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AULA 06 - HABES CORPUS - 2020 - ESTRATÉGIA

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Aula 06
Direito Processual Penal p/ DEPEN
(Agente de Execução Federal) Com
Videoaulas - Pós-Edital
Autor:
Renan Araujo
Aula 06
24 de Maio de 2020
 
1 
Sumário 
HABEAS CORPUS ............................................................................................................................ 2 
1 Conceito e natureza ............................................................................................................... 2 
2 Classificação ........................................................................................................................... 2 
3 Sujeitos do HC ....................................................................................................................... 4 
4 Cabimento e processamento ................................................................................................. 5 
DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ......................................................................................... 12 
SÚMULAS PERTINENTES ............................................................................................................... 16 
1 Súmulas do STF .................................................................................................................... 16 
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA .................................................................................................... 18 
EXERCÍCIOS COMENTADOS ........................................................................................................ 19 
EXERCÍCIOS PARA PRATICAR ....................................................................................................... 34 
GABARITO ..................................................................................................................................... 38 
 
 
Olá, meu povo! 
Hoje vamos estudar aquele que é o principal meio externo de impugnação às decisões judiciais: o 
habeas corpus. Trata-se de um meio “externo” porque não faz parte da mesma relação jurídico-
processual, como veremos. 
Nossa aula já está atualizada de acordo com a Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”). 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
Renan Araujo
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2 
 HABEAS CORPUS 
1 Conceito e natureza 
Habeas Corpus significa, em bom português, “Tome o corpo”, que significa, em linhas gerais, 
que a pessoa presa é apresentada ao Juiz para que analise se mantém ou não a prisão. 
Trata-se de um sucedâneo recursal externo. O quê? Isso mesmo, trata-se de um instrumento 
“similar” a um recurso, mas que com ele não se confunde. O HC, assim como os recursos, é um 
meio de impugnação a uma decisão judicial, mas NÃO É UM RECURSO. 
O HC é uma AÇÃO AUTÔNOMA DE IMPUGNAÇÃO, cuja finalidade é preservar a liberdade 
de qualquer pessoa, quando ameaçada (HC preventivo) ou conceder a liberdade a uma pessoa 
que está presa (HC repressivo). 
O HC possui fundamento na própria Constituição da República, estando previsto no art. 5°, 
LXVIII. Vejamos: 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder; 
O HC está previsto no CPP, no Título referente aos recursos, MAS NÃO POSSUI NATUREZA 
RECURSAL. No CPP está previsto em seu art. 647: 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na 
iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos 
casos de punição disciplinar. 
2 Classificação 
O HC, como dito anteriormente, pode ser: 
 Repressivo (ou liberatório) – Quando visa a devolver a liberdade a alguma pessoa que se 
encontra presa. Nesse caso, será expedido alvará de soltura. Nos termos do art. 660, §1° 
do CPP: 
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, 
fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. 
Renan Araujo
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3 
§ 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se 
por outro motivo dever ser mantido na prisão. 
 Preventivo – Aqui o HC é utilizado quando a pessoa se encontra ameaçada em sua liberdade 
de locomoção, ou seja, ainda não houve a violação à liberdade de locomoção. É necessário 
que esse risco de vir a ser privada de sua liberdade seja CONCRETO, não bastando mera 
suspeita ou mero temor de que isso possa vir a acontecer um dia. Sendo procedente o 
pedido de HC preventivo, o Juiz expedirá SALVO-CONDUTO, impedindo-se que a pessoa 
venha a ser privada de sua liberdade, EM RAZÃO DOS FATOS OBJETOS DO HC. Nos 
termos do §4° do art. 660 do CPP: 
Art. 660 
(...) § 4º Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de 
violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. 
A Doutrina vem admitindo, ainda, uma terceira modalidade de HC, cuja finalidade é obter o 
encerramento forçado de inquérito policial ou de ação penal, em casos excepcionais, como 
atipicidade da conduta, já ter havido extinção da punibilidade, etc. É o chamado “HC 
TRANCATIVO”. Nesse caso, é legítima a impetração de HC para que seja trancado o inquérito 
policial ou a ação penal, já que a tramitação do IP ou da ação penal configura evidente 
constrangimento ilegal ao indivíduo. 
 
 
Importante ressaltar que o STF só admite o manejo de HC para impugnar decisões judiciais no bojo 
do processo relativo a crime punido com PRIVAÇÃO DA LIBERDADE. Se a pena cominada é apenas 
a multa, não há possibilidade de, no futuro, vir a acontecer a privação ilegal da liberdade do 
acusado, de forma que o remédio correto, nesse caso, seria um MANDADO DE SEGURANÇA.1 
 
 
 
1 O mesmo se aplica no caso de já estar extinta a punibilidade. Já estando extinta a pena privativa de liberdade, não 
cabe HC, nos termos da súmula 695 do STF: 
Súmula 695 
Não é cabível Habeas Corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. 
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4 
3 Sujeitos do HC 
O HC possui três sujeitos: 
 Impetrante – É aquele que ajuíza o HC. Qualquer pessoa pode impetrar um HC em seu 
favor ou em favor de outra pessoa. Inclusive o MP pode impetrar o HC em favor de alguém. 
NÃO SE EXIGE CAPACIDADE POSTULATÓRIA (Não é necessária a presença de advogado). 
A PESSOA JURÍDICA PODE IMPETRAR HC. Os inimputáveis e doentes mentais TAMBÉM 
PODEM IMPETRAR HC (Trata-se da maior legitimidade ativa do nosso ordenamento 
jurídico). Nos termos do art. 654 do CPP: 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu 
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
Inclusive o ANALFABETO poderá IMPETRAR HC. É o que podemos extrair do art. 654, §1°, c 
do CPP: 
§ 1º A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e 
o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça 
de coação, as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não 
puder escrever, e a designação das respectivas residências. 
 
CUIDADO! O Juiz não pode impetrar HC, mas pode concedê-lo sem que haja pedido (de ofício). 
São coisas parecidas, mas são diferentes. Nos termos do §2° do art. 654 do CPP: 
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de 
habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está 
na iminência de sofrer coação ilegal. 
Além do impetrante, temos ainda duas outras figuras: 
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5 
 Paciente – É aquela pessoa em favor da qual se impetra o HC (Impetrante e paciente 
podem ser, portanto, a mesma pessoa). CUIDADO! A pessoa jurídica, por não possuir 
liberdade de locomoção, não pode ser paciente do HC, podendo, no entanto, 
impetrá-lo em favor de terceira pessoa. 
 Coator – É a autoridade (ou o particular) que privou a liberdade de locomoção da 
pessoa ou que está ameaçando privar a liberdade da pessoa. Parte da Doutrina 
entende que somente a autoridade pública pode ser coator. Mas a maioria da 
Doutrina entende que o particular também pode ser coator, quando, por exemplo, 
impede a liberação de um interno de uma clínica hospitalar. 
 
 
4 Cabimento e processamento 
Como disse a vocês, o HC é cabível para fazer cessar coação à liberdade da pessoa, ou para 
impedir que a ameaça de coação da liberdade se concretize. Mas em que situações se considera 
ilegal a privação da liberdade? O art. 648 do CPP dispõe: 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
HABEAS CORPUS
Impetrante Quem impetra o HC
Qualquer pessoa 
pode impetrar 
(inclusive pessoa 
jurídica)
Paciente
Quem está sofrendo a 
ameaça ou coação em 
sua liberdade de 
locomoção
Somente PESSOA 
FÍSICA. Pessoa jurídica 
não pode ser paciente 
em HC.
Coator
Aquele que pratica a 
ameaça ou coação à 
liberdade de locomoção 
do paciente
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III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a 
autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
Estando presentes quaisquer destas situações, a privação da liberdade, ou a ameaça dessa 
privação SERÁ ILEGAL. 
A competência para a apreciação do pedido de HC é, em regra, do Juiz de primeira instância, 
mas cessará a partir do momento em que a coação passar a ser praticada por autoridade 
hierarquicamente superior a ele. Nos termos do art. 650, §1° do CPP: 
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de 
autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição. 
Existem casos nos quais a competência é originária de um Tribunal. Esses casos de 
competência originária estão previstos na própria Constituição. Vejamos as principais regras2 de 
competência dos Tribunais previstas na Constituição Federal: 
 
 
TRIBUNAL 
COMPETENTE 
HIPÓTESE CONSTITUCIONALMENTE PREVISTA 
EMBASAMENTO 
CONSTITUCIONAL 
STF 
Quando forem pacientes o Presidente da 
República, o Vice-Presidente, os Membros do 
Congresso Nacional, os Ministros do Estado, o 
Procurador-Geral da República, os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, os membros dos Tribunais 
Art. 102, I, “d” 
 
2 A título de complementação, o STF possui entendimento no sentido de que “em matéria de competência para o 
habeas corpus, o sistema da Constituição Federal - com a única exceção daqueles em que o coator seja Ministro de 
Estado (CF, arts. 105, I, c, e 102, I, e) -, é o de conferi-la originariamente ao Tribunal a que caiba julgar os crimes da 
autoridade que a impetração situe como coator ou paciente (CF, arts. 102, I, d; 105, I, c)." (STF - RMS 27872). 
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Superiores, do Tribunal de Contas da União e os 
chefes de missão diplomática de caráter 
permanente. 
Quando forem coatores Tribunais Superiores. Art. 102, I, “i” 
Quando forem coatores ou pacientes 
autoridades ou funcionários cujos atos estejam 
sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo 
Tribunal Federal. 
Art. 102, I, “i” 
Quando se tratar de crime sujeito à jurisdição 
do Supremo Tribunal Federal, em uma única 
instância. 
Art. 102, I, “i” 
STJ 
 
Quando forem coatores ou pacientes os 
Governadores dos Estados e do Distrito Federal, 
os Desembargadores dos Tribunais de Justiça 
dos Estados e do Distrito Federal, os membros 
dos Tribunais de Contas dos Estados e do 
Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais 
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do 
Trabalho, os membros dos Conselhos ou 
Tribunais de Contas do s Municípios e os do 
Ministério Público da União que oficiarem 
perante os Tribunais. 
Art. 105, I, “c” 
Quando for coator tribunal sujeito à jurisdição do 
Superior Tribunal de Justiça, Ministro de Estado 
ou Comandante da Marinha, do Exército ou da 
Aeronáutica, ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral. 
Art. 105, I, “c” 
TRF Quando a autoridade coatora for Juiz Federal3. Art. 108, I, “d” 
Juízes Federais 
Quando o constrangimento provier de 
autoridade cujos atos não estejam diretamente 
sujeitos a outra jurisdição. 
Art. 109, I, VII 
Justiça do 
Trabalho 
Quando o ato questionado envolver matéria 
sujeita à sua jurisdição. 
Art. 114, I, IV 
Impetrado o HC, cumpridas as poucas formalidades previstas no §1° do art. 654, o Juiz 
poderá determinar que o paciente seja colocado em sua presença (art. 656 do CPP), caso esteja 
preso. 
 
3 Entende-se que o TRF é competente, também, para julgar os HCs impetrados quando a autoridade coatora for 
membro do MPU. 
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No caso de o Juiz determinar a apresentação do preso, aquele que está mantendo o paciente 
preso não poderá negar a apresentação deste ao Juiz, salvo em alguns casos específicos. Vejamos: 
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua apresentação, 
salvo: 
I - grave enfermidade do paciente; 
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção; 
III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. 
O Juiz, entretanto, no caso do inciso I (doença), poderá se dirigir até o local onde o paciente 
se encontra. 
Caso o Juiz verifique que a ameaça ou coação já cessou quando do recebimento do HC, 
declarará este prejudicado (art. 659 do CPP). 
 
EXEMPLO: José é preso preventivamente e impetra HC, questionando no Tribunal de Justiça a 
prisão. Quando o TJ se prepara para analisar o pedido de HC, verifica que o Juízo de primeira 
instância já havia revogado a prisão. Neste caso, o HC perdeu o objeto, pois já cessou a coação à 
liberdade de locomoção apontada. 
 
Após efetuadas todas as diligências e ouvido o paciente, o Juiz decidirá, em 24h, se concede 
ou não a ordem de HC (art. 660 do CPP). 
No que tange à decisão, é importante destacar que esta será tomada por maioria de votos. 
Caso haja empate, se o presidente não tiver votado ainda, proferirá voto de desempate, caso 
contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente. 
 
EXEMPLO: José impetra HC perante o TJ local, alegando ilegalidade em sua 
prisão cautelar. No julgamento pelo plenário, há empate por 06 votos a 06, mas o 
presidente já votou. Neste caso, prevalece a solução mais favorável ao paciente 
dentre aquelas que empataram. 
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Caso se trate de HC repressivo, e sendo concedida a ordem, como disse antes, será expedido 
alvará de soltura4 (§1° do art. 660). Caso se trate de HC preventivo, será expedido SALVO-
CONDUTO (§4° do art. 660 do CPP). 
Em qualquer dos dois casos (Já ter havido a prisão ou estar na iminência de ocorrer),sendo 
concedida a ordem de HC, será imediatamente enviada cópia à autoridade coatora, nos termos 
do §5° do art. 660 do CPP. 
CUIDADO! Embora não haja previsão expressa na lei nesse sentido, a Doutrina e 
a Jurisprudência entendem ser plenamente cabível a concessão de liminar em HC. 
É importante destacar que a concessão do habeas corpus não impedirá o curso normal do 
processo nem porá termo ao processo (não encerrará), desde que este não esteja em conflito com 
os fundamentos da decisão. 
Vejamos: 
Art. 651 A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, 
desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela. 
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, 
este será renovado. 
Assim, se alguém impetra HC impugnando alguma decisão judicial proferida no bojo do 
processo, isso em nada atrapalha o andamento normal do processo, nem eventual decisão 
favorável no HC gera extinção do processo. Todavia, caso o HC tenha por objeto o reconhecimento 
da nulidade do processo, em sendo concedido o pedido (procedência do HC) o processo deverá 
ser renovado (refeito). 
 
Mas, é cabível recurso contra a decisão no habeas corpus? Sim. Em sendo proferida a decisão pelo 
Juízo singular (não por Tribunal ou órgão fracionário de Tribunal), cabe recurso em sentido estrito 
(art. 581, X do CPP). 
 
Importante destacar, ainda, que nos termos do art. 574, I, do CPP, quando se tratar de sentença 
concessiva de habeas corpus, caberá o chamado “recurso de ofício”, ou seja, a chamada “remessa 
necessária”, de forma que a decisão está sujeita a reexame pelo Tribunal ao qual está vinculado o 
Juiz. 
 
4 Podemos ter um alvará de soltura “clausulado”, que é a hipótese em que o Juiz expede o alvará determinando a 
colocação do preso em liberdade, a menos que haja outro motivo pelo qual deva continuar preso. 
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No caso de decisão em habeas corpus proferida por Tribunal, caberá Recurso Ordinário 
Constitucional, para o STF ou para o STJ, a depender do caso. Vejamos os arts. 102 e 105 da 
CF/88: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
(...) 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de 
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória 
a decisão; 
[...] 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
(...) 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando a decisão for denegatória; 
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando denegatória a decisão; 
Como se vê, podemos resumir da seguinte forma: 
 ROC5 para o STF – Quando a decisão em habeas corpus for denegatória e proferida 
em ÚNICA instância pelos Tribunais Superiores (ex.: STM). 
 ROC para o STJ – Quando a decisão em habeas corpus for denegatória e proferida 
em ÚNICA (o HC se iniciou no Tribunal) ou ÚLTIMA (o HC não se iniciou no Tribunal) 
instância pelos TJs e TRFs. 
No caso de decisão concessiva de HC por Tribunal, a parte que se sentir prejudicada deverá 
manejar, se for o caso, o Recurso Especial (para o STJ) ou o Recurso Extraordinário (para o STF). 
 
5 Recurso Ordinário Constitucional 
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Vamos ver algumas questões relevantes acerca do HC: 
 
 A Doutrina e a Jurisprudência NÃO admitem mais a utilização do HC como substituto 
recursal, ou seja, sua utilização ao invés da utilização do recurso cabível6. 
 A Jurisprudência não tem admitido a impetração de HC contra ato de indeferimento de 
liminar em HC, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão que 
indefere a liminar.7 
 O Assistente de acusação não pode intervir no HC. 
 O HC não comporta dilação probatória, ou seja, o impetrante deve provar, DE PLANO, a 
ilegalidade da coação. 
 É incabível o HC para impugnar decisão que defere a intervenção do assistente de acusação 
na ação penal.8 
 A prisão administrativa (aquela que não foi determinada pelo Judiciário), à exceção do 
flagrante delito, foi abolida do nosso ordenamento jurídico. Caso seja praticada, poderá ser 
impetrado HC em face dessa ilegalidade. 
 É possível a impetração de HC para evitar que o paciente seja algemado, ou para que cesse 
o ato, quando esta medida seja ilegal (não esteja dentre as exceções previstas na súmula 
vinculante n° 11 do STF). 
 É incabível a utilização do HC para atacar ato de punição disciplinar militar (prisão do militar), 
salvo se a prisão foi determinada de maneira ilegal (por autoridade incompetente, etc.), mas 
não o mérito da medida. 
 O STJ entende ser cabível a impetração de HC para discutir aplicação de prisão domiciliar, 
 Não é cabível o manejo de HC para discutir a aplicação de pena acessória de perda de 
cargo público (pois não há violação ou ameaça à liberdade de locomoção). 
 
6 Ver, por todos: (HC 258.954/RJ, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), 
SEXTA TURMA, julgado em 27/05/2014, DJe 10/11/2014) 
7 “(...) 1. Nos termos do Enunciado n. 691 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, não é cabível habeas corpus contra 
indeferimento de pedido de liminar em outro writ, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão 
singular, sob pena de indevida supressão de instância. No caso, observa-se flagrante ilegalidade a permitir a superação 
do referido óbice sumular. 
(...) 
(HC 436.993/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 12/06/2018, DJe 20/06/2018) 
8 Ver, por todos: (RHC 31.667/ES, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 28/05/2013, DJe 
11/06/2013) 
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12 
 O HC é cabível tanto para reexame do regime inicial de cumprimento de pena quanto para 
reexame de dosimetria da pena (apenas se não for necessária uma análise aprofundada do 
conjunto probatório e caso se trate de flagrante ilegalidade), pois em ambos os casos há 
interferência na liberdade de locomoção do indivíduo.9 
 O HC é cabível tanto para revogar a prisão preventiva quanto para revogação de fiança 
arbitrada, pois neste último caso também há interferência direta na liberdade de locomoção 
do agente. 
 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 Arts. 647 a 667 do CPP – Regulamentam o Habeas Corpus no CPP: 
CAPÍTULO X 
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na 
iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos 
casos de punição disciplinar. 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
 
9 “(...) II - Inicialmente, cumpre asseverar que a via do writ somente se mostra adequada para a análise da dosimetria da 
pena se não for necessária uma análise aprofundada do conjunto probatório e caso se trate de flagrante ilegalidade. 
Vale dizer, o entendimento deste Tribunal firmou-se no sentido deque a "dosimetria da pena insere-se dentro de um 
juízo de discricionariedade do julgador, atrelado às particularidades fáticas do caso concreto e subjetivas do agente, 
somente passível de revisão por esta Corte no caso de inobservância dos parâmetros legais ou de flagrante 
desproporcionalidade" (HC n. 400.119/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. 
Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 1º/8/2017). 
(...) 
(HC 441.178/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 19/06/2018, DJe 28/06/2018) 
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V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a 
autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará passar 
imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual 
for a autoridade coatora. 
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas corpus: 
I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da 
Constituição; 
II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação forem 
atribuídos aos governadores ou interventores dos Estados ou Territórios e ao 
prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes de Polícia. 
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de 
autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição. 
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou iminente, 
dos responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados 
ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for 
acompanhado de prova de quitação ou de depósito do alcance verificado, ou se 
a prisão exceder o prazo legal. 
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, 
desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela. 
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, 
este será renovado. 
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será 
condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, 
tiver determinado a coação. 
Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia das peças 
necessárias para ser promovida a responsabilidade da autoridade. 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu 
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
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§ 1º A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e 
o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça 
de coação, as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou 
não puder escrever, e a designação das respectivas residências. 
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de 
habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está 
na iminência de sofrer coação ilegal. 
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o oficial de justiça ou a 
autoridade judiciária ou policial que embaraçar ou procrastinar a expedição de 
ordem de habeas corpus, as informações sobre a causa da prisão, a condução e 
apresentação do paciente, ou a sua soltura, será multado na quantia de duzentos 
mil-réis a um conto de réis, sem prejuízo das penas em que incorrer. As multas 
serão impostas pelo juiz do tribunal que julgar o habeas corpus, salvo quando se 
tratar de autoridade judiciária, caso em que caberá ao Supremo Tribunal Federal 
ou ao Tribunal de Apelação impor as multas. 
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e 
estiver preso o paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente apresentado 
em dia e hora que designar. 
Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mandado de prisão 
contra o detentor, que será processado na forma da lei, e o juiz providenciará para 
que o paciente seja tirado da prisão e apresentado em juízo. 
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua apresentação, 
salvo: 
I - grave enfermidade do paciente; 
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção; 
III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. 
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar, se este 
não puder ser apresentado por motivo de doença. 
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Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente estiver preso. 
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal, 
julgará prejudicado o pedido. 
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, 
fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. 
§ 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se 
por outro motivo dever ser mantido na prisão. 
§ 2º Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da 
coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento. 
§ 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a prestar 
fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante ele, 
remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem anexados 
aos do inquérito policial ou aos do processo judicial. 
§ 4º Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência 
ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. 
§ 5º Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado 
a prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do 
processo. 
§ 6º Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede do juízo ou 
do tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será expedido pelo 
telégrafo, se houver, observadas as formalidades estabelecidas no art. 289, 
parágrafo único, in fine, ou por via postal. 
Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação, a petição 
de habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará imediatamente ao 
presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da turma, que estiver reunida, 
ou primeiro tiver de reunir-se. 
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1º, o presidente, se 
necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informações por 
escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará 
preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a petição. 
Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o presidente 
entender que o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará a 
petição ao tribunal, câmara ou turma, para que delibere a respeito. 
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Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas corpus será julgado 
na primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a sessão 
seguinte. 
Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo empate, 
se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto de desempate; 
no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente. 
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelopresidente 
do tribunal, câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou telegrama, ao detentor, 
ao carcereiro ou autoridade que exercer ou ameaçar exercer o constrangimento. 
Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao disposto no 
art. 289, parágrafo único, in fine. 
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas 
complementares para o processo e julgamento do pedido de habeas corpus de 
sua competência originária. 
Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência originária 
do Supremo Tribunal Federal, bem como nos de recurso das decisões de última 
ou única instância, denegatórias de habeas corpus, observar-se-á, no que Ihes for 
aplicável, o disposto nos artigos anteriores, devendo o regimento interno do 
tribunal estabelecer as regras complementares. 
 SÚMULAS PERTINENTES 
1 Súmulas do STF 
 Súmula 695 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que, já estando extinta a 
pena privativa de liberdade, não cabe HC, nos termos da súmula 695 do STF: 
Súmula 695 
Não é cabível Habeas Corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. 
 Súmula 693 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que não cabe HC para 
impugnar decisão condenatória à pena de multa ou referente à processo no qual não há 
possibilidade de aplicação da pena privativa de liberdade: 
Súmula 693 do STF 
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"Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória à pena de multa, ou 
relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a 
única cominada." 
 Súmula 691 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que não cabe HC para 
impugnar decisão do relator que, anteriormente, em sede de HC, indeferiu o pedido de medida 
liminar: 
Súmula 691 do STF 
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado 
contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, 
indefere a liminar. 
Todavia, o próprio STF vem relativizando o teor da súmula, admitindo, excepcionalmente, o 
manejo do HC nestes casos, quando a decisão impugnada for teratológica, flagrantemente ilegal, 
abusiva ou manifestamente contrária ao entendimento jurisprudencial do STF. Nestes casos, para 
evitar a manutenção da situação de constrangimento ilegal, poderia o STF conceder de ofício a 
ordem de HC. 
 Súmula 690 do STF – SÚMULA SUPERADA. O STF havia sumulado entendimento no sentido de 
que competia a ele, STF, o julgamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de 
juizados especiais criminais. Contudo, a Doutrina entende que esta súmula perdeu sua razão de 
existir, pois o entendimento Jurisprudencial do STF se modificou, cabendo ao Tribunal de Justiça, 
ou TRF, o julgamento do HC em nesses casos: 
Súmula 690 do STF 
“Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas 
corpus contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais” 
 Súmula 606 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que não é cabível o manejo 
de HC originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas 
corpus ou no respectivo recurso: 
Súmula 606 do STF 
Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou 
do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso. 
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 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 STJ - AgRg no HC 545.110/MG – O STJ, seguindo o entendimento do STF, passou a entender 
que não cabe utilização do HC como substitutivo recursal, sob pena de violação ao sistema recursal 
pátrio: 
(...) A Terceira Seção desta Corte, seguindo entendimento firmado pela Primeira 
Turma do col. Pretório Excelso, firmou orientação no sentido de não admitir a 
impetração de habeas corpus em substituição ao recurso adequado, situação que 
implica o não-conhecimento da impetração, ressalvados casos excepcionais em 
que, configurada flagrante ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, seja 
possível a concessão da ordem de ofício. (...) 
(AgRg no HC 545.110/MG, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em 
17/12/2019, DJe 19/12/2019) 
 STJ - RHC 58.622/SC – O STJ firmou entendimento no sentido de que só é possível falar em 
nulidade pela ausência de intimação da defesa para o julgamento do HC quando houve 
requerimento de intimação para a sustentação oral: 
1. "O Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência pacífica no sentido de que, 
para a configuração da nulidade de ausência de intimação da defesa para o 
julgamento de habeas corpus, cujo reconhecimento a impetração ora sustenta, é 
necessário que a defesa, de fato, requeira a sua intimação para a sustentação 
oral" (HC 289.477/GO, Rel. Ministro Rogério Schietti Cruz, DJe de 06/06/2014). 
2. A ausência de manifestação da Corte de origem quanto à alegada participação 
do assistente de acusação impede a sua apreciação diretamente por esta Corte, 
sob pena de indevida supressão de instância. 
(...) 4. Recurso ordinário parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido. 
(RHC 58.622/SC, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUINTA TURMA, julgado em 10/03/2016, 
DJe 16/03/2016) 
 STJ - RHC 31.062/DF – O STJ firmou entendimento no sentido de que, embora cabível, o 
trancamento de inquérito policial (que pode ser requerido mediante HC) é medida excepcional, só 
sendo admitido quando restar comprovada, de plano (sem necessidade de dilação probatória), a 
ausência de justa causa, a atipicidade do fato ou a extinção da punibilidade: 
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Nos termos do entendimento consolidado desta Corte, o trancamento da ação 
penal ou inquérito policial/procedimento investigativo por meio do habeas corpus 
é medida excepcional. Por isso, só é cabível quando houver inequívoca 
comprovação da atipicidade da conduta, da incidência de causa de extinção da 
punibilidade ou da ausência de indícios de autoria ou de prova sobre a 
materialidade do delito. (...) 
(AgRg no RHC 118.075/SC, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, 
julgado em 17/12/2019, DJe 19/12/2019) 
 EXERCÍCIOS COMENTADOS 
01. (CESPE – 2017 – DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO) É cabível habeas corpus 
a) contra decisão que condene, unicamente, a pena pecuniária. 
b) contra decisão que tenha indeferido liminar em outro habeas corpus. 
c) caso se busque o reconhecimento da decadência. 
d) quando já extinta a pena privativa de liberdade. 
e) contra decisão ofensiva à legislação federal nos fundamentos da condenação criminal com pena 
privativa de liberdade. 
COMENTÁRIOS 
a) ERRADA: Item errado, pois neste caso não há qualquer ameaça, nem mesmo potencial, à 
liberdade de locomoção. Este é o entendimento sumulado do STF (súmula 693 do STF). 
b) ERRADA: Item errado, pois os Tribunais Superiores entendem que não cabe habeas corpus para 
impugnar decisão que indefere pedido liminar, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou 
teratologia da decisão impugnada, sob pena de indevida supressão de instância. A questão está 
incompleta, mas ainda assim está errada. 
c) CORRETA: Item correto, pois se já houve a decadência, já se extinguiu a punibilidade, de 
maneira que é perfeitamente cabível o manejo do HC, seja para trancar o IP ou para trancar a ação 
penal, na forma do art. 648, VII do CPP, pois neste caso haverá constrangimento ilegal ao acusado 
ou indiciado, materializado pela ameaça potencial à sua liberdade de locomoção. 
d) ERRADA: Item errado, pois se já está extinta a pena privativa de liberdade,não há mais qualquer 
risco à liberdade de locomoção do indivíduo (súmula 695 do STF). 
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e) ERRADA: Item errado, pois neste caso seria cabível o manejo do RECURSO ESPECIAL, e os 
Tribunais Superiores vêm entendendo que não é cabível o manejo do HC como substituto recursal, 
quando há recurso cabível para a hipótese. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
02. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) Qualquer pessoa tem 
legitimidade para impetrar habeas corpus, mas só o advogado regularmente inscrito na Ordem dos 
Advogados do Brasil tem capacidade postulatória para fazê-lo perante os tribunais superiores. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois qualquer pessoa tem legitimidade para impetrar habeas corpus, ainda que 
perante os tribunais superiores, não sendo necessário estar patrocinado por advogado 
devidamente inscrito nos quadros da OAB, nos termos do art. 654 do CPP. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
03. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) No caso de suspeito preso em 
flagrante delito, o Ministério Público, como titular da ação penal, está impedido de impetrar habeas 
corpus, pois é sua a obrigação de iniciar o processo persecutório. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois o MP também pode impetrar habeas corpus, nos termos do art. 654 do CPP: 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu 
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
04. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Na 
qualidade de titulares de seus cargos, o delegado de polícia, o promotor de justiça e o juiz de direito 
podem impetrar habeas corpus em favor de terceiros. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois apesar de qualquer pessoa poder impetrar HC, na forma do art. 654 do CPP, o 
delegado de polícia e o Juiz não poderão fazê-lo NA QUALIDADE DE TITULARES DE SEUS 
CARGOS. Ou seja, eles podem impetrar HC como particulares, como qualquer pessoa pode fazer, 
mas não podem impetrar HC no exercício de suas funções. O Juiz até pode conceder “de ofício”, 
a ordem de HC, mas isso não se confunde com “impetrar o HC”. 
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Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
05. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) 
Conforme a lei e a jurisprudência, não se admite liminar em habeas corpus, ainda que presentes o 
fumus boni iuris e o periculum in mora. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois embora não haja previsão legal, a jurisprudência admite, pacificamente, a 
concessão de liminar em habeas corpus. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
06. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) 
Qualquer pessoa, quer se trate de brasileiro, quer de estrangeiro não residente no país, pode 
impetrar habeas corpus, devendo o writ ser redigido em português. 
COMENTÁRIOS 
Item correto, pois o HC é um remédio constitucional cuja legitimidade para impetração é universal, 
concedida a qualquer pessoa. 
A utilização do idioma nacional é imposição que se faz a toda e qualquer manifestação processual, 
inclusive às peças iniciais, como é o habeas corpus. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
07. (CESPE – 2015 – DPE-PE – DEFENSOR PÚBLICO) Com relação a habeas corpus e nulidades, 
julgue o item a seguir. 
Os tribunais superiores não mais têm admitido o manejo do habeas corpus originário como meio 
de impugnação substitutivo da interposição de recurso ordinário constitucional. 
COMENTÁRIOS 
Item correto, pois o STF e o STJ passaram a não mais admitir o manejo do HC como substituto ao 
recurso ordinário constitucional (Ver, por todos, HC 258.954/RJ – STJ). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
08. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) É possível a utilização de habeas 
corpus para questionar a condenação do acusado ao pagamento de multa, mesmo que não tenha 
sido imposta pena privativa de liberdade. 
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COMENTÁRIOS 
Item errado, pois não cabe utilização do HC para questionar pena exclusivamente de multa, pois 
não há violação ou ameaça de violação à liberdade de locomoção. Entendimento já sumulado pelo 
STF: 
SÚMULA 693: "Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de 
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária 
seja a única cominada." 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
09. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Em caso de empate na votação 
acerca da concessão da ordem de habeas corpus pelo órgão julgador, após a colheita de todos os 
votos dos seus integrantes presentes, prevalecerá o ato impugnado, mesmo que desfavorável ao 
paciente. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois em caso de empate na votação acerca da concessão da ordem de habeas corpus, 
após o voto de todos os membros, se o presidente não tiver votado, proferirá voto de desempate. 
Caso já tenha votado, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente, nos termos do art. 664, § 
único do CPP: 
Art. 664. (...) Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. 
Havendo empate, se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá 
voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao 
paciente. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
10. (CESPE - 2010 - DETRAN-ES - ADVOGADO) Não cabe habeas corpus quando já extinta a 
pena privativa de liberdade. 
COMENTÁRIOS 
O HC não é o remédio adequado para casos em que não há possibilidade de restrição da 
liberdade do indivíduo. Assim, não havendo possibilidade de prisão, e já tendo o processo 
transitado em julgado, a ação mais indicada seria a ação revisória. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
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11. (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) A ação penal constitucional 
não condenatória de habeas corpus tem por finalidade evitar ou interromper violência à liberdade 
de locomoção por ato ilegal ou com abuso de poder perpetrado por agente público ou particular. 
COMENTÁRIOS 
O HC é uma ação autônoma de impugnação, não possuindo natureza condenatória, cuja 
finalidade é assegurar a liberdade de locomoção da pessoa, que esteja privada de sua liberdade 
ou sob ameaça de sê-lo. Está previsto no art. 5°, LXVIII da Constituição e no art. 647 do CPP. Nos 
termos do CPP: 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na 
iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos 
casos de punição disciplinar. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
12. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA - REGIONAL) É incabível 
habeas corpus em relação a decisão condenatória a pena exclusivamente de multa. 
COMENTÁRIOS 
O HC não é o remédio adequado para casos em que não há possibilidade de restrição da 
liberdade do indivíduo. Nos termos da súmula n° 693 do STF: 
Súmula 693 
NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA 
DE MULTA, OU RELATIVO A PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A 
QUE A PENA PECUNIÁRIA SEJA A ÚNICA COMINADA. 
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
13. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DA POLÍCIA FEDERAL - NACIONAL) 
Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este será renovado. 
COMENTÁRIOS 
Quando o HC é concedido em razão de nulidade do processo, o art. 652 do CPP determina que 
este (o processo) seja renovado: 
Art. 652. Se ohabeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, 
este será renovado. 
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Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
14. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DA POLÍCIA FEDERAL - NACIONAL) 
Considera-se coação ilegal, passível de habeas corpus, a manutenção do acusado em cárcere 
quando houver cessado o motivo que autorizou a coação. 
COMENTÁRIOS 
As situações consideradas como coação ilegal, para fins de concessão de HC, estão previstas no 
art. 648 do CPP. Vejamos: 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a 
autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
Assim, perceba que a manutenção de pessoa presa mesmo após a cessação do motivo que 
determinou a prisão é causa que permite a impetração de HC, nos termos do art. 648, IV do CPP. 
Logo, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
15. (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No caso de habeas 
corpus repressivo, se o juiz verificar, antes do julgamento do pedido de liminar, que a coação ilegal 
já cessou, não poderá julgar prejudicado o pedido, devendo enfrentar o mérito, tendo em vista que 
a coação ilegal representa violação a direito humano fundamental e pode vir a se repetir. 
COMENTÁRIOS 
Caso o Juiz verifique que a ameaça ou coação já cessou quando do recebimento do HC, declarará 
este prejudicado, NÃO JULGANDO O MÉRITO DO HC. Nos termos do art. 659 do CPP: 
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Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal, 
julgará prejudicado o pedido. 
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
16. (CESPE - 2003 – DPE/AM – DEFENSOR) Após envolvimento em infração penal de menor 
potencial ofensivo, Tício foi encaminhado ao juizado especial criminal, onde o promotor de justiça 
requereu a abertura de inquérito policial em face da complexidade do caso, o que impediu a 
formulação imediata da denúncia. Posteriormente, foi oferecida, perante o juízo criminal da 
comarca, denúncia, que tramitou pelo rito sumário, findando pela absolvição. O assistente de 
acusação recorreu, e o recurso foi distribuído à turma recursal, que lhe deu provimento e condenou 
Tício a dois meses de detenção, pena substituída por prestação pecuniária à vítima. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
Se for impetrado habeas corpus contra a decisão condenatória, a competência para conhecer da 
ordem será do STJ. 
COMENTÁRIOS 
O item está errado, pois o STJ firmou entendimento de que compete ao Tribunal de Justiça julgar 
habeas corpus contra decisão da Turma Recursal a ele vinculada. Vejamos: 
RECURSO ORINÁRIO EM HABEAS CORPUS. WRIT NÃO CONHECIDO PELO 
TRIBUNAL A QUO. REMÉDIO CONSTITUCIONAL AJUIZADO EM FACE DE 
DECISÃO ORIUNDA DE TURMA RECURSAL. CANCELAMENTO DO 
ENUNCIADO N.º 690 DA SÚMULA DO STF. COMPETÊNCIA DA CORTE 
ESTADUAL PARA APRECIAR O MANDAMUS. 
1. Diante do cancelamento do enunciado n.º 690 da Súmula do Supremo Tribunal 
Federal, compete ao Tribunal de Justiça do Estado apreciar e julgar ato acoimado 
de ilegal oriundo de Turma Recursal. 
2. Recurso provido para determinar que o Tribunal de Justiça do Estado de São 
Paulo aprecie o mérito da impetração registrada sob o nº 0302936-
42.2011.8.26.0000. 
(RHC 33.018/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 
09/10/2012, DJe 05/11/2012) 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
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17. (CESPE - 2003 – DPE/AM – DEFENSOR) Após envolvimento em infração penal de menor 
potencial ofensivo, Tício foi encaminhado ao juizado especial criminal, onde o promotor de justiça 
requereu a abertura de inquérito policial em face da complexidade do caso, o que impediu a 
formulação imediata da denúncia. Posteriormente, foi oferecida, perante o juízo criminal da 
comarca, denúncia, que tramitou pelo rito sumário, findando pela absolvição. O assistente de 
acusação recorreu, e o recurso foi distribuído à turma recursal, que lhe deu provimento e condenou 
Tício a dois meses de detenção, pena substituída por prestação pecuniária à vítima. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
Não deve ser conhecida ordem de habeas corpus que venha a ser impetrada já que, com a 
substituição da pena privativa de liberdade por prestação pecuniária, cessou o dano potencial à 
liberdade de locomoção. 
COMENTÁRIOS 
Embora a jurisprudência do STJ seja pacífica no sentido de que não cabe HC quando não for 
cominada pena privativa de liberdade ao delito, bem como quando a pena privativa de liberdade 
não mais puder ser aplicada ao caso, no presente caso não ocorre esta situação, uma vez que a 
pena de prestação pecuniária é pena restritiva de direitos, aplicada em substituição à pena 
privativa de liberdade, e caso não cumprida ensejará a reversão à pena privativa de liberdade. 
Desta forma, ainda há risco de dano à liberdade de locomoção do indivíduo, motivo pelo qual 
ainda é possível o manejo do HC. Vejamos: 
HABEAS CORPUS. PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. DESCUMPRIMENTO. 
CONVERSÃO EM PRIVATIVA DE LIBERDADE. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE 
AMEAÇA AO DIREITO DE LOCOMOÇÃO DO PACIENTE. IMPROPRIEDADE DA 
VIA ELEITA. ANÁLISE DE MATÉRIA NÃO DEBATIDA NA ORIGEM. OCORRÊNCIA 
DE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. PRECEDENTES. NÃO CONHECIMENTO. 
1. É possível a conversão da prestação pecuniária em pena privativa de liberdade, 
nos termos do art. 44, § 4º, do Código Penal. 
Precedentes do STJ. 
2. Incabível o habeas corpus se não houver risco à liberdade de locomoção do 
paciente. 
 (...) 
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 (HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 
20/03/2012) 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
18. (CESPE - 2012 – PC/CE – INSPETOR) Julgue o item que se segue, em relação ao habeas 
corpus e aos entendimentos do STF a esse respeito. 
Não cabe habeas corpus nas hipóteses sujeitas à pena de multa, nos afastamentos dos cargos 
públicos por questões penais ou administrativas nem na preservação de direitos fundamentais que 
não a liberdade de locomoção de ir e vir, salvo manifesta teratologia a repercutir na liberdade de 
locomoção. 
COMENTÁRIOS 
O STJ e o STF entendem que não cabe HC para discutir questões que não possam repercutir na 
liberdade de locomoção do indivíduo, pois não sendo possível aplicação de pena privativa de 
liberdade, não há qualquer risco à liberdade de locomoção. Assim, questões como pena de 
multa, perda de cargos administrativos e preservação de direitos outros que não a liberdade de 
locomoção, não podem ser tutelados pela via do HC. 
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
19. (CESPE - 2012 – PC/CE – INSPETOR) Julgue o item que se segue, em relação ao habeas 
corpus e aos entendimentos do STF a esse respeito. 
A ausência de justa causa tanto pode ser condição para sustentar o trancamento de ação penal 
como para promover a soltura do réu. 
COMENTÁRIOS 
O HC, em regra, visa à tutelar a liberdade de locomoção, motivo pelo qual é utilizado, 
ordinariamente, para promover a soltura de alguém. No entanto, o STF possui entendimentopacificado no sentido de que é possível o manejo do HC com a finalidade de "trancar" ação 
penal que tenha sido iniciada sem um lastro probatório mínimo, ou seja, sem justa causa. 
Vejamos: 
(...) O trancamento de ação penal, em habeas corpus, constitui medida 
excepcional que só deve ser adotada quando se apresenta indiscutível a ausência 
de justa causa e em face de inequívoca ilegalidade da prova pré-constituída. (...) 
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(HC 107948 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 
17/04/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-093 DIVULG 11-05-2012 PUBLIC 14-
05-2012) 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
20. (CESPE - 2009 – DPE/AL – DEFENSOR) Em relação à revisão criminal, ao habeas corpus e à 
execução penal, julgue o próximo item. 
É incabível a ordem concessiva de habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade, 
ou contra decisão condenatória somente a pena de multa ou, ainda, em relação a processo em 
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
COMENTÁRIOS 
O STJ e o STF entendem que não cabe HC para discutir questões que não possam repercutir na 
liberdade de locomoção do indivíduo, pois não sendo possível aplicação de pena privativa de 
liberdade, não há qualquer risco à liberdade de locomoção. Assim, questões como pena de 
multa, perda de cargos administrativos e preservação de direitos outros que não a liberdade de 
locomoção, não podem ser tutelados pela via do HC. 
HABEAS CORPUS. PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. DESCUMPRIMENTO. 
CONVERSÃO EM PRIVATIVA DE LIBERDADE. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE 
AMEAÇA AO DIREITO DE LOCOMOÇÃO DO PACIENTE. IMPROPRIEDADE DA 
VIA ELEITA. ANÁLISE DE MATÉRIA NÃO DEBATIDA NA ORIGEM. OCORRÊNCIA 
DE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. PRECEDENTES. NÃO CONHECIMENTO. 
 (...) 
2. Incabível o habeas corpus se não houver risco à liberdade de locomoção do 
paciente. 
 (...) 
 (HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 
20/03/2012) 
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA 
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21. (CESPE - 2012 – TRE/RJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação ao habeas corpus e ao 
processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, julgue o próximo 
item. 
Ordenada a soltura do preso em virtude de ordem de habeas corpus, será condenada nas custas 
a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coação. 
COMENTÁRIOS 
A condenação da autoridade coatora ao pagamento das custas processuais é norma prevista no 
art. 653 do CPP. 
Vejamos: 
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será 
condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, 
tiver determinado a coação. 
É de se ressaltar que a prisão deve ter sido realizada por má-fé ou EVIDENTE abuso de poder, e 
não em qualquer caso de concessão da ordem de habeas corpus. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
22. (CESPE - 2012 – MPE/TO – PROMOTOR DE JUSTIÇA) A respeito do habeas corpus, assinale 
a opção correta. 
a) É admissível a impetração de habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, bem 
como para cessar constrangimento em processo por infração penal punível apenas com pena 
pecuniária. 
b) Em inquérito policial instaurado mediante requisição da autoridade judiciária, considera-se 
autoridade coatora o delegado de polícia responsável pela instauração do feito, porquanto podia 
deixar de cumprir a requisição. 
c) Nos processos de habeas corpus, é obrigatória a concessão de vista ao representante do MP, 
seja no primeiro, seja no segundo grau de jurisdição. 
d) O habeas corpus do tipo liberatório, destinado a fazer cessar constrangimento ilegal já 
existente, pode ser impetrado por meio de petição anônima. 
e) Ordenada a soltura do paciente por força de habeas corpus, a autoridade, se tiver agido de má-
fé ou com abuso de autoridade, será condenada a pagar as custas do writ. 
COMENTÁRIOS 
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A) ERRADA: Não é cabível habeas corpus se o processo não puder resultar em pena privativa de 
liberdade, conforme entendimento do STJ, sendo cabível, contudo, o manejo do Mandado de 
Segurança; 
B) ERRADA: A autoridade coatora, no caso, é a autoridade judiciária, eis que o Delegado não 
pode deixar de cumprir a requisição; 
C) ERRADA: Não é obrigatória a concessão de vista ao MP, nem em primeira nem em segunda 
instância, nos termos dos arts. 660 e 664 do CPP; 
D) ERRADA: O Habeas corpus não pode ser impetrado por petição anônima, pois o art. 654, §1º, 
c do CPP exige que na petição inicial do HC conste a assinatura do impetrante; 
E) CORRETA: De fato, esta é a previsão contida no art. 653 do CPP: 
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será 
condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, 
tiver determinado a coação. 
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
23. (CESPE – 2010 – DETRAN-ES – ADVOGADO) Compete, originariamente, ao STF o 
julgamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais. 
COMENTÁRIOS 
Item errado. O STF passou a entender que cabe ao Tribunal a que está vinculado a Turma 
proceder ao julgamento de HC em face de decisão da Turma Recursal, estando superada a antiga 
súmula 690 do STF. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
24. (CESPE – 2012 – TJ-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Consoante atual entendimento dos 
tribunais superiores, a ação constitucional de habeas corpus, em substituição ao recurso ordinário, 
deverá ser ofertada no mesmo prazo deste. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois a Jurisprudência atual (STF e STJ) não admite a utilização do HC como 
substitutivo de recurso previsto em lei. Ou seja, se há recurso previsto em lei para impugnar a 
decisão, deve ser utilizado o recurso, e não o HC. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
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25. (CESPE – 2012 – TJ-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO) O habeas corpus somente deve ser 
impetrado por advogado, pois se trata de processo judicial. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois não se exige capacidade postulatória para a impetração de HC, ou seja, qualquer 
pessoa, mesmo que não seja advogado ou não esteja sendo representada por um, pode impetrar 
o HC, nos termos do art. 654 do CPP: 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu 
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
§ 1º A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e 
o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça 
de coação, as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou 
não puder escrever, e a designação das respectivas residências. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
26. (CESPE – 2012 – PEFOCE – TODOS OS CARGOS) No caso de a pessoa presa 
preventivamente pretender interpor habeas corpus em seu próprio favor por excesso de prazo na 
prisão, hipótese em que ela mesma será impetrante e paciente, será dispensável a constituição de 
advogado para essa ação. 
COMENTÁRIOS 
Item correto, pois não se exige capacidade postulatória para a impetração de HC, ou seja, 
qualquer pessoa, mesmo que não seja advogado ou não esteja sendo representada por um, pode 
impetrar o HC, nos termos do art.654 do CPP: 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu 
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
§ 1º A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e 
o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
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b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça 
de coação, as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou 
não puder escrever, e a designação das respectivas residências. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
27. (CESPE – 2013 – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) O habeas corpus pode ser 
impetrado, perante qualquer instância do Poder Judiciário, por qualquer pessoa do povo em favor 
de outrem, podendo, ainda, a autoridade judicial competente concedê-lo de ofício. 
COMENTÁRIOS 
Item correto, pois o HC pode ser interposto por qualquer pessoa, de forma que não se exige 
capacidade postulatória para sua impetração, ou seja, qualquer pessoa, mesmo que não seja 
advogado ou não esteja sendo representada por um, pode impetrar o HC, nos termos do art. 654 
do CPP: 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu 
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
§ 1º A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e 
o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça 
de coação, as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou 
não puder escrever, e a designação das respectivas residências. 
Além disso, o Juiz poderá conceder a ordem de HC de ofício, nos termos do §2º do art. 654 do 
CPP. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
28. (CESPE – 2013 – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO) A capacidade postulatória para a 
impetração de habeas corpus para defender em juízo violação à liberdade de locomoção 
ilicitamente coactada ou ameaçada é atribuída a qualquer pessoa, bem como ao Ministério Público. 
COMENTÁRIOS 
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Item correto, pois o HC pode ser interposto por qualquer pessoa, mesmo que não seja advogado 
ou não esteja sendo representada por um, bem como poderá ser interposto pelo MP, nos termos 
do art. 654 do CPP: 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu 
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
29. (CESPE – 2014 – TJ/CE – TÉCNICO) Com relação a habeas corpus e seu processo, assinale a 
opção correta. 
A) A impetração do habeas corpus deve vir acompanhada de comprovante de pagamento das 
devidas custas judiciais do seu processamento. 
B) O promotor de justiça poderá impetrar habeas corpus caso entenda que o réu em processo 
penal esteja sofrendo constrangimento ilegal na sua liberdade de ir e vir. 
C) O pedido de habeas corpus, para ser conhecido e julgado, deve estar assinado por advogado 
regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
D) Somente é cabível o habeas corpus caso o paciente já esteja sofrendo violência ou coação em 
sua liberdade de ir e vir. 
E) Não é admitida a formulação de pedido de liminar em habeas corpus. 
COMENTÁRIOS 
A) ERRADA: Não há necessidade de pagamento prévio das custas no HC, nos termos do art. 654, 
§1º do CPP. 
B) CORRETA: O Promotor de Justiça pode impetrar HC em favor do réu, nos termos do art. 654 
do CPP. 
C) ERRADA: Não se exige que o impetrante esteja patrocinado por advogado, nos termos do art. 
654, §1º do CPP. 
D) ERRADA: Item errado porque também se admite o habeas corpus PREVENTIVO, ou seja, para 
evitar a ameaça ou coação na liberdade de locomoção, nos termos do art. 647 do CPP. 
E) ERRADA: É cabível a formulação de pedido de liminar, conforme entendimento doutrinário e 
jurisprudencial majoritário. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
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 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
 
01. (CESPE – 2017 – DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO) É cabível habeas corpus 
a) contra decisão que condene, unicamente, a pena pecuniária. 
b) contra decisão que tenha indeferido liminar em outro habeas corpus. 
c) caso se busque o reconhecimento da decadência. 
d) quando já extinta a pena privativa de liberdade. 
e) contra decisão ofensiva à legislação federal nos fundamentos da condenação criminal com pena 
privativa de liberdade. 
02. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) Qualquer pessoa tem 
legitimidade para impetrar habeas corpus, mas só o advogado regularmente inscrito na Ordem dos 
Advogados do Brasil tem capacidade postulatória para fazê-lo perante os tribunais superiores. 
03. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) No caso de suspeito preso em 
flagrante delito, o Ministério Público, como titular da ação penal, está impedido de impetrar habeas 
corpus, pois é sua a obrigação de iniciar o processo persecutório. 
04. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Na 
qualidade de titulares de seus cargos, o delegado de polícia, o promotor de justiça e o juiz de direito 
podem impetrar habeas corpus em favor de terceiros. 
05. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) 
Conforme a lei e a jurisprudência, não se admite liminar em habeas corpus, ainda que presentes o 
fumus boni iuris e o periculum in mora. 
06. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) 
Qualquer pessoa, quer se trate de brasileiro, quer de estrangeiro não residente no país, pode 
impetrar habeas corpus, devendo o writ ser redigido em português. 
07. (CESPE – 2015 – DPE-PE – DEFENSOR PÚBLICO) Com relação a habeas corpus e nulidades, 
julgue o item a seguir. 
Os tribunais superiores não mais têm admitido o manejo do habeas corpus originário como meio 
de impugnação substitutivo da interposição de recurso ordinário constitucional. 
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08. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) É possível a utilização de habeas 
corpus para questionar a condenação do acusado ao pagamento de multa, mesmo que não tenha 
sido imposta pena privativa de liberdade. 
09. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Em caso de empate na votação 
acerca da concessão da ordem de habeas corpus pelo órgão julgador, após a colheita de todos os 
votos dos seus integrantes presentes, prevalecerá o ato impugnado, mesmo que desfavorável ao 
paciente. 
10. (CESPE - 2010 - DETRAN-ES - ADVOGADO) Não cabe habeas corpus quando já extinta a 
pena privativa de liberdade. 
11. (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) A ação penal constitucional 
não condenatória de habeas corpus tem por finalidade evitar ou interromper violência à liberdade 
de locomoção por ato ilegal ou com abuso de poder perpetrado por agente público ou particular. 
12. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA - REGIONAL) É incabível 
habeas corpus em relação a decisão condenatória a pena exclusivamente de multa. 
13. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DA POLÍCIA FEDERAL - NACIONAL) 
Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este será renovado. 
14. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DA POLÍCIA FEDERAL - NACIONAL) 
Considera-se coaçãoilegal, passível de habeas corpus, a manutenção do acusado em cárcere 
quando houver cessado o motivo que autorizou a coação. 
15. (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No caso de habeas 
corpus repressivo, se o juiz verificar, antes do julgamento do pedido de liminar, que a coação ilegal 
já cessou, não poderá julgar prejudicado o pedido, devendo enfrentar o mérito, tendo em vista que 
a coação ilegal representa violação a direito humano fundamental e pode vir a se repetir. 
16. (CESPE - 2003 – DPE/AM – DEFENSOR) Após envolvimento em infração penal de menor 
potencial ofensivo, Tício foi encaminhado ao juizado especial criminal, onde o promotor de justiça 
requereu a abertura de inquérito policial em face da complexidade do caso, o que impediu a 
formulação imediata da denúncia. Posteriormente, foi oferecida, perante o juízo criminal da 
comarca, denúncia, que tramitou pelo rito sumário, findando pela absolvição. O assistente de 
acusação recorreu, e o recurso foi distribuído à turma recursal, que lhe deu provimento e condenou 
Tício a dois meses de detenção, pena substituída por prestação pecuniária à vítima. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
Se for impetrado habeas corpus contra a decisão condenatória, a competência para conhecer da 
ordem será do STJ. 
17. (CESPE - 2003 – DPE/AM – DEFENSOR) Após envolvimento em infração penal de menor 
potencial ofensivo, Tício foi encaminhado ao juizado especial criminal, onde o promotor de justiça 
requereu a abertura de inquérito policial em face da complexidade do caso, o que impediu a 
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formulação imediata da denúncia. Posteriormente, foi oferecida, perante o juízo criminal da 
comarca, denúncia, que tramitou pelo rito sumário, findando pela absolvição. O assistente de 
acusação recorreu, e o recurso foi distribuído à turma recursal, que lhe deu provimento e condenou 
Tício a dois meses de detenção, pena substituída por prestação pecuniária à vítima. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
Não deve ser conhecida ordem de habeas corpus que venha a ser impetrada já que, com a 
substituição da pena privativa de liberdade por prestação pecuniária, cessou o dano potencial à 
liberdade de locomoção. 
18. (CESPE - 2012 – PC/CE – INSPETOR) Julgue o item que se segue, em relação ao habeas 
corpus e aos entendimentos do STF a esse respeito. 
Não cabe habeas corpus nas hipóteses sujeitas à pena de multa, nos afastamentos dos cargos 
públicos por questões penais ou administrativas nem na preservação de direitos fundamentais que 
não a liberdade de locomoção de ir e vir, salvo manifesta teratologia a repercutir na liberdade de 
locomoção. 
19. (CESPE - 2012 – PC/CE – INSPETOR) Julgue o item que se segue, em relação ao habeas 
corpus e aos entendimentos do STF a esse respeito. 
A ausência de justa causa tanto pode ser condição para sustentar o trancamento de ação penal 
como para promover a soltura do réu. 
20. (CESPE - 2009 – DPE/AL – DEFENSOR) Em relação à revisão criminal, ao habeas corpus e à 
execução penal, julgue o próximo item. 
É incabível a ordem concessiva de habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade, 
ou contra decisão condenatória somente a pena de multa ou, ainda, em relação a processo em 
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
21. (CESPE - 2012 – TRE/RJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação ao habeas corpus e ao 
processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, julgue o próximo 
item. 
Ordenada a soltura do preso em virtude de ordem de habeas corpus, será condenada nas custas 
a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coação. 
22. (CESPE - 2012 – MPE/TO – PROMOTOR DE JUSTIÇA) A respeito do habeas corpus, assinale 
a opção correta. 
a) É admissível a impetração de habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, bem 
como para cessar constrangimento em processo por infração penal punível apenas com pena 
pecuniária. 
b) Em inquérito policial instaurado mediante requisição da autoridade judiciária, considera-se 
autoridade coatora o delegado de polícia responsável pela instauração do feito, porquanto podia 
deixar de cumprir a requisição. 
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c) Nos processos de habeas corpus, é obrigatória a concessão de vista ao representante do MP, 
seja no primeiro, seja no segundo grau de jurisdição. 
d) O habeas corpus do tipo liberatório, destinado a fazer cessar constrangimento ilegal já 
existente, pode ser impetrado por meio de petição anônima. 
e) Ordenada a soltura do paciente por força de habeas corpus, a autoridade, se tiver agido de má-
fé ou com abuso de autoridade, será condenada a pagar as custas do writ. 
23. (CESPE – 2010 – DETRAN-ES – ADVOGADO) Compete, originariamente, ao STF o 
julgamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais. 
24. (CESPE – 2012 – TJ-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Consoante atual entendimento dos 
tribunais superiores, a ação constitucional de habeas corpus, em substituição ao recurso ordinário, 
deverá ser ofertada no mesmo prazo deste. 
25. (CESPE – 2012 – TJ-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO) O habeas corpus somente deve ser 
impetrado por advogado, pois se trata de processo judicial. 
26. (CESPE – 2012 – PEFOCE – TODOS OS CARGOS) No caso de a pessoa presa 
preventivamente pretender interpor habeas corpus em seu próprio favor por excesso de prazo na 
prisão, hipótese em que ela mesma será impetrante e paciente, será dispensável a constituição de 
advogado para essa ação. 
27. (CESPE – 2013 – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) O habeas corpus pode ser 
impetrado, perante qualquer instância do Poder Judiciário, por qualquer pessoa do povo em favor 
de outrem, podendo, ainda, a autoridade judicial competente concedê-lo de ofício. 
28. (CESPE – 2013 – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO) A capacidade postulatória para a 
impetração de habeas corpus para defender em juízo violação à liberdade de locomoção 
ilicitamente coactada ou ameaçada é atribuída a qualquer pessoa, bem como ao Ministério Público. 
29. (CESPE – 2014 – TJ/CE – TÉCNICO) Com relação a habeas corpus e seu processo, assinale a 
opção correta. 
A) A impetração do habeas corpus deve vir acompanhada de comprovante de pagamento das 
devidas custas judiciais do seu processamento. 
B) O promotor de justiça poderá impetrar habeas corpus caso entenda que o réu em processo 
penal esteja sofrendo constrangimento ilegal na sua liberdade de ir e vir. 
C) O pedido de habeas corpus, para ser conhecido e julgado, deve estar assinado por advogado 
regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
D) Somente é cabível o habeas corpus caso o paciente já esteja sofrendo violência ou coação em 
sua liberdade de ir e vir. 
E) Não é admitida a formulação de pedido de liminar em habeas corpus. 
 
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 GABARITO 
 
1. ALTERNATIVA C 
2. ERRADA 
3. ERRADA 
4. ERRADA 
5. ERRADA 
6. CORRETA 
7. CORRETA 
8. ERRADA 
9. ERRADA 
10. CORRETA 
11. CORRETA 
12. CORRETA 
13. CORRETA 
14. CORRETA 
15. CORRETA 
16. ERRADA 
17. ERRADA 
18. CORRETA 
19. CORRETA 
20. CORRETA 
21. CORRETA 
22. ALTERNATIVA E 
23. ERRADA 
24. ERRADA 
25. ERRADA 
26. CORRETA 
27. CORRETA 
28. CORRETA 
29. ALTERNATIVA B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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