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Introdução a neurociencia e neuropedagogia

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Segundo os autores, para Piaget existem duas inteligências: uma geral e uma específica. A inteligência geral é a inteligência do ser vivo, com suas duas grandes questões: organização e adaptação, e a inteligência específica, que nos caracteriza como seres humanos, com estruturas e funções que nos diferenciam de outras espécies animais, de outros seres vivos.
Essas inteligências estão presentes em casa indivíduo, e ainda na visão de Piaget, a aprendizagem está associada ao que fazemos, ao exercício de nossos esquemas, de nossas ações, sendo os nossos modos de raciocinar que vão, pouco a pouco, definindo a aprendizagem.
Isso ocorre porque o cérebro é uma estrutura plástica, ou seja, moldável, a descoberta da plasticidade cerebral vai ao encontro daquilo que Piaget propõe, pois a neuroplasticidade é justamente a capacidade que o cérebro tem de se adaptar a mudanças, preparado para modificar conforme as nossas vivências, necessidades, diferentes circunstancias, estímulos e o ambiente em que estamos inseridos.
Ela também é importante para a aprendizagem durante a infância, pois a melhor forma de induzir essa capacidade do cérebro é sempre investindo na aquisição de novos conhecimentos e experiências, onde entra aqui a importância da plasticidade cerebral para o processo de aprendizagem.
A partir do momento que o professor ou responsável pela mediação do saber compreende o funcionamento do sistema nervoso e do processo de aprendizagem, ele percebe a necessidade de sempre inovar, instigar, propor atividades diferenciadas e que façam sentido para o aluno, desenvolvendo melhor seu trabalho, podendo intervir de modo efetivo em sua prática, para um desempenho progressivo.
As diferenças na forma de aprender também devem ser reconhecidas, respeitando suas limitações e levando em consideração seus aspectos físicos, cognitivos, emocionais, linguísticos, afetivos e sociais, pois o desenvolvimento do cérebro decorre da integração entre o corpo e o meio social. “A troca com outros indivíduos e consigo próprio é que garantirá a internalização de conhecimentos ”. (Cf. Castorina, 2003, p. 19).
Concluo com a citação de Lino de Macedo que diz respeito a importância pela investida em estímulos diferenciados pois a aprendizagem não é a mesma para todos. "Para o estímulo provocar certa resposta, é necessário que o indivíduo e seu organismo sejam capazes de fornecê-la. Por isso, não basta ter um meio provocativo se a pessoa não participar dele ou, como complementaria o teórico, se ela for incapaz de se sensibilizar com os estímulos oferecidos e reagir a eles. A aprendizagem, portanto, não é a mesma para todos, e também difere de acordo com os níveis de desenvolvimento de cada um, pois há domínios exigidos para que seja possível construir determinados conhecimentos." - Lino de Macedo.
Bibliografia:
BECKER Fernando; MACHADO Diandra Dal Sent. “Corpo e conhecimento considerações a partir de jean piaget e antónio Damásio”, Schéme - revista eletrônica de psicologia e epistemologia genéticas, Rio Grande do Sul, 2014. 18p.Disponível em: <file:///C:/Users/fernanda/Downloads/6691-Texto%20do%20artigo-21646-1-10-20170203.pdf> Acesso em 27 maio 2019.
CASTORINA, J. A.; et. al.. Piaget – Vygotstky Novas Contribuições para o Debate. São Paulo: Ed. Ática, 2003, 175 p.
KANDEL, E.R.; SCHWARTZ, J. H.; JESSELL, T. M.. Princípios da Neurociência. 4 ed., São Paulo, Ed. Manole, 2003. 1412 p.
Macedo, Lino de. Desafios da aprendizagem: como as neurociências podem ajudar pais e professores. Campinas-São Paulo, 2017. 14 e 15p.
SALLA, Fernanda.”Neurociência: como ela ajuda a entender a aprendizagem, 15 de Junho de 2012. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/217/neurociencia-aprendizagem> Acesso em 27 maio de 2019.

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