técnico realizou encontros para a formação de Grupos de Trabalho de Humanização (GTH), porém mais tarde foram constatadas várias dificuldades para implantação dos GTH variando de hospital para hospital: (MARTINS, 2003).
1. Insuficiente apoio da direção do hospital;
2. Falta de interessados em compor o grupo;
3. Pouca valorização da proposta da Humanização, oscilação no grupo (entrada e saída de profissionais nos GTH);
4. Alta expectativa da instituição com relação ao GTH;
5. Necessidade do GTH de ser “reforçado” pela presença do supervisor em visita e/ou palestra em hospital.
6. Falta de compreensão emocional de um ou outro representante dos hospitais a respeito do projeto (encarando-o como mero plano e, consequentemente, não conseguindo difundir ideias, propor ações e nem sensibilizar o pessoal do hospital); Uma iniciativa importante para a formação do profissional de saúde é a inclusão da dimensão psicológica na formação do estudante de cursos da área de saúde (inclusive a Radiologia), o trabalho para o aluno aprender a sensibilização em relação a aspectos psicológicos, motivação para seguir a profissão, idealização do papel profissional em relação as suas reações vivenciais durante o curso como uma medida prioritária. Por trás de um grande aparato tecnológico deve existir um profissional preparado para entender as complexidades e avanços dos equipamentos. Somente assim o trabalho atinge a excelência. Assim é o aprendizado constante do técnico/tecnólogo em Radiologia. (SILVA; JUNIOR, 2015).
CONCLUSÃO:
Com esse artigo concluímos que para uma real implementação das práticas de atendimento humanizado é importante que o profissional da área de saúde tenha boas condições de trabalho e acompanhamento psicológico. Também constatamos a necessidade de mais estudos sobre a qualidade de vida profissional dos técnicos e tecnólogos da área de radiologia, e a implementação do atendimento humanizado nessa área especificamente.
REFERÊNCIAS 
RIOS, Izabel Cristina. Humanização e ambiente de trabalho na visão de profissionais 
da saúde. Saúde e Sociedade. 2008, vol.17, n.4, pp.151-160. [Acesso em 26 de 
abril de 2018]. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v17n4/15.pdf> 
BENEVIDES, Regina; PASSOS, Eduardo. A humanização como dimensão pública 
das políticas de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2005, vol.10, n.3, 
pp. 561-571. [Acesso em 26 de abril de 2018]. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n3/a14v10n3.pdf>MARTINS, MCFN. Humanização da assistência e formação profissional de saúde. 
Psychiatry on Line, Brasil, 2003 Maio; 8. [Acesso em 27 de abril de 2018]. 
Disponível em: <http://www.polbr.med.br/ano03/artigo0503_1.php> 
VAITSMAN, Jeni; ANDRADE, Gabriela Rieveres Borges de. Satisfação e 
responsividade: formas de medir a qualidade e a humanização da assistência à 
saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 599-613, jul./set. 
2005. [Acesso em 27 de abril de 2018]. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n3/a17v10n3.pdf> 
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das Técnicas Radiológicas, 2011. [Acesso em 27 de abril de 2018]. Disponível em: 
<http://www.conter.gov.br/uploads/legislativo/codigodeetica.pdf> 
DUARTE, MLC; NORO, Adelita. Humanização do atendimento no setor de 
Radiologia: dificuldades e sugestões dos profissionais de enfermagem. Cogitare 
Enferm Jul/Set; 18(3):532-8, 2013. [Acesso em 26 de abril de 2018]. Disponível em: 
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LIMA, Thaís Jaqueline Vieira de. et al. A humanização na atenção à saúde do idoso. 
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SILVA, Juciara Machado. et al. Assistência humanizada nos setores de urgência e 
emergência. Revistas dos TCCs e Semanas Acadêmicas da ULBRA Cachoeiras 
do Sul, v.1, n.1, 2017. [Acesso em 20 de dezembro de 2017]. Disponível em: 
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SILVA, Iago Estéfano Brito da; JUNIOR, Valdetrudes Paz. Humanização do setor de 
radiologia: Um relato de Experiência. Conselho Nacional dos Técnicos em 
Radiologia (CONTER). [Acesso em 20 de dezembro de 2017]. Disponível em: 
<http://conter.gov.br/uploads/trabalhos/humanizacao_no_setor_de_radiologia.pdf>
Artigo 2
Desafios éticos na formação de profissionais auxiliares em saúde
No campo do exercício profissional, a medicina foi a primeira que estabeleceu os ditames éticos de sua prática, sendo detentora dos mais antigos códigos de ética profissional conhecidos. De fato, não só a medicina, mas todas aquelas categorias profissionais que atuam na área da saúde, por lidar com a vida, a doença, a finitude, o sofrimento e a morte, tornam-se campo privilegiado às reflexões sobre os limites e responsabilidades da interferência na vida das pessoas. Os códigos de ética profissional, portanto, possuem a característica de serem referências importantes não só para nortear a prática, como também para o controle público.
Código de ética e profissionalização:
A definição de profissão na sociologia consiste em "toda ocupação que exige e cria um corpo específico de conhecimento para atuar numa dada realidade organizacional/institucional" (Wilenski, 1970, citado por Marinho, 1986:27). A distinção entre profissão e ocupação se daria a partir de duas características básicas: toda profissão baseia-se em um corpo de conhecimento sistematizado adquirido a partir de uma qualificação, legitimada pelo sistema formal de ensino, e pelo estabelecimento de um conjunto de normas pelas quais o profissional deve orientar sua prática.
Moral, ética e bioética: 
A ética, ao longo da história do pensamento ocidental, esteve tradicionalmente ligada aos costumes, à dimensão do "dever ser" do agir humano, às proibições e prescrições comportamentais em sociedade (Schramm, 1993). Nessa perspectiva, a ética é relacionada à esfera das ações humanas julgadas "segundo a perspectiva de serem boas, corretas, acertadas (...) à luz de uma vida humana boa e digna" (Zajds¬ zadjer, 1993:15).
Colocada nesses termos, a ética seria um fenômeno inerente ao ser humano, o que não significaria, no entanto, que a pessoa já nasça ética.
A lei moral ou seus códigos são produtos da história da humanidade e, por isso mesmo, podem modificar-se de acordo com o contexto histórico. "A moralidade é um sistema de valores do qual resultam normas que são consideradas corretas por uma determinada sociedade, como, por exemplo, os Dez Mandamentos, os Códigos Civil e Penal etc." (Cohen & Segre, 1994). Segundo os autores, a moral pressupõe que seus valores não sejam questionados, sendo impostos à sociedade e sua desobediência pressupondo determinado castigo. A ética, por sua vez, seria um princípio instituinte da própria vida humana e, portanto, da própria moral. No que diz respeito ao exercício profissional, o indivíduo, para ser ético, não basta ter o conhecimento do código de ética, pois a pessoa poderá atuar apenas de um modo moralista; são necessários a assimilação e o amadurecimento de certos conceitos do que é ser um 'ser humano', para que a pessoa evolua e se humanize. (Idem, p.22)
Considerações finais:
Esse "desafio ético" na formação de pessoal de nível médioem saúde deve ser assumido com a mais ampla participação dos profissionais e de instituições diretamente envolvidos, buscando-se mecanismos democráticos que possibilitem transcender o aspecto burocrático-legal, estabelecendo parâmetros de prática profissional que sejam compatíveis com os anseios da sociedade em ser dignamente atendida nos serviços de saúde e que estejam em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e com os preceitos constitucionais. 
Referências bibliográficas: 
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ZAJDSZNAJDER , L. É a ética uma ciência? In: Conselho Federal de Medicina. Desafios éticos, 
Brasília, 1993.
artigo 4
HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO NO SETOR DE RADIOLOGIA: DIFICULDADES E SUGESTÕES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
Resumo: 
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada em 2011 no setor de Radiologia de um hospital privado no Rio Grande do Sul; foram participantes 10 profissionais de enfermagem.
INTRODUÇÃO:
Na busca de atendimento de qualidade aos usuários 
dos serviços de saúde, através de um trabalho pautado em uma equipe multidisciplinar com foco nas necessidades individuais e subjetivas dos sujeitos, foi intensificada, nos últimos anos, a discussão sobre humanização. Nesse sentido, foi criada no Brasil a Política Nacional de Humanização (PNH)(2).
A humanização, para a PNH, é um pacto, uma construção coletiva que só pode acontecer a partir da constituição de troca de saberes, através do trabalho em rede com equipes multiprofissionais, da identificação das necessidades, desejos e interesses dos envolvidos, do reconhecimento de gestores, trabalhadores e usuários como sujeitos ativos e protagonistas das ações de saúde e da criação de redes solidárias e interativas, participativas e protagonistas do Sistema Único de Saúde (SUS)(2). Entende-se que a humanização deve perpassar todos os serviços de saúde, em seus mais variados setores, em todos os níveis de atenção. É na atenção terciária, que geralmente, se tem as maiores dificuldades para efetivar o cuidado humanizado, justamente por esses serviços serem de alta complexidade e trabalharem, principalmente, com tecnologias duras.Assim, destaca-se o setor de radiologia como um exemplo de serviço especializado que trabalha com tecnologia e maquinário de ponta. Esse serviço é extremamente complexo em virtude das atividades desenvolvidas e dos exames realizados, contribuindo para maior resolutividade diagnóstica de patologias clínicas e cirúrgicas, sendo um recurso cada vez mais utilizado. A cobrança pela produtividade, entendida aqui como número de exames realizados ao dia, faz com que muitos profissionais esqueçam e de que todo exame envolve um ser huma-no, e que toda descoberta de uma doença envolve um sofrimento psíquico. O relatado parece que é algo simples de ser feito, que deve ser natural, já que seres humanos cuidam de seres humanos. No entanto, observa-se a dificuldade de alguns profissionais chamarem o paciente pelo nome, percebê-lo como alguém que necessita de atenção e escuta, indo além da tecnologia proporcionada por uma máquina. O que se quer não é a negação da tecnologia, mas, sim, é a utilização de outras formas de perceber o paciente, indo ao encontro da PNH.
MÉTODO:
Este estudo tem caráter exploratório-descritivo com abordagem qualitativa(6) e foi realizado no setor de radiologia de um hospital privado do Rio Grande do Sul. Esse setor conta com as seguintes modalidades de exames por imagem: raios X; ecografia; mamografia; densitometria óssea; ressonância magnética; tomografia computadorizada; medicina nuclear, entre outros.
 Os participantes do estudo compreenderam a totalidade de enfermeiros do setor (quatro) e de seis técnicos, sendo dois de cada turno de trabalho e que concordaram em participar do estudo, totalizando 10 entrevistados. O tipo da amostra foi intencional, por convite, tendo como critérios de inclusão: tempo mínimo de seis meses de vínculo com a instituição e desenvolver as atividades no setor de radiologia.
 Existe alguma dificuldade para efetivar a humanização do atendimento no setor de radiologia? Quais? Você teria alguma sugestão para a concretização da humanização nesse setor?
As entrevistas foram pré-agendadas e coletadas em uma sala reservada do setor de radiologia com tempo de duração em torno de 30 minutos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do referido hospital, conforme Protocolo de número 456b/11, sendo considerados os aspectos éticos envolvendo seres humanos, em conformidade com o previsto na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
RESULTADOS:
Dificuldades para uma prática humanizada
Nessa categoria, são expostas as principais dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem entrevistada para a efetivação da Humanização no setor de Radiologia. Foram elencados pelos entrevistados alguns itens que merecem destaque, tais como: 1) sobrecarga de trabalho; 2) atrasos na agenda versus tempo destinado para exames; 3) falta de comunicação entre os setores e profissionais; e 4) falta de profissionais qualificados para atuar na área de radiologia. O grande número de exames realizados em um setor de Radiologia faz com que alguns profissionais sintam-se sobrecarregados, alegando que a demanda prejudicao atendimento humanizado, entendido pelos profissionais através da atenção e da conversa com o paciente, como recortes dos depoimentos:
A sobrecarga de trabalho, pela falta de profissionais, dificulta o atendimento humanizado. (E2)
Muito fluxo de pacientes, não conseguindo dar atenção que ele merece e que eu gostaria de dar porque a agenda está sempre lotada; e tem também falta de funcionários. Eu queria conversar com o paciente, mas eu sei que não posso, pois já tem outro paciente aguardando ali fora para entrar em sala. (T8)
O atraso no cumprimento da agenda de exames 
e o tempo destinado para a realização dos mesmos é percebido pela equipe de enfermagem como gerador de conflito e de estresse, tanto por parte dos profissionais quanto por parte dos pacientes, dificultando que o trabalho nesse setor seja entendido como humanizado: 
O atraso acaba ficando estressante, gerando conflito, dificultando o atendimento humanizado. (T6)
Questões de tempo para cumprir a agenda e fazer todos os exames previstos para o turno gera estresse, mas depende de ti realizar um atendimento mais hu-manizado. (E4)
A repetição de alguns procedimentos invasivos, como a punção venosa, é verbalizada pelos profissionais como uma ocorrência que interfere na efetivação da humanização no setor. A partir do depoimento acima entende-se que, apesar da grande demanda de exames realizados no cotidiano do setor de Radiologia, há poucos profissionais com capacitação para a realização de alguns exames, o que pode contribuir para os atrasos, dificuldades ou grande demora para o agendamento. O atendimento aos pacientes deve ser individualizado e personalizado, pois todos são diferentes e possuem suas particularidades no contexto da humanização. Dessa forma, os profissionais de enfermagem tentam adequar o cuidado prestado a cada paciente, apesar de sentirem estranhamento ao entrar em contato com pacientes que rejeitam alguma aproximação e carinho do profissional, como relatado: O contato com o paciente é importante. Tem alguns pacientes fechados que não gostam que a gente se aproxime e faça carinho. Isso impede de tratar tão bem como gostaria para um atendimento humanizado. (T7)
Salienta-se que o paciente que procura o setor de Radiologia pode estar passando por algum processo de descobrimento de patologia e, nessa etapa, o sofrimento físico e mental pode levar a comportamento de rechaço de aproximação, tanto com os profissionais quanto com sua própria família. Cabe ao profissional ter discernimento e preparo para entender a etapa de vida pela qual essa pessoa está passando, e continuar a oferecer um atendimento humanizado, respeitando as necessidades de cada paciente.
Sugestões para um trabalho humanizado
O aumento do número de profissionais foi percebido pelos entrevistados como uma sugestão para diminuir 
a sobrecarga dos que já atuam no setor, propiciando um atendimento de qualidade e humanizado aos pacientes:
Aumentar o número de profissionais no setor para que haja atendimento de qualidade e humanizado para os pacientes e profissionais. Nesse sentido, até já colocamos uma secretaria de posto para que pudéssemos estar mais próximos dos pacientes. Deixo sempre um técnico de enfermagem na sala de observação para que os pacientes sejam atendidos de forma integral e até mesmo um relógio de parede para que tenham a ideia do tempo que está aguardando para realizar o exame. (E1)
Nessa categoria, evidencia-se a preocupação da equipe de enfermagem entrevistada em tornar mais humano o setor de radiologia, sendo expressas através de sugestões de melhorias, a partir das dificuldades observadas no cotidiano. Observa-se que as sugestões dos entrevistados são simples e exequíveis.
DISCUSSÃO 
Dificuldades para uma prática humanizada
Evidencia-se nas falas dos entrevistados a vontade de tornar o atendimento mais humanizado no setor ,através de conversas com o paciente. No entanto, esses demonstram preocupação com as pessoas que aguardam a realização do exame e com a falta de funcionários No setor de radiologia são realizados inúmeros exames, sendo destinado um tempo específico e muitas vezes restrito para sua realização. No entanto, o entrevistado entende que depende de cada profissional realizar um atendimento humanizado, independente do tempo que ele possui com o paciente. 
A humanização é um processo simples e ao mesmo tempo complexo. Por vezes, muitos profissionais oferecem resistências, pois envolve mudanças de comportamento e condutas. No entanto, cada profissional, cada equipe, cada instituição, terá seu processo singular de humanização. Dessa maneira, muitas podem ser as práticas humanizadas empregadas pelos profissionais, pois cada um faz sua própria leitura sobre o cuidado humanizado. Salienta-se que o trabalho no setor necessita de uma equipe multiprofissional, pois envolve múltiplos saberes. Tal equipe, geralmente, é composta de médico especialista em medicina nuclear, radiofarmacêutico, físico, enfermeiro, técnico em medicina nuclear e técnicos em radiologia e em enfermagem.
Assim, a comunicação entre os profissionais é de extrema importância para um cuidado qualificado e humanizado Salienta-se que experiência de outra instituição demonstra que a contratação de profissionais qualificados e experientes, assim como os investimentos em treinamento e cursos de atualização profissional são medidas eficientes e que contribuem, significativamente, para a melhoria da qualidade dos serviços de radiodiagnóstico.
Dessa forma, realizar periodicamente treinamentos e cursos de atualização profissional e implementar políticas e programas de qualidade e segurança radiológica nas instituições, incluindo a rotina de manutenção preventiva dos equipamentos, são medidas que qualificam o profissional e o cuidado prestado. Observa-se que, no cotidiano desses serviços, os gestores de saúde defrontam-se com crescentes dificuldades no desenvolvimento da prática da equipe de saúde pela utilização de procedimentos e tratamentos complexos, que exigem estrutura física adequada, pessoal capacitado e materiais cada vez mais modernos. 
Pois, os níveis de complexidade tecnológica refletem a natureza das tarefas a serem executadas para um sujeito também complexo.
Sugestões para um trabalho humanizado
O atendimento integral contempla um olhar para o sujeito-usuário dentro da lógica de atendimento que considere o cuidado nas mais diversas dimensões do ser humano.
Esse cuidado deve ser um processo dinâmico e intencional para atender às necessidades humanas, um valor que pressupõe sensibilidade, afetividade, zelo, atenção, solidariedade e compromisso entre o ser cuidador e o ser cuidado Humanizar é, deste modo, ofertar atendimento de qualidade, articulando os avanços tecnológicos com o acolhimento, com melhorias dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais(2). Assim, entende-se a necessidade de treinar e capacitar a equipe, não somente em assuntos técnicos, mas humanos, principalmente em momentos de vulnerabilidade do paciente, individualizando e humanizando o cuidado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Enfatiza-se a importância de mais estudos sobre esses setores, tendo em vista a escassez de produções, o que promoverá maior conscientização das organizações e dos investigadores para a humanização nesses serviços.
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4 Artigo
Humanização das práticas do profissional de saúde - contribuições para reflexão
Resumo 
são discutidas questões ligadas à humanização da saúde a partir da concepção da humanização como política de saúde e como prática profissional.
Introdução 
Durante os séculos XIX e XX, muitos avanços tecnológicos passaram a ser aplicados na área da saúde, em todos os níveis de atenção, seja na prevenção, no controle de comorbidades (progresso da doença) ou na reabilitação. há diversas discussões acerca das possibilidades de acesso dos sujeitos a essas tecnologias, seu custo para o sistema de saúde e a impossibilidade de que o progresso tecnológico elimine as demandas decorrentes da necessidade de contato direto entre pacientes e profissionais da área da saúde.
A humanização enquanto política de saúde
Os progressos da medicina e da ciência, além do fato da prática médica ter se tornado mais arriscada e, em muitos casos, mais impessoal e desumanizada, geralmente envolvendo grande burocracia, mostrou a importância de se reconhecer o direito do indivíduo à autodeterminação e de assegurar garantias de outros direitos dos pacientes. Em 1946, a ONU proclamou sua constituição, mencionando em nível internacional, pela primeira vez, a saúde como direito humano. A partir da promulgação da Constituição de 1988, a saúde passou a ser reconhecida como um bem ao qual todo cidadão tem direito, Associado a esses movimentos, artigos de todas as décadas mostram a necessidade de investir no trabalhador para a construção de uma assistência humana, considerando, inclusive, as condições adversas de trabalho apontadas como fatores "desumanizantes", tais como baixos salários, número insuficiente de pessoal, sobrecarga de atividades e jornadas duplas ou triplas de trabalho. Os conceitos de integralidade e de humanização devem ser discutidos e contextualizados sempre que forem empregados, pois são passíveis de interpretações variadas. Diante dos inúmeros obstáculos que hoje se apresentam para a assistência à saúde no país, sejam de ordem financeira, política, organizativa ou ética, coloca-se em pauta o fundamental debate sobre a qualidade da atenção prestada. É necessário que se pense (e aja!) de forma a contemplar sistematicamente a humanização das ações, desde a concepção e planejamento das ações, programas ou atividades e rotinas dos serviços de saúde, até as políticas e propostas ligadas à macro gestão do sistema e serviços de saúde.
A humanização enquanto prática sob a égide da formação do profissional ligado ao setor saú
Na perspectiva dessa práxis transformadora, ganha importância a relação entre profissionais de saúde e usuários, ou seja, passagem do ambiente relacional de individualismos com individualismos para o ambiente relacional de sujeitos sociais com sujeitos sociais. Para ganhar a força necessária que dê direção a um processo de mudança que possa responder a justos anseios dos usuários e trabalhadores da saúde, a humanização impõe o enfrentamento de dois desafios: conceitual e metodológico. Ter sensibilidade para a escuta e o diálogo, mantendo relações éticas e solidárias, envolve um aprendizado contínuo e vivencial, pouco enfatizado no ambiente de trabalho, levando-se em conta, ainda, o predomínio de estruturas administrativas tradicionais, rígidas e burocratizadas. Do total de pacientes, 28 afirmaram que os médicos os chamavam pelo nome, complementando a resposta com a explicação de que existe na cama uma "placa" com os nomes deles. Outros quatro pacientes afirmaram que os médicos não falavam os seus nomes, mesmo existindo tais placas nas camas. Chegavam, examinavam e saíam. Os autores também trazem um comentário de um paciente que participou de seu estudo, sobre apoio à necessidade da empatia e interesse pela vida: É muito importante saberem da vida da gente. Eles deviam aprender a conversar. A gente ia se sentir mais à vontade. A "expectativa cerimonial“ configura-se como direito do paciente, fundamentado no princípio da Justiça: o direito de identificar no médico a imagem de "um ente ungido de poderes excepcionais" conhecimento científico e procedimentos cerimoniais que remetem o paciente a um imaginário cultural oriundo da imagem mítica da arte de curar hipocrática. O baixo nível de escolaridade e de condições socioeconômicas dos pacientes pode estar associado ao baixo padrão de percepção dos seus direitos e ao pequeno nível de exigência, mas, em seu estudo, essa associação não obteve significância estatística.
Os autores descrevem como demonstração de sentimentos de interesse o que ocorreu em várias interações quando, ao fazer perguntas ao usuário, o enfermeiro olhava nos olhos com atenção enquanto o mesmo respondia. Como expressão de surpresa, citam uma situação em que, ao escutar uma resposta do usuário, o enfermeiro franziu a testa erguendo as sobrancelhas e aumentando a abertura dos olhos fez uma afirmação de modo exclamativo. 
A expressão de desconforto foi detectada pelos autores quando, em algum momento, o olhar do enfermeiro em nossa direção era insistente, o que de modo não-verbal "respondiam" desviando propositadamente o olhar, tentando assim diminuir a interferência.Também descrevem que, em seu estudo, a maioria dos enfermeiros pesquisados não esteve suficientemente atenta para perceber conscientemente o quanto a forma não-verbal de comunicar-se pode influenciar a assistência e a humanização dos atendimentos. Puccini e Cecílio questionam em seu artigo se no decorrer do tempo a espécie humana, envolvida na luta pela sobrevivência, perdeu a sua "essência humana" e perguntam: o que seria então essa essência? Em que remoto tempo e lugar ela estaria trancada e esquecida, de modo que um mutirão da boa vontade precisasse urgentemente resgatá-la desta situação de refém da razão? Seria um novo ribombardo pecado original? Perdemos a fé e estamos pagando pela nossa dissidência com o transcendental? Maltratamos tanto a natureza que acabamos perdendo a noção da nossa própria conduta natural biológica? Ele expressa o estranhamento do homem diante de seu mundo. A humanização depende ainda de mudanças das pessoas, da ênfase em valores ligados à defesa da vida, na possibilidade de ampliação do grau de desalienação e de transformar o trabalho em processo criativo e prazeroso. 
Discussão e considerações finais
Uma relação amistosa, de respeito, cordialidade e, principalmente, em que a escuta dos anseios, desejos, demandas e sentimentos do paciente e de seus familiares seja possível, contribui para a resolutividade das ações de educação e promoção da saúde, contribuindo para que não se perca o sentido da atuação do trabalhador neste setor da sociedade,É necessária uma reformulação estrutural, conceitual e ideológica desse processo para que os profissionais tenham condições pessoais e profissionais para atuar de forma humanizada.
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5 artigo
O que Dizem os Pacientes dos Serviços Privados de Radiologia, Portugal.
Resumo
O principal objectivo desta investigação é conhecer o nível de satisfação dos pacientes dos serviços privados de radiologia. Resultados: A maior parte dos pacientes efectuou exames de mamografia; mais de 50% dos inquiridos esperou mais de uma semana desde o dia da marcação até ao dia em que ia efectuar o exame. Os inquiridos encontram-se satisfeitos com a qualidade da maioria dos serviços prestados, expressando vontade em voltar e recomendar os serviços a outras pessoas. Conclusão: Este estudo é importante na monitoração e garantia da qualidade e para expressar a percepção dos clientes.
Introdução
O Sistema de Saúde Português, ou Serviço Nacional de Saúde (SNS), envolve todos os cuidados integrados de saúde, desde a promoção e vigilância da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento e reabilitação dos doentes. O SNS foi regulado, a partir de 1990, por dois diplomas fundamentais: a Lei de Bases da Saúde (Lei nº 48/90, de 24 de Agosto) e o Estatuto do Serviço Nacional de Saúde (Lei nº 22/93, de 15 de Janeiro). Para muitos, o ano de 1990 é considerado como um ano de viragem decisiva no Sistema de Saúde Português (Sepúlveda, 1998).É preciso dizer que o Sistema Nacional de Saúde é um conjunto ordenado e hierarquizado de instituições e de serviços oficiais prestadores de cuidados de saúde, funcionando sob a tutela do Ministério da Saúde. As organizações privadas são, como qualquer outra organização, susceptíveis de concorrência de mercado e, por isso, necessitam de melhorias contínuas e potenciadoras de desenvolvimento social e económico. A retenção de clientes é a chave para o sucesso no mercado do novo milénio e o componente mais importante para a consolidação da participação de 
mercado da empresa, sendo direccionada, basicamente, pela satisfação do cliente (Vavra e Pruden, 1995).Podemos referir que 76% da população portuguesa tem como único pagador o SNS, e os restantes 24% dos portugueses utilizam outros subsistemas, dos quais, por exemplo, a ADSE (Assistência na Doença aos Servidores Civis do Estado) abrange 14% da população (Escoval, 1999; Santana, 2005).
O Serviço Nacional de Saúde tem dificuldades de funcionamento porque a “máquina é muito grande” e torna-se difícil controlar o desperdício, aparecendo o serviço privado como uma boa alternativa ao SNS.
Materiaise Métodos
Para a recolha de dados, utilizámos um formulário estruturado em 4 grupos: o primeiro grupo é constituído por três questões, destinadas à caracterização da amostra: sexo; idade e grau de instrução; o segundo grupo é constituído por sete questões com a finalidade de obter dados sobre o serviço de Imagiologia no que respeita: ao tipo de exame; às vezes que o cliente lá esteve; como teve conhecimento sobre o serviço; quem fez a marcação do exame; tempo que demorou a saber o dia do exame; tempo que decorreu desde a marcação até ao dia do exame e o tipo de organismo utilizado para a realização desse exame; o terceiro grupo tem a ver com as dimensões que traduzem o nível de satisfação do cliente: Atendimento (todo o processo/procedimentos necessários à recepção do cliente no consultório), Dimensão Funcional Técnica e Médica (conjunto de atividades desenvolvidas pelos profissionais de saúde, e engloba os elementos humanos dos cuidados e as relações sociais e psicológicas entre o paciente e os prestadores de cuidados, as explicações acerca da doença e do tratamento assim como informação recebida) e Amenidades (atributos que podem contribuir para diminuir o desconforto ou a adversidade de um meio estranho: condições da sala de espera, limpeza, estrutura física do serviço e condições das instalações sanitárias); o quarto grupo é constituído por: 3 questões fechadas, sendo que duas se referem à intenção de voltar ao serviço e recomendá-lo a amigos/familiares e uma outra questiona se foi dada alguma informação em como reclamar e quatro questões abertas, nas quais os clientes podem dar a sua opinião sobre: as razões porque voltariam ou não ao serviço; os melhoramentos que consideram indispensáveis no serviço; as surpresas que considerou agradáveis e as surpresas desagradáveis que obteve durante a sua estadia no serviço.
Resultados
No que diz respeito às recomendações e sugestões dos pacientes acerca dos serviços privados de Imagiologia, há a saber que em relação ao facto de “recomendar o consultório a outra pessoa caso necessitasse de exames imagiológicos”, as respostas foram claras: os inquiridos responderam “claro que sim” em 65,5% e “provavelmente sim” em 34,3%, sendo que apenas um (0,5%) dos inquiridos respondeu “provavelmente não”. Relativamente ao facto de “voltar ao consultório caso necessitasse de exames imagiológicos”, as respostas são de 60,6% para “claro que sim”, 38,5% para “provavelmente sim” e 0,9% para “provavelmente não”. A subcategoria “relação e comunicação” é a mais enumerada. No entanto, a unidade de registo “realização dos exames sempre no mesmo local”, enquadrada na subcategoria “continuidade e cooperação”, foi a que obteve mais unidades de enumeração (36).
Discussão
Os resultados do nosso estudo não se coadunam com os do estudo de Ferreira e Raposo (2006), ao afirmarem que as mulheres apresentam sempre uma satisfação inferior à dos homens. No entanto, Hall (1996), contraria esta linha de pensamento ao referir que os homens manifestam um nível de satisfação menor que os utentes do sexo feminino. Na mesma linha de pensamento, Ferreira e Raposo (2006) referem que os mais jovens estão sempre menos satisfeitos do que os mais idosos. Os resultados do nosso estudo confirmam o que refere Neto (2003), no seu estudo, que conclui que quanto menor o tempo de espera, maior a satisfação dos utentes. Estes dados replicam o observado no estudo de Ferreira (2001), em que os utentes se queixam do tempo de espera e sentem uma grande discrepância entre a altura da marcação e a efectivação da consulta.
Conclusões
O facto de uma organização ter um utente como seu cliente exige que ela direcione as suas acções para responder ao seu anseio, de uma forma peculiar, pois o utente é um indivíduo física e/ou mentalmente comprometido no seu desenvolvimento pessoal ou nas suas relações com a sociedade. Nesta busca pelas respostas, é importante que os clientes sejam a maior fonte de informações, pois são eles os utilizadores dos serviços e devem ser posicionados como o foco central no processo de decisão.
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artigo 6
A SAÚDE DO TRABALHADOR EM RADIOLOGIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.
Introdução
Em decorrência de uma demanda de atendimentos a pacientes com necessidades cada vez mais complexas, é exigido do setor saúde a incorporação de novas tecnologias e formas de organização do trabalho. Modernizou-se o diagnóstico e a terapêutica e o cuidado exibe uma conformação caracterizada pelo atendimento de um sujeito também complexo. Porém, esta nova configuração pode contribuir para o adoecimento decorrente da exposição insegura a riscos ocupacionais. Os fatores de risco ocupacionais, de acordo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS),1 são classificados em químicos, biológicos, ergonômicos, psicossociais, mecânicos, de acidentese físicos. Os agentes físicos englobam diversas formas de energia a que possam estar expostos os profissionais, tais como vibração, pressão, ruído, temperaturas extremas, radiações não ionizantes e radiações ionizantes, sendo esta última o objeto deste estudo. 
 Optou-se por estudar a relação entre o trabalho e a saúde junto aos técnicos em radiologia, tendo como foco a exposição ao risco físico a que mais estão sujeitos, ou seja, à radiação ionizante. Considerou-se a relativa escassez de pesquisas acerca do tema, a fim de contribuir para a promoção da saúde destes trabalhadores. 
Sabe-se que a identificação ou comprovação de efeitos da exposição ocupacional a fatores ou situações de risco, pode exigir, além da história ocupacional e dos dados epidemiológicos compatíveis com a hipótese do dano, a complementação diagnóstica por meio da realização de exames complementares específicos, quais sejam toxicológicos, eletromiográficos, de imagem, clínicos, entre outros.1 O nexo causal entre a exposição e o adoecimento é um processo complexo; porém acredita-se que estudos desta natureza possam contribuir para que os próprios trabalhadores motivem-se a buscar estes nexos, o que se constitui como fator preditivo na prevenção de agravos decorrentes do trabalho. Técnicos em radiologia trabalham sob condições inadequadas, do ponto de vista de segurança, tais como a falta de sinalização indicando a utilização de radiação, ausência de vidro plumbífero, EPIs insuficientes em quantidade e especificidade e desatenção às precauções padrão, o que é preditivo de agravos à saúde do trabalhador. Assim como os profissionais técnicos, estudantes de odontologia demonstraram alguma negligência no uso de EPIs e nas condutas de biossegurança em relação ao contato com a radiação, conforme apontado num estudo realizado na Paraíba.
Método 
Rotina de exames laboratoriais Dentre os vários exames que avaliam o estado de saúde, foi questionado aos técnicos em radiologia sobre três exames básicos de rotina que devem ser realizados para o acompanhamento da situação de saúde. Trata-se dos exames que, A saúde do trabalhador em radiologia: algumas considerações - Enferm, Florianópolis, 2011 Jan-Mar; 20(1). periodicamente, os trabalhadores de radiologia expostos às radiações ionizantes devem realizar, quais sejam o hemograma completo e a contagem de plaquetas, feitas não só na admissão ao serviço, como também semestralmente.Quando indagados se já haviam realizado exames que avaliam a função leucocitária e plaquetária, desde a sua admissão no trabalho em radiologia, as respostas encontradas foram unânimes; todos responderam que já fizeram esses exames e que nenhum dos resultados apresentou alteração e o uso de EPIs foram essenciais.
Uso de EPIs Segundo a norma regulamentadora nº 6, estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (BR), considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI), todo o equipamento usado para proteger o trabalhador de algum risco à sua integridade física. A empresa é responsável por oferecer aos seus trabalhadores, gratuitamente, os EPI necessários e recomendados, segundo o risco a que os servidores se expõem, sendo que o mesmo deve estar em perfeito estado de conservação para o uso e devidamente aprovado por órgão nacional competente. Da mesma forma, os trabalhadores devem comprometer-se a usá-los.
Educação permanente em saúde e promoção da saúde do trabalhador em radiologia 
O conceito de educação permanente se materializa na possibilidade da troca de saberes após a formação inicial. A partir do reconhecimento da realidade vivenciada pelos sujeitos em seu local de trabalho e, constatando-se as deficiências de saberes e fazeres para o adequado desempenho da função busca-se, coletivamente, a resolução destas lacunas e a elaboração de novos conhecimentos. Por meio da educação permanente abre-se a possibilidade de uma nova ação, de um novo espaço de ação e reação, e portanto, possível, neste contexto, de trilhar-se um caminho mais seguro. A saúde do trabalhador em radiologia: algumas considerações-Enferm, Florianópolis, 2011 Jan-Mar; 20(1).Para reforçar a importância da atualização no setor de radiologia o Ministério da Saúde, a partir da Portaria 453, de 1998, estabelece sobre o dever das instituições prestadoras do serviço em operacionalizar programas de educação em saúde, pelo menos anualmente. Esta mesma resolução define alguns assuntos que devem ser socializados, tais como procedimentos de operações de equipamentos, uso adequado dos dosímetros individuais, uso de EPI tanto para o trabalhadores, como para paciente e acompanhantes, entre outros relacionados a segurança do setor,o que está sendo negligenciado nos serviços, conforme os respondentes. É necessário que instituições que possuem trabalhadores em contato com radiação ionizante facilitem o acesso dos trabalhadores a cursos, bem como disponibilizem materiais educativos e atualizados por profissionais competentes e habilitados nessa área de conhecimento. Este recurso pedagógico pode resultar em boas práticas de segurança radiológica e com espaços democráticos para discussão do cotidiano entre gestores e trabalhadores e parcerias efetivas entre as vigilâncias em saúde do trabalhador e sanitária dos estados e municípios podem auxiliar na criação e/ou manutenção de ambiências saudáveis no trabalho e garantir a segurança do trabalhador.
Conclusão
Mediante a análise dos dados apresentados, pode-se inferir que a saúde dos trabalhadores em radiologia da amostra pesquisada é vulnerável a riscos. Embora as doenças tenham sido pouco citadas, o uso dos EPIs é negligenciado por alguns e os conhecimentos a respeito da legislação sobre a segurança no trabalho é deficitário, o que sugere a necessidade de educação permanente em saúde. Sugerem-se, como futuras pesquisas, a análise de doses absorvidas de radiação e a correlação com as doenças apresentadas ao longo da atuação do trabalhador no serviço.Como se pode perceber, o tema é um campo fértil para pesquisas, na medida em que incita mudanças nos condicionantes de saúde, doença e trabalho. Respeitar o trabalhador, otimizando proteção radiológica e oportunizando espaços de educação permanente em saúde, efetivamente, contribui para a prevenção de agravos.
ARTIGO 7
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EXPOSTOS À RADIAÇÃO.
Introdução
O conceito amplo de radioproteção considera a prevenção dos possíveis danos provocados pelas radiações ionizantes, que dependem da dose de radiação absorvida, em consequência da carga de cada exposição e do acúmulo de cargas repetidas. Assim, é considerado como radioproteção todo cuidado que reduz a exposição à radiação ionizante, tais como a indicação de exames radiológicos adequados e indispensáveis, a utilização da mínima dose necessária de radiação para realizar o exame com qualidade e restringindo a exposição às áreas de interesse e o uso de equipamentos de proteção individual para o técnico e para as pessoas que estão nas proximidades e, por algum motivo, não podem se afastar da fonte de radiação₢₢₢. A Comissão Internacional de Proteção Radiológica elege três princípios fundamentais que orientam os cuidados de radioproteção: justificativa (deve haver uma indicação médica precisa para realização do exame), otimização (cuidados relativos à realização do exame e controle dos profissionais mais expostos) e limitação da dose (à mínima necessária e suficiente para realizar o exame com qualidade, também conhecido como princípio ALARA - As Low As Reasonably Achievable).
Cultura de Proteção Radiológica pode ser resumido como a combinação de conhecimentos, valores, comportamentos e experiências de proteção radiológica em todos os seus aspectos para os pacientes, os trabalhadores da saúde, a população e o ambiente em todas as situações de exposição à radiação, combinando as dimensões científicas e sociais. Sobre a vivência nos ambientes de atenção à saúde, observando o comportamento e atitudes dos profissionais de saúde em hospitais e clínicas radiológicas, compreende-seque as pessoas têm atitudes de proteção individual, mas não se percebe conhecimento e formação amparando-as, com os demais profissionais presentes no ambiente e com os usuários. Dessa forma, este estudo focaliza justamente as práticas e medidas de proteção de profissionais da saúde em contexto de radioproteção.
Materiais/método
A proteção radiológica ou radioproteção pode ser resumido como Entendendo que seja um conjunto de ações, atitudes e medidas, incluindo o uso de equipamentos e sinalização, a serem utilizados durante a realização de exames e procedimentos com raios-x, com o objetivo de atenuar os riscos das radiações que podem ser prejudiciais à saúde com efeito cancerígeno e causando doenças degenerativa. Entendo que proteção radiológica seja o uso de equipamentos de proteção confeccionados em chumbo para proteger ou atenuar a exposição do profissional no momento de realizar exames radiológicos. Seis participantes responderam de forma a poder categorizar a proteção radiológica como “proteção pessoal e coletiva”. Embora o DSC tenha resultado em uma descrição ampla (não específica), foi a que mais se aproximou do conceito correto e abrangente de radioproteção e o DSC para essa categoria pode ser assim elaborado: Entendo como sendo medidas, mecanismos, atitudes e todos os recursos que possam ser utilizados para proteger profissionais, funcionários e pacientes expostos à radiação ionizante direta ou indiretamente.
Seis participantes responderam de forma a poder categorizar a proteção radiológica como “proteção pessoal e coletiva”. Embora o DSC tenha resultado em uma descrição ampla (não específica), foi a que mais se aproximou do conceito correto e abrangente de radioproteção e o DSC para essa categoria.foram feito questionário Geral sobre Proteção Radiológica para estudantes de radiologia.
A grande maioria dos participantes considera que o curso de graduação ou técnico cursado não ofereceu a adequada formação em radioproteção para o exercício profissional na área da saúde. Da mesma forma, a instituição empregadora também não oferece capacitação em radioproteção ou disponibiliza, no ambiente de trabalho, material normativo ou educativo nessa área. É interessante observar 85% dos participantes referem que sabem adotar as medidas adequadas quando estão expostos à radiação no local de trabalho. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 No estudo identificou que a maioria dos profissionais de saúde participantes tem o conceito equivocado ou incompleto de proteção radiológica. Essa condição está presente no ambiente de trabalho hospitalar porque a formação na graduação ou nos cursos técnicos foi insuficiente e o empregador, também responsável pela formação do trabalhador, não exerce seu papel complementar. Já o profissional está disponível e interessado em receber a capacitação necessária. Para a maior parte dos profissionais de saúde participantes do estudo, a representação social de radioproteção restringe-se à proteção individual, principalmente com equipamentos e atitudes. Poucos referem-se à forma mais ampla de proteção, abrangendo todos os envolvidos no processo de utilização de exames com radiação, particularmente no ambiente de trabalho. Existe um amplo espaço para implementar a necessária cultura de proteção radiológica, sendo através da educação e do envolvimento de todos os profissionais de saúde, usuários e familiares a melhor maneira de fazê-la. Nesse sentido, os gestores têm papel fundamental na indução e facilitação de aprendizado significativo e estabelecimento da cultura de radioproteção
artigo 8
Risco, radiodiagnóstico e vigilância sanitária
O Radiodiagnóstico na Saúde Pública
A importância do radiodiagnóstico para a saúde foi percebida imediatamente após sua descoberta. Em 1896, diversos países da Europa, América e Ásia, já realizavam exames com e sem contraste, de cabeça, pescoço, tórax, pulmão, mediastino, coração, pâncreas, baço, rim e intestino. O governo belga, por exemplo, sugeriu em 1897, que todos os hospitais deveriam ter um equipamento de raios-x. 
A rápida evolução tecnológica dos equipamentos e suas aplicações na medicina levaram também à necessidade de que os temas relativos às radiações ionizantes fizessem parte da formação de médicos, físicos, técnicos, Qualquer procedimento que utiliza um equipamento de raios-x para irradiar qualquer parte do corpo humano, com o propósito de diagnóstico. (organização mundial de saúde, 1982; organização panamericana de saúde, 1997) Risco, Radiodiagnóstico e Vigilância Sanitária engenheiros, enfermeiros, profissionais da Saúde Pública e técnicos das autoridades reguladoras. Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde (oms) elaborou uma publicação, em 1958, propondo um currículo mínimo sobre radiações ionizantes, a ser incluído nos cursos de pós-graduação de profissionais da área médica, bem como para os que trabalham com saúde pública (organização mundial de saúde, 1958b). Logo, em seguida, publicou o trs 155, ressaltando a relevância da inclusão do tema de radiações ionizantes nos cursos de graduação em medicina (organização mundial de saúde, 1958), devido à importância e riscos das radiações ionizantes para a saúde. Nesse mesmo sentido, foi publicada, em 1968, a base de referência para a formação dos profissionais de física médica (organização mundial de saúde, 1968). Nessas três publicações, os currículos propostos abrangem: conteúdos de física aplicada, efeitos biológicos das radiações, quantidades e medidas radiológicas, radioproteção e aplicações médicas das radiações ionizantes.Em 1965, o TRS 306 (organização mundial de saúde, 1965) Public Health and the Medical use of Ionizing Radiation colocou em cena temas bastante relevantes à época e nos dias atuais, como as escolhas de exames pelos médicos, a atenção com a radioproteção e com o funcionamento adequado dos equipamentos. A importância do radiodiagnóstico para a saúde pública, como foi alertado no trs 306, tanto no que se refere aos riscos quanto aos benefícios, o aumento do uso médico das radiações ionizantes e o fato que este aumento é, do ponto de vista de saúde pública, duplamente significativo: por um lado, a radiologia é essencial à medicina moderna; por outro, a radiologia diagnóstica se constituiu na principal fonte de exposição da população às radiações artificiais. Conseqüentemente, para obter o máximo benefício associado ao menor perigo da radiologia médica, é necessário objetivar a qualidade mais alta dos procedimentos radiológicos ao mesmo tempo em que reduzir tanto quanto possível as exposições indesejadas. Isto, contudo, não é só questão de usar procedimentos radiológicos
corretos e aparatos satisfatórios: questões de julgamento clínico e de indicações para uso de outras ferramentas clínicas estão envolvidas.” (organização mundial de saúde, 1965.
Sistemas de proteção radiológica 
O radiodiagnóstico é de fundamental importância para a saúde pública, quer seja pelo seu papel de suporte diagnóstico/acompanhamento nas mais diversas áreas da medicina, ou por representar a principal fonte de exposição às radiações artificiais. Assim, para que seja possível a utilização das radiações ionizantes, produzindo o máximo benefício com o mínimo prejuízo, faz se necessária a estruturação de sistemas nacionais de proteção radiológica, coordenados por uma Autoridade Reguladora e com legislação específica para a área.26 (arias, 2006; international atomic energy agency, 1996, 2004, 2006; international commission on radiological protection, 1990, 1996; organização mundial de saúde, 1972, 1982) No Brasil, assim como em outros países, as primeiras intervenções estatais no campo das radiações ionizantes voltaram-se à regulamentação das exposições ocupacionais. Em 14 de dezembro de 1950, foi publicada a Lei n. 1.234, que “Confere direitos e vantagens a servidores que operam com Raios-x e substâncias radioativas”. No ano seguinte, o Decreto n. 29.155, de 17 de Janeiro, regulamentou a referida Lei e estabeleceu as primeiras medidas de controle sobre serviços de saúde que utilizam radiaçõesionizantes, bem como as primeiras normas de radioproteção, como: a necessidade de utilização de blindagens nos equipamentos, nas salas e no comando; a utilização de luvas de proteção para fluoroscopia; realização de exames periódicos pelos profissionais expostos às radiações. 26 O Brasil é signatário das recomendações da aiea, iec e iso. Logo, as normas nacionais devem refletir as recomendações dessas organizações. Na falta de norma nacional para uma determinada área, as recomendações internacionais devem ser adotadas. 7 8 Risco, Radiodiagnóstico e Vigilância Sanitária Em 1962, a Lei n.4.118 criou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (cnen) e dispôs sobre a política nacional de energia nuclear. A cnen continua voltada, basicamente, para as aplicações pacíficas da energia nuclear, sendo responsável pelas Normas Básicas de Radioproteção e controle no campo das aplicações médicas da medicina nuclear, radioterapia e monitoração individual. As Normas Básicas de Radioproteção, publicadas pela cnen, abrangem o radiodiagnóstico, no que se refere ao estabelecimento dos limites de exposição pública e ocupacional, unidades de medida e monitorização individual dos trabalhadores. Nunca foi obrigação da cnen licenciar e fiscalizar serviços de radiodiagnóstico. (brasil, 1974; cnen 6.02/84; cnen 3.01/88) O controle sobre o uso e comercialização dos equipamentos de raios-x começou com a Lei n. 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que “Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências”. Embora não referidos explicitamente na lei, a definição de correlatos abrange os equipamentos de radiodiagnóstico. Em 1976, foi publicada a Lei n. 6.360, regulamentada pelo Decreto n. 79.094 de 1977, que dispõe sobre a “vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos”, estabelecendo que nenhum dos produtos submetidos ao regime de vigilância sanitária poderia ser industrializado, exposto à venda ou entregue ao consumo, antes de ter registro no órgão de vigilância sanitária.
Evolução tecnológica do radiodiagnóstico.
Os primeiros equipamentos empregados para a realização de radiografia e fluoroscopia eram semelhantes aos utilizados por Röntgen: produziam raios-x através de um tubo de raios catódicos que não tinha sido projetado para este fim. Por isso, não tinham estabilidade nem reprodutibilidade, muito menos qualquer tipo de proteção ou direcionamento dos raios-x que eram produzidos. 
Conceito e controle de riscos à saúde.
O início do século xx foi marcado por grandes avanços científicos, cujas aplicações, principalmente após a Segunda Guerra, produziram novas tecnologias e trouxeram consigo também novos riscos à saúde (lucchese, 2001). Se por um lado, algumas tecnologias produziam riscos desconhecidos, por outro lado, trouxeram benefícios que propiciaram sua incorporação, produção e consumo. Assim, a rápida utilização das novas tecnologias (como raios-x, energia nuclear, asbesto e formaldeídos) como se fossem fontes apenas de benefícios trouxeram consequências à saúde da população e ao meio ambiente, que só vieram a ser percebidas e compreendidas pela sociedade, na década de 70. A divulgação destes riscos induziu pressões sobre os governos, para controlar os riscos ocupacionais, ambientais, de agentes químicos e radioativos. Neste contexto de grandes mobilizações sociais, foi fortalecida a necessidade de intervenção do Estado, com o objetivo de regular a utilização de produtos potencialmente danosos à saúde e ao ambiente. (freitas, 2000, lippmann; cohen; 10 Tecnologia entendida no sentido mais amplo, como produtos ou processos. (figueiredo, 1989) 0 Risco, Radiodiagnóstico e Vigilância Sanitária schlesinger, 2003, national research council, 1983, omenn; faustman, 2005, samet, 2005) A regulação de riscos à saúde é entendida como uma interferência governamental no mercado ou em processos sociais, com o propósito de controlar consequências potencialmente danosas à saúde (hood; rothstein; baldwin, 2004). O modelo do sistema regulador, implantado em cada país, depende de conjunturas políticas, econômicas e sociais. Assim, na década de 1970, enquanto os países europeus exerceram, inicialmente, seu poder regulatório, por meio dos órgãos da administração direta do Estado, os Estados Unidos exerceram o poder, principalmente, através de agências independentes e especializadas. Atualmente, a maioria dos países da União Européia utiliza o modelo de agências reguladoras (lucchese, 2001) que chegou ao Brasil no final da década de 1990. Os reflexos econômicos e sociais relacionados às primeiras ações regulamentadoras mostraram que o processo de definição e regulação de riscos é um exercício de poder, carregado de interesses e concepções político-econômico sociais, podendo influenciar fortemente na alocação de recursos públicos e privados de uma nação. (fischhoff; bostrum; quadrel, 2005, slovic, 2000)
Avaliando o risco potencial
 A última etapa no paradigma do risco é a avaliação das ações de controle de riscos realizadas, que podem ser feitas através da avaliação do risco potencial. É uma das etapas básicas e necessárias para o processo de regulação, como destaca Lucchese (2001) é salutar ressaltar que a competência da regulação somente se completa com a avaliação dos resultados, função nova da vigilância sanitária federal, para a qual a agência precisa se adequar. Como foi discutido anteriormente, o sistema regulador estabelece as normas de controle. Partindo do conceito de risco potencial, buscou-se desenvolver um modelo que analisasse a relação causal entre os indicadores de controle e o risco potencial. Logo, o Modelo de Avaliação de Risco Potencial (MARP) é uma forma de operacionalizar o conceito de risco potencial, possibilitando sua quantificação e classificação, num espaço de aceitabilidade, proporcionando a comparabilidade entre os riscos potenciais avaliados, bem como seus condicionantes. Inicialmente, será apresentado o formalismo geral do MARP. Em seguida, o marp será modelado para ser aplicado em serviços de radiodiagnóstico. A particularização do marp, para uma determinada aplicação, é realizada através da definição dos indicadores de controle de riscos. Os indicadores definirão o nível de risco potencial, com base numa escala de aceitabilidade previamente estabelecida. Dessa forma, a capacidade do marp em retratar a situação de risco potencial dependerá da qualidade e adequação dos indicadores são uma tentativa de sintetizar informações sobre uma determinada situação em um número. (tayra; ribeiro, 2005) 8 6 Risco, Radiodiagnóstico e Vigilância Sanitária indicadores selecionados. Entretanto, por mais que sejam estabelecidos critérios para a seleção, é talvez a etapa mais fortemente influenciada pelo juízo de valor. Por fim, o MARP será utilizado para avaliar a situação de risco potencial de serviços de radiodiagnóstico no Estado da Bahia e seus condicionantes.
 
Considerações finais
O modelo de avaliação de risco potencial (MARP) precisa levar em consideração questões importantes do radiodiagnóstico, da área de vigilância sanitária, da radioproteção e do próprio conceito de risco. A primeira questão refere-se à faixa de variação. O MARP necessita ser representado por um formalismo matemático, cujos valores de risco potencial (RP) estejam sempre dentro de uma mesma faixa de variação, independente do número de indicadores, e não exista a possibilidade de assumir o valor zero. A questão dos valores estarem dentro de uma mesma faixa de variação possibilita a comparação e o estabelecimento de limites de aceitabilidade, enquanto que a não possibilidade de assumir o valor zero é uma condição do problema, pois os riscos podem ser os menores possíveis, mas nunca serão nulos. Os níveis de aceitabilidade não devem ter uma fronteira direta entre o aceitável e o inaceitável. Deve haver uma zona de transição, em que a condição de risco seja tolerável em algumas

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