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Aula 3 - Comunicação científica

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Comunicação 
Científica 
 
Universidade de Brasília (UnB) 
Faculdade de Ciência da Informação (FCI) 
Ciclo da informação científica: do impresso ao digital 
Profa. Ana Flávia Lucas – anakama@bce.unb.br 
Profa. Marília Augusta Freitas – marilia@bce.unb.br 
Borgman (1990) 
Estudo de como os pesquisadores em qualquer campo 
(biológicos, sociais e comportamentais, por 
exemplo, ciências físicas, ciências humanas, 
tecnologia) usam e divulgam informações através de 
canais formais e informais. O estudo da comunicação 
científica inclui o crescimento de informações 
acadêmicas, as relações entre as áreas de pesquisa 
e disciplinas, as necessidades de informação 
e uso de grupos de usuários, e a relações entre 
métodos formais e informais de comunicação. 
Meadows (1999) 
A comunicação situa-se no próprio coração da 
ciência. É para ela tão vital quanto a própria 
pesquisa, pois a esta não cabe reivindicar com 
legitimidade este nome enquanto não houver sido 
analisada e aceita pelos pares. Isso exige, 
necessariamente, que seja comunicada. Ademais, o 
apoio às atividades científicas é dispendioso, e os 
recursos financeiros que lhes são alocados serão 
desperdiçados a menos que os resultados das 
pesquisas sejam mostrados aos públicos pertinentes. 
Qualquer que seja o ângulo pelo qual a examinemos, 
a comunicação eficiente e eficaz constitui parte 
essencial do processo de investigação científica. 
Case (2002) 
A comunicação científica pode ser definida como o 
processo pelo qual pesquisadores conduzem sua 
pesquisa e tornam os resultados de seu trabalho 
conhecidos. Além disso, o autor destaca que tal 
processo ocorre por meio de canais formais e 
informais. 
Funções da Comunicação Científica 
• o registro da autoria que assegura o reconhecimento 
e a prioridade na propriedade sobre um determinado 
avanço ou descoberta científica; 
 
• a certificação, que permite serem assegurados o 
controle da qualidade e a validade de determinado 
conhecimento, por meio do processo de avaliação 
pelos pares; 
 
Roosendaal e Geurts (1997) 
Funções da Comunicação Científica 
• a ciência, por parte dos pesquisadores, daquilo que 
existe, que possibilita a disseminação e 
acessibilidade às pesquisas e que os pares de uma 
determinada comunidade científica estejam cientes ou 
atentos a novas descobertas; para tanto, os 
resultados de pesquisas são comunicados por meio de 
livros e artigos em conferências e periódicos, 
àqueles que partilham o interesse pelo mesmo tópico; 
• o armazenamento, que guarda e preserva o registro do 
conhecimento científico por muito tempo. Os autores 
observam que editores e bibliotecas estão criando 
repositórios 34 eletrônicos de informação e permitem 
a distribuição desse acervo por uma grande variedade 
de meios eletrônicos. 
Roosendaal e Geurts (1997) 
Canais Formais 
- amplo alcance; 
- maiores possibilidades de armazenagem e 
recuperação da informação; 
- avaliação pelos pares; 
- desatualização dos resultados publicados; 
- ausência de interação direta. 
Exemplos: documentos institucionais, técnicos, científicos, livros, 
periódicos científicos etc. 
Canais Informais 
- transferência da informação pessoa a pessoa; 
- maior atualização; 
- rapidez na divulgação; 
- menor custo; 
- interação direta. 
Exemplos: reuniões, visitas técnicas, conversas, correspondências 
técnicas, 
Científicas, institucionais etc. 
Fontes de Informação 
- Fontes primárias. 
- Fontes secundárias. 
- Fontes terciárias. 
Fontes Primárias 
As fontes primárias de informação são aquelas que 
contêm a informação como apresentada em forma 
original inteira. Isto é, não condensada nem 
resumida, não selecionada nem abreviada. 
 
Exemplos: Relatórios técnicos; Anais; Teses; Dissertações; Patentes; 
Normas Técnicas; Artigos de periódicos; Livros. 
Fontes Secundárias 
Trazem a informação agrupada/organizada, tendo a função de facilitar 
o uso da informação “dispersa” nas fontes primárias. 
 
Exemplos: Enciclopédias; Dicionários; Bibliografias; Índices; Bases e 
bancos de dados. 
Fontes Terciárias 
São guias às fontes primárias e secundárias, trazendo uma síntese ou 
consolidação de informações. 
 
Exemplos: Bibliografias de bibliografias; Catálogos de bibliotecas, 
centros de informação e livrarias; Diretórios; Guias de literatura. 
Informal Semi-Formal Formal Super-Formal 
Primárias 
Secundárias 
Terciárias 
Fontes x Canais 
Conversas 
Comunicados 
a congressos 
Cartas 
Anais de 
Congressos 
Artigos de 
Periódicos 
Livros 
Revisões 
Serviços de 
Indexação e 
Resumos 
Bibliografias de 
Bibliografias 
Christovão 
(1979) 
Modelos de Comunicação Científica 
Garvey e Griffith (1979) adaptado por Hurd (1996) 
Modelo Tradicional 
Seminários, 
colóquios, etc 
Pesquisa 
iniciada 
Pesquisa 
finalizada 
Manuscrito 
submetido à 
avaliação 
Publicação 
em periódico 
Artigo 
indexado em 
índices e 
resumos 
Artigo em 
annual 
reviews 
Citações na 
literatura 
Relatório 
Preliminares 
Relatório 
apresentados 
em 
congressos 
Anais de 
conferências 
Indexado em 
índices de 
trabalhos de 
conferências 
Registro em 
lista de artigos 
aceitos para 
publicação 
Artigo em 
current 
contents 
Distribuição 
de pré-prints 
O modelo de Garvey e Griffith foi desenvolvido 
antes do uso de tecnologias para o tratamento da 
informação, que são comuns hoje. Cerca de trinta 
anos depois, tecnologias emergentes têm alterado e 
otimizado opções para a gestão e comunicação da 
informação inimagináveis anteriormente. Como essas 
mudanças afetaram o modelo de Garvey e Griffith que 
serviu de padrão por muitos anos? 
 
(CRAWFORD, 1996) 
Tecnologias da Informação 
Hurd (1996) 
Pesquisa iniciada Pesquisa finalizada 
Manuscritos 
eletrônicos 
submetidos para 
revisão 
Publicação em 
periódico eletrônico 
Artigo em bases de 
dados de conteúdo 
Artigos em bases de 
dados de índices e 
resumos 
Listas de discussão 
Relatórios 
Eletrônicos de 
Conferências 
Bases de dados de 
pré-prints eletrônicos 
Notificação 
eletrônica de 
aceitação 
Anais eletrônicos 
Conjunto de dados 
eletrônicos 
Hurd (2000) 
Hurd (2004) 
Referências 
BORGMAN, C.L. Editor’s introduction. In: BORGMAN, C.L. Scholarly communication and bibliometrics. Newbury Park, CA: Sage, 
1990. 
 
CASE, M. M. Igniting change in scholarly communication: SPARC, present, and future. Advances in Librarianship, v. 26, 2002. 
 
CHRISTOVÃO, Heloísa Tardin. Da comunicação informal a comunicação formal: identificação da frente de pesquisa através de filtros 
de qualidade. Ciência da Informação, v. 8, n. 1, 1979, p. 3-36. 
 
CRAWFORD, S. Y. Scientific communication and the growth of Big Science. In: CRAWFORD, S. Y.; HURD, H. M.; WELLER, A. C. 
From print to electronic: the transformation of scientific information. Medford: Asis, 1996. p.1-8. 
 
HURD, Julie M. Models of scientific communications systems. In: CRAWFORD, Susan Y.; HURD, Julie M.; WELLER, Ann C. From 
print to electronic: the transformation of scientific communication. Medford: Information Today, 1996. 
 
__________. The transformation of scientific communication: a model for 2020. Journal of the American Society for Information 
Science, New York, v. 51, n. 14, 2000, p. 1279–1283. 
 
__________. Scientific communication: new roles and new players. Science & Technology Libraries, v. 25, n. 1, 2004, p. 5-22. 
 
MEADOWS, A.J. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos, 1999. 
 
ROOSENDAAL, H.E.; GEURTS, P.A.T.M. Forces and functions in scientific communication: An analysis of their interplay. 1998. 
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