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Conteúdo trabalhado na 7ª Turma Regular de Delegado de Polícia (atualizado até 02/03/2020) CRIMINOLOGIA SOCIOLOGIA CRIMINAL Clique aqui para assistir as aulas da Jornada da Aprovação (de 02 a 08 de março) https://conteudo.mege.com.br/jap-delegado-aula1 Apresentação Bem vindo Megeano e Megeana à Jornada da Aprovação Delegado de Polícia. Tudo bem com você? Hoje vamos estudar um tópico fundamental para o seu sucesso nos certames: criminologia - sociologia criminal. Vamos juntos nessa Jornada? A importância da criminologia para a sua carreira é notória. Cada vez mais espera-se da Autoridade Policial o entendimento sobre os fundamentos da ciência criminal, e, é dentro do estudo detido da disciplina de criminologia que você adquirirá isso. Esteja pronto(a) para encontrar essa temática nos próximos concursos. A título de exemplo, sobretudo da relevância da matéria, a última prova de Delegado de Polícia do Espírito Santo (Instituto Acesso) cobrou, dentro de um universo de 100 (cem) questões, 13 (treze) questões de criminologia, e, dentre estas, o entendimento de sociologia criminal foi fonte para resolução de variados enunciados. Desta mesma forma, nosso objeto de estudo neste ponto da Jornada da Aprovação esteve presente em variados concursos. Tema de destaque dentro da matéria, você será capaz de entender pós estudo, basicamente, diferenças introdutórias entre biologia, psicologia e sociologia criminal. De forma mais aprofundada, você será capaz de relacionar importantes conceitos como macrossociologia e microssociologia, situando cada uma das escolas relevantes para a criminologia e com capacidade para objeticar concepções signicativas para a criminologia: teorias do consenso e teorias do conito. Alm, a partir de hoje, você, inscrito em nossa Jornada da Aprovação, terá todo o subsídio para resolução de qualquer questão, de qualquer banca, sobre a matéria abordada. Estamos contigo, juntos até a Aprovação, com os conteúdos super direcionados para a carreira de Delegado de Polícia. Este é só o ponta pé inicial da Jornada, para você, que se inaugura hoje. Curso Mege. 3 Sumário CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ....................................................................................3 1. .............................................4BIOLOGIA, PSICOLOGIA E SOCIOLOGIA CRIMINAL 2. TEORIA SOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE....................................................17 3. CADERNO DE QUESTÕES .......................................................................................38 3.1. COMENTÁRIOS...............................................................................................43 4 Rafael Catunda Delegado de Polícia - DF CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (Conforme Edital Mege) 3 CRIMINOLOGIA Sociologia Criminal @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br Conteúdo atualizado até 02/03/2020. 5 As primeiras cuidam de novo do homem delinquente, tratando de localizar e iden�ficar em alguma parte de seu corpo ou no funcionamento dos diversos sistemas e subsistemas deste, o fator diferencial que explica a conduta deli�va que é entendida como consequência de alguma patologia, disfunção ou transtorno orgânico. As hipóteses são tão variadas como as disciplinas que existem no âmbito das ciências: antropológicas, bio�pológicas, endocrinológicas, gené�cas, neurofisiológicas, bioquímicas, etc. Ou seja, essas matérias foram (ao longo da evolução da Criminologia), e são ainda fundamentais para análise da criminalidade, cada uma com seu enfoque. Por úl�mo, as orientações sociológicas contemplam o fato deli�vo como 'fenômeno social', aplicando à sua análise diversos marcos teóricos preciso: ecológico, estrutural- funcionalista, subcultural, conflitual, interacionista, etc.” Dentre essas matérias, destacam-se a Biologia criminal, Psicologia Criminal e a Sociologia Criminal. Segundo Antonio García-Pablos de Molina: Inicialmente, cumpre lembrar que a criminologia é uma ciência interdisciplinar, e justamente por isso traz conhecimentos de outros ramos cien�ficos para elaborar seus pensamentos. 1. BIOLOGIA, PSICOLOGIA E SOCIOLOGIA CRIMINAL As orientações psicológicas – entendida esta expressão em sua acepção mais ampla – buscam a explicação do comportamento deli�vo no mundo anímico do homem, nos processos psíquicos anormais (psicopatologia) ou nas vivências subconscientes que têm sua origem no passado remoto do indivíduo e que só podem ser captadas por meio da introspecção (Psicanálise); ou, ademais, creem que o comportamento deli�vo, em sua gênese (aprendizagem), estrutura e dinâmica, tem idên�cas caracterís�cas e se rege pelas mesmas pautas que o comportamento não deli�vo (teorias psicológicas da aprendizagem). “Com a luta das Escolas surgiram no panorama criminológico três orientações rela�vamente definidas: as biológicas, as psicológicas e as sociológicas. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 6 “Muitos pacientes andam na cela por 24 horas, inquietos, indo e vindo, reproduzindo a agitação dos funcionários fora das grades. Sacodem as mãos em conversas imaginárias, intercaladas de risinhos nervosos. Outros permanecem agachados, está�cos, em absoluto silêncio. O psicó�co conhecido como ““ Furador de olhos “”, é assim: pacato, pouco conversa ou reclama, mas, quando começa a divagar sobre assuntos de japonês e ouro, o perigo torna-se iminente. U�liza como forma de defesa para sua alucinação, a mania de furar os olhos das pessoas. Não importa quem esteja por perto, paciente, funcionário, ou visitante. Certa vez de traz da grade, roubou a caneta do bolso da camisa de um enfermeiro que se distraiu e por pouco não perfurou-lhe o olho. O dissimulado J.P. C é alto e raquí�co. Diz ouvir vozes de três japoneses que o mandam matar para “recuperar o ouro”. E diz: Matei um, Não, matei dois... Matei cinco. Eu mato por causa do ouro. Os japoneses me mandam matar pelo ouro que tem no largo do Arouche[...]”.(TAVOLARO, Douglas. A casa do delírio: Reportagem do Manicômio Judiciário de Franco da Rocha. 3ª edição. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004.) Como citamos no ponto anterior (Escola Posi�vista), essa antropologia criminal não foi Enquanto a Sociologia tem seus estudos voltados para uma visão “Macro” da criminalidade, pois avalia a influência de seus fatores perante uma cole�vidade (ex: como a pobreza influencia o aspecto criminológico em uma comunidade?), a Biologia e Psicologia Criminal se debruçam no estudo “Micro” da criminalidade, ou seja, como um indivíduo pode ser afetado pelos aspectos biológicos e psicológicos (ex. Como um indivíduo com distúrbio mental teria mais propensão ao crime? – Biologia Criminal) (Como um indivíduo que sofre agressões constantes pode propender ao crime? – Psicologia Criminal). 1.1. Biologia Criminal Passado esse período, as teorias sociológicas ganharam relevo, e a Biologia Criminal passou a ser vista como ultrapassada e até mesmo absurda. Como mencionado por Pablos de Molina, as teorias Biológicas concentravam seu estudo na pessoa do delinquente, buscando caracterís�cas �sicas, ou de seu funcionamento, que pudessem iden�ficá-lo como criminoso. Dessa maneira, o “fator criminoso” seria consequência de alguma doença, disfunção ou transtorno orgânico. Uma reportagem foi feita em pacientes de�dos no Manicômio Judicial Franco da Rocha, em São Paulo no ano de 2004. Alguns desses internos apresentavam “jus�fica�vas” mirabolantes, e não demonstravam qualquer sen�mento de culpa: A Biologia Criminal teve seu principal momento na Escola Posi�vista, mais especificamente nos trabalhos de Cesare Lombroso que realizou estudos voltados na antropologia, visando iden�ficar o “criminoso-nato” através de medidas do crânio. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 7 Cien�stas da PUC-RS (Pon��cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e da UFRGS (Universidade Federal doRS) querem saber se o que determina o comportamento de um menor infrator é sua história de vida e se há algo �sico no cérebro levando-o à agressividade. totalmente descartada. Atualmente, a neurociência tem contribuído para compreensão do fenômeno criminal. Um movimento capitaneado pela Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul busca iniciar estudos em jovens infratores que cometeram atos infracionais violentos a fim de verificarem uma base biológica em comum entre eles. "Eu estava sozinho na rua. Não �nha recurso. Ninguém queria me dar serviço. O que queriam me dar não dava dinheiro. Comecei a traficar, roubar, matar." A história de D.S., de 17 anos, interno da Fase (Fundação de Atendimento Socio-Educa�vo, an�ga Febem gaúcha) parece ser comum entre as dos mais de 50 adolescentes homicidas que vão ter seus cérebros mapeados por um aparelho de ressonância magné�ca num estudo em Porto Alegre, no ano que vem. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 8 Para isso serão avaliados também aspectos gené�cos, neurológicos, psicológicos e sociais de cada pesquisado. Serão examinados dois grupos: um de internos da Fase e outro de meninos sem passado de crime, para efeito de comparação. O projeto vai olhar para questões sociais, mas o foco é mesmo o fundo biológico da questão. "Algo que sempre foi negligenciado foi o entendimento da violência como aspecto de saúde pública", diz Jaderson da Costa, neurocien�sta da PUC-RS que coordenará os trabalhos de mapeamento cerebral. A ideia é entender quais pontos são mais relevantes dentro da realidade brasileira na hora de determinar como se produz uma mente criminosa. Na avaliação psicológica que complementará o estudo, três ques�onários serão aplicados. Um deles avalia se houve traumas na infância dos pesquisados, outro avalia o histórico de vida familiar e escolar. "Um terceiro tenta iden�ficar se há ou não um traço de psicopa�a ou comportamento violento extremo", explica Ângela Maria Freitas, psicóloga da PUC-RS que integra o projeto. O DNA dos meninos também será analisado. "A aquisição de convenções sociais complexas e de regras morais se estabelece precocemente", diz Costa. "Essas lesões podem resultar mais tarde numa síndrome parecida com a psicopa�a." O cien�sta quer saber se, independentemente de lesões, meninos cronicamente violentos tenham a�vidade reduzida em alguma região do córtex pré-frontal, área cerebral ligada a tarefas mentais que envolvem juízo moral. "Não queremos que isso sirva como roupa sob medida para explicar todos os casos, mas pode explicar boa parte", diz. O papel do mapeamento cerebral por ressonância magné�ca na pesquisa é tentar entender a manifestação �sica de problemas como esse. O trabalho que inspira Costa nessa área é um ar�go do grupo do neurocien�sta português António Damasio publicado em 1999. O estudo mostra que meninos que sofreram lesões no córtex pré-frontal -região do cérebro próxima à testa- �nham sérios problemas de sociabilidade após crescer. Para os cien�stas, um ambiente de desenvolvimento inadequado pode mesmo "fabricar" um psicopata: pessoa que despreza regras de convívio social e é desprovida de sen�mentos de empa�a e afeto. "Estamos nos baseando em trabalhos que já existem mostrando que há um período crí�co no início da vida e que se uma criança é maltratada entre o 8º e o 18º mês ela adquire comportamento alterado na idade adulta", diz um dos mentores do projeto, o secretário de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, aluno de mestrado de Costa. "Decidi no ano passado retomar a neurociência como uma opção de vida; minha opção não é fazer polí�ca até morrer", diz. Cabeça de agressor Traumas e psicopa�a @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 9 A Psicologia criminal se debruça sobre o estudo da mente humana e o que leva os indivíduos a cometerem delitos. Alguns casos ficam no liame de fatores biológicos ou psicológicos. Um exemplo específico é o de “Albert Fish”, famoso serial killer e um dos mais violentos de sua categoria, ainda que não demonstrasse, em regra, qualquer perigo: Analisando a vida de Albert Fish, há evidências de que fatores psicológicos podem ter influenciado sua vida criminosa: aos 5(cinco) anos de idade foi entregue a um orfanato onde sofria severos cas�gos completamente nu. Nesse período passou a ter predileções por sadomasoquismo. Já como adulto, pedia que seus filhos lhe batessem nas nádegas, inseria agulhas em sua virilha e forçava tecidos em seu ânus, no qual era antes ateado fogo. Portanto, a psicologia criminal visa analisar o estudo da personalidade, tendo por obje�vo entender os fatores que a influenciam, sejam eles sociológicos ou biológicos (mais uma vez vemos exemplos de que os ramos da Criminologia – sociologia, biologia e psicologia – estão integrados). posteriormente concentrando suas ações em seus pares e contra seus professores, cometendo suicídio em seguida, ou ainda, o que levaria um indivíduo a se tornar um serial killer, dentre outros fatores ligados à criminalidade. “Alberto fish – o modelo, ao menos em parte, para a personagem ficcional criada por Thomas Harris, 'Hannibal Lecter' – talvez seja o mais atordoante de todos os serial killers. Quando foi preso, em 1934, , aos 64 anos de idade, ele era um velho de corpo franzino, com boas maneiras, cabelos grisalhos e terno surrado – como se fosse um indivíduo de aparência inofensiva que alguém poderia desejar conhecer. Porém, sob o exterior plácido havia um homem de violência extraordinária à espreita; de acordo com psiquiatras, Fish experimentou e apreciou cada uma das perversões conhecidas pela humanidade, entre elas comer carne das jovens crianças que ele havia torturado e matado de maneira selvagem (grifo não original) – Charllote Greig. “Serial Killers, Nas Mentes dos Montros.” Imagem 1 (Albert Fish) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 10 O que tem marcado a derrocada da Biologia Criminal no campo da Criminologia é sua visão radical e independente. Mais uma vez ressaltamos que não há como destacar uma ciência de outra quando estamos analisando os fatores criminológicos. Nesse sen�do podemos apontar as palavras de Eduardo Luiz Santos Cabe�e: “O retrocesso que pode ocorrer com uma adesão acrí�ca a uma criminologia gené�ca com pretensões de controle sobre a conduta humana mediante intervenções pré ou pós-deli�vas, sustentando-se em concepções superadas do crime e do criminoso como entes naturais marcados por desvios patológicos, também apresenta outra faceta ainda mais sombria e obscura. Trata-se de uma clara tendência para a conformação de uma estrutura totalitarista de poder” (Criminologia Gené�ca, 2008, pg. 56). A própria matéria indicada acima, afirma que “serão avaliados também aspectos gené�cos, neurológicos, psicológicos e sociais de cada pesquisado.” A Psicologia Criminal volta seus estudos para questões rela�vas à causa que levaria uma pessoa a cometer um ato agressivo, ou por qual razão ví�mas de bullying reagiriam Até mesmo o “pai da antropologia criminal”, Cesare Lombroso, percebeu ao fim de seus estudos que não poderia iden�ficar um indivíduo delinquente apenas baseando-se nos estudos antropológicos. Passou a enxergar que as transformações sociais também influenciavam os indivíduos, desajustando-os. Como vimos anteriormente, em regra, nenhum fator isolado é capaz de tornar o indivíduo criminoso. Além dos fatores sociais e biológicos, os fatores psicológicos têm grande influência na análise criminológica. Um dos primeiros registros do emprego da Psicologia Criminal se deu no século XIX, na França, quando o Poder Judiciário solicitou a atuação de médicos a fim de que contribuísse com a solução de alguns crimes. Esses delitos específicos não apresentavam nenhuma razão aparente e seus autores não se enquadravam dentre aqueles com sinais de “loucura”. O projeto deCosta e Terra ainda está sendo analisado por um comitê de é�ca da PUC-RS, e os cien�stas se dizem confiantes de que a aprovação sairá para início dos trabalhos em março de 2008. O custo da empreitada, avaliado por Terra em cerca de R$ 120 mil, será coberto com doações da siderúrgica Gerdau para a pesquisa, afirma o secretário da Saúde. Essa matéria é um perfeito exemplo de como a Biologia Criminal pode ser inserida na Criminologia e na analise criminológica. 1.2. Psicologia Criminal @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 11 “Se frustrações, insultos ou modelos agressivos aumentam as tendências de pessoas isoladas, então esses fatores têm probabilidade de inspirar as mesmas reações em grupos. Ao começar um tumulto, os atos agressivos, por exemplo, muitas vezes espalham-se rapidamente após o início de um processo agressivo de uma pessoa antagônica. Ao verem saqueadores pegando livremente aparelhos de TV, espectadores normais que respeitam as leis, podem abandonar sua inibição moral e imitá-los.” (Psicologia Social, tradução A.B. Pinheiro de Lemos) Assim, como Albert Fish, vários outros Serial Killers apresentam fatores psicológicos que podem ter contribuído para uma vida marcada pela criminalidade, tais como Ed Kemper, Joachim Kroll, John Wayne Gacy (que inspirou o palhaço assassino de Stehpen King – “It, A Coisa”), etc. Algumas situações podem ser propulsoras na influência psicológica de um indivíduo que o leve à criminalidade, nas palavras de David G. Myers: Alguns fatores podem levar indivíduos a um intenso nível criminológico, contudo, até mesmo “pessoas de bem” podem ser influenciadas por questões psicológicas (quase inconscientes) que os levem a pequenos delitos. Ainda sobre esse episódio, frisamos o que foi dito por um dos delegados de polícia de um dos municípios mais afetados por esses delitos, Delegado Faus�no Antunes: Esse cenário pode ser muito bem ilustrado quando da greve dos Policiais Militares no Estado do Espírito Santo em fevereiro de 2017. Nessa oportunidade, sem policiamento ostensivo, saques tomaram conta de todo o Estado, onde pessoas – inicialmente, sem comportamento desviante – cometeram furtos (saques) influenciados por uma “onda”. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 12 De um estudo de criminalidade focado no indivíduo ou em pequenos grupos, a Criminologia passou a se preocupar com grande ênfase no estudo da macrocriminalidade, uma abordagem dos fatores que levam a sociedade como um todo a pra�car ou não infrações criminais. “A gente não imaginava que pessoas, inclusive, que não são dadas à vida do crime, lamentavelmente se envolveram nessa situação”. Corroborando a análise, uma das pessoas que subtraiu mercadorias de uma loja durante o “frenesi” da massa, acabou devolvendo os produtos na delegacia e disse que “no momento, eu vi aquele arrastão, tudo aquilo acontecendo e acabei me deixando levar, pegando uns pertences que estou devolvendo”. 1.3. Sociologia Criminal A fim de melhor diferenciar essas duas vertentes da Sociologia, amparamo-nos nos ensinamentos de Francis Cullen e Robert Agnew (Criminological Theory: Pas�o Present – Essen�al Readings) e Ryanna Palas Veras (Nova Criminologia e os Crimes do Colarinho Branco) Para o autor, o direito penal apresenta a tendência de privilegiar interesses de classes dominantes no sistema e a imunizar o processo tendente à criminalização de indivíduos que pertencem a tal classe. Tais indivíduos são ligados funcionalmente à existência de acumulação capitalista e tendem a dirigir o processo de criminalização para as formas de desvio �picas das classes consideradas subalternas. Entende que o direito penal possui seu processo de separação e proteção de uma classe mais abastada e arraigada nos moldes capitalistas em detrimento de outros. Portanto, iden�fica que existem estamentos sociais e que dentre eles encontram-se aqueles considerados para um controle intensificado do direito penal: 1.3.1. Macrossociologia X Microssociologia “Podemos determinar a relação da sociologia jurídica com a ciência do direito, tendo em vista o objeto, dizendo que o objeto da ciência do direito são normas e estruturas norma�vas, enquanto a sociologia jurídica tem a ver com modos de ação e estruturas sociais. É mais di�cil precisar a relação com a filosofia do direito e com a teoria do direito. Na verdade, trata-se aqui, principalmente, de problemas de terminologia: "filosofia do direito" e "teoria do direito" são usadas pelos interlocutores para denotar conceitos diversos.” Assim afirma o autor: A obra, “Criminologia Crí�ca e Crí�ca ao Direito Penal”, de Alessandro Bara�a, define a Sociologia Jurídica e a diferencia da Sociologia Jurídica Penal, trazendo a ideia de uma Sociologia Criminal que vem a desmis�ficar as análises realizadas ao longo do tempo pela criminologia, observando o comportamento desviante, sua gênese e sua função dentro da estrutura social. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 13 b) Microssociologia: Foca sua observação no indivíduo e pequenos grupos, interações sociais humanas e co�dianas. Emprega meios interpreta�vos. (ex. assédio sofrido pelas mulheres, “A segunda linha de pesquisa da sociologia, a perspec�va macrossociológica, detém-se na estrutura social, não considerando o indivíduo como objeto de seu estudo. Considera a própria 'sociedade criminógena' seu objeto de estudo. O crime é tomado como um fato puramente social, produto da atuação das estruturas sociais, sem referência a condições individuais. Assim, o objeto de estudo da macrossociologia não é o indivíduo, mas o funcionamento da sociedade por si só.” (Ryanna Palas Veras - Nova Criminologia e os Crimes do Colarinho Branco) O mesmo autor recém citado, Alessandro Barata, afirma sobre impossibilidade de se dissociar a “macrossociologia” da “microssociologia”. Antes disso, fundamental definir cada uma e seu campo de atuação. a) Macrossociologia: Analisa os fatores sociológicos de uma maneira mais ampla. Estuda seus reflexos na sociedade como um todo. U�liza-se de meios especula�vos. (ex. sistema polí�co, ordem econômica, industrialismo). “As Teorias psicológicas ou microssociológicas estudam o problema do crime sob a perspec�va do indivíduo e, interação com o meio social. A sociedade cria as condições para o desvio (o espaço geográfico, a pressão por sucesso, a falta de oportunidades, etc.), e a microssociologia estuda como essas condições atuam no indivíduo, de forma par�cular. Encontram a predeterminação do crime no sujeito. Analisam as formas de transmissão do comportamento criminoso e as mo�vações sociais que levam um indivíduo a delinquir. São Teorias que abandonaram a variante puramente individualista (biológica) e consideram importante a influência da sociedade sobre o homem, enfa�zando a formação, os valores e os contatos sociais. A linha de pesquisa microssociológica é a predominante nos Estados Unidos.” (Francis Cullen e Robert Agnew - Criminological Theory: Past to Present – Essen�al Readings) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 14 O citado autor faz essa diferenciação após abordar as Escola Clássica e Posi�vista, e antes de inicias os estudos das teorias sociológicas. Ainda esclarece que “são sociológicas todas aquelas estruturações que não têm como paradigma e�ológico fatores patológicos individuais.” Para o autor, os objetos da criminologia devem ser analisados sobre um prisma “microssociológicos”, ou seja, individualizando as condições do autor, ví�ma e do delito em si. Porém, por ser adepto da corrente crí�ca da criminologia, que entende o criminoso como uma ví�ma do sistema capitalista, a análise dos fatores socioeconômicos devem ser estudados em uma vertente “macrossociológica”. Para Eduardo Viana (Criminologia), também merece destaque essa divergência entre a macrossociologia (social)e a microssociologia (indivíduo): 1.3.2. Fatores Sociais da Criminalidade “Assim, não se trata, apenas, de determinar a área de pesquisa de uma sociologia especial, mas também, e talvez ainda mais, o problema da relação funcional, e portanto explica�va, dos fenômenos estudados na área assim circunscrita, com a estrutura socioeconômica global de que fazem parte. Só enfa�zando este aspecto da unidade da sociologia jurídica, a nossa matéria pode realizar a função de teoria crí�ca da realidade social do direito, que consideramos sua tarefa fundamental. Por outro lado, só com esta condição se pode realizar a função prá�ca da sociologia jurídica, em sua mais vasta dimensão polí�ca, sem cair em um mero instrumentalismo tecnocrá�co, como aconteceria se esta função, por exemplo, se circunscrevesse a fornecer dados ao "polí�co" para suas decisões legisla�vas e administra�vas.” “Considerando a mul�plicidade de teorias que se debruçam sobre a realidade do crime, imperioso um recorte para abordar, apenas, aquelas cuja estruturação desenvolve-se sob o viés social (ou macrossociológico). Nos capítulos antecedentes as teorias focavam a explicação do crime a par�r de uma perspec�va individual – do homem delinquente; agora, vou me deter nas explicações criminológicas a par�r das relações e interação do indivíduo com a sociedade. São, pois, teorias que elevam a sociedade ao patamar de fator criminógeno.” Nesse sen�do, convido os alunos a fazerem um exercício individual e hipoté�co. De Nesse contexto,Alessandro Barata assevera que: Nos tempos atuais, não há dúvidas que fatores sociais influenciam a criminalidade de modo direto. Como insis�mos em destacar nesse ponto, nenhuma matéria isolada é capaz de diagnos�car e determinar a origem da criminalidade no indivíduo. Justamente por isso, ressaltamos que os fatores sociais a seguir elencados, podem “influenciar” ou “despertar” a criminalidade. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 15 Imagine se você aluno, crescesse em uma família desestabilizada, com pais viciados em drogas, presenciando quase diariamente agressões entre seus pais e sofrendo também severas lesões, convivesse com a criminalidade, miséria e o abandono de perto, será que teriam a mesma mente que possuem hoje? Não podemos responder essa pergunta com grau de confiança, mas se mostra interessante analisar como fatores sociais podem influenciar a criminalidade. Nessa seara, destacaremos alguns fatores sociais que podem influenciar a criminalidade em uma sociedade: c) Más condições de Vida: Várias circunstâncias podem levar à más condições de vida, tais como uma infância abandonada, miséria, doença (alcoolismo, vício em drogas, debilidade mental), etc. a) Sistema Econômico: A criminalidade é um excelente diagnós�co da situação econômica de uma sociedade. Situações de desemprego geradas por fechamento de empresas aumenta a criminalidade na área respec�va; Auxiliando esse exercício mental proposto, indico aos alunos procurarem ouvir a música “Eu não pedi pra nascer”, do grupo “Facção Central”. Independente do gênero musical de preferência, atente-se para a letra que retrata uma situação hipoté�ca para a música, mas que é a realidade de muitas crianças. antemão informo que não há uma resposta precisa e certa, até mesmo porque no campo das hipóteses não há certezas. b) Pobreza e Miséria: Adolphe Quetelet elaborou um estudo associando a pobreza à criminalidade apresentando esta�s�cas criminais. Que fique claro que a pobreza e a miséria não são fundamentais para que o indivíduo se torne um criminoso, mas, se associada a outros fatores (ainda que não só sociológicos), há influência na criminalidade. d) Fome e Desnutrição: Autores como J. Maxwell (o crime e a sociedade) e W. Bonger, afirmam que a fome é a origem de muitos delitos, sendo importantes fatores da criminalidade. e) Educação e Alfabe�smo: Não há dúvidas que a educação é fator de grande relevância para diminuir a criminalidade, em contrapar�da, a má educação (formal) e o analfabe�smo exerce grande influência para elevar os índices de criminalidade. Infelizmente, percebemos que o Poder Público parece não vislumbrar desse entendimento, pois um dos grandes problemas do País na atualidade é o baixo nível de educação. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 16 f) Meios de Comunicação: Em tempos recentes, cresce no meio da Criminologia, um ramo específico voltado para esse estudo (dentre outros mais amplos): A Criminologia Cultural (tema de capítulo futuro) e a Criminologia Midiá�ca. Vemos hoje, principalmente na televisão, a banalização de relevantes temas como sexo e violência que influenciam na criminalidade individual. Além disso, as matérias jornalís�cas possuem enfoque diferente conforme a crime específico (quem cometeu o crime, que crime foi come�do, quem foi a ví�ma, etc.) g) Polí�ca: “A forma de governo determina �pos de comportamento diferentes no povo e a criminalidade, igualmente, terá �pos diferentes, na proporção exata em que os cidadãos gozem de maior ou menor liberdade. Isto porque o povo, independente do regime polí�co, por meio de um mime�smo quase generalizado, passa a imitar as elites governantes.” (FERNANDES. Newton; FERNANDES, Valter. Criminologia Integrada) h) Desigualdade Social: A desigualdade social é um dos principais fatores sociológicos que interferem no estudo criminológico. Se uma sociedade é toda miserável, não há comparação entre seus indivíduos em relação aos demais aspectos. Já na sociedade com desigualdade acentuada, os contrastes se agravam, causando um “desconforto” naqueles desfavorecidos. Como vimos anteriormente, um dos obje�vos da Criminologia é entender os elementos jus�ficadores de um delito, para isso, par�ndo de uma análise macrossociológica, a “estrutura” da sociedade passa a ser estudada como fator preponderante na produção criminológica. 1.4.1. Teorias do Consenso As Teorias do Consenso também são chamadas de Teorias de Integração e Teorias de Cunho Funcionalista. A Teoria do Consenso rara Jorge de Figueredo Dias e Manoel da Costa Andrade (Criminologia) se resume a “O poder (...) é exercido em nome, no interesse e com o apoio de todos.” O grande marco dessas teorias é defender que a sociedade possui obje�vos comuns a todos os indivíduos. Prega que existe um consenso entre os membros de uma comunidade quando esta age em um perfeito funcionamento. Entendem que a finalidade da sociedade é a�ngida quando há um perfeito funcionamento de suas ins�tuições. 1.4. Modelos Sociológicos do Consenso e do Conflito Com visões dis�ntas, duas grandes correntes surgiram com posições antagônicas em relação aos obje�vos da comunidade como um todo: Teorias do Consenso e Teorias do Conflito. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 17 Para essas teorias, não há na sociedade um senso comum. De fato, há obje�vos definidos pela cole�vidade, mas esses obje�vos são impostos por uma classe dominante sobre uma classe dominada. Os obje�vos da sociedade são mutáveis durante o tempo, assim, não há como defini-lo de maneira perene. “Em linhas gerais, este sistema conflitual determina, em sede de Direito penal, um planejamento de produção de normas (criminalização primária) voltado para assegurar o triunfo da classe dominadora. A histórica preferência da programação criminalizante pelas classes inferiores seria uma comprovação da essência conflitual, a exemplo do que postulam os teóricos da reação social (ou crí�ca) A teoria sociológica do conflito vincula-se a orientações ideológicas e polí�cas progressistas, entemdem que a sociedade é uma organização dinâmica, que se altera com o tempo. Considera ainda que a harmonia social advém da coerção e do uso da força, pois as sociedades estão sujeitas a mudanças con�nuas e são predispostas à dissolução. Exemplos de teorias do Conflito: · Teoria Crí�caou Radical A harmonia social é imposta à força, por meio de coerção, ignorando a voluntariedade de cada indivíduo. Segundo Eduardo Viana (Criminologia) · Teoria do Labelling Approach, E�quetamento, Reação Social ou Interacionismo Simbólico Ralf Dahrendorf (Sociedad y liberdad) vai mais além ao afirmar que para a Teoria do Consenso “A sociedade se mantém, graças ao consenso de todos os membros acerca de determinados valores comuns (...) um paraíso na terra.” As teorias do consenso são mais ligada a pensamentos conservadores, que entendiam os obje�vos da sociedade eram estanques. Afirmam que toda sociedade tem uma estrutura estável que se sustenta no consenso entre seus integrantes. Exemplos de teorias do Consenso: · Escola de Chicago; · Teoria da Associação Diferencial; · Teoria da Anomia; · Teoria da Subcultura Deliquente 1.4.2. Teorias do Conflito As Teorias do Conflito também são chamadas de Teorias de cunho Argumenta�vo. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 18 Escola de Chicago é uma das teorias do consenso que surgiu nas décadas de 20 e 30 nos Estados Unidos, mais precisamente na Universidade de Chicago com o estudo nomeado “sociologia Academicamente, trata-se de duas teorias dis�ntas, mas que possuem grande ligação e vários pontos incomuns. Por isso, dida�camente preferimos compilar seus ensinamentos em um mesmo capítulo a fim de facilitar a compreensão do aluno. 2.1. ESCOLA DE CHICAGO E TEORIA ECOLÓGICA OU DESORGANIZAÇÃO SOCIAL 2. TEORIA SOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE Nesse capítulo estudaremos as principais Teorias Sociológicas da Criminalidade, ou seja, aqueles modelos teóricos que estudam como os fatores da sociedade de um modo geral (polí�ca, economia, espaços urbanos, etc.) influenciam na produção criminológica. CARACTERÍSTICAS TEORIAS DO CONSENSO TEORIAS DO CONFLITO CUNHO Funcionalista/Integração Argumenta�vo/Coerção IDEAIS Conservadores Progressistas SOCIEDADE Estanque Dinâmica TEORIAS Escola de Chicago Labeling Approach/E�quetamento Associação Diferencial Crí�ca/Radical Funcionalista Feminista Anomia Cultural Subcultura Deliquente Queer ESCOLA DE CHICAGO / TEORIA ECOLÓGICA (Imagem 2 – Robert Park) TEORIA DO CONSENSO PERÍODO: DÉCADAS DE 20 E 30 Essa Teoria, destacada por Robert Park, teve seu marco em 1925 quando o autor publicou sua obra “The city – Sugges�on for the invaes�ga�on of Human Bahavior in the City Environment.” @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 19 · A Zona III: Contém residências de trabalhadores que conseguiram escapar as péssimas condições de vida da Zona II, sendo composta geralmente pela segunda geração de imigrantes. · A Zona V: Denominada exurbia, fica além dos limites da cidade e contém áreas suburbanas e 'cidades-satélites'. É habitada por pessoas que trabalham no centro e dependem um tempo razoável no trajeto entre casa e trabalho. Esta área não é caracterizada por residências proletárias.Ao contrário, normalmente é composta de casas de classe média-alta e alta. · A Zona II: É a área imediatamente em torno da Zona I e representa a transição do distrito comercial para as residências. Normalmente ocupada pelas pessoas mais pobres, é a chamada zona de transição. Explicando melhor as Zonas Concêntricas de Ernest Burgess, u�lizamos os ensinamentos de Wagner Cinelli de Paula Freitas (Espaço urbano e criminalidade – Lições da Escola de Chicago. São Paulo): · A Zona I: É o bairro central, com comércio, bancos, serviços, etc. Burgess chamou esse distrito de 'loop'. · A Zona IV: É chamada de suburbia, é formada por bairros residenciais e é caracterizada por casas e apartamentos de luxo. É onde residem as classes média e alta. Imagem 4 – Zonas Concêntricas de Ernest Burgess(h�p://www.cidadesturismo.com/2016/02/ a-cidade-como-objeto-de-estudo_20.html) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 20 O surgimento dessa Escola reflete o período marcado por grande migração e formação das grandes metrópoles. Aqueles que se mudavam para esses grandes centros �nham um choque cultural e a tendência é que se unissem na formação de “guetos”. Seu estudo baseava-se na teoria ecológica ou teoria da desorganização social, ou seja, como o espaço urbano pode influenciar o desenvolvimento da criminalidade, conhecida como “Antropologia Urbana”. O crescimento da cidade de Chicago ocorreu de maneira (do centro para a centrífuga periferia), viabilizando grandes problemas de criminalidade. As zonas mais periféricas contribuem para a proliferação de “gangues”. Um fato curioso sobre o surgimento das “Teorias das Zonas Concêntricas”, é que ela foi idealizada por um jornalista (além de sociólogo), o que ressalta papel da pesquisa nessa Escola: das grandes cidades”. É considerada o “berço da moderna criminologia americana”. “A teoria ecológica explica esse efeito criminógeno da grande cidade, valendo-se dos conceitos de desorganização e contágio inerentes aos modernos núcleos urbanos e, sobretudo, invocando o debilitamento do controle social desses núcleos. A deterioração dos grupos primários (família, etc.), a modificação qualita�va das relações interpessoais que se tornam superficiais, a alta mobilidade e a consequente perda de raízes no lugar da residência, a crise dos valores tradicionais e familiares, a superpopulação, a tentadora proximidade às áreas comerciais e industriais onde se acumula riqueza e o citado enfraquecimento do controle social criam meio desorganizado e criminógeno” (Antonio García-Pablos de Molina. Criminologia) Essa Teoria prega que um dos principais fatores que levam ao aumento da criminalidade é a ausência de um Controle Social Informal decorrente do crescimento exponencial das grandes metrópoles. (Imagem 3 – Ernest Burgess) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 21 Para os pesquisadores dessa Escola, a Zona II era onde se concentrava os maiores índices de criminalidade. Justamente decorrente dessa pesquisa é que se passou a dar uma maior atenção a um produto analisado posteriormente por outras escolas: “as gangues e a delinquência juvenil”. O conceito de subúrbio das cidades norte-americanas é diverso do das cidades da América La�na. Enquanto nas cidades la�no-americanas o subúrbio é usualmente caracterizado por ser uma área pobre, nos EUA, é onde residem pessoas Vde alto padrão socioeconômico. Para a Escola de Chicago e Teoria Ecológica são fatores que influenciam a produção de crimes: · Industrialização · Migrações · Conflitos Culturais · Deterioração da Família · Falta de Raízes · Relações Superficiais A CIDADE DESORGANIZADA PRODUZ CRIMES Outro marco da Escola de Chicago foi a aplicação do empirismo, pois os indivíduos da comunidade eram “interrogados” por uma equipe especial a fim de desenhar um gráfico da criminalidade em relação a cada região da metrópole. Outro método muito empregado para se conhecer o real índice de criminalidade foi o emprego dos “Inquéritos Sociais” (social surveys). · Explosão Demográfica · Alta Mobilidade · Crise de Valores “Park pregava que a sociologia não estava interessada em fatos, mVas em como as pessoas reagiam a eles. Nesse compasso, a experiência prá�ca era considerada fundamental, visto que a melhor estratégia de pesquisa era aquela em que o pesquisador par�cipava diretamente do objeto de seu estudo. Este método inovador e cuja introdução na pesquisa se deve à Escola de Chicago é o da observação par�cipante. Nesse método, o observador toma parte no fenômeno social que estuda, o que lhe permite examiná-lo da maneira como realmente ocorre.Assim, o conhecimento tem por base não a experiência alheia, mas a própria experiência do pesquisador.” (FREITAS, Wagner Cinelli de Paula. Espaço urbano e criminalidade – Lições da Escola de Chicago. São Paulo) · Desorganização Social @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br22 2.1.2. Teoria das Janelas Quebradas Assim como a Escola de Chicago, a Teoria das Janelas Quebradas teve seu surgimento nos Estados Unidos, e ambas possuem pontos em comum. Seu aparecimento é atribuído a James Q. As imagens acima demonstram como a revitalização de espaços urbanos pode contribuir para redução da criminalidade. Um grande caso prá�co é a cidade de Medelin, dominada pelo crime organizado nas décadas de 80 e 90, passou por grande transformação e consequente redução dos índices de crime. Muitas outras Escolas/Teorias criminológicas decorreram da Escola de Chicago, são elas: Teoria Espacial, Teoria das Janelas Quebradas, Teoria da Tolerância Zero. 2.1.1. Teoria Espacial Essa Teoria decorre da Escola de Chicago e da Teoria Ecológica. Teve seu ápice na década de 1940 e defendia a influência arquitetônica e urbanís�ca das grandes urbes como meio de prevenir o crime. (Imagem 5 – Revitalização da área central da Cidade de Boston) (Imagem 6 – Revitalização da Cidade de Medelin) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 23 Wilson e George Kelling, dois criminólogos da que apresentaram um Universidade de Harvard estudo, in�tulado “The Police and Neiborghood Safety” (A polícia e a Segurança da Comunidade) em 1982 na Revista Atlan�c Monthy relacionando o crime com a desordem. Uma das conclusões desse experimento reflete o que já era pregado pela Escola de Dois carros foram deixados em bairros dis�ntos: um em um bairro de luxo em Palo Alto, Califórnia e outro no bairro do Bronx, em Nova Yorque. O automóvel deixado no Bronx foi “depenado” em trinta minutos, enquanto o veículo deixado no bairro de classe alta em Palo Alto permaneceu intacto por uma semana. Contudo, após umas das janelas do carro deixado em Palo Alto ser quebrada, o restante do automóvel não durou mais que poucas horas. O estudo apresentado pelos dois criminólogos acima, baseou-se em um experimento realizado por Philip Zimbardo, psicólogo e professor da Universidade de Santanford que comparou o comportamento de sociedades perante a desordem. (Imagem7 – James Q. Wilson) (Imagem 8 – Geroge Kelling) (Imagem 9 – Philip Zimbardo) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 24 Chicago: que a ausência de controle informal gera uma elevação dos índices de criminalidade. Assim assevera João Milanez da Cunha Lima e Luis Fernando da Cunha Lima (Perfil Social do Crime): Essa teoria assevera que os pequenos delitos devem ser reprimidos para que se evite uma proliferação de crimes mais severos por deixar transparecer que há ausência de autoridade sobre os bens. Como se verá a seguir, essa premissa está diretamente ligada à Teoria da Tolerância Zero. 2.1.3. Teoria da Tolerância Zero Mais uma teoria decorrente da Escola de Chicago e da Teoria Ecológica que se enquadra no “Movimento de Lei e Ordem” que se caracteriza por uma maior atuação policial visando à diminuição da criminalidade, seja de crimes de repercussão, ou de pequenas infrações, todas comba�das com o mesmo rigor. Essa teoria foi implementada na prá�ca nas décadas de 80 e 90, na cidade de Nova Iorque. George Kelling, um dos precursores da Teoria das Janelas Quebradas exerceu a função de consultor do Departamento de Trânsito da cidade de Nova Iorque em 1985. O então Comissário de Polícia de Nova Iorque, Willian Bra�on, nomeado pelo prefeito Rudolph Giuliani, seguindo os preceitos de George Kelling e sua Teoria das Janelas Quebradas delineou a Teoria da “Zero Tolerance” (Tolerância Zero). “... estes fatos estão a demonstrar que uma área se torna vulnerável ao crime quando os moradores se descuidam dos seus padrões de controle social, quando deixam de tomar as providências devidas para eliminar fatores adversos, quando se isolam em suas próprias casas, quando não se interessam pelo que se passa à sua volta, evitando até os vizinhos. O ambiente de desleixo e abandono, por falta de coesão social, dando a sensação de que as pessoas 'não estão nem aí', cons�tui claro indício do afrouxamento do controle social, que não deixará de fomentar desordens, pequenas infrações, arruaças e bebedeiras, em detrimento da qualidade de vida. Não tarda mudarem-se dali as pessoas ordeiras, mais apegadas ao bairro, sendo subs�tuídas por moradores mais instáveis, que passam a habitá-lo em caráter provisório. O caminho fica aberto para o tráfico de entorpecentes e o crime violento, pragas de nossa época.” @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 25 ATENÇÃO! “Teoria das Janelas Quebradas” não se confunde com a “Teoria da Tolerância Zero” Importante mencionar que, apesar de terem a mesma origem e se basearem em princípios semelhantes, a Teoria das Janelas Quebradas não se confunde com a Teoria da A polícia nova-iorquina passou a adotar uma postura rigorosa contra pequenas infrações e pessoas em situação de “vadiagem”, tais como os homeless (sem-teto), mendigos, pichadores (em especial das estações de metrô), executores de serviços informais (ex. “squeegeemen” – limpadores de para-brisas e vendedores em semáforos), bêbados, adolescentes baderneiros e até mesmo contra pedestres imprudentes. Willian Bra�on chegou a afirmar que “os simples bole�ns de ocorrência nas delegacias acabaram (nos Estados Unidos trata-se de DATS – 'deskappearance �ckets', que obrigam, legalmente, o cidadão a se dirigir à delegacia de polícia local, onde as acusações contra ele serão formalizadas). Se você urinar na rua, vai para a cadeia. Estamos decididos a consertar as janelas quebradas e impedir quem quer que seja de quebrá-las de novo” (Declaração extraída da autobiografia de Bra�on, citada por . Cf. WACQUANT, Loïs. Punir os pobres: a Loïc Wacquant nova gestão da miséria nos Estados Unidos. 3. Ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007.) (Imagem 9 – Comissário de Polícia de Nova Iorque Willian Bra�on (Imagem 10 – Prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 26 Tolerância Zero, pois esta tem como modo de atuação uma resposta mais agressiva por parte do poder policial ante os delitos menores. Conforme afirma Tiago Ivo Odon na elaboração do Texto para Discussão nº 194 do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legisla�va do Senado Federal: “Importante ressaltar, contudo, que uma polí�ca do �po “janelas quebradas” é diferente de uma polí�ca do �po “tolerância zero”. Esta úl�ma adicionou como ingredientes a resposta dura da autoridade policial aos pequenos infratores e o aumento da eficiência do aparato de vigilância.” (grifo não original) Teoria dos tes�culos quebrados (ou despedaçados) liga-se in�mamente com a Teoria das janelas quebradas. 2.1.4. Teoria dos Tes�culos Despedaçados (breaking balls theory) A "teoria dos tes�culos despedaçados" (breaking balls theory), originária da sabedoria policial comum, es�pula que se os policiais perseguirem com insistência um criminoso notório por pequenos crimes ele acabaria vencido pelo cansaço e abandonaria o bairro para ir cometer seus delitos em outro lugar. Fundamenta a teoria das janelas quebradas quanto a intolerância com os pequenos delitos. Segundo esta teoria, a repressão imediata e severa das menores infrações na via pública detém o desencadeamento de grandes atentados criminosas (r)estabelecendo nas ruas um clima sadio de ordem – prender os ladrões de galinhas permi�ria paralisar potenciais bandidos maiores. 2.2 TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL / APRENDIZAGEM SOCIAL /”SOCIAL LEARNING” (Imagem 11 – Gabriel Tarde) TEORIA DO CONSENSO PERÍODO: DÉCADAS DE 30 E 40 A criminologia usou a expressão “Crimes do Colarinho Branco” pela primeira vez em 1940 por ocasião de um ar�go de autoria de Edwin Hardin Sutherland, da Universidade de Indiana, nominado “White Collar Criminality” publicado na American Sociological Reiew. Esse estudo foi baseado no pensamento de Gabriel Tarde, juristae sociólogo francês. (Imagem 12 –Edwin Sutherland) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 27 A premissa básica dessa Teoria assevera que o comportamento desviante era aprendido por associação. Ela comba�a a ideia de que se tratasse de algo hereditário. Não se trata especificamente de uma ligação entre criminosos e não criminosos, mas sim de fatores favoráveis ou desfavoráveis ao delito. Para se assimilar esses fatores, necessitar-se-ia de conhecimento especializado e habilidade além da propensão em querer �rar proveito dessas situações. O crime não pode ser definido apenas como disfunção ou inadaptação das pessoas de classe menos favorecidas, pois, alguns comportamentos desviantes requerem ou ainda conhecimento especializado, habilidade de seu agente, o qual aprende tal conduta desviada e associa-se a ela. Nas palavras de Sérgio Salomão Shecaira: “A teoria da associação diferencial parte da ideia segundo a qual o crime não pode ser definido simplesmente como disfunção ou inadaptação das pessoas de classes menos favorecidas, não sendo ele exclusividade destas. Em certo sen�do, ainda que influenciado pelo pensamento da desorganização social de Willian Thomas, Sutherland supera o conceito acima para falar de uma organização diferencial e da aprendizagem dos valores criminais. A vantagem dessa teoria é que, ao contrário do posi�vismo, que já estava centrado no perfil biológico do criminoso, tal pensamento traduz uma grande discussão dentro da perspec�va social. O homem aprende a conduta desviada e associa-se com referência nela.” “Para Merton, a análise da criminalidade de colarinho branco cons�tuía, ao contrário, principalmente um reforço da sua tese sobre o desvio inovador: a classe dos homens de negócio, da qual se recruta grande parte desta população amplamente desviante, mas escassamente perseguida, corresponde, de fato ao �po caracterizado pela proposta inovadora. Estes sujeitos – observa Merton – aderem e personificam decididamente o fim social dominante na sociedade norte-americana (o sucesso econômico) sem ter interiorizado as normas ins�tucionais, através das quais são determinadas as modalidades e os meios para a obtenção dos fins culturais.”(Criminologia Crí�ca e Crí�ca ao Direito Penal) Um aspecto importante destacado por Alessandro Bara�a é a relação que o autor emprega entre os crimes de colarinho branco e a teoria de Sutherland e Merton (Anomia): Luis Flavio Gomes e Antonio García-Pablos de Molina (Criminologia – Introdução a seus fundamentos teóricos) elencam algumas proposições que caracterizam a teoria da associação diferencial: 1. “A conduta criminal se aprende, como se aprende também o comportamento virtuoso ou qualquer outra a�vidade: os mecanismos são idên�cos em todos os casos; @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 28 1) As causas do desvio não devem ser pesquisadas nem em fatores bioantropológicos e naturais (clima, raça), nem em uma situação patológica da estrutura social. Émile Durkhein defende o desvio com um caráter funcional para a sociedade e não como uma patologia da vida social como muitos entendiam. Alessandro Bara�a (Criminologia Crí�ca e Crí�ca ao Direito Penal) afirma que a teoria funcionalista e Durkhein representa uma virada sociológica que rompe os paradigmas do “bem e do mal”. 2) O desvio é um fenômeno normal de toda estrutura social. 2.3. TEORIA DA ANOMIA “No âmbito das teorias mais propriamente sociológicas, o principal do bem e do mal foi posto em dúvida pela teoria estrutural funcionalista da anomia e da criminalidade. (...) A teoria estrutural-funcionalista da anomia e da criminalidade afirma: TEORIA DA ANOMIA (Imagem 13 – Roberto King Merton TEORIA DO CONSENSO (COM VIÉS MARXISTA) PERÍODO: DÉCADAS DE 30 Teoria desenvolvida por Robert King Merton, com base nos estudos de Émile Durkhein (“A divisão do trabalho social”, “As regras do método sociológico” e “O suicídio”) que visa explicar o aspecto sociológico da criminalidade por ser um comportamento de dissociação entre as aspirações socioculturais e os meios desenvolvidos para alcancá-las. (Imagem 14–Émile Durkhein) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 29 8. Precisamente porque o crime se aprende, isto é, não se imita, o processo de aprendizagem do comportamento criminal mediante contato diferencial do indivíduo com modelos deli�vos e não deli�vos implica a aprendizagem de todos os mecanismos inerentes a qualquer processo deste �po. 7. As associações e contatos diferenciais do indivíduo podem ser dis�ntas conforme a frequência, duração, prioridade e intensidade dos mesmos. Contatos duradouros e frequentes, é lógico, devem ter maior influência pedagógica, mais que outros fugazes ou ocasionais, do mesmo modo que o impacto que exerce qualquer modelo nos primeiros anos de vida do homem costuma ser mais significa�vo que o que tem lugar em etapas posteriores; o modelo é tanto mais convincente para o indivíduo quanto maior seja o pres�gio que este atribui à pessoa ou grupos cujas definições e exemplos aprende. 3. A parte decisiva do citado processo de aprendizagem ocorre no seio das relações mais ín�mas do indivíduo com seus familiares ou com pessoas de seu meio. A influência criminógena depende do grau de in�midade do contato interpessoal. 6. Uma pessoa se converte em delinquente quando as definições favoráveis, isto é, quando por seus contatos diferenciais aprendeu mais modelos criminais que modelos respeitosos ao Direito. 2. A conduta criminal se aprende em interação com outras pessoas, mediante um processo de comunicação. Requer, pois, uma aprendizagem a�va por parte do indivíduo. Não basta viver em um meio criminógeno, nem manifestar é evidente, determinados traços da personalidade ou situações frequentemente associadas ao delito. Não obstante, em referido processo par�cipam também a�vamente, também, os demais. 4. A aprendizagem do comportamento criminal inclui também a das técnicas de come�mento do delito, assim como a da orientação específica das correspondentes mo�vações, impulsos, a�tudes e da própria racionalização (jus�ficação) da conduta deli�va. 5. A direção específica dos mo�vos e dos impulsos se aprende com as definições mais variadas dos preceitos legais, favoráveis ou desfavoráveis a eles. A resposta aos mandamentos legais não é uniforme dentro do corpo social, razão pela qual o indivíduo acha-se em permanentemente contato com outras pessoas que têm diversos pontos de vista quanto à conveniência de acatá-los. Nas sociedades pluralistas, dito conflito de valorações é inerente ao próprio sistema e cons�tui a base e o fundamento da teoria sutherlaniana da associação diferencial. 9. Embora a conduta deli�va seja uma expressão de necessidades e valores gerais, não pode ser explicada como concre�zação deles, já que também a conduta adequada ao Direito corresponde a idên�cas necessidade e valores.” @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 30 Merton criou um quadro que tenta jus�ficar o comportamento dos indivíduos de acordo com as metas culturais (obje�vos para a�ngir a 'felicidade') e os meios ins�tucionalizados (“ferramentas” que o Estado oferece para alcançar a “felicidade”). 3) Somente quando são ultrapassados determinados limites o fenômeno do desvio é nega�vo para a existência e o desenvolvimento da estrutura social, seguindo-se um estado de desorganização, no qual todo o sistema de regras de conduta perde valor, enquanto um novo sistema ainda não se afirmou (esta é a situação de "anomia"). Ao contrário, dentro de seus limites funcionais, o comportamento desviante é um fator necessário e ú�l para o equilíbrio e o desenvolvimento sócio-cultura” A sociedade transmite a seus cidadãos metas culturais, em contrapar�da, lhe oferece meios (ins�tucionalizados) para alcançá-las. Quando os meios não são suficientes parao a�ngimento das metas, ocorre uma situação de “anomia” (ausência de norma) em que as regras sociais são ignoradas. · CONFORMIDADE: Comportamento conformista. Fora as situações excepcionais, é a situação mais comum. O indivíduo acata os meios ins�tucionalizados para a�ngir as metas sociais. · RITUALISMO: Os indivíduos aceitam as metas impostas pela sociedade, mas refutam os meios disponibilizados por entenderem que as metas jamais serão alcançadas. · EVASÃO/RETRAIMENTO: Renunciam a tudo. Em regra são os bêbados, párias, mendigos, drogados, etc. · INOVAÇÃO: Para a Anomia, aqui reside o indivíduo desviante, pois ele aceita as metas impostas pela sociedade, mas não enxerga os meios ins�tucionais disponíveis para alcançá-las, assim, ele rompe com as normas (A-nomia) para buscar a “felicidade”. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 31 Em se tratando de análise feita por ALESSANDRO BARATTA, autor do livro Criminologia Crí�ca e Crí�ca ao Direito Penal, insta salientar o capítulo destacado à “Uma correção das subculturas criminais: a teoria das técnicas de neutralização.” 2. Malícia: é o prazer em prejudicar ou outro (ex. temor que joves de um gangue empregam naqueles que não pertencem ao grupo). A Subcultura Delinquente estuda a gênese de grupos subculturais que não se encaixam nos padrões impostos pela sociedade, e por essa razão, adotam uma postura de INOVAÇÃO (comportamento destacado pela Teoria da Anomia em que os indivíduos aceitam as metas culturais, mas repudiam os meios ins�tucionais). Essa teoria é contrária à noção de uma ordem social, ofertada pela criminologia tradicional. Iden�ficam-se como exemplos as gangues de jovens delinquentes, em que o garoto passa a aceitar os valores daquele grupo, admi�ndo-os para si mesmo, mais que os valores sociais dominantes. Assim, o crime acaba por se tornar sinônimo de protesto ou forma de “aparecer”, de ter status e adquirir respeito diante da comunidade. 3. Nega�vismo: apresentam-se como um contraponto aso padrões impostos pela sociedade. 2.4. TEORIA DA SUBCULTURA DELINQUENTE Albert Cohen enumera 3 (três) fatores específicos para sua teoria: não u�litarismo da ação, malícia e nega�vismo: 1. Não U�litarismo da Ação: muitos crimes não possuem mo�vação prá�ca (ex. jovens subtraem bens que não vão usar). Sob seu ponto de vista, a teoria das subculturas criminais é rela�vizada pela teoria da Analise das técnicas de Neutralização: TEORIA DA SUBCULTURA DELIQUENTE (Imagem 16 – Albert K. Cohen TEORIA DO CONSENSO PERÍODO: DÉCADA DE 50 Teoria desenvolvida por Albert K. Cohen marcada pela sua obra “Deliquent Boys” – 1955. Para o autor, todo grupo humano possui suas normas, condutas, filosofia própria que muitas vezes não corresponde aos padrões gerais da sociedade. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 32 · REBELIÃO: Assim como na “Evasão/Retraimento”, os indivíduos renunciam às metas culturais e aos meios ins�tucionalizados, porém, essa renúncia é a�va. Ou seja, lutam para estabelecer novos paradigmas e uma nova “ordem social” Dessa maneira, a adesão aos fins culturais sem o respeito aos meios ins�tucionais levaria ao comportamento criminoso (Ex. Propagandas onde incutem que a “felicidade” só pode ser alcançada mediante aquisição de determinado bem). Assim, o indivíduo que não aceita o grupo social em que está inserido sem condições de “ser feliz”, opta pelo comportamento criminoso. A Anomia surge em uma situação em que as metas culturais e os meios ins�tucionais são abandonados. Um bom exemplo pra ilustrar essa situação é o caso da greve dos policiais militares no estado do Espírito Santo ocorrida em fevereiro de 2017 e mencionando no capítulo anterior. (Imagem 15 – Propaganda atrelando o produto à felicidade) (Imagem 15 – Propaganda atrelando o produto à felicidade) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 33 Essas técnicas de neutralização possuem �pos fundamentais: c) Negação da vi�mização: a ví�ma mercê o sofrimento (não se trata de injus�ça, mas de uma punição justa); e) Apelo a instancias superiores: Normas da sociedade são deixadas de lado em nome dos valores do subgrupo (lealdade, solidariedade, etc.) “(...) esta oposição de sistemas de valores e de normas não ocorre sempre, porque o mundo dos delinquentes não é ni�damente separado, mas inserido, também, na sociedade, e porque os delinquentes estão, normalmente, subme�dos a mecanismos de socialização que não são tão específicos e exclusivos de modo a não lhes permi�r interiorizar valores e normas colocados na base do comportamento conformista.” a) Exclusão da própria responsabilidade: o delinquente se vê como “arrastado” ao desvio, e não agindo a�vamente; b) Negação de Ilicitude: o delinquente faz redefinições para que enxergue suas condutas mais como proibidas do que imorais ou danosas (ex. brigas de torcidas como conflitos privados sem importância para a comunidade) d) Condenação dos que condenam: hipocrisia. A polícia é corrupta, mestres parciais, etc... 2.5. TEORIA DA LABELLING APPROACH, REAÇÃO SOCIAL, INTERACIONISMO SIMBÓLICO OU ETIQUETAMENTO LABELLING APPROACH, INTERACIONISMO SIMBÓLICO REAÇÃO SOCIAL OU ETIQUETAMENTO (Imagem 17 – Erving Goffman) TEORIA DO CONFLITO PERÍODO: DÉCADA DE 60 Considerada uma das mais importantes Teorias do Conflito. Surgiu nos anos 60 através do estudo de Erving Goffman e Howard Becker. Seu estudo deixou de lado o delito em si e dedicou atenção à Reação Social, ou seja, à interação entre a sociedade e o crime. Para o Labelling Approach, o indivíduo acaba assumindo a "e�queta" de criminoso que a sociedade lhe impõe passando a adotar uma conduta desviante. (Imagem 18 – Howard Becker) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 34 Para essa teoria, o ponto central da criminalidade não é uma caracterís�ca do comportamento humano, mas sim a consequência de um processo de es�gma�zação do indivíduo como criminoso. Logo, o delinquente só se diferencia do homem comum pela “e�queta” que lhe é atribuída. Para Raul Eugênio Zaffaroni, a tese central desta teoria pode ser definida, em termos gerais, pela afirmação de que “cada um de nós se torna aquilo que os outros vêem em nós”e, de acordo com essa mecânica, a prisão cumpre função reprodutora, ou seja, a pessoa rotulada como delinquente assume o papel que lhe é consignado, comportando-se de acordo com o mesmo. A teoria da rotulação de criminosos cria um processo de es�gma para os condenados, funcionando a pena como geradora de desigualdades. O sujeito acaba sofrendo reação da família, amigos, conhecidos, colegas, o que acarreta a marginalização no trabalho, na escola. Um bom exemplo, até mesmo grotesco, de uma situação de e�quetamento (na prá�ca) ocorreu em São Paulo em junho de 2017 onde um adolescente teve sua testa tatuada com os dizeres “Sou ladrão e vacilão” por ter sido pego em a�tude suspeita em que os autores da tatuagem entenderam que o menor iria subtrair uma bicicleta. A teoria entende que a criminalização primária (primeira ação deli�va) produz uma e�queta (rótulo) de criminoso, o que acaba influenciando para a criminalização secundária (repe�ção de atos deli�vos). Ou seja, a es�gma�zação de criminoso acaba influindo na interação com a sociedade que faz com que o indivíduo assuma essa condição. Esse rótulo de criminoso acaba impregnando no indivíduo que tem dificuldade de se libertar pelo fato das barreiras que a sociedade impõe para aceitar novamente o “delinquente” na comunidade e porque o próprio indivíduo acaba se enxergando com um criminoso. (Imagem 19 –E�quetamento) @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 35 “O principal obje�vo da Criminologia crí�ca foi a desconstrução do discurso jurídico penal, por meio de uma descrição macrossociológica da realidade, ou seja, sua meta inicial é Citando os ensinamentos da professoraMonica Gamboa (Criminologia, matéria básica): “Essa teoria Consolidou-se ao cri�car as posturas tradicionais da teoria do consenso, eis que, ancorada no pensamento marxista, acredita ser o modelo econômico adotado em determinado local o principal fator gerador da criminalidade.” Importante mencionar que essa corrente da Criminologia se originou em um momento de elevado conflito poli�co-ideológico marcado pela disputa entre direita e esquerda (Guerra Fria: EUA x URSS). Há uma corrente mais radical que entende que entende que “as e�quetas” são impostas pelas ins�tuições do Controle Formal: polícias, promotores, juízes, etc. 2.6 CRIMINOLOGIA CRÍTICA, CRIMINOLOGIA RADICAL OU NOVA CRIMINOLOGIA No campo prá�co jurídico, há alguns bons exemplos de polí�cas criminais embasadas nessa teoria: Despenalização do uso de drogas, STF HC 143.641, que entendeu que o Brasil vive uma poli�ca de encarceramento e decidiu pela liberdade (em regra) de mulheres gestantes e mães com filho na primeira infância, progressão de regimes, etc. Segundo Jorge de Figueiredo Dias e Manuel da Costa Andrade: “A Criminologia radical é, em grande parte, uma criminologia da Criminologia, principalmente a discussão e análise de dois temas: a definição do objeto e do papel da inves�gação criminológica.” (Criminologia – O homem delinquente e a sociedade criminológica). CRIMINOLOGIA CRÍTICA, CRIMINOLOGIA RADICAL OU NOVA CRIMINOLOGIA TEORIA DO CONFLITO PERÍODO: DÉCADA DE 70 Teve seu surgimento marcado nos estados Unidos e na Inglaterra, sendo posteriormente expandida para países da Europa (Alemanha, Itália, França, Holanda, etc.). Tem b a s e M a r x i s t a e i m p u t a a o capitalismo a base da criminalidade, pois esse sistema é caracterizado pelo egoísmo e ganância. Não há um nome marcante atribuído a origem dessa Criminologia. Diferentes autores atr ibuem seu s u r g i m e n t o a G e o r g Rusche, O�o Kirchheimer, Willem Bonger, etc. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 36 demonstrar como o programa oficial do direito penal é falso e encobre uma função real e oculta, que é a de reproduzir as desigualdades sociais e manter de forma eficiente o 'stutus quo' social.” (Ryanna Pala Veras. Nova Criminologia e os Crimes do Colarinho Branco” A Criminologia Crí�ca serviu de base para o surgimento de outras teorias criminológicas como o abolicionismo criminal, direito penal mínimo e o neorrealismo. 2.7. MODERNOS MODELOS SOCIOLÓGICOS · Abolicionismo Penal: Defende o fim as prisões e abolir o próprio Direito Penal, que pode ser subs�tuído pelo diálogo, entendimento e solidariedade. Direito penal só serve para destacar as desigualdades sociais. · Direito Penal Mínimo (Criminologia Minimalista): Defende a redução drás�ca do Direito Penal, pois entende que ele na atual situação encontra-se apenas legi�mando interesses de uma minoria · Neorrealismo: Assevera que a criminalidade decorre da pobreza, não unicamente, mas somada a outros fatores como individualismo, compe��vidade, ganância, machismo, etc. Defende também uma menor discricionariedade por parte da Jus�ça, pregando que os crimes mais graves devem ser comba�dos com resposta exemplar, aumentando assim a possibilidade de medidas cautelares deten�vas. a) TEORIA DO CONTROLE SOCIAL Se analisarmos pormenorizadamente os Modelos já mencionados, notaremos que essas teorias focam no porquê de os indivíduos ofedenrem as leis. Já a Teoria do Controle Social entende que as relações sociais, bem como os compromissos, princípios, regra e crenças das pessoas as encorajam a não violarem a lei. Esta Teoria foi desenvolvida por Travis Hirschi, (1935) criminólogo americano conhecido pela sua teoria do controle social (Causes of Delinquency) e do auto-controle (General Theory of Crime). Um dos criminólogos mais citados do fim do século XX e começo do XXI. Importante mencionar que as teorias até então explanadas são as mais expressivas no estudo criminológico, bem como as mais cobradas em concursos públicos. Entretanto, alguns “Modernos Modelos Sociológicos” tem surgido trazendo relevantes aspectos a serem levados em conta no atual modelo sociológico em que vivemos: Esta teoria afirma que os crimes ocorrem em decorrência do rompimento ou afrouxamento de laços sociais. Um fator relevante em comparação com as teorias do conflito recém vistas, foi a re�rada do foco do caráter do desvio do infrator, pois não se prende a @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 37 b) TEORIA DA CONFORMIDADE DIFERENCIAL Assim como a Teoria Do Enraizamento Social é considerada uma variação da Teoria do Controle Social, esta TEORIA DA CONFORMIDADE DIFERENCIAL também, apresenta alguns pontos em consonância com o modelo sociológico retro mencionado. pergunta “por que o criminoso comete o crime?”, mas sim, considerando que a sociedade é homogênea, foca na indagação: “por que nem todos cometem crimes?” Esta Teoria pode apresentar algumas variações, como a Teoria Do Enraizamento Social, também de Travis Hirschi. Para esta, os indivíduos em geral são infratores em potencial, só não se concre�zando como deliquentes pelo medo do dano irreparável em suas relações interpessoais. Esta Teoria foi desenvolvida por Sco� Briar e Irving Piliavin. Segundo mencionado por Antônio Pablo Garcia de Molina: “... existe um grau de variável de compromisso e aceitação dos valores convencionais que se estende desde o mero medo do cas�go até a representação das consequências do delito na própria imagem , nas relações interpessoais, no status e nas a�vidades presentes e futuras. Isso significa que, em situações equiparáveis, uma pessoa com elevado grau de compromisso ou conformidade com os valores convencionais é menos provável que assuma comportamentos deli�vos, em comparação com outra de inferior nível de conformidade. E vice-versa.” (Briar, S. e Piliavin, I. Delinquency, situa�onal inducements and commitment to conformity, p. 41 e ss. Cf . Siegel, L. J. Criminology cit., p. 213-214. Cf. García- Pablos, A. Tratado de criminología cit., p. 764 e ss.). c) TEORIA DA CONTENÇÃO Desenvolvida por Walter Reckless, esta teoria afirma que “a sociedade produz uma série de es�mulos, de pressões, que impelem o indivíduo para a conduta desviada. Mas referidos impulsos são impedidos por certos mecanismos, internos ou externos, de contenção que lhes isolam posi�vamente.” (Reckle, W. The sociology of crime and delinquency: containment theory, p. 402 e . ssO autor concede uma relevância prioritária ao autoconceito ou conceito de si mesmo do indivíduo. Cf . García-Pablos, A. Tratado de criminología cit., p. 765 e ss.) Segundo o autor, a sociedade apresenta uma série de impulsos internos (individuais) e de pressões e influências externas (sociais) que atuam no sujeito produzindo uma possibilidade de come�mento de delito. Porém, o indivíduo conta também com outros disposi�vos internos e externos de contenção: · INTERNOS: Ø Solidez da personalidade individual, Bom autoconceito, "ego" acentuado, @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 38 Ø Supervisão efe�va e disciplina, Este modelos teórico tem forte ligação com a psicanálise e com a ciberné�ca. Esta Teoria foi desenvolvida por Albert J. Reiss Jr (1951). Segundo ela: “a delinqüência é o resultado de uma rela�va falta de normas e regras internalizadas, de um desmoronamento de controles existentes com anterioridade e/ou de um conflito entre regras e técnicas sociais. A desviação social é vista como a conseqüência funcional de controles pessoais e sociais débeis (fundamentalmente pelo fracasso dos grupos primários)” (194. Reiss, A. J. Delinquency as the failure of personal and social controls, American Sociological Review, 16,) Ø Código moral consistente, d) TEORIA DO CONTROLE INTERIOR Ø Alto grau de tolerância à frustração, Ø Normas e obje�vos convencionais, Ø Etc. O comportamentocriminal é produzido quando falham, por debilidade ou inexistência, referidos mecanismos internos ou externos de contenção, que isolam o indivíduo das forças criminógenas e permitem que neutralizem as pressões, impulsos ou influências criminógenas. Ø Etc. Ø Metas e projetos bem-definidos, · EXTERNOS: Ø Papéis sociais plenos de sen�do e) TEORIA DA ANTECIPAÇÃO DIFERENCIAL Para Glaser (Unraveling juvenile delinquency, Appraisal of Research Methods, em American Journal of Sociology, 57), a decisão de cometer ou não cometer um delito vem determinada pelas conseqüências que o autor antecipa, pelas expecta�vas que derivam de sua execução ou não-execução. O indivíduo se inclinaria pelo comportamento deli�vo se de seu come�mento derivam mais vantagens que desvantagens, considerando seus vínculos com a ordem social, com outras pessoas ou suas experiências precedentes. E tais expecta�vas, por sua vez, dependeriam do maior ou menor contato de cada indivíduo com os modelos deli�vos, isto é, da aprendizagem ou associação diferencial. Ø Reforço dos valores, Ø Repressão das normas, que exerce a sociedade e os diversos grupos sociais para controlar seus membros, promovendo o indispensável sen�mento de integração na comunidade; @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 39 01. (VUNESP – 2014 – Fotógrafo Pericial – PCSP) Pode-se citar como um dos fatores sociais desencadeantes da criminalidade: c) O posi�vismo criminológico desenvolveu a i d e i a d e c r i m i n o s o n a t o , a p l i c á v e l c o n t e m p o r a n e a m e n t e a p e n a s a o s inimputáveis. e) A teoria da subcultura delinquente foi o primeiro conjunto teórico a empreender uma explicação generalizadora da criminalidade. a) as condições favoráveis de habitação ou moradia. c) a migração, pela facilidade de adaptação em hábitos e culturas locais. b) o desemprego, no caso dos crimes do colarinho branco. d) o crescimento populacional ordenado e planejado. e) a pobreza, no caso dos crimes contra o patrimônio. 02. (VUNESP – 2014 – Fotógrafo Pericial – PCSP) O s f a t o r e s q u e c o n t r i b u e m p a ra a criminalidade de cunho social são: a) biológicos e mesológicos b) ambientais e locais c) oportunistas e costumeiros d) ocasionais e co�dianos e) relevantes e irrelevantes 03. (FCC– 2018 – Defensor Público – DPE-AM) Sobre as escolas criminológicas, é correto afirmar: a) A Escola de Chicago fomentou a u�lização de métodos de pesquisa que propiciou o conhecimento da realidade da cidade antes de se estabelecer a polí�ca criminal adequada para intervenção estatal. b ) A te o r i a d a ro t u l a çã o s o c i a l b u s ca compreender as causas da criminalidade por meio do processo de aprendizagem das condutas desviantes. d) O abolicionismo penal de Louk Hulsman defende o fim da pena de prisão e um direito penal baseado em penas restri�vas de direito e multa. e) Os clássicos adotavam princípios rela�vos e que não se sobrepunham às leis em vigor, evitando leis draconianas e excessivamente rigorosas, com penas desproporcionais. c ) A l a b e l l i n g a p p r o a c h e n x e r g a o comportamento criminoso como mo�vado por razões ontológicas ou intrínsecas, e não como decorrente do sistema de controle social. d) A escola clássica ficou marcada pelo método de fundo dedu�vo que empregava na ciência do direito penal: o jurista deveria par�r do concreto, ou seja, das questões jurídico- penais, para passar ao abstrato, ou seja, ao direito posi�vo. b) Na primeira metade do século passado, floresceu, na Universidade de Chicago, a c h a m a d a t e o r i a e c o l ó g i c a o u d a desorganização social, que considerava o crime um fenômeno ligado a áreas naturais. 04. (CESPE – 2018 – Defensor Público – DPE-PE) Com relação às escolas e às teorias jurídicas do direito penal, assinale a opção correta. a) Os posi�vistas conclamavam a jus�ça a olhar para o crime como uma en�dade jurídica, enquanto os clássicos encaravam o crime como fatos sociais e humanos. 3. CADERNO DE QUESTÕES OBSERVAÇÕES: Ler os comentários somente após a tenta�va de resolução das questões sem consulta. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 40 a) é classificada como uma das “teorias de conflito” e teve, como autores, Erving Goffman e Howard Becker. 06. (MPE-SC – 2016 – Promotor de Jus�ça – MPE-SC) No âmbito das teorias criminológicas, a teoria da subcultura delinquente, originariamente conhecida como “Escola de Chicago”, assevera que a delinquência surge como resultado da estrutura das classes sociais, que faz com que alguns grupos aceitem a violência como forma de resolver os conflitos sociais. e) explica a existência do homem criminoso pelo atavismo. d) iden�ficou as subculturas delinquentes. c) surgiu em 1890 com a escola de Chicago e teve o apoio de John Rockefeller. Relacionada a movimentos conservadores e a orientações polí�cas também conservadoras, a teoria sociológica do conflito considera que a harmonia social advém da coerção e do uso da força, pois as sociedades estão sujeitas a mudanças con�nuas e são predispostas à dissolução. b) corresponde a uma teoria do consenso 10. (CESPE – 2018 – Delegado de Polícia – DPF) Julgue o item a seguir, rela�vos a modelos teóricos da criminologia. c) explica o comportamento criminoso como fruto de um aprendizado. e) foi desenvolvida por Rudolph Giuliani, também conhecida como “Teoria da Tolerância Zero”. 08. (CESPE – 2018 – Delegado de Polícia – PC-SE) Em seu início, a sociologia criminal buscava associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a e n g l o b a r a s c h a m a d a s t e o r i a s macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade como um todo. d) iniciou-se com as obras de Émile Durkheim e Robert King Merton, e significa ausência de lei. a) concentra seus estudos nos processos de criminalização 07. (VUNESP – 2015 – Delegado de Polícia Subs�tuto – PC-CE) Sobre a teoria da “anomia”, é correto afirmar: 05. (FCC– 2017 – Defensor Público – DPE-PR) A criminologia da reação social b) foi desenvolvida pelo sociólogo americano Edwin Sutherland e deu origem à expressão white collar crimes. 09. (CESPE – 2018 – Delegado de Polícia – PC-SE) Em seu início, a sociologia criminal buscava associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a e n g l o b a r a s c h a m a d a s t e o r i a s macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade como um todo. Para a teoria da reação social, o delinquente é fruto de uma construção social, e a causa dos delitos é a própria lei; segundo essa teoria, o próprio sistema e sua reação às condutas desviantes, por meio do exercício de controle Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item a seguir, rela�vo a teorias sociológicas em criminologia. As teorias sociológicas de consenso vinculam-se a orientações ideológicas e polí�cas progressistas. Essas teorias consideram que os obje�vos da sociedade são a�ngidos quando as ins�tuições funcionam e os indivíduos, que dividem os mesmos valores, concordam com as regras de convívio. Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item a seguir, rela�vo a teorias sociológicas em criminologia. @ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br 41 e) ecologia criminal 11. (CESPE – 2018 – Delegado de Polícia – DPF) Julgue o item a seguir, rela�vos a modelos teóricos da criminologia. 12. (CESPE – 2019 – Juiz de Direito Subs�tuto – TJ-BA) A explicação do crime como fenômeno cole�vo cuja origem pode ser
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