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Introdução à Acupuntura Tradicional Chinesa

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Nanda Barboza

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2 
 
ÍNDICE 
 
Preliminares.......................................................................................................................................... 06 
Breve História da Acupuntura .............................................................................................................. 09 
Prólogo ................................................................................................................................................. 15 
O que é Acupuntura Tradicional? Em que à diferencia da Medicina Ocidental? ................................. 17 
Uma Terapia Holística? ....................................................................................................................... 18 
Os princípios de recuperação da saúde através da acupuntura ......................................................... 19 
Uma Forma de Medicina Preventiva? .................................................................................................. 20 
Que visão da Saúde tem os Acupunturistas?....................................................................................... 21 
O que é o Tchi Qi? .............................................................................................................................. 22 
Como trata a acupuntura o Tchi (Qi) de um indivíduo?........................................................................ 25 
Que querem os acupuntores dizer com as palavras corpo/mente/espírito? ........................................ 25 
A base filosófica da Medicina Chinesa o Tao o Yin/Yang e os Cinco elementos ............................... 26 
Aplicação da teoria Yin/Yang na Medicina Tradicional Chinesa .......................................................... 34 
Teoria dos Cinco Elementos ou Movimentos ...................................................................................... 35 
Tabela dos Cinco Elementos............................................................................................................... 37 
A Lei dos Cinco Elementos .................................................................................................................. 38 
A aplicação dos Cinco Elementos no Diagnóstico ............................................................................... 40 
O Tchi (Qi) ........................................................................................................................................... 41 
Líquidos Orgânicos, Xue e Jinye ......................................................................................................... 49 
Anatomia Humana Noções Básicas .................................................................................................... 53 
Anatomia funcional do Corpo energético, Meridianos Principais, Teoria e Trajeto.............................. 96 
Meridiano do Pulmão (P) Atlas............................................................................................................. 99 
Meridiano do Intestino Grosso (IG) Atlas.............................................................................................. 103 
Meridiano do Estômago (E) Atlas......................................................................................................... 108 
Meridiano do Baço Pâncreas (BP) Atlas............................................................................................... 112 
Meridiano do Coração (C) Atlas............................................................................................................ 116 
Meridiano do Intestino Delgado (ID) Atlas............................................................................................ 120 
Meridiano do Vaso da Concepção (VC) Atlas...................................................................................... 124 
Meridiano da Bexiga (B).Atlas.............................................................................................................. 125 
Meridiano do Rim (R) Atlas................................................................................................................... 129 
Meridiano do Pericárdio (PC) Atlas....................................................................................................... 133 
Meridiano do Triplo Aquecedor (TA) Atlas............................................................................................ 137 
Meridiano da Vesícula Biliar (VB) Atlas................................................................................................ 141 
Meridiano do Fígado (F) Atlas.............................................................................................................. 145 
Meridiano do Vaso Governador (VG) Atlas......................................................................................... 149 
Os 66 Pontos Shu Antigos ................................................................................................................... 150 
Relógio Cósmico ou Orgânico (RC) .................................................................................................... 151 
Acupuntura Constitucional ................................................................................................................... 153 
Tipo 1 - Neo Sanguíneo (a) ................................................................................................................. 159 
Tipo 2 - Neo Colérico (b) ...................................................................................................................... 162 
Tipo 3 - Neo Melancólico (c) ................................................................................................................ 165 
Tipo 4 - Neo Flegmático ....................................................................................................................... 168 
Método de Diagnose ............................................................................................................................ 163 
Quadro Fisiognomônico ....................................................................................................................... 175 
Fisiognômonia ...................................................................................................................................... 175 
Noções Gerais de Acupuntura.............................................................................................................. 188 
Os Cinco Órgãos Zang e as Seis Vísceras Fu .................................................................................... 202 
Coração ............................................................................................................................................... 202 
Fígado................................................................................................................................................... 203 
Baço Pâncreas...................................................................................................................................... 204 
Pulmão ................................................................................................................................................. 206 
Rim ....................................................................................................................................................... 207 
As seis Vísceras Fu ............................................................................................................................. 209 
Vesícula Biliar ...................................................................................................................................... 209 
Estômago ............................................................................................................................................. 210 
Intestino Delgado .................................................................................................................................210 
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23P1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23IG1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23E1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23BP1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23C1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23ID1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23VC1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23B1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23R1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23PC1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23TA1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23VB1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23F1
file://Escritorio/d/Livro/acup.doc%23VG1
 
 
 
 
3 
Intestino Grosso ................................................................................................................................... 210 
Bexiga .................................................................................................................................................. 211 
Triplo Aquecedor .................................................................................................................................. 211 
Inter-relações entre Zang/Fu ............................................................................................................... 212 
Moxabustão ......................................................................................................................................... 217 
Ventosa ................................................................................................................................................ 226 
Auriculoterapia Escolas Chinesa e Francesa ...................................................................................... 230 
O Reflexo Vásculo Neural de Nogier ................................................................................................... 233 
Anatomia do Pavilhão Auricular ........................................................................................................... 235 
Orelha Nogier ....................................................................................................................................... 248 
Mapa Auricular Chines ......................................................................................................................... 238 
Sistemas .............................................................................................................................................. 240 
Sistema Esquelético e Muscular .......................................................................................................... 253 
Sistema Nervoso Central …………………………………………………………………………………….. 254 
Sistema Circulatório ………………………………………………………………………………………….. 256 
Sistema Respiratorio …………………………………………………………………………………………. 257 
Sistema Digestório ……………………………………………………………………………………………. 259 
Sistema Urinário ………………………………………………………………………………………………. 260 
Sistema Genital – Masculino e Feminino ............................................................................................. 262 
Sistema Endócrino ............................................................................................................................... 263 
Sistema Sensorial ................................................................................................................................ 266 
Sistema Tegumentar ............................................................................................................................ 268 
Quiropatia/Quiropraxia ......................................................................................................................... 271 
Quiropatia de Termos Técnicos ........................................................................................................... 275 
Mão do Quiropata ................................................................................................................................ 277 
Posição das Vertebras ......................................................................................................................... 279 
Tabela Quiropraxica ............................................................................................................................ 282 
Pontos Lo Vaso Concepção Vaso governador Ponto Yuan Relógio Cósmico .................................... 283 
Pontos de Tonificação e Sedação Nomenclatura Chinesa .................................................................. 284 
Pontos dos 5 Elementos e Pontos Mestres ......................................................................................... 285 
Pontos de Assentimento Ventral e Dorsal ........................................................................................... 286 
Tabelas de Pontos de Acordo com Maciocia ....................................................................................... 287 
Prática Clínica na Combinação de Pontos para o tratamento de sintomas.......................................... 292 
Vocábulos e Abreviaturas .................................................................................................................... 304 
Referências Bibliograficas ................................................................................................................... 306 
 
 
MERIDIANOS ORGÂNICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Tai Yang Bexiga e Intestino Delgado 
2. Shao Yang Vesícula Biliar e Triplo Aquecedor 
3. Yang Ming Estômago e Intestino Grosso 
4. Tai Yin Baço Pâncreas e Pulmão 
5. Shao Yin Rim e Coração 
6. Jue Yin Fígado e Pericárdio 
 
 
 
 
 
4 
 
Prefácio 
 
Nascemos, crescemos, nos desenvolvemos, degeneramos e morremos. Esta é a lei paradoxal da 
vida, nascemos programados de maneira inexorável para esta evolução. 
 
O objetivo da medicina é prevenir e tratar as doenças e apesar de todo o conhecimento acumulado 
há séculos e do enorme avanço tecnológico da era moderna, quantas vezes nos sentimos impotentes 
neste intento. 
 
Por que motivo? Após atingir o ápice do nosso vigor físico e a plenitude da nossa função intelectual, 
todos deveremos iniciar a fase descendente da nossa trajetória. Algum órgão ou sistema deixará de 
exercer corretamente o seu papel na sensível tarefa de manutenção do equilíbrio homeostático, e se 
este desequilíbrio for discreto, ocorrerá a doença, mas se ele for profundo acarretará o sofrimento de 
outros órgãos até que a falência de todo o sistema seja inevitável. * Dr. Edmundo T.Inuy. 
 
Segundo a Teoria da Medicina Tradicional Chinesa somos portadores de um desequilíbrio energético 
herdado, o que irá deteriorar os “órgãos” de choque”, isto é, os órgãos mais suscetíveis ao processo 
de adoecimento. O tratamento precoce deste desequilíbrio é o objetivo do método baseado na lei 
dos 5 elementos. Entretanto, mais que uma Medicina Tradicionalista ela representa uma janela para 
a medicina do futuro. 
 
Através da análise de cada elemento, de suas características morfológicas e do seu temperamento 
determinaremos o desequilíbrio primordial, que dará as coordenadas para o tratamento através da 
Tchen Tsiu (Acupuntura), da fitoterapia, assim como orientará a alimentação e os exercícios mais 
adequados para cada dos 5 elementos de forma segura, visando tratar o paciente e não a doença. 
 
Hoje já é possivel traçar o perfil bioquímico e neuro-humoral de cada um dos 5 Elementos, além do 
perfil energético, morfológico e psicológico que já são descritos por Jung, Freud, Adier, Reich, etc..., e 
na Medicina Tradicional Chinesa. 
 
Método eficaz e objetivo, tem a simplicidade como sua maior virtude pois racionaliza as alternativas 
do diagnóstico psico-energético diminuindo o fator subjetivo do terapeuta, o que irá permitir aos 
iniciantes e formandos um aprendizado rápido e seguro. 
 
Escrita de maneira simples e concisa, com extensa pesquisa tanto na área de conhecimento oriental 
como ocidental, acreditamos que esta obra se constitua um importante subsídio a todos os 
interessados na apaixonante arte do tchen tsiu (Acupuntura), bem como aos homeopatas, 
acupunturistas,psicólogos, fisioterapeutas, biomédicos, médicos, massoterapeutas, etc... 
 
Professor Oswaldo José Gola 
 
 Responsável pelo setor de Acupuntura e Clínica de Dor da Escola Paulista de Medicina 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
Infundirei-te a minha sabedoria; conhecerás também as leis do mundo dos fenômenos 
externos, nada mais te faltará a conhecer. 
 
Entretanto, no meio de milhares de homens mal se encontra um que, seriamente, vá em 
demanda da verdade. E, mesmo entre os que buscam a verdade e a atingem, raras vezes se 
encontra um que, de fato, saiba que sou a Realidade. 
 
Terra, Água, Fogo, Ar e Éter, vidas intelecto e espírito tudo isso são relações do meu ser. 
 
Eu sou o sabor da Água que bebes; eu sou o fulgor da Lua e do Sol; eu sou o AUM dos 
cânticos sacros dos Vedas; eu sou a harmonia dos espaços; eu sou a força procriadora dos 
homens. 
 
Eu sou a fragrância da Terra, eu sou o brilho do Fogo; eu sou a vida de todos os seres vivos. 
 
Tudo isso são aspectos finitos da minha infinita Realidade; mas nada disso é minha Essência 
Cósmica que é a Consciência Vital pela qual todo esse Universo visível é sustentado. 
 
Eu, porém, sou a Essência de tudo quanto existe; eu sou o princípio dos mundos e sou o seu 
Fim. 
 
Bhagavad Gita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Preliminares  
 
Por que acupuntura no século XX? Por que ressuscitar um método que tem mais de 5 mil anos de 
existência? Pode parecer estranho que médicos, formados nas disciplinas científicas mais rigorosas, 
pretendam tratar seus doentes com métodos aparentemente obsoletos. Por acaso a medicina 
científica não nos provê de recursos suficientes para curar ou melhorar todas as enfermidades que 
encontramos em nossa pratica diária?. 
 
Para quem esta fora do problema, essas interrogações parecem ter uma resposta direta e simples. 
Para nós, que estamos dentro dele há 20 anos, as interrogações se sucedem e as respostas não são 
automáticas nem diretas. 
 
A medicina científica incorporou todos os avanços da técnica moderna no campo da investigação, do 
diagnóstico e da terapêutica, e seria absurdo negar-lhe notáveis progressos na profilaxia, na 
reabilitação, na cirurgia, no diagnóstico de alterações orgânicas e funcionais, etc. 
 
Mas é também evidente que os resultados terapêuticos não marcham no mesmo ritmo daqueles 
progressos; mais ainda, estão atrasados e muito longe do próprio objetivo da medicina: A Cura. 
 
A investigação médica no campo da química produz continuamente compostos com notáveis 
propriedades fisiológicas capazes de modificar não só o funcionamento de órgãos e sistemas, como 
também de alterar a evolução de certos processos patológicos. Esta produção porém, cada vez mais 
acelerada, de produtos químicos, implica enorme responsabilidade, não apenas para os laboratórios 
que os colocam no comércio, como para os médicos que os prescrevem. Não ha tempo material para 
submeter essas drogas a um estudo exaustivo de suas propriedades fisiológicas e terapêuticas. 
Neste sentido, a medicina oficial teve a coragem de denunciar, em congressos e numerosas 
publicações, o que desde antigamente se chama iatrogênia, o dano provocado pelo médico. 
 
É um axioma, em medicina científica, que só podem ser curadas as doenças cuja etiologia (causa) 
conhecemos perfeitamente; só melhoradas aquelas cuja patogenia (mecanismo do processo) nos é 
conhecida; ao passo que escapam as possibilidades terapêuticas todas aquelas cuja etiologia e 
patogênia nos são desconhecidas. Isso é o mesmo que dizer que a maioria dos doentes, que 
perambulam pelos consultórios em busca de um diagnóstico ou de um porquê de sua doença, é 
incurável para a medicina científica. 
 
O diagnóstico de alteração funcional, muitas vezes confundido com o termo vulgar de nervoso ou 
transtornos psicastênicos, leva quase inevitavelmente à medicação sintomática, isto é, um remédio 
para cada sintoma, tranqüilizantes, miorrelaxantes, e toda a gama de psicotrópicos que tanto se têm 
utilizado ultimamente. 
 
É assombroso que uma medicina científica, tão altamente desenvolvida e avançada em sua 
metodologia tenha de vir a dar em um beco praticamente sem saída, como é na realidade a 
medicação sintomática. Por que esta monstruosa contradição? Tem-se aceitado desde tempos 
remotos que a medicina é uma arte empírica, isto é, baseada na pura experiência. Este axioma não 
pode ser subvertido por uma ciência relativamente jovem, mesmo com muita força. 
 
 
 
 
7 
 
Não se pode atirar pela amurada séculos e milênios de tradição médica devido a magnífica ilusão de 
uma ciência armada com os instrumentos mais refinados da técnica. Eminentes historiadores da 
medicina chamaram a atenção para este paradoxo já que Hipócrates, três séculos antes de Cristo 
assinalara energicamente, acusando os jovens de desconhecerem a sabedoria transmitida pêlos 
velhos mestres e seu anseio de substitui-la pelas últimas novidades ditadas pela moda. 
 
A acupuntura, ainda que nascida há mais de 50 séculos, não deixou de existir um só instante. E a 
única medicina que se conserva intacta na pratica cotidiana de centenas de milhares de médicos 
tradicionalistas do extremo oriente. Se a medicina hipocrática está morta, pois só existe nos velhos 
livros empoeirados das velhas bibliotecas, e a intenção de revitalizá-la mediante a corrente que 
conhecemos com o nome de neo-hipocratismo ficou limitada a um núcleo embora seleto, reduzido de 
médicos, por seu lado a acupuntura pode transmitir sua vitalidade a grandes núcleos médicos e 
terapêuticos do ocidente que viram assim renovado o seu espírito essencialmente médico, isto é, 
suas ânsias de curar. 
 
A acupuntura, medicina tradicional dos antigos povos da China, é hoje retomada não só no ocidente, 
mas também no oriente, por práticos, médicos, biólogos, fisiologistas, farmacêuticos, enfermeiros, 
fisioterapeutas, terapeutas em medicina natural, massagistas, esteticistas, ecologistas de formação 
científica, e por pessoas com formação variada, etc; e revisada até em seus mais recônditos 
segredos. 
 
A linguagem arcaica dos velhos textos chineses vai revelando pouco a pouco um conteúdo de 
extraordinária experiência e sabedoria. Esse imenso tesouro que correu o risco de se perder, com a 
arbitrária proibição que pesou no Japão e na China em meados do século passado, é oferecido hoje 
generosamente a todos aqueles que se ocupam dos males físicos, psíquicos e espirituais do 
mundo, sem distinção de ideologia, religião ou raça. A humanidade é uma só e assim também o deve 
ser a medicina seja ela reconhecida ou não oficialmente 
 
A literatura sensacionalista de jornais, e revistas pretenderam apresentar a acupuntura como uma 
terapêutica milagrosa, capaz de provocar curas instantâneas em processos incuráveis para nossa 
medicina científica. Não há curas milagrosas na medicina tradicional Chinesa, todas se processam 
segundo mecanismos e leis naturais. A rapidez com que aparecem certas curas em determinados 
casos também pode e deve ser explicada invocando mecanismos em estruturas pré-formadas de 
nosso organismo. Esta é a tendência que no ocidente e no oriente é fundamentalmente aceita e em 
franca oposição a certas tendências puramente tradicionalistas que pretendem circunscrever a 
acupuntura aos limites de uma escolástica extinta. 
 
Fato curioso e insólito esta ultima tendência parece ter mais vitalidade em certos grupos de médicos 
ocidentais. A experiência recolhida por nós tanto no Brasil quanto na China nos mostrou toda a 
evidência que a busca dos mecanismos curativa da acupuntura nesses países, líderes no setor, 
segue linhas nitidamente científicas e racionais. Ou a explicação da antiga acupuntura virá pelo 
caminho da ciência, ou jamais virá, é a conclusão a que chegam nossos colegas orientais. 
Contrariamente ao que se supõe, a acupuntura não permaneceu estática onde a deixaram nossos 
colegas de há 20séculos. 
 
 
 
 
8 
 
Novas aplicações, novos pontos descobertos, novas propriedades de antigos pontos conhecidos são 
investigadas e elaboradas pelos acupunturistas, práticos e terapeutas da China atual, no puro limite 
da acupuntura. Recentemente, o telégrafo nos trouxe a notícia sensacional de intervenções de alta 
cirurgia realizadas sem os métodos anestésicos conhecidos por nós mas valendo-se de algumas 
agulhas manejadas de forma especial, com o que se consegue a insensibilidade regional (analgesia) 
desejada, sem influir sobre a consciência do paciente. 
 
Essas intervenções presenciadas por biologistas e médicos norte-americanos produziram uma 
grande comoção em seus compatriotas. As intervenções realizadas na presença dos mencionados 
observadores consistiram na extirpação de um quisto do ovário, de um tumor da tireóide e de uma 
operação cardíaca a céu aberto. A ação analgésica da acupuntura é conhecida desde as origens 
desta ciência antiga, mas analgesias tão profundas que permitam intervenções de alta cirurgia 
constituem uma novidade absoluta mesmo para os acupuntores mais experimentados. É um fato que 
com toda a certeza requer uma explicação. No momento atual, não podemos invocar qualquer 
mecanismo lógico, simplesmente porque o fato é totalmente novo; não cometeríamos, no entanto, o 
erro crasso de nos opormos ao fato, simplesmente porque não é explicável. Contudo, esta tem sido 
sempre a lógica dos colegas, que ignoram tudo sobre a acupuntura, quando são confrontados com os 
fatos terapêuticos oferecidos por esta antiga ciência; repeli-la, porque não se ajusta aos esquemas 
científicos (ortodoxos) que aprenderam em seus anos de estudantes?. 
 
Se a acupuntura apresenta inúmeras vantagens, tem também um inconveniente talvez o mais sério 
de todos, é uma disciplina que deve ser estudada cuidadosamente, com vocação e desinteresse. 
Frente a outras possibilidades terapêuticas, que o médico ou o terapeuta resolve em poucos minutos 
aprendendo o nome de um remédio e prescrevendo-o, a acupuntura tem contra si um caminho árduo 
e cheio de asperezas. Cremos, porém, que o esforço não só compensa como também é um dever a 
que não devem renunciar os médicos e terapeutas que sentem a suprema vocação de curar. Este 
curso foi criado pensando no médico, no público, no terapeuta em medicina natural nos inúmeros 
doentes que acham inexplicável a ação curativa das agulhas de acupuntura e não se cansam de 
fazer perguntas a seu terapeuta ou médico. Creio, porém, que este curso também será útil aos 
médicos que carecem de toda a informação séria sobre o assunto e que não tiveram a oportunidade, 
ou não quiseram procurar livros mais técnicos, onde o ensinamento do método segue um 
desenvolvimento mais especializado. 
 
Os ataques contra a medicina oficial, de que esta salpicado este livro, não são, no meu entender, 
destrutores mais sim construtivos. Dirigem-se antes de mais nada aos médicos que lêem estas 
paginas e procuram despertar o seu interesse pelas formas terapêuticas heterodoxas que tem suas 
raízes tanto na tradição oriental e ocidental como na sabedoria popular, fontes inesgotáveis de 
sabedoria. Esses ataques, convém notar, dirigem-se contra a tessitura acadêmica, comum a 
professores, médicos e leigos que se caracteriza pela defesa cerrada da ortodoxia médica. 
Solidarizo-me com todos os meus colegas que buscam os raros frutos da cura ainda que por 
caminhos intransitados, proibidos, e tabus que os confundem atribuindo a isso o que chamamos 
autoridade, entidade inexistente, mera projeção da soma de repressões internas que os próprios 
médicos fixaram e que tanto dano causam aos pacientes que confiam em nossa ciência. A linguagem 
empregada se ajusta à sua finalidade e foi, dentro do possível despojada de títulos o termo técnico. O 
público não especializado consultará o glossário da terminologia médica inevitável, que inclui 
expressões correntes em acupuntura. Os termos chineses foram transcritos na fonética que mais se 
assemelha a nossa pronuncia e que, em muitos casos, se assemelha à inglesa. 
 
 
 
 
9 
 
BREVE HISTÓRIA DA ACUPUNTURA  
 
O homem é como uma criança nascida à meia noite que, quando o sol se levanta não acredita 
que o ontem tenha existido (provérbio chinês). 
 
A acupuntura nasceu no Extremo Oriente. Embora faltam dados arqueológicos presume-se que sua 
origem remonta a uns 5 mil anos e que seu berço tenha sido a China. O primeiro livro que trata da 
acupuntura de forma exaustiva é o Nei-Ching no terceiro século antes de Cristo, chamado também a 
Bíblia da Acupuntura. 
 
Este livro é para os médicos tradicionais o que Os Quatro Livros são para os confucionistas. É 
atribuído ao lendário imperador Huang-Ti, também chamado imperador Amarelo, e está composto na 
forma de um diálogo entre o imperador Huang-Ti e o médico da corte Chi Pai ou Chi Po. 
 
O Nei-Ching esta dividido em duas partes: o Su-Wen e o Ling-Shu. A primeira parte trata de 
semiologia e clinica. A segunda se refere especialmente ao tratamento com agulhas e môxas. Em 
uma passagem da primeira parte, diz o Imperador Amarelo. Amo meu povo educo-o e recebo seus 
impostos; lamento que as vezes, não seja capaz de produzir bens comerciáveis devido as doenças. 
No que se refere ao tratamento desejo que não dependa somente de medicamentos tóxicos e das 
punções de pedra (pederneiras). Desejaria também que, se possível, fossem inseridas finas agulhas 
nos vasos a fim de harmonizar o Sangue com a Energia, de modo que ambos pudessem circular nos 
vasos sem impedimento. 
 
O Imperador Amarelo Huang-Ti é um dos três imperadores lendários e teria existido 2800 anos A.C. A 
ele se atribui a invenção dos tecidos, das telas, da escrita, da maneira de atrelar o boi e o cavalo, da 
navegação fluvial, da cultura do bicho da seda e do censo. Fez construir casas, palácios e templos. 
Dividiu o país em províncias e distritos. Fez fundir as primeiras moedas. O Nei Ching contém este 
conhecimento, porém, assim transmitido, contém muitas passagens obscuras cuja interpretação tem 
sido motivo de inúmeros livros que apareceram ao longo de toda a Historia da China. Ainda hoje, sob 
o Governo Revolucionário da China Popular, surgem novas interpretações que esclarecem não só o 
significado de passagens herméticas, como lançam nova luz no tratamento e aplicação prática das 
agulhas. 
 
Outros dois imperadores lendários precederam a Huang Ti, Fu-Hi e Shen-Nong. A Fu-Hi, também 
chamado o caçador, se atribui o conhecimento dos alimentos e os oito trigramas, Pa Kua base dos 64 
hexagramas, sobre os quais voltaremos a falar mais adiante. A Fu-Hi que sucedeu Shen-Nong, o 
Deus do Fogo, que por meio do incêndio dos bosques obteve terras aráveis para seu povo. Ensinou-o 
a trabalhar os campos e a comercializar seus frutos. É considerado o Deus da medicina pois foi o 
primeiro a reconhecer o valor curativo das plantas e lhe é atribuida a primeira compilação de matéria 
médica. Esses imperadores lendários, que teriam existido no período neolítico chinês, 30 séculos 
antes de Cristo, são negados por muitos historiadores que supõem ser criações de épocas históricas 
muito posteriores. 
 
A dinastia Hsia (2205-1766 a.C.) pode considerar-se proto-histórica, incerta. A dinastia Shang (1766-
1123 a.C.) conta em compensação com abundante material arqueológico. Inscrições em osso e 
carapaças de tartaruga fornecem a base dos métodos divinatórios que dão origem ao I-Ching, o livro 
das Mutações. 
 
 
 
 
10 
 
A dinastia Chou (112.256 A.C.), em plena história, representa a idade de ouro da filosofia chinesa 
(Taoísmo, Confucionismo). O Nei Ching aparece nesse período. Não se sabe realmente quem foi seu 
autor, mas supôe-se que tenha sido escrito por muitos médicos que, por sua vez, recolheram uma 
ampla e antiga tradição oral. Não há unidade no texto, salvo a figura lendária de Huang-Ti; a 
linguagem é muito arcaica e de difícilinterpretação. Não é, pois de admirar que suas duas traduções 
para língua Ocidental tenham sido criticadas como inexatas. Talvez a crítica seja injusta. Diz Fung 
Yu-lan que um texto chinês pode ser traduzido pelo menos de 50 maneiras diferentes e serem todas 
corretas. 
 
A História da China reconhece períodos em que a acupuntura floresceu, atingindo um considerável 
desenvolvimento, e outros em que estacionou. Deve-se destacar a dinastia Chou, que vê o 
aparecimento do Nei-Ching, que acabamos de comentar, e do Nan Ching ou Regra das Dificuldades, 
cujo autor foi um mestre famoso, Pien-Tsio de forma positiva; a dinastia Hang (206 A.C. 220 D.C.) na 
qual o Célebre Hua To se destacou como médico que praticou a acupuntura, utilizando somente um 
ou dois pontos e moxando somente dois pontos de cada vez. No periodo de desunião (221-589), 
aparece a regra dos pulsos ou Mo Ching, um livro que preconiza o diagnóstico do pulso sobre a 
artéria radial e que chegou a ser clássico. 
 
Durante a dinastia Sung (960-1279) é construído o famoso homem de bronze. Trata-se de um modelo 
humano de tamanho natural, oco, fundido em bronze e com todos os pontos de acupuntura 
perfurados. Era utilizado para o exame dos estudantes. Para isso, cobria-se a superfície do corpo 
com papel impermeável ou cera negra e se enchia o modelo de água. O aluno prestava o exame 
espetando o boneco de bronze. Fundiram-se modelos pequenos do homem de bronze e se 
imprimiram lâminas com os meridianos e os pontos. Também se praticou a dissecção humana nos 
condenados a morte, observando-se o comportamento de diferentes órgãos sob a ação da punção 
dos pontos dos meridianos correspondentes. Imperadores e ministros praticavam a medicina e a 
acupuntura. Atribui-se ao imperador Jenn Tsong que passeava com seu primeiro-ministro quando 
encontraram uma mulher grávida, a seguinte história se passou: “menino”, disse o imperador. 
“menina”, corrigiu o Ministro. O imperador fez a mulher entrar em seu palácio e ele mesmo a 
puncionou. Ela abortou sob o efeito das agulhas: tratava-se de um parto gemelar, com um menino e 
uma menina. A dinastia Ming (1368-1643) é a época das grandes complicações médicas com obras 
que alcançam uma centena de volumes. 
 
Durante a dinastia Ching (1644-1911), acentua-se o declínio da acupuntura. Amplia-se também a 
influência ocidental na medicina e tem começo o ensino da medicina ocidental nas universidades, 
ficando excluída das mesmas o ensino da acupuntura. Ao final desta dinastia, fica teoricamente 
proibido o exercício da acupuntura. Sem se levar em conta a população da China (650 milhões de 
habitantes naquela época), e o escasso número de médicos diplomados à ocidental (cerca de 15 mil), 
compreende-se facilmente que toda a área rural e grande parte das cidades não dispunha senão dos 
médicos tradicionais. Por este motivo, embora fora da lei, a acupuntura continuou a ser praticada e 
transmitida. 
 
A República Popular da China introduz uma mudança fundamental na evolução histórica da 
acupuntura com seu reconhecimento oficial no ano de 1955. Não se trata apenas de reconhecer a 
carência quase total de médicos cientistas para enfrentar as necessidades sanitárias do vasto e 
povoado país, mas de considerar a medicina tradicional em pé de igualdade com a medicina científica 
ocidental. 
 
 
 
 
11 
 
Esta reforma é feita sob o seguinte slogan: “A medicina ocidental é muito boa; a medicina oriental 
também é muito boa; ambas juntas são muito melhores.” Dá-se a entender, assim, e se demonstra na 
prática, que grande número de pacientes que não podiam obter alivio com uma forma de medicina 
podiam ser curados utilizando a outra. 
 
Esta nova medicina implica uma reforma bastante original pois as novas universidades que 
distribuem o ensino tradicional o fazem sob um plano que engloba, além da medicina tradicional, a 
medicina científica ocidental. Os egressos dessas universidades (18 universidades que ensinavam a 
medicina tradicional chinesa em 1965) pode-se entender perfeitamente, por sua linguagem e 
concepção patológica, com os médicos ocidentais, situação inconcebível há alguns anos. 
 
Disseminada, por toda a China, existe uma grande quantidade de hospitais dedicados 
exclusivamente a atender os pacientes com a medicina tradicional, contudo, os serviços mais 
importantes estão dirigidos por um médico formado a ocidental. Convém que se note que há cerca de 
500 mil médicos tradicionais e que os médicos saídos das novas universidades são ainda 
comparativamente muito poucos. Nestes serviços pratica-se, na realidade uma medicina eclética. 
Isso é, os doentes cirúrgicos são operados, enquanto que os não cirúrgicos são atendidos 
exclusivamente com a acupuntura e farmacopéia tradicional. 
 
Produtos desta medicina, onde o médico ocidental diagnostica e prognostica com critério científico, 
são os numerosos trabalhos publicados em revistas especializadas que mostram as vantagens da 
acupuntura em certos quadros cirúrgicos, como a apendicite, e as vantagens deste método incruento 
nas gangrenas dos membros inferiores. Os hospitais que funcionam com a medicina ocidental têm 
todos um serviço ambulatorial para a acupuntura que, como o autor pôde observar em loco, esta 
sempre muito concorrido, observe-se que o paciente goza de livre escolha médica e pode optar pela 
acupuntura, se assim lhe apraz. 
 
Apesar de, até fins de 1965; existirem cerca de 120 mil médicos formados a ocidental, pode-se 
considerar que 30% da população rural e um pouco menos de 50% da população urbana se tratam 
pela acupuntura. Não existe entre as duas medicinas qualquer tipo de diferença, mas sim 
colaboração, o que, em grande parte, acreditamos seja devido a ordem do Governo de que “os 
médicos formados a ocidental devem colaborar com os médicos tradicionais e para isso é 
conveniente que todos se familiarizem com a medicina tradicional.” 
 
Japão 
 
A acupuntura foi introduzida no Japão por volta do ano 600 de nossa era, por médicos japoneses que 
visitaram a China. A influência chinesa não deve ser subestimada, pois se estende também ao 
terreno das outras ciências, da arte e da literatura. Por outro lado, embora a acupuntura mantenha no 
Japão seus traços fundamentais, os médicos japoneses fazem sentir sua influência adaptando-a as 
condições climáticas e individuais de seu povo. Assim é que, ali o uso das môxas se difunde e se 
populariza muito mais do que na China. 
 
As agulhas são também modificadas de acordo com a sensibilidade particular do japonês. A 
influência chinesa se estende até começos do século XVIII, quando os holandeses introduzem no 
Japão a medicina ocidental. Em 1884, o Japão decide adotar a medicina ocidental fundando por lei as 
faculdades de medicina européia que excluem sistematicamente o ensino da medicina chinesa. 
 
 
 
 
12 
 
No entanto, a prática e o ensino da acupuntura continuaram, gozando inclusive do favor das classes 
altas. Além disso, os métodos ocidentais, muito mais caros e às vezes mais prolongados do que os 
orientais afastaram grandemente as classes populares daquela época. 
 
Atualmente, o ensino da acupuntura goza da aprovação e do apoio oficial, embora não seja adotado 
nas universidades oficiais. Existem escolas que recebem subsídios governamentais e que são 
freqüentadas não apenas por estudantes da medicina tradicional como também por doutores em 
medicina formados à ocidental. O número de acupuntores no Japão de nossos dias é cerca de 30 mil, 
metade dos quais são doutorados em ciências médicas. 
 
Vietnã 
 
Adotou esse método no início da era cristã, sendo muito forte a influência chinesa. Na realidade, não 
há, também diferenças entre a acupuntura vietnamita e a chinesa. 
 
Coréia 
 
Adotou a acupuntura muito tempo e se diz, inclusive, que os coreanos precederam os chineses na 
prática deste método. Não existem diferenças fundamentais entre a acupunturacoreana e a chinesa, 
exceto na acupuntura constitucional. Na realidade, toda a acupuntura do Oriente se inspira no Nei-
Ching. 
 
A acupuntura no Ocidente 
 
A Europa conheceu a acupuntura no século XVII, através das informações prestadas pelos jesuítas 
da missão científica francesa em visita a Beijing (Pequim) e que foram publicadas na França nos 
anos de 1671 e 1682. Pouco tempo depois, um médico holandês, Tenente Rhyne, publica sua 
experiência com a acupuntura, recolhida durante uma viagem ao Japão, No século seguinte, um 
médico alemão, Kaempfer, comunica sua experiência no tratamento das colites por meio das agulhas 
e das môxas, que observou durante sua viagem ao Japão em 1712. Tanto Tenente Rhyne quanto 
Kaempfer só descrevem os aspectos externos do método e parecem ignorar tudo o que se refere a 
pontos meridianos, energia, pulsos, etc. 
 
No curso do século XVIII apareceram na França outras publicações que pouco influem no ânimo dos 
médicos e não se traduziram por um movimento pratico. A teoria não se transformou em prática. É 
somente no século seguinte, por volta de 1812, que Berlioz pai do famoso compositor, aplica pela 
primeira vez em Paris as agulhas de acupuntura e publica seus resultados. 
 
A esta primeira aplicação seguem-se outras de médicos que, tanto quanto Berlioz pouco ou nada 
conheciam da autentica acupuntura chinesa acreditavam que os órgãos deviam ser alcançados com 
a punção e empregavam longas agulhas metálicas que introduziam despreocupadamente até 
alcançarem o fígado, os rins, o pulmão etc. A acupuntura conheceu então um período de grande 
evidência e o famoso clínico Trousseau também a praticou em seus pacientes. Foi muito abundante a 
bibliografia sobre a acupuntura, ela foi discutida e criou polêmicas, mas ninguém entendia grande 
coisa do que estava fazendo. Não é, pois, de admirar que poucos anos depois de fazer tanto furor, 
tenha ficado reduzida a nada. 
 
 
 
 
13 
 
Quando em 1863 Dabry publica seu célebre livro A Medicina entre os chineses um texto sobre a 
autêntica medicina chinesa, ninguém lhe faz caso, inclusive aqueles que a discutiram 
apaixonadamente. Dabry, militar, não era médico, não deixou discípulos, não praticou o método e 
nem o ensinou; a acupuntura cai em profundo sono que há de durar mais de 70 anos. Foi Soullié de 
Morant. Consul francês na China que falava e escrevia chinês, que introduziu novamente a 
acupuntura no Ocidente, desta vez de maneira totalmente diversa da anterior. 
 
Cedamo-lo a palavra: 
 
Quando, em 1901, cheguei à China falava e escrevia correntemente o chinês e sua complicada 
etiqueta me era familiar, visitando as obras francesas, fui conduzido pelo venerável Bispo da 
Mongólia, Monsenhor Bermyn, que concordou em me ensinar o mongol, e pelo Bispo de Beijing 
(Pequim), o ilustre Mons.Favier. Nesta época, Beijing (Pequim) estava assolada por uma grave 
epidemia de cólera. Em poucas horas, vi morrerem dois de meus criados. Passando pelas salas, 
observei um médico chinês a deter em poucos instantes as temíveis câimbras, os vômitos e as 
diarréias cujo significado eu já conhecia, incuráveis para a medicina européia. 
 
Pude, graças as autoridades que me apresentavam, e ao meu conhecimento da língua e da etiqueta, 
obter desse médico, o Dr. Yang permissão para estudar, juntamente os princípios essenciais do 
método, os pontos mais importantes e os aspectos dos pulsos. Ele me conseguiu tratados médicos 
então quase desaparecidos completamente. 
 
Dois anos mais tarde nomeado juiz da Corte Mista Francesa de Xangai, encontrou como médico 
legista e secretario da Corte um excelente acupunturista, o Dr. Tchang. Ele continuou minha 
instrução, ajudando-me a completar meu dicionário e a compreender os elementos do método. 
 
Mais tarde, cônsul delegado do Ministério das Relações Exteriores em Yun Nan Fou, interessei-me 
de perto, em nosso pequeno hospital francês, e pude, graças à amizade do vice-rei, manter-me em 
relação com os médios chineses, acupuntores, e chegar a receber um reconhecimento oficial como 
médico, o glóbulo de coral cinzelado que confere a condição de acadêmico. 
 
Em suas viagens de férias à França, Soullié de Morant entra em contato com alguns médicos 
franceses, que riem ceticamente ante suas explicações. Soulié de Morant confessa que jamais se 
teria entregue a tarefa de ordenar e tornar conhecido o que havia aprendido sobre as agulhas, não 
fosse a insistência do Dr. Ferreyrolles. Pouco depois, outros médicos se juntam a ele e o método é 
praticado no Hospital Bellan. Em 1934, Soullié de Morant publica seu famoso compêndio da 
Verdadeira Acupuntura Chinesa, o primeiro livro que surge neste século e que tanta repercussão 
teria no Mundo médico ocidental. 
 
Poucos anos depois, já existiam em Paris duas sociedades de acupuntura, uma sob a direção de 
Soullié de Morant, e a outra, de Roger de La Fuye. Esse último em dissidência, por não ter Soullié de 
Morant o título de médico ocidental. Recentemente, ambas as sociedades se fundiram, 
desaparecendo a rivalidade entre elas. Contudo, atualmente coexistem outras sociedades com a 
Sociedade Francesa de Acupuntura. Existem ainda, na França, outras quatro sociedades de 
Acupuntura agrupadas numa Federação de Sociedades de Acupuntura. Editam-se na França três 
revistas médicas de acupuntura; La Nonvefle ltevne, Internationale d’Acupunture, Méridiens e 
L’Acupunture. 
 
 
 
 
14 
 
A acupuntura se difundiu rapidamente por toda a Europa. A Alemanha foi um dos países que mais 
prontamente a adotaram e sua produção bibliográfica é a segunda, depois da França. Até há quatro 
anos editava uma revista, a Deutsche Zeitschrift Fúr Akupuktur. A Itália, Suíça, Inglaterra., Romênia, 
Tcheco Eslováquia e a Rússia contam com importantes núcleos de médicos acupuntores. 
 
Isso não basta, no entanto, para se organizar um ensino eficaz. Enquanto a acupuntura não for 
ensinada com aprovação oficial, desta forma ela será incorporada ao ensino oficial assim se criará 
mais escola ou universidade formando profissionais de alto gabarito, porque se ela estiver nas mãos 
de uma pequena elite do chamado ensino oficial continuará sendo uma especialidade conhecida por 
muito pouco e mal aprendida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Prólogo  
 
Os avanços ostentados, entre nós, pelo fanatismo médico estimulado pelos crescentes interesses 
que prosperam à sombra da enfermidade, fazem necessária esclarecer as pessoas sobre o que vem 
a ser a saúde. 
 
A ignorância do público nesta matéria constitui o campo fértil em que prospera o charlatanismo 
pseudocientífico e, à medida que este avança, retrocede a saúde pública. Jamais serão expoentes do 
progresso de um povo o desenvolvimento e a prosperidade de seus hospitais, asilos, manicômios, 
policlínicas e demais estabelecimentos em que se abriga a miséria da enfermidade e onde naufraga o 
vigor da raça. 
 
O estado de saúde é comum e ordinário entre os irracionais vivem em liberdade, porque seu instinto 
os guia a submeter seus atos à lei natural; mas no homem, o instinto está quase totalmente 
substituído por sua razão ou senso comum, e como desgraçadamente são muitas poucas as pessoas 
que fazem uso desta faculdade divina temos o ser humano praticamente desarmado que por isto vive 
em permanente enfermidade crônica. Desde pequeno o homem vai à escola para aprender coisas 
diversas, mas não se lhe ensina a pensar por si mesmo, quando este ensinamento deveria ser a base 
de toda instrução, bastando só esta para preparar o indivíduo para lutar com êxito na vida. 
 
Conhecimento sem lógica não é ciência; por isto o que não se pode explicar logicamente em 
medicina, longe de constituir uma verdade científica, é apenas uma falácia. 
 
Para resolver o problema da própria saúde é mister pois pensar e discernir por simesmo e não se 
abandonar nas mãos de estranhos, executando os casos em que a lógica nos convença dos 
procedimentos que nos são aconselhados. A verdadeira ciência não se esconde nos laboratórios nem 
se capta através de aparelhos, nem se aprende nos livros e muito menos nos cadáveres; ela vive e 
palpita na natureza, e se adquire pela observação dos fenômenos naturais e pela própria experiência. 
Só a razão, livre de preconceitos, longe dos dogmas e em rebeldia contra as assim chamadas 
autoridades, é capaz de fazer progredir as ciências. Interessantes e variados são, sem dúvida, os 
estudos da escola de medicina, mas eles têm por objetivo a enfermidade e não a saúde. Ademais, 
aqui não se ensina a pensar com critérios próprios ao futuro terapeuta, que depois se verá 
constantemente rodeado de trevas, só contando com a luz dos dogmas, teorias e preconceitos, para 
despejar sobre o enfermo, que freqüentemente paga com sua vida por tanta ciência. 
 
Não esqueçamos que para ser sábio não basta ter conhecimentos, mas compreender o que se sabe. 
Enquanto o doente precisa que se observem suas funções orgânicas para estabelecer-se a causa do 
desarranjo funcional de seu organismo, que constitui a doença, o médico só aprendeu a estudar o 
cadáver e interpretar as conclusões do laboratório. Compreende-se então que o paciente se 
conforme em morrer prematuramente, mas com os “recursos da ciência”. 
 
Se a observação pessoal do médico é substituída pela investigação através do microscópio, raios X e 
demais recursos de laboratório, anula-se o próprio discernimento e submete-se a razão a conclusões 
alheias ao problema que se quer elucidar. Os elementos de investigação hoje consagrados pela 
medicina acadêmica, descobrindo só o efeito de uma causa que continua no mistério, constituem o 
erro fundamental da ciência universitária; daí o monumento que se ergueu com o nome de Ciências 
Médicas ser, na prática, um colosso com pés de barro. 
 
 
 
 
16 
 
Felizmente, a iridologia, acupuntura, quiropraxia, as massagens e tantas outras técnicas vêm em 
socorro do homem para tantos erros, permitindo de forma simples estabelecer nosso contexto 
orgânico, a natureza de nossos males e a origem, e o processo seguido por todo desarranjo orgânico, 
que é o que constitui a enfermidade. 
Manoel Lazaeta Acharan 
 
 
 
 
 
17 
 
O QUE É A ACUPUNTURA TRADICIONAL? 
EM QUE SE DIFERENCIA DA MEDICINA OCIDENTAL?  
 
Nos anos 70 era bastante vulgar conhecer pessoas que nunca tinham ouvido falar da acupuntura. 
Recentemente, a cobertura da mídia, de jornais e revistas assegurou que quase toda a população 
mundial já tenha ouvido, pelo menos, falar dela, sabem que é originária da China, que implica 
inserir finas agulhas no paciente e que é extremamente eficaz, além disso, sabe-se, normalmente, 
muito pouco acerca deste elegante e sofisticado sistema de medicina. 
 
 
 
Tratamento por acupuntura 
 
A acupuntura é um dos principais componentes, juntamente com o herborismo, as massagens e 
outras terapias de um antiquíssimo sistema de medicina conhecido por medicina chinesa. Este 
sistema é um dos muitos sistemas médicos tradicionais que resistiu ao predomínio do modelo médico 
ocidental. 
 
Baseada em textos antigos, foi objeto de contínuo estudo, avaliação e experimentação clínica ao 
longo de mais de mil anos, tendo curado milhões de pacientes. Quem quer que afirme praticar a 
acupuntura sem ter estudado teoria médica chinesa e que sustente que ela pode ser utilizada como 
um auxiliar da medicina ocidental, não captou a sua essência. É difícil saber se há de rir ou chorar 
perante a recente indignação que os médicos têm em se estabelecerem como acupuntores depois de 
fazerem cursos com a duração de apenas dois fins-de-semana. Essa é uma prática análoga à prática 
da cirurgia por um leigo que não tenha estudado anatomia e fisiologia. 
 
Ao longo deste fascículo, o termo “medicina chinesa” é utilizado para significar o sistema de medicina 
que teve origem na China, na Antigüidade, e que constituiu as bases teóricas dos sistemas médicos 
que se desenvolveram na China e países vizinhos, como o Japão, a Coréia, e o Vietnam. 
 
Ao longo deste livro, o termo “medicina ocidental” é utilizado para designar aquele sistema de 
medicina, por vezes conhecido como alopatia, que utiliza principalmente as drogas e a cirurgia para 
tratar a doença. 
 
Nem é preciso esclarecer que sempre que os termos “acupuntor” ou “praticante de acupuntura” 
aparecem neste livro, se está a fazer referência a uma pessoa que fez um estudo sério e prolongado 
da acupuntura tradicional. 
 
A acupuntura tradicional, até agora praticada extensivamente por todo o Oriente, está a tornar-se, 
rapidamente, popular em todo o mundo. É baseada numa análise sutil e detalhada das necessidades 
particulares do indivíduo. Dois pacientes nunca são tratados da mesma maneira, mesmo que 
pareçam, ao observador não experimentado, ter sintomas virtualmente idênticos. 
 
 
 
 
 
18 
 
Quando a medicina ocidental começou a aparecer no Oriente, os médicos tradicionais ficaram 
espantados porque os outros médicos receitavam exatamente os mesmos remédios a todos os 
pacientes que sofriam dos mesmos sintomas, sem fazerem qualquer tentativa de diagnosticar as 
fraquezas constitutivas de cada indivíduo, ou mesmo a causa da queixa. Chuang Tse (século lV a.C.), 
um notável pensador taoista escrevia. As naturezas diferem, e com elas as necessidades, Assim, os 
homens sábios de outrora não estabeleceram Uma medida única para todos. 
 
Uma terapia holística?  
 
Num contexto médico, a palavra “holística” (da palavra grega holos, que quer dizer o todo) significa o 
tratamento do doente como um todo, em vez do tratamento dos sintomas fora do contexto do ser 
humano que tem esses sintomas. A doença não é compreendida em termos de patologia dos órgãos 
isolados, como se eles fossem apenas rodas numa máquina, mas antes como uma disfunção de uma 
entidade viva completa, normalmente harmoniosa. 
 
A medicina chinesa nunca considerou a mente e o corpo separadamente, como aconteceu com a 
medicina ocidental nos últimos dois séculos. Isto pode parecer um lugar, comum, mas dá aos dois 
sistemas uma base filosófica fundamentalmente diferente, que atravessa o âmago das suas teorias e 
da sua prática. A crença de que o corpo humano é pouco mais que uma máquina extremamente 
sofisticada conduziu, no Ocidente, a muitos avanços extraordinários; por exemplo, a notáveis 
desenvolvimentos em cirurgia e terapia com drogas. 
 
Contudo, grande parte do recente desagrado, por parte dos pacientes, em relação a medicina 
moderna provém das limitações deste ponto de vista. Ele não é capaz de reconhecer que a mente e o 
espírito têm um efeito extremamente poderoso sobre o corpo e que o corpo humano é mais do que a 
soma dos seus aspectos químicos e mecânicos. 
 
Todos os sistemas médicos podem ser praticados mais ou menos holisticamente, dependendo da 
sabedoria do médico. O que é notável na medicina chinesa é que ela coloca o diagnóstico da pessoa 
no âmago do seu processo de diagnóstico e encara quase todas as doenças crônicas como uma 
manifestação da fraqueza própria daquele indivíduo. 
 
Quando o tratamento pela acupuntura está dirigido a estas fraquezas ou “desequilíbrios” duradouros, 
o paciente fica muitas vezes espantado ao ver que não é apenas o seu problema principal que 
melhora, mas que também estão a responder ao tratamento muito dos problemas secundários. Isto 
contrasta significativamente com o efeito de muitas das drogas modernas que, por causa dos seus 
efeitos colaterais, criam problemas secundários em vez de os melhorarem. 
 
Esta melhoria no bem estar do paciente como um todo é uma das principais razões por que os 
pacientes do Ocidente têm acorrido, nas últimas décadas, aos acupuntores. O seu tratamento 
holístico através da acupuntura está em marcante contraste com o tratamento que recebem da gama 
de especialistas que estão habituadosa consultar, enquanto se arrastam pelos vários departamentos 
dos nossos hospitais. É um indicador da natureza da acupuntura o fato de nenhuma das suas mais 
importantes escolas apresentar qualificações em qualquer especialidade. Os acupuntores sempre se 
especializaram em tratar seres humanos, e não doenças. Aquilo que um acupuntor procura, quando 
examina um doente, são os “modelos de desarmonia” causadores dos sintomas que afligem o 
paciente. 
 
Por exemplo, se um médico ocidental e um acupuntor examinassem um doente com dificuldades de 
respiração, o primeiro talvez diagnosticasse asma e o segundo uma deficiência na “energia” do 
pulmão. Não é que um dos diagnósticos seja correto e o outro incorreto; simplesmente, ambos 
avaliam os sintomas através da percepção dos seus próprios modelos médicos, que são muito 
diferentes. 
 
A acupuntura tornou-se recentemente famosa pela sua capacidade de tratar a dor, mas a verdade é 
que, historicamente, foi sempre utilizada para curar todo o espectro das doenças. 
 
 
 
 
19 
 
Um paciente pode ir ao acupuntor com qualquer sintoma, quer ele seja prioritariamente de expressão 
psicológica, por exemplo, depressão ou ansiedade, ou qualquer outro do enorme número de sintomas 
físicos possíveis. A resposta do acupuntor é sempre a mesma diagnosticar o modelo de desarmonia 
daquele indivíduo antes de decidir qual é o tratamento relevante. 
 
Pergunta-se muitas vezes se a acupuntura é apropriada para este ou aquele sintoma, e a resposta é, 
essencialmente, sempre a mesma: se o praticante for capaz de fazer um diagnóstico preciso do 
modelo de desarmonia, então a acupuntura melhorará a saúde, o “bem-estar” do corpo, da mente e 
do espírito do paciente. 
 
Por vezes, isto significa que os sintomas serão completamente curados, outras vezes, o processo da 
doença avançou demasiadamente para que isso seja possível. Nestes casos, a acupuntura pode 
melhorar a saúde da pessoa até a um ponto em que os sintomas diminuam de intensidade, 
freqüência e duração. 
 
Põe-se muitas vezes a dúvida de a acupuntura poder ou não ajudar nas chamadas doenças 
“incuráveis”. Mencionam-se muitos exemplos de pessoas que recuperam de doenças “incuráveis”, 
quer através da mediação da acupuntura, da medicina ocidental, da oração ou de muitas outras 
formas de cura. Habitualmente, contudo, a acupuntura apenas é capaz de melhorar a qualidade de 
vida do paciente nos aspectos físico, mental e espiritual. Como observou o poeta John Milton: “A 
desgraça não é ser cego; a desgraça é ser incapaz de suportar a cegueira” 
 
Dizia o grande médico Sir William Osler (1849-1919): “Não me digam que tipo de doença tem o 
paciente, digam-me que tipo de paciente tem essa doença.” No caso de um sintoma crônico, o 
acupuntor concordará com esse ponto de vista. 
 
O tratamento é prioritariamente focalizado na causa profunda de uma doença crônica. Em condições 
agudas, o acupuntor pode começar por se concentrar nos sintomas, tratando em seguida a fraqueza 
subjacente. 
 
Em muitos países do Terceiro Mundo, as pessoas andam pela beira da estrada a pedir aspirinas; 
para elas, é uma droga maravilhosa. É, por exemplo, um excelente remédio para uma dor de cabeça 
aguda. O que ela não trata, contudo, é a condição crônica que faz com que se tenha dor de cabeça. 
Enquanto uma pessoa fica extremamente grata pelo alívio sintomático que é fornecido pela aspirina, 
um dos axiomas fundamentais da acupuntura “uma doença que não é completamente curada 
pode facilmente gerar uma nova doença, ou poderá haver uma recaída da antiga”. 
 
A medicina ocidental tornou-se muito popular no Oriente pela sua eficácia no tratamento de sintomas 
agudos, mas, quando se trata de curar os sintomas crônicos, os orientais recorrem a medicina 
tradicional. É no tratamento de doenças crônicas de longa data que a acupuntura tem mais coisas a 
oferecer ao paciente do Ocidente. 
 
Tal como se diz no Nei Jing (século 11 a.C., o principal clássico da medicina chinesa): “Mesmo que 
uma doença seja antiga, pode ser curada; aqueles que dizem que não tem cura, não conhecem bem 
a acupuntura.”Convém dizer que existem, obviamente, situações em que não é apropriado fazer um 
tratamento holístico, por exemplo, em emergências ou em sintomas causados por um ferimento físico. 
Se eu tivesse um grave acidente na estrada, não gostaria de ser imediatamente levado a um 
acupuntor. Embora haja uma longa tradição de utilização da acupuntura como primeiros socorros, 
não há dúvida de que, em caso de ferimentos físicos graves, a medicina ocidental é preferível como 
terapia. No entanto, depois de ter passado a emergência, a acupuntura é extremamente valiosa pela 
sua capacidade de ajudar a recuperar do efeito de choque e do trauma. 
 
Os princípios de recuperação da saúde através da acupuntura  
 
Os seres humanos têm extraordinários poderes de recuperação; se assim não fosse, então todas as 
febres, todos os traumas emocionais, todas as tensões ou ferimentos nos deixariam num estado de 
ruína física ou emocional. 
 
 
 
 
20 
 
A natural disposição do corpo, da mente e do espírito para regressarem a um estado de equilíbrio é 
conhecida como homeostase. A finalidade do acupuntor é auxiliar estas funções homeostáticas. A 
eliminação de sintomas pode ser, muitas vezes, uma finalidade imediata de tratamento, mas não é a 
sua finalidade última e fundamental. 
 
É vulgar os pacientes afirmarem, depois de um certo número de tratamentos, que voltaram a sentir-se 
como se sentiam antes de um determinado acontecimento ou período das suas vidas que lhes 
destruiu a saúde. Muitas pessoas têm consciência de que não estão a atingir todo o seu potencial, 
em termos de vitalidade física, mental ou espiritual. É essencial que o praticante tenha uma noção 
clara do modo como o paciente pode ser depois de regressado ao estado de saúde para reconhecer 
qual é o estado adequado de vitalidade e saúde, tendo em conta a idade, a constituição e as 
circunstâncias do indivíduo. O princípio de que, mais do que se esforçar por “combater” a doença, o 
médico luta para restaurar a saúde, é um princípio antigo, embora atualmente fora de moda, na 
medicina ocidental. Ele parece ter desaparecido, em particular, entre os profissionais de medicina de 
língua inglesa, embora continue a ter grande preponderância na Europa. Na França por exemplo, o 
conceito de fortalecimento do campo energético do indivíduo, ou do seu subjacente estado de saúde, 
continua a estar muito em voga. 
 
Na Alemanha, por exemplo, prescreve-se cerca de metade dos antibióticos prescritos no Reino 
Unido, onde os médicos os prescrevem consideravelmente menos do que os seus congêneres nos 
Estados Unidos. O Dr. Peter Naumann, Professor de doenças infecciosas na Universidade de 
Dusseldorf, afirma: “Não há verdadeiramente indicações que levem a receitar antibióticos na medicina 
privada. Se um paciente precisa de um antibiótico, isso significa que, em geral o que ele precisa é de 
estar no hospital.” Dificilmente se poderia apresentar de modo mais radical o contraste entre os 
hábitos de prescrição do Reino Unido e dos Estados Unidos. 
 
A diferença fundamental é que os médicos alemães ainda concentram grande parte do seu 
tratamento no fortalecimento do próprio poder de recuperação do doente. A hidroterapia, sob formas 
variadas, é vulgarmente prescrita pelos médicos para auxiliar o doente a expulsar uma infecção e é 
subsidiada por todos os sistemas alemães de seguros de saúde. Cerca de um quinto dos médicos 
alemães pratica medicina homeopática, antroposófica ou herbórica. Estes tipos de medicina, bem 
como a terapia de vitaminas, são freqüentemente utilizados para ajudar a recuperar a saúde. 
 
Um exemplo interessante de utilização da acupuntura para promover a saúde, mais do que para 
“combater” a doença, é no tratamento da SIDA (AIDS). Especialmente no Reino Unido e nos Estados 
Unidos, milhares de infectados com o HIV e de doentes“ de SIDA afirmaram ter beneficiado de 
grandes melhoriasno seu estado geral de saúde e bem-estar, devido ao seu tratamento de 
“promoção de saúde” através da acupuntura tradicional. 
 
No momento é ainda muito cedo para dizer exatamente até que ponto o tratamento é realmente 
eficaz, mas até que, ou a não ser que, a medicina ocidental desenvolva os tratamentos 
para esta doença, a acupuntura continuará a ser uma das principais escolhas em terapia, para 
doentes com estas síndromes. 
 
Uma forma de medicina preventiva?  
 
A capacidade da acupuntura para promover a saúde significa que ela é freqüentemente utilizada 
como forma eficaz de medicina preventiva. A medicina preventiva é, no Ocidente, 
predominantemente limitada pelo fato de que, mesmo quando um teste diagnóstico discerne 
disfunções antes de os sintomas terem surgido, o tratamento é habitualmente limitado a redução de 
fatores de produção de doenças, tais como uma dieta pobre, falta de exercício ou excesso de tensão. 
Virtualmente nada pode ser feito para melhorar o funcionamento do órgão doente ou do próprio 
sistema. Uma famosa passagem do Nei Jing estabelece Um dos axiomas fundamentais da 
acupuntura. Quando a terapia médica é iniciada só depois de o indivíduo ter adoecido, quando a 
tentativa para restabelecer a ordem surge apenas depois de o mal estar ter irrompido, é como se 
esperasse até se estar fraco com a sede para cavar um poço, ou como se alguém esperasse que a 
batalha chegasse ao meio para começar a forjar uma lança. Não seria demasiado tarde para isso? 
 
 
 
 
21 
 
É óbvio que as doenças orgânicas graves, como deficiências cardíacas, diabetes ou cancros, não 
surgem de um dia para o outro. São sempre precedidas de uma quebra no estado de saúde, que 
acaba por conduzir a doença que atinge um estado orgânico. Na opinião dos acupuntores, isto 
representa um estado avançado de uma doença, isto é igualmente verdade para a maioria das 
doenças, menos graves, mas crônicas, das quais a maioria das pessoas sofre. Um acupuntor capaz, 
que utilize métodos de diagnóstico tradicionais, pode muitas vezes detectar e tratar desordens no 
estado de saúde de um indivíduo muito antes de elas se desenvolverem e se tornarem sintomas 
discerníveis pela pessoa ou pelos processos de diagnóstico da medicina ocidental. 
 
Nos primeiros anos de exercício da acupuntura no Ocidente, quase todos os pacientes que estavam 
preparados para experimentar esta terapia estranha encontravam-se já em estados avançados das 
suas doenças e recorriam à acupuntura como último recurso. Contudo, em anos recentes, muitas 
pessoas, tendo ouvido falar da utilização da acupuntura como medicina preventiva, têm consultado 
praticantes da acupuntura em estados muito menos avançados do processo da doença. Isto permite-
lhes manter e melhorar o seu estado de saúde em vez de “esperarem que a batalha chegue a meio 
para começar a forjar uma lança”. A utilização da acupuntura não ajuda apenas a prevenir o ataque 
das doenças, induzidas pelos desequilíbrios energéticos do próprio indivíduo, como também lhe 
aumenta a resistência às doenças infecciosas. 
 
A medicina ocidental não apresenta uma explicação satisfatória para o fato de os nossos sistemas 
imunitários serem intermitentemente ineficazes, estando nós constantemente expostos a bactérias e 
vírus. O ponto de vista chinês é o de que a ocorrência de doenças por infecção é devida a luta entre o 
agente da infecção e a “energia” ou “força vital” do indivíduo. Se o estado de saúde da pessoa é 
excelente, então será muito difícil a uma infecção dominar as defesas naturais do corpo. É verdade, 
contudo, que a medicina chinesa nunca foi muito eficaz contra as espantosas epidemias que 
devastaram a China e o resto do Oriente, até à época moderna. É uma extraordinária ironia que 
esses países, que desenvolveram um sistema tão refinado de medicina interna, nunca tenham 
conseguido assegurar medidas tão essenciais de saúde pública, como a existência de água potável 
ou de um sistema de esgotos eficaz. No entanto, para muitos pacientes do Ocidente que já não são 
presas da tifóide, da cólera ou da febre bubônica, a acupuntura foi extremamente bem sucedida, 
auxiliando-os a desenvolverem a sua resistência a infecções como a cistite, a bronquite, a 
pneumonia, as constipações, e outras do mesmo gênero. 
 
Se pensarmos num ciclo de 24 horas podemos compreender de que maneira o equilíbrio Yin/Yang se 
altera a medida que o dia progride. De madrugada, Yin/Yang estão em equilíbrio. O Yang começa 
então a tornar-se crescentemente predominante, até ao período do máximo Yang, no cume do dia. O 
Yang começa então a declinar, até que volta a atingir-se o equilíbrio no momento do crepúsculo, e 
continua a declinar até se atingir um período de máximo Yin, nas profundezas da noite. Esta dinâmica 
é igualmente afetada pelo equilíbrio do dia e da noite, de acordo com as alterações de natureza e o 
Yin/Yang das estações. O Inverno é predominantemente Yin, o Verão predominantemente Yang. 
 
No entanto, mesmo no dia do solistício de Verão, há um curto período de escuridão, trata-se de um 
intervalo de Yin no seio do Yang. Por extensão, o repouso corresponde ao Yin, a atividade 
corresponde ao Yang. O solistício de Inverno é o período de maior repouso na natureza, e o período 
do solistício de Verão, O de máxima atividade. O Yang está também constantemente alterando-se 
para Yin, o Verão transforma-se em Inverno, o dia toma-se noite, a atividade deve seguir-se o 
repouso. O famoso símbolo do Tai Chi ilustra de que maneira o Yin e o Yang englobam toda a 
criação, de que maneira fluem um no outro, e de que maneira 
 
Que visão da saúde tem os acupuntores?  
 
É muito vulgar um indivíduo ir fazer um exame médico genérico e dizerem-lhe, depois de uma série 
de investigações, que está “em forma”, ou “não”. Para o acupuntor tradicional, não existe 
verdadeiramente a noção de “estar em forma”. Talvez seja enquanto recém-nascido que o ser 
humano se encontra mais próximo desse estado, mas, mesmo então, já haverá provavelmente 
desequilíbrios que são herdados, adquiridos no útero da mãe, ou devidos a traumas de nascimento. 
 
 
 
 
22 
 
Para as pessoas, muita água passou debaixo da ponte, na forma de doenças, traumas e tensões, 
para que não haja desequilíbrios discerníveis pelo acupuntor. A saúde do indivíduo depende da 
gravidade dos desequilíbrios; somos todos doentes, é apenas uma questão de grau. Felizmente para 
muitos, isto não significa necessariamente que tenham sintomas físicos que os incomodem. Para o 
acupuntor, no entanto, a saúde não pode ser apenas julgada pela saúde física. O acesso ao espírito, 
mente e emoções do paciente é de importância primordial. 
 
O Huainanzi (século 11 a.C.), um dos clássicos do antigo pensamento científico chinês, apresenta 
este assunto da seguinte maneira: O que dá ao homem uma visão dará uma boa audição, um corpo 
ordenado, cujas partes se dobram e se esticam facilmente, lhe permitirá ter uma boa elasticidade?. O 
que lhe permite distinguir o preto do branco através da observação, o belo e o feio através da 
consideração e, através da apreciação, o semelhante e o diferente, as coisas que são apropriadas e 
as que não o são? É a abundância de energia e a atividade do espírito. 
 
Para os Chineses, a sua legendária busca da longevidade não era uma procura de uma extensão 
desordenada do tempo de vida. Como afirma o sinólogo Claude Larre, era “a persecução da obra 
perfeita de um ser que, de acordo com a sua natureza, completa a medida do seu destino e morre no 
seu tempo próprio”. 
 
O que é o Tchi (Qi)?  
 
O conceito de Qi (que se escreve Chi, e se pronuncia tchi) está no próprio âmago da acupuntura. 
Para nós, que fomos educados no Ocidente, assimilar a noção de Qi é o salto conceitual que temos 
que dar para compreender a medicina chinesa. A não ser que se seja capaz de aceitar a validade da 
existência do Qi, a acupuntura, para já não falar do Tai Chi Chuan, das artes marciais, Yoga e de 
muitas das práticasorientais, permanecerão um mistério. 
 
Para quem cresceu no Oriente, o conceito de Qi forma parte integrante da sua visão do ser humano. 
Tem diferentes nomes em diferentes países e é compreendido de maneira ligeiramente diferente. No 
Japão é chamado Ki; na Índia, é conhecido por Prana; no Tibete, por Klun. 
 
Aquilo a que as pessoas de todos estes países se referem é à idéia de que a matéria viva contém 
“energia”. Muitos tentaram traduzir Qi de outras maneiras que descrevem mais literalmente aquilo que 
isso significa para os Chineses. “Força da vida”, “Força vital”, “Matéria-energia”, “Respirações” e 
muitas outras expressões foram avançadas por diferentes tradutores para tentar transferir para 
português um conceito que quase não existe no nosso pensamento e na nossa cultura. Qi é 
simplesmente aquilo que nos faz estar vivos. Quando morremos, abandona-nos para regressar ao 
“Grande Vazio”. Wang Chong (27-97 d. C.) dizia: 
 
O Qi produz o corpo humano, da mesma maneira que a água se transforma em gelo. Tal como a 
água congela para formar o gelo, também o Qi coagula para formar o corpo humano. Quando o gelo 
derrete, transforma-se em água. Quando uma pessoa morre, torna-se novamente espírito. É 
chamado espírito, tal como o gelo derretido muda o seu nome para água. A medicina chinesa está 
fundada no estudo e na observação do Qi no seu fluxo, ritmos, ciclos, alterações, movimento e 
equilíbrio. Todos os acupuntores tradicionais procuram aprofundar a sua compreensão da natureza 
do Qi do paciente, de modo a determinar de que maneira podem otimizar as suas capacidades para o 
devolver a um estado de saúde mais harmonioso. 
 
A medicina chinesa coloca grande ênfase na relação entre os seres humanos e o seu meio ambiente. 
Com as alterações no tempo e no ciclo das estações, ocorrem profundas alterações no nosso Qi. O 
Qi não está presente apenas na matéria viva, está presente em todo o universo. No Nei Jing diz-se 
que “A união do Céu e da Terra é chamada o ser humano”. A idéia reflete-se diariamente nas nossas 
vidas e na constante necessidade física que temos de abastecer o nosso Qi a partir do ar que 
respiramos e da comida que comemos. Isto, combinado com o Qi que herdamos, forma a base da 
nossa constituição energética. A doença é vista como uma disfunção do Qi, e a acupuntura é um 
método com provas dadas de regulamentação e aumento do sistema energético da pessoa. 
 
 
 
 
23 
 
Por exemplo, um paciente pode queixar-se ao seu médico de letargia e um médico consciencioso 
procurará investigar se há alguma patologia, tal como febre glandular, anemia, etc. Contudo, muitas 
vezes não há uma causa patológica claramente discernível, e o paciente será, provavelmente, 
mandado embora sem tratamento ou tendo-lhe sido possivelmente diagnosticada uma depressão, 
(na França, na Alemanha e noutros países da Europa mandá-lo-iam provavelmente tomar vitaminas, 
um tônico, ou consultar um dos muitos especialistas prósperos). 
 
Para o acupuntor, o paciente sofre de uma disfunção do seu Qi e ele procurará diagnosticar e tratar a 
causa energética da letargia do paciente. Toda a intervenção terapêutica seja qual for o sistema de 
medicina de que provenham, afetam o Qi do doente; uma das vantagens da acupuntura é a sua 
capacidade de afetar o Qi do indivíduo direta e poderosamente. 
 
Só depois de o acupuntor ter completado o seu diagnóstico e ter chegado a uma conclusão firme 
acerca do estado do equilíbrio energético do paciente, é que considerará a possibilidade de fazer 
uma intervenção terapêutica no Qi do paciente. Uma pessoa que use a acupuntura e faça 
tratamentos sem ter feito um diagnóstico dos desequilíbrios energéticos específicos daquele doente 
(exceto no caso de primeiros socorros de emergência) estará violando um dos princípios 
fundamentais da medicina chinesa. 
 
Isto se tornou, infelizmente, cada vez mais vulgar no Ocidente, num momento em que se tenta 
praticar este intrincado sistema de medicina sem sequer se estudar os seus princípios básicos, já 
para não falar das suas sutilezas. Pela primeira vez na história, a tecnologia moderna desenvolveu 
máquinas, a venda para o público em geral, que tornaram a tarefa dos incompetentes 
consideravelmente mais fácil. 
 
Ao detectarem áreas de elevada condutividade elétrica relativa aos tecidos vizinhos, estas máquinas 
revelam onde se localizam os pontos de acupuntura. o folheto que as acompanha explica ao 
utilizador como se servir da mesma máquina para tratar aspectos particulares, relacionados com 
sintomas particulares, segundo o modelo médico ocidental de sintomas. Dificilmente poderemos 
surpreender-nos se os resultados terapêuticos forem imprecisos. É de supor que os antigos 
praticantes chineses dêem voltas na sepultura. 
 
 Como trata a acupuntura o Tchi (Qi) de um indivíduo? 
 
O sucesso crucial que permitiu a medicina chinesa desenvolver a prática da acupuntura foi a 
descoberta de “pontos” no corpo, nos quais o Qi do indivíduo podia ser afetado. Isto aconteceu há, 
pelo menos, a três mil anos e provas arqueológicas sugerem que pode ter acontecido 
consideravelmente mais cedo. A crença de que acupuntura foi descoberta por soldados que 
reparavam que os seus sintomas melhoravam quando eram feridos em determinados pontos 
(um ponto de vista igualmente sustentado pelos cartunistas) e que nunca foi levado a sério pelos 
acupuntores. Muitos dos pontos são sensíveis a apalpação e é provável que a maioria tivesse sido 
descoberta por práticos e mestres de artes marciais, explorando os corpos dos pacientes e 
praticantes a procura de locais de dor. 
 
Os pontos e os caminhos entre eles podem igualmente ter sido descobertos por determinados 
adeptos que, durante a meditação, focalizavam a sua atenção em sensações extremamente sutis no 
seu corpo, tal como aconteceu com determinados indianos, quando descobriram os chakras do Hatha 
Yoga. Certamente que muitos pacientes têm consciência de uma sensação ao longo dos caminhos 
de meridianos, quando estão a ser submetidos ao tratamento por acupuntura. 
 
Embora estes pontos sejam já detectados através de máquinas eletrônicas, o estudante de 
acupuntura terá passado, tradicionalmente, um considerável tempo aprendendo a localizar a posição 
exata dos aproximadamente 365 pontos nos meridianos. Os pontos são muitos pequenos (têm cerca 
de 2,5 mm de diâmetro) e, para que o efeito da intervenção realizada seja total, é necessário ser 
extremamente preciso na sua localização. A maior parte dos pontos mais comumente utilizados está 
localizada nos membros, por baixo do cotovelo e do joelho, e grande parte do tratamento terá lugar 
nestes pontos, independentemente da localização dos sintomas. 
 
 
 
 
24 
 
Estes caminhos do Qi que percorrem o corpo são conhecidos como meridianos ou canais. Cada 
meridiano está ligado a um órgão específico e é responsável por muitas funções do nosso corpo, 
mente e espírito. Os meridianos podem ser comparados aos mais importantes vasos de sangue, no 
sentido em que constituem as principais “artérias” de energia no corpo; mas, da mesma maneira que 
os pequeníssimos capilares levam energia a todas as células do corpo, também há pequeníssimos 
canais que transportam o Qi para todas as células. 
 
 
 
O meridiano do coração 
Sem Qi e sem sangue, as células morrem. Nos tempos modernos, foram descobertas centenas de 
“novos” pontos nestes canais menores e muitos deles são utilizados para produzir alívio sintomático 
local. Quando o acupuntor insere a agulha num dos pontos de acupuntura do corpo, influencia o Qi 
de acordo com a natureza desse ponto específico e a técnica de agulha utilizada. 
 
Tratar qualquer ponto terá efeito sobre o corpo, mente e espírito do paciente, mas, ao escolher 
determinados pontos e ao utilizar técnicas particulares, o praticante pode dirigir o seu tratamento até 
um nível específico. Há muitas situações em que é apropriado orientar o tratamento exclusivamente 
para o nível físico. 
 
Mas também há alturasem que, independentemente de apresentar sintomas físicos ou psicológicos, 
uma pessoa precisa de ser tratada a um nível mais profundo, se quer atingir a causa do problema. O 
Nei Jing refere-se a esta questão da seguinte maneira: 
 
Nos nossos dias, a vitalidade e a energia são consideradas os fundamentos da vida; para serem 
mantidas florescentes, devem ser protegidas e deve ser a força duradoura da vida que deve 
governar. Quando esta força não apóia a vida, os seus fundamentos dissolvem-se, e como pode uma 
doença ser curada quando não há energia espiritual no corpo? 
 
 
 
 
 
 
25 
Que querem os acupuntores dizer com as palavras corpo/mente/espírito?  
 
A expressão Corpo/Mente/Espírito tornou-se a frase mais comumente utilizada nas medicinas 
naturais para descrever os diferentes níveis do ser humano. Utilizo-a aqui por causa da sua 
familiaridade e porque ela exprime com razoável precisão o ponto de vista oriental, embora nunca 
apareça exatamente com esta forma em nenhum dos clássicos da medicina chinesa. 
Que queremos dizer com a palavra Espírito? 
 
Este é um tema difícil, em grande parte porque muitas pessoas já têm uma opinião feita acerca 
daquilo que, para elas, a palavra significa, e também porque esta palavra tem tantos e tão diferentes 
significados na língua inglesa. O Oxford English Dictionary apresenta uma lista de 34 sentidos 
distintos, mas aquele que está mais próximo do sentido da palavra na medicina chinesa é “o princípio 
de animação ou princípio vital do homem”. Cícero chamou-lhe “o verdadeiro eu, não a figura física 
que pode ser apontada com o dedo”. Quando o romancista Thackeray descreveu uma das suas 
personagens como sendo “de espírito triste e humilde”, descreveu a mais profunda essência de um 
indivíduo. No Nei Jing, Chi Po, o mestre acupuntor, dizia: 
 
O que é o espírito? O espírito não pode ser escutado com os ouvidos. Os olhos devem estar 
brilhantes de percepção e o coração deve estar aberto e atento, e então o espírito é subitamente 
revelado através da nossa própria consciência. Não pode ser expresso pela boca; só o coração pode 
expressar tudo aquilo que pode ser olhado. Se prestarmos muita atenção, podemos conhecê-lo 
subitamente, mas também podemos, com a mesma rapidez, perder esse conhecimento. Mas o 
espírito torna-se claro para o homem, como se o vento tivesse afastado as nuvens. 
 
A faculdade do acupuntor para compreender a natureza dos desequilíbrios no espírito de uma pessoa 
é o acme da arte da acupuntura. Muitas vezes, faz-se equivaler “espírito” os laços espirituais e 
religiosos de uma pessoa. Contudo, a palavra “espírito” abrange muitos outros aspectos do ser. 
 
A religião, o misticismo e a consciência espiritual emanam do espírito humano, mas, no contexto da 
medicina chinesa, emanam igualmente daí o desejo de olhar para um radiante nascer do sol ou de 
ouvir música num tom elevado. Quando acordamos e experimentamos a alegria de ver o amanhecer 
de um lindo dia, é o nosso espírito que é tocado por essa experiência. 
 
Os Chineses consideravam que as emoções emanam do espírito da pessoa. Uma das grandes 
vantagens deste sistema de medicina é permitir ao praticante ajudar uma pessoa temerosa, uma 
pessoa que é presa da dor, uma pessoa ressentida ou uma pessoa que raramente se sente alegre. A 
acupuntura procura libertar o indivíduo do domínio de uma emoção particular ou do empobrecimento 
produzido pela falta de uma emoção adequada. 
 
As emoções constituem igualmente as “causas internas da doença” na medida em que, se 
extremam, criam desequilíbrios no funcionamento saudável do Qi do indivíduo. Se o Qi do espírito 
deixa de ser saudável e vital, então o desequilíbrio pode alastrar e apresentar sintomas ao nível, quer 
do corpo, quer da mente ou do espírito. Esta é, provavelmente, a causa mais vulgar das doenças 
crônicas. O Nei Jing estabelece que “para tornar a acupuntura completa e eficaz, é necessário 
começar por curar o espírito”. 
 
A língua portuguesa tem uma variedade de palavras para descrever os estados que surgem quando o 
espírito da pessoa fica perturbado, desesperado, apático, paranóico, isolado, inseguro, deprimido, 
ansioso, vulnerável, resignado, amargo, centrado em si mesmo, com falta de auto-estima, etc. são 
palavras poderosas, mas descrevem o modo como muitos se sentem durante a maior parte das suas 
vidas. Cícero observava que “as doenças da alma são mais perigosas e mais numerosas que as do 
corpo”. 
 
Os Chineses encaram a saúde do espírito de uma pessoa como sendo um fator crucial para a sua 
saúde e para as suas possibilidades de recuperação. Muitas vezes, vemos indivíduos com sintomas 
semelhantes, mas que reagem de modo muito diferente. Um pode estar no seu limite de resistência, 
enquanto o outro permanece, interiormente, muito calmo. Como diz o Nei Jing: “Quando o espírito 
está em paz, o sofrimento não é mais que um minuto”. 
file://GOLA/c/Livro/Livro%20de%20Acupuntura%20Básica%20do%20Gola.doc%23indice
 
 
 
 
26 
 
Que queremos dizer com a palavra Mente? 
 
Queremos referir-nos a faculdade cognitiva e a capacidade de pensar. A frase “mentalmente doente” 
é legitimamente utilizada na medicina ocidental para descrever problemas na percepção sensorial, na 
personalidade, nas emoções ou no comportamento. Esta é uma definição bastante ampla do que 
aquilo que a palavra “mental” significa no contexto medicinal chinesa. Muitas pessoas que estão em 
hospitais psiquiátricos têm a mente extremamente astuta e capaz, o que significa que, na linguagem 
da medicina chinesa, são os seus espíritos que estão perturbados. No contexto da acupuntura, os 
sintomas de nível mental incluem a possibilidade de ser obcecado, esquecido, indeciso, incapaz de 
se concentrar, desorganizado, confuso, vago, desarticulado, dificuldade em aprender, etc. 
 
Embora os Chineses reconheçam a importância do cérebro no funcionamento da mente, consideram 
igualmente que a mente é um aspecto do Qi da pessoa. Tal como o Qi está presente em todas as 
células do corpo, o mesmo acontece com a mente e o espírito da pessoa. 
 
Que queremos dizer com a palavra Corpo? 
 
Este é, evidentemente, o menos ambíguo dos três níveis. Quando a maioria das pessoas do Ocidente 
pensa na sua saúde, é quase exclusivamente na sua saúde física que está a pensar. A acupuntura 
tornou-se conhecida no Ocidente pela sua eficácia no tratamento de uma vasta gama de problemas 
físicos, talvez acima de tudo pela sua eficácia na redução ou eliminação da dor. É de notar, no 
entanto, que quando os pacientes descobrem que a acupuntura pode contribuir para uma melhoria do 
modo como se sentem, passam muitas vezes a encarar o seu sentido de bem estar completo como a 
sua primeira prioridade. 
 
Há um crescente reconhecimento de que os sintomas estão integralmente relacionados com o estado 
de saúde da mente e do espírito. Esta é uma das grandes lições que o Ocidente pode aprender com 
o Oriente. Qualquer sistema abrangente de medicina deve procurar ser uma terapia que trata, no seu 
âmago, a doença individual. E, a não ser que esse sistema tenha uma visão clara do modo como o 
corpo, a mente e o espírito interagem uns com os outros, estará condenado a limitar-se, para sempre, 
a uma terapia de alívio sintomático. 
 
 A BASE FILOSÓFICA DA MEDICINA CHINESA O TAO, O YIN/YANG E OS CINCO ELEMENTOS 
 
O Tao 
 
O Nei Jing, o mais importante tratado de acupuntura, foi escrito por volta do ano 2000 a.C. Em forma 
de diálogo, recua até aos “tempos antigos”, altura em que, segundo o lmperador Amarelo, se gozava 
de melhor saúde e maior longevidade. O Imperador Amarelo Huang Ti perguntava ao Mestre de 
acupuntura, Chi Po “Porque antigamente os homens viviam mais de cento e cinqüenta anos e hoje 
eles não vivem mais do que a metade disso, acontecia isto porque o mundo se altera de geração 
para geração?”. Ou será a humanidade que se está se tornando negligente em relação as leis da 
natureza?” Chi Po respondia, “Nos tempos antigos, as pessoas que compreendiam o Tao seguiamo 
modelo do Yin e do Yang”. 
 
Muito antes do Nei Jing, os Chineses tinham desenvolvido a filosofia do Tao. Viver em harmonia com 
o Tao era encarado como essencial se o ser humano queria todo o seu potencial durante o seu 
tempo na Terra. Chi Po continuava. Havia moderação na comida e na bebida. As horas de se 
levantar e de deita-se eram regulares e não desordenadas ou extravagantes. Por estes meios, os 
antigos mantinham os seus corpos unidos com as suas almas, de modo a realizarem completamente 
o tempo que lhes estava destinado, chegando a atingir facilmente os cem anos de idade. Hoje em 
dia, as pessoas não são assim; utilizam o vinho como bebida e adotam a negligência como 
comportamento habitual. Entram no aposento do amor num estado de embriaguez; as suas paixões 
esgotam-lhes as forças vitais, não são capazes de encontrar contentamento no interior de si mesmas, 
não são hábeis a controlar os seus espíritos, por estas razões só chegam a metade da centena de 
anos e depois degeneram. 
 
 
 
 
27 
 
Era assim em 2000 a.C. e é talvez melhor não pensar no que Chi Po diria do nosso estilo de vida nos 
finais do século XX! Cada um de nós tem que descobrir a sua maneira própria de encontrar 
“satisfação dentro de si mesmo”. Nem a medicina nem a filosofia chinesas oferecem qualquer 
resposta universal para este mistério central da condição humana. Ambas insistem, no entanto, na 
importância de viver em harmonia com o Tao e na necessidade de viver de acordo com a natureza e 
o passar das estações. Nenhum sistema de medicina do mundo pode compensar totalmente a 
amargura do corpo, da mente e do espírito que resultam inevitavelmente de a vida da pessoa se 
afastar demasiadamente do Tao. O papel do acupuntor é ajudar a restaurar a saúde do paciente e 
permitir-lhe viver um pouco mais perto do Tao. 
 
Como poderemos nós, com o nosso estilo de vida próprio do século XX, viver mais de acordo com o 
Tao, de modo a mantermos um melhor estado de saúde? Os Chineses acreditam que devemos 
equilibrar a atividade com o descanso, a excitação com a reflexão, que devemos conservar a nossa 
energia no Outono e no Inverno, para estabelecermos um equilíbrio com o aumento de atividade da 
Primavera e do Verão. 
 
Os acupuntores atendem muitos doentes cuja saúde foi afetada por causa da sua incapacidade de 
equilibrarem estes aspectos das suas vidas. Vemos pessoas viciadas em trabalho que quase nunca 
descansam, quer sejam homens de negócios ambiciosos, ou donas de casa. As crianças ficam 
doentes porque estudam muito para os exames e depois “descansam” em frente da televisão, 
deixando assim de equilibrar o esforço mental com a atividade física que lhes é tão essencial. Muitas 
pessoas sofrem de más condições de saúde quando se reformam e não encontram atividades 
satisfatórias que substituam os seus anteriores empregos. Com a finalidade de aumentar a sua 
compreensão do Tao, os Chineses desenvolveram dois conceitos que, juntos, formam a base da 
teoria médica chinesa; o Yin/Yang e os Cinco Elementos. 
 
Estas duas idéias atravessam o pensamento chinês, não apenas na medicina, mas também na 
política, ciência, arte e religião. São metáforas que servem para descrever de que maneira os 
fenômenos da natureza funcionam em relação uns aos outros. Os Chineses observaram que há na 
natureza uma constante mudança e os seus melhores mestres criaram um sistema de medicina que 
explicava de que maneira estes modelos de mudança podiam tornar-se desequilibrados e produzir 
doenças no ser humano. As verdades expressas nestes conceitos são universais, aplicam-se 
igualmente a pacientes no Oriente e no Ocidente e são tão válidos hoje como eram há 3000 anos. 
 
Yin/Yang 
 
O Nei Jing diz que “se o Yin e o Yang não estão em harmonia, é como se não houvesse um Outono 
para se opor a Primavera, um Inverno para se opor ao Verão. Quando o Yin e o Yang se separam um 
do outro, a força da vida esmorece e o sopro da vida extingue-se”. Na teoria Yin/Yang, todos os 
fenômenos são vistos como consistindo diversos graus de Yin e Yang. O Yin e o Yang não são 
substâncias, mas uma expressão dos dois pólos de uma dualidade fundamental que existe na 
natureza. Os ideogramas chineses para Yin e Yang representam os lados escuro e luminoso de um 
campo. O Yin e o Yang estão constantemente em transição, tal como, na natureza, o dia e a noite se 
transformam constantemente um no outro. A noite é predominantemente Yin e o dia 
predominantemente Yanghá sempre Yin dentro do Yang e Yang dentro do Yin. 
 
 
 
Símbolo do Yin e do Yang 
 
 
 
 
28 
 
Segue-se uma lista de correspondências de fenômenos na natureza, segundo a sua natureza 
Yin/Yang: 
 Yin Yang 
 Escuro Claro 
 Repouso Atividade 
 Terra Céu 
 Frio Calor 
 Água Fogo 
 Descer Subir 
 Órgão Zang Vísceras Fu 
 Interior Exterior 
 Fêmea Macho 
 Hipoatividade Hiperatividade 
 
No clássico conhecido pelo nome de Liu Tzu diz-se que: Quando o Yang atingiu o seu ponto mais 
elevado, começa a surgir o Yin, e quando o Yin atingiu a sua maior altitude, começa a dedicar, e 
quando a Lua cresceu até atingir o seu máximo, começa a diminuir. Este é o imutável Tao do Céu. A 
completude do ano segue-se a decadência, e a maior alegria segue-se a tristeza. Esta é a imutável 
condição do Homem. 
 
Como se aplica à teoria do Yin/Yang à acupuntura? 
 
Segundo o Nei Jing, uma das principais tarefas do acupuntor é “observar cuidadosamente a relação 
existente entre o Yin e o Yang e fazer reajustamentos de forma a recuperar o equilíbrio”. Para o 
conseguir, ele deve avaliar vários fatores no seu diagnóstico do Qi do paciente, de acordo com a 
natureza do Yin/Yang desse mesmo paciente. Eis alguns exemplos: 
 
 Yin Yang 
 Água Fogo 
 Frio Calor 
 Noite Dia 
 Úmido Seco 
 Hipoativo Hiperativo 
 
Fogo/Água 
 
A justaposição do fogo e da água pode parecer estranha, a não ser que se tenha presente que o fogo 
representa a chama que atiça e mantém todos os processos metabólicos. O nosso corpo precisa ser 
constantemente mantido a uma temperatura de 36-37 graus Celsius, para funcionar nas melhores 
condições. A água constitui mais de setenta e cinco por cento do corpo humano e é essencial para 
umedecer e arrefecer as funções fisiológicas do corpo, para equilibrar a ação de aquecimento do 
fogo. Se este equilíbrio é perturbado, o funcionamento do corpo é inevitavelmente afetado. Se o fogo 
enfraquece, a água começa a ser excessiva e o metabolismo do corpo torna-se incapaz de realizar as 
múltiplas funções necessárias para assegurar a saúde. Se a água se torna deficiente, então o fogo 
começa a ficar fora de controle. A frase “Kun-Ho” é utilizada para descrever alguém em cujo Fígado 
(Kun = Fígado, Ho = Fogo) o fogo é excessivo, provocando um rosto vermelho e, em geral, uma 
atitude “Kun-Ho” em relação a vida! 
 
Calor/Frio 
 
Um acupuntor pode aprender muito acerca da natureza Yin/Yang de uma pessoa averiguando se 
essa pessoa sente demasiadamente o frio, se acha difícil lidar com o tempo quente ou se da bem 
com qualquer um destes extremos. Os acupuntores atendem muitos pacientes que estão sempre 
tentando manter-se quentes, e encostar-se a fontes de calor, a utilizar sacos de água quente e 
sonhar com férias ao sol. 
 
 
 
 
29 
 
Estas pessoas são, fisicamente, deficientes em Yang e parte do tratamento consistirá em fortalecer e 
aquecer os aspectos mais Yang do seu Qi. A moxabustão, que implica aplicar pequenas quantidades 
de uma erva em combustão lenta em pontos de acupuntura, é muitas vezes utilizada com esta 
finalidade. É também possível aplicar o critério de calor/frio a sintomas específicos, por exemplo, 
articulações dolorosas, que no ocidente recebem nomes como artroses, reumatismo ou lumbago, são 
frias a apalpação e tornam-se menos dolorosas depois de um banho quente, ou quando são 
utilizadas outras formas de aquecimento. Para o acupuntor, é óbvio que esta é uma síndrome 
diferente, que requer diferente tratamento.Quando há demasiado calor no corpo, haverá uma tendência para se urinar espaçadamente e para a 
urina ser escura, para se ter prisão de ventre, a língua vermelha e, em casos agudos, febre. Pelo 
contrário, se houver demasiado frio, a pessoa terá tendência para urinar freqüentemente e para a 
urina ser clara, para ter soltura, um rosto pálido e a língua pálida. Olhos secos, pele seca, fezes 
secas, uma tosse seca e quaisquer outros sintomas de secura indicam a existência de um excesso 
de Yang no corpo. Tornozelos inchados, excesso de exsudação, freqüente necessidade de urinar, 
corrimento do nariz ou quaisquer outros sintomas de excesso de umidade indicam a existência de um 
excesso de Yin no corpo. Neste quadro observamos, de maneira muito simplificada, os quatro tipos 
básicos do desequilíbrio Yin/Yang. 
Linha de Equilíbrio 
YIN YANG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 - A figura 4 representa o perfeito equilíbrio entre o Yin e o Yang 
 
Linha de Equilíbrio 
YIN YANG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4-1 
Esta figura representa a queda da energia Yin enquanto o Yang permanece em equilíbrio, tendo 
influência direta no humor. 
 
 
 
 
30 
 
Linha de Equilíbrio 
YIN YANG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 4-2 
A figura 4.2 representa a queda da energia Yang enquanto o Yin permanece em equilíbrio, tendo 
influência direta no humor. 
Linha de Equilíbrio 
YIN YANG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 4-3 
A figura 4.3, representa o excesso de Yang, enquanto o Yin permanece em equilíbrio influenciando as 
funções orgânicas. 
Linha de Equilíbrio 
YIN YANG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 4-4 
 
 
 
 
31 
 
A figura 4.4, representa o excesso de Yin, enquanto o Yang permanece em equilíbrio influenciando as 
funções orgânicas. 
Linha de Equilíbrio 
YIN YANG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.5 
A figura 4.5, representa o decrescimento do Yin e do Yang, representando queda de resistência 
constitucional, com conseqüente lesões orgânicas. 
 
Linha de Equilíbrio 
YANG YIN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.5 
A figura 4.5, representa a transmutação da energia Yin em energia Yang, este estagio representa a 
fase terminal de uma doença. 
 
Hiperativo/Hipoativo 
 
Se a pessoa tem uma tendência para a impaciência, insônias, discurso e movimentos rápidos ou 
volatilidade emocional, o seu Yang está, provavelmente, dominando o Yin. Tende-se para a letargia, 
sonolência, discurso e movimentos lentos ou um temperamento não emocional e fleumático, então o 
Yin é excessivamente predominante. Por exemplo, um rápido bater do coração indica excesso de 
Yang do coração, enquanto um bater lento do coração pode indicar excesso de Yin do coração. 
 
 
 
 
32 
 
As quatro variedades do desequilíbrio Yin/Yang 
 
O Yin e o Yang estão constantemente a alterar-se, mas, num estado de boa saúde, mantém-se 
sempre o equilíbrio. A doença acontece apenas quando um lado começa a “consumir” o outro. O Nei 
Jing afirma que “Um excesso de Yin faz sofrer o Yang; Um excesso de Yang faz sofrer o Yin. Uma 
preponderância de Yin ocasiona o frio”. 
 
Estas quatro variedades de desequilíbrio requerem tratamentos radicalmente diferentes. Estes 
tratamentos serão determinados, igualmente, por muitos outros fatores, o menos importante dos 
quais não será a consideração do outro axioma fundamental da medicina chinesa: Yin/Yang e 5 
elementos. 
 
Yin-Yang e os 5 Elementos ou Movimentos 
 
As teorias de Yin-Yang e dos Cinco Movimentos são dois aspectos do materialismo simples e da 
dialética que datam da China antiga. A Medicina Tradicional Chinesa emprega estas teorias para 
explicar as funções fisiológicas do organismo, as mudanças patológicas e as relações internas dos 
órgãos e, também para explicar as leis gerais do diagnóstico e do tratamento. Serão analisados os 
conceitos fundamentais de Yin-Yang e dos Cinco Movimentos, seu conteúdo e sua aplicação na 
Medicina Tradicional Chinesa. 
 
YIN-YANG 
 
O conceito Yin-Yang sintetiza as duas partes contraditórias e complementares dos fenômenos de 
natureza e que se relacionam mutuamente. Pode representar tanto os dois fatores opostos, assim 
como duas partes que compõem a essência de um aspecto. 
 
As propriedades básicas de Yin e Yang são: todas as coisas com tendência a fluir para cima, para 
fora, o aspecto da claridade, mobilidade, excitação, vitalidade, calor, substancialidade, atividades 
funcionais, rápidas e claras pertencem a Yang, ao contrário, todas as coisas com a tendência para 
fluir para baixo, para dentro, obscuridade, tranqüilidade, inibição, astenia, esfriamento, coisa 
substancial e pesada pertencem a Yin. 
 
A natureza de Yin ou de Yang não é absoluta, mas relativa, já que a existência é determinada pelas 
condições interiores. Cada aspecto compreende duas partes contraditórias, Yin e Yang, ambos 
transformam-se mutuamente sob determinadas circunstancias, mas dentro da parte Yin e da parte 
Yang está incluída a sua parte oposta, ou seja, dentro da natureza Yang, está o Yin. 
 
Por exemplo, o dia é Yang e a noite é Yin, mas o dia e a noite podem, dividir-se em Yin e Yang; a 
manhã é Yang dentro de Yin e a tarde é Yin dentro de Yang; a primeira metade da noite é Yin dentro 
de Yin e a segunda metade da noite é Yang dentro de Yin. 
 
No corpo humano, o interior é Yin e a superfície é Yang; mas os Órgãos internos podem dividir-se em 
Yin e Yang, ou seja, os cinco Órgãos (Coração, Fígado, Baço/Pâncreas, Pulmão, Rins) são Yin e as 
seis Vísceras (Intestino Delgado, Vesícula Biliar, Estômago, Intestino Grosso, Bexiga e Triplo 
Aquecedor) são Yang, e cada um dos órgãos divide-se em Yin e Yang, assim nos Rins, há o Yin dos 
Rins e Yang dos Rins, etc. 
 
Este fenômeno que de dentro de Yin ou de Yang existem Yin e Yang demonstra mais uma vez que a 
natureza de uma cousa é relativa e não absoluta. 
 
A teoria da Yin-Yang refere que todos os fenômenos ou fatores no Universo é um integro formado por 
duas partes opostas, Yin e Yang. O aparecimento, a mudança e o desaparecimento de um fato é o 
resultado do movimento continuo das duas partes Yin e Yang que tem como lei: a contradição, a 
interdependência, o crescimento, a diminuição e a mutação entre eles. 
 
 
 
 
33 
 
Conteúdo fundamental da teoria Yin-Yang 
Contradição entre Yin/Yang 
 
A contradição entre Yin e Yang significa que todo fenômeno ou fato da natureza tem ao mesmo 
tempo dois aspectos opostos, isto e, existem ao mesmo tempo duas partes contrárias: Yin e Yang. 
Por exemplo, o céu é Yang, a terra é Yin; o dia e Yang e a noite é Yin; a parte superior é Yang e a 
parte inferior é Yin; o exterior é Yang e o interior é Yin; o movimento é Yang e a quietude é Yin; subir 
é Yang e descer é Yin: o Fogo é Yang e a água é Yin; o calor é Yang e o frio é Yin, etc. 
 
No corpo humano as Vísceras são Yang e os órgãos Yin; Qi (Energia) é Yang; Xue (Sangue) é Yin, 
etc. Isso significa que em todas as coisas existem no Universo, de maneira oposta e que podem ser 
classificadas, segundo as suas propriedades em dois tipos: Yin e Yang. O sol e a Terra; o dia e a 
noite, o superior e o interior, o exterior e o inferior, o movimento e a quietude, o subir e o baixar, o 
fogo e a água, o calor e o frio,as Vísceras e os Órgãos, Qi (Energia) e Xue (Sangue), etc., São partes 
opostas de um aspecto, ou seja, a contradição entre Yin e Yang. 
 
Interdependência entre Yin e Yang 
 
A relação de dependência entre Yin e Yang significa que cada uma das duas partes opostas existe na 
dependência da outra e que esta é a condição para a existência do outro aspecto e nenhuma das 
duas partes pode existir isoladamente. Sem Yin, não há Yang e vice-versa, sem superioridade não 
existe inferioridade, sem o exterior não existe o interior. Se somente há Yang e não há Yin, ou se 
somente há Yin e não há Yang, eles perdem a condição de sua existência, de modo que “não se 
produz um Yin isolado”, “nem cresce um Yang solteiro”; quando se separam Yin e Yang, termina a 
vida. 
 
Relação de crescimento decrescimento entre Yin e Yang 
 
A relação de crescimento e decrescimento entre Yin e Yang significa que as duas partes opostas de 
toda coisa ou fenômeno encontram-se em movimento e mudança constantes. Ambas as partes, se 
uma cresce a outra diminui, se uma avança a outra retrocede, de maneira a que manter um equilíbrio 
dinâmico, para assegurar o desenvolvimento e as mudanças normais dos fatos ou dos fenômenos. 
Por exemplo, as mudanças das quatro estações do ano: da primavera ao verão, o frio vai diminuindo 
e o calor vai aumentando, isto é um processo de “diminuição” de Yin e de crescimento de Yang; do 
outono ao inverno, o calor vai diminuindo e o frio vai aumentando, isso é um processo de “diminuição 
de Yang e crescimento de Yin”. Aqui reside a lei geral da mudança do tempo normal. As atividades 
das funções fisiológicas (Yang) do corpo humano sempre consomem determinada quantidade de 
substância nutritiva (Yin), ocorrendo então um processo de crescimento de Yang e diminuição de 
Yin; toda substância nutritiva (Yin) produz-se provocando atividades funcionais, promovendo um 
processo de “diminuição de Yang e crescimento de Yin”. 
 
No corpo humano, as funções fisiológicas encontrando-se em atividade consomem sem cessar as 
substâncias nutritivas, ao mesmo tempo adquirem a Energia constantemente, de modo que o 
crescimento e decrescimento entre Yin e Yang mantém-se em equilíbrio relativo. Se uma das duas 
partes decresce demasiadamente ou cresce de maneira excessiva, o equilíbrio relativo entre Yin e 
Yang é destruído, ocorrendo o excesso ou a deficiência de uma parte e, como conseqüência, ocorre 
a enfermidade. 
 
Transmutação entre Yin e Yang 
 
A transmutação entre Yin e Yang refere que sob determinadas condições, as duas partes opostas 
que se compõem todas coisas ou de todos os fenômenos podem transforma-se na parte contrária, ou 
seja, Yin se transforma em Yang, ou Yang se transforma em Yin, de modo que a característica do 
fato ou do fenômeno produz uma mudança radical. Se o crescimento e decrescimento entre Yin e 
Yang é um processo de mudança qualitativa, a transmutação entre Yin e Yang é uma mudança 
quantitativa. 
 
 
 
 
 
34 
 
Voltando a análise da mudança do tempo nas estações do ano, ocorre a mudança constante do frio 
ao calor, inicia-se a primavera com seu valor ascendente quando o frio do inverno chega no seu 
máximo; o outono inicia-se quando o calor do verão atinge o seu máximo. 
 
Todos os fenômenos da natureza seguem esta lei, com o máximo de frio chega o calor e com 
máximo do calor inicia o frio” ou seja, “as ações extremas produzirão resultados inversos”. No 
processo de adoecimento sob certas condições, observa-se também sindrome Yin convertida cm 
síndrome Yang. 
 
Por exemplo, os pacientes com meningite cerebrospinal epidêmica associada ou não a pneumonia, 
apresenta as manifestações clinicas, tais como: febre elevada, rosto avermelhado, irritabilidade, pulso 
acelerado, cheio e forte, etc., sintomas qualificados na Medicina Tradicional Chinesa como síndrome 
de Calor do tipo Shi (excesso). Mas, quando a enfermidade evolui até atingir um estado grave, 
levando no choque tóxico, o paciente apresenta hipotensão, membros frios, rosto pálido, pulso frio e 
fraco, etc. Isso significa que a síndrome de Calor tipo Shi (excesso) transformou-se fleuma síndrome 
do tipo Xu (deficiência). Este fato é um exemplo da transmutação entre Yin e Yang (Fig. 4). 
 
APLICAÇÃO DA TEORIA YIN/YANG NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA  
 
Explicação da composição do corpo 
 
O corpo humano constitui um todo, integral, formado, energicamente de duas partes opostas, o Yin e 
o Yang. Assim, o exterior é Yang e o interior é Yin, o dorso é Yang e o abdome é Yin, a parte superior 
é Yang e a parte inferior é Yin, os cinco Órgãos (Coração, Fígado, Baço/Pâncreas, Pulmão e Rins) 
são Yin e as seis Vísceras (Vesícula Biliar, Estômago, Intestino Grosso, Intestino Delgado, Bexiga e 
Triplo Aquecedor) são Yang e, cada órgão pode se dividir em Yin e Yang, assim, tem-se o Yin do 
Coração e Yang do Coração Yin dos Rins e Yang dos Rins. Assim, dentro do Yin estão Yang e dentro 
do Yang está o Yin e dentro do Yin e Yang, estão também Yang e Yin. 
 
Explicação das funções fisiológicas do corpo 
 
Na fisiologia do corpo humano, entre as funções (Yang) e as substâncias (Yin) existem uma 
interdependência de uma sobre a outra. Nas funções fisiológicas em que se tem a substância como 
base, sem a essência Yin não se produz a energia, assim como as substâncias nutritivas (essência 
Yin) produzem-se na dependência das atividades fisiológicas (Yang). Ambas as partes 
interdependem uma da outra, a Energia e a Matéria para manterem-se em equilíbrio relativo, de 
modo a assegurar a atividade fisiológica do corpo. 
 
Explicação das mudanças patológicas 
 
As duas partes Yin e Yang do corpo devem estar em um equilíbrio relativo para que se mantenham 
normais as atividades fisiológicas. Assim, se o equilíbrio relativo é destruído por causa de certos 
fatores de adoecimento, pode acontecer a predominância ou a eficiência de uma das duas partes, 
alterando, como conseqüência o estado fisiológico que se transforma em processo patológico. A 
desarmonia entre o Yin e o Yang pode ser por excesso de Yin/Yang ou por excesso de Yin e, 
também pode ocorrer por deficiência de Yang ou por deficiência de Yin, A manifestação destes 
estados são: por deficiência de Yin apresenta-se o Calor interno, por deficiência de Yang apresenta-
se o Frio exterior, por excesso de Yang, manifesta-se o Calor externo e por excesso de Yin 
apresenta-se o Frio interno. 
 
Servir de base para o diagnóstico 
 
Como a causa fundamental do desenvolvimento da enfermidade reside na desarmonia entre Yin e 
Yang, por isso, todos os tipos de doenças, por mais complicadas que sejam as manifestações 
clínicas, podem ser analisadas e sintetizadas pelas características de Yin e Yang e segundo as leis 
do desenvolvimento e da mudança, ao diferenciar as características Yin ou Yang conhece-se a 
essência da enfermidade. 
 
 
 
 
35 
 
Todas as síndromes podem ser classificadas em duas categorias: síndromes Yin e síndromes Yang. 
Na prática clínica, usa-se mais a diferenciação segundo “os oito princípios” tendo o Yin e o Yang 
como base, onde opõem-se os conceitos de exterior-interior, Frio-Calor deficiência-excesso. 
 
Todas as síndromes externas, de Calor e do tipo excesso pertencem a categoria Yang, enquanto 
todas as síndromes internas, de Frio e do tipo deficiência, situam-se dentro da categoria Yin. 
 
Por isso, para fazer o diagnóstico, deve-se antes de tudo diferenciar as características Yin e Somente 
ao dominar a aplicação da teoria Yin-Yang na prática clinica, é que poderá acertar as relações entre 
os fenômenos e a essência e fazer o julgamento correto. 
 
Assim, na inspeção, se observar uma cor clara e fresca, indica Yang, se for uma cor opaca, é Yin; na 
audição, se a voz for alta e forte, indica Yang e se a voz for baixa e respiração fraca, indicam Yin; no 
exame do pulso, se é superficial, forte, escorregadio, acelerado, tem a característica Yang e se o 
pulso é profundo, filiforme, vacilante, fraco e lento, tem a característica Yin. 
 
Para determinaros princípios do tratamento 
 
O desequilíbrio entre Yin e Yang constitui a causa fundamental do desenvolvimento de uma 
enfermidade, os princípios básicos do tratamento também devem ser regulados conforme a 
predominância ou a deficiência de Yin ou de Yang, com a finalidade de recuperar equilíbrio relativo 
perdido. Assim para tratar a predominância do Calor Yang, aplicam-se os medicamentos de natureza 
fria e para o caso de predominância do Frio Yin, usam-se os de natureza quente. 
 
No caso de excesso de Yin devido a deficiência de Yang que não controla o Yin, deve-se fortalecer o 
Yang para diminuir o Yin. No caso da hiperatividade de Yang devido a deficiência de Yin que não 
acalma o Yang, deve-se nutrir Yin para que este iniba o Yang. Este é o principio de “uma enfermidade 
Yang trata-se com Yin e uma enfermidade Yin trata-se com Yang”. Em suma, o principio de 
normalizar o desequilíbrio entre Yin e Yang tem o significado de sedar o excesso e de tonificar a 
deficiência com a finalidade de mudar o anormal e recuperar o estado de equilíbrio Yang e Yin. 
 
TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS OU MOVIMENTOS  
 
Os antigos chineses chegaram a conhecer, através da prática e da vida, observando a natureza 
durante longo tempo, perceberam entre as outras coisas que, a madeira, fogo, terra, metal, água 
eram fundamentais na sua constituição. À medida que foram se aprofundando em conhecimento 
material idealizaram-se a teoria dos 5 Elementos Movimentos, a qual relaciona as características dos 
cinco elementos da natureza, as relações entre si, as atividades e as mudanças que ocorrem entre 
eles e com esta teoria, os antigos chineses sintetizaram o teórico com o conhecimento do mundo 
material. 
 
A teoria dos Cinco Movimentos sustenta que a Natureza está constituída por cinco substâncias: 
Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água. O desenvolvimento e as mudanças de todas as coisas e de 
todos os fenômenos são resultados do movimentos continuo, da inter-geração, da dominância entre 
os cinco elementos. Na Medicina Tradicional Chinesa, esta teoria aplica-se principalmente para 
explicar as características fisiopatológicas dos órgãos internos e dos tecidos do corpo; as relações 
fisiopatológicas entre eles e as relações entre o corpo e o meio ambiente que é sempre mutante. 
Assim, a teoria pode servir de guia para o diagnóstico e para o tratamento. 
 
CONTEÚDO PRINCIPAL DA TEÔRIA DOS CINCO MOVIMENTOS 
 
Atribuição dos fatos aos 5 Elementos ou Movimentos 
 
Cada um dos Cinco Movimentos tem suas próprias características, assim a Madeira tem como 
característica o crescimento, de se desenvolver e de se estender livremente; o Fogo, “quente, flui 
para cima”; a Terra, “produzir e mudar”; o Metal, “purificar e ser sólido e a Água, “fria e úmida, flui 
para baixo”. 
 
 
 
 
36 
 
Apesar das características destes Cinco Movimentos estarem vinculadas com as propriedades das 
cinco substâncias correspondentes, na realidade, quando se refere a 5 Elementos ou Movimentos já 
não tem o mesmo significado das matérias que compõem os cinco elementos mas sim, as 
propriedades que eles possuem de maneira abstrata conforme as suas características. A atribuição 
das características dos fatos, das matérias e dos fenômenos nos Cinco Movimentos, foi feita de 
acordo com a concepção das propriedades destes, com as similitudes e analogias. 
 
Desta maneira, todas as coisas ou os fenômenos que tem as propriedades de “crescer e desenvolver, 
estender-se livremente” pertence a Madeira; o calor Yang, fluir para cima, pertence ao Fogo; a 
característica de produzir e de transformar pertence a Terra; de purificar de ser sólida e forte, 
pertence ao Metal; a característica fria úmida e fluir para baixo, pertence água, etc. 
 
Partindo dessas considerações, os antigos médicos chineses relacionaram, de maneira lógica, a 
fisiologia e a patologia dos Zang/Fu (Órgãos e Vísceras) e os tecidos do corpo com os fatores do 
meio ambiente relacionados com a vida. Os órgãos e tecidos do corpo são classificados em cinco 
categorias de acordo com a teoria dos 5 Elementos ou Movimentos, para servir de referência na 
observação das suas relações internas e com os 5 Elementos ou Movimentos. Na tabela, estão 
expostos na linha horizontal os órgãos e tecidos do corpo e os aspectos, os fenômenos da natureza, 
que se assemelham e se vinculam entre si. 
 
O entendimento destas relações leva a compreender as características fisiológicas dos órgãos 
internos, tecidos e de outras estruturas do corpo, as relações entre eles, explicar determinados 
fenômenos fisiológicos e patológicos dos órgãos internos e de poder aplicar a teoria dos Cinco 
Movimentos como guia para o diagnóstico e para o tratamento. sim no caso da Madeira: o Fígado 
gosta de estender-se livremente e tem o vigor de subir e crescer, características estas similares a da 
madeira, razão pela qual o Fígado tem a propriedade da Madeira. 
 
O Fígado e a Vesícula Biliar estão relacionados interior exteriormente, as condições do Fígado 
determinam as dos tendões, tem como abertura os olhos e não tolera a ira, por isso, relaciona-se a 
Vesícula Biliar, os olhos, os tendões e a ira a Madeira. Na Natureza, na primavera venta muito, as 
plantas germinam e tornam-se verdes, as frutas tem um sabor ácido, por isso, atribuem a primavera, 
o vento, a germinação, o verde e azedo a Madeira. 
 
Este método de similitudes e analogias não somente sintetiza certas relações fisiológicas internas do 
corpo, mas também as manifestações que podem se apresentar em certos casos patológicos. 
 
Por exemplo, no espasmo infantil, freqüentemente observa-se rosto esverdeado, o olhar para frente e 
contraturas dos membros; pode-se explicar, tendo por base os 5 Elementos ou Movimentos, as 
relações entre estes sintomas e a afecção hepática. 
 
Relação de geração, de dominância, excesso de dominância e contradominância dos 5 Elementos ou 
Movimentos. A teoria dos 5 Elementos ou Movimentos explica as relações internas de todos os 
aspectos da natureza através das leis da geração e da dominância. 
 
 
 
 
37 
 
 
 
TABELA DOS 5 ELEMENTOS OU MOVIMENTOS  
 
Elemento Madeira Fogo Terra Metal Água 
01. Vibração I E A O U 
02. Zang Fígado Coração Baço/Pâncreas Pulmão Rim 
03. Fu Vesícula Biliar Intestino Delgado Estômago Int.Grosso Bexiga 
04. Órgão dos sentidos Visão Fala Paladar Olfato Audição 
05. Órgão de comando Olhos Língua Boca Nariz Ouvido 
06. Alimenta Músculos Vasos Sanguíneos Carne Pele Ossos 
07. Nível de energia Ligamentos Vasos Subcutâneo Pele Ossos 
08. Se expande em Unhas Cor Lábios Pelos Cabelos 
09. Lesões por excessos Caminhar Marcha Sentar-se Reclinar-se Posição em Pé 
10. Liquido emitido Lágrimas Suor Saliva Muco Urina 
11. Odor corporal Rançoso Queimado Perfumado Fétido Pútrido 
12. Emoção Raiva Alegria Saudade Tristeza Medo 
13. Temperamento Deprimido Instab/Emocional Obsessivo Medroso Angustiado 
14. Capacidade de Controle/Decisões Melancolia/Tristeza Obstinação Rejeição Libert. de Tensões 
15. Planeta Júpiter Marte Saturno Vênus Mercúrio 
16. Valores Psíquicos Espiritualidade Espiritual Divino Opiniões Animalidade Força de vontade 
17. Estação Primavera Verão Final de Verão Outono Inverno 
18. Tempo de Florescimento Amadurecimento Preservação Colheita Armazenamento 
19. Coloca em perigo Vento Calor Umidade Secura Frio 
20. Sabor Azedo/Ácido Amargo Doce Picante Salgado 
21. Neutralizado por Picante Salgado Azedo/Acido Amargo Doce 
22 Tonificar com Doce Picante Salgado Doce Amargo 
23. Sedar com Azedo/Ácido Amargo Doce Picante Salgado 
24. Na doença exige Doce Azedo/Ácido Salgado Amargo Picante 
25. Manif. da emoção Grito Gargalhada Canto Choro Gemido 
26. Cor Verde/Azul Vermelho Amarelo Branco Preto 
27. Direção Leste Sul Centro Oeste Norte 
28. Cereais benéficos Trigo Milho Centeio Arroz Feijão 
29. Carnes benéficas Frango Carneiro Vaca Cavalo Porco 
30. Compleição Esverdeado Rosado Amarelado Pálido Enegrecido 
31. Personalidade trabalhador Ativo CalmoSimples Gosta de movimento 
32. Evolução Nascimento Crescimento Puberdade Maturidade Velhice 
33. Estado Fisiológico Criação/Planejam Supremacia/Comando Digest/Transpor Energ/Elimin Equilíbrio/Hídrico 
34. Est/Desenvolvimento Decisão/Julgamen Transferência Alimentação Resíduos Líquido Orgânico 
35. Número 8 7 5 9 6 
36. Oficiais General/Juiz Monarca 1 Ministro Min.Fazenda Ministro Trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
A LEI DOS 5 ELEMENTOS OU MOVIMENTOS  
 
A geração entre os Cinco Movimentos implica no processo de crescimento e a dominância, no 
controle mútuo de cerceamento entre eles. O principio da geração dos Cinco Movimentos estabelece 
que: Madeira gera o Fogo; a Fogo gera a Terra; a Terra gera o Metal; o Metal gera a Água e a Água 
gera a Madeira, estabelecendo assim um círculo, continuo e constante. O principio da dominância 
estabelece que a Madeira domina a Terra: a Terra domina a Água; a Água domina o Fogo; o Fogo 
domina o Metal e o Metal domina a Madeira. Nas relações de geração, cada um dos Cinco 
Movimentos sempre é gerado e gerador ao mesmo tempo. A Madeira gera fogo, portanto é a mãe e o 
e o Fogo portanto é o filho de Madeira, por isso, estas relações de geração também são chamadas 
relações mãe-filho. Por exemplo, a Madeira gera o Fogo e o Fogo gera a Terra, então a Madeira é 
mãe do Fogo e a Terra é a filha do Fogo. Na relação da dominância, cada um dos 5 Elementos ou 
Movimentos é, ao mesmo tempo, dominante e dominado. O que é dominado é chamado vencido e o 
dominante é chamado o vencedor, por isso esta relação também é chamada vencido-vencedor. Por 
exemplo, entre Terra e a Água, a Terra é vencedora e a Água é a vencida, a Madeira domina a Terra 
e a Terra Água; entre a Madeira e a Terra, a Madeira é vencedora e a Terra é a parte vencida. Nos 5 
Elementos ou Movimentos existem relações de ser gerador-gerado e dominante-dominado. 
 
A geração e a dominância são duas partes inseparáveis. Sem a geração, não haverá o movimento 
que muda as coisas; sem a dominação, as coisas não poderão manter a mudança e desenvolvimento 
normal de uma harmonia. Por isso, na geração não pode faltar a dominação e na dominação não 
pode faltar a geração. A geração e a dominância são dois aspectos opostos e ao mesmo tempo se 
apóiam mutuamente. São estas relações que promovem e asseguram o crescimento, 
desenvolvimento e mudança normais das cousas. 
 
Por exemplo, a Madeira pode dominar a Terra, mas a Terra pode gerar o Metal e dominar a 
Madeira, então, dominada pelo Metal, a Madeira não pode controlar excessivamente a Terra; ao 
contrário, a Terra, dominada pela Madeira, tampouco pode gerar demasiado a Metal. Em suma, a 
teoria dos 5 Elementos ou Movimentas sustenta que todas as cousas da natureza encontram-se em 
movimento continuo segundo a ordem da geração: Madeira-Fogo-Terra-Metal-Agua, e segundo a 
ordem da dominância: Madeira-Terra-Agua-Fogo-Metal. 
 
A desarmonia entre as relações dos 5 Elementos ou Movimentos pode causar desenvolvimento das 
mudanças anormais. A causa dessa desarmonia reside na transformação anormal das relações. 
A anormalidade da dominância tem dois fenômenos: o excesso na dominância e na 
contradominância. 
 
O excesso da dominância é como atacar quando a outra parte está débil, ou seja, a parte dominante 
controla excessivamente a parte dominada e assim, segue a seqüência da dominância, ou seja, a 
Madeira domina excessivamente a Terra, etc. A contradominância significa que a parte dominada é 
mais forte que a parte dominante e, por sua vez, acaba por dominar a parte dominante. 
 
Por exemplo, normalmente o Metal domina a Madeira, mas devido a insuficiência do Metal, ou ao 
excesso da Madeira, a Madeira pode contradominar o Metal. A anormalidade na geração refere-se a 
deficiência da geração e pode prejudicar a “mãe” e “filho”. Por exemplo, devido a insuficiência da 
Madeira, não pode gerar o Fogo, este fato é denominado “enfermidade da mãe que prejudica o filho”; 
se a deficiência da Madeira afeta a Água, isso chama-se enfermidade do filho que prejudica a mãe. 
 
Aplicação da teoria dos 5 Elementos ou Movimentos na Medicina Tradicional Chinesa Interpretação 
das funções fisiológicas dos órgãos internos. A Medicina Tradicional Chinesa sintetiza de acordo com 
as propriedades dos Cinco Movimentos, as características fisiológicas dos cinco órgãos 
correlacionando as relações fisiológicas entre Zang/Fu e vísceras. 
 
O Fígado tem a natureza de subir, estender-se livremente e controlar a drenagem, natureza similar as 
propriedades da Madeira, razão pela qual o Fígado está ligado a Madeira. No Coração situa-se a 
Energia Mental e esta é a manifestação central da essência de todo o corpo; o Coração controla os 
vasos sanguíneos, fazendo com que o sangue aqueça e nutra todo o corpo, natureza esta que é 
similar as propriedades do fogo, razão pela qual, o Coração está associado ao Fogo. 
 
 
 
 
39 
 
O Baço/Pâncreas encarrega-se de transportar e transformar o alimento e a água, fontes dos 
nutrientes, pois o Baço/Pâncreas tem a natureza da Terra, que produz todo ser, por isso, este órgão 
está atribuído a Terra. 
 
O Pulmão purifica o ar, fazendo-o descer e tem a propriedade do Metal e por isso o Pulmão está 
associado ao Metal. Nos Rins estão armazenada a essência, que nutre o Yin de todo o corpo, e 
controla a circulação da água, regulando o equilíbrio dos líquidos orgânicos, com propriedades 
similares da água de ser fria, úmida e que flui para baixo, razão pela qual, os Rins estão associados à 
Água. 
 
As relações de geração entre os Cinco Órgãos estão refletidas na: a essência dos Rins nutre, o 
Sangue do Fígado e o mantém cheio (a Água gera a Madeira); o Sangue armazenado no Fígado 
influencia o Coração e completa o Sangue deste (a Madeira gera o Fogo); Yang do Coração aquece 
o Baço/Pâncreas, fazendo-o funcionar normalmente no transporte (o Fogo gera a Terra); o 
Baço/Pâncreas transforma a Água e o alimento em nutrientes para a energia do Pulmão (a Terra 
gera o Metal); o Pulmão se encarrega de purificar e fazer descender, de normalizar as vias da Água e 
ajuda os Rins; no controle da Água (o Metal gera a Água). Em relação ao princípio de dominação, a 
descida e purificação do Pulmão inibe o possível excesso de ascensão do Fígado (o Metal domina a 
Madeira); a função de drenagem e de dispersão do Fígado evita o estagnação da função do 
Baço/Pâncreas no transporte e na transformação (a Madeira domina a Terra); o transporte e a 
transformação dos líquidos do Baço/Pâncreas controla o trasbordamento da Água dos Rins (a Terra 
domina a Água); e a Água dos Rins proporciona o Sangue do Coração prevenindo a hiperatividade de 
Yang do Coração (a Água domina o Fogo); o Calor de Yang do Coração inibe as purificações 
excessivas do Pulmão (o Fogo domina o Metal). 
 
Interpretando as mudança patológica das Zang-Fu (Órgãos e Vísceras). Os órgãos internos do corpo, 
apesar de terem suas próprias características fisiológicas, relacionam estritamente a fim de manter o 
corpo íntegro nas suas atividades vitais. Por isso, em um caso patológico, um só órgão doente pode 
afetar os outros que sofrendo as influências, transformam-se. 
 
A Medicina Tradicional Chinesa, além de interpretar os fenômenos patológicos dos Zang-Fu com as 
propriedades dos 5 Elementos ou Movimentos (por exemplo, o movimento do Vento interno do 
Fígado, insuficiência da Água dos Rins, etc.), relaciona também as transformações das mudanças 
patológicas dos órgãos internos, com os fenômenos de geração, de dominância, excesso de 
dominância e contradominância. 
 
Por exemplo, a disfunção do Baço/Pâncreas no transporte provoca os transtornos da produção de 
Sangue que causam sempre a insuficiência de nutrição no Sangue do Coração, fato este que é 
interpretado como a “enfermidade do Baço/ Pâncreas que afeta o Coração”, ou o “filho que prejudica 
a mãe”. 
 
Se, pela deficiência de Sangue do Coração, ocasionar a disfunção do Baço/Pâncreas no transporte e 
natransformação, classifica-se esta alteração de “enfermidade do Coração” que prejudica o 
Baço/Pâncreas, ou seja, “a enfermidade da mãe que afeta o filho”. 
 
A estagnação de Qi (energia) do Fígado que leva a disfunção de drenagem, pode levar a disfunção 
do Baço/Pâncreas e do Estômago, significando que a enfermidade do Fígado afeta o Baço/Pâncreas, 
ou seja a “Madeira domina excessivamente a Terra”. Se, as alterações da função no transporte e na 
transformação do Baço/Pâncreas afeta a drenagem do Fígado significa que o excesso do 
Baço/Pâncreas afeta o Fígado, ou seja, “a Terra contradomina a Madeira”, etc. 
 
 
 
 
 
40 
 
Aplicação dos 5 elementos no Diagnóstico das Enfermidades  
 
As propriedades dos 5 Elementos ou Movimentos e as relações entre eles são aplicadas para 
classificar e analisar as informações clínicas obtidas através dos quatro métodos de diagnóstico e a 
sua aplicação contribui na orientação do diagnóstico da doença. Por exemplo, o calor do rosto, o 
gosto na boca, a voz do paciente, são relacionados às propriedades dos 5 Elementos ou Movimentos 
e com as dos órgãos internos. 
 
Desta maneira, pode-se localizar a afecção de determinados órgãos, de acordo com as 
manifestações clínicas em combinação com outros dados da doença. A criança febril com o rosto 
esverdeado indica o possível acometimento pelo Vento interno do Fígado; a insônia, o rosto 
avermelhado, indica Fogo no Coração; a distensão e sensação de opressão no abdome, com rosto 
amarelo indicam a presença de Umidade no Baço/Pâncreas; a tosse com secreção diluída, rosto 
pálido são manifestação do Frio no Pulmão o gosto doce na boca apresenta-se nas doenças do 
Estômago e do Baço/Pâncreas; o gosto salgado na boca aparece nas enfermidades dos Rins. 
 
O rosto esverdeado em um paciente com alteração do Baço/Pâncreas surge pelo fato da Madeira 
dominar excessivamente a Terra; um rosto amarelado em pacientes com afecções hepáticas deve-se 
possivelmente ao fato da “Terra que não gera o Metal, etc”. 
 
Orientação terapêutica 
 
O aparecimento e o desenvolvimento de uma doença são atribuídos a anormalidade nas relações 
entre os órgãos internos. 
 
Por isso, no tratamento, além de dar importância ao órgão doente, também deve-se levar em conta o 
outros órgãos que estão relacionados; o tratamento visa a recuperação da harmonia na relação 
fisiológicas entre eles, ou deve-se controlar as possíveis influências danosas, com a finalidade de 
curar a doença. Por exemplo, na deficiência de Yin do Fígado pode provocar a hiperatividade do 
Yang do Fígado e esta deficiência, muitas vezes, deve-se a deficiência do Yin dos Rins. Por esta 
razão, para tratar a hiperatividade Yang do Fígado deve-se adotar métodos para nutrir o Yin dos Rins 
e dispersar o excesso do Yang do Fígado, ou seja, nutrir a Água para fortalecer a Madeira. 
Fig.6 Relações de geração, dominação, excesso de dominação e contradominação entre os 5 
Elementos ou Movimentos: 
 
 
 
Figura 6 - Relação de geração, dominação e contradominação. 
 
 
 
 
41 
 
• Madeira. 
• Fogo. 
• Terra. 
• Metal. 
• Agua. 
 
O TCHI (QI) ENERGIA  
 
“O QI É Á RAIZ DO HOMEM” 
 
CONCEITO DE QI 
 
Só há uma energia que é a matéria fundamental que constitui o universo, e tudo no mundo é o 
resultado de seus movimentos e transformações. Para o homem, microcosmo no macrocosmo, só 
existe um Qi que é a raiz dele. 
 
Este Qi se apresenta de dois modos: 
 
O Qi participando na formação dos elementos constitutivos do corpo e permitindo a vida de se 
manifestar. Sendo ele representado pela essência ( o Qi da respiração Qi do céu) de natureza Yang; 
e representado pela “substância ( o Qi da alimentação Qi da terra) de natureza Yin. O Qi constituído 
pela atividade fisiológica dos tecidos orgânicos ( o Qi dos órgãos, o Qi dos vasos). Ambos têm 
relações recíprocas, ou seja, o primeiro é a base material do segundo e o segundo é a manifestação 
da atividade do primeiro. 
 
Qi
Xue e
Jinye
Sua origem
desenvolvimento
circulação e
distribuição
Graças
Visceras
responsáveis
pela distribuição
 
 
 
 
 
42 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS QI 
Apesar de ser único, tem representações múltiplas, associa-se lhe sempre um qualificativo que 
determina sua localização ou sua função. 
 
YANG QI, YIN QI 
 
Yang Qi e Yin Qi são duas partes antagônicas da energia de base. 
 
Como exemplo: 
 
Se tomarmos como referência às funções e a matéria, a energia Yang indica as funções, a energia 
Yin, indica a matéria. 
Se tomarmos as vísceras, a energia Yang será a das vísceras (Fu), a energia Yin será dos órgãos 
(Zang) 
 
Se tomarmos a energia protetora (Wei Qi) e a energia nutriente (Ying Qi), a energia Yang será 
protetora, a energia Ying será nutriente. 
 
Atividade Fisiológica
dos órgãos. Exemplo:
Qi dos Órgãos
Qi dos Vasos
 
 
 
 
JING QI 
• O Jing é o principio essencial, a quinta essência. 
• O Jing Qi é composto de duas partes: 
 
O Jing Qi inato, recebido no momento da concepção, chamado ainda do céu anterior. Este Jing Qi 
não pode ser renovado, é a carga genética herdada pelos pais e determina a constituição básica do 
indivíduo, é o único tipo de Jing presente no feto, nutre o embrião e o feto durante a gravidez e é 
dependente de Qi do Rim da mãe. 
 
 
 
 
43 
 
O Jing Qi denominado “Jing da nutrição”, que provem da digestão e da assimilação dos alimentos 
pelo Baço e pelo Estômago. Os alimentos são enviados ao Jiao Médio, pelo Baço e Estômago. No 
Estômago os alimentos são macerados e pela ação do Qi do Baço são transformados em Jing 
adquirido (Essência adquirida dos alimentos). O Baço transporta o Jing adquirido até o Tórax onde 
ocorrerá duas importantes transformações: 
1) O Baço transporta o Jing adquirido até o Pulmão para ser misturado com o Ar (Qi Celeste, 
Tian Qi) e formar o Qi Torácico (Zong Qi); 
2) O Jing adquirido ao chegar ao Pulmão é enviado ao Coração onde é transformado em 
Sangue (Xue). O Sangue por sua vez é distribuído por todo o corpo pela ação do Qi do 
Coração (Qi Torácico). 
 
O Jing Qi inato serve para preparar a base material para receber o “Jing Qi dos alimentos”. O Jing Qi 
da nutrição da ajuda, assistência e suporte ao Jing Qi inato. São os dois armazenados nos Rins 
 
Armazenado
Nos 
rins
Sustenta o Jing Qi 
inato
Jing Qi
 
 
 
QING QI 
O Qing Qi (Qi puro - Ar) ou Tian Qi (Qi do céu) existe na natureza, no ar que se respira, é inalado e 
penetra no corpo pelos pulmões combinado com o Jing Qi do alimento, dará o Zong Qi. 
 
 
 
 
44 
 
+
=
Qing Qi =
Qi puro, Tian Qi =
Qi do céu. Existe na 
natureza, no ar que 
se respira, é inalado 
e penetra no corpo
 dos pulmões.
Jing Qi 
adquirido
 
 
 
 
 
 
 
ZONG QI 
É chamado muitas vezes de “energia ancestral” porém o termo Zong também significa, fundamental, 
essencial, além disso significa a síntese. Ora, esse Qi é formado pela reunião do Qi puro (Qing Qi) 
inalado pelos pulmões e do Qi da alimentação produzido e posto em circulação pelo baço e pelo 
estômago.Sua atividade essencial é dar impulso a respiração pulmonar; e a circulação do sangue do 
coração, acumulando-se no peito, saindo pela garganta e atravessando o vaso do coração e põe a 
respiração em “marcha”. 
YUAN QI 
Conhecido pelo nome de energia original pode ser escrito por dois ideogramas, um significando o 
principio original, o outro, a fonte, portanto, a origem. Esta energia é, algumas vezes, chamada 
“Energia verdadeira” (Zhen Qi). É o Qi mais importante de todos. Os Qi do corpo humano, é 
produzido primeiramente pela transformação do Jing inato, após o nascimento, ele ainda precisa ser 
alimentado e completado pelo Jing adquirido da nutrição. 
 
É repartido pelo triplo aquecedor nos órgãos (Zang/Fu); no exterior atinge músculos, o espaço 
subcutâneo, e a pele. Não há lugar onde não penetre. 
Todos os tecidos orgânicos que recebem o impulsodo Yuan Qi poderão cumprir suas diferentes 
funções. 
 
 
 
 
45 
 
+
Jing Qi 
adquirido
da nutrição
 
 
YONG QI 
O Yong Qi “Energia nutriente” é proveniente do Jing Qi da alimentação elaborada pelo baço e o 
estômago É formado pelas matérias as mais nutritivas do Qi da alimentação. E a essência dos 
alimentos, acomodada pelas visceras (Fu), é distribuída pelos órgãos (Zang) antes de ser introduzido 
nos vasos, ele atravessa as vísceras e atinge os órgãos. 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
WEI QI 
 
E a energia protetora ou como é conhecida, energia de defesa. 
E de natureza por demais fluida para ser contida nos vasos, assim ela circula na pele e entre as fibras 
musculares, vai até as membranas do diafragma para se espalhar nas cavidades torácicas e 
abdominais. 
 
Sua atuação é múltipla: 
 
a - Proteger a superfície do corpo contra as agressões externas; 
b - Controlar a abertura das glândulas sudoríparas; 
c - Regular a temperatura do corpo; 
d - Aquecer os órgãos; 
e - Dar brilho a pele e brilho aos pelos. 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
25 voltas
durante a noite
na parte yin do
corpo, isto é nos
órgãos Zang/Fu
 
 
QI DOS ÓRGÃOS E DAS VÍSCERAS 
 
É chamada assim a energia que é repartida nos órgãos e nas vísceras dos quais. é a força motora, 
por exemplo, Qi do Coração, Qi do Fígado, Qi dos Rins. A atividade funcional de cada víscera é a 
manifestação externa desse Qi, o Qi do Foco Médio ou Aquecedor Médio, representando os Qi do 
Baço e do Estômago, chamado Qi mediano (Zhong Qi) 
 
 
 
ZHENG QI 
 
Zheng Qi, Energia correta (ou reta ou de boa saúde) é o termo genérico da associação dos Yuan Qi, 
Zong Qi e Wei Qi dos órgãos. 
 
 
 
 
48 
 
=
Yuan Qi
+
Zong Qi
+
Wei Qi
 
 
AS FUNCÕES DO QI 
 
O Qi tem uma função extremamente importante para o corpo humano. Suas funções principais são: 
1 - A colocação em movimento (a impulsão) 
 
O crescimento do corpo, a atividade fisiológica dos órgãos e dos meridianos, a circulação sanguínea, 
a repartição dos líquidos orgânicos, precisam da impulsão dada pelo Qi, para serem corretos. 
2 - A regulação da temperatura do corpo 
 
O Qi rege o aquecimento. Uma falta desta função do Qi acarretará temor do frio e resfriamento do 
corpo e dos membros. 
3 - A proteção 
 
O Qi tem capacidade para proteger a pele e a carne, e impedir a intrusão dos agentes patogênicos 
externos (Xie Qi). 
4 - Atividade de controle 
 
Essa atividade do Qi se manifesta no controle do sangue que impede de transbordar dos vasos, no 
controle da expulsão da transpiração e da urina, e no controle do esperma. Se o Qi estiver em estado 
de vazio e sua função de controle abaixa, isso poderá suscitar extravasões de sangue. 
5 - Atividade de transformação (Qi Hua) 
 
Essa expressão “ atividade de transformação” tem dois sentidos: 
O primeiro designa as transformações recíprocas que pode haver entre o Jing e o Qi, o sangue e os 
líquidos orgânicos. 
 
As transformações do Qi produzem o Jing, os sabores (alimentação) estarão em equilíbrio e o corpo 
poderá crescer. O segundo sentido designa a atividade funcional dos órgãos e das vísceras (Zang 
Fu), a distribuição da Energia e do sangue, o movimento de subida, descida, entrada, saída da 
energia. 
 
CIRCULAÇÃO DO QI 
 
Os diferentes Qi têm deslocamentos múltiplos que podem resumir-se em troca e movimentos. As 
trocas (entradas e saídas e os movimentos (ascensão e descida) são objeto de cuidados constantes 
por parte das pessoas inteligentes).Sua alteração é catastrófica, sem trocas não há mais nascimento, 
crescimento, maturidade, velhice. Sem movimentos não se pode nascer, crescer, amadurecer, 
recolher-se. 
 
 
 
 
49 
 
Essas trocas e movimentos são a condição necessária dos ”receptáculos” sedes dos processos vitais. 
A ascenção-descida, entrada-saida do Qi se manifestam concretamente na atividade funcional de 
cada órgão e nas relações de coordenação entre os órgãos. 
 
LÍQUIDOS ORGÂNICOS  
XUE (SANGUE) E JINYE (Líquidos Orgânicos) 
 
Xue 
 
Xue (Sangue) é produzido a partir das matérias substanciais dos alimentos produzidos pelo 
Estômago e pelo Baço/Pâncreas, tem a função de nutrir e de umedecer os órgãos e tecidos de todo o 
corpo. 
 
A principal fonte do Sangue é o Yong Qi (Qi nutritivo) gerado por matérias substanciais da Água e dos 
alimentos digeridos pelo Estômago e pelo Baço/Pâncreas. O Ying Qi sobe pelos Canais até o 
Pulmão, Coração e o Fígado. Nos vasos sanguíneos, Yong Qi reúne-se com os líquidos para se 
converter em Sangue. O Ying Qi é a base do Sangue e os líquidos também fazem parte do Sangue. 
 
O Sangue origina-se primeiro das essências inatas; depois do nascimento, tem como fonte, o Qi e 
Energia essencial adquirida da Água e dos alimentos; o Qi essencial e o Sangue geram-se 
mutuamente. Finalmente, o Sangue tem como base material as matérias substâncias da Água e dos 
alimentos, o Yong Qi e a medula são produzidas associando-se a todos os líquidos orgânicos. O 
Sangue percorre todo o corpo, internamente chegando aos Zang-Fu, e externamente, por fora a pele, 
aos músculos, aos ossos e aos tendões, fazendo-se a nutrição e fortalecendo os Órgãos e os tecidos 
do corpo, a fim de manter e realizar suas atividades funcionais. A circulação do Sangue depende do 
impulso do Qi do Coração e do Qi do Pulmão e depende também da função de regularização e de 
drenagem do Fígado e do controle do Qi do Baço/Pâncreas. Por isso, a deficiência do Baço/Pâncreas 
faz com que o Sangue perca o controle produzindo-se a hemorragia crônica; a deficiência do 
Baço/Pâncreas leva a disfunção, de transporte e de transformação levando a insuficiência de Sangue 
nutritivo. A estagnação de Qi do Fígado causa a estagnação do Qi e a estase do Sangue; deficiência 
de Qi do Pulmão e do Coração faz com que o Sangue circule sem força, provocando a estase de 
Sangue do Coração. 
 
 
 
 
 
50 
 
O fígado recebe o sangue
 e podemos ver, os pés recebem
 o sangue e podemos andar, as palmas
 das mãos recebem o sangue e podemos
 pegar, os dedos recebem o sangue e
 podemos aguarrar. Quando o sangue
está em harmonia, os tendões e os ossos
tem forço, as articulações são flexíveis,
 porém se o sangue for insuficiente, não
poderá cumprir sua função de nutrir
e umedecer e manifestam sintomas, 
tais como: diminuição da vista,
 olhos secos, pele seca
 e articulações rígidas. 
 
 
CIRCULAÇÃO DO SANGUE
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
Jinye 
 
Jinye (líquidos orgânicos) é o nome que sintetiza todos os líquidos normais do corpo, incluindo-se: 
suor, lágrima, saliva, muco e urina. Os líquidos orgânicos têm por função umedecer e nutrir os Zang-
Fu, tecidos e constituem um dos elementos importantes para a formação do Sangue. 
 
Os líquidos orgânicos formam-se da água e dos alimentos, através da função do Estômago e das 
funções de transformação e de transporte do Baço/Pâncreas, os Jinye são enviados para o Pulmão e, 
através da sua função de difusão, são distribuídos pelas vias do Triplo Aquecedor para todo o corpo, 
chegando externamente até a pele e internamente, filtrado nos Zang-Fu, a fim de umedecer e nutrir 
aos órgãos e tecidos. 
 
Finalmente, os líquidos orgânicos descem para a Bexiga, sofrendo a ação dos Rins onde ocorre a 
separação do puro e turvo, o límpido sobe para o Pulmão, de onde voltam a ser distribuídos por todo 
o corpo, enquanto o turvo converte-se em urina e é excretada pela uretra, mantendo assim o 
equilíbrio do metabolismo dos líquidos dentro do corpo. 
 
Os líquidos orgânicos servem principalmente para umedecer; por isso, a insuficiência, destes não 
pode umedecer os órgãos e a face e se observam, como conseqüência, olhos secos, secura na boca 
e garganta. 
 
A insuficiência dos líquidos nos órgãos internos produz também sintomas de secura, tais como: tosse 
seca por secura no pulmão, sede devido a secura no estômago, constipação por causa da secura no 
intestinogrosso, etc. Os transtornos na distribuição e na excreção podem causar retenção de água 
sintomas como abundância de Mucosidade, edema, etc. 
 
Relações entre Jing, Qi, Xue e Jinye. 
 
Jing (Qi Essencial), Qi (Energia), Xue (Sangue) e Jinye (líquidos orgânicos) são gerados da mesma 
fonte provenientes da água e dos alimentos. Eles interagem, geram e aproveitam-se mutuamente, 
mantendo a produção e as atividades funcionais que estão intimamente ligadas, por exemplo: 
a) Jing pode converter-se em Qi e Qi em Jing. Yuan Qi (Qi original) inato provém de Jing dos Rins e é 
fortalecido pela nutrição das matérias essenciais convertidas da Água e dos alimentos pelo Estômago 
e pelo Baço/Pâncreas. A suficiência de Jing assegura a suficiência de Qi e a sua abundância produz 
Jing. 
b) Jing (Essência) e Xue (Sangue) têm a mesma origem. O Jing pode converter-se em Sangue e o 
Sangue em Jing. Os Rins armazenam o Jing e o Fígado, o Sangue: por isso a insuficiência de Jing-
xue (Sangue nutritivo) é tratada tonificando-se e fortalecendo o Fígado e o Rim. 
c) Yin dos Rins é a origem do líquido Yin. Os líquidos Yin dos Zang-Fu necessitam da nutrição Yin 
dos Rins; por isso, pela deficiência de Yin dos Rins origina a insuficiência dos líquidos orgânicos. O 
Jing dos Rins produz a medula e os líquidos orgânicos servem para tonificar e nutrir a medula 
cerebral, por isso, a insuficiência dos líquidos orgânicos enfraquece os ossos e debilita a medula. 
d) Qi é o comandante do Sangue. Qi (Energia) tem a natureza Yang e o Sangue, Yin. O sangue é 
produzido graças a ação da Energia, segundo o aforismo: “da Energia produz-se o Sangue”. 
 
 
 
 
 
 
52 
 
A circulação do Sangue depende do impulso do Qi do Coração, da função de difusão do Qi do 
Pulmão e da função de drenagem do Qi do Fígado, segundo: “enquanto circula a Energia, circula o 
Sangue”. O Qi do Baço/Pâncreas controla a circulação do Sangue, segundo: “Qi controla o Sangue”. 
Por isso, o Qi é o comandante do Sangue que é a síntese dos conceitos já mencionados. 
 
e) O Sangue é a mãe do Qi, significando que Qi funciona subordinado ao Sangue. Por exemplo, Yong 
Qi (Qi nutritivo) circula dentro dos vasos sanguíneos, Wei Qi (Qi defensivo) fora dos mesmos, Zhong 
Qi (Qi grande) dentro e fora dos vasos sanguíneos e o Qi funciona como o comandante do Sangue 
relacionado à nutrição suficiente deste. 
 
f) A abundância de Qi produz-se os líquidos orgânicos. O Qi pode converter-se em Água. A produção, 
distribuição e excreção dos líquidos orgânicos dependem da função de transporte e de transformação 
do Qi do Baço/Pâncreas e da função de difusão e da descida do Qi do Pulmão e da função de 
distribuição dos Rins; por isso, somente quando Qi está abundante é que se produz suficientes 
líquidos orgânicos. A deficiência do Pulmão, do Baço/Pâncreas e dos Rins, podem causar a retenção 
da Água que se manifesta com sintomas de abundância de Mucosidade ou de edema, embora o Qi 
exista anexado aos líquidos orgânicos. 
 
g) Os líquidos orgânicos e o Sangue têm a mesma origem. Os líquidos orgânicos formam a parte 
importante do Sangue. Em pacientes com insuficiência de líquido orgânico é normal apresentar a falta 
de Sangue e em pacientes com hemorragia observa-se a insuficiência de líquidos orgânicos. 
Finalmente, Jing, Qi, Xue e Jinye provêm da mesma fonte e se relacionam mutuamente. Os Rins 
armazenam o Jing (Essência) que é a Essência inata. 
 
O Qi, Xue e Jinye são provenientes dos alimentos que são transformados pelo Baço/Pâncreas e pelo 
Estômago constituem estas Energias ou Qi adquirido depois do nascimento. 
O Jing Qi inato necessita da nutrição constante de Jing Qi adquirido e a este não pode faltar o Jing Qi 
inato. 
 
 
 
 
53 
 
ANATOMIA HUMANA NOÇÕES BÁSICAS  
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
83 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
85 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
86 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
87 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
88 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
89 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
90 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
91 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
92 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
93 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
94 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
95 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
96 
 
 
 
ANATOMIA FUNCIONAL DO CORPO ENERGÉTICO - MERIDIANOS PRINCIPAIS CONCEITO E 
TRAJETO  
 
 
Vaso do 
Governador
Vaso da 
Concepção
Meridiano do
Estômago
Meridiano
do Rim
Meridiano 
do Fígado
Meridiano 
do Baço Pâncreas
Meridiano 
do Coração
Meridiano 
do Pericárdio
Meridiano
do Pulmão
Meridiano
da Bexiga
 
 Distribuição dos Doze Meridianos 
Vista Anterior 
 
 
 
 
 
 
 
97 
 
 
 
Meridiano do
Vaso Governador
Meridiano do
Intestino DelgadoMeridiano do
Triplo Aquecedor
Shao Yan da Mão
Meridiano
da Bexiga
 
Distribuição dos Doze Meridianos 
Vista Posterior 
 
 
 
 
 
 
98 
 
 
Meridiano do
Baço Pâncreas
Meridiano da
Vesícula Biliar
Yang Ming da Mão
Meridiano do
Intestino Grosso
Tai Yang da Mão
Meridiano do
Intestinop Delgado
Shao Yang da Mão
Meridiano do
Triplo Aquecedor
 
Distribuição dos Doze Meridianos 
Vista Lateral 
 
 
 
 
 
 
 
 
99 
 
MERIDIANO DE PULMÃO  
 
 
CHING 
Madeira 
YUNG 
Fogo 
SHU (IU) YUANN 
Terra 
KING 
Metal 
HO 
Água 
11 10 9 8 5 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO 
7 6 9 V/1 – D/B13 5 
 
 
O meridiano do pulmão Tai-Yín da mão 
 
O meridiano do pulmão é de natureza Yin e apresenta-se acoplado ao meridiano do intestino grosso 
que é Yang. Recebe a energia do meridiano do Fígado e a transmite ao meridiano do intestino 
Grosso. Em relação aos cinco elementos, pertence ao elemento Metal de Yin, sendo sua Mãe do 
elemento Terra (o meridiano do baço-pâncreas) e seu Filho de Água (o meridiano dos Rins). 
Tem 11 pontos de cada lado. 
 
 
 
 
100 
 
Trajeto do meridiano 
 
Nascendo no nível do centro do abdômen, atravessa o diafragma, entra nos pulmões e alcança as 
axilas, onde se localiza o ponto Zhongfu. A partir desse ponto, o primeiro dos nove pontos 
intermediários do meridiano do pulmão desce ao longo da face radial e palmar do braço; segue pelo 
antebraço, para terminar ao nível do (leito ungueal) da unha do polegar, Desse modo, o número total 
dos pontos desse meridiano principal dos pulmões é onze. As doenças pulmonares apresentam 
síndromes diferentes, que se manifestam a medida que os pulmões estejam em excesso ou em 
deficiência. Se os pulmões estiverem num estado de excesso, será necessário dispersar a energia 
excedente. e se estiver em deficiência, será preciso tonificá-los. 
 
II. Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais 
 
A. Respiratórios: mal estar torácico; dispnéia; tosse com ou sem expectoração; hemoptise; dor 
torácica; calafrios; febre; coriza. 
B. Cutâneos: hiperidrose; sudorese noturna; urticária; dor cutânea. 
C. Mental: medo; depressão; claustrofobia. 
D. Membrossuperiores: dor ou parestesia ao longo da área do meridiano. 
 
2. Sintomas de Pulmão em Excesso de Energia: 
 
Respiração ruidosa; voz alta; distensão torácica; dor dorsal alta; dor nos ombros e braços; dor 
cutânea; hemoptise; tosse com chiado; febre; calafrios; dor torácica; expectoração purulenta ou de 
odor fétido. 
 
3. Sintomas de pulmão em deficiência energética: 
 
Taquipnéia com tosse; escarro fluido; voz fraca ou baixa; chiado seco; sudorese noturna; medo; 
claustrofobia; depressão; parestesia profunda e mal definida ao longo da área do meridiano. 
 
Os pontos mais importantes do meridiano do pulmão 
 
1. Zhongfu (P1) Ponto assentimento ventral do Pulmão. 
 
Localização: no lado ântero-lateral do peito, abaixo do ponto Yumnen(P2) fossa entre a clavícula e o 
ombro), no espaço entre a primeira e a segunda costela, distâncias do lado da linha média do corpo. 
Indicações: Tosse; falta de ar; dispnéia; asma; bronquite; dor no ombro; tuberculose; neuralgia 
intercostal. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Regula o Qi do Pulmão, fazendo a harmonização e sua circulação; 
. Difunde o Qi do Pulmão; 
. Tonifica o Qi Ancestral; 
. Faz a limpeza e descongestiona o Qi do Aquecedor Superior; 
. Elimina o Calor Perverso. 
 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23P1
 
 
 
 
101 
2. Chize (P5): ponto Ho, pertence ao elemento Água. 
 
Localização: na linha média do cúbito do lado medial do cotovelo. No lado do tendão do músculo 
bíceps braquial. 
Indicações: tosse; bronquite; amidalite, pneumonia; pleurite; tuberculose pulmonar; dor no ombro, 
braço e peito; dor no joelho. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Dissipa e elimina o Calor e o Vento-Calor do Pulmão; 
. Regula a via das Águas; 
. Dissipa o Calor do Aquecedor Superior; 
. Faz circular o Qi para baixo; 
. Promove a dispersão do Yang Qi excessivo do Pulmão; 
. Alivia a plenitude de Qi do tórax. 
 
3. Lieque (P7): ponto Lo 
 
Localização: no lado medial do antebraço, 1,5 distância da acima da linha do punho entre os 
tendões do músculo adutor longo do polegar e do músculo extensor longo carpo-radial. 
Indicações: dor de cabeça (frontal); rigidez da nunca; tosse; asma; paralisia facial; dor no antebraço 
e mão; dor no peito. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Pulmão; 
. Promove a circulação de Qi do Pulmão; 
. Promove o peristaltismo intestinal; 
. Regula o Qi do Ren Mai; 
. Dispersa o Vento Perverso; 
. Promove a dispersão do Yang excessivo do Pulmão. 
 
4. Jingqi (P8): ponto Jing, pertence ao elemento Metal. 
 
Localização: 1 distância acima da linha do punho, no lado medial do processo estilóideo-radial, no 
lado da artéria. 
Indicações: tosse; dor no peito, dor de garganta; dor no punho. 
 
Indicação tradicional 
“Nos casos de tosse com rosto inchado, mas sem edema verdadeiro, devem-se estimular os pontos 
King do Canal de Energia do Pulmão e do Estômago: o P-8 (Jingqu) e o E-4 (Dicang)”. (Su Wen) 
 
5. Taiyuan (P9): ponto pertence ao elemento Terra 
 
Localização: no lado medial e radial, no fim da linha do punho, entre os tendões do músculo adutor 
longo do polegar, e músculo extensor largo carpo-radial. 
Indicações: asma; tosse; tuberculose pulmonar; dor no peito e mamas; amidalite; dor no braço. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Regula e harmoniza o Qi do Pulmão; 
. Promove a ligação do Aquecedor Superior com o Qi do Pulmão; 
. Aumenta a circulação de Sangue no Pulmão; 
. Dissipa o Vento Perverso; 
. Transforma a Mucosidade e a Umidade-Calor; 
. Dispersa a estagnação de Qi alojado no Canal de Energia; 
file://A/c/Livro/acup.doc%23P5
file://A/c/Livro/acup.doc%23P7
file://A/c/Livro/acup.doc%23P8
file://A/c/Livro/acup.doc%23P9
 
 
 
 
102 
. Descongestiona o tórax; 
. Ponto de abertura dos vasos sangüíneos; 
. Harmoniza o Qi em tumulto. 
 
6. Yuji (P10): ponto Ying, pertence ao elemento Fogo. 
 
Localização: no lado palmar, acima da junta do primeiro metacarpo digital, entre as peles escura e 
clara. 
Indicações: tosse; asma; hemoptise; amidalite; laringite; voz rouca; dor no peito; dor no punho. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Regula o Qi do Pulmão; 
. Faz circular o Qi no Canal de Energia do Pulmão; 
. Harmoniza o Qi contracorrente dos 12 Canais de Energia; 
. Faz circular o Qi da garganta; 
. Refresca o Calor do Pulmão e do Sangue; 
. Dispersa o Vento-Calor; 
. Dissipa o Yang excessivo dos 12 Canais de Energia Principais. 
 
7. Shaoshang (P11): ponto pertence ao elemento Madeira. 
 
Localização: no lado radial da unha do polegar, 0,1 distância acima do leito ungueal. 
Indicações: amidalite; coma; epistaxe; palatite; diarréia crônica infantil. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Faz circular o Qi do Pulmão e do Estômago; 
. Faz aumentar o Yang Qi; 
. Acalma o Shen; 
. Dissipa o Calor do Sangue; 
. Refresca o Calor do Pulmão; 
. Descongestiona o Qi estagnado na garganta; 
. Reanima o estado de inconsciência. 
 
8. Feishu (B13): Ponto de assentimento dorsal do Pulmão. 
 
Localização: na linha vertical, entre a linha central da espinha e a borda medial da escápula, 1,5 
distância no lado da linha central das costas, ao nível da borda-inferior do processo espinhal da 
terceira vértebra dorsal (T3). 
Indicações: tosse; pneumonia; bronquite; dispnéia; asma; tuberculose pulmonar; dor nas costas; 
dermatite; prurido. 
 
Funções energéticas tradicionais: 
harmoniza , tonifica e difunde o Qi do Pulmão. 
harmoniza o Qi do aquecedor superior do tórax. 
harmoniza o Yang Qi. 
faz recuperar a perda do Qi provocada pelos esforços. 
faz a limpeza do falso calor do pulmão 
dispersa o vento, o vento-frio, o vento-calor e o frio perverso. 
 
Tratamento pelos 5 elementos 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
PULMÕES P9 BP3 P10 C8 P5 R10 P10 C8 
file://A/c/Livro/acup.doc%23P10
file://A/c/Livro/acup.doc%23P11
file://A/c/Livro/acup.doc%23_B13_1
 
 
 
 
103 
 
MERIDIANO DO INTESTINO GROSSO  
 
 
 
CHING 
Metal 
YUNG 
Água 
SHU (YUANN) 
Madeira 
KING 
Fogo 
HO 
Terra 
1 2 3 – 4 5 11 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO 
6 7 11 V/E25 – D/B25 2 
 
O Meridiano do intestino grosso, Yang-Min do braço. 
 
Este meridiano é Yang, acoplado com o meridiano do pulmão, que é Yin. Recebe energia do 
meridiano do pulmão, transmitindo-a ao meridiano do estômago.Seu elemento é o Metal de Yang, 
sendo sua mãe do elemento Terra (o meridia no do estômago) e seu filho de Água. (o meridiano da 
bexiga). Tem 20 pontos cada lado. 
 
Trajeto do meridiano 
 
O meridiano principal do intestino grosso tem seu inicio na ponta do dedo indicador, sendo a 
continuação do fluxo energético do meridiano do pulmão (de uma ligação de Lieque (P7), a 
Shangyang (IG1). 
 
 
 
 
104 
O meridiano do intestino grosso sobe pelo dedo indicador dorso-radial da mão, passando pelo 
músculo do primeiro interossal, depois pela face dorso-radial do antebraço, entre os músculos 
extensores longo e curtos do polegar; sobe até o dorso lateral do cotovelo, na borda lateral do 
músculo bíceps e tríceps do braço, chegando ao ombro. Do ombro, o meridiano caminha pela região 
superescapular, liga com Du-Mai no ponto Dazhui (DM 14), depois volta para a fossa supraclavicular, 
ligando-se ao ponto Quepen (E 12) do meridiano do estômago. Desse ponto, parte um ramo pelo 
espaço mediastínico que desce para o abdome, ligando-se com o intestino grosso. Do espaço 
mediastinal sai uma conexão que se liga aos pulmões. Da fossa supraclavicular, o meridiano sobe 
pela borda lateral do músculo esternocleidomastóideo do pescoço até a região mandibular pelo lado 
da boca e caminha pelo lado oposto a asa do nariz, cruzando na altura do lábio. 
 
II. Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais: 
 
A. Boca: gengivite; odontalgias: caninos, pré-molares e molares baixos. 
B. Garganta: laringite; amidalite e boca seca. 
C. Nariz: coriza; obstrução e epistaxe. 
D. Nuca e braços: dor no pescoço e inchação; algias no membrosuperior; arroto; náuseas e vômito; 
dor epigástrica; indigestão; sensação de vazio gástrico; mau hálito; constipação. 
E. Condições gerais: fadiga; cansaço aparente; calafrios; tremor; bocejos freqüentes; ulcerações da 
mucosa; febre (às vezes); sudorese (às vezes). 
F. Face: paralisia ou espasmo facial; acne; obstrução nasal; coriza (sinusite maxilar). 
G. Mental: pouca sociabilidade; aversão ao fogo; busca de isolamento; P.M.D. (psicose maníaco-
depressivo). 
H. Membros: dor; parestesia; frieiras; adormecimento ao longo do meridiano. 
I. Intestino Grosso: dor abdominal; borborigmos; constipação ou diarréia. 
 
2. Sinais e sintomas de excesso energético do meridiano. 
 
A. Fome freqüente; dor e distensão epigástrica; secura e mau hálito; urina amarelada; constipação; 
sensação de calor pelo corpo, inchaço do pescoço e dor de garganta; espasmos faciais; dor nas 
pernas e nos joelhos; parestesia; adormecimento no braço ao longo do caminho do meridiano do 
intestino grosso dor de garganta; febre e epistaxe; boca seca ou queimação; borborigmo; dor 
abdominal. 
 
3. Sintomas e sinais de deficiência energética: 
 
Sensação de frio nas extremidades; aumento do peristaltismo; diarréia. 
 
III. Pontos do meridiano do intestino grosso 
 
1. Shangyang (IG 1): ponto pertence ao elemento Metal. 
 
Localização: no lado radial do dedo indicador, 0,1 distância posterior e radial no leito ungueal. 
Indicações: furunculose no rosto; amigdalite; dor de dentes; apoplexia; coma; glaucoma; dor no 
ombro; dedos adormecidos. 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23IG1
 
 
 
 
105 
Funções energéticas tradicionais 
. Faz a difusão do Qi do Pulmão; 
. Dissipa o Calor da superfície e o Vento Perverso; 
. Dissipa e limpa o Calor do Pulmão; 
. Seda e dissipa o Calor Perverso do Yang Ming da mão; 
. Fortalece o Qi da garganta; 
. Reanima o estado de inconsciência. 
 
2. Erjian (IG2): ponto Ying, pertence ao elemento Água. 
 
Localização: no lado radial do dedo indicador, na depressão distal da junta metacarpo-falângica. 
Indicações: epistaxe, dor de dentes; amigdalite; faringite; bursite de ombro; febre. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Fortalece o Qi da garganta; 
. Faz circular o Qi do Canal de Energia Yang Ming; 
. Dispersa o Calor e o Vento-Calor do Yang Ming; 
. Dispersa o Calor da garganta. 
 
3. Sanjian (IG3): ponto pertence ao elemento Madeira. 
 
Localização: no lado dorsal da mão, no lado radial do segundo metacarpo, na depressão atrás da 
segunda junta metacarpo-falângica. 
Indicações: laringite; amigdalite; dor de dentes; trigeminalgia; dor no olho; bursite de ombro; tendinite 
de cotovelo; boca seca; língua amarela; falta de apetite. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Intestino Grosso; 
. Dispersa o Calor do Yang Ming; 
. Descongestiona o Qi estagnado da garganta; 
. Transforma a Umidade-Calor. 
 
4. Hegu (IG4): ponto Yuann. 
 
Localização: no lado dorsal da mão, entre o primeiro e o segundo osso metacarpo no meio do 
primeiro músculo interósseo dorsal; ao abrir o polegar e o dedo indicador, no meio da linha entre a 
junção do primeiro e do segundo osso metacarpo, o ponto médio da borda da palma, ou quando 
fecha a mão, entre o primeiro e o segundo metacarpo, o ponto mais alto em cima do músculo 
interósseo. 
Indicações: dor de cabeça; dor de dentes; amigdalite; laringite; rinite; epistaxe; asma; bronquite; 
paralisia facial; dor no braço e ombro; gripe; hipoidrose ou hiperidrose; insônia; nervosismo; zumbido 
ou distúrbio do ouvido; escabiose. 
 
Funções tradicionais energéticas 
. Facilita o trânsito e a descida dos alimentos do Estômago para os Intestinos; 
. Libera o Calor Perverso interno para a superfície do corpo; 
. Dispersa o Vento, Vento-Calor e o Vento-Frio; 
. Dispersa o excesso de Qi do Coração; 
. Promove a desobstrução de Qi estagnado dos Canais de Energia; 
. Ativa a circulação de Qi e de Sangue nos Vasos Sangüíneos; 
. Clareia a visão; 
. Reanima o estado de inconsciência; 
. Transforma a Mucosidade, a Umidade-Calor; 
. Tonifica o Wei Qi. 
file://A/c/Livro/acup.doc%23IG2
file://A/c/Livro/acup.doc%23IG3
file://A/c/Livro/acup.doc%23IG4
 
 
 
 
106 
5. Yangxi (IG5): ponto Jing, pertence ao elemento Fogo. 
 
Localização: no lado dorso-radial do punho, um pouco distal do osso rádio, onde a uma depressão 
entre os tendões do músculo extensor curto e longo do polegar, ao esticar e abrir o polegar. 
Indicações: dor de cabeça; conjuntivite; zumbido; distúrbios do ouvido; dor de garganta; amigdalite; 
dor de dentes; dor no punho e na mão. 
 
Funções tradicionais energéticas 
. Acalma o Shen; 
. Dispersa o Vento-Calor e o Vento; 
. Dispersa o Calo e o Vento Perverso situados no Yang Ming; 
. Transforma a Umidade-Calor. 
 
6. Wenlu (IG7): ponto Alarme do meridiano 
 
Localização: 5 distância acima do punho, no lado dorso-radial do antebraço, entre o músculo adutor 
longo do polegar e músculo extensor curto do carpo-radial. 
Indicações: dor de dentes; furunculose no rosto e braços; amigdalite; dor no braço; estomatite; 
parotidite; glossite; inchação no rosto. 
 
Funções tradicionais energéticas 
. Acalma o Shen; 
. Harmoniza o Qi do Intestino Grosso; 
. Fortalece o Qi do Yang Ming (Estômago e Intestino Grosso); 
. Transforma a Umidade; 
. Umedece a garganta e fortalece a língua. 
 
7. Quchi (IG11): Ponto Yuann pertence ao elemento Terra. 
 
Localização: no lado radial do cotovelo, no músculo braquiorradial; ao dobrar o cotovelo, na 
depressão radial no fim da linha cubital. 
Indicações: dor no cotovelo (tênis elbow); dor no ombro; dor no joelho; paralisia no braço 
hemiplegia; febre; hipertensão; amigdalite; pleurite; dermatite; eczema; tuberculose; pneumonia; 
conjuntivite; dismenorréia; reumatismo. 
 
Funções tradicionais energéticas 
. Regula a circulação de Qi e de Sangue nos Canais de Energia; 
. Harmoniza a Energia Essencial e o Sangue, fortalece o Sangue; 
. Fortalece as articulações; 
. Elimina o Vento Perverso e a Umidade; 
. Elimina o Calor Perverso do Yang Ming; 
. Refresca o Calor, reduz a febre; 
. Transforma a Umidade-Calor; 
. Regula e umedece o Intestino Grosso; 
. Regula o Qi do Pulmão. 
 
8. Feishu (B25) Ponto de assentimento dorsal do Intestino Grosso 
 
Localização: 1,5 distância, lateral da borda inferior do processo espinhal da vértebra (L4). 
Indicações: lombalgia, dor de barriga, borborigmos, distensão abdominal; diarréia ou constipação. 
 
Funções energéticas tradicionais: 
Harmoniza e umedece o Qi dos intestinos. 
file://A/c/Livro/acup.doc%23IG5
file://A/c/Livro/acup.doc%23IG7
file://A/c/Livro/acup.doc%23IG11
file://A/c/Livro/acup.doc%23_B25
 
 
 
 
107 
Aumenta o Qi da nutrição. 
Dissolve a estagnação do Qi dos intestinos. 
Afasta a umidade-calor do intetsino grosso; 
Drena a umidade-frio do intetsino delagado. 
 
9. Tianshi (E25): Ponto de assentimento ventral do Intestino Grosso 
 
Localização: 3 distancia ao lado na linha lateral do músculo retoabdominal. 
Indicações: gastrenterite aguda ou crônica; disenteria; diarréia alérgica; borborigmo; náusea e 
vomito; distensão abdominal; constipação; ascite; apendicite; anexite; dismenorréia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Regula a circulação de Qi; 
. Harmoniza o Qi do Estômago e dos Intestinos; 
. Harmoniza o Qi Nutrição e fortalece o Baço/Pâncreas/Estômago; 
. Dispersa a Umidade e a Umidade-Calor; 
. Drena a Umidade e a Umidade-Frio; 
. Aquece o Frio; 
. Regula o Qi e o sangue; 
. Produz o líquido orgânico; 
. Dispersa a estagnação de Qi e de alimentos do Estômago e dos Intestinos; 
. Regula a menstruação. 
 
Tratamento pelos 5 elementos 
 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
INT.GROSSO IG11 E36 IG5 ID5 IG2 B66 IG5 ID5 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23E25
 
 
 
 
108 
MERIDIANO DO ESTÔMAGO  
 
 
 
CHING 
Metal 
YUNG 
Água 
SHU (YUANN) 
Madeira 
KING 
Fogo 
HO 
Terra 
45 44 43 - 42 41 36 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO40 34 41 V/VC12 – D/B21 45 
 
O Meridiano do estômago, Yang - Yin da perna. 
 
O meridiano do estômago recebe energia do meridiano do intestino grosso, transmitindo-a ao 
meridiano do baço-pâncreas. É um meridiano Yang acoplado com o meridiano do baço-pâncreas, 
que é Yin. Em relação aos cinco elementos é de Terra, sendo sua Mãe de Fogo (o meridiano do 
intestino delgado) e seu Filho de Metal (o meridiano do intestino grosso). 
Tem 45 pontos de cada lado. 
 
 
 
 
109 
I.Trajetória 
 
O meridiano do estômago do Yang/Yin da perna tem sua origem nos dois lados do nariz e, 
comunicando-se com o meridiano da bexiga na raiz do nariz, penetra pelo arco dentário superior e sai 
pela pálpebra inferior do olho, descendo pelo ângulo da boca para a mandíbula. A partir do ângulo 
mandibular, sobe pelo arco zigomático na frente do ouvido e passa pela testa até a borda do cabelo. 
O ramo principal do meridiano do estômago desce pela mandíbula no ponto Dayin (E5), desce pelo 
lado ântero-lateral do pescoço ao longo do lado medial do músculo esternocleidomastóideo até a 
fossa supraclavicular onde se situa o ponto Quepen (E12). A partir do ponto Quepen (E12), o 
meridiano do estômago divide-se em dois ramos, sendo um profundo e outro superficial. O ramo 
profundo desce ao longo do esôfago, passa pelo diafragma até a região do estômago e tem um ramo 
que liga com os órgãos do baço-pâncreas. O ramo superficial do meridiano do estômago desce pelo 
ponto Quepen (E12) pela linha do mamilo; passa na borda costal; atravessa a lateral do músculo reto-
abdominal até a região inguinal na lateral do osso púbico; desce pela borda medial da artéria femoral; 
depois segue pelo lado ântero-lateral da coxa, na origem dos músculos sartório e tensor da borda 
lateral do músculo reto-femural ao longo da patela dos joelhos; atinge o lado ântero-lateral da tíbia e o 
lado do músculo da tíbia anterior até o dorso do pé, passando entre o segundo e o terceiro metatarso 
até o segundo dedo do pé. 
 
II.Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais 
 
A. Gastrintestinais: distensão gástrica; arroto; náuseas e vomito; dor epigástrica; indigestão; 
sensação de vazio gástrico; mau hálito; constipação. 
B. Condições gerais: fadiga; cansaço aparente; calafrios; tremor; bocejos freqüentes, ulcerações de 
mucosa. 
C. Fase: paralisia ou espasmos facial, acne; obstrução nasal; coriza (sinusite maxilar). 
D. Mental: pouca sociabilidade; aversão ao fogo; busca de isolamento; P.M.D. (psicose maníaco-
depresiva). 
E. Membros: dor; parestesia; frieiras; adormecimento ao longo do meridiano. 
 
2.Sinais e sintomas de excesso energético do meridiano: 
 
Fome freqüente; dor e distensão epigástrica; secura e mau hálito; urina amarelada; constipação; 
sensação de calor pelo corpo; inchaço do pescoço e dor de garganta, espasmos faciais; dor nas 
pernas e joelhos (ao longo do meridiano). 
 
3. Sinais e sintomas de deficiência energética do meridiano: 
 
Calafrios; bocejos; sensação de cansaço; suspiros; depressão; pessimismo; indisposição; ardência 
apetite; distensão gástrica; eliminação de fezes mal formadas; disenteria; paralisia facial. 
 
III. Os pontos do meridiano do Estômago. 
 
1. Jiexi (E41): ponto pertence ao elemento Fogo. 
 
Localização: no ponto médio dorsal do tornozelo acima do ligamento cruzado, entre os tendões do 
músculo extensor hallux longo e o extensor longo dos dedos. 
Indicações: dor de cabeça frontal; tontura; inchaço no rosto; distensão abdominal; constipação; 
diarréia; torção no tornozelo; perna e pé adormecidos. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza as funções energéticas do Estômago e dos Intestinos; 
. Fortalece o Qi do Baço/Pâncreas; 
. Acalma o Shen e clareia a mente; 
. Tonifica o Qi dos tendões e dos músculos; 
. Dispersa a Umidade e o Vento; 
. Faz a limpeza do Calor do Estômago. 
file://A/c/Livro/acup.doc%23E41
 
 
 
 
110 
2. Fenglong (E40): ponto Lo. 
 
Localização: 8 distância abaixo do joelho; 0,5 distancia ao lado do ponto Tiakou (E38), na borda 
lateral do músculo extensor dos dedos. 
Indicações: asma; constipação; edema nas pernas; pernas adormecidas ou paralisadas; hemiplegia; 
dor de cabeça; amigdalite; apoplexia e hipertensão. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Estômago e fortalece o Qi do Baço/Pâncreas; 
. Acalma o Shen e transforma a Mucosidade do Coração; 
. Faz limpeza do Calor do Estômago e do Calor Perverso; 
. Transforma e dissolve a Umidade, a Umidade-Calor, a Mucosidade; 
. Drena a Umidade e a Umidade-Frio. 
 
3. Xiangu (E43): ponto pertence ao elemento Madeira. 
 
Localização: na depressão entre o segundo e o terceiro metatarso, da junta metararso-falangeal, no 
lado do músculo interósseo dorsal. 
Indicação: inchaço no rosto; conjuntivite; cólica abdominal; ascite; hipertranspiracão noturna; dor no 
lado dorsal do pé; dor na palma da mão; amigdalite; metatarsalgia; bocejo. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Estômago; 
. Transforma a Umidade; 
. Dispersa o Vento Perverso. 
 
4.Neiting (E44): ponto Ying, pertence ao elemento Água. 
 
Localização: entre o segundo e o terceiro dedo do pé, na frente das juntas metatarso-falangianas. 
Indicações: dor de dentes; epistaxe; amigdalite; laringite; artrite da junta temporo-mandibular; 
dissensão abdominal; cólica do intestino; disenteria; dismenorréia; bocejo. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Estômago e dos Intestinos; 
. Faz circular o Qi dos Estômagos; 
. Dissipa a estagnação de Qi do Yang Ming; 
. Transforma a Umidade- Calor; 
. Dissipa o Vento-Calor; 
. Faz a limpeza do Calor do Estômago e do Calor-Perverso; 
. Refresca o Calor do Yang Ming. 
 
5. Lidui (E45): ponto pertence ao elemento Metal. 
 
Localização: 0,1 distância no lado do leito ungueal do segundo dedo do pé. 
Indicações: gengivite; amigdalite; hepatite; paralisia facial; epistaxe; rinite; excesso de sonhos; 
comportamento maníaco. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Estômago e dos Intestinos; 
. Acalma o Shen; 
. Elimina o Calor e a Umidade; 
. Dispersa o Calor Perverso do Yang Ming; 
. Reanima o estado de inconsciência. 
 
6. Zusanli (E36): ponto pertence ao elemento Terra. 
 
Localização: 3 distancias abaixo da patela entre o músculo da tíbia anterior e o músculo extensor 
longo dos dedos. 
file://A/c/Livro/acup.doc%23E40
file://A/c/Livro/acup.doc%23E43
file://A/c/Livro/acup.doc%23E44
file://A/c/Livro/acup.doc%23E45
file://A/c/Livro/acup.doc%23E36
 
 
 
 
111 
Indicações: indigestão; distensão abdominal; constipação; enterite; paralisia na perna; náuseas; dor 
no estômago; disenteria; paralisia facial; epilepsia; rinite; laringite; gastrite e é também usado para o 
fortalecimento geral do corpo. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Regula, harmoniza e fortalece o Qi Mediano (Baço/Pâncreas/Estômago); 
. Tonifica o Qi Nutrição, o Qi e o sangue; 
. Regula e umedece os Intestinos; 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Pulmão; 
. Tonifica o Qi dos Rins e do Yuan Qi; 
. Tonifica o Wei Qi, restaura o Yang Qi e forma o Jin Ye; 
. Faz circular o Qi e o sangue; 
. Aumenta a Energia Essencial; 
. Redireciona o Qi em tumulto; 
. Transforma a Umidade e a Umidade-Calor; 
. Drena a Umidade e a Umidade-Frio; 
. Dispersa o Vento e o Frio. 
 
7. Weishu (B21): ponto de assentimento dorsal do Estômago. 
 
Localização: 1,5 distancia lateral do processo espinhoso da coluna vertebral (T12) 
Indicações: gastralgia; úlcera péptica; distensão gástrica; dispepsia; anorexia; náuseas e vômitos; 
regurgitação; borborigmos; magreza. 
 
Funções energéticas tradicionais: 
harmoniza e fortalece o Qi do baço/pancreas e o Qi mediano. 
Fortalece o Qi do estomago. 
Tonifica o Qi do sangue. 
afasta a umidade, a umidade-calor e a mucosidade. 
drena a umidade e a umidade-frio. 
 
8. Zhongwan (VC12): ponto de assentimento ventral do Estômago. 
 
Localização: 4 distancias acima do umbigo na linha central; do abdome; no meio ponto entre o 
processo xifóide e o umbigo. 
Indicações: epigastralgia; distensão abdominal; borborigmo;dor intestinal; diarréia; regurgitação de 
ácido; vômito; icterícia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza, fortalece e tonifica o Qi do Baço/Pâncreas; 
. Harmoniza o Qi do Estômago e do Aquecedor Médio; 
. Tonifica o Yong Qi(nutrição); 
. Redireciona o Qi em tumulto contracorrente; 
. Harmoniza o Qi e o Sangue; 
. Dispersa a Umidade, a Umidade-Calor e a Mucosidade. 
 
 
Tratamento pelos 5 elementos 
 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
ESTÔMAGO E41 ID5 E43 VB41 E45 IG1 E43 VB41 
 
 
 
 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23_B21
file://A/c/Livro/acup.doc%23VC12
 
 
 
 
112 
MERIDIANO DO BAÇO PÂNCREAS  
 
 
 
CHING 
Madeira 
YUNG 
Fogo 
SHU (IU) YUANN 
Terra 
KING 
Metal 
HO 
Água 
1 2 3 5 9 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO 
4 8 2 V/F13 – D/B20 5 
 
O Meridiano do Baço/Pâncreas, Tai-Yin da perna. 
Este meridiano é de natureza Yin e apresenta-se acoplado ao meridiano do estômago, que é de 
natureza Yang. Recebe a energia do meridiano do estômago, e transmites ao meridiano do coração. 
Pertence ao elemento Terra de Yin, enquanto sua Mãe é do elemento Fogo, de Yin (o meridiano do 
coração) e seu filho é de Metal, (de Yin do meridiano do pulmão). 
Tem 21 pontos de cada lado. 
 
 
 
 
113 
 
I. Trajetória 
 
Este meridiano começa no dedão do pé; sobe ao longo do lado medial do dedão, primeiro metatarso 
ao maléolo medial. Continua ao longo da borda póstero-medial da tíbia; passa pelo lado medial do 
joelho, e sobe pelo lado medial da coxa, atingindo a região da virilha; dai, segue pela região ântero-
lateral do abdome e lateral do peito até a axila. O ramo profundo parte da região inguinal, introduz-se 
na cavidade do abdome; liga-se ao meridiano do baço-pâncreas e estômago; passando pelo 
diafragma; contorna então o esôfago e atinge a raiz e o lado inferior da língua. Este meridiano possui 
um outro ramo que sai do estômago, passa pelo diafragma e liga-se ao coração. 
 
II. Sintomatologia 
 
1.Sintomas principais 
 
A. Gerais: desnutrição; palidez. 
B. Gastrintestinais: epigastralgia; distensão abdominal; eructação; náuseas e vômitos depois de 
comer; dispepsia; opressão no peito; diarréia; icterícia; dor na raiz da língua; corpo desvitalizado e 
indolente; depressivo; insônia; sonolência e tendência a sonhar. 
C. Musculares: distrofia e fraqueza muscular. 
D. Hematológicos: anemia; menorragia. 
E. Psicológicos: dificuldade de concentração; preocupação; depressão. 
 
2.Sintomas e sinais de excesso energético: 
 
Distensão abdominal, epigastralgia; icterícia e febre; dor nas articulações, eructação, constipação. 
 
3. Sintomas e sinais de deficiência energética: 
 
Distensão do intestino; borborigmo; diarréia; indigestão; inapetência; náuseas e vomito; insônia 
(acorda facilmente); fraqueza e distrofia dos membros; indolência; ascite. 
 
III. Os pontos do meridiano do Baço/Pâncreas. 
 
1. Yinbai (BP 1): ponto pertence ao elemento Madeira. 
 
Localização: no lado medial do dedão do pé; 0,1 distância póstero medial do leito ungueal. 
Indicações: distensão abdominal; diarréia; menstruação irregular; menorragia; insônia; distúrbio 
mental; sonolência; tendência ao sonho. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Baço/Pâncreas; 
. Aumenta e aquece o Qi do Baço/Pâncreas; 
. Harmoniza e aquece o Qi do sangue; 
. Acalma o Shen e clareia a mente; 
. Faz conter o Sangue dentro dos vasos sangüíneos. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Baço/Pâncreas; 
. Aumenta e aquece o Qi do Baço/Pâncreas; 
. Harmoniza e aquece o Qi do sangue; 
. Acalma o Shen e clareia a mente; 
. Faz conter o Sangue dentro dos vasos sangüíneos. 
 
2. Dadu (BP2): ponto pertence ao elemento Fogo. 
 
Localização: no lado medial do dedão do pé, ántero-inferior da articulação do primeiro metararso-
falangeal, entre as peles escura e clara. 
file://A/c/Livro/acup.doc%23_BP1
file://A/c/Livro/acup.doc%23_BP2
 
 
 
 
114 
Indicações: distensão abdominal; cólica abdominal; lombalgia; gastrenterite; indigestão; constipação; 
cansaço do corpo. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Baço/Pâncreas e do Estômago; 
. Dissolve a estagnação do tubo digestivo. 
 
3. Taipai (BP3): ponto pertence ao elemento Terra. 
 
Localização: no lado medial do pé, póstero-inferior do joanete (na articulação do primeiro metatarso-
falangeal), na linha da junção da pele escura e clara. 
Indicações: gastralgia; distensão abdominal; cólica do intestino; indigestão; gastrenterite; disenteria; 
hemorróidas; artrite no pé; gota; lombalgia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e fortalece o Qi do Baço/Pâncreas; 
. Harmoniza o Qi do Estômago e dos Intestinos; 
. Harmoniza o Qi do Aquecedor Médio; 
. Transforma a Umidade e a Umidade-Calor. 
 
4.Gungsun (BP4): ponto Lo. 
 
Localização: no lado medial do pé; 1 distância atrás da articulação metatarso-falangeal; na junção da 
pele escura e clara. 
Indicação: gastralgia; dispepsia; inapetência; náuseas e vômitos; diarréia; distensão do 
estômago e intestino; cólica abdominal; colite crônica; inchaço do rosto; gota; metatarsalgia; 
epilepsia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e fortalece o Qi do Baço/Pâncreas; 
. Harmoniza o Qi do Estômago e dos Aquecedores Médio e Inferior; 
. Fortalece o Qi do sangue e harmoniza o “mar do Sangue”; 
. Acalma o Shen e clareia a mente; 
. Harmoniza o Qi do Chong Mai e a menstruação; 
. Harmoniza a circulação de Qi nos Canais de Energia; 
. Dissolve a Umidade e a Umidade- Calor do Baço/Pâncreas e do Estômago. 
 
5. Shangqiu (BP5): ponto pertence ao elemento Metal. 
 
Localização: na fossa ántero-inferior do maléolo medial do tornozelo, no ponto de encontro das 
linhas na borda anterior e inferior do maléolo medial. 
Indicações: distensão abdominal; borborigmo; dispepsia; vômito; diarréia; constipação; icterícia; 
hemorróidas, dor no tornozelo. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Fortalece o Qi do Baço/Pâncreas e do Estômago; 
. Harmoniza o Qi do Aquecedor Médio; 
. Transforma a Umidade-Calor; 
. Remove a Umidade. 
 
6. Yinlingquan (BP9): ponto pertence ao elemento Água. 
 
Localização: no lado medial da cabeça da tíbia; na depressão da borda póstero-inferior da tíbia; na 
linha inferior da tuberosidade da tíbia. 
Indicações: distensão abdominal; indigestão; cólica abdominal; diarréia; disenteria; edema; oligúria; 
ascite, dor gênito-urinaria; micção noturna; menstruação irregular; dor na perna e joelho; furunculose 
na coxa medial, dor no cotovelo. 
 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23_BP2
file://A/c/Livro/acup.doc%23_BP4
file://A/c/Livro/acup.doc%23_BP5
file://A/c/Livro/acup.doc%23BP9
 
 
 
 
115 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza, tonifica e aquece o Qi do Baço/Pâncreas; 
. Harmoniza o Qi do Estômago e do Aquecedor Inferior; 
. Harmoniza o Qi da Bexiga e da via das Águas; 
. Dissolve a Umidade e a Umidade-Calor; 
. Remove a obstrução de Qi do Triplo Aquecedor. 
 
7. Danshu (B20): ponto de assentimento dorsal do Baço/Pâncreas. 
 
Localização: 1,5 distância, lateral da borda inferior do processo espinhoso da vértebra (T11). 
Indicações: anorexia; dor no estômago; ulcera péptica; magreza; hepatite; cirrose; dispepsia; 
regurgitamento; diarréia crônica; distensão. 
 
Funções energéticas tradicionais: 
harmoniza o Qi do baço-pancreas e do fígado 
harmoniza o Qi do estomago e do aquecedor médio 
faz aumentar a energia Terra 
harmoniza o Qi do sangue e o Yong Qi 
drena a umidade e a água em excesso 
afasta a umidade e a umidade-calor 
 
8 Zhangmen (F13): ponto de assentimento ventral do Baço/Pâncreas. 
 
Localização: na borda inferior do ponto final da décima primeira costela, no lado do abdome. 
Indicações: inchação do baço; distensão abdominal; cólica biliar; dor no lado do abdome; 
borborigmo; indigestão; diarréia; magreza. 
 
Funções energéticas tradicionais: 
“Nas afecções devidas ao Vento Perverso que manifestam dores muito intensas na região dorsal, 
como se a coluna estivesse quebrada,para o tratamento deve-se estimular o ponto F-13 
(Zhangmen).”(Su Wen). “Se a Energia Defensiva Wei não circula, estagnando-se no ventre e no 
tórax, manifesta-se uma sensação de distensão no Estômago, com respiração ardente; deve-se 
estimular o F-13 (Zhangmen).”(Su Wen) 
 
9 Diji (BP8): ponto de Alarme do meridiano do Baço/Pâncreas. 
 
Localização: no lado medial da perna, 5 distancias abaixo do joelho, 3 distancias abaixo do ponto 
Yinlingquan (BP9), na borda posterior da tíbia. 
Indicações: distensão abdominal; falta de apetite; indigestão; diarréia; dismenorréia (menstruação 
dolorosa); leucorréia (corrimento mucopurulento esbranquiçado); hérnia inguinal; aspermia (falta de 
emissão de esperma); lombalgia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Baço/Pâncreas e do Sangue; 
. Fortalece o Sangue e promove a sua circulação; 
. Harmoniza a menstruação e o Qi do útero. 
 
 
Tratamento pelos 5 elementos 
 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
BAÇO/PÂNCREAS BP2 C8 BP1 F1 BP5 P8 BP1 F1 
 
 
 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23_B20
file://A/c/Livro/acup.doc%23F13
file://A/c/Livro/acup.doc%23_BP8
 
 
 
 
116 
MERIDIANO DO CORAÇÃO  
 
 
CHING 
Madeira 
YUNG 
Fogo 
SHU (IU) YUANN 
Terra 
KING 
Metal 
HO 
Água 
9 8 7 - 7 4 3 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO 
5 6 9 V/VC14 – D/B15 7 
 
O Meridiano do coração, Shao-Yin da Mão 
 
Este meridiano é de natureza Yin, apresenta-se acoplado ao meridiano do intestino delgado, que é 
Yang. Recebe energia do meridiano do baço-pâncreas, transmitindo-a ao meridiano do intestino 
delgado. 
Em relação aos cinco elementos, pertence ao Fogo de Yin, sendo sua Mãe o meridiano do Fígado 
(Madeira) e seu Filho o meridiano do baço-pâncreas (Terra). 
Tem 9 pontos de cada lado. 
 
I. Trajetória 
 
A energia deste meridiano sai do coração pelo caminho do nervo autônomo do sistema 
cardiovascular; descendo, passa pelo diafragma, comunicando-se com o intestino-delgado. O ramo 
principal sai do coração e sobe pelo pulmão, atingindo a axila. 
 
 
 
 
117 
 
Passa então ao longo do medial e ulnar do braço e desce pelo epicôndilo medial do cotovelo e pelo 
lado medial dos músculos flexores ulnar carpal. Passa pelo pulso entre o quarto e quinto metacarpos 
da mão e chega ao ponto do dedo mínimo. O ramo colateral profundo sobe do coração ao longo do 
esôfago, da faringe e da raiz da língua, passa atrás do nariz, por entre os olhos, comunicando-se com 
os seus tecidos. 
 
II. Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais 
 
A. Coração: falta de ar; aperto no coração; palpitação; dor no coração. 
B. Vasculares: sensação de calor e rubor no rosto; calor na palma da mão; suor noturno. 
C. Boca - língua: seca e sede; rigidez na língua, língua avermelhada e apresentando úlceras. 
D. Braço: dor, adormecimento ou formigamento no braço, ao longo do meridiano. 
E. Mental: nervosismo; insônia; falta de memória; muito sonho. 
 
2 Sintomas e sinais de excesso de energia: 
 
Boca seca e sede; dor no coração (precordial); dor no trajeto do meridiano; rosto avermelhado; 
ansiedade e insônia; língua rígida, apresentando coloração avermelhada e úlceras; aumento da 
pulsação. 
 
3. Sintomas e sinais de deficiência energética: 
 
Dispnéia no esforço; aperto no peito, palpitação; muito sonho; insônia, calor na palma da mão; 
hipertranspiração a noite; falta de memória; membros frios. 
 
III. Os pontos do meridiano do coração 
 
1. Shaohai (C3): ponto pertence ao elemento Água. 
 
Localização: no lado radial do epicôndilo medial do úmero, acima do e do músculo flexor do 
antebraço. 
Indicação: dor de dentes; dor de cabeça; dor na nuca e antebraço; nevralgia intercostal; zumbido; 
furunculose; tremor nos braços. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Coração, o Qi e o Sangue; 
. Acalma o Shen e fortalece a mente; 
. Favorece a circulação de Qi da Circulação-Sexo; 
. Guarda a vontade; 
. Dispersa a Mucosidade; 
. Faz a limpeza do Calor dos vasos sangüíneos. 
 
2. Lingdao (C4): ponto pertence ao elemento Metal. 
 
Localização: no lado ventral e medial do antebraço, no lado do músculo acima da linha do punho. 
Indicações: angina pectoris; dor nos braços no lado ulnar; histeria; edema ou paralisia das cordas 
vocais. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Acalma o Shen; 
. Harmoniza o Qi do Coração. 
 
 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23C3
file://A/c/Livro/acup.doc
 
 
 
 
118 
3. Tungli (C5): ponto Lo. 
 
Localização: no lado ventral e ulnar do antebraço, no lado ulnar do tendão do músculo flexor carpal 
ulnar; 1 distância acima do punho. 
Indicações: dor de cabeça e tontura; palpitação; voz rouca; dor de garganta; rigidez da língua; 
insônia ou sonolência; preguiça; dor no punho. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Coração; 
. Acalma o Shen e fortalece a mente; 
. Tonifica o Yong Qi; 
. Faz a limpeza do Calor do Coração; 
. Dissipa o Vento Perverso. 
 
4. Shenmen (C7): ponto pertence ao elemento Terra. 
 
Localização: no lado ulnar do punho, no lado radial do tendão do músculo flexor carpal ulnar, atrás 
do osso pisiforme. 
Indicações: angina pectoris; neurasterna; psiconeurose; ansiedade; palpitação; dor de cabeça e 
tontura; epilepsia; insonia; icterícia; dor na axila; dor garganta; dor no punho. 
 
Funções energéticas tradicionais 
.Harmoniza o Qi do Coração; 
. Harmoniza o Yong Qi; 
. Acalma o Shen, fortalece a mente; 
. Transforma a Mucosidade do Coração; 
. Faz a limpeza de Calor do Coração; 
. Refresca o Calor do Sangue; 
. Dispersa a Mucosidade e o Vento Perverso. 
 
5. Shaofu (C8): ponto pertence ao elemento Fogo. 
 
Localização: na palma, entre o quarto e o quinto metacarpos, atrás das juntas metacarpo-
falangianas. 
Indicações: qualquer problema do coração; palpitação; angina pectoris; diurese; enurese; dor no 
lado ulnar do antebraço. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e fortalece o Qi do Coração; 
. Aumenta a circulação de Sangue nos vasos sangüíneos; 
. Acalma o Shen; 
. Faz a limpeza do Calor e do Falso-Calor do Coração e do Intestino Delgado; 
. Dissolve a Umidade e transforma a Umidade-Calor. 
 
6. Shaochong (C9): ponto pertence ao elemento Madeira. 
 
Localização: no lado radial do dedinho; 0,1 distância no canto radial da unha. 
Indicações: palpitação; dor no peito; dor de garganta; apoplexia; coma. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Coração; 
. Promove a circulação de Qi e de Sangue; 
. Reanima o estado de inconsciência e clareia a mente; 
. Faz a limpeza do Calor do Coração e refresca o Calor do Sangue; 
. Redireciona o Qi contracorrente. 
 
 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23C5
file://A/c/Livro/acup.doc%23C7
file://A/c/Livro/acup.doc
file://A/c/Livro/acup.doc
 
 
 
 
119 
7. Xinshu (B15): ponto de assentimento dorsal do meridiano do Coração. 
 
Localização: no nível da borda inferior do processo espinhal da vértebra (T5). 
Indicações: problemas do coração; náuseas e vômitos; dor no peito; ansiedade; epilepsia; 
esquizofrenia; falta de memória. 
 
Funções energéticas tradicionais: 
harmoniza o Qi e o sangue. 
Harmoniza e tonifica o Qi do coração. 
Ativa a circulação de sangue nos vasos sanguíneos. 
Acalma a mente, fortalece e clareia a mente. 
 
8. Jujue (VCl4): ponto de assentimento ventral do meridiano do Coração. 
 
Localização: 2 distancias acima do VC12, na linha central do abdome. 
Indicações: dor no coração; angina pectoris; acidez; vômito; dor no estômago; distensão 
abdominal; palpitação; comportamento neurótico; falta de memória; hematêmese (vômito de sangue). 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Coração e o Qi; 
. Acalma o Shen; 
. Redireciona o Qi em tumulto contracorrente; 
. Fortalece o Qi do Aquecedor Médio e do diafragma; 
. Dispersa a Mucosidade do tórax e do diafragma; 
. Dispersa Umidade do Aquecedor Médio; 
. Faz a limpeza do Coração. 
 
Tratamento pelos 5 elementos 
 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação TonificaçãoCORAÇÃO C9 F1 C3 R10 C7 BP3 C3 R10 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23B15
file://A/c/Livro/acup.doc%23VC14
 
 
 
 
120 
MERIDIANO DO INTESTINO DELGADO  
 
 
 
CHING 
Metal 
YUNG 
Água 
SHU (YUANN) 
Madeira 
KING 
Fogo 
HO 
Terra 
1 2 3 – 4 5 8 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO 
7 6 3 V/VC4 – D/B27 8 
 
O Meridiano do Intestino Delgado, o Tai -Yang da Mão 
 
Este meridiano é de natureza Yang, e se apresenta acoplado ao meridiano do coração, que é Yin. 
Recebe a energia do meridiano do coração, transmitindo-a ao meridiano da bexiga. Em relação aos 
cinco elementos, pertence ao elemento Fogo de Yang, sendo sua Mãe o meridiano da vesícula biliar 
(Madeira) e seu Filho o meridiano do estômago (Terra). 
Tem 19 pontos de cada lado. 
 
I. Trajetória 
 
A energia do meridiano do intestino delgado começa no ponto do dedo mínimo (quinto) da mão, sobe 
pelo lado ulnar da mão, passando pelo punho; a seguir corre ao longo do lado ulnar dos músculos 
extensor carpo-ulnar do carpo e flexor carpo-ulnar; no cotovelo passa pelo lado medial do olecrânio; 
depois sobe pelo lado ulnar do Músculo tríceps braquial até a borda posterior e lateral do ombro. 
 
 
 
 
121 
 
A partir do ombro, sobe, passando ao longo da escápula e da fossa supraclavicular por entre o 
tronco (espaço rnediastinal); liga-se ao coração, desce e, atravessando o diafragma e o abdôme, 
atinge o intestino delgado. Um de seus ramos sobe da fossa supraclavicular ao longo do lado do 
pescoço (em posição póstero-lateral) do músculo esterno-cleidomastóideo ao lado do rosto até o 
angulo lateral do olho, dirigindo-se, então, para trás do ouvido. O outro ramo desce lateralmente ao 
rosto passando pela parte inferior do olho até seu ângulo medial. 
 
II. Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais 
 
A. Cervical: dor; adormecimento ou formigamento na nuca; ombro e braço ao longo do trajeto do 
meridiano. 
B. Ouvidos: zumbido; surdez. 
C. Garganta: dor; úlcera. 
D. Intestino delgado: dor ao redor do umbigo; borborigmo; diarréia. 
 
2 Sintomas e sinais de excesso de energia: 
dor de garganta; dor e rigidez na nuca; dor no ombro e braço; dor nos olhos. 
 
3 Sintomas e sinais de deficiência energética: 
borborigmo; diarréia; zumbido; surdez; adormecimento ou formigamento do braço ao longo do trajeto 
do rneridiano. 
 
III. Os pontos do meridiano do Intestino Delgado 
 
1. Shaoze (ID 1): ponto pertence ao elemento Metal. 
 
Localização: no lado ulnar do dedinho da mão, 0,1 distância ao lado ulnar do leito ungueal. 
Indicações: dor de cabeça; rigidez e dor na nuca; dor de garganta; pterígio; surdez; epistaxe; dor 
e paralisia do dedinho e antebraço; mastite; falta de leite pós-parto; apoplexia; mania. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Dispersa o Calor do Coração; 
. Dispersa o Calor e o Vento Perverso; 
. Promove a produção de leite materno; 
. Reanima o estado de inconsciência. 
 
2. Quiangu (ID2): ponto pertence ao elemento Água. 
 
Localização: no lado ulnar do dedinho da mão, na frente da junta metacarpofalangeal, entre as peles 
clara e escura. 
Indicações: dor de cabeça; occipitalgia; dor na nuca; dor nos olhos; pterígio; zumbido; epistaxe; 
sinusite; dor de garganta; dor no braço; epilepsia; mastite; falta de leite pós-parto. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Umedece a garganta; 
. Melhora o Qi do ouvido; 
. Dispersa o Vento-Calor. 
 
3.Houxi (lD3): ponto pertence ao elemento Madeira. 
 
Localização: no lado ulnar da mão, atrás da junta metacarpo-falangeal do quinto dedo, entre as 
peles clara e escura. 
Indicações: conjuntivite; pterígio; epistaxe; rigidez e dor na nuca; occipitalgia; dor nas costas; 
adormecimento no dedinho da mão; dor na perna; zumbido; surdez; epilepsia; transpirarão noturna; 
malária. 
file://A/c/Livro/acup.doc%23ID1
file://A/c/Livro/acup.doc%23ID2
file://A/c/Livro/acup.doc%23ID3
 
 
 
 
122 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza a circulação do Qi dos Canais de Energia Principais e dos Luo; 
. Dispersa o Calor do Coração, afasta o Calor interno; 
. Tranqüiliza a mente; 
. Libera a Energia Perversa do Interior para o Exterior; 
. Harmoniza o Qi do Du Mai; 
. Dispersa o Qi estagnado dos Canais Tendino-Musculares. 
 
4. Yanggu (ID5): ponto pertence ao elemento Fogo. 
 
Localização: no lado ulnar do punho, na depressão entre o pisiforme e o processo estilóide ulnar. 
Indicações: dor de dentes; dor de garganta; gengivite; estomatite; artrite no temporo-mandibular; 
zumbido; surdez; distúrbio mental. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Elimina o Calor e o Vento Perverso; 
. Dispersa a Umidade-Calor; 
. Dispersa o Qi estagnado dos Canais Tendino-Musculares. 
 
5. Zhizheng (1D7): ponto Lo. 
 
Localização: 5 distancias acima do punho, no lado ulnar do músculo extensor carpo-ulnar. 
Indicações: rigidez na nuca; dor de cabeça; dor no braço e dedos; tontura; distúrbio mental. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Acalma o Shen e clareia a mente; 
. Nutre o Yin Qi; 
. Dispersa o Calor e o Vento Perverso; 
. Relaxa os músculos e os tendões; 
. Ativa a circulação de Qi dos Canais de Energia; 
. Faz circular as Energias Perversas. 
 
6. Xiaohai (lD8): ponto pertence ao elemento Terra. 
 
Localização: na fossa entre o olecrânio e o epicôndilo medial do úmero na borda lateral do nervo 
radial. 
Indicações: dor de cabeça; tontura; dor de dentes; gengivite; dor no ombro, braço, antebraço e mão, 
no lado ulnar. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Dispersa as Energias Perversas; 
. Relaxa os músculos e os tendões; 
. Dispersa o Calor Perverso do Coração; 
. Tranqüiliza o Shen. 
 
7. Xiaochanshu (B27): ponto de assentimento dorsal do Intestino Delgado. 
 
Localização: 1,5 distancia lateral da linha central das costas e no nível do primeiro forame sacral 
posterior (S1/2). 
Indicações: disenteria; hematúria (sangue na urina) leucorréia; anexite; enurese (micção 
involuntária da urina); prostatite; hemorróidas; dor nas juntas ílios-sacrais; lombalgia, 
 
Funções energéticas tradicionais: 
Harmoniza o Qi do intestino delgado, separa o Qi limpido do turvo. 
Comanda e aumenta o Qi da bexiga. 
Dispersa a estagnação do Qi do intestino delgado. 
Harmoniza a via das águas e estabiliza a essência. 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23ID5
file://A/c/Livro/acup.doc%23ID7
file://A/c/Livro/acup.doc%23ID8
file://A/c/Livro/acup.doc%23B27
 
 
 
 
123 
8. Yanglao (ID6): ponto de alarme do meridiano 
 
Localização: na fossa formada ao girar o punho, na depressão entre o músculo carpo ulnar e o 
processo estilóide ulnar. 
Indicações: distúrbios da visão; paralisia no braço e mão; dor lombar; torção no tornozelo. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Relaxa os tendões e os músculos; 
. Clareia a visão; 
. Remove a obstrução do Qi e de Sangue dos Canais de Energia. 
 
9. Guanyuan (VC4): ponto de assentimento ventral do Intestino Delgado 
 
Localização: 3 distâncias abaixo do umbigo, na linha central do abdome. 
Indicações: impotência, distúrbio da menstruação; espermatorréia; enurese noturna; problemas dos 
órgãos da pélvis; problemas do intestino delgado; dor no abdome; diarréia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Tonifica o Qi dos Rins e o Yuan Qi; 
. Fortalece o Yang Qi e o Rim Yang; 
. Tonifica o Qi e o Sangue e aumento a Energia Essencial; 
. Harmoniza e aquece o Qi do útero e da procriação; 
. Fortalece o Yin Qi e aquece o Frio; 
. Harmoniza o Intestino Delgado e a via das Águas; 
. Restaura o colapso do Yang Qi e do Yin Qi; 
. Dispersa a Umidade, a Umidade-Frio e a Umidade-Calor; 
. Harmoniza o Qi do Chang Mai e do Ren Mai. 
 
Tratamento pelos 5 Elementos 
 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
INT.DELGADO ID3 VB41 ID2 B66 ID8 E36 ID2 B66 
 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23ID6
file://A/c/Livro/acup.doc%23VC4
 
 
 
 
124 
MERIDIANO DO VASO CONCEPÇÃO  
 
 
 
Ren Mai (O meridiano do Vaso Concepção) 
 
I. Trajetória 
 
Este meridiano começa na cavidade da pélvis, sai pelo períneo, passa pelo órgão genital externo, na 
altura dasínfise púbica. 
Corre ao longo da linha central do abdômen, tórax e pescoço, continuando até atingir a região 
mandibular, ao redor da boca (lábios). 
Possui um ramal que, subindo pelo lado da boca, liga-se aos olhos. 
É o meridiano chamado mar da energia Yin. 
Tem 24 pontos 
 
II. Sintomatologia 
 
Em chinês, “Ren” significa nascer e criar. Este meridiano liga-se a todos os meridianos de Yin. Por 
isso, chamou-se “O mar dos meridianos de Yin”. 
O desequilíbrio da energia deste meridiano se evidenciará no homem sob forma de hérnia e cólicas 
abdominais, e na mulher como problemas nos órgãos genitais, leucorréia e esterilidade. 
Além desses, há ainda outros tipos de problemas tais como: distúrbios de menstruação; impotência; 
epilepsia; espermatorréia; infecção na uretra; aborto. 
Os pontos do Ren-Mai são usados para tratamentos gastrintestinais, pulmonares e de garganta etc. 
 
 
 
 
 
125 
MERIDIANO DA BEXIGA  
 
 
 
CHING 
Metal 
YUNG 
Água 
SHU (YUANN) 
Madeira 
KING 
Fogo 
HO 
Terra 
67 66 65 - 64 60 54 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO 
58 63 67 V/VC3 – D/B28 65 
 
O Meridiano da bexiga, Tai-Yang da perna 
 
Este meridiano recebe a energia do meridiano do intestino delgado e a transmite ao meridiano dos 
rins.Sua natureza O Yang, apresentando-se acoplado ao meridiano dos rins que é Yin. Pertence ao 
elemento Água; sua Mãe é do elemento Metal (o meridiano do intestino grosso) e seu Filho é de 
Madeira (o meridiano da vesícula biliar). 
Tem 67 pontos de cada lado. 
 
 
 
 
126 
 
I. Trajetória 
 
O meridiano da bexiga tem seu inicio no ângulo medial dos olhos, subindo pela região frontal, parietal 
e occipital da cabeça. Tem um ramo que desce da região parietal para o ouvido, retomando ao 
trajeto principal na fossa sub-occipital. Possui outro ramo que, saindo da parte mais alta e superficial 
da cabeça, se introduz no cérebro, voltando ao trajeto principal na fossa sub-occipital no ponto Tian-
zhu (B10). Da nuca, ao longo dos músculos paravertebrais, o trajeto principal desce pelas costas até 
a região sacral, pela nádega, por trás da coxa, até a fossa poplítea. Há um ramal nas costas que se 
liga aos rins e depois a bexiga, descendo pelo lado da virilha e por detrás da coxa até a cavidade 
poplítea. Da nuca sai outro ramo, que descendo pelo lado medial da omoplata e pelo lado dos 
músculos ilio-costais até a nádega, liga-se com o meridiano da vesícula biliar no ponto Huantião 
(VB30); atrás da região troncanteriana, desce pelo lado do músculo bíceps femural até o poplíteo. Da 
fossa poplítea, o meridiano da bexiga desce entre os músculos atrás da perna pelo lado do tendão de 
Aquiles e pela borda do maléolo lateral do pé, até a borda lateral do quinto dedo do pé. 
 
II. Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais 
 
A. Nuca e costas: lombalgia; dor nas costas; rigidez na nunca e costas; dor ciática; dor na região ilio-
sacra. 
B. Dor de cabeça: frontal; parietal; occipital. 
C. Nariz: obstrução nasal; coriza; distúrbio do olfato; epistaxe. 
D. Olho: dor no olho; dor supra-orbital. 
E. Sistema urinário: infecção; distúrbio da micção. 
 
2. Sintomas e sinais de excesso de energia: 
 
Dor de cabeça; dor e rigidez na nuca; dor aguda nas costas, lombar e na perna; febre; 
comportamento maníaco. 
 
3. Sintomas e sinais de deficiência energética: 
 
Frio nas costas; dor nas costas com irradiação para a perna; adormecimento ou formigamento da 
perna ao longo de seu trajeto. 
 
III. Os pontos do meridiano da bexiga 
 
1. Weizhong (B54): ponto pertence ao elemento Terra 
 
Localização: no centro da fossa poplítea, na prega poplítea. 
Indicações: dor ciática; lombalgia; paralisia da perna; dor no joelho; AVC; hipertranspiração 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Relaxa os músculos e os tendões; 
. Remove a obstrução dos vasos sangüíneos; 
. Refresca o Calor e o Calor do Sangue; 
. Acalma o feto; 
. Dispersa o Vento Perverso. 
 
2. Kunlun (B60): ponto pertence ao elemento Fogo 
 
Localização: entre o tendão de Aquiles e a borda do maléolo lateral do tornozelo, ao nível do ponto 
mais alto do maléolo. 
Indicações: dor de cabeça; rigidez na nuca; lombalgia; dor ciática; dor no cóccix; dor e inchaço no 
tornozelo; distúrbio do parto. 
 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23B54
file://A/c/Livro/acup.doc%23B60
 
 
 
 
127 
Funções energéticas tradicionais 
. Fortalece o Qi dos Rins; 
. Harmoniza o Qi do útero; 
. Relaxa os tendões e os músculos; 
. Harmoniza a circulação de Qi e de Sangue nos Canais de Energia; 
. Remove as obstruções dos Canais de Energia; 
. Harmoniza e fortalece o Qi do Sangue; 
. Dispersa o Vento e o Calor. 
 
3. Shugu (B65): ponto pertence ao elemento Madeira 
 
Localização: na borda póstero-inferior da articulação do quinto metatarso-falangeal do pé, no limite 
das epidermes dorsal e plantar. 
Indicações: dor de cabeça e nuca; rigidez na nuca; dor lombar; dor na perna; dor na região oftalmo-
frontral; conjuntivite; hemorróidas; epilepsia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza a circulação de Qi nos Canais de Energia Principais e Secundários; 
. Acalma o Shen; 
. Dispersa o Vento e faz a limpeza do Calor Perverso. 
 
4. Tonggu (B66): ponto pertence ao elemento Água 
 
Localização: na depressão anterior e inferior da articulação do quinto metatarso-falangeal do pé. 
Indicações: dor de cabeça; epistaxe; tontura; dispepsia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza a circulação de Qi nos Canais de Energia Principais e Secundários; 
. Acalma o Shen; 
. Dispersa o Calor e o Vento Perverso. 
 
5. Zhiyin (B67): ponto pertence ao elemento Metal 
 
Localização: 0,1 distancia na borda lateral e proximal do ângulo ungueal do quinto dedo do pé. 
Indicações: má posição do feto; dificuldade de parto; alergia na pele ou urticária; coceira na pele; 
cefaléia e dor na perna; comportamento maníaco. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Sangue; 
. Fortalece o Qi do Aquecedor Inferior; 
. Acalma o feto e harmoniza o trabalho de parto; 
. Dispersa as Energias Perversas alojadas no vértex; 
. Clareia a mente. 
 
6. Feiyang (B58): ponto Lo 
 
Localização: 1 distancia abaixo lateral do ponto Chengshuan (B57) e 7 distancia acima do calcanhar, 
no lado lateral. 
Indicações: lombalgia; dor na perna; epilepsia; gota; oftalmalgia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Estômago; 
. Faz circular o Qi pelos Canais de Energia Principais e pelos Canais de Energia Secundários; 
. Dispersa o Qi Perverso dos Canais de Energia Luo; 
. Elimina o Calor Perverso e seda o Fogo. 
 
7. Pangguangshu (B28): ponto de assentimento dorsal do meridiano da Bexiga 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23B65
file://A/c/Livro/acup.doc%23B66
file://A/c/Livro/acup.doc%23B58
file://A/c/Livro/acup.doc
 
 
 
 
128 
Localização: 1,5 distancia do dorso linha central das costas no nível do segundo forâme posterior 
sacral (S2/3) 
Indicações: qualquer problema infecção do órgão genital disúria (micção difícil); dor lombar ou 
lombossacra; frieza dos membros; constipação. 
 
Funções energéticas tradicionais: 
Harmoniza o Qi da bexiga e da via das águas. 
Fortalece a coluna lombar. 
Aumenta o Qi do aquecedor inferior. 
Afasta a umidade-calor da bexiga. 
 
8. Jinmen (B63): ponto de alarme do meridiano da Bexiga 
 
Localização: no lado anterior e posterior do ponto (B62), na depressão posterior da articulação 
calcâneo-cubóide. 
Indicações: epilepsia; vertigem; surdez; dor no calcanhar. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza a circulação de Qi dos Canais de Energia Principais e Secundários; 
. Dispersa o Calor e o Vento. 
 
9. Zhongji (VC3): ponto de assentimento ventral do meridiano da Bexiga 
 
Localização: na linha central do abdome; 1 distancia entre o umbigo e a sínfise púbica. 
Indicações: impotência; espermatorréia; menstruação irregular; amenorréia; cólica menstrual 
inflamação dos órgãos da pélvis; distúrbios da micção; enurese noturna; doenças da Bexiga. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Fortalece o Yang Qi; 
. Harmonizao Aquecedor Inferior; 
. Harmoniza o Qi da útero; 
. Facilita as funções do Qi; 
. Tonifica o Qi dos Rins; 
. Harmoniza o Qi da Bexiga e da Via das Águas; 
. Refresca a Calor do Sangue; 
. Dispersa a Umidade-Calor. 
 
Tratamento pelos 5 Elementos 
 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
BEXIGA B67 IG1 B54 E36 B65 VB41 B54 E36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file://A/c/Livro/acup.doc%23B63
file://A/c/Livro/acup.doc%23VC3
 
 
 
 
129 
 
 
 
CHING 
Madeira 
YUNG 
Fogo 
SHU (IU) YUANN 
Terra 
KING 
Metal 
HO 
Água 
1 2 3 - 3 7 10 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO 
4 5 7 V/VB25 – D/B23 1 
 
 O Meridiano dos Rins, o Chao-Yin da perna 
 
Sendo Yin, este meridiano se apresenta acoplado ao meridiano da bexiga, Yang, de quem recebe a 
energia que, posteriormente, transmite ao meridiano do pericárdio. 
Em relação aos cinco elementos, é de Água; sua Mãe é o meridiano do pulmão (Metal) e seu Filho o 
meridiano do Fígado (Madeira). 
Tem 27 pontos de cada lado. 
 
 
 
 
130 
 
1. Trajetória 
 
O meridiano dos rins começa na planta do pé e ascende, pelo lado ínfero-medial da cabeça do 
primeiro metatarso, seguindo pelo lado medial do osso cubóide, região póstero-inferior do maléolo 
medial e ao póstero-medial do joelho e, medialmente a coxa, ao longo dos músculos adutor e grácil, 
entre a pélvis e ventralmente as vértebras até o rim. O trajeto tem seu inicio no rim, desce pelo lado 
do músculo psoas até a pélvis e a bexiga. Saindo da pélvis, corre ao longo do lado medial do músculo 
reto-abdominal (ao lado da linha alba) e do externo até a frente do pescoço. Há um ramo que sai do 
rim, sobe, passando pelo diafragma e segue paralelo ao pulmão, ao longo da traquéia e da garganta, 
até a raiz da língua. Outro ramo sai do pulmão, une-se ao coração e, passando pelo peito, liga-se ao 
pericárdio, de onde transmite energia ao meridiano do pericárdio. 
 
II. Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais 
 
A. Resistência geral: cansaço; pouca resistência; queda do nível da ambição; boca e garganta secas. 
B. Adrenal e genital: impotência; esterilidade; distúrbio do crescimento; tendência a velhice; 
hiperpigmentação. 
C. Ossos e cérebro: distúrbio de desenvolvimento de dentes e ossos; instabilidade dos dentes; 
retardamento mental; esquizofrenia. 
D. Cabelo: queda ou ausência dê cabelo; falta de brilho no cabelo. 
E. Ouvido: zumbido; surdez; vertigem. 
F. Distúrbios urogenitais: formação de cálculos; oligúria ou poliúria. 
 
2 Sinais e sintomas de excesso de energia: sede e ardência na boca; distensão abdominal; 
diarréia. 
 
3 Sinais e sintomas de deficiência energética: espermatorréia; impotência; lombalgia; frio nos 
ombros; queda de cabelos; enfraquecimento dos dentes; Zumbido ou dificuldade de audição; oligúria; 
edema e ascite; insônia; distúrbio mental. 
 
III. Os pontos do meridiano dos rins 
 
1. Yongguan (R1): ponto pertence ao elemento Madeira 
 
Localização: na planta do pé, posteriormente as articulações metatarsofalangeais, entre o segundo é 
o terceiro metatarsos. 
Indicações: cefaléia parietal; metatarsalgia; tontura; vertigem; coma; convulsão infantil; 
comportamento maníaco (fobia); insônia; nefrite; uremia; diabete. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Tonifica o Qi dos Rins e a Essência; 
. Fortalece o Yin Qi, restaura o colapso do Yang Qi; 
. Acalma o Shen; 
. Faz a limpeza do Calor Perverso e do Fogo; 
. Dissipa a Umidade-Calor. 
 
2. Rangu (R2): ponto pertence ao elemento Fogo 
 
Localização: na borda ântero-inferior do osso navicular do pé. 
Indicações: dor no pé; laringite; hipertranspiração noturna; prostatite; distúrbios dos órgãos 
genitais; impotência; menstruação irregular; tétano de recém-nascido; cistite, diabete melito. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Tonifica o Yang Qi dos Rins e a Essência; 
. Estabiliza o Qi dos Rins; 
. Aumenta o Qi do Aquecedor Inferior; 
 
 
 
 
131 
. Refresca o Calor do Sangue; 
. Aquece o Frio; 
. Faz a limpeza do Calor Perverso e do Fogo. 
 
3. Taixi (R3): ponto pertence a Terra 
 
Localização: entre a borda posterior do maléolo medial e o tendão de Aquiles. 
Indicações: dor de dentes; laringite, estomatite; mastite; impotência; dismenorréia; dor na perna, 
tornozelo e pé; frio nos ombros; malária; nefrite; metatarsalgia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Tonifica o Qi dos Rins; 
. Nutre o Qi, o Sangue e a Essência; 
. Restaura o colapso do Yin Qi; 
. Acalma o feto e restaura o Qi do útero; 
. Fortalece o cérebro; 
. Harmoniza a via das Águas; 
. Aquece o Frio. 
 
4. Dazhong (R4): ponto Lo 
 
Localização: 0,5 distancia abaixo do ponto Taixi (R3), na frente do tendão de Aquiles. 
Indicações: estomatite; laringite; asma; hipertrofia da próstata; lombalgia; dor no calcanhar; 
constipação; sonolência e preguiça. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Tonifica o Qi dos Rins; 
. Acalma o Calor Perverso do pulmão; 
. Redireciona o Qi contracorrente; 
. Fortalece o Qi Essencial; 
. Acalma o Shen e fortalece o cérebro. 
 
5. Fuliu (R7): ponto pertencente ao Metal 
 
Localização: 2 distancias acima do Taixi (R3); na borda ântero-medial do músculo sólium. 
Indicações: inchaço dos membros; edema; ascite; hipertranspiração noturna; lombalgia; nefrite; 
orquite; uretrite. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Tonifica o Qi dos Rins; 
. Tonifica o Wei Qi, fortalece e restaura o Yin Qi; 
. Harmoniza o Qi da Bexiga, orientando a sua circulação; 
. Harmoniza a via das Águas; 
. Dissipa a Umidade e a Umidade-Calor; 
. Umedece a secura. 
 
6. Shuiguan (R5): ponto de alarme do meridiano do Rim 
 
Localização: na borda posterior do maléolo medial, l distancia abaixo do ponto Taixi (R3), na 
depressão ântero-superior do lado medial do tubérculo do calcâneo. 
Indicações: menstruação irregular; menorragia funcional; prolapso uterino; disenteria; diurese; 
constipação; orquite; uretrite; endometrite; miopia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Tonifica o Qi dos Rins; 
. Harmoniza o Qi da Bexiga; 
. Circula o Qi do Aquecedor Inferior. 
 
 
 
 
 
 
132 
7. Yingu (R10): ponto pertencente ao elemento Água 
 
Localização: no lado medial da prega poplitea, entre os músculos semitendinoso e 
semimembranoso. 
Indicações: espasmo do músculo sólium e gastrocnêmio; comportamento maníaco; epilepsia; 
desintoxicação. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Tonifica o Yin Qi dos Rins, aumenta a diurese; 
. Fortalece o Qi do Aquecedor Inferior; 
. Faz a limpeza do Calor Perverso do Aquecedor Inferior; 
. Faz a limpeza do Calor do Sangue; 
. Harmoniza o Qi contracorrente. 
 
8. Shenshu (B23): ponto de assentimento dorsal do meridiano da Bexiga 
 
Localização: 1,5 distancia, lateral da borda inferior do processo espinhal da vértebra (L2/3). 
Indicações: nefrite; infecção urogenital; enurese noturna; impotência; lombalgia; edema; diabete 
melito; dismenorréia; neurastenia. 
 
Funções energéticas tradicionais: 
tonifica o Qi dos rins, a essencia e Yuan Qi. 
Aumenta a energia da água dos rins. 
Harmoniza a via das águas. 
Fortalece o Qi do cérebro e da audição. 
Aquece o yang Qi, o frio e o calor do coração. 
 
9. Jingmen (VB25): ponto de assentimento ventral do meridiano do Rim 
 
Localização: na linha posterior da axila, na borda anterior e inferior da ponta da décima segunda 
costela, 0,5 distancia acima do umbigo. 
Indicações: qualquer problema dos rins; dor nas costas; dor na bacia e região inguinal; cólica 
intestinal; distensão abdominal; oligúria e edema. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Tonifica e aquece o Qi dos Rins; 
. Harmoniza a via das Águas; 
. Redireciona o Qi contracorrente do Estômago; 
. Relaxa os tendões e os músculos. 
 
Tratamento pelos 5 elementos 
 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
RIM R7 P8 R3 BP3 R1 F1 R3 BP3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
133 
 O Meridiano do pericárdio 
 
 
CHING 
Madeira 
YUNG 
Fogo 
SHU (IU) YUANN 
Terra 
KING 
Metal 
HO 
Água 
9 8 7 - 7 5 3 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO6 4 9 V/VC17 – D/B14 7 
 
, Jue-Yin do braço 
 
O meridiano do pericárdio é Yin. Recebe energia do meridiano dos rins, transmitindo-a ao meridiano 
do triplo-aquecedor Yang, ao qual está ocoplado. 
Em relação aos elementos, este meridiano é de Fogo, de Yin no período de outono e inverno, e de 
Água durante a primavera e verão. 
Tem 9 pontos de cada lado. 
 
I. Trajetória 
 
A energia deste meridiano começa no peito; descendo, passa pelo diafragma e se liga a todas as 
partes do triplo-aquecedor. Um ramo sai do ponto central da axila e corre ao longo da borda medial 
do músculo bíceps do braço, entre o meridiano do pulmão e do coração, até o lado medial do 
cotovelo. Desce, então, ao longo dos tendões do músculo longo da palma e do músculo flexor carpo-
radial da mão. Na mão, ele passa entre o terceiro e o quarto metacarpos, no terceiro dedo. Há um 
ramo da mão que liga ao quarto dedo. 
 
 
 
 
 
 
134 
II. Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais 
 
A. Circulatório (vascular): dor no coração; rubor e calor no rosto, calor na palma da mão; aperto no 
peito; palpitação. 
B. Psicossomático: distensão abdominal; irritabilidade; ansiedade. 
C. Mental: Riso incontrolável; desconcentração; retardamento, 
D. Braços: dor e adormecimento no braço ao longo do trajeto do meridiano. 
 
2. Sintomas e sinais de excesso de energia: 
 
Calor e vermelhidão facial; opressão no peito; dor na axila; convulsão infantil; ansiedade; riso 
incontrolável; dor no coração. 
 
3. Sintomas e sinais de deficiência energética: 
 
Palpitação; vexação; desconcentração; retardamento. 
 
III. Os pontos do meridiano do pericárdio 
 
1. Quze (PC3): ponto pertence ao elemento Água 
 
Localização: no meio da prega cubital do cotovelo, no lado ulnar do músculo bíceps. 
Indicações: angina pectoris; palpitação; tosse e vômito; tremor nos braços; febre; coma. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Coração; 
. Harmoniza o Qi do Estômago e dos Intestinos; 
. Harmoniza o Qi contracorrente do Aquecedor Superior; 
. Acalma as contraturas e os espasmos; 
. Refresca o Calor do Sangue; 
. Faz a limpeza do Fogo do Coração. 
 
2. Xiinen (PC4): ponto de alarme do meridiano Pericárdio 
 
Localização: 5 distâncias acima da prega do punho, entre os tendões domúsculo palmar longo e do 
músculo. 
Indicações: opressão no peito; dor no coração; náuseas e vômitos; pleurite; mastite, furunculose; 
depressão; amigdalite. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi e o Qi do Coração; 
. Acalma o Shen e o Qi do Coração; 
. Expande o diafragma; 
. Faz a limpeza e refresca o Calor do Sangue; 
. Redireciona o Qi contracorrente. 
 
3. Jianshi (PC5): ponto pertence ao elemento Metal 
 
Localização: 3 distâncias acima da prega do punho, entre os tendões dos músculos palmar longo e 
flexor carpo-radial. 
Indicações: palpitação; angina pectoris; epigastralgia; náusea e vômito; depressão e ansiedade; dor 
na garganta; voz rouca; malária; escabiose; inchaço e rigidez no braço; epilepsia; distúrbio mental. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Coração e do Estômago; 
. Acalma o Shen; 
. Faz aumentar o Wei Qi; 
 
 
 
 
135 
. Dispersa a estagnação de Mucosidade; 
. Dispersa a Energia Perversa alojada no Jue Yin e no Shao Yang. 
 
4. Neiguan (PC6): ponto Lo 
 
Localização: 1 distancia abaixo do ponto Jianshi (PC5); 2 distancias acima do punho, entre os 
tendões dos músculos palmar longo e flexor carpo-radial. 
Indicações: dor no coração; pressão no peito; palpitação; ansiedade; histeria; epilepisia; insônia; 
soluço; febre; icterícia; dor no braço. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Coração, o Sangue do Coração; 
. Harmoniza o Qi do Triplo Aquecedor; 
. Harmoniza o Qi do Estômago e do tórax; 
. Harmoniza a Energia Essencial; 
. Acalma o Shen e o Qi do Coração, clareia a mente; 
. Dispersa a Mucosidade; 
. Redireciona o Qi contracorrente. 
 
5. Daling (PC7): ponto pertence ao elemento Terra 
 
Localização: no meio da prega do punho no lado palmar, entre os músculos palmar longo e flexor 
carpo-radial. 
Indicações: insônia; ansiedade;, depressão; opressão no peito; palpitação; dor no coração; 
dermatite na palma; artrite no punho; halitose; hiperidrose palmar. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Coração e do Estômago; 
. Acalma o Shen e clareia a mente; 
. Expande o Qi do tórax; 
. Refresca o Calor no Sangue. 
 
6. Laogong (PC8): ponto pertence ao elemento Fogo 
 
Localização: na palma, na região próxima da articulação metacarpofalangeal, entre o terceiro e o 
quarto metacarpos. 
Indicações: dor no coração; sede e calor; estomatite, icterícia; anorexia; soluço; ansiedade; 
depressão; preguiça e cansaço; dermatite palmar; prurido. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Coração; 
. Acalma o Qi do Estômago; 
. Harmoniza o Shen e clareia a mente; 
. Refresca o Calor no Sangue; 
. Dispersa o Vento Perverso e a Umidade-Calor. 
 
7. Zhongchong (PC9): ponto pertence ao elemento Madeira 
 
Localização: 0,1 distância acima do leito ungueal da terceira falange distal, no lado ulnar. 
Indicações: angina pectoris; febre; pericardite; apoplexia; coma; dor na língua. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Coração, restaura o colapso do Yang Qi; 
. Harmoniza o Qi contracorrente; 
. Faz a limpeza do Calor do Coração. 
 
8. Pangguang (B14) Jueyingshu 
 
 
 
 
 
136 
Localização: situa-se a 1,5 cum lateral a margem inferior do processo espinhoso da 4a. vertebra 
torácica. 
Indicação: doença cardíaca reumática,ansiedade,palpitações,estupor,tosse com catarro, 
vômitos,neurastenia,opressão torácica,cefaléia do vértex,nevralgia intercostal. 
Funções energéticas tradicionais: 
harmoniza e tonifica o Qi do coração 
harmoniza o Qi do corpo 
Ativa a circulação do sangue 
acalma a mente e tarnquiliza o coração 
 
9. REN (VC17) Shanzhong - 
 
Localização: Situa-se na linha mediana do tórax, sobre o osso esterno, a meia distância entre os 
mamilos, ou no cruzamento da linha mediana com a horizontal traçada entre as articulações 
esternocostais da 5
a
 costela. 
Indicação: Tosse, asma brônquica, bronquite, enfisema, plenitude do tórax, dores torácicas, 
nevralgias intercostais, hipogalactia, mastite, neuralgia intercostal, opressão torácica, dispnéia, 
hipodesenvolvimento mamário, palpitação, ansiedade, depressão, esquizofrenia (depressiva). 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza a circulação de Qi; 
. Harmoniza o Qi do Pulmão e do Aquecedor Superior; 
. Harmoniza, tonifica e aquece o Qi; 
. Desbloqueia a Plenitude de Qi do tórax; 
. Redireciona o Qi em tumulto contracorrente; 
. Faz a limpeza da Mucosidade do tórax; 
. Dispersa a Mucosidade, a Umidade-Frio e a Umidade-Calor. 
 
Tratamento pelos 5 elementos 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
PERICÁRDIO PC9 F1 PC3 R10 PC7 BP3 PC3 R10 
 
 
 
 
 
 
137 
 
 
 
CHING 
Metal 
YUNG 
Água 
SHU (YUANN) 
Madeira 
KING 
Fogo 
HO 
Terra 
1 2 3 - 4 6 10 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO 
5 7 3 V/VC5 – D/B22 10 
 
 O Meridiano do Triplo Aquecedor, Shao-Yang do braço 
 
Este meridiano é de natureza Yang, e vem acoplado ao meridiano do pericárdio de Yin, que lhe 
fornece energia transmitindo-a ao meridiano da vesícula biliar.Em relação aos cinco elementos, é 
Fogo de Yang durante o outono e inverno, e Água na primavera e verão. 
Tem 23 pontos de cada lado. 
 
 
 
 
138 
 
Trajetória 
 
Este meridiano começa no ponto do quarto dedo da mão, sobe pelo lado dorsal da mão, entre o 
quarto e o quinto metacarpos, passa pelo punho no meio do lado dorsal do punho e ulnar. Sobe, 
passa pelo olécrano (no lado radial) e lado radial do músculo tríceps no lado posterior do ombro. O 
trajeto passa atrás do ombro, sobe pela supra-escapular e atrás da nuca da região auricular até a 
região lateral do supercílio; onde se liga ao meridiano da vesícula biliar há um ramal que sai da 
supraclavicular, entra no tronco do corpo, descepelo mediastino e se liga ao pericárdio e a pleura. 
Descendo, passa pelo diafragma indo até a cavidade abdominal ligando-se ao peritônio e a serosa 
intestinal, visceral e pélvica. O ramal do pulmão (pleura) sobe pela nuca, ao longo da borda posterior 
da orelha na região temporal, desce até a região maxilar, alcançando então a região infraorbital. 
II. Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais 
 
A. No ouvido: zumbido; vertigem; dor, 
B. Relacionados com o pulmão e o coração (aquecedor superior): transpirarão espontânea; tosse; dor 
na faringe; língua rígida; membros frios; desconcentração. 
C. Relacionados com o gastrointestino e baço/pâncreas (aquecedor médio): muito calor e suor a 
tarde; anorexia; náusea; dissensão abdominal; desequilíbrio hídrico; alteração mental. 
D. Relacionados com o órgão urogenital: polidipsia; edema; oligúria; disúria; frigidez; ascite; distúrbio 
genital. 
 
2. Sintomas de excesso de energia: dor ao longo do meridiano; dor na faringe; dissensão 
abdominal; disúria; surdez. 
 
3. Sintoma de deficiência energética: transpirarão espontânea; vertigem; zumbido e surdez; mãos 
frias e entorpecidas. 
 
III. Os pontos do meridiano triplo-aquecedor 
 
1. Guanchung (TA1): ponto pertence ao elemento Metal 
 
Localização: no lado ulnar, 0,1 distância do ângulo ungueal do dedo anular (quarto dedo da mão). 
Indicações: - dor de cabeça; dor de garganta; febre; zumbido; pterígio; boca seca; úlcera na 
língua; coma; apoplexia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Reanima o estado de inconsciência; 
. Dispersa o Vento e o Vento-Calor. 
 
2. Yemen (TA2): ponto pertence ao elemento Água 
 
Localização: entre os dedos quarto e quinto, à frente da articulação metacarpo-falangeal, no limite da 
derme dorsal e palmar. 
Indicações: cefaléia, pterígio; conjuntivite; zumbido; dor na garganta; febre; ausência de sudorese. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza as funções do Qi; 
. Regula a audição; 
. Dispersa o Vento; 
. Dispersa o Calor Perverso do Triplo Aquecedor. 
 
3. Zongzhu (TA3): ponto pertence ao elemento Madeira 
 
Localização: no lado dorsal da mão, na fossa posterior metacarpo-falangeal entre o quarto e quinto 
metacarpos. 
 
 
 
 
139 
Indicações: zumbido; surdez; cefaléia; dor na garganta, parotidite, braquialgia; dor nas costas; 
adormecimento na mão e nos dedos. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Facilita a circulação de Qi; 
. Harmoniza o Qi do ouvido; 
. Dispersa o Vento e o Vento-Calor. 
 
4. Walguan (TA5): ponto Lo 
 
Localização: 2 distâncias acima da dobra dorsal do punho, entre o rádio e o cúbito. 
Indicações: cefaléia; dor na nuca; dor no braço; adormecimento e paralisia dos dedos; dor 
intercostal; zumbido; surdez. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Triplo Aquecedor e do Yang Qiao Mai; 
. Libera para o Exterior as Energias Perversas; 
. Relaxa e fortalece os tendões; 
. Facilita a circulação de Qi nos bloqueios de Qi nos Canais de Energia. 
 
5. Zhigou (TA6): ponto pertence ao elemento Fogo 
 
Localização: 1 distancia acima do ponto Waiguan (TA5), entre os tendões do músculo extensor 
digital comum e o músculo dígito quinto próprio. 
Indicações: neuralgia intercostal; constipação; dor no ombro e braço; pericardite e pleurite. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Triplo Aquecedor; 
. Faz circular o Qi das Vísceras; 
. Harmoniza o Qi, difunde o Qi; 
. Dispersa o Vento, o Vento-Calor e a Mucosidade; 
. Remove as obstruções de Qi dos Canais de Energia. 
 
6. Tianjíng (TA10): ponto pertence ao elemento Terra 
 
Localização: na depressão acima do olécrano, na borda do tendão tríceps braquial. 
Indicações: dor no cotovelo; furunculose no braço; linfadenite, dor de cabeça; dor na nuca; 
surdez; dor de garganta. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Acalma o Shen e clareia a mente; 
. Redireciona o Qi contracorrente; 
. Dissolve a estagnação de Umidade-Calor; 
. Dispersa o Vento. 
 
7. Huizong (TA7): ponto de Alarme do meridiano do Triplo Aquecedor. 
 
Localização: no lado ulnar do Zhigou (TA6), na borda radial do músculo extensor carpo ulnar. 
Indicações: dor no braço, surdez, paralisia no braço, epilepsia. 
 
Característica 
Ponto Xi do Canal de Energia do Triplo Aquecedor. Estimular este ponto no caso de distúrbios de 
Energia do Triplo Aquecedor provocados pela parada de circulação de Energia. 
 
8. Sanjiaoshu (B22): ponto de Assentimento dorsal do Meridiano da Triplo Aquecedor 
 
Localização: 1,5 distância, lateral da borda inferior do processo espinhal de vértebra (L1/2). 
Indicações: diabete melito; anorexia; dispepsia; indigestão; diarréia;distensão abdominal; 
borborigmo; edema do corpo; oligúria e lombalgia. 
 
 
 
 
140 
Funções energéticas tradicionais: 
harmoniza o triplo aquecedor e a via da águas. 
Tonifica o Qi dos rins. 
Afasta a umidade. 
 
9. Shimen (VC5): ponto de Assentimento ventral do Meridiano do Triplo Aquecedor 
 
Localização: 2 distancias abaixo do umbigo; na linha central do abdômen. 
Indicações: distúrbios de menstruação; espermatorréia; problemas nos órgãos genitais; hemorragia 
pós-parto; dispepsia; ascite; cólica abdominal; diurese. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Tonifica o Yang Qi e o Yuan Qi; 
. Aquece o Yang Qi e o Frio; 
. Harmoniza o Qi do Aquecedor Inferior; 
. Fortalece o Qi Ancestral; 
. Tonifica o Qi e faz retornar a Energia Sexual; 
. Harmoniza e aquece o Qi do útero e da próstata; 
. Faz aumentar o Wen Qi e as funções de defesa; 
. Dispersa a Umidade e a Umidade-Frio. 
 
Tratamento pelos 5 elementos 
 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
Triplo Aquecedor TA3 VB41 TA2 B66 TA10 E36 TA2 B66 
 
 
 
 
 
 
141 
 
 
 
CHING 
Metal 
YUNG 
Água 
SHU (YUANN) 
Madeira 
KING 
Fogo 
HO 
Terra 
44 43 41 - 40 38 34 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO 
37 36 43 V/VB24 – D/B19 38 
 
 O Meridiano da Vesícula Biliar, Chao Yang da perna 
 
Este meridiano é de Yang, acoplado ao meridiano do Fígado que é Yin. Recebe energia do 
meridiano do triplo aquecedor, transmitindo-a ao meridiano do Fígado. Em relação aos cinco 
elementos, é de madeira de Yang, sendo sua mãe o meridiano da bexiga (Água) e seu filho o 
meridiano do intestino delgado (fogo). 
Possui 44 pontos de cada lado. 
 
 
 
 
142 
 
1. Trajetória 
 
Há um ramo que passa por trás e entra no ouvido, saindo pela frente da orelha no ângulo lateral do 
olho. Desse mesmo ponto, sai outro ramo que desce pelo lado medial da mandíbula, atravessa a 
região maxilar inferior do olho, e desce pelo pescoço até atingir a fossa supraclavicular. A seguir, 
acompanhado do outro ramo, desce pelo mediastino, passa pelo diafragma e liga-se com o fígado e a 
vesícula biliar. Saindo da vesícula biliar, desce pelo lado do abdomen e atinge a região inguinal e por 
trás, na região trocantérica. meridiano principal sai do ângulo lateral do olho, passa na frente da 
orelha pela lateral da cabeça, e desce pela lateral do músculo trapézio na região supra-escapular. 
Segue pela frente do ombro, ao lado do peito, desce pelo lado do tronco na região trocanteriana, 
ligando-se com o meridiano da bexiga na região da nádega. Desce pela lateral da coxa, perna e pela 
parte ântero-lateral do tornozelo até o lado dorsal do pé, passando entre o quarto e o quinto 
metatarso no quarto dedo do pé. Há outro ramo que se separa no lado dorsal do pé, passa entre o 
primeiro e o segundo metatarsos até o lado dorsal do dedão do pé e liga-se com o meridiano do 
Fígado. 
 
II. Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais 
 
A. Dor ao longo do trajeto do meridiano: enxaqueca (dor têmporo-oftálmica); dor no ouvido; 
occipitalgia; dor na nuca; dor na axila; dor no quadril, coxa e pema. 
B. No olho: perturbação da visão; conjuntivite. 
C. No ouvido: vertigem; surdez. 
D. Distúrbio do Fígado e da Vesícula Biliar: icterícia; frio e febre; dor na margem costal; boca amarga. 
E. Mental.- insônia; ansiedade; irritabilidade; irascibilidade; fobia; suspiros freqüentes. 
 
2. Sintomas e sinais de excessode energia: febre com sensação de frio; boca amarga; dor na axila 
e margem costal; irritabilidade e; icterícia; língua avermelhada; enxaqueca. 
 
3. Sintomas e sinais de deficiência energética: vertigem, tontura e vômito; perturbação da visão; 
insônia e tendência ao sonho; zumbido e surdez; fobia. 
 
III. Os pontos do meridiano da vesícula biliar 
 
1. Yanglingquan (VB34): ponto pertence ao elemento Terra 
 
Localização: 1 distância abaixo do joelho, na depressão anterior e inferior dá cabeça da fíbula, na 
fáscia do músculo perônio longo. 
Indicações: artrite ou periartrite no joelho; tendinite no na pema; dor na axila; inchaço no joelho; 
vertigem; tontura; hemiplegia; qualquer distúrbio dos tendões. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Promove a circulação Qi do Fígado e da Vesícula Biliar; 
. Ativa a circulação do Sangue nos Canais de Energia; 
. Regula a mobilidade das articulações; 
. Relaxa e fortalece os tendões e os músculos; 
. Fortalece os ossos e o joelho; 
. Dispersa o Calor (Yang excessivo) do Fígado e da Vesícula Biliar; 
. Dispersa o Vento e a Umidade-Calor das articulações do membros inferior. 
 
2. Yangfu (VB38): ponto pertence ao elemento Fogo 
 
Localização: 4 distâncias acima do ponto mais alto do maléolo externo, na borda posterior da fíbula 
em cima da fáscia do músculo perônio longo. 
Indicações: enxaqueca; espasmo muscular; sensação de frio na região lombar. 
 
 
 
 
 
 
143 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi da Vesícula Biliar; 
. Dispersa o Vento e a Umidade-Calor. 
. Harmoniza a Vesícula Biliar; 
 
3. Guangming (VB37): ponto Lo 
 
Localização: 5 distâncias acima do ponto mais alto do maléolo externo, na borda anterior da fíbula. 
Indicações: problema nos olhos; dor na perna. Atrofia do nervo óptico, dores e paralisia das pernas, 
hipocondrialgia, cegueira noturna, catarata, visão turva ou nublada, inchaço e dor nos olhos, 
enxaqueca, cegueira histérica. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Fígado, da Vesícula Biliar e do Sangue; 
. Clareia a Visão; 
. Dispersa o Vento, o Calor e a Umidade. 
 
4. Waiqiu (VB36): ponto de Alarme do meridiano da Vesícula Biliar 
 
Localização: 1 distância atrás e ao mesmo nível do ponto Yangjiao (VB35), na borda posterior da 
fíbula. 
Indicações: dor na borda lateral da perna; espasmo do músculo gastrocnemio. Dores no face lateral 
da perna, cefaléia, hepatite, paralisia e parestesia do membro inferior, contratura do músculo 
gastrocnêmio, paralisia do nervo fibular comum. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi da Vesícula Biliar; 
. Relaxa os tendões e os músculos; 
. Dispersa a Umidade-Calor do Fígado e da Vesícula Biliar. 
 
5. Xiaxi (VB43): ponto pertence ao elemento Água 
 
Localização; a frente das articulações metatarso falangeaís entre o quarto e o quinto dedos do pé. 
Indicações: zumbido; vertigem; surdez; dor no peito; dor intercostal. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi da Vesícula Biliar; 
. Dissipa o Yang excessivo do Fígado; 
. Dispersa o Calor do corpo; 
. Dispersa o Vento Perverso. 
 
6. Qiaoyin (VB44): ponto pertence ao elemento Metal 
 
Localização: 0,1 distância póstero-lateral do leito ungueal do quarto dedo do pé. 
Indicações: enxaqueca; vertigem; dor nos olhos; laringite; tendência ao sonho. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi da Vesícula Biliar; 
. Dissipa o Yang excessivo do Fígado; 
. Faz a limpeza do Fígado e da Vesícula Biliar; 
. Clareia os orifícios sensoriais; 
. Afasta o Vento-Calor. 
 
7. Linqi (do pé) (VB41): ponto pertence ao elemento Madeira 
 
Localização; na depressão entre o quarto e o quinto metatarsos. 
Indicações: febre reumática; endocardíte; mastite; conjuntivite; vertigem; lombalgia; dor nas costas e 
no peito; zumbido. 
 
 
 
 
 
144 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi da Vesícula Biliar e do Dai Mai; 
. Circula o Qi do Fígado, da Vesícula Biliar e do Dai Mai; 
. Clareia a visão e aumenta a audição; 
. Dispersa o Yang excessivo do Fígado; 
. Transforma a Umidade-Calor. 
 
8. Danshu (B 19): ponto de Assentimento dorsal do Meridiano da Vesícula Biliar 
 
Localização: 1,5 distância no lado lateral da borda inferior do processo espinhal da vertebra (D 
10/11). 
Indicações: hepatite; colecistite; dor nas costas; boca amarga; falta de apetite; náuseas; vomito e 
tuberculose pulmonar. 
 
Funções energéticas tradicionais: 
harmoniza o Qi do fígado e da vesícula biliar. 
Harmoniza a circulação do Qi e o Qi geral do corpo. 
Clareia a visão. 
Relaxa o diafragma. 
Refresca e faz a limpeza do fogo da vesícula biliar e do fígado. 
Afasta a umidade e a umidade-calor do corpo. 
Harmoniza o Qi do estomago. 
 
9. Riyue (VB24): ponto de Assentimento ventral do Meridiano do Vesícula Biliar 
 
Localização: na linha do mamilo, na borda inferior da costela, 4,5 distâncias acima do umbigo. 
Indicações: dor intercostal, epigastralgia; acides no estômago; vomito; distensão abdominal; 
hepatite; icterícia e soluço. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Fígado, da Vesícula Biliar e do Estômago; 
. Fortalece o Qi do Aquecedor Médio; 
. Redireciona o Qi contracorrente; 
. Dispensa a Umidade-Calor. 
 
Tratamento pelos 5 elementos 
 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
Vesícula Biliar VB43 B66 VB44 IG1 VB38 ID5 VB44 IG1 
 
 
 
 
 
 
145 
 
 
 
CHING 
Madeira 
YUNG 
Fogo 
SHU (IU) YUANN 
Terra 
KING 
Metal 
HO 
Água 
1 2 3 4 8 
LO ALARME TONIFICAÇÃO ASSENTIMENTO SEDAÇÃO 
5 6 8 V/F14 – D/B18 2 
 
 O meridiano do Fígado, Jue-Yin da perna 
 
Este meridiano é de natureza Yin, acoplado ao meridiano da vesícula biliar, que é Yang. 
Recebe a energia do meridiano da vesícula biliar, e a transmite ao meridiano do pulmão. 
Em relação aos cinco elementos, é Madeira, de Yin; sua Mãe é de Água (o meridiano dos rins) 
e seu Filho é de Fogo (o meridiano do coração). Possui 14 pontos de cada lado. 
 
 
 
 
146 
 
1. Trajetória 
 
Este meridiano começa no dedão do pé, pelo lado do pé entre o primeiro e o segundo metatarsos, 
passando no ponto Zhongfeng (F4), 1 polegada na frente do maléolo medial. Cruza com o meridiano 
do baço-pâncreas no ponto Sanyinjiao (BP6) acima do maléolo medial, e sobe pelo lado ântero-
medial da perna na borda medial da tíbia. Segue pelo lado medial do joelho e coxa para a região. 
genital externa e suprapúbica, onde se junta com o meridiano do Ren-Mai. Continuando sua 
trajetória, sobe pelo lado do abdôme, até a margem costal, ligando-se ao ligado e à vesícula biliar. 
Este meridiano possui um ramo que sobe atravessando o diafragma pelo lado posterior do tórax, 
esôfago, faringe; passa pela região naso-faringeal e liga-se aos olhos. Desse ramo, sai dos olhos 
atingindo a região maxilar ao redor dos lábios. O ramal do Fígado passa pelo diafragma e pulmão 
ligando-se ao meridiano do Pulmão. 
 
II. Sintomatologia 
 
1. Sintomas principais 
 
A. No aparelho urogenítal: dor no órgão genital externo; dor suprapúbica; distúrbio de menstruação; 
doenças infecciosas nos órgãos da pélvis; ptose do útero; distúrbios de micção. 
B. No olho: conjuntivite; perturbação da visão. 
C. No Fígado: dor no Figado, na região da borda costal direita; hepatrofia ou alargamento do fígado; 
febre; icterícia. 
D. Nos tendões e fáscias: tendinite; periartrite; espondilite. 
E. Na mente: irritabilidade, irascibilidade; emôtividade; insônia; tendência ao sonho; estado maníaco. 
 
2. Sintomas e sinais de excesso de energia: dor no peito; dor nos órgãos genitais; convulsão; dor 
de cabeça; conjuntivite e olhos lacrímejantes; insônia; boca amarga; irascibilidade e emotividade; 
dispepsia; náuseas e vômito. 
 
3. Sintomas e sinais de deficiência energética: tontura; perturbação da visão; zumbido; fraqueza 
nas costas e pernas; olhos secos. 
 
III. Os pontos do meridiano do fígado 
 
1. Dadun (F1): ponto pertence ao elemento Madeira 
 
Localização: 0,1 distancia acima do ângulo lateral do leito ungueal do dedão dopé. 
Indicações: hemorragia pós-parto; menorragia funcional; amenorréia; ptose do útero; dor no pênis; 
hipertrofia da próstata; uretrite; enurese; hérnia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e do Sangue; 
. Faz circular o Qi do Canal de Energia do Fígado; 
. Clareia o Shen, a mente e a visão; 
. Harmoniza a circulação de Sangue; 
. Reduz o Yang excessivo do Fígado; 
. Harmoniza o Qi do Canal de Energia. 
 
2. Xingjian (F2): ponto pertence ao elemento Fogo 
 
Localização: entre o primeiro e o segundo dedos do pé, na frente das articulações metatarso-
falangeais. 
Indicações: menorragia; menstruação irregular; dor nos órgãos genitais externos; uretrites; enurese; 
hipertrofia da próstata; hipertensão; conjuntivite; insônia; epilepsia; dor ciática. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Sangue; 
. Dissipa o Yang excessivo do Fígado e o Calor do Sangue; 
 
 
 
 
147 
. Fortalece o Qi do Sangue; 
. Clareia o Qi do Aquecedor Inferior; 
. Faz circular o Qi estagnante; 
. Acalma o Shen; 
. Dissipa a Umidade-Calor. 
 
3. Taichong (F3): ponto Shu, pertence ao elemento Terra 
 
Localização: entre o primeiro e o segundo metatarsos, atrás das articulações metatarso-falangeais. 
Indicações: dor de cabeça, tontura; dor na genitália externa- hipertrofia da próstata; hérnia; dor e 
distensão na margem costal; distúrbio nos olhos; menorragia; mastite. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e do Sangue; 
. Harmoniza o Qi e o Qi da Vesícula Biliar; 
. Redireciona o Qi em tumulto contracorrente; 
. Dispersa a Umidade-Calor; 
. Faz a limpeza do Fogo do Fígado e do Calor; 
. Refresca o Sangue; 
. Relaxa os tendões e os músculos. 
 
4. Zhongfeng (F4): ponto pertence ao elemento Metal 
 
Localização: 1 distancia a frente do maléolo, na borda medial do tendão do músculo tibial anterior 
acima da tuberosidade navicular. 
Indicações: dor no pênis; uretrite; prostatite; hérnia; lombalgia; hepatite; dor no tornozelo. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza o Qi do Fígado e faz sua difusão; 
. Faz circular o Qi no Canal de Energia do Fígado; 
. Dissipa a Umidade-Calor do Fígado e da Vesícula Biliar. 
 
5. Ligou (F5): ponto Lo 
 
Localização: 5 distâncias acima do maléolo medial; na borda póstero-medial da tíbia. 
Indicações: menorragia; leucorréia; menstruação irregular, orquite; disúria; espermatorréia; 
impotência; dor na perna; lombalgia. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e do Sangue; 
. Fortalece o Yin Qi; 
. Remove obstruções de Qi dos Canais de Energia. 
 
6. Zhongdu (F6): ponto Alarme do Meridiano do Fígado 
 
Localização: 7 distâncias acima do maléolo medial, na borda posterior medial da tíbia. 
Indicações: menorragia; hemorragia pós parto; dor abdominal suprapúbica; hérnia; dor no joelho ou 
na perna. 
 
Funções energéticas tradicionais 
. Circula o Qi do Fígado; 
. Dissipa a Umidade-Calor. 
 
7. Ququan (F8): ponto pertence ao elemento Água 
 
Localização: no fim do lado medial da prega poplítea, na borda ántero medial dos músculos 
semimembranoso e semitendinoso. 
Indicações: infecções no urogenital; ptose do útero; coceira na área genital; dor suprapúbica; dor na 
região inguinal; frigidez; periartrite no joelho. 
 
 
 
 
148 
Funções energéticas tradicionais 
. Harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e do Sangue; 
. Fortalece o Qi do joelho; 
. Dissipa o Yang excessivo do Fígado e do Canal de Energia do Fígado; 
. Tonifica e circula o Qi da Bexiga; 
. Circula o Qi do Aquecedor Inferior; 
. Relaxa os tendões e os músculos; 
. Dissipa a Umidade-Calor. 
 
8. Ganshu (B 18): ponto de Assentimento dorsal do Meridiano do Fígado 
 
Localização: 4 distancias acima do epicôndilo medial do fêmur, entre os músculos sartorius e vastus 
medial. 
Indicações: menstruação irregular; enurese noturna; dor no cóccix e no abdômen inferior. 
 
Funções energéticas tradicionais: 
harmoniza e tonifica o Qi do fígado e da vesícula biliar. 
harmoniza e faz circular o Qi 
Clareia e fortalece a visão 
faz aumentar os nutrientes do sangue 
harmoniza o sangue 
afasta a umidade e a umidade-calor do fígado e da vesícula biliar 
refresca o calor do sangue 
 
9. Quimen (F14): ponto de Assentimento ventral do Meridiano do Fígado. 
 
Localização: na borda inferior do ponto final da décima primeira costela, no lado do abdomen. 
Indicações: inchação do baço; distensão abdominal; cólica biliar; dor no lado do abdome; 
borborigmo; indigestão; diarréia e magreza. 
 
Funções energética tradicionais 
. Harmoniza a Qi do Fígado e da Vesícula Biliar; 
. Promove a difusão do Qi do Fígado; 
. Remove as estagnações de Sangue provocadas pelo Frio Perverso; 
. Dissipa o Calor Perverso e a Mucosidade do Fígado. 
 
Tratamento pelos 5 elementos 
 
ÓRGÃO HIPOATIVO HIPERATIVO 
 Tonificação Sedação Sedação Tonificação 
Fígado F8 R10 F4 P8 F2 C8 F4 P8 
 
 
 
 
 
 
149 
 
 
 
 O Meridiano do Vaso Governador - Du Mai 
 
1. Trajetória 
 
Este meridiano tem seu início no períneo, passa ao lado do ânus, chegando a extremidade do cóccix. 
Sobe, então, ao longo da coluna sacral, lombar, dorsal, cervical até atingir o crânio. O ramo 
superficial sobe pela linha vertical parietal até o nariz, descendo a seguir, pelo lado posterior da boca. 
O ramo mais profundo entra no cérebro pela nuca, saindo pelo nariz, há ainda outro ramo que sobe 
pelo períneo, passa por baixo do abdome, ligando-se a bexiga e aos rins. E o meridiano chamado 
mar da energia Yang possui 28 pontos. 
 
 
 
 
150 
 
II. Sintomatologia 
 
Du-Mai (VG) tem duas funções principais que são: 
 
a) Governar e regular a energia de Yang do corpo; 
b) Manter a resistência do corpo. 
 
Quando este meridiano apresenta algum problema, haverá espasmo e rigidez até com opistótono. Os 
sintomas principais são: dor nas costas; dor de cabeça; convulsão; epilepsia; comportamento 
maníaco; hemorróidas; hérnia; diurese; esterilidade. 
 
 Tabela dos 5 elementos 
 
Os cinco pontos Shu dos Canais de energia Yin 
 
CANAIS DE ENERGIA 
POÇO 
MADEIRA 
MANANCIAL 
FOGO 
ARROIO 
TERRA 
RIO 
METAL 
MAR 
ÁGUA 
PULMÃO 
METAL 
Shaoshang 
P11 
Yuji 
P10 
Taiyuan 
P9 + 
Jingqu 
P8 
Chize 
P5 - 
PERICÁRDIO 
FOGO 
Zhongchong 
PC9 + 
Laogong 
PC8 
Daling 
PC7 - 
Jianshi 
PC5 
Quze 
PC 3 
CORAÇÃO 
FOGO 
Shaochong 
C9 + 
Shaofu 
C8 
Shenmen 
C7 - 
Lingdao 
C4 
Shaohai 
C3 
BAÇO/PÂNCREAS 
TERRA 
Yinbai 
BP1 
Dadu 
BP2 + 
Taibai 
BP3 
Shangqu 
BP 5 - 
Yinlingquan 
BP9 
FÍGADO 
MADEIRA 
Dadun 
F1 
Xingjian 
F2 - 
Taichong 
F3 
Zhongfeng 
F4 
Ququan 
F8 + 
RINS 
ÁGUA 
Yongquan 
R1 - 
Rangu 
R2 
Taixi 
R3 
Fuliu 
R7 + 
Yingu 
R10 
+ = Ponto Mãe, usar método de Tonificação; - = Ponto Filho, usar método de Sedação 
 
Os cinco pontos Shu dos Canais de energia Yang 
CANAIS DE ENERGIA POÇO 
METAL 
MANANCIAL 
ÁGUA 
ARROIO 
MADEIRA 
RIO 
FOGO 
MAR 
TERRA 
INT.GROSSO 
METAL 
Shangyang 
IG1 
Erjian 
IG2 - 
Sanjian 
IG3 
Yangxi 
IG5 
Quchi 
IG11 + 
TRIP.AQUECEDOR 
FOGO 
Guangchong 
TA1 
Yemem 
TA2 
Zhongshu 
TA3 + 
Zhigou 
TA6 
Tianjing 
TA10 - 
INT.DELGADO 
FOGO 
Shaoze 
ID1 
Qiangu 
ID2 
Houxi 
ID3 + 
Yanggu 
ID5 
Xiaohai 
ID8 - 
ESTÔMAGO 
TERRA 
Lidui 
E45 - 
Neiting 
E44 
Xiangu 
E43 
Jiexi 
E41 + 
Zusanli 
E36 
VES.BILIAR 
MADEIRA 
Zuqiaoyin 
VB44 
Xiaxi 
VB43 + 
Zulin Qi 
VB41 
Yangfu 
VB38 - 
Yanglingquan 
VB34 
BEXIGA 
ÁGUA 
Zhiyin 
B67 + 
Tongqu 
B66 
Shugu 
B65 - 
Kunlun 
B60 
Weizhong 
B40 
+ = Ponto Mãe, usar método de Tonificação; - = Ponto Filho, usar método de Sedação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
151 
 RELÓGIO CÓSMICO OU ÔRGANICO 
 
Em todas as épocas o homem é regido pela natureza ou Tao, neste contexto podemos classificar 
os planetas, as estações do ano, o signo o seu horário de nascimento, e principalmente o controle 
biológico do ser, na China existe um príncipio que se chama 
 
Relógio Cósmico ou Orgânico e é deste príncipio que falaremos agora. 
 
Para o terapeutaformado em Medicina Chinesa, o uso e tratamento da energia é uma prática 
constante na clínica diária, por exemplo: Quando o paciente nos procura é de suma importância que 
perguntamos a ele os horários que seu organismo funciona em se tratando de eliminações 
fisiológicas, perguntar sobre o sono, sobre a fome, digestão etc, etc, etc. 
 
Porque tantas perguntas? 
 
Na verdade nós estamos investigando o seu Relógio Orgânico, ou seja a cada hora do dia nossa 
energia esta contida em um dos nossos orgãos o que os chineses chamam de circulação energética, 
por exemplo: Das 01h00 as 03h00 nossa energia deverá estar contida no Fígado, mas o ápice desta 
energia será as 02h00, das 03h00 as 05h00 nossa energia deverá estar contida no Pulmão, portanto 
o seu ápice será as 04h00 horas, das 05h00 as 07h00 nossa energia deverá estar contida no 
Intestino Grosso, portanto o seu ápice será as 06h00 horas, das 07h00 ás 09h00 nossa energia 
deverá estar contida no Estomago, portanto o seu ápice será as 08h00 horas, das 09h00 as 11h00 
nossa energia deverá estar contida no Baço/Pâncrea, portanto o seu ápice será as 10h00 horas, das 
11h00 ás 13h00 nossa energia deverá estar contida no Coração, portanto o seu ápice será as 12h00 
horas, das 13h00 as 15h00 horas nossa energia deverá estar contida no Intestino Delgado, portanto o 
seu ápice será as 14h00 horas, das 15h00 as 17h00 nossa energia deverá estar contida na Bexiga, 
portanto o seu ápice será as 16h00 horas, das 17h00 ás 19h00 nossa energia deverá estar 
contida no Rim, portanto o seu ápice será as 18h00 horas, das 19h00 as 21h00 nossa energia 
deverá estar contida no Pericárdio, portanto o seu ápice será as 20h00 horas, das 21h00 as 
23h00 nossa energia deverá estar contida no Triplo Aquecedor, portanto o seu ápice será as 22h00 
horas, das 23h00 as 01h00 nossa energia deverá estar contida na Vesicula Biliar, portanto o seu 
ápice será as 24h00 horas, e então iniciaremos todo o trajeto novamente seguindo o padrão do 
relógio orgânico ou seja das 01h00 as 03h00 nossa energia deverá estar contida no Fígado portanto 
o seu ápice será as 02h00 horas, e assim por diante. 
 
Exemplifiquei aqui o uso do Relógio Cósmico ou Orgânico para que o aluno possa no dia a dia usa-lo, 
com sabedoria, e a pergunta é como usa-lo? 
 
Quando o Terapeuta pergunta a um paciente a que horas costuma dormir, e ele responde as 23h00 
horas, em qual orgão a energia esta contida neste horário? suponhamos que ele se deita a esta hora 
mas não consegue dormir, fica rolando para lá e para cá, e além disso esta irritadisso, olhos ardendo, 
boca amarga, isso é indicativo de excesso de energia no orgão Vesicula Biliar, que passará 
inevitavelmente para o Fígado, este foi só um pequeno exemplo. Como também poderemos 
perguntar ao paciente se ele já evacuou, e ele responde que sim e você torna a inquiri-lo a que 
horas? ele responde as 09h00 horas, isso nos mostra no contexto do Relógio Cósmico ou Orgânico 
que a energia do Intestino Grosso¸ esta atrasada, isso nos indica que devemos estimular o orgão em 
questão. 
 
 
 
 
152 
 
 
1 
2
3
4
5
6
7
8
9
11
12
10
C
ID
PC
TA
F
VB
BP
E
P
IGB
R P
IG
24
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
 
 
RELÓGIO CÓSMICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
153 
 
 ACUPUNTURA CONSTITUCIONAL 
 
INTRODUÇÃO 
 
Doutrina Neo-Hipocratica, associada a Medicina Tradicional Chinesa (Acupuntura). 
 
Como Hipócrates dizia “Não há doença, mas sim doente”, eu proponho “Tratar o homem, não a 
doença”. A acupuntura constitucional, independente da sintomatologia complexa, equilibrando o 
órgão de choque Etiopatogenico de cada biotipo, recupera as alterações patológicas como faz a 
“Homeopatia Unicista”, sem tratamento sintomático da doença, com efeitos mais eficazes que outras 
condutas em acupuntura. Equilibrando o órgão de choque Etiopatogenico de cada biotipo, obtém-se o 
equilíbrio do sistema neuro-humoral, induzindo a função da Endorfina, Acetilcolina, Encefalina, 
Catecolaminas, Serotonina etc. Assim sendo, têm-se observado ótimos resultados em clínica de dor 
incluindo Lombalgia, Lombociatalgia, Fibrosite, Tendinite, Artrite, Enxaqueca, Polineurite, Distrofla 
simpática reflexa, Dor talâmica etc. Agindo no órgão de choque etiopatogênico, restaura a 
homeostase funcional dos órgãos internos, equilibrando o sistema nervoso vegetativo; assim sendo, 
tem-se obtidos bons resultados em toda patologia funcional de clinica médica, sintomatologica e 
psicossomática. A acupuntura constitucional equilibra o indivíduo emocional e psiquicamente, 
tratando assim depressão, ansiedade, tensão nervosa, angustia, neurastenia etc. O equilíbrio pela 
acupuntura significa regular o sistema imunitário, que é a força curativa natural de Hipócrates, tendo 
bons resultados nas patologias auto-imunes, reações alérgicas de hiperserisibilidade, moléstias 
infecciosas etc. 
 
O reconhecimento de muitas culturas no mundo inteiro inclui os quatro elementos nas suas tradições 
filosóficas, religiosas ou medicinais. Na maioria das tradições, postula-se uma energia primária que se 
manifesta como a corrente de energia “reduzida”, conhecida como elemento, um processo que se 
assemelha ao funcionamento de um transformador elétrico. Esta energia primária recebeu muitos 
nomes: prana, força vital, e outros. Em todas as culturas, as características essenciais desta energia 
têm sido idênticas, muito embora tenham variado os nomes, que foram dados para a força primária e 
para os próprios elementos. A antiga filosofia grega também estava baseada na doutrina dos 
elementos, que eram relacionados com as quatro faculdades do homem: moral (fogo), estética e alma 
(água), intelectual (ar), e fisica (terra). Baseado nesta idéia, Hipócrates criou sua medicina de 
patologia humoral constitucional, considerando os quatro elementos como Fogo (Bile Amarela), Terra 
(Bile Negra), Água (Fleuma), e Ar (Sangue). Posteriormente, Galeno correlacionou-os com os quatro 
“humores” que, por sua vez, deram origem aos quatro temperamentos humanos específicos: Ar 
(Sanguíneo), Fogo (Colérico), Terra (Melancólico), Água (Fleumático). 
 
No Japão, encontramos muitos exemplos relacionados com os elementos. Por exemplo, num 
pequeno tratado zen-budista sobre Bodhidharma escrito em 1004 anos a.C., os elementos são 
representados como as quatro qualidades que compõem a Criação: Luz (Fogo), Gás (Ar), Fluidez 
(Água), Solidez (Terra). Uma concepção semelhante é encontrada nas escrituras sagradas da Índia 
tal como o “Bhagavad Gita” e também na base filosófica da medicina indiana Ayurvédica. Na 
Medicina Ayurvédica, a teoria constitucional baseia-se nos quatro elementos: Ar (“Vata”), Fogo 
(“Pita”), Terra e Agua (“Kapha”). Na china, a filosofia e a medicina estão baseados no conceitos dos 
cincos elementos. “Os cinco elementos (Madeira, Fogo, Terra, Metal, e Água) descrevem todos os 
fenômenos da natureza. E um simbolismo que se aplica igualmente ao homem” (Su Wen). 
 
Estes cinco elementos estão intimamente correlacionados com os quatro elementos ocidentais, 
acrescentando a existência do Éter. Pela tradição menciona o quinto elemento, uma vez que ele 
(éter) é realmente distinto dos outros. Na medicina oriental, desde a antiguidade mais remota, já 
haviam sido elaborados conceitos semelhantes (Nei Ching, Ling shu, capitulo 72), baseados tanto na 
filosofia (a teoria do Yin Yang e a dos cinco elementos) como na terapêutica medicinal, cuja finalidade 
era manter em harmonia o equilíbrio energético do ser humano, De acordo com esta teoria, existem 4 
tipos básicos de constituição (Tai Yang, grande yang, Shao Yang, médio yang, Tai Yin, grande yin e 
Shao Yin, médio yin) com características fisicas e psíquicas semelhantes e de desequilíbrio funcional 
próprio de cada tipo. 
 
 
 
 
154 
 
Entretanto, as escolas posteriores da China não reconheceram os valores e o significado desta teoria, 
que acabou sendo desprezada e desconhecida, assim como outrassabedorias antigas, como a 
“Pulsologia (esfigmologia) e o pulso Carotídeo Radial” (cap. 9 Ling shu), que já foi transmitida através 
do Livro “Acupuntura Médica” (Dr. Eu Won Lee). No século XIX, um grande mestre coreano, Dr. Je 
Ma Lee, conseguiu desenvolver a Etiopatogenia e o órgão de choque para cada biotipo, que ainda 
não estavam esclarecidos (cap. 72, Ling Shu), estabelecendo também o tratamento pela acupuntura 
e ervas medicinais para cada biotipo. 
 
Como herdeiro desta sabedoria (Dr. Eu Won Lee), veio ao Brasil com o objetivo de transmitir essas 
idéias inovadoras e colocá-las em prática. Através de longa pesquisa, tanto na medicina oriental 
como na ocidental e das observações clínicas em mais de dez mil casos, chegou a conclusão de que 
as idéias de Nei Ching são idênticas as de Hipócrates. Assim conseguiu integrar as idéias originais da 
medicina grega hipocrática à medicina oriental, e completar a teoria de patologia humoral hipocrática 
agregando a etiopatologia e o órgão de choque para cada biotipo, como mostramos a seguir: 
 
 
 
Correlação do Elemento 
Grego e o elemento Chinês 
 
Elemento Grego 
 
Elemento Chinês 
Órgão de Choque 
Etiopatogênico 
 Terra Madeira Fígado/Vesícula 
Biliar 
 Fogo Fogo Coração/Intestino 
Delgado 
 Éter Terra Baço/Pâncreas 
Estômago 
 Ar Metal Pulmão/Intestino 
Grosso 
 Água Água Rim/Bexiga 
 
 
 
Órgão de Choque 
Etiopatogênico da Tipologia 
Neo-Hipocrática 
 
Neo-Hipocrático 
 
Hiperfunção 
 
Hipofunção 
 Neo-Sanguínio Pulmão/Intestino 
Grosso 
Fígado/Vesícula 
Biliar 
 Neo-Colérico Coração/Intestino 
Delgado 
Rim/Bexiga 
 Neo-Melancólico Fígado/Vesícula 
Biliar 
Pulmão/Intestino 
Grosso 
 Neo-Fleugmático Rim/Bexiga Coração/Intestino 
Delgado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
155 
 
 
Diagrama da Filosofia da Medicina Hipocrática 
 
Colérico 
Bile Amarela 
Fogo 
 
 
 
 
 Sangue Bile Negra 
 Ar Calor Secura Terra 
 Sanguínio Umidade Frio Melancólico 
 
 
 
 
 
 Água 
 Fleuma 
 Fleumático 
 
À medicina grega era praticada nos templos sob a forma empírico-religiosa; revista pela crítica 
filosófica-racionalista dos pensadores pré-socráticos, retomada pelas escolas jônicas e sicilianas, 
para desaguar no vasto conjunto de conceitos, normas e noções que, sob a égide de Hipócrates, 
constitui fenômeno cientifico-cultural ímpar e destacado de tudo quanto a humanidade produzira 
antes. O conceito do Corpus Hippocraticum tem sido diversamente avaliado tanto na autoria quanto 
no seu alcance doutrinario, cabendo a este último a denominação de hipocratismo. Deixaria de ser a 
dádiva generosa dos deuses ou a recompensa pôr eles concedida em paga de individuais méritos, 
para se tornar o estado de equilíbrio, a isonomia de Alcmeon. Esse equilíbrio, contudo, não se exercia 
no vácuo, exigia substrato material. A matéria era formada pelos elementos considerados como seus 
unicos componentes. Pouco importa tenha sido a água, o fogo, a terra, ou o ar, isolado ou em 
conjunto, o princípio; o que conta é terem os filósofos fugidos das vontades místicas e arbitrárias para 
atribuir as substâncias materiais, as qualidades fundamentais da edificação do mundo fisico (fisis). A 
extensão dessas especulações a medicina trouxe a teoria dos quatro elementos com seus atributos. 
O diagrama da página anterior mostrará melhor a correlação dos quatro elementos e servirá para 
patentear o quão engenhosa é essa concepção. A proporção conveniente dos humores (Sangue, 
Fleuma, Bile amarela e Bile negra) acarretaria o estado de saúde, enquanto a moléstia seria devida 
ao seu desequilibrio. Compreende-se tenham os gregos se convencido da real existência desses 
humores; pois, quando há uma contusão o sangue não aparece? A tosse não elimina a Fleuma 
(catarro)? Os colágogos não tornam as fezes escuras pela bile negra? E os vômitos não vêm com a 
bile amarela para tingi-los? A simplicidade dessa teoria e de sua aplicabilidade geral e, 
principalmente, a ausência de conhecimentos capaz de explicar melhor os fatos da observação veio 
dar a mesma, duradoura voga. A doutrina estendeu-se a explicação dos sintomas, ao funcionamento 
das vísceras, e as virtudes dos remédios. 
 
Força Enfiton Termon 
Calor Inato - Jing Qi Inato 
Incorporada aos ensinamentos hipocráticos, a teoria humoral serviu de escudo capaz de resistir as 
habituais concepções místico-religiosas; para Hipócrates, porém, os humores não seriam suficientes 
para esclarecer tudo; uma força propulsora (Qi) era exigida para mantê-los em atividade, expulsá-los 
ou reequilibrá-los se perturbados nas suas proporções relativas. 
 
 
 
 
156 
 
O Coração quente é resfriado pela respiraçao do Pulmão: 
O Metal do Pulmão suprime o Fogo do Coração. 
 
Essa força foi denominada calor inato (enfitontermon) e achava-se situada no ventrículo esquerdo do 
coração, segundo Hipócrates. Eis pôr que, dizia, é o coração tão quente e precisa ser resfriado pela 
respiração. A noção do calor inato tem suas raízes ligadas ao fogo sagrado das religiões no sentido 
de um componente natural do homem (da sua fisis); como natural, também, seria a tendência para a 
cura das moléstias. Um dos mais interessantes livros da coleção hipocrática menciona ares, águas e 
lugares. Littre, ao comentá-lo, reconhece-o como a primeira exposição clara acerca das repercussões 
do “meio” sobre o “indivíduo”. É aí onde se encontram os primórdios da doutrina biotipológica e o 
início da patologia constitucional. 
 
Pneuma como Ar Zong Qi 
Hipócrates refere ao pneuma como o ar que penetra não apenas pela boca e pelo nariz, mas também 
pelos poros, e que serve para alimentar, impulsionar, refrigerar e vivificar, que se confunde com o 
calor inato. Essa noção, de origem estóica, foi explorada pela Escola Pneumática. A teoria humoral 
ensejou a criação de diversas expressões ainda em uso na terminologia médica. Assim, o humor que 
se acumulasse para determinar uma doença local era apostase; se houvesse mobilização para outro 
ponto, a metástasis; a mistura anormal dos humores era a discrasia, pois a boa mistura era crasis; 
sua força dinamis (dinâmico), e sua quantidade plethos (pletórico) passava a sepsis (septico), quando 
a corrupção o transformava em pus, piógeno. 
 
O diagnóstico hipocrático seguia metodicamente o roteiro: exploração sensorial (aesthesis), a 
comunicação (logos), e o raciocínio (logismos). O empenho maior era ao diagnóstico e ao 
prognóstico, ficando a terapêutica, com excluão da cirúrgica (feridas, luxações e fraturas) onde mais 
ativa, reduzida a dieta e ao repouso combinados com sangrias, eméticos e perguntas para as 
moléstias internas. 
 
OS QUATRO ELEMENTOS DOS ANTIGOS GREGOS 
 
As ciências antigas formulavam um conceito que podia abranger tudo, inclusive a metafísica. Ao 
contrário, a ciência experimental e analítica de hoje ficou dividida em muitos setores da 
especialização, com o máximo de análise e detalhes formando o que Fritjof Capra chama de 
Paradigma Revolucionista-Mecanicista Newtoniano Cartesiano, perdendo a visão unitária e 
global do edificio do conhecimento humano. Há uma grande diferença entre a ciência antiga e a 
ciência moderna. Enquanto a ciencia antiga formulava um conceito que podia abranger tudo do ponto 
de vista sintético, intuitivo e metafisico, a ciência atual é experimental e analítica. É a mesma 
diferença que havia entre o método indutivo de Aristóteles e o método dedutivo, Platônico. 
 
Na Jônia, na costa egéia de Anatólia, no século VI antes de Cristo, ficava a cidade de Mileto, berço 
da filosofia natural. Era uma das cidades mais adiantadas e cultas do mundo grego. Nela viveram e 
floresceram filósofos famosos: Thales, Anaximandro, Anaximenes, Pitágoras eParmênides. 
 
Empédocles de Agrigento, na Sicilia, que sucedeu a Parmênides, na Grécia ocidental, adotou como 
princípio fundamental os quatros estados da matéria. Ele sustentava que havia duas forças que 
provocarn o movimento das coisas, o amor e o ódio. O amor tende a fundir em um os quatro 
elementos, fogo, terra, ar e água. O ódio, ao contrário, tende a separá-los, O ciclo da natureza faz-se 
sob a ação destas forças, Ele uniu as suas idéias cosmológicas a uma teoria da percepção sensorial. 
A percepção sensorial podia se explicar pela mistura de tais elementos, o fogo se reconhece pelo 
fogo, a água pela água, e assim sucessivamente. A possibilidade da transformação e do movimento 
era dividida a esses quatro princípios fundamentais. 
 
Para Empédocles valia o sentido psicológico que permitia reconhecer o sentido fisico. Dizia ele que é 
pelo fogo intemo que se reconhece o fogo fisico e externo. Para ele a palavra elemento tinha um 
conceito completamente diferente do conceito da química moderna. Os antigos não tinham 
laboratório e nem tampouco os preocupava a questão da última matéria, tal como mais tarde veio a 
ocorrer com Lavoisier lhes importava a tabela periódica de Mendeleev. 
 
 
 
 
 
157 
 
Desde o século XII inciou todo um processo de reagregação do conhecimento dos antigos que 
retornou a Europa através dos árabes e cruzadas, principalmente os templários, que divulgaram 
inclusive os textos de Aristóteles. Mas como se tinha perdido o fio da meada; vários conceitos não 
foram compreendidos na época, em seu verdadeiro significado original. 
 
Assim aconteceu igualmente com o conceito de elemento que ainda em astrologia, quando se fala em 
signos de fogo, signos de terra, signos de ar e signos de água. Na época de Lavoisier, mesmo os 
defensores da teoria quatro elementos já não entendiam mais o significado profundo dos conceitos 
dos antigos, como é o caso de Jean Baptiste Van Helmont, no século XVIII. A teoria deste era de que 
a agua gerava a terra. Para demonstrar isto ele apanhou um vidro sem conter terra, com água 
destilada e com uma planta dentro. De tempo em tempo, ele media a quantidade de matéria sólida 
que tinha aparecido na água. De fato, ele conseguiu uma pequena quantidade de resíduos sólidos. 
Com isto pensou ter demonstrado que a água gerava terra. Mais tarde Lavoisier demonstrou que esta 
teoria de Van Helmont estava errada, porque os resíduos sólidos eram silício desprendido das 
paredes do recipiente de vidro. Pôr aí se ve que o próprio defensor da teoria tomava o conceito de 
elemento no sentido da química moderna. Ele também não percebeu a dimensão mais ampla do 
conceito de elemento tal como os antigos usavam. Nem os defensores nem os adversários 
entendiam mais o antigo conceito dos antigos. 
 
AS QUALIDADES PRIMITIVAS DE ENERGIAS 
 
Antes de estudar os elementos precisamos saber o que os antigos queriam dizer quando se referiam 
às quatro qualidades primitivas. 
 
Universo é Uno Versum 
 
A teoria antiga diz que, no princípio, o Uno se manifestou a forma de universo em termo de dualidade, 
isto é, os pares de antagonistas. As qualidades primitivas de quente e frio e de úmido e seco formam 
quatro adversários, cujas propriedades se expressam com estes termos. 
 
Dois destes antagonistas se unem numa combinação formando um elemento. Uno e Tao. Estas 
qualidades se combinam duas a duas para formarem os elementos fogo, terra, ar e água. O quente e 
o seco formam o elemento fogo; o seco e o frio formam o elemento terra; o quente e o úmido formam 
o ar; o frio e o úmido formam a água. A teoria dos elementos resulta, portanto, da combinação das 
qualidades primitivas. Pôr sua vez, os elementos se combinam entre si e as composições e 
transformações das qualidades primitivas e dos elementos vão dar origem aos corpos que, pôr sua 
vez, tem como causa determinantes as leis universais de atração e repulsão, isto é, a lei da 
Dualidade. 
 
Empédocles considerava o fogo, a terra, o ar e a água como a raiz de todas as coisas e, que o ódio e 
o amor provocam o movimento das coisas. O amor tende a fundir os quatro elementos num só, e o 
ódio tende a separá-los. Sob a ação destas duas forças, a natureza compõe os seus ciclos. Os 
elementos se formam pela combinação de um par dessas qualidades primitivas. Assim o elemento ar 
é formado pela combinação das duas qualidades primitivas quente e úmido. Cada participante 
constitui o complemento natural do outro. Ambos atuam entre si e têm a tendência de gerar a 
compensação de um par dessas qualidades primitivas. Assim o elemento ar é formado pela 
combinação das duas qualidades primitivas quente e úmido. Cada participante constitui o 
complemento natural do outro. Ambos atuam entre si e têm a tendência de gerar a compensação 
mútua. 
 
As qualidades gerais das atividades dos quatro princípios são: 
 
Quente: expansão, movimento. 
Seco: tensão e rigidez. 
Frio: retração, adesão. 
Úmido: elasticidade, fluidez. 
 
 
 
 
158 
 
OS QUATRO ELEMENTOS GREGOS 
 
Na composição dos elementos entram dois desses quatro participantes: 
 
Fogo: expansão, movimento (quente); tensão, rigidez (seco); 
Terra: tensão, rigidez (seco); adesão, retração (frio); 
Ar: expansão, movimento (quente); fluidez, elasticidade (úmido); 
Água: adesão, contração (frio); fluidez, elasticidade (úmido). 
 
Fogo grego corresponde ao elemento Fogo Chinês 
 
De maneira mais ampliada podemos dizer: 
Fogo (quente e seco). Significa impaciência, despreocupação, esperança, extrema confiança em si 
mesmo, orgulho, opulência, atropelo, veemência, cólera, desconsideração, ardentes paixões, 
arrebatamentos, entusiasmos, o instinto, o espírito de pioneirismo, natureza dominadora, 
combatividade, despotismo, base intelectual para crer e afirmar. O móvel principal é a ambição; 
formas psíquicas, resultantes das combinações das qualidades de quente e seco, são atividades 
exageradas de vitalização e metabolismo agitado. 
 
Terra grega Corresponde ao elemento Madeira Chinês 
 
Terra (seco e frio). Significam aplicação, esforço, paciência, obstinação, prudência, rigidez das 
opiniões, espirito conservador, concentração mental, reflexão, razão e capacidade para examinar, 
espírito agitado; sua fórmula é duvidar, negar; o indivíduo vê antes de tudo o divisório, o separador, 
as diferenças, a análise. Agradam-lhes as combinações, o mecânico, o exato. Pensamento teórico 
com um sistema de princípios; regras fixas e tirania espiritual, rigor, fanatismo, egoísmo, atitude 
egocêntrica, anelo predominante e o saber abarcando tudo, desde a curiosidade para as coisas mais 
insignificantes da vida cotidiana até as investigações científicas mais profundas. Fixação e retenção 
dos produtos do metabolismo; petrificação. 
 
Ar grego corresponde ao elemento Metal Chinês 
 
Ar (quente e úmido). Indica mobilidade nas idéias, desejos, sentimentos, elasticidade do espírito e do 
caráter, impulsos vivos, ambição nobre, intuição e dom inventivo, sutileza, intrigas, discórdias, reação 
viva frente a excitações exteriores, emoções superficiais, excitáveis; concepção e sentimentos 
artísticos, habilidade, espírito livre e liberal. O ar facilita o tato, mudanças de objetivos no plano 
sentimental e tendência a distração. Paixão primordial é o amor; nutrição, renovação, reprodução. 
 
Água grega corresponde ao elemento Água Chinês 
 
Água (úmido e frio). Indica natureza branda, indolente, incapaz de esforços energéticos e de atos 
volitivos, que se deixa levar; inatividade fisica, tranquilidade, o silêncio e a paz, amar a sua 
comodidade; teme a obrigação, concede grande importância ao sentimento, predileção ao romântico, 
entrega-se aos sonhos, melancolias, fantasia, paixão predominante, prosperidade material, 
hipertendências os elementos aquosos e alburninosos das glândulas. 
 
O texto foi extraído do Livro Acupuntura Constitucional Universal 
de Autoria do Dr. EU WON LEE. 
 
 
 
 
 
 
 
159 
 
 
 TIPO I - NEO SANGUÍNIO 
 
 
 
1ª. Tipologia Neo-Hipocrática 
 
BiótipoI - (Tipo 1) 
 
Características Físicas (baseado no Nei Ching) 
 
- ombro largo, cintura fina proporcionalmente 
- tórax bem desenvolvido 
- testa larga 
- brilho muito intenso nos olhos 
 
Excesso de elemento Ar (Hiper-Energia de Pulmão) 
 
Aqueles que têm uma ênfase excessiva no elemento ar possuem uma mente demasiadamente ativa, 
que deve ser guiada e controlada. Esse é o tipo de pessoa que “vive dentro da sua cabeça”, e se 
houver pouca terra e pouco fogo para motivá-la e pôr os seus ideais em prática, ela poderá mexer 
amadoristicamente com todos os tipos de curiosidades sem chegar a resultados ou sem desenvolver 
muita profundidade em si mesma. Essas pessoas podem fazer qualquer coisa sem uma reflexão 
prévia, o que as leva, em casos extremos, a uma paralisia da vontade e a desordens psicológicas 
graves. A mente pode fazê-las fugir da realidade às vezes, levando-as para um mundo de imaginação 
e de esplendor conceituado, ou para um senso de realidade totalmente fora de contato com o que é 
possível. Com uma disciplina mental adequada, esse tipo pode ser um inovador no mundo do 
pensamento. Ele amiúde tem uma habilidade especial para coordenar atividades com diversos tipos 
de pessoas. Fisicamente, tal espécie de pessoa pode estar tão fora de contato com seu corpo que 
deixa a mente arrebatá-lo até chegar a um ponto de exaustão total. O sistema nervoso é altamente 
ativado e extremamente sensível, mas essas pessoas esgotam sua energia nervosa muito mais 
depressa do que as de tipos diferentes, uma vez que a usam mais rapidamente. Um período 
repousante de recuperação ou de meditação é necessário para que o sistema nervoso se recarregue 
e impeça que a mente a arraste a um estado de exaustão psíquica. Para esses tipos é necessário 
 
 
 
 
160 
haver uma mudança periódica de cenário, um afastamento do trabalho costumeiro e dos deveres 
domésticos para que a mente possa sair da sua rota absorvente de preocupações, reconsiderações e 
planos infindáveis. 
 
2. Falta de Elemento Terra (Hipo-Energia do Fígado) 
 
Aqueles que têm muito pouca energia no elemento terra não são naturalmente sintonizados para o 
mundo físico, corpo físico, ou com as limitações e exigências para a sobrevivência no plano material. 
Portanto eles podem ser aéreos, “lançados no espaço”, pois não são baseados na atual realização, 
aqui e agora, de dependência de coisas materiais como comida, dinheiro, abrigo e outras 
considerações práticas. Tal pessoa freqüentemente pode ignorar as necessidades de sobrevivência 
do mundo material e tende a lutar contra o fato de ser adulto e ter de se adaptar as duras 
necessidades, até que seja forçada a fazê-lo pela pressão da realidade que ela prefere ignorar. Esta 
falta de contato com o mundo material e com a dimensão física de realidade pode levar a pessoa a se 
sentir totalmente fora de luta neste mundo, sem bases ou raízes que possam lhe dar suporte e 
firmeza nos seus esforços para se expressar. Freqüentemente ela se sente como se não tivesse 
lugar para ficar, e não se enquadra em nenhum nicho de estrutura da sociedade e freqüentemente 
acha difícil encontrar um trabalho satisfatório na vida. Esta sensação de estar fora de lugar no mundo 
freqüentemente conduz essas pessoas a procurarem uma experiência direta com alguma dimensão 
da vida que pareça a mais real para elas, como ser ativo no mundo da imaginação ou se dedicar a 
uma busca espiritual a fim de transcender as limitações do mundo material definitivamente. Por outro 
lado, esta falta de elemento terra pode ter alguns efeitos muito proveitosos, pois a pessoa não aceita 
limites para aquilo que é possível, quer espiritualmente, quer nos seus esforços criativos. A 
imaginação pode se tomar um estado de turbulência e às vezes pode levar até a resultados frutíferos, 
mas somente quando o indivíduo tenha, pelo menos, aprendido a aceitar as necessidades básicas da 
vida terrestre. A falta de elemento terra também pode levar o indivíduo a ignorar as exigências do 
corpo físico. Para essas pessoas as suas necessidades físicas parecem ser mais secundárias; se 
realmente são consideradas de alguma maneira, por essa razão freqüentemente se esquecem de 
comer, de fazer exercícios e de repousar a intervalos regulares. Freqüentemente apresentam um tom 
de pele descorado e doentio, uma indicação de que a energia vital não está fortemente abastecendo 
o veículo físico, ao passo que aqueles com uma grande ênfase no elemento terra freqüentemente 
possuem a pele especialmente oleosa, ativa, com boa textura e boa cor. Aquela com a falta de 
elemento terra pode se beneficiar imensamente cultivando coincidentemente um cronograma regular 
nas suas vidas, separando períodos definidos para comer relaxadamente, para se excitar 
moderadamente e para ter um repouso suficiente. Em outras palavras, aceitando conscientemente as 
limitações do mundo físico, elas podem dominá-las utilizando a força sustentadora da terra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
161 
 
 
 
 
ALIMENTOS DO TIPO I 
 
 
 
0 - Abóbora
0 - Acelga
0 - Açucar Mascavo
0 - Alface
0 - Alga Marinha
0 - Alho
0 - Arroz Branco
0 - Arroz Integral
0 - Azuki
0 - Banana
0 - Batata
0 - Batata Doce
0 - Beringela
0 - Peixe Bonito
0 - Camarão
0 - Caqui
0 - Cebola
0 - Cebolinha Verde
0 - Cevada
0 - Chocolate
0 - Couve
0 - Espinafre
0 - Feijão Preto
0 - Feijão Roxo
0 - Gengibre
0 - Laranja
0 - Lula
0 - Milho
0 - Morango
0 - Frutos do Mar
0 - Peixe de Carne Branca
0 - Pepino
0 - Pêra
0 - Pescada
0 - Pêssego
0 - Pimenta Vermelha
0 - Repolho
0 - Siri
0 - Soja
0 - Tomate
0 - Uva
x - Pimenta do Reino
x - Ovos
x - Nabo
x - Mostarda
x - Melão
x - Melancia
x - Mel de Abelha
x - 
x - Leite
x - Gergelin
x - Feijão Branco
x - Farinha Integral
x - Farinha Branca
x - Erva Doce
x - Cenoura
x - Carne Suína
x - Carne Bovina
x - Arroz Pegaso
x - 
x - Amendoin
x - Ameixa
x - Frango
Maçã
Açúcar Branco
Alimentos 1. 0 - Alimentos Benéficos - x - Alimentos Maléficos
 
 
 
 
 
 Sedar – C8 – P5 – R10 – P10 – PA ID5 – VB43 
 Tonificar – R10 – F4 – P8 – F8 – PA IG2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P
IG
BP
E
R
B
C
ID
F
VB
Tipo I
Tai Yang
Sanguinio
 
 
 
 
162 
 
 
 TIPO II - NEO COLÉRICO 
 
 
 
2ª.Tipologia Neo-Hipocrática 
 
Características Físicas (baseado no Nei Ching) 
 
- tórax bem desenvolvido’ 
- tronco curto, pernas compridas porporcionalmente 
- possui brilho nos olhos 
- pele clara, seca, não muito macia 
- voz clara e aguda 
 
Biótipo II - (Tipo 2) Excesso de Elemento Fogo (Hiper-Energia do Coração e Estômago) 
 
O elemento fogo exemplifica a decisão, a grande fé em si mesmo, o entusiasmo, uma força sem limite 
e uma honestidade direta. Precisa de uma grande dose de liberdade para poderem se expressar de 
forma natural, e normalmente garantem esse espaço para si mesmos por meio da insistência 
incansável nos seus pontos de vista. Sua vontade de ser e de se expressar livremente é quase 
infantil pela sua simplicidade; uma qualidade que embora às vezes pareça cativante aos outros, pode 
parecer ofensiva àqueles que são mais cautelosos e sensíveis. Ademais, ênfase em fogo é raramente 
percebida como um problema pelo indivíduo, até que seja tarde demais para fazer alguma coisa a 
respeito. A pessoa dessa ênfase poderá se “consumir” no fogo da sua própria atividade, deixando o 
corpo esgotado, especialmente quando há abuso de álcool ou drogas. Eles tendem a ser 
excessivamente ativos, inquietos e bastante faladores a respeito de alguma ocorrência do mundo, 
sendo preocupados em fazer com que alguma coisa aconteça. O fogo em excesso também pode 
conduzir ao problema de relacionamento com os outros, pois a impulsividade, a auto-identificação e o 
desejo de agir diretamente, a qualquer custo, podem causar um modo extremamente insensível e 
grosseiro de abordar as outras pessoas. 
 
Sob aflição, este desequilíbrio torna-se descontrolado e provoca aqueles que têm ênfasede fogo, 
tornando-os violentos, turbulentos, extravagantes, exagerados, apaixonados, intranqüilos, 
demasiadamente confiantes e auto-indulgentes. Adquirem características primitivas e tendência 
marcante de exaltação egocêntrica, do convencimento, das vaidades e amor a pompa, da grandeza e 
 
 
 
 
163 
da auto-valorização. No melhor dos casos, aqueles que sintonizam fortemente com o fogo são 
pessoas dinâmicas e automotivadas, ativas, agitadas, nervosas, explosivas, impacientes. Embora 
não tolerem a injustiça, tais indivíduos têm a característica de não guardar raiva, rancor ou mágoa de 
ninguém, esquecendo-se facilmente do que lhes desagradou. 
Freqüentemente iniciam e promovem novos empreendimentos, projetos e aventuras idealistas, que 
exigem dedicação, coragem e muita energia. 
 
2. Falta de Elemento Água (Hipo-Energia do Rim) 
 
Pouca ênfase sobre o elemento água pode se manifestar como uma extensa variedade de problemas 
psicológicos, emocionais e físicos. A maioria das pessoas que carecem de afinação com a água e 
tem grande dificuldade para penetrar nos sentimentos dos outros com a empatia e a compaixão, 
assim como se colocar em contato com os seus próprios sentimentos e necessidades emocionais, 
isso não significa que sejam, em todos os casos, destituídas de sensibilidade, mas sempre têm 
problemas quando lidam com seus próprios sentimentos; para elas, o mundo das emoções parece 
ser uma terra estranha e cheia de grandes perigos, que pode ser mais perturbadora do que benéfica. 
Em casos extremos, podemos encontrar pessoas com tal desequilíbrio, que são frias, 
desapaixonadas e insensíveis. Tais indivíduos são notados pela falta de simpatia e raramente têm um 
bom relacionamento emocional com os outros. Tendem a desprezar os sentimentos dos outros, 
considerando-os sem importância, e são incapazes de ver neles aquilo que não podem aceitar em si 
mesmos. Nos seus esforços para alcançar a auto-suficiência emocional negam, ao mesmo tempo, 
sua própria natureza emocional, o que pode levar a uma dependência inconsciente dos que 
expressam sentimentos. A falta do elemento água também se manifesta como uma desconfiança 
inata do conhecimento intuitivo. Em alguns casos, o principal problema emocional dessas pessoas é 
que não confiam nem um pouco em si mesmas, uma vez que desprezam prontamente os próprios 
sentimentos como se fossem coisas incômodas e sem importância. Com muita freqüência, as 
pessoas que têm falta do elemento água resiste a todos os esforços feitos para tirá-las do seu vácuo 
emocional, ao mesmo tempo em que tateiam procurando apoio e fazem gestos semi-inconscientes na 
direção dos outros, gestos que revelam sua opinião, seu medo ou sua infelicidade interior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
164 
 
ALIMENTOS DO TIPO II 
 
 
0 - Abóbora
0 - Acelga
0 - Açucar Mascavo
0 - Alface
x - Alga Marinha
0 - Alho
0 - Arroz Branco
0 - Arroz Integral
0 - Azuki
0 - Banana
x - Batata
x - Batata Doce
0 - Beringela
0 - Peixe Bonito
0 - Camarão
0 - Caqui
x - Cebola
x - Cebolinha Verde
0 - Cevada
0 - Chocolate
0 - Couve
0 - Espinafre
0 - Feijão Preto
0 - Feijão Roxo
x - Gengibre
x - Laranja
0 - Lula
x - Milho
0 - Morango
0 - Frutos do Mar
x - Peixe de Carne Branca
0 - Pepino
0 - Pêra
x - Pescada
0 - Pêssego
0 - Pimenta Vermelha
0 - Repolho
0 - Siri
0 - Soja
0 - Tomate
0 - Uva
x - Pimenta do Reino
x - Ovos
x - Nabo
x - Mostarda
0 - Melão
0 - Melancia
x - Mel de Abelha
x - 
x - Leite
x - Gergelin
x - Feijão Branco
0 - Farinha Integral
x - Farinha Branca
x - Erva Doce
x - Cenoura
x - Carne Suína
x - Carne Bovina
x - Arroz Pegaso
x - Amendoin
x - Ameixa
x - Açucar Branco
x - Frango
Maçã
Alimentos 2. 0 - Alimentos Benéficos - x - Alimentos Maléficos
 
 
 
 
 
 
 Tonificar – R7 – P8 – BP3 – R3 – PA. IG11 – B67 
 Sedar – E45 – IG1 – E43 – VB41 – PA. ID8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipo II
Shao Yang
Colérico
C
ID
BP
E
F
VB
P
IG
R
B
 
 
 
 
165 
 
 TIPO III - NEO MELANCÓLICO 
 
 
 
3ª. Tipologia Neo-Hipocrática 
 
Características Físicas (baseado no Nei Ching) 
 
- pescoço bem desenvolvido 
- tronco comprido, perna curta proporcional 
- tórax não muito desenvolvido, cintura e barriga proeminente 
- esqueleto grosso 
- mãos e pés grandes e úmidos 
- pele e musculatura concistente 
- muita transpiração 
 
Biótipo III - (Tipo 3) Excesso de elemento Terra (Hiper-Energia do Fígado) 
 
A sintonia com este elemento terra, indica que o indivíduo esta em contato com os sentidos físicos e 
a realidade aqui e agora do mundo material. As pessoas do elemento terra tendem acreditar mais em 
seus sentidos e razão prática do que em inspirações, considerações teóricas ou intuições de outros 
elementos. Eles estão sintonizados com o mundo da “formas” que os sentidos e a mente prática 
tomam como real a sua compreensão inata, de como o mundo material funciona; observam-se nos 
biótipos de elemento terra mais paciência e autodisciplina do que outros tipos. Aqueles com ênfase 
excessivamente grande no elemento terra, tendem a confiar demais nas coisas conforme elas 
aparentam ser. Podem ter uma visão estreita, uma preocupação obsessiva com aquilo que 
“funciona” mais do que com aquelas idéias que eles deveriam procurar. Comumente pode haver uma 
acentuada falta de imaginação. Eles têm muita preocupação na eficiência prática e ênfase material 
em detrimento dos princípios teóricos e éticos, Para essas pessoas, é fácil perder as perspectivas 
das suas próprias ações e das implicações finais dos seus métodos de operação. 
 
Naturalmente, aqueles com grande afinação, com o elemento terra darão uma notável demonstração 
de força e de eficiência em quase todos os aspectos, e assim eles precisam canalizar suas energias 
especificamente nos trabalhos que se lhes apresentam como desafios. Mesmo assim, o mundo do 
trabalho e de negócios muitas vezes tende a dominar as suas vidas totalmente; em decorrência disto, 
podem ter a sua autoconfiança e seu valor próprio ameaçado quando ocorrer uma mudança 
imprevista em suas atitudes vocacionais. É comum a presença de um cinismo peculiar ou de um 
 
 
 
 
166 
ceticismo nessas pessoas, como uma qualidade da mente que surge quando não têm um ideal ou 
uma inspiração que possa dar significado as suas vidas. 
 
2. Falta de elemento Ar (Hipo-Energia do Pulmão) 
 
Aqueles que têm pouca ênfase no elemento ar, raramente percebem que isso é grave, porque estão 
demasiadamente envolvidos nas ações, nas sensações e nas preocupações materiais, para poderem 
considerar as implicações dos seus envolvimentos. 
 
Todavia, justamente esta falta de percepção e de capacidade para refletir sobre a vida é que cria 
problemas para tais pessoas. Elas dificilmente se desligam das suas ações pessoais, disso 
resultando que amiúde carregam o fardo de envolvimento que não foram suficientemente analisados 
de antemão, ou de insatisfações nos relacionamentos íntimos, originados da falta de habilidade para 
colaborar efetivamente. O elemento ar é uma qualidade unificadora e capacita a pessoa a se ajustar 
fácil e rapidamente a idéias novas e a diferentes tipos de pessoas. Aqueles a quem falta esta 
afinação têm, naturalmente, dificuldade para se adaptar a idéias novas e consequentemente a novas 
pessoas. Isso pode levá-los a desconfiar de qualquer outro que pareça muito “original e criativo 
intelectualmente”; aqueles que carecem desta afinação dificilmente conseguem ter uma perspectiva 
de si mesmos e para eles não é fácil refletir com base num ponto de vista objetivo. Via de regra essas 
pessoas não se analisam e são notadas por seu poder de raciocínio e pela clareza de sua expressão. 
As vezes, o sistema nervoso é débil e a falta de habilidade para se ajustar rapidamente as idéias 
novas pode, em alguns casos, provocar problemas psicossomáticos. Estas pessoas podem ter 
reações violentas quando ouvem uma idéia que não conseguemassimilar mental e emocionalmente. 
Suas reações físicas as idéias não assimiláveis, ou a novos tipos de pessoas, chocam-nas a tal ponto 
que ficam fisicamente doentes, ou então insultam de uma maneira irracional, num esforço para 
eliminar a fonte deste pensamento ameaçador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
167 
 
ALIMENTOS DO TIPO III 
 
 
0 - Abóbora
x - Acelga
0 - Açucar Mascavo
0 - Alface
0 - Alga Marinha
0 - Alho
0 - Arroz Branco
0 - Arroz Integral
0 - Azuki
0 - Banana
0 - Batata
0 - Batata Doce
0 - Beringela
x - Peixe Bonito
x - Camarão
x - Caqui
0 - Cebola
0 - Cebolinha Verde
0 - Cevada
0 - Chocolate
0 - Couve
x - Espinafre
x - Feijão Preto
0 - Feijão Roxo
0 - Gengibre
0 - Laranja
x - Lula
0 - Milho
0 - Morango
x - Frutos do Mar
0 - Peixe de Carne Branca
0 - Pepino
0 - Pêra
0 - Pescada
0 - Pêssego
0 - Pimenta Vermelha
x - Repolho
x - Siri
0 - Soja
0 - Tomate
x - Uva
x - Pimenta do Reino
x - Ovos
x - Nabo
x - Mostarda
x - Melão
x - Melancia
x - Mel de Abelha
0 - 
0 - Leite
0 - Gergelin
x - Feijão Branco
x - Farinha Integral
x - Farinha Branca
x - Erva Doce
x - Cenoura
x - Carne Suína
x - Carne Bovina
x - Arroz Pegaso
x - 
x - Amendoin
x - Ameixa
x - Frango
Maçã
Açúcar Branco
Alimentos 3. 0 - Alimentos Benéficos - x - Alimentos Maléficos
 
 
 
 
 
 
 Tonificar – P9 – BP3 – P10 – C8 – PA ID8 – VB38 
 Sedar – F2 – C8 – F4 – P8 – PA IG11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
168 
 
 TIPO IV - NEO FLEUGMÁTICO 
 
 
 
4ª. Tipologia Neo-Hipocrática 
 
Características Físicas (baseado no Nei Ching) 
 
- em geral estatura pequena 
- corpo proporcional, bem equilibrado 
- mãos e pés pequenos 
- pele fina macia 
- pouca transpiração 
- não possui brilho nos olhos 
 
Biótipo IV - (Tipo 4) Excesso de Elemento Água (Hiper-Energia do Rim) 
 
As pessoas do elemento água estão em comunicação com seus próprios sentimentos, afinados com 
a nuance e sutilezas que muitos outros nem percebem. o elemento água representa o reino da 
emoção profunda e das respostas do sentimento, abarcando desde paixões compulsivas até medos 
extraordinários e ainda uma aceitação ilimitada e um amor por toda criação. Aqueles que têm uma 
ênfase exagerada no elemento água podem se sentir como se tivessem sido postos a deriva no mar 
aberto num pequeno bote sem leme, vela, remo e bússola. De modo geral, qualquer vento que sopre 
pode influenciá-los facilmente, tornando-os demasiado impressionáveis e colocando-os, as vezes, a 
mercê de configurações emocionais sobre as quais não têm controle. Quase todas as pessoas que 
têm tal desequilíbrio são extremamente sensíveis a qualquer experiência. O que pode levar a uma 
intuição profundamente penetrante ou uma reação exagerada ao mais leve estímulo. Se as emoções 
estiverem fora de controle e se a pessoa ficar habitualmente num estado de auto proteção 
apreensiva, ela poderá ser desvitalizada com muita facilidade pelo temor, pelos padrões de reações 
negativas e pela timidez. Ser enganado pelas emoções de experiência cotidiana é algo que, no fim, 
acaba desgastando qualquer um, e o fato de estas pessoas amiúde não serem capazes de lutar 
contra a tensão do confronto com o mundo exterior pode obrigá-las a se retirar para a vida interior ou 
a fugir dos desafios da vida. Tais pessoas, de fato, podem ficar “encharcadas” de emoções e de 
sentimentos contraditórios, num estado de coisas que pode muito bem acontecer quando usam a sua 
sensibilidade e a sua empatia num envolvimento ativo com os outros. No melhor dos casos, uma vez 
 
 
 
 
169 
que a auto-absorção tenha sido dominada, estas pessoas serão capazes de desenvolver uma auto-
suficiência emocional que terão como base para uma rica vida interior de dedicação total a um ideal. 
 
Freqüentemente, têm acentuada capacidade imaginativa e uma sintonia natural com as realidades 
espirituais e ocultas, sua dedicação, aparentemente absoluta a uma vida de sacrifício é sempre 
genuína; mas sem outras pessoas presentes, vê-se que essa atitude é simplesmente um disfarce que 
esconde o egoísmo absoluto e um padrão compulsivo de necessidade imperiosa de possibilidade de 
se entender essas pessoas, a menos que se compreenda que são motivadas principalmente por 
anseios profundos e insegurança que elas dificilmente podem identificar. 
 
 A menos que esses anseios sejam esclarecidos a plena luz da consciência, essas pessoas não 
poderão deixar de ser bastante compulsivas em seu comportamento. E até que os anseios sejam 
identificados como desejos da alma por liberação e suprema serenidade o indivíduo não poderá fazer 
uso eficiente da sua maior força. 
 
2. Falta de Elemento Fogo (Hipo-Energia do Coração e Estômago) 
 
Se alguém tiver pouca ênfase em signos de fogo, a energia ardente estará em falta e a digestão 
provavelmente se tornará fraca. A falta de fogo normalmente manifesta-se como uma falsa 
animosidade, a tendência de não confiar na própria vida. A alegria de viver está, muitas vezes, 
marcadamente ausente e a pessoa é altamente destituída de confiança e de otimismo. A confiança 
em si mesmo também poderá estar fraca, freqüentemente haverá tendência para o desalento e 
faltará o entusiasmo para satisfazer as exigências da vida. 
Essas pessoas têm medo de enfrentar qualquer desafio; se for problema grave, levam muito tempo 
para superá-lo, pois os efeitos psicológicos residuais tendem a desaparecer tardiamente, muito após 
a experiência já ter alcançado o seu ponto máximo. A falta do fogo quase sempre indica um problema 
mais sério na maneira da pessoa abordar a vida. O exercício físico vigoroso tende a estimular a 
energia de fogo e é altamente recomendado para este tipo de pessoa. A alimentação também deve 
ser preservada cautelosamente, especialmente quando a pessoa também possuir falta de elemento 
terra (grega), pois não terá força digestiva suficiente para queimar os alimentos pesados e 
concentrados. Os exercícios e os hábitos alimentares deverão ser moderados para que a pessoa 
não esgote a energia que tem. Mas, estas pessoas freqüentemente têm grande paciência e muita 
força de vontade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
170 
Alimentos do Tipo IV 
 
 
0 - Abóbora
x - Acelga
0 - Açucar Mascavo
0 - Alface
0 - Alga Marinha
0 - Alho
0 - Arroz Branco
0 - Arroz Integral
x - Azuki
x - Banana
0 - Batata
0 - Batata Doce
0 - Beringela
x - Peixe Bonito
x - Camarão
x - Caqui
0 - Cebola
0 - Cebolinha Verde
x - Cevada
x - Chocolate
x - Couve
0 - Espinafre
x - Feijão Preto
0 - Feijão Roxo
0 - Gengibre
0 - Laranja
x - Lula
0 - Milho
0 - Morango
x - Frutos do Mar
0 - Peixe de Carne Branca
x - Pepino
X - Pêra
0 - Pescada
0 - Pêssego
0 - Pimenta Vermelha
x - Repolho
x - Siri
0 - Soja
0 - Tomate
x - Uva
x - Pimenta do Reino
x - Ovos
x - Nabo
x - Mostarda
x - Melão
x - Melancia
0 - Mel de Abelha
0 - 
0 - Leite
0 - Gergelin
x - Feijão Branco
x - Farinha Integral
x - Farinha Branca
x - Erva Doce
x - Cenoura
x - Carne Suína
x - Carne Bovina
x - Arroz Pegaso
x - 
x - Amendoin
0 - Ameixa
x - Frango
Maçã
Açúcar Branco
Alimentos 4. 0 - Alimentos Benéficos - x - Alimentos Maléficos
 
 
 
 
 
 
 Tonificar – E41 – ID5 – VB41 – E43 – PA IG2 – B65 
 Sedar – R1 – F1 – BP3 – R3 – PA E41 – ID3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
171 
 
1. Módulo de Etiopatogenia Energética Constitucional
É responsável por processo inflamatório em tec ido mole e sintomas 
dolorosos em geral, como: fibromialgia, bursite, artrite, c istite, 
lombociatalgia, lombalgia, tenosinovite, cefaléias ler/dort, etc...
C
C
C
C
ID
ID
ID
ID
TA
TA
TA
TA
PC
PC
PC
PC
F
F
F
F
VB
VB
VB
VB
R
R
R
R
B
B
B
B
BP
BP
BP
BP
E
E
E
E
P
P
P
P
IG
IG
IG
IG
 Bio Tipo 1 - Néo Sanguínio Bio Tipo 2 - Néo ColéricoBio Tipo 3 - Néo Melancólico Bio Tipo 4 - Néo Fleugmático 
 
 
 
 
 
 
172 
 
2. Módulo de Etiopatogenia Energética Constitucional
É responsável pelas sintomatologias neuropsicogênicas ou 
psicossomáticas,tensão nervosa, depressão, ansiedade, insônia, 
disturbio funcional do sistema nervoso vegetativo, como diarréia, 
constipação, indigestão, cólicas, disfunção hepato biliar, disfunção 
genito urinária, palpitação, falta de ar, etc...
C
C
C
C
ID
ID
ID
ID
TA
TA
TA
TA
PC
PC
PC
PC
F
F
F
F
VB
VB
VB
VB
R
R
R
R
B
B
B
B
BP
BP
BP
BP
E
E
E
E
P
P
P
P
IG
IG
IG
IG
 Bio Tipo 1 - Néo Sanguínio Bio Tipo 2 - Néo Colérico
 Bio Tipo 3 - Néo Melancólico Bio Tipo 4 - Néo Fleugmático 
 
 
 
 
 
173 
 
3. Módulo de Etiopatogenia Energética Constitucional
É responsável pelo processo degenerativo, os sintomas paralíticos, os 
sintomas de auto imune, moléstias infecciosas (viral) ou infecção 
recidivante, incluindo osteoporose, artrose, hemiplegia pós A.V.E. 
(Ac idente vascular encefálico), parkinson, sindrome de altzheimer, 
artrite reumatóide, espondilite anquilosante, hepatite, nefrite, etc...
C
C
C
C
ID
ID
ID
ID
TA
TA
TA
TA
PC
PC
PC
PC
F
F
F
F
VB
VB
VB
VB
R
R
R
R
B
B
B
B
BP
BP
BP
BP
E
E
E
E
P
P
P
P
IG
IG
IG
IG
 Bio Tipo 1 - Néo Sanguínio Bio Tipo 2 - Néo Colérico
 Bio Tipo 3 - Néo Melancólico Bio Tipo 4 - Néo Fleugmático 
 
 
 
 
 
 
174 
 
 METODO DE DIAGNOSE 
 
Sabe-se que todo sucesso da prática de Acupuntura depende dos seguintes fatores: 
 
A. Diagnose correta; 
B. Escolha correta dos meridianos a serem tratados; 
C. Localização exata dos pontos a serem puncionados, e técnica de cura correta. 
 
Isto sendo feito, a cura será uma realidade. 
Mas, aos olhos científicos especializados da medicina ocidental, torna-se difícil compreender o 
homem integral, como o faz a medicina oriental, que vê o homem como um todo corpo, mente e 
espírito e o compreende integrado as leis comuns, a natureza do Universo. Para o médico 
especializado, que lê bulas de medicamentos e receita a pacientes avalizado por máquinas, o homem 
torna-se uma colcha de retalhos. Organizado por componentes, que devem ser vistos isolados e 
individualmente, e tratados também nesse nível. Vejam como é difícil, pois, para quem tem essa 
doutrina, compreender o homem integral. Mas os médicos do passado, mesmo os ocidentais, tinham, 
mais ou menos, essa visão integral do homem. Os farmacêuticos eram laboratoristas e 
pesquisadores. E o que são hoje, o médico especialista e o farmacêutico? O primeiro, é aquele que 
sabe cada vez mais do mínimo, até saber tudo sobre nada. O segundo, é um balconista dos grandes 
laboratórios internacionais. 
 
Este adendo foi proposital, para termos consciência de que, para entrarmos na diagnose oriental, 
devemos apagar toda essa influência. Só assim poderemos ver com nitidez este aspecto universal 
do homem. 
 
Segundo os chineses, a doença tem sua evolução em três fases específicas, que são: transtornos 
energéticos (humor), transtornos funcionais (função) e transtornos organicos (instalação patológica). 
Diante de um enfermo, portanto, é preciso, fazermos um balanço do seu estado energético, de seus 
diferentes circuitos, órgãos e funções. O objetivo do diagnóstico funda-se, basicamente, na primeira 
fase: transtorno energético. Devemos no entanto diferenciar os desequilíbrios secundários, causados 
por transtornos funcionais e orgânicos. Assim, na presença do enfermo, devemos, antes de mais 
nada, fazer um balanço do estado energético de seus diferentes canais, sistemas, órgãos e funções. 
Aqui, também, é preciso estar atentos quanto ao nosso condicionamento em relação aos conceitos 
do diagnóstico ocidental. 
 
Esse tipo de diagnóstico procura no paciente uma lesão orgânica ou funcional, ou a presença de 
microorganismos patogênicos, elaborando uma conclusão a partir da ajuda de exames bioquímicas 
ou radiológicos Na medicina oriental, toda doença, de qualquer natureza, reflete sem dúvida um 
desequilíbrio energético. Portanto, o diagnóstico chinês, visa detectar o desequilíbrio, raiz de 
qualquer doença. Com uma certa habilidade, isto poderá ser feito com bastante antecedência, o que 
faz com que esta ciência seja, antes de tudo, a de uma medicina preventiva. Se o desequilíbrio for 
detectado em tempo, evitar-se-á que o mesmo evolua, transformando-se numa moléstia, ou, pior, 
num mal irreversível. Naturalmente, nos tempos atuais, não é muito comum, no cotidiano, 
encontrarmos médicos que se dediquem a essa arte preventiva”, seja pela exiguidade de tempo, seja 
porque, quando os pacientes adoecem, já são portadores de lesões graves e até mesmo 
complicações medicamentosas ou cirúrgicas, o que dificulta mais o quadro comum da doença. 
 
Na realidade, as formas de diagnóstico ocidentais não podem ir a profundidade de detectar essas 
alterações em nível energético, mas, por outro lado, têm seu valor, nos casos em que as lesões 
orgânicas já estão estabelecidas. Assim, caberá a medicina oriental, com boa margem de tempo, 
antecipar e colaborar para que não haja evolução e agravamento do quadro patológico. Esses 
esclarecimentos são feitos porque, não raro, muitos acupuntores apoiam-se simplesmente, num 
repertório terapêutico baseado nas formas ocidentais. Como diagnóstico, praticam uma acupuntura 
sintomática, baseada em receitas preestabelecidas. Com isso, só podem ter resultados superficiais, 
e não uma cura realmente completa. 
 
 
 
 
 
175 
 
Há um ditado chinês que diz. 
 
O médico superior evita a doença; 
O médico médio restaura a saúde; 
O médico inferior cura a doença (trata os sintomas). 
 
 
 
 
 
 
 
 QUADRO FISIOGNOMÔNICO 
 
 
 
 
Bexiga
Rim
Baço
Fígado
Pulmão
Órgãos Sexuais
Intestino
Delgado
Coração
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
176 
 
Pulmões
Órgãos
Sexuais
Baço
Coração
Fígado
Estômago
Apêndice
Vesícula
Biliar
Baço
Rins
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
177 
 
 
 
 
Rins e
Bexiga
Intestinos
Fígado
Sexo
Intestino
Grosso
Rins
Baço
Fígado
Intestino 
Delgado
Intestinos
Pulmão
Coração
Estômago
 
 
 
 
 
 
 
 
 
178 
 
Fisiognomonia  
 
1 1
2
3
4
4
5 5
6
7
8
89
10 10
11
1212
13 13
 
 
Ninguém jamais viu diretamente o próprio rosto, que só è possível conhecer através do espelho. Mas, 
quer queiramos ou não, ele é nossa parte mais reveladora, linguagem silenciosa que nos desvenda 
para os outros. 
 
Fisiognomonia é a técnica de conhecer e diagnosticar as condições de saúde de uma pessoa pela 
observação de sinais e formas da face e outras partes do corpo. Ciência antiga, muito utilizada pêlos 
médicos orientais, constitui hoje um importante recurso de diagnóstico da medicina complementar e 
se baseia na analise de manchas, rugas, marcas, sinais, dilatações, inchaços e mesmo na forma 
natural de uma determinada área. Para facilitar o estudo e compreender melhor sua aplicação, a 
fisiognomonia divide a face em áreas, cada uma delas correspondente a um órgão interno, aparelho 
ou funções biológicas mais importantes. 
 
Área 1 
 
11
 
 
Região infra-orbitária ou abaixo da pálpebra inferior; corresponde aos rins e à bexiga. 
Essa região é ligada ao metabolismo hidreletrotítico, ou seja, reflete as condições da distribuição de 
água e sais minerais (mais propriamente o sódio, o cálcio e o potássio). 
file://A-24922d563c3b4/c/Livro/Livro%20de%20Acupuntura%20Básica%20do%20Gola.doc%23indice
 
 
 
 
179 
Nos organismos cansados, devido à ingestão de líquidos em excesso, como cerveja, vinho, 
refrigerante e mesmo água (principalmente durante as refeições), ao consumo de alimentos 
carregados em sal ou ainda por uma predisposição orgânica herdada podem surgir bolsas dilatadas e 
inchadas nesse local, indicando más condições da função de excreção, acúmulo de líquidose rins 
sobrecarregados.’ 
 
Em clínica médica, este sinal é indicativo de má função renal, ocorrendo grandes edemas na região 
em casos de insuficiência renal. O local pode também apresentar-se escuro, encovado, apontando 
um estado de deficiência energética geral devido ao desgaste acentuado das funções renais, com o 
comprometimento de todo o organismo. 
 
Esta área, no entanto, não é relativa apenas aos rins (na medicina oriental cada rim corresponde a 
região infra-orbitária do mesmo lado, ou homolateral), mas a toda a função orgânica de excreção de 
água, sais, toxinas do sangue e elementos metabólicos em geral, na qual os rins tem atuação 
preponderante, 
 
Quando há ingestão excessiva de líquidos ou sais, além da capacidade de tolerância do organismo, 
os rins podem “cansar-se”, tornar-se desgastados e doentes. O resultado será o surgimento de 
dilatações ou inchaços na Área 1, a principio leves, passando depois a moderados, com rugas ou 
sulcos bem marcados, em seguida para edemas maiores, terminando com possíveis manchas 
escurecidas: são sinais de falência da função renal, que pode ser relativa ou absoluta, aguda ou 
crônica. De qualquer modo, representam sinais de desgaste, de envelhecimento precoce e de saúde 
abalada. 
 
A interrupção das causas desses problemas toma-se fundamental para impedir a continuidade da 
ação patológica e para que haja o restabelecimento da saúde a medicina complementar ensina que 
não existem remédios capazes de substituir o tratamento pelo retorno aos hábitos percimoniosos e à 
harmonia com as leis naturais. Para isso podem ser usados diversos recursos naturais, como ervas, 
remédios homeopáticos, pontos terapêuticos, dietas, etc,, que contribuem para o tratamento de 
problemas semelhantes. Em muitos casos, sinais anormais da Área 1 podem desaparecer, desde que 
se estabeleça uma terapêutica eficaz. 
 
Área 2 
 
2
 
 
É a região situada entre as sombrancelhas; corresponde à vesícula biliar e ao fígado. Rugas e sulcos 
entre as sombrancelhas apontam para as disfunções do fígado ou da vesícula biliar. Essa área pode 
apresentar-se inchada e vermelha, o que indica de imediato congestão do fígado; pode também - o 
que é mais comum apresentar rugas ou sulcos, rasos ou profundos, semelhantes aos que se formam 
quando se franze o cenho (sem, é claro, que isso ocorra deliberadamente). Neste caso existe uma 
disfunção do fígado ou sua sobrecarga, devido à presença, há um tempo considerável, de 
substâncias que agridem ou perturbam a função do fígado e/ou da vesícula. 
 
 
 
 
180 
Situações assim geralmente são provocadas por hábitos perniciosos, como o alcoolismo, excesso de 
alimentos gordurosos, ingestão prolongada de medicamentos, dentro de um quadro de predisposição 
herdada, onde tanto o fígado quanto a vesícula biliar caracterizam-se como “órgãos de choque” (mais 
fracos). 
 
Produtos como o álcool (principalmente vinho de má qualidade e os destilados mais fortes), pimentas. 
frituras, carnes condicionadas, vísceras, condimentos fortes (mostarda. molho inglês, etc.). vinagre 
artificial, entre outros, têm ação irritativa sobre o fígado, contribuindo para o surgimento de sinais na 
Área 2. No caso de doenças agudas ou crônicas do fígado e da vesícula biliar, esses sinais podem ou 
não surgir; mas certamente estarão presentes quando tais órgãos forem agredidos por fatores 
externos capazes de prejudicarem a sua função natural. 
 
Área 3 
 
3
 
 
É a região da testa; indica desgaste orgânico generalizado. As marcas, linhas e rugas na região da 
testa são comuns em pessoas tensas e nervosas. Sulcos profundos, linhas e rugas nessa área 
(independentemente de se franzir a testa) geralmente são sinais provocados por excesso de trabalho 
mental, preocupações constantes, ingestão habitual de alimentos fermentativos irritantes e pela 
presença anormal de líquidos no intestino delgado. 
 
Essa condição fermentativa é provocada por alimentos como o pão branco, o açúcar branco, 
conservas, molhos e temperos, e pela presença nos intestinos de toxinas derivadas das carnes 
embutidas -salsichas, salame, presunto, mortadela e frios em geral. Convém notar também que 
pessoas irritadiças e muito tensas desenvolvem problema intestinal com mais facilidade, como colites 
fermentativas. Flatulência e diarréias nervosas. As marcas fisiognomônicas da Área 3, dificilmente 
desaparecem. 
 
Área 4 
4
 
 
 
 
 
181 
 
Região das sombrancelhas ou dos supecílios; corresponde a glândula supra renal. A forma das 
sombrancelhas está relacionada com a função das glândulas supra renais, quando caidas sobre os 
olhos, significa redução na função das supra renais a pessoa passa a não ter muito controle 
emocional, sombrancelhas finas esta relacionada com a vida da pessoa, ou seja, indica fragilidade 
emocional 
 
Os problemas relativos a esses órgãos são detectados pela observação da forma e da posição das 
sombrancelhas. Quando se apresentam caídas sobre os olhos, denotando sinal de cansaço existe 
hereditariamente uma disfunção das glândulas supra-renais, em geral uma redução de sua função, o 
que torna a pessoa pouco resistente a situações de stress. 
 
A forma das sobrancelhas, se grossas ou finas, retas ou angulares, indica uma qualidade da função 
supra-penal, que se transforma numa condição característica do indivíduo em sua relação com a 
vida, Sobrancelhas finas e fracas, por exemplo, significam fragilidade frente aos conflitos ou às 
situações difíceis; são seres mais sensíveis e delicados, assim como as mulheres em geral. 
Sobrancelhas grossas e cheias refletem maior resistência e adaptabilidade às tensões cotidianas; são 
pessoas capazes de suportar mais facilmente os reveses ou embates estressantes. 
 
De modo geral, as sobrancelhas emprestam uma característica forte ao semblante, determinando 
uma qualificação especial ao tipo de emoção, estado de espírito ou aspecto do indivíduo. As 
sobrancelhas dão, assim, um “acento” ou uma qualidade ao olhar e à expressão de uma pessoa. 
 
Ao bom observador, elas apontam exatamente o principal elemento psicomental que “impulsiona” o 
indivíduo na sua vida, na sua busca, nas suas reações, no seu temperamento, etc. Significa dizer que 
cada pessoa mostra em suas sobrancelhas o tipo de emoção, sentimento ou “força” que a move. O 
diagnóstico, neste caso, depende sobretudo da sensibilidade do observador, o que exige muita 
experiência para obter uma técnica cada vez mais aperfeiçoada de diagnóstico. 
 
Como o mundo psicomental e bioenergético de cada pessoa influenciam profundamente sua saúde, 
pelo conhecimento do tipo de sobrancelhas podem-se localizar causas psicológicas, afetivas ou 
emocionais típicas da estrutura mental, bem como os determinantes de certas condições orgânicas 
ou somáticas. 
 
Os sinais da Area 4 não se modificam, já que são marcas estruturais profundas, servem, contudo, 
para ampliar o conhecimento geral sobre a saúde de uma pessoa e indicam providências ou 
caminhos adequados para tratamentos. 
 
Área 5 
5
5
 
 
Região lateral de cada olho, na sua porção externa; corresponde ao metabolismo dos hôrmonios 
sexuais. 
 
 
 
 
182 
 
Os sinais mais característicos desta área são as rugas conhecidas popularmente como pés-de-
galinha e seu significado é o envelhecimento precoce do organismo motivado por desgaste 
bioenergético ligado a perturbações hormonais. A origem é variada, mas sempre vinculada a 
atividade sexual intensa ou à presença de quantidades excessivas de hormônios no organismo; neste 
caso, esse excesso pode ser causado por hiperatividade dos ovários, dos testículos, das supra-renais 
ou da hipófise, ou então pela ingestão contínua e prolongada de hormônios sintéticos 
(anticoncepcionais, por exemplo). Quando presentes nos homens, esses sinais revelam produção 
exagerada de hormônios devido a uma vida sexual abusiva, com consequente desgaste funcional e 
envelhecimento prematuro. 
 
Área 6 
 
 
 
Região do lábio superior; corresponde ao estômago, ‘a função gástricae as primeiras partes do 
duodeno, intestino e o jejuno. 
Os sinais anormais. mais comuns dessa área são rachaduras, sulcos, protuberâncias, aftas, pontos 
esbranquiçados, inchaços, palidez, vermelhidão e outros, indicando diversos problemas ligados aos 
órgãos citados. A correlação entre os sinais dessa área e os distúrbios internos é a seguinte: 
 
 inchaço e vermelhidão: estômago inflamado; 
 pontos esbranquiçados: estômago fraco; 
 aftas na mucosa: fermentação no estômago e no intestino; 
 palidez.: estômago produzindo pouca secreção digestiva ou anemia; casos contínuos podem 
denunciar a presença de tumor ou úlcera gástrica antiga; 
 rachaduras; fermentação antiga, mau estado geral do estômago e do duodeno, possibilidades 
de ulceras gástricas e duodenais recorrentes (que surgem e desaparecem deixando cicatrizes 
internas); presentes em crianças e adultos em casos de hereditariedade de estômago 
deficiente; 
 herpes frequente: baixa resistência imunológica devido a alimentação de baixa qualidade; 
 lábio superior ressecado e sem vida: distúrbios nervosos refletindo no estômago; doenças 
gástricas psicossomáticas; úlceras nervosas; 
 lábio superior naturalmente grosso: estômago dilatado e vísceras digestivas desproporcionais, 
legado de antepassados carnívoros ou vorazes, 
 sulcos e inchaço: estômago hiperativo produzindo acidez excessiva. Muitos sinais aqui 
apontados costumam desaparecer assim que os órgãos correspondentes à área voltam às 
condições normais 
 
 
 
 
 
 
183 
 
Área 7 
 
 
 
Região do lábio inferior; relaciona-se com o intestino grosso. Afirma a medicina oriental que quando 
uma pessoa tem. Desde o nascimento, o lábio inferior muito espesso, o seu intestino grosso é mais 
dilatado ou de calibre maior que o normal; isto resulta de má herança, ou seja, de abusos alimentares 
dos parentes de gerações anteriores. Quando um indivíduo apresenta este sinal, a tendência é que 
se manifestem problemas nos intestinos, em geral acúmulo de resíduos, intestino preso, flatulência e 
cólicas. A região pode também exibir suilcos, rachaduras, inchaços, bolsas, aftas, herpes, 
ressecamentos, vermelhidão, inflamações, etc., cujos significados aproximam-se daqueles relativos à 
Área 6, mas, neste caso, voltados para o intestino delgado terminal (íleo), cólon ascendente, cólon 
transverso, cólon descendente, sigmóide e reto. 
 
Os maus sinais da Área 7 são mais comumente determinados por dilatações, fermentações, gases, 
acúmulos de resíduos e putrefações, provenientes de uma alimentação com produtos 
industrializados, rica em carne animal, açúcar branco, massas, molhos e toxinas alimentares 
variadas. Alguns. dos sinais dessa área podem desaparecer à medida que a patologia 
correspondente é eliminada. 
Área 8 
 
88
 
 
Região das maçãs do rosto; indica a saúde geral do organismo e em particular as condições da 
microcirculação corporal e os pulmões. Um mau sinal é quando a área apresenta cor acinzentada, 
mortiça ou pálida (em pessoas de pele clara) com ou sem a proeminência dos ossos: significa saúde 
global deficiente devido à má circulação periférica, com a consequente oxigenação dos tecidos 
reduzida. 
 
 
 
 
 
184 
 
A circulação periférica é constituída por pequenos vasos arteriais, venosos e linfáticos da pele, do 
córtex cerebral e do envoltório de órgãos; quando prejudicada por vasoconstrição, tabagismo, 
doenças degenerativas, etc., as celulas não recebem a quantidade suficiente de oxigênio e nutriente, 
o que desenvolve um tipo de carência conhecida na medicina complementar como “anemia de 
extremidades” daí a face mostrar-se pálida e sem vida. Este sinal acompanha as doenças debilitantes 
e se fará presente Ioda a vez que a energia vital estiver alterada. Pode ocorrer também vermelhidão 
na área, com pequenas veias dilatadas: esta é uma situação anormal onde, além dos problemas da 
condição anterior, o indivíduo apresenta uma dilatação perigosa de grandes vasos internos. O ideal é 
que, nas pessoas de tez branca ou amarela, a região se mostre levemente rosada, ou aveludada e 
suave naquelas da raça negra. Mesmo sem conhecer profundamente a ciência da fisiognomonia, a 
sabedoria popular costuma apontar a face rosada como um sinal de saúde. 
 
Área 9 
 
9
 
 
 
Região da ponta do nariz; corresponde ao coração e ao sistema cardiovascular. 
 
Normalmente esta área não apresenta sinais, mas, em certas pessoas e dependendo das condições 
da circulação cardíaca, pode mostrar-se excessivamente vermelha, dilatada ou levemente inchada. É 
o “nariz de palhaço”, conhecido sinal dos estudiosos da medicina tradicional chinesa. Surge muitas 
vezes em casos de angina pectoris, pré-enfarte, aterosclerose coronariana e dilatação do coração. 
Em fisiognomonia, a presença tambem de pequenas veias e vasos dilatados na ponta do nariz é um 
sinal que exige cuidados e atenção para com as condições circulatórias cardíacas da pessoa. 
 
Área 10 
 
10 10
 
 
Região das asas do nariz; represetna diretamente os pulmões. 
 
 
 
 
185 
 
Aqui as alterações mais comuns são pequenos vasos dilatados, inchaços e descamações. Significam 
dilatações da árvore respiratória, como nas bronquectasias e enfise-mas, inflamações do tecido bron-
quiolar e/ou pulmonar, além de irritações brônquicas e alveolares, nos casos de tabagismo, 
exposição a poluentes atmosféricos, entre outros. Estas doenças, no entanto, podem estar presentes 
independentemente de qualquer sinal visível na Área 10. Um importante sinal, conhecido também 
pela clínica médica tradicional, é o “batimento das asas do nariz”: um movimento contínuo das asas 
do nariz que ocorre em certos casos de insuficiência ventilatória pulmonar. Embora diversos sinais 
faciais façam parte da propedêutica médica, a medicina comum ainda desconhece as valiosas 
informações da fisiognomonia. 
Área 11 
 
11
 
 
Região do queixo e abaixo do lábio inferior; corresponde aos órgãos sexuais, aos rins e ao sistema 
nervoso autônomo. 
 
Esta área não costuma apresentar propriamente sinais relativos a alterações desses órgãos, mas 
certas condições funcionais ou características hereditárias podem influir no aspecto da região. Tais 
condições se referem à influência do aparelho genital, do sistema hormonal e do sistema nervoso 
simpático e parassimpático na personalidade temperamento e qualidade bioenergética do indivíduo. 
Assim, queixos retraídos ou proeminentes, duros ou suaves, afilados ou largos, atrevidos ou tímidos, 
com riscos, sulcos centrais ou furinhos charmosos apontam para uma determinada influência desses 
órgãos no conjunto biopsicomental das pessoas. A leitura do queixo realizada pela medicina oriental 
mostra principalmente o tipo de impulso ou de relação com a vida. 
 
Área 12 
 
1
2
1
2
 
 
Região dos sulcos descendentes laterais às asas do nariz, em direção aos bordos da boca; não esta 
relacionada com nenhum órgão, mas com todo organismo. 
 
 
 
 
186 
 
Traduz a condição geral do metabolismo e da saúde energética. Quando apresenta sulcos profundos 
e precoces, indica excesso de trabalho orgânico (alcoolismo, abusos alimentares. sobrecarga 
digestiva, exageros sexuais, ingestão de medicamentos ou drogas, líquidos em demasia, etc.), 
desgaste intelectual, vida noturna intensa, irritação do fígado e outros. pode também ser um sinal 
derivado de uma situação semelhante, porém não adquirida, mas herdada. 
 
Área 13 
 
13
13
 
 
Região do pavilhão da orelha; é uma das áreas mas importantes do diagnóstico fisiognomônico. 
Se observarmos bem o pavilhão auricular, notaremos que ele se assemelha a um feto humano 
invertido, onde o lóbulo ocupa a posição que seria à da cabeça, estando o restante da orelha 
relacionada com o tronco, os membros e as três cavidades principais; A forma e os sinais apontados 
pela orelha oferecem valiosas informações sobre a constituição e a saúde de uma pessoa; não é sem 
razão que este diagnóstico é um dos mais respeitados pela mediana oriental. Existe atéum ramo da 
acupuntura denominado auriculoacupuntura, que trata exclusivamente da colocação de agulhas; na 
orelha, tal a quantidade de pontos que correspondem a diversos órgãos internos e a importantes 
funções. 
 
Um dos sinais principais do diagnóstico pela orelha é o do formato, posição e condições do lóbulo. O 
ideal é que essa região seja grande, larga, destacada da pele da face e não apresente sinais, 
inchaços e dilatações, o que evidencia boa constituição geral orgânica e energética herdada; sinal 
positivo revela excelente saúde Infelizmente é rara a pessoa, principalmente nos dias atuais, que vive 
essa situação privilegiada. O que está ocorrendo é os bebes já nascerem com o lóbulo pequeno e 
muitas vezes colado à pele do rosto, indicando uma situação oposta à mencionada A presença deste 
sinal bastante comum indica a herança de uma constituição orgânica não tão saudável e a 
predisposição a desequilíbrios e problemas de saúde, em função de uma estrutura bioenergética 
fragil. Os estudiosos da medicina natural apontam como causa dessa condição o afastamento do 
homem atual da relação harmônica com as leis naturais, o que cria um processo contínuo de 
degradação biológica, com seus inevitaveis reflexos genéticos. A região do lóbulo está ligada à parte 
profunda do sistema nervoso central. ao hipolálamo, a diversas estruturas sutis e em particular ao 
comando central do sistema glandular (glândula pineal), que, por sua vez administra, através do 
mecanismo fantástico do feed back toda a vida metabólica, psicomental e energética de um indivíduo. 
 
Na ciênda da auriculoacupuntura que também utiliza o diagnóstioo pela orelha, existem numersos 
sinais que denotam más condições de saúde relativas à posição e ao órgão a que esses sinais estão 
ligados, segundo o mapa auricular já mencionado Os mais comuns são pontos vermelhos, manchas, 
descamações, dores, etc.. Para um bom diagnóstico, a técnica preconizada pelos mestres é a de 
pesquisar as várias regiões da orelha primeiro pela simples observação do aspecto e depois, com um 
estilete bem fino, mas não penetrante, pressionando levemente as regiões na busca de pontos 
doloridos localizando uma área assim, sabe-se que ha algo errado com o órgão correspondente. 
 
 
 
 
 
187 
 
No diagnóstico auricular da fisiognomonia tem-se como ideal uma orelha bem formada, de lóbulo 
proeminente sem manchas, descamações ou pontos doloridos e cujo aspecto geral indique boa 
formação e vigor; também não devem existir sulcos normais deprimidos ou malformados, e as curvas, 
devem ser bem delineadas e harmônicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
188 
 
 NOCÕES GERAIS DA ACUPUNTURA 
 
Acupuntura 
 
Existem vários métodos de Acupuntura e de moxa. São os seguintes: Acupuntura com agulhas 
filiformes, moxa, sangria com as agulhas, agulhas cutâneas, agulhas intradérmicas, agulhas quentes, 
eletroacupuntura, injeções nos pontos de Acupuntura, retenção de categute na pele, agulhas 
auriculares, raios laser, agulhas magnéticas, crânio-acupuntura, assim como analgesia por 
Acupuntura, etc. 
 
A Medicina Tradicional Chinesa (Acupuntura) é uma ciência criada e desenvolvida pelos nossos 
antepassados na sua luta contra as doenças. Na antiguidade quando alguém sentia alguma dor fazia 
massagens inconscientemente dando pancadas leves na região da dor e se observava que a mesma 
era aliviada e melhorava a doença. Assim, através de numerosas práticas, perceberam que as 
massagens, as pancadas leves ou picadas com um objeto afilado diminuíam as dores, Isto pode ser 
considerado como o início da Acupuntura. 
 
Nos primórdios da Acupuntura utilizavam-se as agulhas de pedra afiadas no tratamento das doenças. 
Estas agulhas de pedra foram denominadas Bianshi que eram as mais primitivas agulhas na história 
da Acupuntura. 
 
No período neolítico, além das agulhas de pedra, utilizavam-se as agulhas de osso e de bambu. Por 
outro lado, graças ao desenvolvimento da cerâmica, passaram a usar agulhas de cerâmica para curar 
as doenças. O uso das agulhas de cerâmica consistia em perfurar a superfície do corpo com 
fragmentos afiados de cerâmica. Este método foi utilizado durante muito tempo, até mesmo depois 
da fundação da Nova China. Posteriormente com o desenvolvimento da metalurgia usaram-se 
sucessivamente as agulhas metálicas, tais como, as agulhas de cobre, de ferro, de prata, de aço 
inoxidável, assim como as agulhas de electro, etc. 
 
A metalurgia possibilitou a fabricação de agulhas de diferentes formas e para os diversos usos. Entre 
as agulhas usadas antigamente, figuraram algumas que se denominam “nove agulhas” que eram 
agulhas feitas de formas diferentes e para os variados usos. O aparecimento destas agulhas marcou 
a nova época na evolução da Acupuntura, tanto na técnica como na teoria. As antigas “nove 
agulhas” são: agulha chan utilizada para as punções superficiais; agulhas yuan que servia para as 
massagens; agulha di com a qual fazia-se a pressão; agulha feng, cujo uso era para a sangria; 
agulha pi utilizada para extrair o pus; agulha yuanli, para as punções rápidas; agulha hao que é a 
mais usada entre todas; agulha chang, para as punções mais profundas; assim como a agulha da 
que serve para tratar as doenças articulares. Estas “nove agulhas” não só ajudaram a ampliar as 
indicações da Acupuntura como também elevou a sua eficácia terapêutica. 
 
Em 1968, na província Hebei da China foram encontradas as “nove agulhas” na tumba de matrimônio 
Liu Sheng da dinastia Han do Oeste, do século II a.C. Dessas nove agulhas quatro eram de ouro e as 
demais, de prata. Esta foi a primeira vez que se descobriu agulhas metálicas, usadas na antiguidade 
chinesa. As cinco agulhas de prata encontravam-se deterioradas por seus 2.000 anos de história, 
enquanto as de ouro ainda estavam intactas, Estas agulhas possuem um cabo quadrado e um 
pequeno buraco. Dentre as de ouro, uma tem três faces, semelhante a uma agulha feng; duas são 
parecidas a agulha hao a outra é parecida a agulha di. 
 
Tal descoberta, de suma importância, tem fornecido dados valiosos para o estudo do 
desenvolvimento das “nove agulhas” antigas e da Acupuntura; demonstrou-nos também que 
Acupuntura atual possui uma longa história. Das nove agulhas mencionadas anteriormente, umas 
foram renovadas através de longa evolução e outras já não se usam atualmente. Desde a 
antiguidade, as agulhas filiformes (agulha hao) são as principais agulhas e as mais usadas dentre 
todas, e hoje em dia, ao se referir à Acupuntura, refere-se principalmente as punções com as agulhas 
filiformes. 
 
 
 
 
 
189 
 
Na atualidade, as agulhas filiformes de aço moxidável, são as melhores e são bem aceitas pelos 
acupunturistas graças as suas vantagens de resistir por longo tempo, não enferrujar e a sua boa 
elasticidade que facilitam muito tanto no manejo das agulhas filiformes como na sua conservação e 
esterilização. 
 
AGULHAS FIILIFORMES 
 
As agulhas filiformes são de uso comum na clínica e são feitas principalmente de aço inoxidável e, 
algumas de prata, ouro ou electro. 
 
As agulhas filiformes são formadas de cinco partes: o cabo envolto em fio de cobre ou de alumínio; o 
extremo do cabo é de forma arredondada; a ponta da agulha é a parte mais afiada; o corpo é a parte 
entre o cabo e a ponta; a raiz, onde o cabo une-se ao corpo (Fig. 1). 
 
 
 
 
Figura 1 – Formação da agulha filiforme. 
 
Conservação 
 
É necessário proteger cuidadosamente as agulhas depois de usá-las. Elas podem ser guardadas 
numa caixinha com gazes ou em um tubo que as proteja com bolas secas de algodão com a 
finalidade de proteger a ponta da agulha. O Acupunturista deve examinar as agulhas com frequência 
e, se encontrar alguma delas curvada, poderá retifica-lá estirando-a com os dedos ou colocando entre 
duas rodelas de bambu ou entre os papéis duros e grossos e puxá-la. Quando a ponta da agulha 
estiver rombuda ou curvada, pode-seafíá-la com um papel de lixar para que seja tão fina como um 
espinho de pinheiro (ditado dos Mestres Acupunturistas). 
 
TREINAMENTO DOS DEDOS E MÃOS 
 
O corpo da agulha filiforme sendo fino e flexível, é necessário certa força nos dedos para facilitar sua 
inserção e a manipulação. É indispensável o adestramento dos dedos para quem nunca praticou a 
Acupuntura. Uma vez que este treinamento é a base da aprendizagem da Acupuntura e é uma 
maneira de diminuir a dor no inserir a agulha e para aumentar a eficácia terapêutica. O treinamento é 
efetuado da seguinte maneira preparar um bloco de papel mole, de 8cm de comprimento por 5cm de 
largura e 2cm de espessura e atá-lo com linhas ou preparar uma bola de algodão de 6 a 7cm de 
diâmetro e atá-la com gazes. Segurar com firmeza uma dessas bolas na mão esquerda e pegar a 
agulha (é melhor uma agulha curta) com os dedos polegar indicador e médio da mão direita, 
praticando movimentos de inserção, rotação e extração da agulha. Quando conseguir certa destreza 
técnica deve-se usar as agulhas mais longas para o treinamento (Figs. 2 e 3). 
 
 
 
Fig. 2 - Treinamento de Punção em Bloco de papel 
 
 
 
 
190 
 
 
 
 
Fig. 3 - treinamento de punção em bola de algodão 
 
Após haver obtido um treinamento adequado através dos primeiros dois métodos, convém praticar a 
Acupuntura no próprio corpo a fim de ter a experiência pessoal da sensação da inserção da agulha 
(techi) ou praticá-la entre os colegas. 
 
PREPARAÇÃO PARA O TRATAMENTO 
 
Seleção de agulhas de Acupuntura 
 
E conveniente selecionar as agulhas filiformes de cabo firme, corpo reto, liso e elástico com pontas 
redondas, mas não rombudas e nem muito afiadas: as melhores são aquelas que têm forma de 
espinho de pinheiro. Para e uso clínico, além de ater-se na qualidade das agulhas escolhidas, é 
necessário saber que o tamanho, o comprimento e a espessura de uma agulha devem corresponder 
as condições físicas, ao aspecto físico, a obesidade, aos sintomas clínicos do paciente, assim como 
as regiões onde vai se fazer a punção. 
 
Postura do paciente 
 
A postura do paciente influi na correta seleção dos pontos, na aplicação da Acupuntura e na retenção 
da agulha, assim como em acidentes clínicos tais como, o desmaio pela agulha, agulha que se 
encurva, agulha retida e a agulha quebrada. Por isso, a postura de paciente é de suma importância 
na clínica. Geralmente, a postura do paciente deve facilitar o acesso aos pontos selecionados e ao 
manejo das agulhas. O paciente deve estar confortável, porque o tratamento, as vezes, é 
prolongado. 
 
As posturas mais comuns são cinco: 
 
 Em decúbito supino com os joelhos levemente fletidos, é uma postura conveniente para 
puncionar es pontos localizados na cabeça, no rosto, no tórax e no abdome, assim como es 
pontos situados nos quatro membros (Fig. 4). 
 Em decúbito lateral: é ideal para puncionar os pontos localizados nos lados do corpo (Fig. 5). 
 Em decúbito prono: para puncionar os pontos que se encontram na cabeça, no pescoço nas 
costas, na cintura, na região glútea, assim como os pontos situados na parte posterior dos 
membros inferiores (Fig. 6). 
 Sentado com a cabeça estendida para trás apoiando-se as costas na cadeira: esta postura é 
ideal para puncionar os pontos localizados na cabeça, no rosto, no pescoço, no tórax e, para 
alguns pontos localizados nos quatro membros (Fig. 7). 
 Sentado com os braços flexionados e apoiados sobre uma mesa; utiliza-se para puncionar os 
pontos localizados na cabeça, no pescoço e os pontos dorsais (Fig. 8). 
 
 
 
 
 
 
191 
 
 
 
Figura 4 - Em decúbito supino. 
 
 
 
Figura 5 - Em decúbito lateral. 
 
 
 
Figura 6 - Em decúbito prono 
 
 
 
Fig. 7 - Sentado com a cabeça 
 
 
 
Fig. 8 - Sentado com os braços apoiados estendida para trás apoiando-se e flexionados sobre uma 
mesa as costas na cadeira 
 
 
 
 
 
192 
 
Esterilização 
 
É melhor esterilizar as agulhas filiformes em autoclave, ferve-las ou com álcool a 75%. As agulhas 
que foram usadas para alguns doenças infecciosas devem ser separadas das outras e esterilizadas 
rigorosamente. Faz-se a esterilização cutânea onde se localiza o ponto com álcool a 75%. O ponto a 
ser puncionado pela agulha de três faces para a sangria, deve ser esterilizado em primeiro lugar com 
iodo a 2% e depois com álcool. Com respeito a esterilização das mãos do médico faz-se sempre 
uma esterilização convencional, ou seja, lavar as mãos com sabão ou esfregá-las com bolinhas de 
algodão banhadas no álcool. 
 
MÉTODOS DE INSERÇÃO DAS AGULHAS FILIFORMES 
 
Inserção da agulha 
 
Geralmente segura-se a agulha com a mão direita, a qual é conhecida como a mão de inserção: com 
os dedos polegar, indicador e médio pega-se o cabo da agulha. Deve-se inserir a ponta da agulha 
pela força dos dedos e com movimentos rápidos (Fig. 9). 
 
A mão esquerda é conhecida como a mão da pressão que serve principalmente para imobilizar a 
agulha e localizar o lugar do ponto, com a finalidade de reduzir a dor que pode produzir-se durante a 
inserção. 
 
 
 
Fig. 9 - Maneira de segurar a agulha 
Os métodos mais usados para a inserção da agulha são os seguintes: 
 
a) Inserir a agulha com a ajuda da pressão dos dedos da mão que pressiona, ou seja, a mão 
esquerda: segurar a agulha com a mão direita, como polegar da mão esquerda pressionar um lado do 
ponto selecionado e inserir a agulha na extremidade da ponta da unha. Este método é usado para a 
inserção com agulhas curtas(Fig. 10). 
 
 
 
Fig. 10 - Inserção da agulha com a mão de pressão 
 
 
 
 
193 
 
b) Inserir a agulha com a ajuda dos dedos das duas mãos: com o polegar e indicador da mão 
esquerda envolver o extremo da agulha com algodão e, fixá-la justamente sobre o ponto escolhido. 
Segurar o cabo com a mão direita e introduzir a agulha no interior da pele. Tal método é conveniente 
para a inserção das agulhas longas (Fig. 11). 
 
 
Fig. 11 - Inserção com coordenação das duas mãos 
 
c) Inserir a agulha pregueando uma parte da pele: preguear a pele que inclui o ponto com os dedos 
polegar e indicador da mão esquerda. Com a mão direita, segurar e introduzir a agulha na pele 
levantada. Este método é usado para as inserções superficiais, por exemplo, os pontos localizados 
no rosto (Fig. 12). 
 
 
 
Fig. 12 - Inserir a agulha pregueando a pele 
 
d) Inserir a agulha esticando a pele ao redor do ponto: esticar a pele próxima no ponto com o polegar 
e indicador da mão esquerda, para que a pele fique tensa facilitando a inserção da agulha, que é 
manejada com a mão direita. Tal método é utilizado nas partes mole ou enrugado, tais como o 
abdome (Fig. 13). 
 
 
 
Fig. 13 - Inserir a agulha esticando a pele ao redor do ponto 
 
Angulo e profundidade de inserção da agulha. Na aplicação da Acupuntura precisa-se observar 
corretamente o angulo e a profundidade de inserção da agulha, porque tem uma relação importante 
com a obtenção da sensação ao inserir a agulha, com a finalidade de aumentar a eficácia e evitar 
acidentes. Por outro lado, se os ângulos e as profundidades da inserção são diferentes, obtém-se 
sensações distintas na inserção da agulha e assim como os resultados terapêuticas são diferentes, 
apesar de puncionar um mesmo ponto. Determina-se o ângulo e a profundidade da inserção do ponto 
escolhido segundo a sua localização anatômica, as condições físicas do paciente, assim como, a 
resistência corporal e a obesidade. 
 
 
 
 
194 
 
Ângulo e profundidade de inserção da agulha 
 
O angulo de inserção das agulhas é o angulo que forma entre o corpo da agulha e a superfície 
cutânea. Geralmente a agulha pode ser inserida de três formas (Fig. 14). 
 
 
 
Fig. 14 - Angulo de inserção das agulhas 
 
1. Perpendicular - Introduzir a agulha em ângulo reto. E o método mais habitual e, usa-se na maioria 
dos pontos do corpo. Por exemplo, os pontos localizados nos quatro membros e no abdome. 
2. Oblíquo - Inserir a agulha em direção oblíqua a 45ª, que é o ângulo formadopelo corpo da agulha 
com a superfície cutânea onde se localiza o ponto. E de uso comum nas regiões pouco musculosas 
ou, em regiões profundas onde se encontram os órgãos internos, tais como os pontos localizados no 
dorso. 
3. Horizontal ou subcutânea - Introduzir a agulha de 15ª a 25ª, quase paralela a pele. E conveniente 
usar tal método em regiões de inserções superficiais. Por exemplo, nos pontos da cabeça. 
 
Profundidade da Inserção da agulha 
 
A profundidade de inserção da agulha é a distância que a ponta da agulha atinge nos músculos. 
Deve atingir uma profundidade adequada que possa produzir a sensação da agulha sem lesar os 
órgãos internos. A profundidade varia de acordo com: 
 Condições físicas: deve-se inserir a agulha superficialmente em pacientes de idade avançada, 
nos debilitados de Sangue e Qi (Energia) e nas crianças. As inserções podem ser mais 
profundas nos jovens por apresentarem maior vitalidade. 
 Aspecto físico: as inserções superficiais devem ser feitas nos pacientes magros e as 
profundas, nos obesos. 
 Localização dos pontos: os pontos localizados no rosto, no tórax e no dorso devem ser 
puncionados superficialmente; as inserções podem ser mais profundas nos pontos que se 
encontram nos quatro membros e na região glútea, assim como no abdome. 
 Estado do paciente: as inserções superficiais são indicadas para as síndromes Yang e 
doenças recentes. Pode-se inserir mais profundamente para as síndromes Yin e doenças 
crônicas. 
O ângulo e a profundidade da inserção complementam-se mutuamente. No modo geral efetuam-se 
as punções profundas perpendicularmente e as superficiais de modo oblíquo ou subcutâneo 
(horizontal). Deve se prestar atenção especial aos ângulos e às profundidades de inserção da agulha 
para os seguintes pontos: Tiiantu (VC.22), Yamen (VC. 15), Fengchl (VB.20), Fengfu (VG. 16) e, para 
os pontos localizados na região ocular, no tórax e no dorso. 
 
Manipulação da agulha e aparecimento da sensação da Acupuntura 
 
Após a introdução da agulha, efetuam se determinadas manipulações para que o paciente sinta 
alguma reação, o que se chama manipular a agulha. Quando a agulha atinge certa profundidade, o 
paciente deve sentir uma sensação de tumefação, intumescimento, formigamento e peso nas regiões 
puncionadas. O médico deve sentir uma força de resistência contra a agulha quando aparece as 
sensações que é denominada “Chegada de Qi” ou reação da agulha. Quando isto não ocorre, ou 
seja, não se atrai o Qi, o médico tem a sensação de vazio, não, se encontrando a resistência. O 
paciente, por sua vez, não sente quase nada. 
 
 
 
 
195 
 
Há uma frase que diz: “Quando a Energia ou a sensação da Acupuntura chega, a sensação que o 
acupunturista sente é como se o peixe tivesse mordido o anzol; enquanto, quando a reação da 
agulha não chega, a sensação que o Acupunturista sente, é como se realizasse um passeio em um 
lugar muito tranqüilo”. Trata-se de uma descrição bastante metafórica da chegada ou não de Qi. As 
práticas clínicas da Acupuntura no tratamento de doenças e a analgesia por Acupuntura nos 
demonstram que a reação da agulha influi muito nos resultados terapêuticas. O aparecimento ou não 
da sensação devida quase constitui um fator decisivo para o resultado terapêutico. 
 
Obtém-se melhores resultados terapêuticos quando a sensação da agulha chega com rapidez; a 
eficácia terapêutica será regular quando a sua chegada é demorada; se a sensação não aparece, 
pode-se não obter resultados. Por isso, é necessário analisar as causas que impedem a chegada da 
reação da agulha. Por exemplo, examinar o angulo a profundidade da inserção e o lugar do ponto 
selecionado para ver se são corretos ou não, pois eles influem na sensação. 
 
Caso a demora da chegada da reação da agulha for devido a insuficiência de Qi nos Canais de 
Energia, ocasionada pela debilidade do fator de resistência ou, pelos outros fatores patogênicos, 
deve-se nestes casos aplicar alguns métodos para induzir o aparecimento da sensação. 
Por exemplo, reter a agulha por algum tempo para esperar a reação. Pode-se também, dar algumas 
pancadas leves no lugar da inserção ou aplicar a moxa, com o objetivo de recuperar o Qi dos Canais 
de Energia. E necessário pensar em outros tipos de tratamentos para os pacientes nas quais não se 
consegue a reação da agulha com os métodos mencionados, que é devido geralmente à deficiência 
das funções dos órgãos internos (Zang-Fu). 
 
A seguir, serão apresentados os métodos básicos e auxiliares para manipular a agulha. 
 
Manipulações básicas 
 
a) Movimentos de puxar e introduzir a agulha. A agulha é introduzida do superficial para o profundo e, 
depois puxa-se do profundo para o superficial, repetindo estes movimentos várias vezes. Obtém se 
grande estímulo ao introduzir e puxar a agulha com maior força e com grande freqüência, enquanto, 
com menor força e menor freqüência, o estímulo não será tão forte (Fig. 15). 
 
 
 
Figura 15 - Manipulação de agulhar para introduzir e puxar 
 
b) Método de rotação da agulha. Roda-se a agulha para trás e para frente. Quando a agulha é rodada 
com grande intensidade e rapidez, a sensação que se obtém é forte, e, quando a rotação da agulha é 
feita com pouca intensidade e rapidez, a sensação é suave (Fig. 16). 
 
 
 
Figura 16 - Rotação da Agulha 
 
 
 
 
196 
 
Métodos auxiliares 
 
a) Arranhar o cabo da agulha. Imobiliza-se o corpo da agulha como polegar e indicador da mão 
esquerda e com a unha do polegar (ou os dedos indicador e médio) da mão direita arranha-se o cabo 
da agulha de baixo para cima de forma repetida, com isto, fortalece a reação da agulha (Fig. 17). 
 
 
 
Figura 17 - Arranhar o cabo da agulha 
 
c) Dar pancadas leves na agulha. No livro intitulado “Zhengjui Wendii”, recomenda se: “Dar pancadas 
leves na agulha com movimentos suaves para conseguir a Chegada de Qi”. O método prático é o 
seguinte: Aplica-se pancadas leves de maneira suave no cabo da agulha, para que o corpo da 
mesma vibre, fortalecendo a reação da agulha (Fig. 18). 
 
 
 
Figura 18 - Dar pancadas no cabo da agulha 
 
c) Vibrar a agulha. Segurar a agulha com os dedos polegar, indicador e médio e efetuar movimentos 
rápidos de penetração, rotação e extração, para que o corpo da agulha vibre, fortalecendo a reação. 
 
Métodos de tonificação e de dispersão 
 
Os métodos de tonificação e de dispersão são aplicados após a chegada de Qi, ou seja, após haver 
chegado a reação da agulha. A tonificação e a dispersão da Acupuntura constituem dois métodos 
terapêuticos diferentes, estabelecidos de acordo com a teoria de aplicar o método de tonificação para 
as síndromes de tipo Xu (deficiência) e, o método de dispersão para as síndromes de tipo Shi 
(plenitude). 
 
O livro intitulado Qianjinfan refere que a tonificação e a dispersão da Acupuntura são métodos 
primordiais. A tonificação serve para ativar o fator de resistência e estimular as funções energéticas 
debilitadas, enquanto o método de dispersão serve para eliminar os fatores patogênicos e fazer 
recuperar as hipofunções até normalizá-las. 
 
Tanto a tonificação como a dispersão desempenha o papel de regular as funções energéticas dos 
órgãos internos (Zang-Fu) e, também de manter o equilíbrio entre o Yin e o Yang por meio da punção 
dos pontos de Acupuntura e ativar o Qi dos Canais de Energia, porque regular o Qi (Energia), é 
fundamental para se obter bons efeitos terapêuticos. 
 
 
 
 
197 
 
As experiências realizadas e as práticas clínicas têm demonstrado que o efeito da tonificação e 
dispersão está vinculado aos seguintes fatores: 
 
a) O estado do organismo. O resultado da tonificação e da dispersão da Acupuntura varia de acordo 
com as diferentes situações patológicas. Por exemplo, no organismo debilitado, a Acupuntura pode 
recuperar o Yang, enquanto em caso de ataque de Calor, Plenitude e tensão, a Acupuntura tem a 
capacidade de eliminar o Calor e mobilizar a obstrução. 
 
Assim como, a Acupuntura pode tirar oespasmo intestinal e acalmar a dor em caso de cólica 
gastrintestinal, enquanto em outra patologia, a Acupuntura pode promover o peristaltismo intestinal. 
A partir desses exemplos, pode-se dizer que as condições do organismo são os fatores principais 
para se obter a eficácia da tonificação e da dispersão na Acupuntura. Assim, o fator interno é 
fundamental para o desenvolvimento e a mudança de alguma coisa. 
 
E óbvio que esta função de normalização da Acupuntura esta relacionada as condições do fator 
resistência. No caso deste se encontrar forte, obtém-se um efeito evidente de regular as funções 
corporais com a acupuntura. Se o fator de resistência está débil, pode-se não obter bons resultados 
pela Acupuntura. 
 
b) Manipulações ao introduzir a agulha As manipulações realizadas na agulha constituem as 
condições para promover a transformação dos fatores internos do organismo e, além disso, são 
mecanismos importantes para conseguir o efeito de tonificar o deficiente e dispersar o excessivo. 
Para obter os intentos, deve-se efetuar algumas manipulações. 
 
A seguir será exposto uma tabela de manipulações para a tonificação e dispersão, obtida por 
acupunturistas através da sua longa prática. Todas essas manipulações podem ser utilizadas de 
forma isolada ou combinadas umas com as outras. Entre elas, o último método é o mais usual. 
 
Retenção e extração da agulha 
 
Retenção da agulha 
 
Após introduzir a agulha, deve-se rete-la por algum tempo, a fim de reforçar a sensação da agulha e 
manter o efeito da mesma. A permanência da agulha e a sua duração dependem das necessidades 
de cada caso. Para casos gerais, pode-se retirar a agulha após a chegada de Qi ou, pode-se deixá-
la conforme o caso de 10 a 20min. 
 
Nas doenças dolorosas crônicas e, casos de cólicas, deve-se reter a agulha por mais tempo e neste 
caso deve-se manipular a agulha durante sua retenção, a fim de manter o estímulo da punção. Para 
casos de abdome agudo e de tétanos com opístótonos deve-se reter a agulha por umas horas, e, 
para nos pacientes nos quais é dificil a obtenção da sensação da agulha, deve-se deixá-la algum 
tempo inserida, pois será também uma ajuda para acelerar a chegada de Qi. 
 
Retirada da agulha 
 
A agulha deve ser retirada suavemente, imobilizando a zona próxima ao ponto com os dedos polegar 
e indicador da mão esquerda; e, com a mão direita, manter a agulha, praticando movimentos suaves 
de rotações horária e anti-horária até que a agulha esteja na região subcutânea e, neste momento, 
retira-se a agulha rapidamente. Após a retirada da agulha, deve comprimir o lugar do ponto com uma 
bola de algodão para que não sangre. Por último, é necessário contar o número de agulhas usadas, 
a fim de verificar se esqueceu de retirar alguma. 
 
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DOS POSSÍVEIS ACIDENTES 
 
Existem possibilidades de que alguns acidentes ocorram na aplicação da Acupuntura, embora seja 
um método terapêutica seguro e apresente poucas reações secundárias. As causas dos acidentes 
são as seguintes: 
 
 
 
 
198 
 
 por negligencia na aplicação da Acupuntura; 
 por não conhecer perfeitamente as contra-indicações da Acupuntura; 
 por falta de destreza na técnica; 
 por equívoco das localizações anatômicas. 
 
Diante dos possíveis acidentes, o Acupunturista deve estar tranqüilo para poder tratá-los 
adequadamente. Desta maneira, serão evitadas conseqüências graves. 
A seguir, serão apresenta dos alguns acidentes que se vêem na clínica: 
 
Desmaio 
 
Causas - Pode ocorrer devido a isquemia cerebral momentânea, em conseqüência do nervosismo do 
paciente, por serem as primeiras punções de Acupuntura, o paciente encontra-se débil, fatigado, com 
fome, em postura inadequada ou pela má técnica do Acupunturista. 
 
Manifestação - O paciente sente-se repentinamente sem força. Ocorrem náuseas, vertigem, 
intranqüilidade, respiração curta, palidez, transpirarão fria, pulso fraco, sensação de frio nos quatro 
membros, hipotensão arterial, incontinência urinária e de fezes, e, perda do sentido em casos mais 
graves 
 
Tratamento - Em primeiro lugar, deve-se retirar todas as agulhas, em seguida, deitar o paciente em 
decúbito ventral com a cabeça levemente mais baixo e cobri-lo bem. Em casos passageiros, o 
paciente recuperar-se-á, tomando água morna ou água com açúcar. Em casos mais graves, além do 
tratamento mencionado, deve-se pressionar os pontos Renzhong (VC.26), Suliao (VC.25), Neiguan 
(CS.6), Zusanli (E.36),com a unha do dedo ou aplicar a Acupuntura, Além disso, pode-se usar a moxa 
nos pontos Baihui (VG.20), Qihai. (VC.6) e Guanyuan (VC.4), etc., até tomar outras medidas de 
emergência. 
 
Prevenção - Orienta-se os pacientes a não ter medo da Acupuntura, nem temor a agulhas. Escolher 
uma postura adequada (é melhor deitado). É aconselhável inserir poucas agulhas nas primeiras 
sessões, e não aplicar a Acupuntura em pacientes que estejam famintos e fatigados. Durante o 
tratamento da Acupuntura, o acupunturista deve observar cuidadosamente o paciente para tomar 
medidas oportunas em caso de desmaio. 
 
Agulha retida 
 
Causas - Deve-se ao fato do paciente estar muito nervoso pela Acupuntura, o que produz fortes 
contrações musculares que dificultam a inserção e a retirada da agulha ou, deve-se as rotações além 
de 360º das agulhas ou, rotações continuas para um só lado o que faz com que a agulha fique 
enrolada pelas fibras musculares. 
 
Fenômeno - Uma vez inserida a agulha, toma-se difícil puxar e introduzir, rodar e retirar a agulha. 
Tratamento - Aconselha-se o paciente a relaxar. Se a retenção da agulha é produzida por tê-la 
rodado para um só lado, deve-se rodá-la para o lado contrário, esperar algum tempo, e, depois, retirá-
la. Se os músculos estão tensos, deve-se fazer massagens nos músculos afetados ou inserir outra 
agulha na parte vizinha para distrair o paciente e assim, poder retirar a agulha. 
 
Prevenção - Aconselhar tranqüilidade ao paciente nervoso. Introduzir a agulha evitando penetrar os 
tendões e os músculos. Realizar rotações de pequena amplitude e, não fazê-las para um só lado. 
 
Agulha dobrada 
 
Causas - Por falta de uma boa técnica para introduzir a agulha; por haver penetrado os tecidos rijos; 
por inabilidade do Acupunturista; porque o paciente mudou sua posição; porque o cabo da agulha foi 
pressionado por alguma coisa externa; por não haver tratado oportunamente o caso da agulha retida. 
Fenômeno - Nota-se que o ângulo e a orientação que se da ao introduzir a agulha foram modificados 
em virtude da curvatura do corpo da agulha. 
 
 
 
 
199 
 
Além disso, o Acupunturista sente dificuldade ao puxar, aprofundar e retirar a agulha, e nestas 
manobras o paciente sente bastante dor. 
 
Tratamento - Em caso de estar levemente dobrado, deixar de introduzir, de puxar e de rodar a agulha 
e retirar lentamente a agulha. Em caso de grande curvatura, retirar a agulha seguindo a direção da 
dobra. Se o paciente mudou de posição, movê-lo à sua posição original para relaxar os músculos e, 
depois retirar a agulha. Nunca se deve retirá-la de maneira forcada. 
 
Prevenção - O Acupunturista deve possuir destreza na técnica de inserir a agulha e os dedos que a 
manejam deve ser suaves e ágeis. Aconselha-se o paciente a deitar-se confortavelmente e não se 
mover durante o tratamento. Não tocar nem pressionar a parte perfurada ou o cabo da agulha. Se a 
agulha estiver retida, retira-la de forma conveniente. 
 
Agulha quebrada 
 
Causas - Deve-se ao fato do corpo ou a base da agulha estar enferrujada; em virtude do corpo da 
agulha ter se inserido completam-se na pele; pelas fortes contrações musculares causadas pelo 
manejo brusco do acupuntor; pela mudança de posição do paciente e por não haver tratado 
convenientemente os casos das agulhas retidas e dobradas. 
 
Fenômeno - Percebe-se que o corpo da agulha está quebrado, com fragmentos dentro da pele. 
Tratamento - Aconselhar o paciente que se tranqüilize e que permaneça imóvel, para que o extremoquebrado não penetre mais tirar o extremo quebrado, se ainda visível, com os dedos ou com uma 
pinça; se a parte quebrada estiver em imóvel da pele, deve-se pressionar os lados do ponto até que 
saía a parte da agulha quebrada, tirá-la com pinça. Se o corpo da agulha introduziu-se por completo 
na pele, deve-se localizá-lo com raios X e realizar uma extração cirúrgica. 
 
Prevenção - Examinar cuidadosamente as agulhas e selecionar somente as de melhor qualidade; o 
corpo da agulha deve sempre ser 5cm maior do que requer a profundidade da inserção; não 
introduzir todo o corpo da agulha na pele; tirar imediatamente a agulha ao se notar que a agulha se 
dobrou; extrair as agulhas retidas ou dobradas com multo cuidado, sem fazê-lo cem força excessiva. 
 
Hematoma 
 
Causas - Por lesão do músculo em virtude da ponta curvada da agulha; por lesão dos vasos 
sangüíneos durante o processo da Acupuntura. 
 
Fenômeno - Percebem-se pontos arroxeados na pele após a retirada da agulha. Pode ocorrer 
também o surgimento de edemas ou dores na região puncionada. 
 
Tratamento - Se ocorre pequena hemorragia e o aparecimento de pontos arroxeados, estes são 
produzidos pela agulha que lesou os pequenos vasos sangüíneos, que desaparecerão 
espontaneamente. Para o edema e a dor, deve-se aplicar compressas frias para hemostasia e 
depois usar compressas quentes ou fazer massagens suaves para promover a absorção de 
hematomas. 
 
Prevenção - Fixar-se na qualidade das agulhas; familiarizar-se com a anatomia, punçar os pontos 
evitando os vasos sangüíneos. 
 
PRECAUÇÕES DA ACUPUNTURA 
 
1. Aconselha-se não aplicar Acupuntura em pacientes com fome, fatigados e nervosos. Para os 
pacientes debilitados é aconselhável realizar punções leves e adotar a posição de decúbito 
horizontal. 
 
2. E contra-indicada a Acupuntura nos pontos localizados na parte inferior do abdome em mulheres 
com menos de três meses de gravidez. 
 
 
 
 
200 
 
Tampouco é conveniente aplicar a Acupuntura nos pontos localizados tanto na parte superior como 
na parte inferior do abdome, nem nos pontos localizados na região sacro-lombar, e em alguns pontos 
das extremidades nas mulheres grávidas após o primeiro trimestre, porque podem ocasionar 
contrações uterinas. 
 
Estes pontos são Hegu (IG.4), Sanyinjiao (BP.6), Kunlun (B.60) e Zhiyin (B.67), etc. Em pacientes 
femininos em menstruação normal, é conveniente não realizar a Acupuntura durante os dias de 
mensuração, Ao passo que em mulheres com os distúrbios menstruais pode-se aplicar nesses dias 
para regular a menstruação. 
 
3. Não puncionar os pontos localizados na parte parietal dos bebes, enquanto a fontanela não estiver 
fechada. Além disso, não é conveniente que se retenha a agulha nos bebês. 
 
4. Deve-se evitar os vasos sangüíneos para prevenir a hemorragia. Não usar a Acupuntura em 
pacientes que sofram de hemorragia espontânea ou em pacientes com problemas de coagulação. 
 
5. Não aplicar a Acupuntura nas partes infectadas, ulceradas, nem tampouco nas zonas de tumores e 
cicatrizes. 
 
6. Prestar atenção para não afetar os órgãos vitais ao aplicar a Acupuntura. Por exemplo: 
 
a) Quando se insere nos pontos localizados na região ocular, deve-se prestar atenção para a 
profundidade e o angulo da inserção da agulha e não realizar grandes rotações, pistonagens, nem 
tampouco retê-la por muito tempo, com a finalidade de não ferir os globos oculares e não produzir 
hemorragia. 
b) É proibido fazer punção perpendicular e profunda nos pontos que se encontram acima de décima 
primeira vértebra torácica no oitavo espaço intercostal na linha média axilar, do sexto espaço 
intercostal na linha média do esterno, com o objetivo de não ferir o Coração, os Pulmões e, 
particularmente, é necessário ter muito cuidado com os pacientes com enfisema pulmonar, com o 
propósito de evitar pneumotórax (ver o Apêndice). 
c) É contra-indicado punção perpendicular e profunda nos pontos que se encontram no hipocôndrio e 
na região renal para não ferir o fígado, o baço e os rins. Deve-se prestar muita atenção aos 
pacientes que sofrem de hepatomegalia e esplenomegalia. 
d) E necessário prestar atenção ao ângulo e a profundidade da agulha, quando se insere nos pontos 
localizados no abdome dos pacientes que sofrem de úlcera gástrica, aderência e obstrução 
intestinais, assim como os pontos da região da sínfise púbica de pacientes que sofrem de retenção 
urinária, para que não lesem o estômago, os intestinos e a bexiga. 
e) E necessário ter muito cuidado com o angulo e a profundidade da agulha ao puncionar os pontos 
localizados no pescoço e na parte superior a primeira vértebra lombar, para não afetar o bulbo e a 
medula espinhal. Quando a agulha atinge determinada profundidade ao puncionar tais pontos e se o 
paciente sentir uma sensação de choque elétrico que se estende aos quatro membros e a todo o 
corpo, deve-se retirar a agulha imediatamente, sem praticar nenhuma manipulação. 
 
Apêndice: Pneumotórax traumático 
 
Um acidente que pode ocorrer na prática clinica é o pneumotórax traumático, pela lesão dos pulmões 
provocados por perfurações de agulhas, fazendo com que o ar entre na cavidade torácica. Não 
obstante, existe uma forma de evitá-lo, que é dê prestar bastante atenção a orientação, no angulo e a 
profundidade da agulha quando se punciona os pontos localizados na cavidade supraclavicular, 
pontos que se encontram acima da extremidade superior da incisura do esterno, nos lados da décima 
primeira vértebra dorsal, assim como, os pontos que estão localizados lateralmente, acima do oitavo 
espaço intercostal e da região anterior do tórax, acima do sexto espaço intercostal. Em caso de 
pneumotórax traumático apresenta-se os seguintes sintomas: dor e sufocação no tórax, palpitação, 
dificuldade para respiração. Em casos mais graves, observam-se sintomas como dispnéia, 
palpitações, cianose, transpiração e hipotensão arterial, etc. 
 
 
 
 
 
201 
 
Ao examinar o paciente observa-se que aumenta o espaço intercostal torácico do lado afetado; 
através da palpação observa-se que a traquéia muda sua posição para o lado sadio; por percussão 
nota-se o timpanismo no hemitórax do lado danificado; diminui o campo da ausculta do coração; a 
ausculta dos pulmões debilita-se até desaparecer o som respiratório, e pode-se confirmar o 
diagnostico através de raio-X do tórax. 
 
Para evitar o pneumotórax traumático, é necessário puncionar com muita atenção os pontos 
mencionados acima, escolhendo uma postura confortável para o paciente, familiarizando-se com a 
Anatomia e dominar bem a orientação, o ângulo e a profundidade que devem ser inseridas as 
agulhas. Para o pneumotórax leve pode-se tratar sintomaticamente, por exemplo, usar antitussígenos 
e antibióticos para infecções; curar-se-á espontaneamente- de cinco a sete dias como repouso. Para 
casos mais graves, é necessário tomar medidas de urgência, tais como, drenagem torácica para 
extrair o ar, dar oxigênio e anti-choque, etc. Em caso de faltar condições para faze-lo, deve-se levar 
o paciente a um hospital onde possa receber tratamento adequado. 
 
Zang-Fu (Órgâos e Vísceras) 
 
Teoria de Zang/Fu é uma teoria para pesquisar a anatomia, as funções fisiológicas e as alterações 
patológicas dos órgãos internos do corpo e as relações entre eles. E também uma parte importante 
da teoria básica sobre a fisiologia e patologia da Medicina Tradicional Chinesa e esta teoria constitui 
um guia importante na prática clínica e na pesquisa das Medicinas tradicionais. A teoria de Zang-Fu 
refere-se ao estudo dos Órgãos e Vísceras Zang-Eu, Vísceras extraordinárias, Jing (Essência), Qi 
(Energia), Xue (Sangue) e Jinye (líquidos orgânicos). 
 
O Coração, o Fígado, o Baço/Pâncreas, o Pulmao, os Rins, o Intestino Delgado, o Intestino Grosso, a 
Bexiga, e o Aquecedor Triplo são conhecidos como os Zang-Fu. O cérebro, a medula, os ossos, os 
vasos a vesícula bíliar e o útero são conhecidos como Vísceras extraordinárias, enquanto que os 
cinco sentidos, a pele,o pêlo, os tendões, os músculos, os órgãos genitais externos e o ânus estão 
relacionados com os Órgãos Zang-Fu. 
 
O Jing, Qi, Xue e Jinye são essências básicas que elaboram os diversos órgãos e tecidos de Zang-Fu 
e que efetuam diversas atividades funcionais, e por sua vez, são também produtos das atividades 
funcionais dos Zang-Fu. Zang e Fu (Órgãos e as Vísceras) são os mais importantes na manutenção 
das atividades vitais do corpo, dos quais os cinco Órgãos Zang são essenciais a vida. Os Órgãos 
Zang são diferentes dos Fu (Vísceras) em relação as funções fisiológicas, que têm as funções de 
armazenar o Jing Qi e também as substâncias essenciais, a Energia vital, o Sangue e os líquidos 
orgânicos. Todos estes constituem a base substancial para a produção e manutenção das atividades 
vitais do corpo. Estas atividades consomem a Energia Essencial que é produzida, por sua vez através 
das atividades funcionais dos Cinco Zang (Õrgãos) com a finalidade de obter e manter a Energia 
suficiente (plena) e manter as atividades normais do corpo. O desgaste excessivo ou a invasão de 
fatores patogênicos exógenos transformam as funções normais dos cinco Órgãos Zang e assim, 
ocasionam as enfermidades. As funções físiológicas das seis Vísceras (Fu) são as de transformar e 
transportar substâncias, ou seja, receber, digerir, transformar e transportar os alimentos e bebidas e, 
excretar os dejetos através das funções normais das seis Vísceras (Fu). As substâncias essenciais 
transformadas e absorvidas dos alimentos e das bebidas são distribuídas para cinco Zang, a fim de 
que as convertam em Energia Vital. Se ocorre desequilibrio nas funções dos líquidos e da distribuição 
(Shi e Bu) ocorrem transtornos de recepção, digestão, transformação e transporte, podendo resultar 
em doença. As funções dos Zang e Fu relacionam-se intimamente, influenciam-se patologicamente 
entre si. 
 
Fuqiheng são as Vísceras Curiosas. Qiheng significa curioso, estranho. Os Fuqiheng são similares 
aos Órgãos Zang na forma e são similares as Vísceras Fu nas funções, cujas atividades fisiológicas 
são o cérebro que é o mar da medula, é o Órgão que contém a mente original; a medula chega ao 
cérebro; os ossos produzem a medula e são os suportes do corpo humanos; os vasos são a 
residência do Sangue e são as passagens da circulação de Qi (Energia) e Xue (Sangue); a Vesícula 
Biliar armazena e excreta a bile, sendo a residência das essências do Aquecedor Médio; o útero 
(Nuzíbao) controla a menstruação e nutre o feto. 
 
 
 
 
202 
 
Em relação às funções dos outros órgãos e tecidos, dos cinco sentidos são iguais as da Medicina 
Ocidental; a pele, o pêlo e penugem constituem a superfície do corpo e tem uma função defensiva e 
protetora do corpo; os tendões e os músculos são tecidos motores dos membros; os órgãos 
geniturinários têm a função de reprodução e de excreção da urina; o ânus que se situa na região 
perineal posterior tem uma função de excreção da matéria fecal. 
 
As Vísceras Fu extraordinárias ou curiosas são diferentes dos outros tecidos em relação as funções, 
mas se relacionam intimamente com os Zang e Fu, sobretudo, com as atividades fisiológicas e com 
as alterações patológicas dos Zang-Fu. A teoria dos Zang-Fu toma como base os cinco Órgãos 
(Zang) como sendo os principais e que se associam com as seis Vísceras (Fu) por meio dos Canais e 
colaterais, relacionando estes com os tecidos (pele, músculos, vasos, tendões e ossos), com os cinco 
sentidos e nove orifícios (olhos, língua, boca, nariz, orelhas, orífícios inferiores). Além disso, esta 
teoria tem as Essências, Energia, Sangue e os líquidos orgânicos como as bases substanciais e 
mostra a importância do conceito da Medicina Tradicional Chinesa de considerar o corpo como um 
todo. Cada um dos Órgãos (Zang-Fu) tem suas características em relação as atividades fisiológicas, 
que, por sua vez, depedem umas das outras e que tem o controle entre si as alterações patológicas 
afetam e se transmitem mutuamente. A formulação da teoria dos Zang-Fu que contém um sistema 
teórico próprio na Medicina Tradicional Chinesa tem como base a anatomia antiga, assim como os 
conceitos simples e antigos da dialética, além de tomar como base as práticas clinicas adquiridas 
pela observação dos fenômenos fisiológicos e patológicos do corpo. Esta teoria interpreta não só a 
fisiologia, mas também a patologia; explica a ação dos Órgãos e dos tecidos com os quais se 
conectam. 
 
A teoria dos Zang-Fu é assim constituída, tomando como essenciais os cinco órgãos, apesar de que 
os cinco órgãos da Medicina Tradicional Chinesa tenham funções semelhantes aos órgãos da 
Medicina Ocidental, mas são diferentes nas funções fisiológicas e existe muita divergência entre as 
duas Medicinas. Por exemplo, na Medicina Tradicional Chinesa, o Fígado tem a função de dispersão 
e drenagem, de armazenamento do Sangue, do controle sobre os tendões; a Energia do Fígado 
manifesta-se no brilho dos olhos e das unhas. Dessa forma, as funções do Fígado estão relacionadas 
as funções parciais do sistema nervoso, circulatório e digestivo, fato este não relacionado as funções 
do Fígado na Medicina Ocidental. For isso deve-se entender os Zang-Fu da Medicina Tradicional 
Chinesa como sendo uma unidade de funções fisiológicas gerais e de alterações patológicas. Este é 
um conceito que necessita de um entendimento claro para os que querem aprender a teoria do Zang-
Fu da Medicina Tradicional Chinesa e que não podem ser considerados totalmente iguais aos das 
vísceras de igual nome da Medicina Moderna. 
 
OS CINCO ÓRGÃOS E SEIS VISCERAS  
 
Cinco órgãos 
 
Coração  
 
O Coração situa-se no tórax e está protegido externamente pelo pericárdio. As funções fisiológicas do 
Coração são as de controlar o Sangue nos vasos sanguíneos e de controlar as atividades mentais. A 
relação entre o Coração e os cinco sentidos efetua-se da seguinte maneira: o Coração têm a língua 
como abertura e reflete a sua energia no rosto. 
 
a) Controlar o Sangue e os vasos sanguíneos. O sangue nutre o corpo e os vasos são as vias por 
onde circula o Sangue. O Qi do Coração é a força motriz da circulação sanguínea; é o governador do 
Sangue e dos vasos sanguíneos indicando a função de promover a circulação do Sangue dentro dos 
vasos sanguíneos. Quando a Energia e o Sangue do Coração são suficientes ou insuficientes 
observa-se a mudança nos pulsos, assim, se a Energia for insuficiente, o pulso é intermitente, haverá 
a estase de Sangue no Coração, o pulso tornar-se-á vacilante e irregular. A deficiência de Energia e 
Sangue no Coração causa palpitações e estase de Sangue no Coração que provoca a cardialgia. 
 
b) Controlar a mente. Esta tem o significado de espírito, incluindo-se a consciência e a atividade do 
pensamento. Controlar a mente denomina-se também de “dotar a mente de tesouro”. 
 
 
 
 
203 
 
A formação da Energia Mental depende das essências congênita e adquirida depois do nascimento, 
assim como as Essências, Qi, Xue e os líquidos orgânicos, os quais formam as bases substanciais 
nas atividades fisiológicas. Por isso, quando as Essências e o Qi (Energia) estão plenos, o espírito é 
bom e vice-versa. O consumo ou o esgotamento das Essências e da Energia, a perda de Sangue e 
dos líquidos orgânicos causam as alterações fisiológicas da Energia Mental. 
 
O Coração controla o Sangue, os vasos sanguíneos e a mente. Se o Sangue do Coração é 
insuficiente, o Coração torna-se mal nutrido, manifestando-se pelas palpitações, inquietações, insônia 
e amnésia; se o Calor interfere com a Energia Mental provoca a irritabilidade, delírios e, se for grave, 
manifesta-se pelo estado de coma. 
 
c) O Coração abre-se na língua e se reflete no rosto. A abertura aqui indica uma relação especial 
entre os órgãos internos e os cinco sentidos. O Coração conecta-se a língua através dos Canais e 
colaterais. As mudanças na língua são observadas quando a função do Coração está normal ou 
anormal. Uma língua normal tem a coloração rósea eapresenta-se úmida, tem movimento livre e 
gosto normal. 
 
Se o Fogo do Coração sobe, a ponta da língua torna-se avermelhada e pode manifestar-se pela 
úlcera bucal; se houver a estase de Sangue no Coração, a língua torna-se de cor púrpura ou com 
pontinhos purpúreos ou com equimoses; se o Calor penetra o Envoltório do Coração ou se a 
Mucosidade obstrói o Coração, a língua torna-se rígida ou aparece a afasia e, a diminuição da 
sensação do paladar indica a deficiência de Qi do Coração ou estase de Sangue no Coração. A 
preponderância e a deficiência de Zheng Qi (Energia Vital) e de Xue (Sangue) se refletem no rosto 
pela mudança do brilho, pois o Coração controla o Sangue e os vasos sanguíneos, e os vasos 
sanguíneos fasciais são abudantes. Um rosto rosado e brilhante mostra-se são e normal; um rosto 
obscuro ou azul-púrpureo indica deficiência de Qi no Coração ou estase de Sangue no Órgão 
específico. 
 
APÊNDICE - Pericárdio 
 
O pericárdio é uma membrana que protege o Coração e desempenha, frequentemente, a função do 
Coração. Isto ocorre porque os fatores patogênicos exógenos atacam primeiro o pericárdio antes da 
invasão do Coração. No entanto, ambos tem manifestações clínicas similares. 
 
Fígado  
 
O Fígado está situado na região do hipocôndrio direito. As funções fisiológicas energéticas do Fígado 
são de armazenar o Sangue, controlar a dispersão, a drenagem e determinar as condições dos 
tendões e dos ligamentos. O Fígado relaciona-se aos cinco sentidos da seguinte forma: o Fígado 
abre-se nos olhos e se reflete nas unhas. 
 
a) Armazenar o Sangue. Significa que o Fígado tem a função de armazenar o Sangue e de regular a 
distribuição dele por todo o corpo acomodando volume de sangue nas diversas partes do corpo 
humano que varia de acordo com as mudanças fisiológicas. Se a pessoa está em repouso ou 
dormindo, uma parte do Sangue fica armazenada no Fígado; e se faz exercícios, o Sangue é expulso 
do Fígado para aumentar a quantidade de Sangue circulante mantendo assim as atividades normais. 
O Fígado é o órgão principal para armazenar o Sangue. Quando esta função é anormal, produz-se o 
extravasamento do Sangue, hemoptise, epistaxe, hemorragia funcional uterina, etc. 
 
b) Fígado controla a drenagem e a dispersão, cujos termos têm o significado de comunicar as 
atividades funcionais do corpo sem obstáculos. A função do Fígado pode afetar a circulação da 
Energia que percorre todo o corpo. Esta função divide-se nas duas seguintes partes: 
 
1. Atividades emocionais - As atividades principais são governadas pelo Coração, mas a regulação 
das atividades mentais está diretamente relacionada a função do Fígado fazendo-se a comunicação 
nervosa para promover as atividades funcionais do corpo a custa da função de drenagem e de 
dispersão. 
 
 
 
 
204 
 
O Fígado prefere a alegria a depressão; se esta função estiver normal, a pessoa será alegre o que 
facilita bastante o desenvolvimento da função de drenagem e de dispersão do Fígado, mantendo 
assim uma intercomunicação das atividades funcionais do corpo e uma circulação do Sangue 
adequada. 
 
Se esta função estiver anormal, ocorre a estagnação do Qi no Fígado, manifestando-se então, pela 
depressão, opressão torácica, dor no hipocôndrio e menstruação irregular; se acontecer a 
estagnação de Qi e a estase do Sangue, pode aparecer massas dolorosas no ventre. 
 
Se houver a preponderância de Qi (Yang) do Fígado, manifesta-se pela irritabilidade, cefaléia, 
vertigem, insônia e sonhos que perturbam o sono; se ocorrer a deficiência do Qi do Fígado 
aparecemos sintomas de tontura, vertigem, insônia e sono leve. As funções de drenagem e de 
dispersão do Fígado podem ser afetadas pelos fatores emocionais exógenos, assim a ira causa dano 
ao Fígado. 
 
2. Transporte e transformação. A função de drenagem e de dispersão do Fígado pode ajudar a 
subida e a descida de Energia do Estômago e do Baço/Pâncreas e também a secreção e excreção 
de bile. Isto significa que se a função do Fígado for normal, também será a função de subida e 
descida do Estômago e do Baço/Pâncreas. 
 
Se acontecer a estagnação de Qi no Fígado afetará a função de transporte e transformação do 
Estômago e do Baço/Pâncreas, que se manifesta pela anorexia, eructações, distensão abdominal, 
diarréia, etc. Se a função da secreção e excreção da bile for afetada, aparecerá dor no hipocôndrio e 
icterícia. 
c) Fígado controla o Jin. Significa o controle dos tendões e dos ligamentos que estão presentes nas 
articulações, fazendo com que os mesmos possam mover-se livremente, e para isso necessitam da 
nutrição do Sangue do Fígado. Se esta for insuficiente não conseguindo nutrir os tendões, 
aparecerão dores ou intumescimento dos membros, contraturas musculares das mãos ou dos pés, 
relaxamento e rigidez anormais das articulações. 
 
Se o tendões estão mal nutridos em conseqúência de uma grave deficiência de Sangue do Fígado ou 
pela febre alta que consome os líquidos orgânicos, aparecerão tremores das mãos ou dos pés, 
convulsões e também a atitude de opistótono. 
 
d) Fígado abre-se nos olhos e reflete nas unhas - Os olhos estão relacionados a todos os órgãos 
internos especialmente ao Fígado. Se o Sangue do Fígado estiver suficiente, manifesta-se por visão 
boa, pois o Fígado tem a função de armazenamento do Sangue e o Canal do Fígado tem ramos que 
se conectam a visão. No Lingshu uma das Seções do livro Huang Ti Nei Jing (Tratado de Medicina 
Interna) diz “O Qi do Fígado conecta-se com os olhos”. Se as funções do Fígado estiverem normais, 
os olhos poderão distinguir as cinco cores. Os transtornos do Fígado frequentemente refletem nos 
olhos, porque o Fígado abre nos olhos, assim, se o Sangue do Fígado está insuficiente, aparece a 
visão borrosa ou a metalopia; se o Fogo do Fígado sobe, os olhos tornam-se vermelhos, 
edemaciados e aparecem dor ocular. 
 
O Fígado manifesta-se nas unhas. A unha é o tendão modificado e o tendão então relacionado ao 
Fígado. Por isso, as alterações patológicas do Fígado refletem-se frequentemente nas unhas. Se o 
Sangue do Fígado for suficiente, as unhas apresentam-se rosadas, brilhantes e claras; se o Sangue 
do Fígado está insuficiente, os tendões estão mal nutridos, por isso, as unhas tornam-se pálidas, 
secas, moles, delgadas e fáceis de quebrar. 
 
Baço/Pâncreas  
 
o Baço/Pâncreas está situado no Aquecedor Médio. As funções fisiológicas do Baço/Pâncreas estão 
relacionadas no controle de transporte e de transformação dos nutrientes, no controle do Sangue, dos 
músculos e dos membros. A relação entre o Baço/Pâncreas e os cinco sentidos referem-se ao 
Baço/Pãncreas que abre-se na boca e reflete-se nos lábios. 
 
 
 
 
205 
 
a) controlar o transporte e a transformação. Estas funções relacionam-se com a digestão, absorção e 
transporte de alimentos, bebidas, líquidos e nutrientes. 
 
1. Transportar e transformar os alimentos e bebidas, assimilar as substâncias nutritivas O 
Baço/Pãncreas recebe os alimentos provenientes do Estômago, onde se realiza a digestão e 
absorção, passando a Essência dos alimentos que é distribuída para todo o corpo através dos vasos 
sanguíneos nutrindo os Zang/Fu e os tecidos e transformando-os em Qi e Xue. 
 
O Yong Qi (Energia Nutritiva), Wei (Energia Defensiva), Qi, Xue, Jing (Essência) e Jinye (os líquidos 
orgânicos) que são as substâncias básicas nas atividades funcionais do corpo, originam-se dos 
alimentos digeridos e dos nutrientes que foram transportados e transformados pelo Estômago e no 
Baço/Pâncreas. Por isso, a Medicina Tradicional Chinesa considera que “Estômago e Baço/Pâncreas 
são fundamentais para a manutenção da vida após o nascimento”e são” a fonte da geração de 
Energia e Sangue”. 
 
Se a função do Baço/Pâncreas está normal, a digestão, absorção e as funções de transporte e de 
transformação estão normais e a fonte da geração da Energia e Sangue é abundante. Se a função do 
Baço/Pâncreas está anormal, manifesta-se pela anorexia, distensão abdominal, fezes moles, 
deficiênciade Energia e Sangue. 
 
2. transporte e transformação de líquidos e de umidade. O Baço/Pâncreas situa-se no Aquecedor 
Médio e tem a função de transportar e transformar os líquidos e a umidade de todo o corpo com a 
finalidade de promover a circulação e a excreção dos líquidos e da umidade, mantendo o equilíbrio do 
metabolismo dos líquidos do corpo. O Baço/Pâncreas transporta os alimentos e também os líquidos 
necessários para o corpo aos Pulmões e distribui os alimentos e os líquidos para todo o corpo, a fim 
de nutrir e umedecer os tecidos, e ao mesmo tempo direciona os líquidos restantes a Bexiga e 
transforma-os em urina para logo serem excretados. O termo Jinye é uma generalização dos líquidos 
orgânicos corpóreos. Se os líquidos se acumulam, aparece a umidade anormal. 
 
O Baço/Pâncreas tem a função de transportar e de transformar a umidade para remover o acúmulo 
ou a retenção desta Energia. Por isso, se esta função do Baço/Pâncreas esta normal, a circulação e a 
secreção dos líquidos, bem como a excreção de água estão normais, mantendo assim o equilíbrio do 
metabolismo dos líquidos. A disfunção do Baço/Pâncreas pode causar a retenção dos líquidos 
orgânicos, podendo originar as doenças. Por exemplo, o acúmulo de umidade causa a 
umidade/Calor; o acúmulo da umidade na pele causa o edema e o acúmulo da umidade nos 
Intestinos causa diarréia. 
 
3. O equilíbrio do metabolismo dos líquidos orgânicos do corpo depende não só da função do 
Baço/Pâncreas no transporte e na transformação dos líquidos e da umidade, mas também relaciona-
se estreitamente as funções dos Pulmões, dos Rins e do Triplo Aquecedor. A disfunção do 
Baço/Pâncreas no transporte e na transformação faz com que os nutrientes e a umidade cheguem 
aos Pulmões. “O Baço/Pâncreas tem a função de elevar o Qi (Essência)”.Esta afirmação é uma breve 
generalização sobre esta característica da função fisiológica do Baço/Pâncreas. Existe uma relação 
muito estreita entre o transporte e a transformação dos alimentos, dos líquidos e da umidade, por isso 
a disfunção do Baço/Pâncreas pode provocar os sintomas e sinais referentes aos alimentos e 
líquidos, separados ou associados. Assim, a deficiência do Baço/Pâncreas pode ocasionar anorexia e 
amolecimento das fezes. Depois de um longo tempo de deficiência do Baço/Pâncreas pode ocasionar 
o aparecimento de edema. 
 
b) Controlar o Sangue. O Baço/Pâncreas tem a função de controlar a circulação do Sangue dentro 
dos vasos, impedindo o extravasamento de sangue. O Baço/Pâncreas tem a função de transportar e 
de transformar os alimentos nutritivos e os líquidos, sendo a fonte de geração de Energia e Sangue. 
Estando a Energia do Baço/Pâncreas suficiente é que este órgão pode governar o Sangue. Em caso 
contrário, produz-se a hemorragia crônica tais como melena, epistaxe, hemorragia funcional uterina, 
púrpura subcutânea, etc. 
 
 
 
 
 
206 
 
c) Controlar os músculos nos membros. O Baço/ Pâncreas tem a função de transportar e transformar 
os alimentos e os líquidos e distribuí-los para o corpo a fim de nutrir os músculos e os membros. Se 
esta função estiver normal, os músculos podem ser fortes e resistentes; a disfunção do 
Baço/Pâncreas pode fazer com que os músculos fiquem atrofiados e causar fraqueza muscular. 
 
d) O Baço/Pâncreas abre-se na boca e reflete nos Lábios. O apetite, o paladar estão relacionados a 
função do Baço/Pâncreas no transporte e na transformação. Se esta função é normal, o apetite e o 
paladar serão bons; a disfunção do Baço/Pâncreas pode motivar a anorexia e a alteração no paladar. 
 
Como o Baço/Pâncreas controla a parte carnosa dos músculos e abre-se na boca, os lábios podem 
manifestar o estado deste órgão; assim se a Energia e o Sangue do Baço/Pâncreas estão suficientes, 
os lábios estarão rosados e úmidos; caso contrário, os lábios estarão pálidos, secos e amarelados. 
 
Pulmão  
 
Os pulmões estão situados na caixa torácica. Suas funções fisiológicas são as de controlar o Qi 
(Energia) e a respiração, comunicar e regular as vias dos líquidos e controlar a difusão e descida. Os 
Pulmões relacionam-se a superfície do corpo através do nariz e refletem-se na pele, nos pêlos e 
penugem. 
 
a) Controlar o Qi e a respiração. Esta função significa que o Pulmão controla o Qi de todo o corpo e 
dirige a respiração. 
 
1. Dirigir a respiração. O Pulmão é um órgão muito importante na troca do ar turvo e do puro dentro e 
fora do corpo. O corpo inala o ar puro da natureza e expulsa o ar turvo continuam-se por meio dos 
Pulmões. Isto denomina-se “descartar o velho e assimilar o novo”. 
 
2. O Pulmão controla o Qi de todo o corpo. O Pulmão dirige a respiração e está estritamente 
relacionado a geração e à circulação de Zhong Qi (Qi torácico). Qi é importante para manter as 
atividades funcionais do corpo. Nesta concepção estão incluídos o Qi inalado da natureza e o Jing Qi 
(Qi Essencial) transformado dos alimentos nutritivos e dos líquidos que formam juntos o Zhong Qi no 
tórax. Este fenômeno denomina-se respiração. O Zhong Qi penetra o Coração para promover a 
circulação do Sangue e juntos com Yong Qi (sistema nutritivo) e Wei Qi (sistema defensivo), distribui-
se por todo o corpo para aquecer os membros, ossos e manter suas funções fisiológicas normais. 
Esta Energia, o Zhong Qi é a força motriz para a respiração pulmonar e circulação do Sangue 
cardíaco e constitui o fundamental para manter as atividades funcionais do Zang-Fu do corpo e dos 
tecidos; por isso, pode-se afirmar que o Pulmão dirigindo a respiração, controla o Qi de todo o corpo. 
 
Se esta função pelo Pulmão é normal, a circulação de Qi de todo o corpo e a respiração está normal. 
A insuficiência de Qi do Pulmão não só afeta a respiração normal do Pulmão, mas também a 
formação e a circulação de Zhong Qi, causando fraqueza respiratória, assim como dispnéia, asma, 
voz baixa, astenia, etc. Quando a respiração cessa, a vida termina. 
 
b) Controlar a difusão, a purficação e a descida, comunicar e regular as vias dos líquidos. Somente 
quando a função da difusão é normal, o Wei Qi (Qi defensivo) e os líquidos orgânicos podem ser 
distribuídos por todo o corpo para aquecer e umedecer os músculos, os poros cutâneos e a pele. 
 
Em condições normais, o Qi do Pulmão deve dirigir-se para baixo. Esta função está relacionada ao Qi 
e o líquido. Estando esta função normal, a respiração torna-se normal, e quando esta função é 
anormal, o Qi dos Pulmões sobe ao invés de baixar, observando-se, então, a opressão no tórax, 
tosse e asma. A Medicina Tradicional Chinesa considera que o líquido deve ter a circulação por 
determinadas vias, cujas vias devem ser reguladas pela função dos Pulmões. A função normal do 
Pulmão faz distribuir normalmente os líquidos e faz passar uma parte dos liquidos para a Bexiga e 
finalmente elimina-los com a finalidade de regular o equilíbrio do metabolismo dos líquidos do corpo. 
A disfunção do Pulmão de regular as vias dos líquidos obstrói a circulação normal dos liquidos para a 
Bexiga, de modo que se produz a Umidade-Mucosidade, disúria, urina escassa, edema etc. 
 
 
 
 
207 
 
A difusão e a descida são manifestações da função normal do Pulmão e constituem em duas partes 
que se condicionam uma à outra. Isto quer dizer que a função normal de difusão favorece a função de 
descida e vice-versa; a disfunção de difusão pode causar a disfunção na descida e vice-versa. 
 
c) O Pulmão tem o nariz como sua abertura e se reflete na pele, no pêlo e penugem - O nariz é a 
entrada e a saída de ar. A cavidade nasal permeável e um olfato sensível dependem da função dos 
Pulmões, cuja normalidade assegura a respiração normal e a sensibilidade do olfato. Geralmente, os 
fatores patogênicos exógenos afetam primeiramente a pele, o pêlo e penugem antes de invadir os 
Pulmões; porém, esses fatores patogênicos exógenos podem também entrar pelo nariz e pela boca. 
Por isso, a invasão do Vento e do Frio pode causar obstrução nasal, rinite E perda parcial do olfato. O 
acúmulo de Calor nosPulmões pode causar asma e movimentos das asas nasais. 
 
A garganta é a porta da respiração, é o órgão da fala e por onde passa o Canal do Pulmão, existindo 
uma relação muito estreita e direta entre a garganta e a função dos Pulmões. Por isso, a disfunção do 
Pulmão pode motivar o aparecimento da afonia e dor de garganta, etc. 
 
A pele, o pêlo, a penugem e os poros cutâneos estão na superfície do corpo e têm a função de 
proteger o corpo contra os fatores patôgênicos exógenos e de regular a temperatura do corpo para 
adaptar as mudanças do meio ambiente, e estas funções são desenvolvidas quando estes tecidos 
estão nutridos pela Essência e pelos líquidos distribuídos pelos Pulmões, através da função de 
difusão. Quando o Qi do pulmão está fraco e insuficiente, a pele e os pêlos tornam-se secos e sem 
brilho. Como a fraqueza do Qi dos Pulmões conduz a debilidade do Wei Qi (Qi defensivo) promove o 
aparecimento do catarro. A invasão dos fatores patogênicos exógenos na superfície do corpo 
prejudica a função do Pulmão na difusão, quando observam-se os sintomas e sinais de temor ao frio, 
febre, obstrução nasal, tosse, etc. O Wei Qi (Qi defensivo) controla a abertura e o fechamento dos 
poros cutaneos; por isso, se o Qi do Pulmão e o Qi defensivo estão insuficientes, os poros abrem-se, 
causando assim a sudorese espontânea. Quando o frio ataca a superficie do corpo, o Qi pulmonar e 
o Qi defensivo falham na sua função e os poros fecham-se causando a anidrose. 
 
Rins  
 
Os Rins situam-se no Aquecedor Inferior, têm as funções fisiológicas de armazenar o Jing (Essência), 
controlar os líquidos, receber o Qi, controlar os ossos, gerar a medula e chegar ao cérebro. Os Rins 
relacionam-se com os cinco sentidos da seguinte forma: os Rins comunicam-se com as orelhas 
(ouvido), o ânus e a uretra que são as aberturas dos Rins e se refletem nos cabelos. 
 
a) Armazenar a Essência. O Jing (Essência) é a matéria fundamental, da qual constitui o corpo. E, 
também, a matéria fundamental necessária para efetuar as diversas atividades funcionais do corpo. O 
Jing está armazenado nos Rins e está dividido em duas partes, Jing hereditário e Jing congênito. O 
Jing hereditário provém dos pais e o congênito, das matérias essenciais dos alimentos. Os dois 
dependem um do outro e promovem-se mutuamente. O Jing hereditário, proporciona as matérias 
fundamentais para o Jing adquirido antes do nascimento e o Jing hereditário, depende da nutrição do 
Jing congênito para o completo desenvolvimento de suas funções depois do nascimento. 
 
O Jíng Qi (Essência vital e Energia vital) dos Rins é a base que produz o Yin e o Yang dos Rins. O 
Yin dos Rins também se chama “Água dos Rins” ou “Yuanyin (Yin original)”, Zhenyin (Yin verdadeiro) 
que constitui os líquidos básicos do corpo humano e que têm as funções de nutrir e de umedecer os 
tecidos e os Zang-Fu. O Yang dos Rins chama-se “Yuan yang (Yang original)”, “Zheng yang (Yang 
verdadeiro) que é o fundamento de Yang Qi do corpo e tem a função de aquecer e promover os 
tecidos e os Zang-Fu. Os Rins são denominados de “o hereditário” fundamental, pois Yin e Yang dos 
Rins constituem fontes de Yin e Yang de todo o corpo hereditário. 
 
A Água e o Fogo são os simbolos de Yin e de Yang dos Rins, por isso, os Rins são denominados 
“órgãos da Água e do Fogo”. O Yin e Yang controlam-se entre si e dependem um do outro a fim de 
manter um equilíbrio dinâmico relativo. Quando este equilíbrio é rompido, produz-se a preponderância 
ou a deficiência de Yin ou de Yang dos Rins. 
 
 
 
 
208 
 
Quando ocorre a deficiência de Yang dos Rins manifesta-se por palidez, extremidades frias, 
sensação fria e dor na região lombar e nas patelas, impotência sexual, ejaculação precoce, nictúria, 
enurese, edema, infertilidade na mulher, etc. Todos os sintomas já citados caracterizam-se por 
fenômenos frios. A deficiência de Yin dos Rins pode causar a subida do Falso Fogo e manifestar-se 
por dor e debilidade na região lombar e nas patelas, sensação de calor nos cinco centros (coração, 
as palmas das mãos, plantas dos pés), insônia, pesadelos, espermatorréia, secura na boca e na 
garganta, etc. 
 
Todos estes sintomas caracterizam-se por fenômenos do Calor que é denominado de “a deficiência 
de Yin conduz ao Calor interno, enquanto que a deficiência de Yang, conduz no Frio externo”. Da 
mesma maneira, o Yin e Yang dos Rins relacionam-se fisiologicamente e se afetam mutuamente na 
patologia. 
Assim, a deficiência de Yin conduz a deficiência de Yang ou a deficiência de Yang conduz a 
deficiência de Yin. Nos dois casos, produzem-se deficiência de Yang e a deficiência de Yin ao mesmo 
tempo. 
 
O Jing Qi (Qi essencial) dos Rins tem influência importante na função de crescimento e de 
desenvolvimento do corpo; durante o crescimento até o período de maturidade, o Jing Qi dos Rins 
enriquece-se, quando as mulheres passam a ter a menstruação e os homens, a emissão seminal, 
fatores esses que indicam a capacidade de reprodução; na idade senil, o Jing Qi dos Rins declina-se, 
a função sexual e a da reprodução debilitam-se gradualmente, e o corpo começa a envelhecer. De 
modo que a evolução do crescimento e da debilidade de Jing Qi dos Rins reflete o curso de 
crescimento de desenvolvimento e de envolvimento do corpo. Uma vez que o Jing Qi dos Rins afeta 
diretamente as capacidades de crescimento, de desenvolvimento e de reprodução, deficiência ou 
debilidade do Jing Qi podem causar as enfermidades como infertilidade masculina e feminina e 
hipoplasia infantil. 
 
b) Os Rins controlam os líquidos. Os Rins têm a função de regular o metabolismo dos liquidos que 
entram no Estômago, e são transportados ao Pulmão pelo Baço/Pâncreas e que reunem-se na 
Bexiga pelas funções dos Pulmões de descida, de dispersão e de comunicar e de regular as vias dos 
líquidos, ocorrendo também o processo de separação do límpido do turvo. Através da função do Yang 
dos Rins, o líquido límpido é conservado sendo transportado para o Pulmão de onde são distribuídos 
para todo o corpo. Os líquidos turvos são eliminados do corpo sob a forma de urina, mantendo assim 
o metabolismo dos líquidos orgânicos. Quando o Yang dos Rins está deficiente, a disfunção dos Rins 
na transformação dos líquidos pode causar poliúria, enurese noturna, polaciúria, e a retenção dos 
líquidos que conduz a oligúria, disúria ou edema. 
 
c) Os Rins recebem o Qi (ar). A respiração é controlada pelo Pulmão. O Qi puro inalado pelo Pulmão 
desce para os Rins com a ajuda da função dos Rins de receber o Qi puro proveniente de respiração. 
Se o Qi dos Rins está suficiente, a função de recepção e controle do ar esta normal e a respiração 
torna-se normal. Se o Qi dos Rins está débil, o Qi que vem do Pulmão não pode ser recebido e nem 
controlado pelos Rins que se manifesta por asma, dispnéia com o predomínio de expiração, cujos 
sintomas agravam-se com exercícios e movimentos. O conjunto destes sintomas é denominado 
“asma de tipo deficiência”. 
 
d) Os Rins determinam as condições dos ossos, gera a medula e chega ao cérebro. Nos Rins são 
armazenados o Jing que se transforma em medula. A medula óssea é armazenada nos ossos, nutre 
os ossos, enquanto que a medula espinhal sobe até a cabeça onde se reune formando, assim, o 
cérebro. A expressão “o cérebro é o mar da medula” mostra uma relação muito estreita da Essência 
dos Rins com os ossos, a medula e o cérebro. A Essência dos Rins estando suficiente é a fonte gera-
dora da medula que nutre os ossos e assim o corpo pode ter ossos fortes e robustos. A medula 
cerebral nutrida pela Essência dos Rins torna as pessoas mais inteligentes, ágeis e enérgicas. 
 
A insuficiência da Essência dos Rins impede a produção da medula óssea, fazendo com que apareça 
a debilidade e dor na região lombar e nos joelhos, ou mesmo a atrofia muscular dos pés, a hipoplasia 
e a ossificação tardia da fontanela, etc. 
 
 
 
 
209 
 
A insuficiência da Essência dos Rins ocasiona a insuficiência da medula que não consegue nutriro 
cérebro, que traduz-se pelo aparecimento de tontura, zumbido, amnésia e perda de consciência. 
Os Rins determinam as condições dos ossos e, os dentes são considerados excedentes destes; por 
isso, pode-se dizer que os dentes estão fortes ou não, dependendo da nutrição da Essência dos Rins. 
Quando a Essência dos rins é suficiente, os dentes são fortes, e de outra maneira, os dentes tornam-
se móveis e inclusive podem cair. 
 
e) Os Rins abrem-se no ouvido, no anus e no orgão urogenital e reflete-se nos cabelos. As orelhas 
(ouvidos) são aberturas dos Rins. Se a Essência dos Rins está suficiente, ouve-se bem. Se a 
Essência dos Rins está insuficiente, aparece a hipoacusia, além disso, pode produzir zumbido, 
surdez ou a diminuição da audição. Nos anciãos, geralmente, observa-se a surdez pela insuficiência 
do Qi dos Rins. 
 
Além disso, os Rins dominam a função de reprodução, e influem na diurese, na eliminação da urina e 
na defecação. A formação da urina está controlada pela Bexiga, mas, também depende da função da 
transformação dos Rins. Por isso, a deficiência de Yang dos Rins pode causar poliúria, enurese ou 
olígúria e disúria. 
 
Quanto a defecação, a insuficiência de Yin dos Rins e de líquidos Yin. causa constipação intestinal. 
Devido a deficiência de Yang dos Rins ocorre a disfunção do Baço/Pâncreas na função de transporte 
que se manifesta por constipação do tipo frio ou diarréia durante a noite. Os cabelos absorvem os 
nutrientes do sangue, por isso são denominados “os restos do Sangue”. Mas, o crescimento dos 
cabelos depende do Jing Qi dos Rins. O estado dos cabelos reflete a suficiência ou insuficiência do 
Jing Qi (Qi essencial) dos Rins, assim os cabelos dos jovens e de pessoas de meia idade são 
brilhantes porque a Essência dos Rins é abundante; os cabelos dos anciãos são brancos e cinzentos 
e fáceis de cair porque o Jing Qi dos Rins está insuficiente. 
 
APÊNDICE: Mingmen 
 
Na obra classica antiga Nei Ching menciona pela primeira vez o termo Mingmen (porta vital) como um 
orgão. O Capítulo “Dificuldade 37 de Nei Ching” diz. “As outras Vísceras são únicas no corpo e 
somente os Rins, são dois”. Por quê isso? Os dois não são todos rins. O esquerdo é o Rim e o direito 
e o Mingmen. O Mingmen é a residência do espírito, é onde esta o Yuanqi (Qi congênito). Para o 
homem, é onde armazena essências, e para a mulher é onde se conecta com o útero. 
 
Por isso, o Rim também é um só. Os médicos, posteriormente, sustentam diferentes opiniões quanto 
a localização do Mingmen, mas a opinião sobre a função de que o Fogo de Mingmen pode aquecer 
os cinco Zang e os seis Fu é relativamente unificada. Clinicamente, os sintomas e sinais de 
debilidade do Fogo de Mingmen são semelhantes aos da deficiência de Yang dos Rins. Os 
medicamentos usados para tonificar ou fortalecer o Fogo de Mingmen têm, também, a função de 
tonificar o Yang dos Rins. Por isso, pode-se considerar que o Fogo de Mingmen e o Yang dos Rins 
são o mesmo no fundamental e a denominação Mingmen (porta vital) é utilizada para destacar sua 
importância. 
 
 As Seis Vísceras (Fu) 
 
1. Vesícula Biliar  
 
A Vesícula Biliar está ligada ao Fígado onde se armazena a bíle com a finalidade de ajudar o 
Estômago e o Baço/Pâncreas na digestão. A bile se origina no Fígado, sendo alimentada na Vesícula 
Biliar. A secreção e a excreção da bile relacionam-se a função de drenagem e a dispersão do Fígado. 
Quando o Qi do Fígado está estagnado, a Vesícula Biliar perde a função de drenagem e de dispersão 
afetando as funções do Estômago e do Baço/Pâncreas. A circulação anormal de Qi da Vesícula Biliar 
causa dor nos hipocôndrios; a subida anormal de Qi da Vesícula Biliar provoca um gosto amargo na 
boca, regurgitação de líquidos amargos; o extravasamento da bile provoca a ictericia. 
 
 
 
 
 
210 
 
Na Medicina Tradicional Chinesa considera-se que a função da Vesícula Biliar está relacionada aos 
fatores emocionais. A preponderância ou deficiência de Qi da Vesícula Biliar pode afetar as 
mudanças das atividades emocionais. Portanto, quando ocorre os transtornos mentais com sintomas 
e sinais de medo, terror e insônia, recorre-se a regulação da função da Vesícula Biliar. A bile é 
denominada, também, de “substância essencial”. No Lingshu diz-se que “a Vesícula Biliar é a 
residência das Essências do Aquecedor Médio”. A Vesícula Biliar é também denominada de “Órgão 
extraordinário” porque há diferença com os outros órgãos, uma vez que nela se armazena os líquidos 
puros e límpidos. 
 
2. Estômago  
 
O Estômago situa-se no Aquecedor Médio, conectando-se acima com o esôfago e inferiormente com 
o Intestino Delgado. Seu orifício superior é a cárdia também chamada Shangwan (região 
epigástríca); seu orifício inferior é o piloro, também chamado Xiawan (região hipogástrica) e a parte 
que está entre Shiangwan e Xiawan é Zhongwan (região mesogástrica). As três regiões juntas 
denominam-se de Weiwan (região gástrica). As funções fisiológicas do Estômago é receber os 
alimentos e os líquidos e de realizar o primeiro passo da digestão. As funções do Estômago 
caracterizam-se pela descida, ou seja, de passar os alimentos e liquidos semi-digeridos para baixo, 
ao intestino delgado. Os alimentos nutritivos são transformados e distribuídos para o corpo todo pela 
função do Baço/ Pâncreas. Por isso, o Estômago e o Baço/ Pâncreas são a fonte dos nutrientes com 
que se mantém a vida depois do nascimento. 
 
A Medicina Tradicional Chinesa dá muita importância ao Qi do Estômago e considera que quando 
existe o Qi do Estômago, vive-se; quando se extingue o Qi do Estômago, a vida se acaba. Por isso, 
“proteger o Qi do Estômago” constitui um princípio de tratamento muito importante na prática clínica 
desta Medicina. A disfunção de descida do Estômago pode afetar a função do Estômago na recepção 
de alimentos e de líquidos que se manifesta pela anorexia, náusea, vômito, eructação, regurgitação 
de ácidos ou distensão, e dor na região epigástrica. Se o Canal colateral do Estômago é cauterizado 
pelo Fogo ou Calor, apresenta-se vômitos com sangue. 
 
3. Intestino Delgado  
 
A extremidade superior do intestino delgado liga-se ao estômago e, pelo íleo, ao intestino grosso. As 
funções principais do Intestino Delgado são de digerir, absorver e separar o puro do turvo. 
O Intestino Delgado recebe os alimentos semi-digeridos pelo Estômago, termina a digestão e logo 
separa o puro do turvo. O alimento puro são as substâncias essenciais, e os líquidos turvos, são os 
detritos. 
 
O puro pode ser transportado através da função do Baço/ Pâncreas a todo o corpo, e o turvo ao 
Intestino Grosso pelo ileo e uma parte dos líquidos canalizados a Bexiga. Uma vez que o Intestino 
Delgado tem estas funções, a enfermidade dele manifesta-se não somente pela e má digestão e má 
assimilação dos alimentos, como também nas anormalidades da urina e de sua característica. Por 
exemplo, O Calor de tipo Shu (excesso) no Intestino Delgado afeta a função da Bexiga e se 
observam urina escassa e amarela, ardor ao urinar, incluindo hematúria causada pela lesão dos 
vasos sanguíneos. O Frio, associado a deficiência no Intestino Delgado, conduz a uma disfunção em 
separar o puro do turvo, apresentando fezes moles. 
 
4. Intestino Grosso  
 
O Intestino Grosso está conectado superiormente ao Intestino Delgado pelo íleo e a extremidade 
inferior, ao ânus. Sua função fisiológica é transmitir os alimentos digeridos e excretá-los. O Intestino 
Grosso recebe o bolo alimentar proveniente do Intestino Delgado e transforma em matéria fecal para 
excretá-los. Os transtornos do Intestino Grosso conduzem a disfunção de transporte, levando a um 
quadro de constipação ou diarréia, disenteria; ou pode levar a uma deposição de sangue na parede 
intestinal causada pela lesão dos vasos sanguíneos do Intestino Grosso. 
 
 
 
 
 
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5. Bexiga  
 
A Bexiga está situada no Aquecedor Inferior (ventre). A função principal da Bexiga é de acumular a 
urina e depois fazer a eliminação.

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