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LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Vólia Bomfim, José Affonso Dallegrave Neto, Rafael Lara Martins e Iuri Pinheiro Índice Art. 1. Instituição do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda Art. 2. Objetivos do Programa Art. 3. Delimitação do objeto com exclusão da Administração Pública Direta e Indireta Art. 4. Competências do Ministério da Economia Art. 5. Hipóteses de pagamento e procedimento para percepção do BEm Art. 6. Base de cálculo do BEm e pessoas excluídas de sua percepção Art. 7. Delimitação e requisitos para redução de jornada e salário, assegurada a aplicação setorial Art. 8. Delimitação e requisitos para suspensão do contrato de trabalho, assegurada a aplicação setorial Art. 9. Pagamento de ajuda compensatória mensal pelo empregador (vetada a de- dução tributária desses valores) Art. 10. Garantia provisória no emprego Art. 11. Negociação coletiva para redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou suspensão temporária Art. 12. Faixas salariais permissivas ao acordo individual; Situação relativas aos Aposentados; Validade dos meios eletrônicos eficazes para celebração do acordo; Comunicação ao Sindicato; Conflito entre Normas Coletivas e Individuais Art. 13. Aplicação das medidas emergenciais de modo a resguardar as atividades essenciais Art. 14. Constatação de irregularidades pela Auditoria-Fiscal do Trabalho Art. 15. Contratos de trabalho de aprendizagem e aos de jornada parcial Índice Art. 16. Prazo máximo de redução proporcional de jornada e de salário e de suspensão temporária do contrato de trabalho Art. 17. Programa de qualificação profissional; Utilização de meios eletrônicos e redução de prazos para realização de procedimentos sindicais; Criação de estabilidade para a pessoa com deficiência (Vetada a ultratividade) Art. 18. Contrato de trabalho intermitente Art. 19 Vedação ao descumprimento das normas regulamentadoras de segurança e saúde, excetuadas as hipóteses da MP 927 Art. 20. Definição das alíquotas de contribuição do INSS para casos de suspensão temporária do contrato de trabalho e redução proporcional de jornada Art. 21. Possibilidade de recolhimento espontâneo e complementar do segurado Art. 22. Regulamenta a hipótese de segurada-gestante, assegurando a percepção segundo o salário originário e incluindo os segurados que obtiveram adoção ou guarda judicial Art. 23. Hipótese de cancelamento do aviso prévio em curso para adoção do Programa Emergencial Art. 24. Direito Intertemporal com aplicação da MP 936 para os acordos anteriores a esta lei, exceto quanto à regra do art. 12, § 5º, desta lei Art. 25. Repactuação dos empréstimos com desconto em folha de pagamento Art. 26. Permissão para novo empréstimo consignado a partir do saldo devedor Art. 27. Vetado Art. 28. Vetado Art. 29. Afastamento da hipótese de Factum Principis nos casos de paralisação para enfrentamento do estado de calamidade pública Art. 30. Vetado Índice Art. 31. Cooperação de entidades por meio eletrônico para requerer benefícios previdenciários ou efetuar seu pagamento integral Art. 32. Vetado Art. 33. Vetado Art. 34. Vetado Art. 35. Vetado Art. 36. Vetado Art. 37. Vetado Art. 38. Alteração na lei que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social Art. 39. Data da entrada em vigor 5Sumário@voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA MP 936/2020 (Texto original) LEI 14.020/2020 Comentários Art. 1º Esta Medida Provisória institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medi- das trabalhistas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhe- cido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decor- rente do coronavírus (covid-19) de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. Art. 1º Esta Lei institui o Progra- ma Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhe- cido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional de- corrente do coronavírus, de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fe- vereiro de 2020. A Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020 e o Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, trouxeram o reconhecimento do estado de emergência de saúde pública e o estado de calamida- de pública. De modo complementar e para tratamento específico dos im- pactos da calamidade nas rela- ções de trabalho, é instituída a presente lei. Art. 2º Fica instituído o Progra- ma Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, com aplicação durante o estado de calamidade pública a que se re- fere o art. 1º e com os seguintes objetivos: I – preservar o emprego e a renda; II – garantir a continuidade das atividades laborais e empresa- riais; e III – reduzir o impacto social de- corrente das consequências do estado de calamidade pública e de emergência de saúde pública. Art. 2º Fica instituído o Progra- ma Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, com aplicação durante o estado de calamidade pública a que se re- fere o art. 1º desta Lei e com os seguintes objetivos: I – preservar o emprego e a renda; II – garantir a continuidade das atividades laborais e empresa- riais; e III – reduzir o impacto social de- corrente das consequências do estado de calamidade pública e de emergência de saúde pública. A norma institui um programa de preservação do emprego e renda para assegurar a conti- nuidade das atividades laborais e empresariais com preservação de emprego e renda e redução do impacto social decorrente da calamidade. Esse dispositivo demonstra a re- lação direta entre o caráter eco- nômico e social, não sendo pos- sível sua desvinculação, uma vez que o Direito do Trabalho, fruto do modo capitalista, decorre da força de trabalho em prol da ri- queza acumulada inserida na sociedade. Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. Por Vólia Bomfim, Dallegrave Neto, Rafael Lara e Iuri Pinheiro https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 6Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro Art. 3º São medidas do Progra- ma Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda: I – o pagamento de Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda; II – a redução proporcional de jornada de trabalho e de salá- rios; e III – a suspensão temporária do contrato de trabalho. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica, no âm- bito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- pios, aos órgãos da administra- ção pública direta e indireta, às empresas públicas e sociedades de economia mista, inclusive às suas subsidiárias, e aos organis- mos internacionais. Art. 3º São medidas do Progra- ma Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda: I – o pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda; II – a redução proporcional de jornada de trabalho e de salá- rio; e III – a suspensão temporária do contrato de trabalho. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- pios, aos órgãos da administra- ção pública direta e indireta, às empresas públicas e às socieda- des de economia mista, inclusive às suas subsidiárias, e aos orga- nismos internacionais.Delimitação do objeto do Pro- grama: • Pagamento do BEm; • Redução proporcional de jor- nada e salário; • Suspensão temporária do con- trato de trabalho. * O parágrafo único exclui os ór- gãos da Administração Pública Direta e Indireta do alcance do programa, o que possui perti- nência lógica quanto ao benefí- cio emergencial, visto que tan- to a remuneração de servidores públicos como o benefício emer- gencial representam recursos de origem pública, não fazendo sen- tido desonerar a esfera pública para, ao final, ela própria custear por outra via. Contudo, a exclusão de empre- gados das empresas estatais, es- pecialmente as sociedades de economia mista que atuem no domínio econômico, pode ser considerada como inconstitucio- nal por violação ao art. 173, § 1º, II, já que estas empresas devem ter a oportunidade de competir em condições de igualdade com a iniciativa privada inclusive em relação às obrigações trabalhistas. Além disso, é possível defender a inconstitucionalidade por dis- criminação e violação à isonomia ao alijar tais empregados da pos- sibilidade de pactuar a suspen- são ou redução de jornada pelo simples fato de trabalharem em empresas estatais. Em relação aos empregados públi- cos da Administração Direta, Au- tárquica e Fundacional, é preciso relembrar que a estabilidade não lhes alcança (redação do art. 41 da CF/88 após a E.C 19/98), de modo que a exclusão desses benefícios pode resultar ao fim e ao cabo na necessidade de sua dispensa. https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 7Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro Art. 4º Compete ao Ministério da Economia coordenar, execu- tar, monitorar e avaliar o Progra- ma Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e editar normas complementares neces- sárias à sua execução. Art. 4º Compete ao Ministério da Economia coordenar, execu- tar, monitorar e avaliar o Progra- ma Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e editar normas complementares neces- sárias à sua execução. Parágrafo único. O Ministério da Economia divulgará sema- nalmente, por meio eletrônico, as informações detalhadas so- bre os acordos firmados, com o número de empregados e em- pregadores beneficiados, bem como divulgará o quantitativo de demissões e admissões men- sais realizados no País. O “caput” assegura papel não apenas coordenador do Minis- tério da Economia, mas também regulamentador ao conferir-lhe a prerrogativa de editar normas complementares. Merece destaque o parágrafo único ao exigir transparência do Ministério da Economia com re- latório semanal dos acordos fir- mados com base neste progra- ma, afastando a possibilidade de ocultamento de dados. Pode-se questionar, em termos de eficiência, se não atenderia à finalidade buscada a apresen- tação de relatórios mensais ou pelo menos quinzenais, mas foi uma opção política e ela pode ser automatizada com inteligên- cia artificial. Art. 5º Fica criado o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, a ser pago nas seguintes hipóteses: I – redução proporcional de jor- nada de trabalho e de salário; e II – suspensão temporária do contrato de trabalho. § 1º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda será custeado com recur- sos da União. § 2º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda será de prestação men- sal e devido a partir da data do início da redução da jornada de trabalho e de salário ou da sus- pensão temporária do contrato de trabalho, observadas as se- guintes disposições: I – o empregador informará ao Mi- nistério da Economia a redução da jornada de trabalho e de sa- lário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho, no pra- Art. 5º Fica criado o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, a ser pago nas seguintes hipóteses: I – redução proporcional de jor- nada de trabalho e de salário; e II – suspensão temporária do contrato de trabalho. § 1º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda será custeado com recur- sos da União. § 2º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda será de prestação men- sal e devido a partir da data do início da redução da jornada de trabalho e do salário ou da sus- pensão temporária do contrato de trabalho, observadas as se- guintes disposições: I – o empregador informará ao Ministério da Economia a redução da jornada de trabalho e do sa- lário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho, no pra- O dispositivo aponta um rito (iter) para recebimento do BEm, po- dendo ser indicado como resu- mo geral: • É devido a partir do início da redução/suspensão, desde que o empregador informe o Minis- tério da Economia em até 10 dias do acordo, com previsão de pagamento em até 30 dias; • Se não informado no prazo de 10 dias, o empregador assumirá todos os ônus (salário + encar- gos) até a data da informação; • União não assume o prejuízo retroativo; É importante destacar que se o empregador não cumprir o pra- zo de informação de 10 dias, o BEm será devido com o despre- zo do período entre a assinatura do acordo e a data da efetiva in- formação. Exemplo: • Acordo individual assinado em 10/04/2020 com previsão de https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 8Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro zo de dez dias, contado da data da celebração do acordo; (Vide pela Medida Provisória nº 959, de 2020) II – a primeira parcela será paga no prazo de trinta dias, contado da data da celebração do acor- do, desde que a celebração do acordo seja informada no prazo a que se refere o inciso I; e III – o Benefício Emergencial será pago exclusivamente enquanto durar a redução proporcional da jornada de trabalho e de salário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho. § 3º Caso o empregador não preste a informação dentro do prazo previsto no inciso I do § 2º: I – ficará responsável pelo paga- mento da remuneração no valor anterior à redução da jornada de trabalho e de salário ou da sus- pensão temporária do contrato de trabalho do empregado, in- clusive dos respectivos encargos sociais, até a que informação seja prestada; II – a data de início do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda será fixada na data em que a informação te- nha sido efetivamente prestada e o benefício será devido pelo restante do período pactuado; e zo de 10 (dez) dias, contado da data da celebração do acordo; II – a primeira parcela será paga no prazo de 30 (trinta) dias, con- tado da data da celebração do acordo, desde que a celebração do acordo seja informada no pra- zo a que se refere o inciso I deste parágrafo; e III – o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda será pago exclusivamen- te enquanto durar a redução da jornada de trabalho e do salário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho. § 3º Caso a informação de que trata o inciso I do § 2º deste arti- go não seja prestada no prazo previsto no referido dispositivo: I – o empregador ficará respon- sável pelo pagamento da remu- neração no valor anterior à re- dução da jornada de trabalho e do salário ou à suspensão tem- porária do contrato de trabalho do empregado, inclusive dos res- pectivosencargos sociais e tra- balhistas, até que a informação seja prestada; III – a primeira parcela, observa- do o disposto no inciso II deste parágrafo, será paga no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data em que a informação tiver sido efetivamente prestada. suspensão por 30 dias e comu- nicação apenas em 25/04/2020. • Empregador assumirá o paga- mento da remuneração e en- cargos até 24/04/2020 (15 dias). • O BEm será devido em relação aos 45 dias restantes por força da previsão do art. 5º, § 3º, II. • O BEm não prejudica eventual concessão futura de seguro-de- semprego, a teor do § 5º; • Pagamento indevido gera ins- crição em dívida ativa + execu- ção judicial. É importante destacar que se o empregador não cumprir o pra- zo de informação de 10 dias, o BEm será devido com o despre- zo do período entre a assinatu- ra do acordo e a data da efetiva informação. III – a primeira parcela, observado o disposto no inciso II, será paga no prazo de trinta dias, contado da data em que a informação te- nha sido efetivamente prestada. § 4º Ato do Ministério da Eco- nomia disciplinará a forma de: I – transmissão das informações e comunicações pelo emprega- dor; e § 4º Ato do Ministério da Econo- mia disciplinará a forma de: I – transmissão das informações e das comunicações pelo empre- gador; e II – concessão e pagamento do Benefício Emergencial de Preser- vação do Emprego e da Renda. § 5º O recebimento do Benefício Emergencial de Preservação do https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 9Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro II – concessão e pagamento do Benefício Emergencial de Preser- vação do Emprego e da Renda. § 5º O recebimento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda não impede a concessão e não altera o valor do seguro-desemprego a que o empregado vier a ter direito, des- de que cumpridos os requisitos previstos na Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no momen- to de eventual dispensa. § 6º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda será operacionalizado e pago pelo Ministério da Eco- nomia. § 7º Serão inscritos em dívida ativa da União os créditos cons- tituídos em decorrência de Be- nefício Emergencial de Preser- vação do Emprego e da Renda pago indevidamente ou além do devido, hipótese em que se apli- ca o disposto na Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, para a execução judicial. Emprego e da Renda não impe- dirá a concessão e não alterará o valor do seguro-desemprego a que o empregado vier a ter di- reito, desde que cumpridos os re- quisitos previstos na Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no mo- mento de eventual dispensa. § 6º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda será operacionaliza- do e pago pelo Ministério da Economia. § 7º Serão inscritos em dívida ati- va da União os créditos constitu- ídos em decorrência de Benefí- cio Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda pago indevidamente ou além do de- vido, hipótese em que se aplica- rá o disposto na Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, para a execução judicial. Art. 6º O valor do Benefício Emer- gencial de Preservação do Em- prego e da Renda terá como base de cálculo o valor mensal do se- guro-desemprego a que o em- pregado teria direito, nos ter- mos do art. 5º da Lei nº 7.998, de 1990, observadas as seguintes disposições: I – na hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário, será calculado aplicando-se so- bre a base de cálculo o percen- tual da redução; e II – na hipótese de suspensão temporária do contrato de tra- balho, terá valor mensal: a) equivalente a cem por cento do valor do seguro-desemprego Art. 6º O valor do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda terá como base de cálculo o valor mensal do seguro-desemprego a que o empregado teria direito, nos termos do art. 5º da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, obser- vadas as seguintes disposições: I – na hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário, será calculado aplicando-se so- bre a base de cálculo o percen- tual da redução; e II – na hipótese de suspensão temporária do contrato de tra- balho, terá valor mensal: a) equivalente a 100% (cem por cento) do valor do seguro-de- Base de cálculo do BEm: • O mesmo do seguro-desem- prego que teria direito (sem carência); • Para casos de redução de salá- rio e jornada: o BEm é calculado aplicando ao valor do seguro- -desemprego o percentual que foi aplicado para redução; • Para casos de suspensão: equi- vale a 100% do seguro-desem- prego, salvo em se tratando de grandes grupos com fatu- ramento superior a R$480mil/ ano, quando será devido ape- nas 70% do seguro-desempre- go, com acréscimo de 30% do salário pelo empregador, a tí- tulo de ajuda compensatória https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 10Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro a que o empregado teria direito, na hipótese prevista no caput do art. 8º; ou b) equivalente a setenta por cen- to do seguro-desemprego a que o empregado teria direito, na hi- pótese prevista no § 5º do art. 8º. § 1º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda será pago ao empregado independentemente do: I – cumprimento de qualquer período aquisitivo; II – tempo de vínculo emprega- tício; e III – número de salários recebi- dos. § 2º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda não será devido ao em- pregado que esteja: I – ocupando cargo ou emprego público, cargo em comissão de livre nomeação e exoneração ou titular de mandato eletivo; ou II – em gozo: a) de benefício de prestação con- tinuada do Regime Geral de Pre- vidência Social ou dos Regimes Próprios de Previdência Social, ressalvado o disposto no pará- grafo único do art. 124 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991; b) do seguro-desemprego, em qualquer de suas modalidades; e c) da bolsa de qualificação pro- fissional de que trata o art. 2º-A da Lei n° 7.998, de 1990. § 3º O empregado com mais de um vínculo formal de emprego poderá receber cumulativamen- te um Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda para cada vínculo com re- dução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou com semprego a que o empregado teria direito, na hipótese prevista no caput do art. 8º desta Lei; ou b) equivalente a 70% (setenta por cento) do valor do seguro- desemprego a que o empregado teria direito, na hipótese prevista no § 5º do art. 8º desta Lei. § 1º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda será pago ao empregado independentemente do: I – cumprimento de qualquer período aquisitivo; II – tempo de vínculo emprega- tício; e III – número de salários rece- bidos. § 2º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda não será devido ao em- pregado que esteja: I – ocupando cargo ou empre- go público, cargo em comissão de livre nomeação e exonera- ção ou seja titular de mandato eletivo; ou II – em gozo: a) de benefício de prestação con- tinuada do Regime Geral de Pre- vidência Social ou dos regimes próprios de previdência social, ressalvado o disposto no pará- grafo único do art. 124 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991; b) do seguro-desemprego,em qualquer de suas modalidades; e c) da bolsa de qualificação pro- fissional de que trata o art. 2º-A da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990. § 3º O empregado com mais de um vínculo formal de emprego poderá receber cumulativamen- te um Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da com natureza indenizatória, a teor do art. 9º desta Lei. Não tem direito ao BEm: • Servidor público; • Empregados em gozo de: se- guro-desemprego, bolsa de qualificação profissional (lay- -off); prestação continuada do RGPS ou RPPS. * Empregado com mais de um vínculo pode cumular BEm, mas se for intermitente, receberá ape- nas R$ 600,00 por 3 meses, cf art. 18 desta Lei. Pessoa que acumula vínculo público e privado: O § 3º desde artigo assegura a percepção cumulativa de BEm caso o empregado possua mais de um vínculo de emprego, o que permite a argumentação de que a vedação de recebimento do BEm para servidor público seria apenas em relação ao trabalho como servidor público, permitin- do a percepção quanto ao em- prego privado que ele porventu- ra possua, interpretação reforça- da sob os auspícios de Isonomia (Art. 5º, “caput”, da CF/88. Por outro lado, é possível argu- mentar que o § 2º vedou a per- cepção de BEm por quem seja servidor público (estatutário ou celetista), sem fazendo distin- ção quanto ao fato de ter algum emprego privado e destacan- do-se que o “caput” do § 2º faz alusão ao termo “empregado”, o que permite argumentação de que está a se referir justamente a quem tem vínculo privado e esteja também na condição de servidor público. Quanto a esse último aspecto, a dialética que se pode trazer é que o termo “empregado” teria sido colocado em sentido geral https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 11Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro suspensão temporária do contra- to de trabalho, observado o valor previsto no caput do art. 18 e a condição prevista no § 3º do art. 18, se houver vínculo na moda- lidade de contrato intermitente, nos termos do disposto no § 3º do art. 443 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. § 4º Nos casos em que o cálculo do benefício emergencial resul- tar em valores decimais, o valor a ser pago deverá ser arredondado para a unidade inteira imediata- mente superior. Renda para cada vínculo com re- dução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou com suspensão temporária do con- trato de trabalho, observado o valor previsto no caput do art. 18 e o disposto no § 3º do art. 18, se houver vínculo na moda- lidade de contrato intermitente, nos termos do § 3º do art. 443 da CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. § 4º Nos casos em que o cálculo do benefício emergencial resul- tar em valores decimais, o valor a ser pago deverá ser arredondado para a unidade inteira imediata- mente superior. de trabalhador e que a regra de cumulação de vínculos é tratada somente no parágrafo seguinte. Enfim, séria controvérsia nesse tocante. Art. 7º Durante o estado de ca- lamidade pública a que se refere o art. 1º, o empregador poderá acordar a redução proporcional da jornada de trabalho e de sa- lário de seus empregados, por até noventa dias, observados os seguintes requisitos: I – preservação do valor do salá- rio-hora de trabalho; II – pactuação por acordo indi- vidual escrito entre empregador e empregado, que será encami- nhado ao empregado com an- tecedência de, no mínimo, dois dias corridos; e III – redução da jornada de traba- lho e de salário, exclusivamente, nos seguintes percentuais: a) vinte e cinco por cento; b) cinquenta por cento; ou c) setenta por cento. Parágrafo único. A jornada de trabalho e o salário pago ante- riormente serão restabelecidos no prazo de dois dias corridos, contado: I – da cessação do estado de ca- lamidade pública; Art. 7º Durante o estado de ca- lamidade pública a que se refere o art. 1º desta Lei, o empregador poderá acordar a redução pro- porcional de jornada de trabalho e de salário de seus emprega- dos, de forma setorial, departa- mental, parcial ou na totalidade dos postos de trabalho, por até 90 (noventa) dias, prorrogáveis por prazo determinado em ato do Poder Executivo, observados os seguintes requisitos: I – preservação do valor do salá- rio-hora de trabalho; II – pactuação, conforme o dis- posto nos arts. 11 e 12 desta Lei, por convenção coletiva de traba- lho, acordo coletivo de trabalho ou acordo individual escrito en- tre empregador e empregado; e III – na hipótese de pactuação por acordo individual escrito, encaminhamento da proposta de acordo ao empregado com antecedência de, no mínimo, 2 (dois) dias corridos, e redução da jornada de trabalho e do salário realizada, exclusivamente, nos seguintes percentuais: a) 25% (vinte e cinco por cento); Redução proporcional: • Possibilidade de ajuste por se- tor ou departamento; * Essa possibilidade de ajuste se- torial ou departamental legitima a aplicação de decisões diferen- tes a empregados da empresa, não havendo falar, em princípio, em quebra de isonomia por apli- cação diversa a funcionários da mesma empresa. • O prazo máximo é de 90 dias + prorrogação por prazo deter- minado em ato do Poder Exe- cutivo (inicialmente, + 30 dias); • Ajuste por norma coletiva ou acordo individual (chancelado pelo STF na ADI 6363), com va- riações a depender do fatura- mento e faixas salariais; * Cria-se nova possiblidade de negociação individual para to- das as faixas salariais, desde que a empresa pague a diferença do valor que seria reduzida na ren- da, conforme previsão no art. 12, § 1º, II, o que apenas é aplicável para acordos firmados após a vi- gência desta Lei, já que não cons- tante redação original da MP. https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 12Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro II – da data estabelecida no acor- do individual como termo de en- cerramento do período e redu- ção pactuado; ou III – da data de comunicação do empregador que informe ao em- pregado sobre a sua decisão de antecipar o fim do período de redução pactuado. b) 50% (cinquenta por cento); c) 70% (setenta por cento). § 1º A jornada de trabalho e o salário pago anteriormente se- rão restabelecidos no prazo de 2 (dois) dias corridos, contado da: I – cessação do estado de cala- midade pública; II – data estabelecida como ter- mo de encerramento do período de redução pactuado; ou III – data de comunicação do empregador que informe ao em- pregado sobre a sua decisão de antecipar o fim do período de redução pactuado. § 2º Durante o período de redu- ção proporcional de jornada de trabalho e de salário, a contri- buição de que tratam o art. 20 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e o art. 28 da Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019, poderá ser complementada na forma do art. 20 desta Lei. § 3º Respeitado o limite tempo- ral do estado de calamidade pú- blica a que se refere o art. 1º des- ta Lei, o Poder Executivo poderá prorrogar o prazo máximo de re- dução proporcional de jornada de trabalho e de salário previsto no caput deste artigo, na forma do regulamento. • A proposta de acordo indivi- dual deve ser encaminhadaao empregado com, no mínimo, 2 dias corridos de antecedência (norma inexistente na redação original da MP); • Cessação: » 2 dias corridos após a cessa- ção do estado de calamidade pública ou após a comunica- ção do empregador de sua decisão unilateral de anteci- par o fim da medida; OU » na data estabelecida como termo de encerramento do período de redução. * A redação do § 1º, em análise literal, poderia levar à conclusão de que o restabelecimento da jornada e salário também ocorre- ria após 2 dias no caso de térmi- no do prazo de redução estipula- do, mas entendemos não haver lógica nessa incidência se o prazo total foi cumprido até porque o governo pagará o benefício ten- do como limite o prazo máximo estipulado, de modo que o em- pregador assumiria o pagamento integral no dia seguinte ao tér- mino do prazo avençado. • Preservação do salário-hora; • Faixas: 25%; 50% e 70%; • Possibilidade de complementa- ção da contribuição previden- ciária de modo a preservar o valor da contribuição. Art. 8º Durante o estado de ca- lamidade pública a que se refere o art. 1º, o empregador poderá acordar a suspensão temporária do contrato de trabalho de seus empregados, pelo prazo máximo de sessenta dias, que poderá ser fracionado em até dois períodos de trinta dias. § 1º A suspensão temporária do contrato de trabalho será Art. 8º Durante o estado de ca- lamidade pública a que se refe- re o art. 1º desta Lei, o empre- gador poderá acordar a sus- pensão temporária do contrato de trabalho de seus emprega- dos, de forma setorial, depar- tamental, parcial ou na totali- dade dos postos de trabalho, pelo prazo máximo de 60 (ses- senta) dias, fracionável em 2 Suspensão temporária: • Possibilidade de ajuste por se- tor ou departamento; * Essa possibilidade de ajuste setorial ou departamental legi- tima a aplicação de decisões di- ferentes a empregados da em- presa, não havendo falar, em princípio, em quebra de isono- mia por aplicação diversa a fun- cionários da mesma empresa. https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 13Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro pactuada por acordo individual escritoentre empregador e em- pregado, que será encaminha- do ao empregado com antece- dência de, no mínimo, dois dias corridos. § 2º Durante o período de sus- pensão temporária do contrato, o empregado: I – fará jus a todos os benefícios concedidos pelo empregador aos seus empregados; e II – ficará autorizado a recolher para o Regime Geral de Previ- dência Social na qualidade de segurado facultativo. § 3º O contrato de trabalho será restabelecido no prazo de dois dias corridos, contado: I – da cessação do estado de ca- lamidade pública; II – da data estabelecida no acor- do individual como termo de encerramento do período e sus- pensão pactuado; ou III – da data de comunicação do empregador que informe ao em- pregado sobre a sua decisão de antecipar o fim do período de suspensão pactuado. § 4º Se durante o período de suspensão temporária do con- trato de trabalho o empregado mantiver as atividades de traba- lho, ainda que parcialmente, por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho à distância, ficará descaracterizada a sus- pensão temporária do contrato de trabalho, e o empregador es- tará sujeito: I – ao pagamento imediato da remuneração e dos encargos so- ciais referentes a todo o período; II – às penalidades previstas na legislação em vigor; e (dois) períodos de até 30(trinta) dias, podendo ser prorrogado por prazo determinado em ato do Poder Executivo. § 1º A suspensão temporária do contrato de trabalho será pactua- da, conforme o disposto nos arts. 11 e 12 desta Lei, por convenção coletiva de trabalho, acordo co- letivo de trabalho ou acordo in- dividual escrito entre emprega- dor e empregado, hipótese em que a proposta de acordo deverá ser encaminhada ao empregado com antecedência de, no míni- mo, 2 (dois) dias corridos. § 2º Durante o período de sus- pensão temporária do contrato de trabalho, o empregado: I – fará jus a todos os benefícios concedidos pelo empregador aos seus empregados; e II – ficará autorizado a recolher para o Regime Geral de Previ- dência Social na qualidade de segurado facultativo, na forma do art. 20 desta Lei. § 3º O contrato de trabalho será restabelecido no prazo de 2 (dois) dias corridos, contado da: I – cessação do estado de cala- midade pública; II – data estabelecida como ter- mo de encerramento do perío- do de suspensão pactuado; ou III – data de comunicação do empregador que informe ao sobre a sua decisão de antecipar o fim do período de suspensão pactuado. § 4º Se, durante o período de sus- pensão temporária do contrato de trabalho, o empregado manti- ver as atividades de trabalho, ain- da que parcialmente, por meio de teletrabalho, trabalho remo- to ou trabalho a distância, ficará descaracterizada a sus pensão • 60 dias (ou 2 x 30 dias) + pror- rogação por prazo determina- do em ato do Poder Executivo (inicialmente, + 30 dias); • A proposta de acordo indivi- dual deve ser encaminhada ao empregado com, no mínimo, 2 dias corridos de antecedência (norma inexistente na redação original da MP); • Cessação: » 2 dias corridos após a cessa- ção do estado de calamidade pública ou após a comunica- ção do empregador de sua decisão unilateral de anteci- par o fim da medida; OU » na data estabelecida como termo de encerramento do período de redução. * A redação do § 1º, em análise literal, poderia levar à conclusão de que o restabelecimento da jornada e salário também ocorre- ria após 2 dias no caso de térmi- no do prazo de redução estipula- do, mas entendemos não haver lógica nessa incidência se o prazo total foi cumprido até porque o governo pagará o benefício ten- do como limite o prazo máximo estipulado, de modo que o em- pregador assumiria o pagamento integral no dia seguinte ao tér- mino do prazo avençado. • Direito a “todos os benefícios concedidos pelo empregador aos seus empregados”, o que en- tendemos incluir parcelas que eram pagar “pelo trabalho” e não “para o trabalho. Independente da natureza sa- larial ou indenizatória, o vale-a- limentação é concedido, em re- gra, pela simples existência do contrato, diversamente do va- le-transporte que é assegurado para o deslocamento. https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 14Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro III – às sanções previstas em con- venção ou em acordo coletivo. § 5º A empresa que tiver aufe ri do, no ano-calendário de 2019, recei- ta bruta superior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), somente poderá suspender o contrato de trabalho de seus empregados mediante o paga- mento de ajuda compensatória mensal no valor de trinta por cen- to do valor do salário do empre- gado, durante o período da sus- pensão temporária de trabalho pactuado, observado o disposto no caput e no art. 9º. temporária do contrato de tra- balho, e o empregador estará sujeito: I – ao pagamento imediato da remuneração e dos encargos sociais e trabalhistas referentes a todo o período; II – às penalidades previstas na legislação em vigor; e III – às sanções previstas em con- venção coletiva ou acordo cole- tivo de trabalho.§ 5º A empresa que tiver au- ferido, no ano-calendário de 2019, receita bruta superior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), somente poderá suspender o contrato de trabalho de seus empregados mediante o pagamento de aju- da compensatória mensal no va- lor de 30% (trinta por cento) do valor do salário do empregado, durante o período de suspen- são temporária do contrato de trabalho pactuado, observado o disposto neste artigo e no art. 9º desta Lei. § 6º Respeitado o limite tem- poral do estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º desta Lei, o Poder Executivo po- derá prorrogar o prazo máximo de suspensão temporária do contrato de trabalho previsto no caput deste artigo, na forma do regulamento. Isso permite concluir ser devido o primeiro, mas não o segundo. A conclusão sobre o direito de benefícios também passará pe- los termos de eventual norma- tização. • Possibilidade de complementa- ção da contribuição previden- ciária de modo a preservar o valor da contribuição. Fraude: • Se mantiver atividade do em- pregado é fraude (art. 9º., CLT) * Destacamos que não há previ- são de fraude no caso de redu- ção de jornada e salário em que venha a ocorrer a realização de horas extras, mas a medida deve ser evitada porque já há vozes no sentido de aplicação analó- gica do dispositivo da fraude da suspensão para este tipo de situação. • Para casos de suspensão: equi- vale a 100% do seguro-desem- prego, salvo em se tratando de grandes grupos com faturamen- to superior a R$ 480mil/ano, quando será devido apenas 70% do seguro-desemprego, com acréscimo de 30% do sa- lário pelo empregador, a título de ajuda compensatória com natureza indenizatória, a teor do art. 9º desta Lei. Art. 9º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda poderá ser acumulado com o pagamento, pelo empre- gador, de ajuda compensatória mensal, em decorrência da redu- ção de jornada de trabalho e de salário ou da suspensão tempo- rária de contrato de trabalho de que trata esta Medida Provisória. Art. 9º O Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda poderá ser acumulado com o pagamento, pelo empre- gador, de ajuda compensatória mensal, em decorrência da redu- ção proporcional de jornada de trabalho e de salário ou da sus- pensão temporária de contrato de trabalho de que trata esta Lei. Ajuda compensatória: • Obrigatória e no percentual de 30% do salário do empregado em se tratando de grandes gru- pos com faturamento superior a R$ 4,8 mi/ano (art. 8º, § 5º). • Facultativa nas demais hipó- teses; • Sem qualquer integração legal desta verba indenizatória; https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 15Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro § 1º A ajuda compensatória men- sal de que trata o caput: I – deverá ter o valor definido no acordo individual pactuado ou em negociação coletiva; II – terá natureza indenizatória; III – não integrará a base de cál- culo do imposto sobre a renda retido na fonte ou da declaração de ajuste anual do imposto so- bre a renda da pessoa física do empregado; IV – não integrará a base de cál- culo da contribuição previdenci- ária e dos demais tributos inci- dentes sobre a folha de salários; V – não integrará a base de cál- culo do valor devido ao Fundo de Garantia do Tempo de Servi- ço – FGTS, instituído pela Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e pela Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015; e VI – poderá ser excluída do lucro líquido para fins de determina- ção do imposto sobre a renda da pessoa jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real. § 2º Na hipótese de redução pro- porcional de jornada e de salário, a ajuda compensatória prevista no caput não integrará o salário devido pelo empregador e ob- servará o disposto no § 1º. § 1º A ajuda compensatória men- sal de que trata o caput deste artigo: I – deverá ter o valor definido em negociação coletiva ou no acor- do individual escrito pactuado; II – terá natureza indenizatória; III – não integrará a base de cál- culo do imposto sobre a renda retido na fonte ou da declaração de ajuste anual do imposto so- bre a renda da pessoa física do empregado; IV – não integrará a base de cál- culo da contribuição previden- ciária e dos demais tributos inci- dentes sobre a folha de salários; V – não integrará a base de cál- culo do valor dos depósitos no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), instituído pela Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e pela Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015; e VI – poderá ser: a) considerada despesa opera- cional dedutível na determina- ção do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real; b) deduzida dos rendimentos do trabalho não assalariado da pessoa física, conforme dispos- to no caput do art. 6º da Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990; (APROVADO PELO SENA- DO E VETADO PELA PRESIDÊN- CIA DA REPÚBLICA) c) deduzida dos rendimentos tributáveis recebidos pelo em- pregador doméstico, sujeitos ao ajuste anual na declaração de rendimentos de que trata o art. 7º da Lei nº 9.250, de 26 de de- zembro de 1995; ou (APROVADO • Despesa dedutível para efeito fiscal das partes. A Lei 14020 vetou as alíneas “b”, “c” e “d” do inciso VI, do parágrafo 1º, do artigo 9º. Estas isenções tribu- tárias constantes da MP 936 foram afastadas sob o funda- mento de tratamento desigual a contribuintes em igual situa- ção. Ofensa ao art. 150, II, da CF. • A possibilidade de dedução dos valores gastos com a ajuda ao trabalhador (alíneas “b”, “c” e “d” do § 1º), que haviam sido acrescentadas pelo Senado, foram vetadas pela Presidência da República com a seguinte fundamentação: A propositura legislativa, ao ampliar por emenda parlamen- tar o rol de hipóteses de exclu- são de incidência tributária ori- ginalmente previsto pela Medi- da Provisória nº 936, de 2020, viola o art. 113 do ADCT, além de contrariar o inciso II do art. 150 da Carta Magna, que veda instituir tratamento desigual entre contribuintes que se en- contrem em situação equiva- lente, proibida qualquer dis- tinção em razão da ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 16Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro PELO SENADO E VETADO PELA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA) d) deduzida do resultado da ati- vidade rural, como despesa paga no ano-base, apurado na forma do art. 4º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990. (APROVADO PELO SENADO E VETADO PELA PRESI- DÊNCIA DA REPÚBLICA) § 2º Na hipótese de redução pro- porcional de jornada de trabalho e de salário, a ajuda compensa- tória prevista no caput deste ar- tigo não integrará o salário devi- do pelo empregador e observará o disposto no § 1º deste artigo. § 3º O disposto no inciso VI do § 1º deste artigo aplica-se às aju- das compensatórias mensais pagas a partir do mês de abril de 2020. Art. 10. Fica reconhecida a ga- rantia provisória no emprego ao empregado que receber o Bene- fício Emergencial de Preservaçãodo Emprego e da Renda, de que trata o art. 5º, em decorrência da redução da jornada de trabalho e de salário ou da suspensão tem- porária do contrato de trabalho de que trata esta Medida Provi- sória, nos seguintes termos: I – durante o período acordado de redução da jornada de trabalho e de salário ou de suspensão tem- porária do contrato de trabalho; e II – após o restabelecimento da jornada de trabalho e de salário ou do encerramento da suspen- são temporária do contrato de trabalho, por período equivalen- te ao acordado para a redução ou a suspensão. § 1º A dispensa sem justa causa que ocorrer durante o período de Art. 10. Fica reconhecida a ga- rantia provisória no emprego ao empregado que receber o Bene- fício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, previs- to no art. 5º desta Lei, em decor- rência da redução da jornada de trabalho e do salário ou da sus- pensão temporária do contrato de trabalho de que trata esta Lei, nos seguintes termos: I – durante o período acordado de redução da jornada de trabalho e do salário ou de suspensão tem- porária do contrato de trabalho; II – após o restabelecimento da jornada de trabalho e do salário ou do encerramento da suspen- são temporária do contrato de trabalho, por período equivalen- te ao acordado para a redução ou a suspensão; e III – no caso da empregada ges- tante, por período equivalente Garantia provisória: • Alcança as duas medidas (re- dução e suspensão); • Tem como prazo: o período do acordo + período equivalente; • Traz de forma prévia a tarifação de uma indenização no caso de descumprimento, o que para alguns retira sua natureza de genuína garantia de emprego (como é o caso da pessoa com deficiência; art. 17, V); • Gestante: conta-se após o tér- mino da garantia de emprego específica da gestante (art. 10 do ADCT), de modo que haverá adição de garantias de empre- go em detrimento da clássica sobreposição. Indenização: • Redução de até 25%: nenhuma indenização; • Redução de 25% a 50%: indeni- zação de 50% do que teria di- https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 17Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro garantia provisória no emprego previsto no caput sujeitará o em- pregador ao pagamento, além das parcelas rescisórias previstas na legislação em vigor, de inde- nização no valor de: I – cinquenta por cento do salário a que o empregado teria direito no período de garantia provisó- ria no emprego, na hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário igual ou superior a vinte e cinco por cento e inferior a cinquenta por cento; II – setenta e cinco por cento do salário a que o empregado teria direito no período de garantia provisória no emprego, na hi- pótese de redução de jornada de trabalho e de salário igual ou superior a cinquenta por cento e inferior a setenta por cento; ou III – cem por cento do salário a que o empregado teria direito no período de garantia provisória no emprego, nas hipóteses de redução de jornada de trabalho e de salário em percentual su- perior a setenta por cento ou de suspensão temporária do contra- to de trabalho. § 2º O disposto neste artigo não se aplica às hipóteses de dispen- sa a pedido ou por justa causa do empregado. ao acordado para a redução da jornada de trabalho e do salário ou para a suspensão temporária do contrato de trabalho, contado a partir do término do período da garantia estabelecida na alínea b do inciso II do caput do art. 10 do Ato das Disposições Consti- tucionais Transitórias. § 1º A dispensa sem justa causa que ocorrer durante o período de garantia provisória no empre- go previsto no caput deste artigo sujeitará o empregador ao paga- mento, além das parcelas resci- sórias previstas na legislação em vigor, de indenização no valor de: I – 50% (cinquenta por cento) do salário a que o empregado teria direito no período de garantia provisória no emprego, na hipóte- se de redução de jornada de traba- lho e de salário igual ou superior a 25% (vinte e cinco por cento) e in- ferior a 50% (cinquenta por cento); II – 75% (setenta e cinco por cen- to) do salário a que o empregado teria direito no período de ga- rantia provisória no emprego, na hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) e inferior a 70% (setenta por cento); ou III – 100% (cem por cento) do salá- rio a que o empregado teria direi- to no período de garantia provisó- ria no emprego, nas hipóteses de redução de jornada de trabalho e de salário em percentual igual ou superior a 70% (setenta por cen- to) ou de suspensão temporária do contrato de trabalho. § 2º O disposto neste artigo não se aplica às hipóteses de pedido de demissão ou dispensa por jus- ta causa do empregado. reito no período de garantia de emprego; • Redução de 50% a 70%: inde- nização de 75% do que teria direito no período de garantia de emprego; • Suspensão do contrato ou Re- dução igual ou superior a 70% do salário: indenização de 100% do que teria direito no período de garantia de emprego. Possibilidade de aplicação de justa causa ou de “pedido de demissão”: É importante destacar que hou- ve, no Congresso Nacional, a substituição dos termos: “dis- pensa a pedido” por “pedido de demissão”, o que afasta a possi- bilidade de se interpretar que a garantia de emprego poderia ser ignorada com a utilização do distrato (art. 484-A da CLT), situação que já vinha ocorren- do na prática. Além disso, alerta-se que o TST tem entendido que o “pedido” de demissão de empregado com garantia de emprego demanda homologação no sindicato por incidência analógica do art. 500 da CLT. Por todos: E-RR-130274- 70.2015.5.13.0024, Subseção I Especializada em Dissídios Indi- viduais, Relator Ministro Augus- to Cesar Leite de Carvalho, DEJT 07/06/2019. Base de cálculo da garantia de emprego: A indenização pela inobservân- cia da garantia de emprego está fixada em percentuais que in- cidirão sobre o “salário a que o empregado teria direito no pe- ríodo de garantia provisória” (art. 10, § 1º, I). https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 18Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro É fundamental perceber que o texto legal não determina o pa- gamento sobre o período rema- nescente da garantia de empre- go, mas sim sobre todo o período da garantia, o que suscita dúvi- das acerca da intencionalidade dessa redação. Abrem-se duas possibilidades de interpretações: i) O percentual incide apenas sobre o período de garantia de emprego ainda não usufruído, o que sempre foi a praxe costumei- ra na legislação e jurisprudência, acrescentando-se que o disposi- tivo utiliza o verbo no futuro do pretérito (salário que “teria” direi- to), não remetendo ao passado. ii) O percentual incide sobre todo o período da garantia de emprego, mesmo que parte dele já tenha sido cumprido, ante a ausência de exclusão desse pe- ríodo pela legislação, cumprindo ressaltar que o tratamento dessa indenização não seguiu os costu- mes tradicionais, que apontariam para o pagamento integral do período de garantia não usufruí- do em detrimento de apenas um percentual. A adoção de apenas um percentual dos salários seria compensada com uma base de cálculomaior. A substituição dos termos: “dis- pensa a pedido” por “pedido de demissão” afasta a possibilidade de se interpretar que a garantia de emprego poderia ser ignora- da com a utilização do distrato (art. 484-A da CLT), situação que já vinha ocorrendo na prática. Art. 11. As medidas de redução de jornada de trabalho e de salá- rio ou de suspensão temporária de contrato de trabalho de que trata esta Medida Provisória po- derão ser celebradas por meio de Art. 11. As medidas de redução proporcional de jornada de tra- balho e de salário ou de suspen- são temporária do contrato de trabalho de que trata esta Lei po- derão ser celebradas por meio de Negociação coletiva: Dispensada (conclusões obtidas a partir da conjugação deste ar- tigo com o art. 12): • Até 3 SM (R$ 3.135,00), exceto grandes grupos, em relação aos https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 19Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro negociação coletiva, observado o disposto no art. 7º, no art. 8º e no § 1º deste artigo. § 1º A convenção ou o acordo coletivo de trabalho poderão estabelecer percentuais de re- dução de jornada de trabalho e de salário diversos dos previstos no inciso III do caput do art. 7º. § 2º Na hipótese de que trata o § 1º, o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda de que trata os art. 5º e art. 6º será devido nos seguin- tes termos: I – sem percepção do Benefício Emergencial para a redução de jornada e de salário inferior a vinte e cinco por cento; II – de vinte e cinco por cento so- bre a base de cálculo prevista no art. 6º para a redução de jornada e de salário igual ou superior a vinte e cinco por cento e inferior a cinquenta por cento; III – de cinquenta por cento so- bre a base de cálculo prevista no art. 6º para a redução de jornada e de salário igual ou superior a cinquenta por cento e inferior a setenta por cento; e IV – de setenta por cento sobre a base de cálculo prevista no art. 6º para a redução de jornada e de salário superior a setenta por cento. § 3º As convenções ou os acor- dos coletivos de trabalho cele- brados anteriormente poderão ser renegociados para adequa- ção de seus termos, no prazo de dez dias corridos, contado da data de publicação desta Medi- da Provisória. § 4º Os acordos individuais de redução de jornada de trabalho negociação coletiva, observado o disposto nos arts. 7º e 8º desta Lei e no § 1º deste artigo. § 1º A convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho po- derão estabelecer redução de jor nada de trabalho e de salário em percentuais diversos dos previs- tos no inciso III do caput do art. 7º desta Lei. § 2º Na hipótese prevista no § 1º deste artigo, o Benefício Emer- gencial de Preservação do Em- prego e da Renda, de que tratam os arts. 5º e 6º desta Lei, será de- vido nos seguintes termos: I – sem percepção do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda para a re- dução de jornada e de salário inferior a 25% (vinte e cinco por cento); II – no valor de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a base de cál- culo prevista no art. 6º desta Lei para a redução de jornada e de salário igual ou superior a 25% (vinte e cinco por cento) e infe- rior a 50% (cinquenta por cento); III – no valor de 50% (cinquenta por cento) sobre a base de cál- culo prevista no art. 6º desta Lei para a redução de jornada e de salário igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) e inferior a 70% (setenta por cento); e IV – no valor de 70% (setenta por cento) sobre a base de cál- culo prevista no art. 6º desta Lei para a redução de jornada e de salário igual ou superior a 70% (setenta por cento). § 3º As convenções coletivas ou os acordos coletivos de trabalho celebrados anteriormente pode- rão ser renegociados para ade- quação de seus termos, no prazo quais está dispensada apenas para empregados que recebem até 2 SM (R$ 2.090,00); • “Hipersuficiente” (portadores de diploma de nível superior e que percebam salário men- sal igual ou superior a 2 (duas) vezes o limite máximo dos be- nefícios do Regime Geral de Previdência Social); • Redução até 25%; • Qualquer acordo sem prejuí- zo salarial. Autonomia dos ACT/CCT: • Pode estabelecer percentuais diferentes da lei. Valor do BEm: • Redução inferior a 25% = zero; • Redução de 25% a 50% = 25%; • Redução de 50% a 70% = 50%; • Redução acima de 70% = 70%. * ACT/CCT poderão ser renego- ciadas em até 10 dias. https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 20Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro e de salário ou de suspensão temporária do contrato de tra- balho, pactuados nos termos desta Medida Provisória, deve- rão ser comunicados pelos em- pregadores ao respectivo sindi- cato laboral, no prazo de até dez dias corridos, contado da data de sua celebração. de 10 (dez) dias corridos, contado da data de publicação desta Lei. Art. 12. As medidas de que tra- ta o art. 3º serão implementadas por meio de acordo individual ou de negociação coletiva aos empregados: I – com salário igual ou inferior a R$ 3.135,00 (três mil cento e trinta e cinco reais); ou II – portadores de diploma de ní- vel superior e que percebam sa- lário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Parágrafo único. Para os em- pregados não enquadrados no caput, as medidas previstas no art. 3º somente poderão ser estabelecidas por convenção ou acordo coletivo, ressalvada a re- dução de jornada de trabalho e de salário de vinte e cinco por cento, prevista na alínea “a” do inciso III do caput do art. 7º, que poderá ser pactuada por acordo individual. Art. 12. As medidas de que tra- ta o art. 3º desta Lei serão imple- mentadas por meio de acordo individual escrito ou de nego- ciação coletiva aos empregados: I – com salário igual ou inferior a R$ 2.090,00 (dois mil e noventa reais), na hipótese de o empre- gador ter auferido, no ano-calen- dário de 2019, receita bruta su- perior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais); II – com salário igual ou inferior a R$ 3.135,00 (três mil, cento e trinta e cinco reais), na hipótese de o empregador ter auferido, no ano-calendário de 2019, re- ceita bruta igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais); ou III – portadores de diploma de nível superior e que percebam salário mensal igual ou superior a 2 (duas) vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 1º Para os empregados não en- quadrados no caput deste artigo, as medidas de que trata o art. 3º desta Lei somente poderão ser es- tabelecidas por convenção coleti- va ou acordo coletivo de trabalho, salvo nas seguintes hipóteses, nas quais se admite a pactuação por acordo individual escrito: I – redução proporcional de jor- nada de trabalho e de salário de 25% (vinte e cinco por cento), Aposentados: • Podem acordar, mas sem o BEm (Portaria 10.486/2020 superada nesse tocante); • devem receber ajuda indeni- zatória: * no mínimo o valor do BEm. * GG: valor do BEm + ajuda de 30% do salário. * Teto SD: R$ 1.813,03 (salários maiores que R$ 2.666,29). Acordo por meios eletrônicos: O art. 12, § 3º permite interpre- tação no sentidode que uma comunicação eletrônica (e-mail ou WhatsApp, por exemplo) se- ria equivalente à forma escrita que é exigida para o acordo de suspensão ou redução de jorna- da e salário. A partir disso, é possível concluir ser válida a anuência escrita do empregado por email ou what- sapp, desde que a empresa com- prove que o meio eletrônico foi eficaz. Vale dizer: que houve ma- nifestação e espontânea do em- pregado, lembrando que eventu- al vício de consentimento precisa ser comprovado em juízo. Contudo, essa interpretação pode ser alvo de controvérsias porque há incerteza acerca do conceito de “comunicação ele- trônica eficaz”. Uma comunicação com assinatu- ra baseada em certificado digital https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 21Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro prevista na alínea a do inciso III do caput do art. 7º desta Lei; II – redução proporcional de jornada de trabalho e de salá- rio ou suspensão temporária do contrato de trabalho quan- do do acordo não resultar dimi- nuição do valor total recebido mensalmente pelo empregado, incluídos neste valor o Benefí- cio Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, a aju- da compensatória mensal e, em caso de redução da jornada, o salário pago pelo empregador em razão das horas de trabalho. § 2º Para os empregados que se encontrem em gozo do benefício de aposentadoria, a implemen- tação das medidas de redução proporcional de jornada de tra- balho e de salário ou suspensão temporária do contrato de traba- lho por acordo individual escrito somente será admitida quando, além do enquadramento em al- guma das hipóteses de autori- zação do acordo individual de trabalho previstas no caput ou no § 1º deste artigo, houver o pagamento, pelo empregador, de ajuda compensatória men- sal, observado o disposto no art. 9º desta Lei e as seguintes condições: I – o valor da ajuda compensa- tória mensal a que se refere es- teparágrafo deverá ser, no míni- mo, equivalente ao do benefício que o empregado receberia se não houvesse a vedação previs- ta na alínea a do inciso II do § 2º do art. 6º desta Lei; II – na hipótese de empresa que se enquadre no § 5º do art. 8º desta Lei, o total pago a título de ajuda compensatória mensal de- verá ser, no mínimo, igual à soma do valor previsto naquele dispo- ou, pelo menos, uma comunica- ção em que o documento físi- co assinado fosse digitalizado e enviado eletronicamente como anexo traria maior segurança. Vale reforçar que a lei exige o acordo escrito e a comunicação eletrônica pode ser compreendi- da como expressa, mas não ne- cessariamente escrita, havendo quem defenda ser uma terceira categoria ao lado a escrita e da verbal. Comunicação ao sindicato: • Acordo individual deve ser co- municado ao sindicato em até até 10 dias (Art. 12 § 4º); • Formalidade ad solemnitatem ou ad-probationem? Embora seja legitimado o acor- do individual sem o requisito constitucional da negociação coletiva ante a delicada situação contemporânea, a medida pro- visória exigiu que, pelo menos, haja comunicação ao sindicato no prazo de dez dias. Aqui é um primeiro risco a ser diligenciado pela empresa: en- vidar esforços para realizar essa comunicação. Isso pode ser re- alizada de modo físico através de carta por AR e também pe- los meios telemáticos (comuni- cações eletrônicas pelos canais disponíveis ou pelos contatos que eram tratados) ou até mes- mo ata notarial. Se ainda assim persistir, enten- demos que caberia até mesmo ação de consignação em paga- mento, já que este remédio pro- cessual não se destina apenas à entrega de quantia certa, sendo legítimo também para depósito de coisas (nesse caso, os acordos individuais), na esteira do art. 539 do CPC. https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 22Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro sitivo com o valor mínimo pre- visto no inciso I deste parágrafo. § 3º Os atos necessários à pac- tuação dos acordos individuais escritos de que trata este artigo poderão ser realizados por quais- quer meios físicos ou eletrônicos eficazes. § 4º Os acordos individuais de redução de jornada de traba- lho e de salário ou de suspen- são temporária do contrato de trabalho, pactuados nos termos desta Lei, deverão ser comuni- cados pelos empregadores ao respectivo sindicato da catego- ria profissional, no prazo de até 10 (dez) dias corridos, contado da data de sua celebração. § 5º Se, após a pactuação de acordo individual na forma des- te artigo, houver a celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho com cláusu- las conflitantes com as do acordo individual, deverão ser observa- das as seguintes regras: I – a aplicação das condições es- tabelecidas no acordo individual em relação ao período anterior ao da negociação coletiva; II – a partir da vigência da con- venção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a prevalên- cia das condições estipuladas na negociação coletiva, naquilo em que conflitarem com as condi- ções estipuladas no acordo in- dividual. § 6º Quando as condições do acordo individual forem mais favoráveis ao trabalhador, pre- valecerão sobre a negociação coletiva. É importante todo esse cuidado porque a ausência de comunica- ção ao sindicato pode levar a três entendimentos: a) Não tem qualquer consequ- ência. Dificuldade disso é que seria uma norma sem sanção e com esvaziamento da previsão constitucional de participação sindical; b) Cláusula resolutiva superve- niente, retirando a validade do negócio jurídico; c) Incidência analógica da regra acerca da ausência de comuni- cação ao governo, apenas pro- duzindo efeitos quando da co- municação. Conflito de normas: • Art. 12, § 5º: Se, após o acordo individual, houver CCT ou ACT com cláusu- las conflitantes deve-se observar: I – prevalência do acordo indi- vidual em relação ao período anterior; II – após a celebração de CCT/ ACT, prevalecem as condições destes “naquilo em que conflita- rem com as condições estipula- das no acordo individual”. • Art. 12, § 6º: Quando as condições do acordo individual forem mais favoráveis, prevalecerão sobre a negociação coletiva. A redação dos parágrafos quinto e sexto ficou bastante confusa. É possível interpretar que as dis- posições de acordo coletivo sem- pre cederão às disposições do acordo individual já que foi men- cionada a sua inaplicabilidade quando suas disposições confli- tarem com o acordo individual. https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 23Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro Por outro lado, é possível inter- pretar, pela leitura conjugada dos §§ 5º e 6º, que as disposições das normas coletivas prevalece- rão quando forem mais favorá- veis, não se aplicando apenas quando os acordos individuais forem mais favoráveis. Nesse contexto, surge a conheci- da polêmica de qual teoria seria hábil a definir a normamais favo- rável, prevalecendo na doutrina e jurisprudência majoritárias que a análise seria pela matéria ou o instituto visto em seu conjunto (vg: hora noturna + adicional + redução ficta). Art. 13. A redução proporcional de jornada de trabalho e de sa- lário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho, quando adotadas, deverão resguardar o exercício e o funcionamento dos serviços públicos e das ativida- des essenciais de que tratam a Lei nº 7.783, de 28 de junho de 1989, e a Lei nº 13.979, de 2020. Art. 13. A redução proporcional de jornada de trabalho e de sa- lário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho, quando adotadas, deverão resguardar o exercício e o funcionamento dos serviços públicos e das ativida- des essenciais de que tratam a Lei nº 7.783, de 28 de junho de 1989, e a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. Em primeiro lugar, deve-se sa- lientar que os serviços essen- ciais para os fins desta lei não são apenas aqueles listados na Lei de Greve (Lei 7.783/89). Isso porque a Lei de Enfrentamen- to do Coronavírus (13.979/2020) previu em seu art. 3º, § 9º, que o Presidente da República disporá, em Decreto, as atividades essen- ciais que deverão ter o exercício resguardado. Embora o art. 13 desta Lei men- cione apenas a Lei 13.979/2020, é preciso rememorar que o STF reconheceu, na ADI 6341, que os Estados e Municípios possuem competência concorrente para questões de saúde pública e, assim, podem definir os servi- ços essenciais de forma diversa ao disposto pelo governo fede- ral, o que conduz à necessidade de também observar as normas locais para os fins deste artigo. Importante destacar, também, que essa norma não veda acor- dos (suspensão ou redução) para atividades tidas como essenciais, como hospitais e mercados, mas apenas determina que, quando https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 24Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro estes sejam adotados em ativi- dades essenciais, seja assegura- do o funcionamento essencial. A título exemplificativo, hospi- tais possuem demandas eleti- vas (programadas) e demandas de emergência. É possível adotar medidas em relação às primei- ras, mas desde que se assegure o pleno funcionamento em re- lação às segundas. Art. 14. As irregularidades cons- tatadas pela Auditoria Fiscal do Trabalho quanto aos acordos de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão tem- porária do contrato de trabalho previstos nesta Medida Provisó- ria sujeitam os infratores à mul- ta prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 1990. Parágrafo único. O processo de fiscalização, de notificação, de autuação e de imposição de multas decorrente desta Medida Provisória observarão o disposto no Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, não aplicado o critério da dupla visita e o disposto no art. 31 da Medida Provisória nº 927, de 22 de março de 2020. Art. 14. As irregularidades cons- tatadas pela Auditoria-Fiscal do Trabalho quanto aos acordos de redução proporcional de jorna- da de trabalho e de salário ou de suspensão temporária do contra- to de trabalho de que trata esta Lei sujeitam os infratores à mul- ta prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990. Parágrafo único. O processo de fiscalização, de notificação, de autuação e de imposição de multas decorrente desta Lei ob- servará o disposto no Título VII da CLT, aprovada pelo Decreto- -Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, não se aplicando o critério da dupla visita. Reforça a posição do STF na ADI 6342, ao afirmar que os Audito- res Fiscais podem aplicar mul- tas em relação a irregularidades, sem necessidade da dupla-visita pedagógica de que trata o art. 627 da CLT. Art. 15. O disposto nesta Medida Provisória se aplica aos contratos de trabalho de aprendizagem e de jornada parcial. Art. 15. O disposto nesta Lei se aplica aos contratos de trabalho de aprendizagem e aos de jorna- da parcial. Aplicam-se aos aprendizes e tra- balho a tempo parcial. Art. 16. O tempo máximo de re- dução proporcional de jornada e de salário e de suspensão tem- porária do contrato de trabalho, ainda que sucessivos, não pode- rá ser superior a noventa dias, respeitado o prazo máximo de que trata o art. 8º. Art. 16. O tempo máximo de re- dução proporcional de jornada e de salário e de suspensão tem- porária do contrato de trabalho, ainda que sucessivos, não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, respeitado o prazo máximo de que trata o art. 8º desta Lei, salvo se, por ato do Poder Executivo, for estabelecida prorrogação do Permanece com prazo máximo de 90 dias, autorizando o Execu- tivo a prorrogar. A autorização está limitada ao período de calamidade públi- ca e inicialmente foi fixada em 30 dias. https://www.instagram.com/voliabomfim/ https://www.instagram.com/dallegrave_neto/ https://www.instagram.com/rlaramartins/ https://www.instagram.com/iurippinheiro/ 25Sumário LEI 14.020/2020 COMPARADA E COMENTADA Grifo em roxo: Trecho da redação original da MP 936 que foi alterado ou suprimido. Grifo em amarelo: Trecho da redação final aprovada pelo Congresso que alterou a redação original. @voliabomfim • @dallegrave_neto • @rlaramartins • @iurippinheiro tempo máximo dessas medidas ou dos prazos determinados para cada uma delas. Parágrafo único. Respeitado o limite temporal do estado de ca- lamidade pública de que trata o art. 1º desta Lei, o Poder Execu- tivo poderá prorrogar o prazo máximo das medidas previstas no caput deste artigo, na forma do regulamento. Art. 17. Durante o estado de calamidade pública de que tra- ta o art. 1º: I – o curso ou o programa de qualificação profissional de que trata o art. 476-A da Consolida- ção das Leis do Trabalho, aprova- da pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, poderá ser oferecido pelo empregador exclusivamente na modalidade não presencial, e terá duração não inferior a um mês e nem superior a três meses; II – poderão ser utilizados meios eletrônicos para atendimento dos requisitos formais previstos no Título VI da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, inclusive para convocação, deli- beração, decisão, formalização e publicidade de convenção ou de acordo coletivo de trabalho; e III – os prazos previstos no Título VI da Consolidação das Leis do Trabalho aprovada pelo Decre- to-Lei nº 5.452, de 1943, ficam reduzidos pela metade. Art. 17. Durante o estado de ca- lamidade pública de que trata o art. 1º desta Lei: I – o curso ou o programa de qualificação profissional de que trata o art. 476-A da CLT, apro- vada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, poderá ser oferecido pelo empregador exclusivamente na modalidade não presencial, e terá duração não inferior a 1 (um) mês e não superior a 3 (três) meses; II – poderão ser utilizados meios eletrônicos para atendimento aos requisitos formais previstos no Título VI da CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, inclusive para convocação, deliberação, deci- são, formalização e publicidade de convenção coletiva ou acor- do coletivo de trabalho; III – os prazos previstos no Títu- lo VI da CLT, aprovada pelo De- creto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, ficarão reduzidos pela metade; IV – as cláusulas das convenções coletivas ou dos acordos coleti- vos de trabalho vencidos ou vin- cendos, salvo as que dispuserem sobre reajuste salarial e sua re- percussão nas demais cláusulas de natureza econômica, perma- necerão integrando os contratos Programa qualificação: • Cursos