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Integrantes: Alycia Barboza, Leon Diego, Anna Clara Cardoso, Hugo Emerick e Guilherme Martins Disciplina: Teoria da História 2° Período Análise Oração Fúnebre de Péricles 431 a.C Após o primeiro ano da Guerra do Peloponeso, que aconteceu entre a Liga de Delos representada por Atenas e pela Liga do Peloponeso representada por Esparta, Péricles, General Ateniense, proferiu seu Discurso Fúnebre a fim de homenagear os mortos e incentivar os vivos para que estes continuassem a lutar por Atenas. Narrado por Tucídides, o discurso apresenta teor meritocrático e grande característica ufanista por Atenas. 35. No 1° capítulo, Péricles inicia seu discurso e já deixa claro de imediato que embora esteja discursando, para ele seria suficiente a valorização desses homens com atos, porque eles foram úteis para Atenas praticando atos honrosos. Deixar a glória desses homens nas mãos dos dotes oratórios de outrem, pode despertar a inveja àqueles que não têm capacidade de fazer a mesma proeza, então para ele, já teria sido suficiente a prática das cerimônias fúnebres oficiais como a que acontece enquanto discursa. 36. Péricles faz uma pequena introdução do que será abordado em seu discurso. Algo importante de se colocar em evidência, é o destaque que ele dá aos antepassados que lutaram pela conquista daquele território e que se os homens que vieram a falecer naquele primeiro ano de Guerra mereciam honras, os anteriores a eles mereciam ainda mais porque foi resistida por eles as investidas dos bárbaros e helênicos. Desde o capítulo anterior Péricles dá essa ênfase na ancestralidade e na tradição, quando diz que acha que os atos são melhores que as palavras, mas que irá discursar porque todos antes dele fizeram assim e ele iria seguir a lei. 37. Neste capítulo começa as alfinetadas direcionadas a Esparta, quando diz "Vivemos sob uma forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos" faz uma reverência ao fato de Esparta ter copiado suas instituições de Creta. Para Péricles, Atenas é a soberana de todos os territórios porque tem sua forma de governo pautada na Democracia, além de muitas outras qualidades que ele irá exaltar no decorrer do discurso. É nesse capítulo, que ele se inclina para o viés meritocrático, argumenta que “Nela, (democracia) enquanto no tocante às leis todos são iguais para a solução de suas divergências privadas, quando se trata de escolher (se é preciso distinguir em qualquer setor), não é o fato de pertencer a uma classe, mas o mérito, que dá acesso aos postos mais honrosos; inversamente, a pobreza não é razão para que alguém, sendo capaz de prestar serviços à cidade, seja impedido de fazê-lo pela obscuridade de sua condição.” Dessa forma, ele critica a forma de governo Espartana. Esparta era oligárquica. Os hilotas faziam o trabalho pesado e também não tinham participação ativa na vida pública, os Espartanos participavam da vida pública e concentravam o poder. Essa ênfase na participação ativa de “todos” (mulheres não estavam incluídas) é uma tecla que Péricles sempre toca, porque para ele a Democracia é melhor e sendo assim, engajar-se nos assuntos da cidade era essencial. E se o cidadão se destacasse de alguma forma, sua posição social não seria um empecilho para que fosse competido a ele os méritos que merecia. Novamente ele ressalta a importância de seguir as leis e que os Atenienses as seguiam sem pestanejar. 38. Neste capítulo, Péricles continua exaltando Atenas, mas dessa vez ele fala sobre aos entretenimentos e das características artísticas. É importante ressaltar neste ponto que o estopim da Guerra do Peloponeso é consequência justamente desse investimento de Atenas em artes e nas reconstruções da cidade. Embora as duas Cidades-Estado sempre tiveram rivalidade, foram aliadas na Liga de Delos contra os Persas, a situação começa a se inverter quando Atenas concentra os impostos e o poder proveniente da Liga de Delos para si. Esparta cria então, a Liga do Peloponeso e assim as duas respectivas ligas iniciam o confronto em 431 a.C. Assim, pode ser que além de ser outra forma de se afirmar superior às demais Cidades-Estado, colocar essas características artísticas em seu discurso também seja um meio de dizer que embora tenha ocasionado o início de uma Guerra, seja um motivo perfeitamente justo e sustentável para tal. 39. Esparta tinha um modelo de vida pautado na guerra, pois os Espartanos eram treinados desde os 7 anos de idade para lutar em batalhas. Os Atenienses nunca foram treinados para lutar por seu território, subentende-se então que o fizeram porque eram honrosos e dignos de méritos. O senso de luta e complacência por sua terra era algo que nunca fora estimulado, vinha do âmago de cada indivíduo. Isso já caracteriza a superioridade citada anteriormente, apontada por Péricles. Ele continua afirmando que a falta de atividades cruéis e norteadas para o combate de nada atrapalhou os Atenienses, porque frequentemente ganhavam batalhas que lutavam sem reforços, enquanto os Espartanos traziam todos seus aliados para atacá-los. Assim, o discurso meritocrático é o grande pilar dessa fala, se morreram muitos Atenienses, que sejam postos como homens dignos porque lutaram com bravura mesmo levando uma vida amena. 40. “Ver-se-á em uma mesma pessoa ao mesmo tempo o interesse em atividades privadas e públicas, e em outros entre nós que dão atenção principalmente aos negócios não se verá falta de discernimento em assuntos políticos, pois olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos, ou pelo menos nos esforçamos por compreendê-las claramente, na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação.” Péricles ressalta novamente a participação ativa na Polis como fundamental. Segundo ele, o indivíduo que não se interessa pelas atividades públicas é um inútil. Ele põe os Atenienses como mais sensatos e racionais, não basta ter as armas e o ímpeto da guerra se não há uma reflexão e análise dos riscos de cada manobra e que justamente por equilibrarem os riscos e mesmo assim batalhar, eram mais louváveis que os Lacedemônios. 41. Péricles afirma que Atenas é o modelo que toda Hélade deve seguir e que não diz isso por ufanismo, mas que são os fatos apresentados. Sendo assim, eles não precisam que ninguém conte suas histórias de forma floreada como Homero fez, que eles deixam manifestações concretas de seu poder e superioridade a todo momento. Vale ressaltar que isso vai de encontro ao ideal de Péricles do começo do discurso, de honrar com atos e não com palavras. Após, ele reforça mais uma vez, que um lugar tão rico politicamente e hegemônico em tantos sentidos deve ser mantido sob o poder Ateniense. 42. Périclesentão, diz ter falado tanto das cidades para reforçar que eles têm muito mais a perder do que os Espartanos. Segundo ele, as mortes desses cidadãos eram a máxima representação da máscula coragem porque todos morreram em detrimento de um instante de bravura e não de medo. Reforça o ideal meritocrata, quando afirma que mesmo os que não tinham uma vida particular louvável compensaram seus erros indo para a batalha para o bem comum de todos.