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Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões Curso - Direito Disciplina - História do Direito -2020 Pesquisa- Roteiro de estudos sobre História do Direito Aluno - João Victor Jaques Borges São Luiz Gonzaga – 2020 http://urisaoluiz.com.br/site Texto I “O homem se parece mais com seu tempo que com seus pais”, baseando-se nesse ditado árabe podemos imaginar o quão importante é para a história o momento em que determinado indivíduo ou sociedade se encontra, isto é, nossa cultura histórica é temporal visto que, nossa conduta social varia dependendo do momento em que estamos vivendo. Pode se dizer que, a cultura é um processo no qual o homem acumula experiências e práticas as quais ele vai sendo capaz de realizar, de certa forma a cultura é tudo aquilo que o homem produziu, produz e ainda produzirá com base nos seus erros e acertos, de certa forma se assemelham a uma teoria elaborada no século XVII pelo filósofo John Locke, a teoria da tábula rasa presumia que o homem nascia como uma folha em branco e que com o passar do tempo ia adquirindo conhecimento e formando seu pensamento através de seus próprios passos. É notório que o tempo é de extrema importância para história como já dito anteriormente, mas quando se fala em história é de certa maneira automático o pensamento de que essa área estuda somente o que já se passou, ou seja, o passado. Porém é de muita importância dizer que as transformações ocorridas ao longo do tempo são a essência da história e somente o ser humano é quem pode executar tal tarefa. É partindo dessa premissa que surge a história do direito, visto que, é nítido perceber que o homem é de enorme presença em ambas as áreas, tanto história como o direito. Portanto é de praxe chegar à ideia de que o homem forma a sociedade que por sua vez produz a cultura e aí então podemos concluir que o direito é um elemento da cultura de um povo e produto de sua evolução histórica. Se tratando o direito então como uma produção cultural com base nos anseios e exigências de determinada sociedade que o criou, é de lógica afirmar que não irá existir sociedade sem direito e muito menos direito sem sociedade. O brasileiro Jayme de Altavila, jornalista e político já falecido, consegue transpor essa ideia na seguinte passagem: Os direitos dos povos equivalem precisamente ao seu tempo e se explicam no espaço de sua gestação. Absurdos, dogmáticos, lúcidos e liberais, foram, todavia, os anseios, as conquistas e os baluartes de milhões de seres, que para eles, levantariam as mãos, em gesto de súplica ou de enternecido conhecimento. Mas afinal, o que é o direito? Essa palavra vai além do que comumente é de se imaginar, surgiu com os romanos e é um compilado de dois termos, o DIS que por sua vez quer dizer muito, do latim, e o RECTUM que significa aquilo que é reto, como uma régua, aquilo que é correto, certo e justo, portanto, a palavra direito na sua origem significava algo muito correto, o que seria o máximo da justiça. Os gregos chamariam de DIKAION como aquilo que é justo, aquilo que fosse o mais correto ou ainda o que praticasse a justiça. No sentido comum, o direito vai ser o conjunto de normas que vão ser utilizadas para buscar a justiça e diminuir os conflitos da sociedade de forma a regular seus comportamentos. É importante salientar que o direito, regras e normas só irão existir com a presença do homem, visto que não é possível sem o fator ser humano, uma vez que é o mesmo quem faz o direito e para ele que o direito é feito. A história e o direito têm muitas coisas em comum, mas a principal delas é o homem, isto é, o ser humano, uma vez que não se pode existir a história e seu estudo sem a presença humana, pois é essa presença que faz as mudanças e altera o curso da história, e no direito por sua vez, não é diferente já que as normas e regras só podem ter efeito se forem destinadas a alguém, e também a sua criação só pode acontecer se o homem a fizer. O objetivo do estudo da história do direito é auxiliar na compreensão das conexões que existem entre as diferentes sociedades, bem como as suas características e o direito que produziram. É importante dizer também que o objetivo da história não é somente explicar o que o direito tem feito, mas o que o direito é. Texto II Se tratando da origem do direito é de extrema importância dizer que esse, surge antes mesmo de existir a escrita, visto que, quando se existe a sociedade, se existe o direito, isso vale tanto para séculos antes de cristo como para hoje, todo homem viveu na contemporaneidade. O que muitos confundem é o fato de que o direito não passou a existir com a escrita, pois o mesmo já existia muito antes e a prova disso são as várias instituições que antes mesmo já dependiam de conceitos jurídicos, o que aconteceu com o surgimento da escrita foi à positivação do direito, ou seja, deixou de ser consuetudinário para se tornar positivado, escrito. A pré-história é dividida em grandes períodos, começou por volta de 500.000 e foi até 10.000 a.C. com o período Paleolítico ou a chamada idade da Pedra Lascada, é o momento em que os hominídeos começam a fazer suas primeiras ferramentas com lascas de pedras, por isso o nome desse período, era predominante a caça e a pesca. Depois se inicia o período da Pedra Polida ou Período Neolítico que compreende o lapso temporal de 10.000 a.C. até 5.000 a.C. esse período da história é marcado pelo descobrimento da agricultura, domesticação de animais e o cultivo de alimentos, deixaram de ser nômades, para se tornarem sedentários. A idade dos metais se inicia por volta de 5.000 a.C. e vai até 4.000 a.C é marcada pela descoberta dos metais, como cobre, bronze e ferro bem como a sua fundição para a fabricação de instrumentos e ferramentas, é o ultimo período da Pré-história. Nesse período em que surgem as primeiras civilizações da Antiguidade, Egito e Mesopotâmia. Com o passar do tempo se inicia a história e seus períodos, a idade antiga começa em 4.000 a.C. com a invenção da escrita e vai até 476 d.C com a queda do império do romano do ocidente com capital em Roma. Inicia-se então a idade média ou século das trevas, marcado pela dominação da igreja católica, que perdura até a tomada de Constantinopla, capital do império romano do oriente em 1453. A idade moderna vai de 1453 até a revolução francesa em 1789, esse período foi o chamado século das luzes, é nele que surgem o iluminismo e seus pensadores. Por fim, a idade contemporânea vai da revolução francesa até os dias atuais. Os chamados povos ágrafos ou povos sem escrita em geral eram povos com nenhuma tecnologia, caçadores e coletores, alguns grupos não possuíam residência física, já outros eram sedentários, a maioria possuía grande credo religioso. As regras eram abstratas e deveriam ser passadas de pessoa para pessoa da forma mais clara possível para que essas normas fossem decoradas já que não eram escritas. Eram inúmeras normas já que esses povos viviam em comunidades diferentes e que, portanto continham costumes diferentes de outras tribos. Eram muito diferentes essas normas já que era grande à distância no tempo e no espaço, logo, favorecia mais desigualdades do que igualdades entre os direitos. É importante dizer também que a religião desses povos confundia-se com a regra jurídica uma vez que a maioria dos fenômenos que ocorriam eram explicados através da religião. Texto III A localização onde hoje é o Iraque já foi à chamada crescente fértil, tem esse nome devido a grande fertilidade do solo da região entre os rios Tigres e Eufrates, na chamada Mesopotâmia, a região é parecida com uma lua crescente de cabeça para baixo, daí o nome do lugar. Foi nesse período e nessa região que os povos iniciaram a escrita que substituía os símbolos pelas letras, a chamada escrita cuneiforme, pela primeira vezo homem começava então há dividir o tempo, iniciando pelas horas, depois os minutos e por fim os segundos, todos em sessenta, e logo, deram início as grandes construções, a prática da jardinagem, surgiu à figura do estado, o governo, criaram-se as primeiras escolas, começaram as produções das cervejas. O Código de Hamurabi foi um compilado de 282 leis na antiga Mesopotâmia cujo objetivo era unificar as diversas leis que existiam no reinado de Hamurabi em 1792 a.C. e assim regular, organizar e controlar a sociedade uma vez que, antes as leis eram passadas através da oralidade, o código foi todo cunhado em escrita cuneiforme em uma rocha de diorito com coloração escura. O código era fundamentado na Pena de Talião, um princípio que posteriormente iria ser utilizado por várias outras civilizações de povos antigos, alguns defendem que essa ideia e não lei foi à primeira forma que as sociedades encontraram para estabelecer as penas para os delitos cometidos. De modo geral, a pena a ser imposta deveria equivaler ao crime cometido, futuramente daria origem à expressão; olho por olho, dente por dente, que fora exemplificada no decorrer da história na Bíblia. O falso testemunho é um dos pontos abordados no Código de Hamurabi, uma vez que as provas concretas eram muito difíceis de ter, levadas, portanto com muito rigor por esses povos antigos em todos os processos, logo, era tratado com muita severidade aquele que testemunhava falsamente. Caso fosse a questão pecuniária, aquele que testemunhou falsamente deveria pagar a pena, mas se fosse uma causa que envolvesse a morte de algum indivíduo, aquele que tivesse testemunhado falsamente seria morto. Roubo e receptação por sua vez era um crime que previa a pena de morte imposta tanto para quem roubou como para quem recebeu a mercadoria roubada, é importante dizer que não se aplicava roubo a bens de escravos, já que esses eram considerados propriedade, coisa e que, portanto não poderiam ter a posse de bens. O estupro era somente considerado crime se fosse a mulheres virgens e casadas, ou seja, se um homem estuprasse uma mulher virgem, mas que possuísse contrato de casamento, esse homem seria morto. A família era patriarcal, ou seja, era o homem o chefe da família e, portanto, aquele que dava as ordens na casa, o casamento era monogâmico, somente uma relação, esposo e esposa, embora houvesse uma controvérsia já que era permitido o concubinato, ou seja, amantes, porém a concubina, isto é, a amante jamais teria os mesmos direitos da esposa e o casamento só seria legítimo se houvesse contrato ligando assim ambas as partes. Os escravos neste período eram considerados RES, isto é, coisa. Havia de modo geral, duas maneiras de se tornar escravo, se fosse prisioneiro de guerra, ou por dívidas não pagas, de modo que só restaria ao devedor dar a si mesmo para pagar a dívida. Os escravos eram considerados bem alienáveis, podiam ser trocados, vendidos, eliminados e tratos como uma propriedade de seus donos. O adultério, isto é, a prática da traição só era feita pelas mulheres uma vez que o homem no máximo era considerado cúmplice, desse modo, se um homem saísse com uma mulher casada, somente ela seria acusada de adultério e o homem seria considerado como cúmplice, porém se a mulher fosse solteira, não haveria crime para nenhuma das partes, todavia, se fosse casada ambos os adúlteros eram amarrados e jogados na água para assim pagarem com a vida, a menos que houvesse o perdão por parte do marido, aí então ambos eram liberados do crime e logo, da pena do mesmo. Já o divórcio poderia ser requerido por ambas às partes, tanto pela mulher quanto pelo homem, esposo e esposa podiam alegar que o/a cônjuge não estava cumprindo com seus afazeres, a esposa se não cumprisse com suas tarefas de dona de casa podia ser repudiada, mas para ela repudiar o homem por má conduta, devia a mesma ter uma conduta pura ou virgem. Texto III parte II A civilização Indiana se desenvolveu a margens de rios assim como a antiga Mesopotâmia, marcada por uma grande diversidade cultural já que muitos povos próximos migravam para essa região de solo produtivo. Foi essa grande miscigenação ou mestiçagem que contribuiu para um vasto regime de castas sociais, diferentemente das classes sociais que não eram oficializadas e que, portanto poderia se “migrar” entre as classes na medida em que se adquirisse ou perdesse poder aquisitivo, nas castas sociais o indivíduo não poderia passar de uma classe para outra para evitar uma mistura entre os povos, logo, se nasceu naquela casta, vai morrer naquela casta, ficando assim permanentemente de acordo com a hereditariedade estagnado na pobreza ou na riqueza sem qualquer perspectiva de mobilidade social. O que mais se assemelhou a manifestações jurídicas foram os chamados “smirts”, escritos literários que significavam aquilo que deveria ser lembrado, posteriormente iria se transformar no mais famoso conjunto de leis da região, o Código de Manu, ou Manusmmrti. Fora originalmente cunhado em linguagem sânscrita, uma mistura literária de filosofia, religiosidade e ações consuetudinárias dos povos hindus. Esse dialeto mais tarde seria reconhecido como um conjunto de diversas línguas europeias. O dito Código de Manu era composto por 12 livros, todos escritos em versos no idioma sânscrito, sempre com métrica e em pares, dotados com penas degradantes e cruéis, o que não foge muito do sistema de penas dos antigos povos. O Livro I dizia mais a respeito da introdução ao referido código, como havia sido feita a criação do mundo, a hierarquia dos deuses e dos homens, a divisão do tempo, o passar da vida para a morte, uma breve explicação das regras para que pudesse essas ser difundidas. Já no Livro II retratava a respeito deveres que os homens virtuosos deviam seguir, as regras a serem seguidas, com quais obrigações não podiam deixar de arcar. No Livro III estipulava-se a respeito do casamento e as normas para o mesmo, sobre o chefe da família e seus deveres, o comportamento e atitude do patriarca para com a esposa e os filhos, como deveriam seguir para se ter uma vida virtuosa, aqueles que deviam repudiar, como os ateus descrentes, doentes, dançarinos de profissão, os vagabundos e etc. Livro número IV afirmava sobre os princípios da subsistência, só podia produzir aquele que não prejudicasse outrem, ou que o fizesse, mas de modo a não lesar muito outros indivíduos, uma vez que a vida virtuosa só se afirmaria se fosse de maneira honesta e honrosa. O Livro V recomendava quais os alimentos que deveriam preferencialmente ser consumidos para que se pudesse ter uma vida longa e próspera, quais as normas a serem seguidas para uma purificação do corpo e da alma, dizia também que as mulheres em sua conduta deveriam sempre submeter-se a seus pais e maridos. O livro VI, era voltado a religiosidade já que este tratava de como deveria ser a conduta daqueles que contemplavam a religião e aqueles que a praticavam, de como tornarem-se puros, cumprindo os sacrifícios e assim deixando as paixões da carne e a cobiça dos olhos. Livro VII tratava dos deveres dos reis de modo para que seguissem suas condutas, para que esses cumprissem com a tarefa de proteger e buscar a justiça a aqueles que estivessem sob seus poderes, à política externa também era abordada nesse livro, tanto as questões diplomáticas quanto as de guerra se fosse necessário recorrer a essa. Há de se ter destaque para os dois próximos livros, pois são esses que tratam do direito propriamente dito. Era no Livro VIII que tratava da administração da justiça, das funções dos juízes, bem como dos meios das provas, da questão pecuniária, empresas comerciais, compra e venda e também depósitos, etc. No Livro IX se dizia a respeito dos deveres tanto da mulher quanto do marido, os jogos com animais, as disposições finais e a sucessão hereditária.Era no conteúdo do Livro X que ficava disposta quanto a hierarquia das classes sociais, a possibilidade de matrimônio, os direitos que tinham os filhos durante os casamentos, as normas de conduta para aqueles que não podiam conceber. O Livro XI abordava as indulgências perdões e os métodos para se redimir, assim como os pecados e faltas, as penas para esses. A temática abordada no Livro XII era sobre as recompensas para aqueles que fizessem o bem ou fizessem o mal, sendo assim nas próximas encarnações ou além da vida, seriam punidos ou teriam o bem eterno. As principais características do Código de Manu eram as penas severas e de certo modo muito desiguais e desproporcionais, uma vez que praticamente não se tolerava o erro ou a má conduta, era fundamentado nas crenças e na religiosidade assim como outros povos, procuram buscar aplicar as penas conforme o que seria a vontade dos deuses. Valiam-se das lendas, da fé e dos costumes para fundamentar suas leis e normas, Manu, por exemplo, não seria um simples nome que foi colocado de maneira aleatória ao código, ou um simples legislador humano, mas uma espécie de ser mitológico, sobre-humano, assim dessa forma o direito indiano e suas normas eram diretamente afetados pelo religioso e o sagrado, sendo interpretada a vontade dos deuses pelos sacerdotes que tinham a missão de fazer esse intermédio, essa revelação, eram sempre os da casta mais alta, os Brâmanes. As fontes do Direito eram bem definidas pelos hindus, deviam seguir uma ordem de aplicabilidade, primeiramente as razões tiradas dos costumes tradicionais de cada classe e de cada família, logo depois é que vinham os códigos de leis. Algumas das penas previstas para alguns crimes eram: “derramar óleo fervente nas orelhas e boca daqueles que ousassem se intrometer nos afazeres daqueles da casta mais alta”. “Cortar-se-ia a mão daquele que erguesse a mão em gesto de oposição a um superior, ou ainda pior, ameaçar esse superior, bem como era cortado o pé daqueles com cólera”. “Aos homens perversos eram aplicadas pelo rei a detenção, os ferros e as diversas penas corporais”. Os meios de provas eram bem evidenciados no Código de Manu, os artigos a seguir representam bem essa afirmação. Art. 49° Devem se escolher como testemunhas, para causas, em todas as classes, homens dignos de confiança, conhecendo todos os seus deveres, isentos de cobiça, e rejeitar aqueles cujo caráter é o oposto a isso. Art. 50° Não se devem admitir nem aqueles que um interesse pecuniário domina nem amigos, nem criados, nem inimigos, nem homens cuja má fé seja conhecida, nem doente, nem homens culpados de um crime. Art. 51° Não se pode tomar para testemunha nem o rei, nem um artista de baixa classe, como um cozinheiro, nem um ator, nem um hábil teólogo, nem um estudante, nem um ascético afastado de todas as relações mundanas. No que se refere à mulher é importante dizer que dês de muito pequenas, em geral na infância ainda, entre oito e doze anos já eram “prometidas”, ou seja, predestinadas a um marido, e de modo geral a Lei de Manu não amparava a mulher, somente em casos excepcionais, mas na maioria das vez ela se sujeitava totalmente as ordens de qualquer figura masculina entre os membros de sua família. Vale dizer ainda que assim como no direito hebreu também era permitido o instituto do levirato, isto é, se o marido de uma mulher viesse a falecer, deveria o irmão de o falecido casar-se com a viúva, sem importar a vontade dele ou dela. A família era patriarcal, ou seja, era o homem pai dessa família quem dava as ordens, assim como na maioria das sociedades antigas, tinha o dever de proteger seus parentes bem como fornecer alimento a sua família, a mulher cuidava dos filhos e as tarefas da casa com a ajuda das filhas, os filhos ajudavam o pai em algumas tarefas mais braçais. Quanto ao adultério é de suma importância dizer que esse, era repudiado pelos hindus e foram feitos cerca de sessenta e oito artigos somente para tratar do adultério. Eles tinham receio que essas eventuais traições viesse a acarretar uma miscigenação entre as castas, eis a seguir algumas das penas para aqueles que ousassem praticar tal ato. Art. 349° Que o rei bana, depois de havê-los punido com mutilações infamantes, aqueles que se aprazem em seduzir as mulheres dos outros. Art. 350° Porque o adultério que nasce no mundo a mistura das classes provém à violação dos deveres destruidora da raça humana, que causa a perda do universo. Art. 368° Se a mulher, orgulhosa de sua família e de suas qualidades, é infiel a seu esposo, que o rei a faça devorar por cães num lugar bastante frequentado. Texto IV As fontes do direito hebraico são todas fundamentadas em um preceito religioso e de caráter imutável, a bíblia é o maior exemplo de fonte, e nela que se encontra o Pentateuco, que pelos judeus eram chamados de Torá, esses escritos referem-se às leis reveladas por Deus. O Direito Hebreu é o compilado de regras e pareceres de caráter religioso que se fundamenta na crença a um só Deus acreditado pelos antigos israelitas, se trata de um direito estritamente ligado ao sagrado visto que, a primeira fonte é voltada a revelação divina. O Tanak ou Antigo Testamento é de certa forma o pilar principal que fundamentou o desenvolvimento filosófico da cultura hebraica, é composto pelo Torah ou Pentateuco que foi dito anteriormente, pelos profetas ou Neebins, e pelos Ketubins, também chamados de escritos, é importante dizer que dentre esses, o mais importante é o Torah, sendo ele a essência da legislação. Vale dizer também que o nome Tanak tem três letras principais; T-N- K, que são as iniciais das divisões dos textos presente nele, Torah (cinco livros), Neebin (oito livros) e Ketubin (onze livros). O Torah é constituído por cinco livros, sendo eles; Gênesis que fala a respeito da criação do mundo e os patriarcas (Abraão, Isaac e Jacob), Êxodo que fala acerca do período em que os israelitas saem da escravidão feita pelos egípcios, e são liderados pelo profeta Moisés para ir até a terra prometida, o Levítico é o terceiro livro, este enfatiza as práticas rituais, as prescrições religiosas e culturais, Números, o quarto livro, aborda sobre o senso da população, a quantidade de pessoas no mundo e acima de tudo a organização da força material, por fim, o quinto livro, o Deuteronômio que basicamente é o complemento dos outros quatro livros. O direito hebreu mostra toda a sua grandeza no famoso Decálogo ou Os Dez Mandamentos, os hebreus diferentemente dos romanos, não trataram o direito como ciência e muito menos distinguiram a religião e a lei. Mas nenhuma outra sociedade conseguiu reunir esses preceitos éticos de forma tão objetiva como fizeram os hebreus. O Decálogo eram dez enunciados ou pareceres jurídicos simplificados para uma boa transmissão entre a sociedade, porém pelos fiéis foi mais popularizado como Os Dez Mandamentos. O povo assegurava a ideia de que esses enunciados haviam sido escritos pelo próprio dedo de Deus em duas tábuas, cada uma com cinco “mandamentos”, as tábuas da lei. A seguir, alguns dos mandamentos originais da bíblia hebraica: • I- Não terás outros deuses diante de mim. • III- Não tomarás o nome do senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente ao que tomar o seu nome em vão. • VI- Não matarás. • VII- Não adulterarás. • VIII- Não furtarás. • X- Não cobiçarás a mulher do teu próximo. Não desejarás a casa do teu próximo, nem o campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. Moisés sem dúvidas foi um personagem que ficou marcado na história, não só da judaica, mas como um todo, o próprio Torah retrava Moisés como sendo um homem com fortes certezas religiosas, carregado de determinação pessoal, corajoso, um verdadeiro líder de sua nação. Por mais que o povo judeu não tivesseo objetivo de estabelecer categorias de leis nos moldes dos romanos, é notória a forte presença dos hebreus nas leis e normas de caráter civilistas, o penhor, por exemplo, eram muito comuns para quitar dívidas, dês de que o que fosse a ser penhorado não humilhasse o devedor ou ainda, que fosse algo de extrema importância para a sua sobrevivência ou a de sua família. Portanto, os bens necessários principalmente àqueles utilizados na agricultura eram considerados impenhoráveis, era totalmente assegurada a inviolabilidade do domicílio. Aos pobres era assegurado o perdão imediato da dívida, uma vez que esses tinham somente o mínimo para sobreviver e que não tinham como quitar suas dívidas se não por perdão divino. Nesse princípio de direito civil antigo também já era estabelecida a herança, claro que sob algumas especificidades, de modo geral era o filho mais velho quem ficava como herdeiro dos bens da casa caso ocorresse à morte do patriarca, esse filho primogênito também herdaria as atribuições de patriarca tais como proteger e fornecer o sustento de sua família que por sua vez ficaria sob suas ordens, tanto os irmãos mais novos como a sua mãe. A situação da mulher entre os hebreus pode se dizer que também lhe eram asseguradas algumas obrigações assim como de costume de outros povos, a ela cabia tratar com o máximo de respeito e dedicação o seu marido, cuidar do bom andamento do lar, a criação dos filhos e lhes prover alimentos com base na dieta kasher (alimentos cujo consumo é permitido aos judeus). No que se refere ao Direito Processual Hebraico é que o pouco que se tem sobre os processos e litígios entre os povos hebreus só da para ter uma base, visto que provavelmente não se tinha um aprofundamento ou conceitos processuais. Porém o que se pode dizer é que havia uma preocupação a respeito de promover uma apuração adequada dos fatos antes de sentenciar o indivíduo para evitar qualquer possível injustiça. Outro fato importante é que só se podia fazer uma apuração seja de qualquer fato, se houvessem mais de duas testemunhas para esse, portanto, não era suficiente somente uma pessoa para comprovar o delito, a fim de amenizar os impactos de possíveis falsos testemunhos. A organização judiciária era semelhante ao que faziam os jurisconsultos e imperadores romanos, os hebreus seguiam a ideia de que o rei eram quem julgava e dizia os direitos que fossem cabíveis ao indivíduo, assim o rei fazendo jus à competência em questão. As leis ambientais na Bíblia eram muito diferentes das que conhecemos hoje, mas já existiam e eram levadas muito a sério pelos hebreus, eram vistas pelo menos em cinco momentos distintos, ei-los a seguir; Seis anos semearás a tua terra, e recolherás os seus frutos, mas no sétimo ano a deixarás descansar para que se possam comer os pobres do teu povo, e da sobra, comam os animais do campo. Essa ideia estava presente no livro Êxodo, e partia do princípio de que se o homem assim como o criador trabalham seis dias na semana e no sétimo descansam, então assim deveria ser a terra. É o shabat da terra, assim se evitaria que o homem se entregasse a ganância desmedida e as desigualdades, bem como deixaria um ano para que a terra descansasse. Outro momento era a proibição do desmatamento indiscriminado, visava coibir os possíveis indivíduos mal intencionados que degradavam o meio ambiente durante as guerras de cerco, o legislador deixava claro que era uma atitude estúpida já que as árvores estariam indefesas e completamente imóveis. Tinham os hebreus tinham bastante cuidado com seus dejetos como excrementos, para isso utilizavam uma espécie de pá, e assim enterravam longe de seus acampamentos para assim manter uma manutenção nas proximidades onde viviam, dessa forma viveriam em uma localidade limpa e livre de doenças. Havia uma grande preocupação com a vida das várias espécies de animais, de modo que não acontecesse a erradicação ou extinção de qualquer espécie animal, uma vez que esses animais haviam sido criados por Deus. As leis de caráter internacionalistas presentes na bíblia falam a respeito da necessidade de amparo que necessitavam os estrangeiros, pois já haviam passados por muitas dificuldades, em toda a história judaica a noção de internacionalismo não foi evidente como no reinado de Salomão, grande estrategista e que cuidou das questões diplomáticas, sempre visando às alianças estratégicas com vizinhos. Os estrangeiros, todavia já haviam sido feitos de escravos e quase sempre hostilizados por todo o mundo antigo, porém os judeus não roubaram e nem os fizeram de escravos, mas sim, os acolheres e fizeram conscientemente alianças com esses grupos. É de grande importância dizer ainda que os primeiros tratados internacionais aconteceram nessa época da história, na antiguidade oriental, justamente entre Ramsés II e Hattuslis III em aproximadamente 1272 a.C. Texto V No que concerne ao direito islâmico ou muçulmano que por eles é chamado de Sharia, são as normas, leis e preceitos religiosos que foram revelados pelo seu único e verdadeiro Deus, Alah, alicerçado na ideia de que o profeta Mohammed em Árabe e Maomé em português é quem teria feito o intermédio entre Alah e o povo Árabe. Por sua vez, as fontes do direito islâmico são definidas em cinco, são elas respectivamente: o Alcorão, a Sunna, o Idjman, o Costume e a Qiya, a seguir será visto cada uma dessas fontes de maneira mais aprofundada. O Alcorão é sem dúvidas o mais sagrado dos livros, é de se dizer que foi o primeiro a surgir e no qual todas as outras fontes se fundamentaram, é reconhecido tanto por sunitas quanto por xiitas, é a fonte máxima para o Islão, a lei suprema. É divido em capítulos, as chamadas Suras ou Suratas, que por sua vez se dividem em versículos, como se fosse a divisão dos evangelhos cristãos. A Sunna é a segunda fonte do direito Islâmico, é o conjunto de pareceres feitos por Mohammed e seus companheiros que registraram seus escritos, alguns dizem que a Sunna é de certo modo um código de conduta, com uma ética e moral bem definidas, instruções a respeito da boa conduta que deve ser seguida, assim como o tratamento que se deve ter para com o próximo, eram composta por treze livros. Idjman é a terceira fonte, trata basicamente de uma teoria geral do direito Árabe, algo relacionado à doutrina essencial, o que é o bem de verdade e o assentimento geral da comunidade. O Costume assim como na maioria dos povos, também é uma das fontes do direito, e de suma importância para esse povo, vale dizer que esses costumes muitas vezes têm mais força do que a lei positivada, visto que surgiram antes na história Árabe e foram utilizados para estruturar o ordenamento jurídico, muitos são confirmados por Suras da Sunna e versículos do próprio Alcorão. A Qiya que para o ocidente é chamada de analogia também é frequentemente utilizada na medida em que casos de regiões diferentes acontecem e não se tem uma lei específica para aplicar, mas somente similar, a expansão Islã foi o que propiciou o desenvolvimento da Qiya. Existem cinco regras fundamentais do Direito Islâmico, funcionam estas como preceitos básicos ou pilares para o bom funcionamento da sociedade, ei-las a seguir: Crer que Alah é o único Deus e que Maomé é seu profeta. Essa é a primeira e mais importante regra, pois é a que estrutura toda a crença monoteísta e ao mesmo tempo afirma a respeito de Maomé ter sido o maior e o verdadeiro arauto entre todos os outros profetas. A prática das cinco orações diárias é destacada na religião muçulmana, fazem os adeptos a religião cinco orações ao longo do dia, ao nascer do sol, meio dia, à tarde, ao entardecer e a noite. A prática da caridade também está presente na religião Islâmica, é um dos pilares ajudar os mais necessitados ou sem qualquer amparo, geralmente essa caridade é feita durante o período do Ramadan.A prática do jejum no mês do Ramadan está relacionada à busca pela purificação espiritual e a procura pela santidade. Período em que se celebra a revelação da verdade divina ao profeta Maomé, assim é proibido à refeição no período entre o nascer e o pôr do sol. A peregrinação à cidade de Meca, pelo menos uma vez na vida os Islâmicos devem visitar a Mãe das cidades, a cidade mais santa para o Islã e o local em que está à pedra sagrada considerada de origem divina em que o ocorre o ritual do apedrejamento de Marcos que representa o demônio. Alguns pontos essenciais do Direito Civil Islâmico são encontrados na base das sociedades, a família, é lá que se fundamentam os reflexos do Alcorão. A poligamia, por exemplo, é algo permitido em muitos países do Oriente dês de as mais antigas civilizações, porém Maomé não criou essa instituição, mas também não abomina a prática, ele apenas a fundamenta da forma mais adequada, um pode ter até quatro mulheres, dês de que esse tenha recursos suficientes para sustentá-las e as trate igualmente. O casamento por sua vez, é algo restrito somente a algumas famílias o qual é celebrado mediante contrato, são os parentes do homem que vão estipular os termos no contrato bem como o valor do dote, que será proporcional às condições de cada um, mas a qualquer momento pode ser desfeito esse vínculo matrimonial por ambas as partes. A respeito da guarda dos menores em casa de separação estes ficaram sob a tutela da mãe, até que o menino atinja os sete anos de idade e a menina até os nove anos de idade, passando então aos cuidados do pai, a mãe somente poderá seguir com a guarda dos filhos se houver tido acordo com o aval do pai. O instituto da tutela também está previsto no Alcorão, o tutor tem o dever de preservar o patrimônio e os bens do órfão com o devido cuidado até que esse atinja a maioridade e passe a ser capaz de cuidar de seus bens. Os negócios jurídicos entre particulares são aconselhados pelo próprio Alcorão a serem firmados por contrato escrito entre as partes, da forma que fique legítimo. Não é aceitável, qualquer que seja o tipo de má fé, com pena passível de anulação do contrato. O Direito Penal Islâmico estabelece três categorias de crimes perante a lei: São os crimes contra a vida, heresia, furto, roubo, adultério e difamação os de natureza mais grave, chamados de Hadd. Alguns delitos não estão presentes no Alcorão, são de menor potencial, pois não ofendem diretamente a Alah, são crimes cometidos contra a sociedade, são os Tazir. Por fim temos o Qesas, categoria que remete às vinganças privadas, revanches familiares a respeito de algum fato ocorrido anteriormente. Texto VI- A Texto VI- B A Carta Magna foi um marco para o direito inglês, o primeiro documento a positivar alguns direitos dos cidadãos, publicado em 1215 por outorga do rei João. A liberdade de ir e vir do direito Inglês se teve na própria carta no que concernia aos direitos individuais como a locomoção presente no item trinta e nove da referente carta, não podendo ninguém ser preso arbitrariamente ou exilado, ou privado de seus direitos. O habeas corpus deriva do latim, quer dizer, que tenhas o teu corpo, ou seja, a ideia de que temos os direitos de usar essa ferramenta para proteger nossa propriedade privada, nós mesmos. Caso fosse cessado o nosso direito de ir e vir se poderia então usar essa ferramenta para adquirir novamente a liberdade. A lei do habeas corpus visava à proteção da liberdade de locomoção do indivíduo bem como garantir uma melhor liberdade sem haver eventuais prisões. O Bill of Rigthts foi o documento jurídico de suma importância para os ingleses, dessa forma limitava-se grande parte dos poderes que antes eram absolutos ao rei, agora se instaurava um princípio de monarquia parlamentar em que o parlamento assume grande papel, como por exemplo, o de cobrar impostos e o rei não mais detém o poder centralizado em suas mãos, nesse documento além da diminuição do poder monárquico, também constam os direitos pessoais e inalienáveis da sociedade. A divisão do Direito Inglês era feita em três partes, Statute Law que basicamente era o direito estatutário, como o próprio nome já diz baseado em estatutos, o Common Law que nasce como a lei comum a todos os ingleses em oposição aos direitos feudais anteriores, posteriormente se tornaria no conhecido direito jurisprudencial e a chamada Equity, esse princípio nasce da necessidade criada pela limitação da lei comum anteriormente vista, já que essa lei comum não conseguia atender a ideia da razoabilidade era necessário outro meio para não estagnar o direito. Vicente Ráo explica a diferença entre Statute Law, Common Law e Equity na seguinte passagem: É lícito afirmar, em consequência, que a Common Law, formalmente, se apresenta como um direito jurisprudencial, mas substancialmente e por sua origem corresponde a um direito costumeiro, consagrado e perpetuado pela jurisprudência. Dentro desse regime, a lei (Statute Law) constitui, em relação ao direito comum e em certo sentido, um direito especial, que só disciplina, restritamente, as matérias que contempla, e só em relação a estas matérias prevalece, afastando-se da Common Law, que é o direito geral. A Equity caracterizou-se de início, não só como um meio de atenuar as regras do direito comum e do direito estatutário, senão, também, como modo de evitar a sua imobilidade, tentando, pois, a facultar a evolução do direito. Texto VIII A Revolução Francesa foi ciclo revolucionário que duraram dez anos, de 1799 até 1899. Muitos dizem ainda que foi o marco ou divisor de águas, o qual o homem passou da idade moderna para a idade contemporânea. A França sempre era um país voltado economia agrária, isto é, tanto para os bens de consumo quanto para produtos de exportação eram de natureza do campo. É importante dizer que a grande causa para essa revolução foi a forte crise que assolou a classe mais baixa, a dos operários e artesão, bem como camponeses, devido ao alto e baixo clero não pagarem impostos e viverem uma vida luxo à custa da classe mais baixa, isso gerou uma forte revolta por parte da classe desfavorecida, que derrubaram a famosa prisão da Bastilha. As consequências dessa revolução foram importantes para todo o cenário europeu, uma vez que caiu o maior símbolo da atualidade, a figura do rei, monarca. Dava-se início a um princípio de monarquia parlamentar, em que o monarca reinava, mas não governava, e sim o parlamento, isso restringia a figura do rei agora as ordens das leis. Vários outros países começaram a adotar essa ideia de derrubar a figura do rei e instaurar o parlamentarismo. Passava-se então da idade moderna para a idade contemporânea. O princípio da legalidade estava presente na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão no artigo sétimo, ei-lo a seguir: Art. 7º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as formas por estas prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência. Baseia-se esse princípio de que ninguém agora poderá ser preso, detido ou apenado se não houver lei que o defina. O princípio do In Dubio Pro Reo também está presente na declaração, no artigo nove, trata de certo modo, de que em qualquer dúvida que possa vir surgir a respeito do caso concreto, se decidirá em favor do réu, ei o artigo a seguir: Art. 9º Todo acusado é considerado inocente até que seja declarado culpado e se se julgar indispensável prende-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua esposa deverá severamente reprimido pela lei. É importante dizer que a Revolução Francesa de certo modo esqueceu-se dos direitos da mulher, sejaa liberdade, propriedade, acesso a instituições públicas. O direito ao voto só foi conquistado pelas mulheres em 1944, sendo esse direito uma questão básica para uma sociedade em uma democracia representativa. O papel das mulheres durante a Revolução Francesa foi de grande importância, elas foram às ruas e lutaram frente a frente com os homens, se ergueram e exigiram que seus direitos fossem reconhecidos. Porém na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão as mulheres foram colocadas em uma situação muito complicada, os homens deveriam ser iguais uns aos outros e aos demais indivíduos, porém as mulheres foram completamente excluídas entre esses indivíduos, elas não nasciam livres e iguais em direito como os homens. Foi pensando nessa desigualdade entre homens e mulheres que em 1791 foi redigida por Olympe Gouges, a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. Esse documento foi a forma de se colocar lado a lado em direitos e obrigações as mulheres pela primeira vez na história, fazia uma forte resistência a opressão masculina e assegurava os direitos as mulheres, como a liberdade, propriedade e demais outros de grande importância para essas. Alguns pontos importantes dessa declaração serão explicitados a seguir em seus artigos: Art. 1° A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As distribuições sociais só podem ser baseadas no interesse comum. Art. 2° O objetivo de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis da mulher e do homem: esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e, sobre tudo a resistência à opressão. É importante dizer que a mulher não só conquistou direitos como também contraiu deveres, de forma a buscar o máximo da igualdade entre os sexos, a seguir se explicita bem essa ideia no seguinte artigo: Art. 13° Para manutenção da força pública e para as despesas de administração as contribuições da mulher e do homem serão iguais; ela participa de todos os trabalhos ingratos, de todas as fadigas, deve então participar também da distribuição dos postos, dos empregos, dos cargos, das dignidades e da indústria. Concluindo o presente trabalho, é de gigantesca importância dizer que todos esses assuntos tratados, bem como o estudo dos mais diversos tipos de Direito e suas respectivas formas de governo, foram de grande aprendizado tanto academicamente falando como culturalmente, agradecido por essa oportunidade. Uma mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original. Albert Einstein
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