Buscar

Criminologia - Sociologia Criminal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Conteúdo trabalhado na 7ª Turma Regular de Delegado de Polícia
(atualizado até 02/03/2020) 
CRIMINOLOGIA
SOCIOLOGIA CRIMINAL 
Clique aqui para assistir as aulas da
Jornada da Aprovação (de 02 a 08 de março)
https://conteudo.mege.com.br/jap-delegado-aula1
Apresentação
Bem vindo Megeano e Megeana à Jornada da Aprovação Delegado de Polícia. 
Tudo bem com você? Hoje vamos estudar um tópico fundamental para o seu sucesso nos 
certames: criminologia - sociologia criminal.
Vamos juntos nessa Jornada?
A importância da criminologia para a sua carreira é notória. Cada vez mais espera-se da 
Autoridade Policial o entendimento sobre os fundamentos da ciência criminal, e, é dentro 
do estudo detido da disciplina de criminologia que você adquirirá isso. 
Esteja pronto(a) para encontrar essa temática nos próximos concursos. A título de exemplo, 
sobretudo da relevância da matéria, a última prova de Delegado de Polícia do Espírito 
Santo (Instituto Acesso) cobrou, dentro de um universo de 100 (cem) questões, 13 (treze) 
questões de criminologia, e, dentre estas, o entendimento de sociologia criminal foi fonte 
para resolução de variados enunciados. Desta mesma forma, nosso objeto de estudo neste 
ponto da Jornada da Aprovação esteve presente em variados concursos. 
Tema de destaque dentro da matéria, você será capaz de entender pós estudo, 
basicamente, diferenças introdutórias entre biologia, psicologia e sociologia criminal. De 
forma mais aprofundada, você será capaz de relacionar importantes conceitos como 
macrossociologia e microssociologia, situando cada uma das escolas relevantes para a 
criminologia e com capacidade para objeticar concepções signicativas para a 
criminologia: teorias do consenso e teorias do conito.
Alm, a partir de hoje, você, inscrito em nossa Jornada da Aprovação, terá todo o subsídio 
para resolução de qualquer questão, de qualquer banca, sobre a matéria abordada. 
Estamos contigo, juntos até a Aprovação, com os conteúdos super direcionados para a 
carreira de Delegado de Polícia. 
Este é só o ponta pé inicial da Jornada, para você, que se inaugura hoje.
Curso Mege.
3
Sumário
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ....................................................................................3
1. .............................................4BIOLOGIA, PSICOLOGIA E SOCIOLOGIA CRIMINAL
2. TEORIA SOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE....................................................17
3. CADERNO DE QUESTÕES .......................................................................................38
3.1. COMENTÁRIOS...............................................................................................43
4
Rafael Catunda
Delegado de Polícia - DF
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
(Conforme Edital Mege)
3 CRIMINOLOGIA
Sociologia Criminal
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
Conteúdo atualizado até 02/03/2020.
5
As primeiras cuidam de novo do homem delinquente, tratando de localizar e iden�ficar 
em alguma parte de seu corpo ou no funcionamento dos diversos sistemas e subsistemas 
deste, o fator diferencial que explica a conduta deli�va que é entendida como 
consequência de alguma patologia, disfunção ou transtorno orgânico. As hipóteses são 
tão variadas como as disciplinas que existem no âmbito das ciências: antropológicas, 
bio�pológicas, endocrinológicas, gené�cas, neurofisiológicas, bioquímicas, etc.
Ou seja, essas matérias foram (ao longo da evolução da Criminologia), e são ainda 
fundamentais para análise da criminalidade, cada uma com seu enfoque.
Por úl�mo, as orientações sociológicas contemplam o fato deli�vo como 'fenômeno 
social', aplicando à sua análise diversos marcos teóricos preciso: ecológico, estrutural-
funcionalista, subcultural, conflitual, interacionista, etc.”
Dentre essas matérias, destacam-se a Biologia criminal, Psicologia Criminal e a 
Sociologia Criminal. Segundo Antonio García-Pablos de Molina: 
Inicialmente, cumpre lembrar que a criminologia é uma ciência interdisciplinar, e 
justamente por isso traz conhecimentos de outros ramos cien�ficos para elaborar seus 
pensamentos. 
1. BIOLOGIA, PSICOLOGIA E SOCIOLOGIA CRIMINAL
As orientações psicológicas – entendida esta expressão em sua acepção mais ampla – 
buscam a explicação do comportamento deli�vo no mundo anímico do homem, nos 
processos psíquicos anormais (psicopatologia) ou nas vivências subconscientes que têm sua 
origem no passado remoto do indivíduo e que só podem ser captadas por meio da 
introspecção (Psicanálise); ou, ademais, creem que o comportamento deli�vo, em sua 
gênese (aprendizagem), estrutura e dinâmica, tem idên�cas caracterís�cas e se rege pelas 
mesmas pautas que o comportamento não deli�vo (teorias psicológicas da aprendizagem).
“Com a luta das Escolas surgiram no panorama criminológico três orientações 
rela�vamente definidas: as biológicas, as psicológicas e as sociológicas.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
6
“Muitos pacientes andam na cela por 24 horas, inquietos, indo e vindo, reproduzindo a 
agitação dos funcionários fora das grades. Sacodem as mãos em conversas imaginárias, 
intercaladas de risinhos nervosos. Outros permanecem agachados, está�cos, em 
absoluto silêncio. O psicó�co conhecido como ““ Furador de olhos “”, é assim: pacato, 
pouco conversa ou reclama, mas, quando começa a divagar sobre assuntos de japonês e 
ouro, o perigo torna-se iminente. U�liza como forma de defesa para sua alucinação, a 
mania de furar os olhos das pessoas. Não importa quem esteja por perto, paciente, 
funcionário, ou visitante. Certa vez de traz da grade, roubou a caneta do bolso da camisa 
de um enfermeiro que se distraiu e por pouco não perfurou-lhe o olho. O dissimulado J.P. C 
é alto e raquí�co. Diz ouvir vozes de três japoneses que o mandam matar para “recuperar 
o ouro”. E diz: Matei um, Não, matei dois... Matei cinco. Eu mato por causa do ouro. Os 
japoneses me mandam matar pelo ouro que tem no largo do Arouche[...]”.(TAVOLARO, 
Douglas. A casa do delírio: Reportagem do Manicômio Judiciário de Franco da Rocha. 3ª 
edição. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004.)
Como citamos no ponto anterior (Escola Posi�vista), essa antropologia criminal não foi 
Enquanto a Sociologia tem seus estudos voltados para uma visão “Macro” da 
criminalidade, pois avalia a influência de seus fatores perante uma cole�vidade (ex: como a 
pobreza influencia o aspecto criminológico em uma comunidade?), a Biologia e Psicologia 
Criminal se debruçam no estudo “Micro” da criminalidade, ou seja, como um indivíduo pode ser 
afetado pelos aspectos biológicos e psicológicos (ex. Como um indivíduo com distúrbio mental 
teria mais propensão ao crime? – Biologia Criminal) (Como um indivíduo que sofre agressões 
constantes pode propender ao crime? – Psicologia Criminal).
1.1. Biologia Criminal
Passado esse período, as teorias sociológicas ganharam relevo, e a Biologia Criminal 
passou a ser vista como ultrapassada e até mesmo absurda.
Como mencionado por Pablos de Molina, as teorias Biológicas concentravam seu 
estudo na pessoa do delinquente, buscando caracterís�cas �sicas, ou de seu funcionamento, 
que pudessem iden�ficá-lo como criminoso. Dessa maneira, o “fator criminoso” seria 
consequência de alguma doença, disfunção ou transtorno orgânico.
Uma reportagem foi feita em pacientes de�dos no Manicômio Judicial Franco da 
Rocha, em São Paulo no ano de 2004. Alguns desses internos apresentavam “jus�fica�vas” 
mirabolantes, e não demonstravam qualquer sen�mento de culpa:
A Biologia Criminal teve seu principal momento na Escola Posi�vista, mais 
especificamente nos trabalhos de Cesare Lombroso que realizou estudos voltados na 
antropologia, visando iden�ficar o “criminoso-nato” através de medidas do crânio.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
7
Cien�stas da PUC-RS (Pon��cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e da UFRGS 
(Universidade Federal doRS) querem saber se o que determina o comportamento de um 
menor infrator é sua história de vida e se há algo �sico no cérebro levando-o à agressividade.
totalmente descartada. Atualmente, a neurociência tem contribuído para compreensão do 
fenômeno criminal.
Um movimento capitaneado pela Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul busca 
iniciar estudos em jovens infratores que cometeram atos infracionais violentos a fim de 
verificarem uma base biológica em comum entre eles.
"Eu estava sozinho na rua. Não �nha recurso. Ninguém queria me dar serviço. O que queriam 
me dar não dava dinheiro. Comecei a traficar, roubar, matar." A história de D.S., de 17 anos, 
interno da Fase (Fundação de Atendimento Socio-Educa�vo, an�ga Febem gaúcha) parece ser 
comum entre as dos mais de 50 adolescentes homicidas que vão ter seus cérebros mapeados 
por um aparelho de ressonância magné�ca num estudo em Porto Alegre, no ano que vem.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
8
Para isso serão avaliados também aspectos gené�cos, neurológicos, psicológicos e sociais de 
cada pesquisado. Serão examinados dois grupos: um de internos da Fase e outro de meninos 
sem passado de crime, para efeito de comparação. O projeto vai olhar para questões sociais, 
mas o foco é mesmo o fundo biológico da questão.
"Algo que sempre foi negligenciado foi o entendimento da violência como aspecto de saúde 
pública", diz Jaderson da Costa, neurocien�sta da PUC-RS que coordenará os trabalhos de 
mapeamento cerebral. A ideia é entender quais pontos são mais relevantes dentro da 
realidade brasileira na hora de determinar como se produz uma mente criminosa.
Na avaliação psicológica que complementará o estudo, três ques�onários serão aplicados. 
Um deles avalia se houve traumas na infância dos pesquisados, outro avalia o histórico de 
vida familiar e escolar. "Um terceiro tenta iden�ficar se há ou não um traço de psicopa�a ou 
comportamento violento extremo", explica Ângela Maria Freitas, psicóloga da PUC-RS que 
integra o projeto. O DNA dos meninos também será analisado.
"A aquisição de convenções sociais complexas e de regras morais se estabelece precocemente", 
diz Costa. "Essas lesões podem resultar mais tarde numa síndrome parecida com a psicopa�a." 
O cien�sta quer saber se, independentemente de lesões, meninos cronicamente violentos 
tenham a�vidade reduzida em alguma região do córtex pré-frontal, área cerebral ligada a 
tarefas mentais que envolvem juízo moral. "Não queremos que isso sirva como roupa sob 
medida para explicar todos os casos, mas pode explicar boa parte", diz.
O papel do mapeamento cerebral por ressonância magné�ca na pesquisa é tentar entender 
a manifestação �sica de problemas como esse. O trabalho que inspira Costa nessa área é um 
ar�go do grupo do neurocien�sta português António Damasio publicado em 1999. O estudo 
mostra que meninos que sofreram lesões no córtex pré-frontal -região do cérebro próxima à 
testa- �nham sérios problemas de sociabilidade após crescer.
Para os cien�stas, um ambiente de desenvolvimento inadequado pode mesmo "fabricar" um 
psicopata: pessoa que despreza regras de convívio social e é desprovida de sen�mentos de 
empa�a e afeto.
"Estamos nos baseando em trabalhos que já existem mostrando que há um período crí�co no 
início da vida e que se uma criança é maltratada entre o 8º e o 18º mês ela adquire 
comportamento alterado na idade adulta", diz um dos mentores do projeto, o secretário de 
Estado da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, aluno de mestrado de Costa. "Decidi no 
ano passado retomar a neurociência como uma opção de vida; minha opção não é fazer 
polí�ca até morrer", diz.
Cabeça de agressor
Traumas e psicopa�a
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
9
A Psicologia criminal se debruça sobre o estudo da mente humana e o que leva os 
indivíduos a cometerem delitos. Alguns casos ficam no liame de fatores biológicos ou 
psicológicos. Um exemplo específico é o de “Albert Fish”, famoso serial killer e um dos mais 
violentos de sua categoria, ainda que não demonstrasse, em regra, qualquer perigo:
Analisando a vida de Albert Fish, há evidências de que fatores psicológicos podem ter 
influenciado sua vida criminosa: aos 5(cinco) anos de idade foi entregue a um orfanato onde sofria 
severos cas�gos completamente nu. Nesse período passou a ter predileções por sadomasoquismo. 
Já como adulto, pedia que seus filhos lhe batessem nas nádegas, inseria agulhas em sua virilha e 
forçava tecidos em seu ânus, no qual era antes ateado fogo.
Portanto, a psicologia criminal visa analisar o estudo da personalidade, tendo por obje�vo 
entender os fatores que a influenciam, sejam eles sociológicos ou biológicos (mais uma vez vemos 
exemplos de que os ramos da Criminologia – sociologia, biologia e psicologia – estão integrados).
posteriormente concentrando suas ações em seus pares e contra seus professores, cometendo 
suicídio em seguida, ou ainda, o que levaria um indivíduo a se tornar um serial killer, dentre 
outros fatores ligados à criminalidade. 
“Alberto fish – o modelo, ao menos em parte, para a personagem ficcional criada por Thomas 
Harris, 'Hannibal Lecter' – talvez seja o mais atordoante de todos os serial killers. Quando foi 
preso, em 1934, , aos 64 anos de idade, ele era um velho de corpo franzino, com boas maneiras, 
cabelos grisalhos e terno surrado – como se fosse um indivíduo de aparência inofensiva que 
alguém poderia desejar conhecer. Porém, sob o exterior plácido havia um homem de violência 
extraordinária à espreita; de acordo com psiquiatras, Fish experimentou e apreciou cada uma 
das perversões conhecidas pela humanidade, entre elas comer carne das jovens crianças que 
ele havia torturado e matado de maneira selvagem (grifo não original) – Charllote Greig. 
“Serial Killers, Nas Mentes dos Montros.”
Imagem 1 (Albert Fish)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
10
O que tem marcado a derrocada da Biologia Criminal no campo da Criminologia é sua 
visão radical e independente. Mais uma vez ressaltamos que não há como destacar uma ciência 
de outra quando estamos analisando os fatores criminológicos. Nesse sen�do podemos 
apontar as palavras de Eduardo Luiz Santos Cabe�e:
“O retrocesso que pode ocorrer com uma adesão acrí�ca a uma criminologia gené�ca 
com pretensões de controle sobre a conduta humana mediante intervenções pré ou 
pós-deli�vas, sustentando-se em concepções superadas do crime e do criminoso como 
entes naturais marcados por desvios patológicos, também apresenta outra faceta 
ainda mais sombria e obscura. Trata-se de uma clara tendência para a conformação 
de uma estrutura totalitarista de poder” (Criminologia Gené�ca, 2008, pg. 56).
A própria matéria indicada acima, afirma que “serão avaliados também aspectos 
gené�cos, neurológicos, psicológicos e sociais de cada pesquisado.”
A Psicologia Criminal volta seus estudos para questões rela�vas à causa que levaria 
uma pessoa a cometer um ato agressivo, ou por qual razão ví�mas de bullying reagiriam 
Até mesmo o “pai da antropologia criminal”, Cesare Lombroso, percebeu ao fim de 
seus estudos que não poderia iden�ficar um indivíduo delinquente apenas baseando-se nos 
estudos antropológicos. Passou a enxergar que as transformações sociais também 
influenciavam os indivíduos, desajustando-os.
Como vimos anteriormente, em regra, nenhum fator isolado é capaz de tornar o 
indivíduo criminoso. Além dos fatores sociais e biológicos, os fatores psicológicos têm grande 
influência na análise criminológica.
Um dos primeiros registros do emprego da Psicologia Criminal se deu no século XIX, na 
França, quando o Poder Judiciário solicitou a atuação de médicos a fim de que contribuísse com 
a solução de alguns crimes. Esses delitos específicos não apresentavam nenhuma razão 
aparente e seus autores não se enquadravam dentre aqueles com sinais de “loucura”.
O projeto deCosta e Terra ainda está sendo analisado por um comitê de é�ca da PUC-RS, e os 
cien�stas se dizem confiantes de que a aprovação sairá para início dos trabalhos em março 
de 2008. O custo da empreitada, avaliado por Terra em cerca de R$ 120 mil, será coberto com 
doações da siderúrgica Gerdau para a pesquisa, afirma o secretário da Saúde.
Essa matéria é um perfeito exemplo de como a Biologia Criminal pode ser inserida na 
Criminologia e na analise criminológica.
1.2. Psicologia Criminal
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
11
“Se frustrações, insultos ou modelos agressivos aumentam as tendências de pessoas 
isoladas, então esses fatores têm probabilidade de inspirar as mesmas reações em 
grupos. Ao começar um tumulto, os atos agressivos, por exemplo, muitas vezes 
espalham-se rapidamente após o início de um processo agressivo de uma pessoa 
antagônica. Ao verem saqueadores pegando livremente aparelhos de TV, 
espectadores normais que respeitam as leis, podem abandonar sua inibição moral e 
imitá-los.” (Psicologia Social, tradução A.B. Pinheiro de Lemos)
Assim, como Albert Fish, vários outros Serial Killers apresentam fatores psicológicos 
que podem ter contribuído para uma vida marcada pela criminalidade, tais como Ed Kemper, 
Joachim Kroll, John Wayne Gacy (que inspirou o palhaço assassino de Stehpen King – “It, A 
Coisa”), etc.
Algumas situações podem ser propulsoras na influência psicológica de um indivíduo 
que o leve à criminalidade, nas palavras de David G. Myers:
Alguns fatores podem levar indivíduos a um intenso nível criminológico, contudo, até 
mesmo “pessoas de bem” podem ser influenciadas por questões psicológicas (quase 
inconscientes) que os levem a pequenos delitos. 
Ainda sobre esse episódio, frisamos o que foi dito por um dos delegados de polícia 
de um dos municípios mais afetados por esses delitos, Delegado Faus�no Antunes: 
Esse cenário pode ser muito bem ilustrado quando da greve dos Policiais Militares 
no Estado do Espírito Santo em fevereiro de 2017. Nessa oportunidade, sem policiamento 
ostensivo, saques tomaram conta de todo o Estado, onde pessoas – inicialmente, sem 
comportamento desviante – cometeram furtos (saques) influenciados por uma “onda”.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
12
De um estudo de criminalidade focado no indivíduo ou em pequenos grupos, a 
Criminologia passou a se preocupar com grande ênfase no estudo da macrocriminalidade, uma 
abordagem dos fatores que levam a sociedade como um todo a pra�car ou não infrações criminais.
“A gente não imaginava que pessoas, inclusive, que não são dadas à vida do crime, 
lamentavelmente se envolveram nessa situação”. Corroborando a análise, uma das 
pessoas que subtraiu mercadorias de uma loja durante o “frenesi” da massa, acabou 
devolvendo os produtos na delegacia e disse que “no momento, eu vi aquele arrastão, 
tudo aquilo acontecendo e acabei me deixando levar, pegando uns pertences que 
estou devolvendo”.
1.3. Sociologia Criminal
A fim de melhor diferenciar essas duas vertentes da Sociologia, amparamo-nos nos 
ensinamentos de Francis Cullen e Robert Agnew (Criminological Theory: Pas�o Present – 
Essen�al Readings) e Ryanna Palas Veras (Nova Criminologia e os Crimes do Colarinho Branco)
Para o autor, o direito penal apresenta a tendência de privilegiar interesses de classes 
dominantes no sistema e a imunizar o processo tendente à criminalização de indivíduos que 
pertencem a tal classe. Tais indivíduos são ligados funcionalmente à existência de acumulação 
capitalista e tendem a dirigir o processo de criminalização para as formas de desvio �picas das 
classes consideradas subalternas. Entende que o direito penal possui seu processo de 
separação e proteção de uma classe mais abastada e arraigada nos moldes capitalistas em 
detrimento de outros. Portanto, iden�fica que existem estamentos sociais e que dentre eles 
encontram-se aqueles considerados para um controle intensificado do direito penal: 
1.3.1. Macrossociologia X Microssociologia
“Podemos determinar a relação da sociologia jurídica com a ciência do direito, tendo em 
vista o objeto, dizendo que o objeto da ciência do direito são normas e estruturas 
norma�vas, enquanto a sociologia jurídica tem a ver com modos de ação e estruturas 
sociais. É mais di�cil precisar a relação com a filosofia do direito e com a teoria do direito. Na 
verdade, trata-se aqui, principalmente, de problemas de terminologia: "filosofia do direito" 
e "teoria do direito" são usadas pelos interlocutores para denotar conceitos diversos.”
Assim afirma o autor: 
A obra, “Criminologia Crí�ca e Crí�ca ao Direito Penal”, de Alessandro Bara�a, define a 
Sociologia Jurídica e a diferencia da Sociologia Jurídica Penal, trazendo a ideia de uma 
Sociologia Criminal que vem a desmis�ficar as análises realizadas ao longo do tempo pela 
criminologia, observando o comportamento desviante, sua gênese e sua função dentro da 
estrutura social.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
13
b) Microssociologia: Foca sua observação no indivíduo e pequenos grupos, interações 
sociais humanas e co�dianas. Emprega meios interpreta�vos. (ex. assédio sofrido 
pelas mulheres, 
“A segunda linha de pesquisa da sociologia, a perspec�va macrossociológica, detém-se 
na estrutura social, não considerando o indivíduo como objeto de seu estudo. Considera a 
própria 'sociedade criminógena' seu objeto de estudo. O crime é tomado como um fato 
puramente social, produto da atuação das estruturas sociais, sem referência a 
condições individuais. Assim, o objeto de estudo da macrossociologia não é o indivíduo, 
mas o funcionamento da sociedade por si só.” (Ryanna Palas Veras - Nova Criminologia e 
os Crimes do Colarinho Branco)
O mesmo autor recém citado, Alessandro Barata, afirma sobre impossibilidade de se 
dissociar a “macrossociologia” da “microssociologia”. Antes disso, fundamental definir cada 
uma e seu campo de atuação.
a) Macrossociologia: Analisa os fatores sociológicos de uma maneira mais ampla. 
Estuda seus reflexos na sociedade como um todo. U�liza-se de meios especula�vos. 
(ex. sistema polí�co, ordem econômica, industrialismo).
“As Teorias psicológicas ou microssociológicas estudam o problema do crime sob a 
perspec�va do indivíduo e, interação com o meio social. A sociedade cria as condições para o 
desvio (o espaço geográfico, a pressão por sucesso, a falta de oportunidades, etc.), e a 
microssociologia estuda como essas condições atuam no indivíduo, de forma par�cular. 
Encontram a predeterminação do crime no sujeito. Analisam as formas de transmissão do 
comportamento criminoso e as mo�vações sociais que levam um indivíduo a delinquir. São 
Teorias que abandonaram a variante puramente individualista (biológica) e consideram 
importante a influência da sociedade sobre o homem, enfa�zando a formação, os valores e os 
contatos sociais. A linha de pesquisa microssociológica é a predominante nos Estados Unidos.” 
(Francis Cullen e Robert Agnew - Criminological Theory: Past to Present – Essen�al Readings)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
14
O citado autor faz essa diferenciação após abordar as Escola Clássica e Posi�vista, e antes 
de inicias os estudos das teorias sociológicas. Ainda esclarece que “são sociológicas todas aquelas 
estruturações que não têm como paradigma e�ológico fatores patológicos individuais.”
Para o autor, os objetos da criminologia devem ser analisados sobre um prisma 
“microssociológicos”, ou seja, individualizando as condições do autor, ví�ma e do delito em si. 
Porém, por ser adepto da corrente crí�ca da criminologia, que entende o criminoso como 
uma ví�ma do sistema capitalista, a análise dos fatores socioeconômicos devem ser 
estudados em uma vertente “macrossociológica”.
Para Eduardo Viana (Criminologia), também merece destaque essa divergência entre a 
macrossociologia (social)e a microssociologia (indivíduo):
1.3.2. Fatores Sociais da Criminalidade
“Assim, não se trata, apenas, de determinar a área de pesquisa de uma sociologia 
especial, mas também, e talvez ainda mais, o problema da relação funcional, e 
portanto explica�va, dos fenômenos estudados na área assim circunscrita, com a 
estrutura socioeconômica global de que fazem parte. Só enfa�zando este aspecto da 
unidade da sociologia jurídica, a nossa matéria pode realizar a função de teoria 
crí�ca da realidade social do direito, que consideramos sua tarefa fundamental. Por 
outro lado, só com esta condição se pode realizar a função prá�ca da sociologia 
jurídica, em sua mais vasta dimensão polí�ca, sem cair em um mero instrumentalismo 
tecnocrá�co, como aconteceria se esta função, por exemplo, se circunscrevesse a 
fornecer dados ao "polí�co" para suas decisões legisla�vas e administra�vas.”
“Considerando a mul�plicidade de teorias que se debruçam sobre a realidade do crime, 
imperioso um recorte para abordar, apenas, aquelas cuja estruturação desenvolve-se sob o 
viés social (ou macrossociológico). Nos capítulos antecedentes as teorias focavam a 
explicação do crime a par�r de uma perspec�va individual – do homem delinquente; agora, 
vou me deter nas explicações criminológicas a par�r das relações e interação do indivíduo com a 
sociedade. São, pois, teorias que elevam a sociedade ao patamar de fator criminógeno.”
Nesse sen�do, convido os alunos a fazerem um exercício individual e hipoté�co. De 
Nesse contexto,Alessandro Barata assevera que:
Nos tempos atuais, não há dúvidas que fatores sociais influenciam a criminalidade de modo 
direto. Como insis�mos em destacar nesse ponto, nenhuma matéria isolada é capaz de diagnos�car 
e determinar a origem da criminalidade no indivíduo. Justamente por isso, ressaltamos que os 
fatores sociais a seguir elencados, podem “influenciar” ou “despertar” a criminalidade.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
15
Imagine se você aluno, crescesse em uma família desestabilizada, com pais viciados em 
drogas, presenciando quase diariamente agressões entre seus pais e sofrendo também severas 
lesões, convivesse com a criminalidade, miséria e o abandono de perto, será que teriam a 
mesma mente que possuem hoje?
Não podemos responder essa pergunta com grau de confiança, mas se mostra 
interessante analisar como fatores sociais podem influenciar a criminalidade.
Nessa seara, destacaremos alguns fatores sociais que podem influenciar a 
criminalidade em uma sociedade:
c) Más condições de Vida: Várias circunstâncias podem levar à más condições de vida, 
tais como uma infância abandonada, miséria, doença (alcoolismo, vício em drogas, 
debilidade mental), etc. 
a) Sistema Econômico: A criminalidade é um excelente diagnós�co da situação 
econômica de uma sociedade. Situações de desemprego geradas por fechamento 
de empresas aumenta a criminalidade na área respec�va;
Auxiliando esse exercício mental proposto, indico aos alunos procurarem ouvir a 
música “Eu não pedi pra nascer”, do grupo “Facção Central”. Independente do gênero musical 
de preferência, atente-se para a letra que retrata uma situação hipoté�ca para a música, mas 
que é a realidade de muitas crianças.
antemão informo que não há uma resposta precisa e certa, até mesmo porque no campo das 
hipóteses não há certezas. 
b) Pobreza e Miséria: Adolphe Quetelet elaborou um estudo associando a pobreza à 
criminalidade apresentando esta�s�cas criminais. Que fique claro que a pobreza e a 
miséria não são fundamentais para que o indivíduo se torne um criminoso, mas, se 
associada a outros fatores (ainda que não só sociológicos), há influência na 
criminalidade.
d) Fome e Desnutrição: Autores como J. Maxwell (o crime e a sociedade) e W. Bonger, 
afirmam que a fome é a origem de muitos delitos, sendo importantes fatores da 
criminalidade.
e) Educação e Alfabe�smo: Não há dúvidas que a educação é fator de grande 
relevância para diminuir a criminalidade, em contrapar�da, a má educação (formal) 
e o analfabe�smo exerce grande influência para elevar os índices de criminalidade. 
Infelizmente, percebemos que o Poder Público parece não vislumbrar desse 
entendimento, pois um dos grandes problemas do País na atualidade é o baixo nível 
de educação.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
16
f) Meios de Comunicação: Em tempos recentes, cresce no meio da Criminologia, um 
ramo específico voltado para esse estudo (dentre outros mais amplos): A 
Criminologia Cultural (tema de capítulo futuro) e a Criminologia Midiá�ca. Vemos 
hoje, principalmente na televisão, a banalização de relevantes temas como sexo e 
violência que influenciam na criminalidade individual. Além disso, as matérias 
jornalís�cas possuem enfoque diferente conforme a crime específico (quem 
cometeu o crime, que crime foi come�do, quem foi a ví�ma, etc.)
g) Polí�ca: “A forma de governo determina �pos de comportamento diferentes no povo e 
a criminalidade, igualmente, terá �pos diferentes, na proporção exata em que os 
cidadãos gozem de maior ou menor liberdade. Isto porque o povo, independente do 
regime polí�co, por meio de um mime�smo quase generalizado, passa a imitar as elites 
governantes.” (FERNANDES. Newton; FERNANDES, Valter. Criminologia Integrada)
h) Desigualdade Social: A desigualdade social é um dos principais fatores sociológicos 
que interferem no estudo criminológico. Se uma sociedade é toda miserável, não há 
comparação entre seus indivíduos em relação aos demais aspectos. Já na sociedade 
com desigualdade acentuada, os contrastes se agravam, causando um 
“desconforto” naqueles desfavorecidos.
Como vimos anteriormente, um dos obje�vos da Criminologia é entender os 
elementos jus�ficadores de um delito, para isso, par�ndo de uma análise macrossociológica, a 
“estrutura” da sociedade passa a ser estudada como fator preponderante na produção 
criminológica.
1.4.1. Teorias do Consenso
As Teorias do Consenso também são chamadas de Teorias de Integração e Teorias de 
Cunho Funcionalista.
A Teoria do Consenso rara Jorge de Figueredo Dias e Manoel da Costa Andrade 
(Criminologia) se resume a “O poder (...) é exercido em nome, no interesse e com o apoio de todos.”
O grande marco dessas teorias é defender que a sociedade possui obje�vos comuns a 
todos os indivíduos. Prega que existe um consenso entre os membros de uma comunidade 
quando esta age em um perfeito funcionamento. Entendem que a finalidade da sociedade é 
a�ngida quando há um perfeito funcionamento de suas ins�tuições.
1.4. Modelos Sociológicos do Consenso e do Conflito
Com visões dis�ntas, duas grandes correntes surgiram com posições antagônicas em 
relação aos obje�vos da comunidade como um todo: Teorias do Consenso e Teorias do Conflito.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
17
Para essas teorias, não há na sociedade um senso comum. De fato, há obje�vos 
definidos pela cole�vidade, mas esses obje�vos são impostos por uma classe dominante sobre 
uma classe dominada. Os obje�vos da sociedade são mutáveis durante o tempo, assim, não há 
como defini-lo de maneira perene.
“Em linhas gerais, este sistema conflitual determina, em sede de Direito penal, um 
planejamento de produção de normas (criminalização primária) voltado para assegurar o 
triunfo da classe dominadora. A histórica preferência da programação criminalizante pelas 
classes inferiores seria uma comprovação da essência conflitual, a exemplo do que postulam 
os teóricos da reação social (ou crí�ca)
A teoria sociológica do conflito vincula-se a orientações ideológicas e polí�cas 
progressistas, entemdem que a sociedade é uma organização dinâmica, que se altera com o 
tempo. Considera ainda que a harmonia social advém da coerção e do uso da força, pois as 
sociedades estão sujeitas a mudanças con�nuas e são predispostas à dissolução. 
Exemplos de teorias do Conflito:
· Teoria Crí�caou Radical
A harmonia social é imposta à força, por meio de coerção, ignorando a voluntariedade 
de cada indivíduo.
Segundo Eduardo Viana (Criminologia)
· Teoria do Labelling Approach, E�quetamento, Reação Social ou Interacionismo 
Simbólico
Ralf Dahrendorf (Sociedad y liberdad) vai mais além ao afirmar que para a Teoria do 
Consenso “A sociedade se mantém, graças ao consenso de todos os membros acerca de 
determinados valores comuns (...) um paraíso na terra.”
As teorias do consenso são mais ligada a pensamentos conservadores, que entendiam 
os obje�vos da sociedade eram estanques. Afirmam que toda sociedade tem uma estrutura 
estável que se sustenta no consenso entre seus integrantes.
Exemplos de teorias do Consenso:
· Escola de Chicago;
· Teoria da Associação Diferencial;
· Teoria da Anomia;
· Teoria da Subcultura Deliquente
1.4.2. Teorias do Conflito
As Teorias do Conflito também são chamadas de Teorias de cunho Argumenta�vo.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
18
Escola de Chicago é uma das teorias do consenso que surgiu nas décadas de 20 e 30 nos 
Estados Unidos, mais precisamente na Universidade de Chicago com o estudo nomeado “sociologia 
Academicamente, trata-se de duas teorias dis�ntas, mas que possuem grande ligação e 
vários pontos incomuns. Por isso, dida�camente preferimos compilar seus ensinamentos em 
um mesmo capítulo a fim de facilitar a compreensão do aluno.
2.1. ESCOLA DE CHICAGO E TEORIA ECOLÓGICA OU DESORGANIZAÇÃO SOCIAL
2. TEORIA SOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE
Nesse capítulo estudaremos as principais Teorias Sociológicas da Criminalidade, ou 
seja, aqueles modelos teóricos que estudam como os fatores da sociedade de um modo geral 
(polí�ca, economia, espaços urbanos, etc.) influenciam na produção criminológica.
CARACTERÍSTICAS TEORIAS DO CONSENSO TEORIAS DO CONFLITO
CUNHO
 
Funcionalista/Integração Argumenta�vo/Coerção
IDEAIS Conservadores Progressistas
SOCIEDADE Estanque Dinâmica
TEORIAS 
Escola de Chicago
 Labeling 
Approach/E�quetamento
Associação Diferencial Crí�ca/Radical
Funcionalista Feminista
Anomia
 
Cultural
Subcultura Deliquente Queer
ESCOLA DE CHICAGO / TEORIA ECOLÓGICA 
(Imagem 2 – Robert Park)
TEORIA DO CONSENSO
PERÍODO: DÉCADAS DE 20 E 30
Essa Teoria, destacada por Robert Park, 
teve seu marco em 1925 quando o autor 
publicou sua obra “The city – Sugges�on 
for the invaes�ga�on of Human 
Bahavior in the City Environment.”
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
19
· A Zona III: Contém residências de trabalhadores que conseguiram escapar as péssimas 
condições de vida da Zona II, sendo composta geralmente pela segunda geração de 
imigrantes.
· A Zona V: Denominada exurbia, fica além dos limites da cidade e contém áreas 
suburbanas e 'cidades-satélites'. É habitada por pessoas que trabalham no centro e 
dependem um tempo razoável no trajeto entre casa e trabalho. Esta área não é 
caracterizada por residências proletárias.Ao contrário, normalmente é composta de 
casas de classe média-alta e alta.
· A Zona II: É a área imediatamente em torno da Zona I e representa a transição do distrito 
comercial para as residências. Normalmente ocupada pelas pessoas mais pobres, é a 
chamada zona de transição.
Explicando melhor as Zonas Concêntricas de Ernest Burgess, u�lizamos os 
ensinamentos de Wagner Cinelli de Paula Freitas (Espaço urbano e criminalidade – Lições da 
Escola de Chicago. São Paulo):
· A Zona I: É o bairro central, com comércio, bancos, serviços, etc. Burgess chamou esse 
distrito de 'loop'. 
· A Zona IV: É chamada de suburbia, é formada por bairros residenciais e é caracterizada por 
casas e apartamentos de luxo. É onde residem as classes média e alta.
Imagem 4 – Zonas Concêntricas de Ernest Burgess(h�p://www.cidadesturismo.com/2016/02/
a-cidade-como-objeto-de-estudo_20.html)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
20
O surgimento dessa Escola reflete o período marcado por grande migração e formação 
das grandes metrópoles. Aqueles que se mudavam para esses grandes centros �nham um 
choque cultural e a tendência é que se unissem na formação de “guetos”.
Seu estudo baseava-se na teoria ecológica ou teoria da desorganização social, ou seja, 
como o espaço urbano pode influenciar o desenvolvimento da criminalidade, conhecida como 
“Antropologia Urbana”.
O crescimento da cidade de Chicago ocorreu de maneira (do centro para a centrífuga
periferia), viabilizando grandes problemas de criminalidade. As zonas mais periféricas contribuem 
para a proliferação de “gangues”. Um fato curioso sobre o surgimento das “Teorias das Zonas 
Concêntricas”, é que ela foi idealizada por um jornalista (além de sociólogo), o que ressalta papel da 
pesquisa nessa Escola:
das grandes cidades”. É considerada o “berço da moderna criminologia americana”.
“A teoria ecológica explica esse efeito criminógeno da grande cidade, valendo-se dos 
conceitos de desorganização e contágio inerentes aos modernos núcleos urbanos e, 
sobretudo, invocando o debilitamento do controle social desses núcleos. A 
deterioração dos grupos primários (família, etc.), a modificação qualita�va das 
relações interpessoais que se tornam superficiais, a alta mobilidade e a consequente 
perda de raízes no lugar da residência, a crise dos valores tradicionais e familiares, a 
superpopulação, a tentadora proximidade às áreas comerciais e industriais onde se 
acumula riqueza e o citado enfraquecimento do controle social criam meio 
desorganizado e criminógeno” (Antonio García-Pablos de Molina. Criminologia)
Essa Teoria prega que um dos principais fatores que levam ao aumento da criminalidade é a 
ausência de um Controle Social Informal decorrente do crescimento exponencial das grandes 
metrópoles.
(Imagem 3 – Ernest Burgess)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
21
Para os pesquisadores dessa Escola, a Zona II era onde se concentrava os maiores 
índices de criminalidade. Justamente decorrente dessa pesquisa é que se passou a dar uma 
maior atenção a um produto analisado posteriormente por outras escolas: “as gangues e a 
delinquência juvenil”.
O conceito de subúrbio das cidades norte-americanas é diverso do das cidades da América 
La�na. Enquanto nas cidades la�no-americanas o subúrbio é usualmente caracterizado 
por ser uma área pobre, nos EUA, é onde residem pessoas Vde alto padrão 
socioeconômico. 
Para a Escola de Chicago e Teoria Ecológica são fatores que influenciam a produção de 
crimes:
· Industrialização
· Migrações
· Conflitos Culturais
· Deterioração da Família
· Falta de Raízes
· Relações Superficiais
A CIDADE DESORGANIZADA PRODUZ CRIMES
Outro marco da Escola de Chicago foi a aplicação do empirismo, pois os indivíduos da 
comunidade eram “interrogados” por uma equipe especial a fim de desenhar um gráfico da 
criminalidade em relação a cada região da metrópole. Outro método muito empregado para se 
conhecer o real índice de criminalidade foi o emprego dos “Inquéritos Sociais” (social surveys).
· Explosão Demográfica
· Alta Mobilidade
· Crise de Valores
“Park pregava que a sociologia não estava interessada em fatos, mVas em como as 
pessoas reagiam a eles. Nesse compasso, a experiência prá�ca era considerada 
fundamental, visto que a melhor estratégia de pesquisa era aquela em que o 
pesquisador par�cipava diretamente do objeto de seu estudo. Este método inovador e 
cuja introdução na pesquisa se deve à Escola de Chicago é o da observação 
par�cipante. Nesse método, o observador toma parte no fenômeno social que estuda, 
o que lhe permite examiná-lo da maneira como realmente ocorre.Assim, o 
conhecimento tem por base não a experiência alheia, mas a própria experiência do 
pesquisador.” (FREITAS, Wagner Cinelli de Paula. Espaço urbano e criminalidade – 
Lições da Escola de Chicago. São Paulo)
· Desorganização Social
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br22
2.1.2. Teoria das Janelas Quebradas
Assim como a Escola de Chicago, a Teoria das Janelas Quebradas teve seu surgimento nos 
Estados Unidos, e ambas possuem pontos em comum. Seu aparecimento é atribuído a James Q. 
As imagens acima demonstram como a revitalização de espaços urbanos pode 
contribuir para redução da criminalidade. Um grande caso prá�co é a cidade de Medelin, 
dominada pelo crime organizado nas décadas de 80 e 90, passou por grande transformação e 
consequente redução dos índices de crime.
Muitas outras Escolas/Teorias criminológicas decorreram da Escola de Chicago, são 
elas: Teoria Espacial, Teoria das Janelas Quebradas, Teoria da Tolerância Zero.
2.1.1. Teoria Espacial
Essa Teoria decorre da Escola de Chicago e da Teoria Ecológica. Teve seu ápice na 
década de 1940 e defendia a influência arquitetônica e urbanís�ca das grandes urbes como 
meio de prevenir o crime.
(Imagem 5 – Revitalização da área central da Cidade de Boston)
(Imagem 6 – Revitalização da Cidade de Medelin)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
23
Wilson e George Kelling, dois criminólogos da que apresentaram um Universidade de Harvard
estudo, in�tulado “The Police and Neiborghood Safety” (A polícia e a Segurança da Comunidade) 
em 1982 na Revista Atlan�c Monthy relacionando o crime com a desordem.
Uma das conclusões desse experimento reflete o que já era pregado pela Escola de 
Dois carros foram deixados em bairros dis�ntos: um em um bairro de luxo em Palo Alto, 
Califórnia e outro no bairro do Bronx, em Nova Yorque. O automóvel deixado no Bronx foi 
“depenado” em trinta minutos, enquanto o veículo deixado no bairro de classe alta em Palo Alto 
permaneceu intacto por uma semana. Contudo, após umas das janelas do carro deixado em 
Palo Alto ser quebrada, o restante do automóvel não durou mais que poucas horas.
O estudo apresentado pelos dois criminólogos acima, baseou-se em um experimento 
realizado por Philip Zimbardo, psicólogo e professor da Universidade de Santanford que 
comparou o comportamento de sociedades perante a desordem.
(Imagem7 – James Q. Wilson) (Imagem 8 – Geroge Kelling)
(Imagem 9 – Philip Zimbardo)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
24
Chicago: que a ausência de controle informal gera uma elevação dos índices de criminalidade. 
Assim assevera João Milanez da Cunha Lima e Luis Fernando da Cunha Lima (Perfil Social do Crime):
Essa teoria assevera que os pequenos delitos devem ser reprimidos para que se evite 
uma proliferação de crimes mais severos por deixar transparecer que há ausência de 
autoridade sobre os bens. Como se verá a seguir, essa premissa está diretamente ligada à Teoria 
da Tolerância Zero.
2.1.3. Teoria da Tolerância Zero
Mais uma teoria decorrente da Escola de Chicago e da Teoria Ecológica que se enquadra 
no “Movimento de Lei e Ordem” que se caracteriza por uma maior atuação policial visando à 
diminuição da criminalidade, seja de crimes de repercussão, ou de pequenas infrações, todas 
comba�das com o mesmo rigor.
Essa teoria foi implementada na prá�ca nas décadas de 80 e 90, na cidade de Nova 
Iorque. George Kelling, um dos precursores da Teoria das Janelas Quebradas exerceu a função 
de consultor do Departamento de Trânsito da cidade de Nova Iorque em 1985. O então 
Comissário de Polícia de Nova Iorque, Willian Bra�on, nomeado pelo prefeito Rudolph Giuliani, 
seguindo os preceitos de George Kelling e sua Teoria das Janelas Quebradas delineou a Teoria da 
“Zero Tolerance” (Tolerância Zero).
“... estes fatos estão a demonstrar que uma área se torna vulnerável ao crime quando os 
moradores se descuidam dos seus padrões de controle social, quando deixam de tomar as 
providências devidas para eliminar fatores adversos, quando se isolam em suas próprias 
casas, quando não se interessam pelo que se passa à sua volta, evitando até os vizinhos. O 
ambiente de desleixo e abandono, por falta de coesão social, dando a sensação de que as 
pessoas 'não estão nem aí', cons�tui claro indício do afrouxamento do controle social, que 
não deixará de fomentar desordens, pequenas infrações, arruaças e bebedeiras, em 
detrimento da qualidade de vida. Não tarda mudarem-se dali as pessoas ordeiras, mais 
apegadas ao bairro, sendo subs�tuídas por moradores mais instáveis, que passam a 
habitá-lo em caráter provisório. O caminho fica aberto para o tráfico de entorpecentes e o 
crime violento, pragas de nossa época.”
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
25
ATENÇÃO!
“Teoria das Janelas Quebradas” não se confunde com a “Teoria da Tolerância Zero”
Importante mencionar que, apesar de terem a mesma origem e se basearem em 
princípios semelhantes, a Teoria das Janelas Quebradas não se confunde com a Teoria da 
A polícia nova-iorquina passou a adotar uma postura rigorosa contra pequenas 
infrações e pessoas em situação de “vadiagem”, tais como os homeless (sem-teto), mendigos, 
pichadores (em especial das estações de metrô), executores de serviços informais (ex. 
“squeegeemen” – limpadores de para-brisas e vendedores em semáforos), bêbados, 
adolescentes baderneiros e até mesmo contra pedestres imprudentes.
Willian Bra�on chegou a afirmar que “os simples bole�ns de ocorrência nas delegacias 
acabaram (nos Estados Unidos trata-se de DATS – 'deskappearance �ckets', que obrigam, 
legalmente, o cidadão a se dirigir à delegacia de polícia local, onde as acusações contra ele serão 
formalizadas). Se você urinar na rua, vai para a cadeia. Estamos decididos a consertar as janelas 
quebradas e impedir quem quer que seja de quebrá-las de novo” (Declaração extraída da 
autobiografia de Bra�on, citada por . Cf. WACQUANT, Loïs. Punir os pobres: a Loïc Wacquant
nova gestão da miséria nos Estados Unidos. 3. Ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007.)
(Imagem 9 – Comissário de Polícia de Nova Iorque Willian Bra�on
(Imagem 10 – Prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
26
Tolerância Zero, pois esta tem como modo de atuação uma resposta mais agressiva por parte 
do poder policial ante os delitos menores.
Conforme afirma Tiago Ivo Odon na elaboração do Texto para Discussão nº 194 do 
Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legisla�va do Senado Federal: 
“Importante ressaltar, contudo, que uma polí�ca do �po “janelas quebradas” é 
diferente de uma polí�ca do �po “tolerância zero”. Esta úl�ma adicionou como 
ingredientes a resposta dura da autoridade policial aos pequenos infratores e o 
aumento da eficiência do aparato de vigilância.” (grifo não original)
Teoria dos tes�culos quebrados (ou despedaçados) liga-se in�mamente com a Teoria 
das janelas quebradas.
2.1.4. Teoria dos Tes�culos Despedaçados (breaking balls theory)
A "teoria dos tes�culos despedaçados" (breaking balls theory), originária da sabedoria 
policial comum, es�pula que se os policiais perseguirem com insistência um criminoso notório 
por pequenos crimes ele acabaria vencido pelo cansaço e abandonaria o bairro para ir cometer 
seus delitos em outro lugar. Fundamenta a teoria das janelas quebradas quanto a intolerância 
com os pequenos delitos. Segundo esta teoria, a repressão imediata e severa das menores 
infrações na via pública detém o desencadeamento de grandes atentados criminosas 
(r)estabelecendo nas ruas um clima sadio de ordem – prender os ladrões de galinhas permi�ria 
paralisar potenciais bandidos maiores.
2.2 TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL / APRENDIZAGEM SOCIAL /”SOCIAL LEARNING”
(Imagem 11 – Gabriel Tarde)
TEORIA DO CONSENSO
PERÍODO: DÉCADAS DE 30 E 40
A criminologia usou a expressão “Crimes do Colarinho Branco” pela 
primeira vez em 1940 por ocasião de um ar�go de autoria de Edwin 
Hardin Sutherland, da Universidade de Indiana, nominado “White 
Collar Criminality” publicado na American Sociological Reiew. Esse 
estudo foi baseado no pensamento de Gabriel Tarde, juristae 
sociólogo francês.
(Imagem 12 –Edwin Sutherland)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
27
A premissa básica dessa Teoria assevera que o comportamento desviante era 
aprendido por associação. Ela comba�a a ideia de que se tratasse de algo hereditário. Não se 
trata especificamente de uma ligação entre criminosos e não criminosos, mas sim de fatores 
favoráveis ou desfavoráveis ao delito.
Para se assimilar esses fatores, necessitar-se-ia de conhecimento especializado e 
habilidade além da propensão em querer �rar proveito dessas situações. O crime não pode ser 
definido apenas como disfunção ou inadaptação das pessoas de classe menos favorecidas, pois, 
alguns comportamentos desviantes requerem ou ainda conhecimento especializado,
habilidade de seu agente, o qual aprende tal conduta desviada e associa-se a ela. Nas palavras de 
Sérgio Salomão Shecaira:
“A teoria da associação diferencial parte da ideia segundo a qual o crime não pode ser 
definido simplesmente como disfunção ou inadaptação das pessoas de classes menos 
favorecidas, não sendo ele exclusividade destas. Em certo sen�do, ainda que influenciado 
pelo pensamento da desorganização social de Willian Thomas, Sutherland supera o 
conceito acima para falar de uma organização diferencial e da aprendizagem dos valores 
criminais. A vantagem dessa teoria é que, ao contrário do posi�vismo, que já estava 
centrado no perfil biológico do criminoso, tal pensamento traduz uma grande discussão 
dentro da perspec�va social. O homem aprende a conduta desviada e associa-se com 
referência nela.”
“Para Merton, a análise da criminalidade de colarinho branco cons�tuía, ao contrário, 
principalmente um reforço da sua tese sobre o desvio inovador: a classe dos homens de 
negócio, da qual se recruta grande parte desta população amplamente desviante, mas 
escassamente perseguida, corresponde, de fato ao �po caracterizado pela proposta 
inovadora. Estes sujeitos – observa Merton – aderem e personificam decididamente o fim 
social dominante na sociedade norte-americana (o sucesso econômico) sem ter 
interiorizado as normas ins�tucionais, através das quais são determinadas as modalidades 
e os meios para a obtenção dos fins culturais.”(Criminologia Crí�ca e Crí�ca ao Direito Penal)
Um aspecto importante destacado por Alessandro Bara�a é a relação que o autor 
emprega entre os crimes de colarinho branco e a teoria de Sutherland e Merton (Anomia): 
Luis Flavio Gomes e Antonio García-Pablos de Molina (Criminologia – Introdução a seus 
fundamentos teóricos) elencam algumas proposições que caracterizam a teoria da associação 
diferencial:
1. “A conduta criminal se aprende, como se aprende também o comportamento virtuoso ou 
qualquer outra a�vidade: os mecanismos são idên�cos em todos os casos;
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
28
1) As causas do desvio não devem ser pesquisadas nem em fatores bioantropológicos e 
naturais (clima, raça), nem em uma situação patológica da estrutura social.
Émile Durkhein defende o desvio com um caráter funcional para a sociedade e não 
como uma patologia da vida social como muitos entendiam. Alessandro Bara�a (Criminologia 
Crí�ca e Crí�ca ao Direito Penal) afirma que a teoria funcionalista e Durkhein representa uma 
virada sociológica que rompe os paradigmas do “bem e do mal”.
2) O desvio é um fenômeno normal de toda estrutura social. 
2.3. TEORIA DA ANOMIA
“No âmbito das teorias mais propriamente sociológicas, o principal do bem e do mal foi 
posto em dúvida pela teoria estrutural funcionalista da anomia e da criminalidade. (...) A 
teoria estrutural-funcionalista da anomia e da criminalidade afirma:
TEORIA DA ANOMIA
(Imagem 13 – Roberto King Merton
TEORIA DO CONSENSO
(COM VIÉS MARXISTA)
PERÍODO: DÉCADAS DE 30 
Teoria desenvolvida por Robert King 
Merton, com base nos estudos de Émile 
Durkhein (“A divisão do trabalho social”, 
“As regras do método sociológico” e “O 
suicídio”) que visa explicar o aspecto 
sociológico da criminalidade por ser um 
comportamento de dissociação entre as 
aspirações socioculturais e os meios 
desenvolvidos para alcancá-las.
(Imagem 14–Émile Durkhein)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
29
8. Precisamente porque o crime se aprende, isto é, não se imita, o processo de 
aprendizagem do comportamento criminal mediante contato diferencial do indivíduo com 
modelos deli�vos e não deli�vos implica a aprendizagem de todos os mecanismos 
inerentes a qualquer processo deste �po.
7. As associações e contatos diferenciais do indivíduo podem ser dis�ntas conforme a 
frequência, duração, prioridade e intensidade dos mesmos. Contatos duradouros e frequentes, 
é lógico, devem ter maior influência pedagógica, mais que outros fugazes ou ocasionais, do 
mesmo modo que o impacto que exerce qualquer modelo nos primeiros anos de vida do homem 
costuma ser mais significa�vo que o que tem lugar em etapas posteriores; o modelo é tanto 
mais convincente para o indivíduo quanto maior seja o pres�gio que este atribui à pessoa ou 
grupos cujas definições e exemplos aprende.
3. A parte decisiva do citado processo de aprendizagem ocorre no seio das relações mais 
ín�mas do indivíduo com seus familiares ou com pessoas de seu meio. A influência 
criminógena depende do grau de in�midade do contato interpessoal.
6. Uma pessoa se converte em delinquente quando as definições favoráveis, isto é, quando 
por seus contatos diferenciais aprendeu mais modelos criminais que modelos respeitosos 
ao Direito.
2. A conduta criminal se aprende em interação com outras pessoas, mediante um processo de 
comunicação. Requer, pois, uma aprendizagem a�va por parte do indivíduo. Não basta viver 
em um meio criminógeno, nem manifestar é evidente, determinados traços da personalidade 
ou situações frequentemente associadas ao delito. Não obstante, em referido processo 
par�cipam também a�vamente, também, os demais.
4. A aprendizagem do comportamento criminal inclui também a das técnicas de 
come�mento do delito, assim como a da orientação específica das correspondentes 
mo�vações, impulsos, a�tudes e da própria racionalização (jus�ficação) da conduta deli�va.
5. A direção específica dos mo�vos e dos impulsos se aprende com as definições mais 
variadas dos preceitos legais, favoráveis ou desfavoráveis a eles. A resposta aos 
mandamentos legais não é uniforme dentro do corpo social, razão pela qual o indivíduo 
acha-se em permanentemente contato com outras pessoas que têm diversos pontos de 
vista quanto à conveniência de acatá-los. Nas sociedades pluralistas, dito conflito de 
valorações é inerente ao próprio sistema e cons�tui a base e o fundamento da teoria 
sutherlaniana da associação diferencial.
9. Embora a conduta deli�va seja uma expressão de necessidades e valores gerais, não 
pode ser explicada como concre�zação deles, já que também a conduta adequada ao 
Direito corresponde a idên�cas necessidade e valores.”
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
30
Merton criou um quadro que tenta jus�ficar o comportamento dos indivíduos de acordo com 
as metas culturais (obje�vos para a�ngir a 'felicidade') e os meios ins�tucionalizados 
(“ferramentas” que o Estado oferece para alcançar a “felicidade”).
3) Somente quando são ultrapassados determinados limites o fenômeno do desvio é 
nega�vo para a existência e o desenvolvimento da estrutura social, seguindo-se um 
estado de desorganização, no qual todo o sistema de regras de conduta perde valor, 
enquanto um novo sistema ainda não se afirmou (esta é a situação de "anomia"). Ao 
contrário, dentro de seus limites funcionais, o comportamento desviante é um fator 
necessário e ú�l para o equilíbrio e o desenvolvimento sócio-cultura”
A sociedade transmite a seus cidadãos metas culturais, em contrapar�da, lhe oferece 
meios (ins�tucionalizados) para alcançá-las. Quando os meios não são suficientes parao 
a�ngimento das metas, ocorre uma situação de “anomia” (ausência de norma) em que as regras 
sociais são ignoradas.
· CONFORMIDADE: Comportamento conformista. Fora as situações excepcionais, é 
a situação mais comum. O indivíduo acata os meios ins�tucionalizados para a�ngir 
as metas sociais.
· RITUALISMO: Os indivíduos aceitam as metas impostas pela sociedade, mas refutam 
os meios disponibilizados por entenderem que as metas jamais serão alcançadas.
· EVASÃO/RETRAIMENTO: Renunciam a tudo. Em regra são os bêbados, párias, 
mendigos, drogados, etc.
· INOVAÇÃO: Para a Anomia, aqui reside o indivíduo desviante, pois ele aceita as 
metas impostas pela sociedade, mas não enxerga os meios ins�tucionais 
disponíveis para alcançá-las, assim, ele rompe com as normas (A-nomia) para 
buscar a “felicidade”.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
31
Em se tratando de análise feita por ALESSANDRO BARATTA, autor do livro Criminologia 
Crí�ca e Crí�ca ao Direito Penal, insta salientar o capítulo destacado à “Uma correção das 
subculturas criminais: a teoria das técnicas de neutralização.”
2. Malícia: é o prazer em prejudicar ou outro (ex. temor que joves de um gangue 
empregam naqueles que não pertencem ao grupo).
A Subcultura Delinquente estuda a gênese de grupos subculturais que não se encaixam 
nos padrões impostos pela sociedade, e por essa razão, adotam uma postura de INOVAÇÃO 
(comportamento destacado pela Teoria da Anomia em que os indivíduos aceitam as metas 
culturais, mas repudiam os meios ins�tucionais). 
Essa teoria é contrária à noção de uma ordem social, ofertada pela criminologia 
tradicional. Iden�ficam-se como exemplos as gangues de jovens delinquentes, em que o garoto 
passa a aceitar os valores daquele grupo, admi�ndo-os para si mesmo, mais que os valores 
sociais dominantes. Assim, o crime acaba por se tornar sinônimo de protesto ou forma de 
“aparecer”, de ter status e adquirir respeito diante da comunidade.
3. Nega�vismo: apresentam-se como um contraponto aso padrões impostos pela 
sociedade.
2.4. TEORIA DA SUBCULTURA DELINQUENTE
Albert Cohen enumera 3 (três) fatores específicos para sua teoria: não u�litarismo da 
ação, malícia e nega�vismo:
1. Não U�litarismo da Ação: muitos crimes não possuem mo�vação prá�ca (ex. jovens 
subtraem bens que não vão usar).
Sob seu ponto de vista, a teoria das subculturas criminais é rela�vizada pela teoria da 
Analise das técnicas de Neutralização: 
TEORIA DA SUBCULTURA DELIQUENTE
(Imagem 16 – Albert K. Cohen
TEORIA DO CONSENSO
PERÍODO: DÉCADA DE 50
Teoria desenvolvida por Albert K. Cohen marcada 
pela sua obra “Deliquent Boys” – 1955. Para o 
autor, todo grupo humano possui suas normas, 
condutas, filosofia própria que muitas vezes não 
corresponde aos padrões gerais da sociedade.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
32
· REBELIÃO: Assim como na “Evasão/Retraimento”, os indivíduos renunciam às 
metas culturais e aos meios ins�tucionalizados, porém, essa renúncia é a�va. Ou 
seja, lutam para estabelecer novos paradigmas e uma nova “ordem social”
Dessa maneira, a adesão aos fins culturais sem o respeito aos meios ins�tucionais levaria 
ao comportamento criminoso (Ex. Propagandas onde incutem que a “felicidade” só pode ser 
alcançada mediante aquisição de determinado bem). Assim, o indivíduo que não aceita o grupo 
social em que está inserido sem condições de “ser feliz”, opta pelo comportamento criminoso.
A Anomia surge em uma situação em que as metas culturais e os meios ins�tucionais são 
abandonados. Um bom exemplo pra ilustrar essa situação é o caso da greve dos policiais militares 
no estado do Espírito Santo ocorrida em fevereiro de 2017 e mencionando no capítulo anterior.
(Imagem 15 – Propaganda atrelando o produto à felicidade)
(Imagem 15 – Propaganda atrelando o produto à felicidade)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
33
Essas técnicas de neutralização possuem �pos fundamentais:
c) Negação da vi�mização: a ví�ma mercê o sofrimento (não se trata de injus�ça, mas de 
uma punição justa);
e) Apelo a instancias superiores: Normas da sociedade são deixadas de lado em nome dos 
valores do subgrupo (lealdade, solidariedade, etc.)
“(...) esta oposição de sistemas de valores e de normas não ocorre sempre, porque o 
mundo dos delinquentes não é ni�damente separado, mas inserido, também, na 
sociedade, e porque os delinquentes estão, normalmente, subme�dos a mecanismos de 
socialização que não são tão específicos e exclusivos de modo a não lhes permi�r 
interiorizar valores e normas colocados na base do comportamento conformista.”
a) Exclusão da própria responsabilidade: o delinquente se vê como “arrastado” ao desvio, 
e não agindo a�vamente;
b) Negação de Ilicitude: o delinquente faz redefinições para que enxergue suas condutas 
mais como proibidas do que imorais ou danosas (ex. brigas de torcidas como conflitos 
privados sem importância para a comunidade)
d) Condenação dos que condenam: hipocrisia. A polícia é corrupta, mestres parciais, etc...
2.5. TEORIA DA LABELLING APPROACH, REAÇÃO SOCIAL, INTERACIONISMO 
SIMBÓLICO OU ETIQUETAMENTO
LABELLING APPROACH, INTERACIONISMO SIMBÓLICO 
REAÇÃO SOCIAL OU ETIQUETAMENTO
(Imagem 17 – Erving Goffman)
TEORIA DO CONFLITO
PERÍODO: DÉCADA DE 60
Considerada uma das mais importantes Teorias do Conflito. Surgiu 
nos anos 60 através do estudo de Erving Goffman e Howard Becker. 
Seu estudo deixou de lado o delito em si e dedicou atenção à Reação 
Social, ou seja, à interação entre a sociedade e o crime. Para o 
Labelling Approach, o indivíduo acaba assumindo a "e�queta" de 
criminoso que a sociedade lhe impõe passando a adotar uma 
conduta desviante.
(Imagem 18 – Howard Becker)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
34
Para essa teoria, o ponto central da criminalidade não é uma caracterís�ca do 
comportamento humano, mas sim a consequência de um processo de es�gma�zação do 
indivíduo como criminoso. Logo, o delinquente só se diferencia do homem comum pela 
“e�queta” que lhe é atribuída.
Para Raul Eugênio Zaffaroni, a tese central desta teoria pode ser definida, em termos 
gerais, pela afirmação de que “cada um de nós se torna aquilo que os outros vêem em nós”e, de 
acordo com essa mecânica, a prisão cumpre função reprodutora, ou seja, a pessoa rotulada como 
delinquente assume o papel que lhe é consignado, comportando-se de acordo com o mesmo. 
A teoria da rotulação de criminosos cria um processo de es�gma para os condenados, 
funcionando a pena como geradora de desigualdades. O sujeito acaba sofrendo reação da 
família, amigos, conhecidos, colegas, o que acarreta a marginalização no trabalho, na escola. 
Um bom exemplo, até mesmo grotesco, de uma situação de e�quetamento (na prá�ca) 
ocorreu em São Paulo em junho de 2017 onde um adolescente teve sua testa tatuada com os 
dizeres “Sou ladrão e vacilão” por ter sido pego em a�tude suspeita em que os autores da 
tatuagem entenderam que o menor iria subtrair uma bicicleta.
A teoria entende que a criminalização primária (primeira ação deli�va) produz uma 
e�queta (rótulo) de criminoso, o que acaba influenciando para a criminalização secundária 
(repe�ção de atos deli�vos). Ou seja, a es�gma�zação de criminoso acaba influindo na 
interação com a sociedade que faz com que o indivíduo assuma essa condição.
Esse rótulo de criminoso acaba impregnando no indivíduo que tem dificuldade de se 
libertar pelo fato das barreiras que a sociedade impõe para aceitar novamente o “delinquente” 
na comunidade e porque o próprio indivíduo acaba se enxergando com um criminoso.
(Imagem 19 –E�quetamento)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
35
“O principal obje�vo da Criminologia crí�ca foi a desconstrução do discurso jurídico penal, 
por meio de uma descrição macrossociológica da realidade, ou seja, sua meta inicial é 
Citando os ensinamentos da professoraMonica Gamboa (Criminologia, matéria 
básica): “Essa teoria Consolidou-se ao cri�car as posturas tradicionais da teoria do consenso, eis 
que, ancorada no pensamento marxista, acredita ser o modelo econômico adotado em 
determinado local o principal fator gerador da criminalidade.”
Importante mencionar que essa corrente da Criminologia se originou em um momento 
de elevado conflito poli�co-ideológico marcado pela disputa entre direita e esquerda (Guerra 
Fria: EUA x URSS).
Há uma corrente mais radical que entende que entende que “as e�quetas” são 
impostas pelas ins�tuições do Controle Formal: polícias, promotores, juízes, etc.
2.6 CRIMINOLOGIA CRÍTICA, CRIMINOLOGIA RADICAL OU NOVA CRIMINOLOGIA
No campo prá�co jurídico, há alguns bons exemplos de polí�cas criminais embasadas 
nessa teoria: Despenalização do uso de drogas, STF HC 143.641, que entendeu que o Brasil vive 
uma poli�ca de encarceramento e decidiu pela liberdade (em regra) de mulheres gestantes e 
mães com filho na primeira infância, progressão de regimes, etc.
Segundo Jorge de Figueiredo Dias e Manuel da Costa Andrade: “A Criminologia radical 
é, em grande parte, uma criminologia da Criminologia, principalmente a discussão e análise de 
dois temas: a definição do objeto e do papel da inves�gação criminológica.” (Criminologia – O 
homem delinquente e a sociedade criminológica).
CRIMINOLOGIA CRÍTICA, CRIMINOLOGIA RADICAL 
OU NOVA CRIMINOLOGIA
TEORIA DO CONFLITO
PERÍODO: DÉCADA DE 70
Teve seu surgimento marcado nos 
estados Unidos e na Inglaterra, 
sendo posteriormente expandida 
para países da Europa (Alemanha, 
Itália, França, Holanda, etc.). Tem 
b a s e M a r x i s t a e i m p u t a a o 
capitalismo a base da criminalidade, 
pois esse sistema é caracterizado 
pelo egoísmo e ganância.
Não há um nome marcante 
atribuído a origem dessa 
Criminologia. Diferentes 
autores atr ibuem seu 
s u r g i m e n t o a G e o r g 
Rusche, O�o Kirchheimer, 
Willem Bonger, etc.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
36
demonstrar como o programa oficial do direito penal é falso e encobre uma função real e 
oculta, que é a de reproduzir as desigualdades sociais e manter de forma eficiente o 'stutus 
quo' social.” (Ryanna Pala Veras. Nova Criminologia e os Crimes do Colarinho Branco”
A Criminologia Crí�ca serviu de base para o surgimento de outras teorias 
criminológicas como o abolicionismo criminal, direito penal mínimo e o neorrealismo. 
2.7. MODERNOS MODELOS SOCIOLÓGICOS
· Abolicionismo Penal: Defende o fim as prisões e abolir o próprio Direito Penal, que 
pode ser subs�tuído pelo diálogo, entendimento e solidariedade. Direito penal só 
serve para destacar as desigualdades sociais.
· Direito Penal Mínimo (Criminologia Minimalista): Defende a redução drás�ca do 
Direito Penal, pois entende que ele na atual situação encontra-se apenas 
legi�mando interesses de uma minoria
· Neorrealismo: Assevera que a criminalidade decorre da pobreza, não unicamente, 
mas somada a outros fatores como individualismo, compe��vidade, ganância, 
machismo, etc. Defende também uma menor discricionariedade por parte da 
Jus�ça, pregando que os crimes mais graves devem ser comba�dos com resposta 
exemplar, aumentando assim a possibilidade de medidas cautelares deten�vas.
a) TEORIA DO CONTROLE SOCIAL
Se analisarmos pormenorizadamente os Modelos já mencionados, notaremos que 
essas teorias focam no porquê de os indivíduos ofedenrem as leis. Já a Teoria do Controle Social 
entende que as relações sociais, bem como os compromissos, princípios, regra e crenças das 
pessoas as encorajam a não violarem a lei.
Esta Teoria foi desenvolvida por Travis Hirschi, (1935) criminólogo americano conhecido 
pela sua teoria do controle social (Causes of Delinquency) e do auto-controle (General Theory of 
Crime). Um dos criminólogos mais citados do fim do século XX e começo do XXI.
Importante mencionar que as teorias até então explanadas são as mais expressivas no 
estudo criminológico, bem como as mais cobradas em concursos públicos.
Entretanto, alguns “Modernos Modelos Sociológicos” tem surgido trazendo relevantes 
aspectos a serem levados em conta no atual modelo sociológico em que vivemos:
Esta teoria afirma que os crimes ocorrem em decorrência do rompimento ou 
afrouxamento de laços sociais. Um fator relevante em comparação com as teorias do conflito 
recém vistas, foi a re�rada do foco do caráter do desvio do infrator, pois não se prende a 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
37
b) TEORIA DA CONFORMIDADE DIFERENCIAL
Assim como a Teoria Do Enraizamento Social é considerada uma variação da Teoria do 
Controle Social, esta TEORIA DA CONFORMIDADE DIFERENCIAL também, apresenta alguns 
pontos em consonância com o modelo sociológico retro mencionado.
pergunta “por que o criminoso comete o crime?”, mas sim, considerando que a sociedade é 
homogênea, foca na indagação: “por que nem todos cometem crimes?”
Esta Teoria pode apresentar algumas variações, como a Teoria Do Enraizamento Social, 
também de Travis Hirschi. Para esta, os indivíduos em geral são infratores em potencial, só não se 
concre�zando como deliquentes pelo medo do dano irreparável em suas relações interpessoais.
Esta Teoria foi desenvolvida por Sco� Briar e Irving Piliavin. Segundo mencionado por 
Antônio Pablo Garcia de Molina: “... existe um grau de variável de compromisso e aceitação dos 
valores convencionais que se estende desde o mero medo do cas�go até a representação das 
consequências do delito na própria imagem , nas relações interpessoais, no status e nas 
a�vidades presentes e futuras. Isso significa que, em situações equiparáveis, uma pessoa com 
elevado grau de compromisso ou conformidade com os valores convencionais é menos provável 
que assuma comportamentos deli�vos, em comparação com outra de inferior nível de 
conformidade. E vice-versa.” (Briar, S. e Piliavin, I. Delinquency, situa�onal inducements and 
commitment to conformity, p. 41 e ss. Cf . Siegel, L. J. Criminology cit., p. 213-214. Cf. García-
Pablos, A. Tratado de criminología cit., p. 764 e ss.).
c) TEORIA DA CONTENÇÃO
Desenvolvida por Walter Reckless, esta teoria afirma que “a sociedade produz uma 
série de es�mulos, de pressões, que impelem o indivíduo para a conduta desviada. Mas referidos 
impulsos são impedidos por certos mecanismos, internos ou externos, de contenção que lhes 
isolam posi�vamente.” (Reckle, W. The sociology of crime and delinquency: containment theory, 
p. 402 e . ssO autor concede uma relevância prioritária ao autoconceito ou conceito de si mesmo 
do indivíduo. Cf . García-Pablos, A. Tratado de criminología cit., p. 765 e ss.)
Segundo o autor, a sociedade apresenta uma série de impulsos internos (individuais) e 
de pressões e influências externas (sociais) que atuam no sujeito produzindo uma possibilidade 
de come�mento de delito.
Porém, o indivíduo conta também com outros disposi�vos internos e externos de contenção: 
· INTERNOS: 
Ø Solidez da personalidade individual, Bom autoconceito, "ego" acentuado, 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
38
Ø Supervisão efe�va e disciplina, 
Este modelos teórico tem forte ligação com a psicanálise e com a ciberné�ca. Esta 
Teoria foi desenvolvida por Albert J. Reiss Jr (1951). Segundo ela: “a delinqüência é o resultado de 
uma rela�va falta de normas e regras internalizadas, de um desmoronamento de controles 
existentes com anterioridade e/ou de um conflito entre regras e técnicas sociais. A desviação 
social é vista como a conseqüência funcional de controles pessoais e sociais débeis 
(fundamentalmente pelo fracasso dos grupos primários)” (194. Reiss, A. J. Delinquency as the 
failure of personal and social controls, American Sociological Review, 16,)
Ø Código moral consistente, 
d) TEORIA DO CONTROLE INTERIOR
Ø Alto grau de tolerância à frustração, 
Ø Normas e obje�vos convencionais, 
Ø Etc.
O comportamentocriminal é produzido quando falham, por debilidade ou 
inexistência, referidos mecanismos internos ou externos de contenção, que isolam o indivíduo 
das forças criminógenas e permitem que neutralizem as pressões, impulsos ou influências 
criminógenas.
Ø Etc. 
Ø Metas e projetos bem-definidos,
· EXTERNOS: 
Ø Papéis sociais plenos de sen�do 
e) TEORIA DA ANTECIPAÇÃO DIFERENCIAL 
Para Glaser (Unraveling juvenile delinquency, Appraisal of Research Methods, em 
American Journal of Sociology, 57), a decisão de cometer ou não cometer um delito vem 
determinada pelas conseqüências que o autor antecipa, pelas expecta�vas que derivam de sua 
execução ou não-execução. O indivíduo se inclinaria pelo comportamento deli�vo se de seu 
come�mento derivam mais vantagens que desvantagens, considerando seus vínculos com a 
ordem social, com outras pessoas ou suas experiências precedentes. E tais expecta�vas, por sua 
vez, dependeriam do maior ou menor contato de cada indivíduo com os modelos deli�vos, isto 
é, da aprendizagem ou associação diferencial.
Ø Reforço dos valores, 
Ø Repressão das normas, que exerce a sociedade e os diversos grupos sociais 
para controlar seus membros, promovendo o indispensável sen�mento de 
integração na comunidade; 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
39
01. (VUNESP – 2014 – Fotógrafo Pericial – PCSP) 
Pode-se citar como um dos fatores sociais 
desencadeantes da criminalidade:
c) O posi�vismo criminológico desenvolveu a 
i d e i a d e c r i m i n o s o n a t o , a p l i c á v e l 
c o n t e m p o r a n e a m e n t e a p e n a s a o s 
inimputáveis. 
e) A teoria da subcultura delinquente foi o 
primeiro conjunto teórico a empreender uma 
explicação generalizadora da criminalidade. 
a) as condições favoráveis de habitação ou 
moradia.
c) a migração, pela facilidade de adaptação em 
hábitos e culturas locais.
b) o desemprego, no caso dos crimes do 
colarinho branco.
d) o crescimento populacional ordenado e 
planejado.
e) a pobreza, no caso dos crimes contra o 
patrimônio.
02. (VUNESP – 2014 – Fotógrafo Pericial – PCSP) 
O s f a t o r e s q u e c o n t r i b u e m p a ra a 
criminalidade de cunho social são:
a) biológicos e mesológicos
b) ambientais e locais
c) oportunistas e costumeiros
d) ocasionais e co�dianos
e) relevantes e irrelevantes
03. (FCC– 2018 – Defensor Público – DPE-AM) 
Sobre as escolas criminológicas, é correto 
afirmar:
a) A Escola de Chicago fomentou a u�lização de 
métodos de pesquisa que propiciou o 
conhecimento da realidade da cidade antes de 
se estabelecer a polí�ca criminal adequada 
para intervenção estatal. 
b ) A te o r i a d a ro t u l a çã o s o c i a l b u s ca 
compreender as causas da criminalidade por 
meio do processo de aprendizagem das 
condutas desviantes. 
d) O abolicionismo penal de Louk Hulsman 
defende o fim da pena de prisão e um direito 
penal baseado em penas restri�vas de direito e 
multa. 
e) Os clássicos adotavam princípios rela�vos e 
que não se sobrepunham às leis em vigor, 
evitando leis draconianas e excessivamente 
rigorosas, com penas desproporcionais. 
c ) A l a b e l l i n g a p p r o a c h e n x e r g a o 
comportamento criminoso como mo�vado 
por razões ontológicas ou intrínsecas, e não 
como decorrente do sistema de controle 
social.
d) A escola clássica ficou marcada pelo método de 
fundo dedu�vo que empregava na ciência do 
direito penal: o jurista deveria par�r do 
concreto, ou seja, das questões jurídico-
penais, para passar ao abstrato, ou seja, ao 
direito posi�vo.
b) Na primeira metade do século passado, 
floresceu, na Universidade de Chicago, a 
c h a m a d a t e o r i a e c o l ó g i c a o u d a 
desorganização social, que considerava o 
crime um fenômeno ligado a áreas naturais. 
04. (CESPE – 2018 – Defensor Público – DPE-PE) 
Com relação às escolas e às teorias jurídicas 
do direito penal, assinale a opção correta. 
a) Os posi�vistas conclamavam a jus�ça a olhar 
para o crime como uma en�dade jurídica, 
enquanto os clássicos encaravam o crime 
como fatos sociais e humanos.
3. CADERNO DE QUESTÕES
OBSERVAÇÕES: Ler os comentários somente após a tenta�va de resolução das questões sem consulta.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
40
a) é classificada como uma das “teorias de 
conflito” e teve, como autores, Erving Goffman 
e Howard Becker.
06. (MPE-SC – 2016 – Promotor de Jus�ça – MPE-SC) 
No âmbito das teorias criminológicas, a teoria 
da subcultura delinquente, originariamente 
conhecida como “Escola de Chicago”, 
assevera que a delinquência surge como 
resultado da estrutura das classes sociais, que 
faz com que alguns grupos aceitem a violência 
como forma de resolver os conflitos sociais.
e) explica a existência do homem criminoso pelo 
atavismo. 
d) iden�ficou as subculturas delinquentes. 
c) surgiu em 1890 com a escola de Chicago e teve 
o apoio de John Rockefeller.
Relacionada a movimentos conservadores e a 
orientações polí�cas também conservadoras, a 
teoria sociológica do conflito considera que a 
harmonia social advém da coerção e do uso da 
força, pois as sociedades estão sujeitas a 
mudanças con�nuas e são predispostas à 
dissolução.
b) corresponde a uma teoria do consenso
10. (CESPE – 2018 – Delegado de Polícia – DPF) 
Julgue o item a seguir, rela�vos a modelos 
teóricos da criminologia.
c) explica o comportamento criminoso como 
fruto de um aprendizado. 
e) foi desenvolvida por Rudolph Giuliani, também 
conhecida como “Teoria da Tolerância Zero”.
08. (CESPE – 2018 – Delegado de Polícia – PC-SE) 
Em seu início, a sociologia criminal buscava 
associar a gênese delituosa a fatores 
biológicos. Posteriormente, ela passou a 
e n g l o b a r a s c h a m a d a s t e o r i a s 
macrossociológicas, que não se limitavam à 
análise do delito segundo uma visão do 
indivíduo ou de pequenos grupos, mas 
consideravam a sociedade como um todo. 
d) iniciou-se com as obras de Émile Durkheim e 
Robert King Merton, e significa ausência de lei.
a) concentra seus estudos nos processos de 
criminalização
07. (VUNESP – 2015 – Delegado de Polícia 
Subs�tuto – PC-CE) Sobre a teoria da 
“anomia”, é correto afirmar:
05. (FCC– 2017 – Defensor Público – DPE-PR) A 
criminologia da reação social 
b) foi desenvolvida pelo sociólogo americano 
Edwin Sutherland e deu origem à expressão 
white collar crimes.
09. (CESPE – 2018 – Delegado de Polícia – PC-SE) 
Em seu início, a sociologia criminal buscava 
associar a gênese delituosa a fatores 
biológicos. Posteriormente, ela passou a 
e n g l o b a r a s c h a m a d a s t e o r i a s 
macrossociológicas, que não se limitavam à 
análise do delito segundo uma visão do 
indivíduo ou de pequenos grupos, mas 
consideravam a sociedade como um todo. 
Para a teoria da reação social, o delinquente é 
fruto de uma construção social, e a causa dos 
delitos é a própria lei; segundo essa teoria, o 
próprio sistema e sua reação às condutas 
desviantes, por meio do exercício de controle 
Tendo esse fragmento de texto como referência 
inicial, julgue o item a seguir, rela�vo a teorias 
sociológicas em criminologia.
As teorias sociológicas de consenso vinculam-se a 
orientações ideológicas e polí�cas progressistas. 
Essas teorias consideram que os obje�vos da 
sociedade são a�ngidos quando as ins�tuições 
funcionam e os indivíduos, que dividem os 
mesmos valores, concordam com as regras de 
convívio.
Tendo esse fragmento de texto como referência 
inicial, julgue o item a seguir, rela�vo a teorias 
sociológicas em criminologia.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200atendimento@mege.com.br
41
e) ecologia criminal
11. (CESPE – 2018 – Delegado de Polícia – DPF) 
Julgue o item a seguir, rela�vos a modelos 
teóricos da criminologia.
12. (CESPE – 2019 – Juiz de Direito Subs�tuto – 
TJ-BA) A explicação do crime como fenômeno 
cole�vo cuja origem pode ser

Continue navegando