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1 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 2 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 aviso importante NFPSS Este material está protegido por direitos autorais (Lei nº 9.610/98), sendo vedada a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação ou conteúdo dele obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva à responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão reservados. Além da proteção legal, este arquivo possui um sistema GTH anti-tem- per baseado em linhas de identificação criadas a partir do CPF do usuário, gerando um código-fonte que funciona como a identidade digital oculta do arquivo. O código-fonte tem mecanismo autônomo de segurança e proteção contra descriptografia, independentemente da conversão do arquivo de PDF para os formatos doc, odt, txt entre outros. 3 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 NFPSS TJ/MS DIREITO ELEITORAL 1 - Dos órgãos da Justiça Eleitoral. Do Tribunal Superior Eleitoral. Dos Tribunais Regionais Eleitorais. Dos Juízes Eleitorais. Das Juntas Eleitorais. Composição e atribuições. Do Ministério Público Eleitoral. A Justiça Eleitoral exerce 4 funções: jurisdicional, administrativa, consultiva e regulamentar ou normativa. -FUNÇÃO NORMATIVA: em regra, o poder regulamentar é atribuído ao Poder Executivo, nos termos do art. 84, IV da Constituição Federal. Em matéria eleitoral, porém, tal função foi atribuída à Justiça Eleitoral. É exercida por meio de Resoluções, temporárias ou permanentes. Tendo poder meramente executivo, as resoluções não devem inovar o Ordenamento Jurídico com direitos e deveres primários, valendo aqui o mesmo raciocínio desenvolvido ao se examinar a distinção entre a função legislativa e a função administrativa normativa. Mesmo assim, podem se sujeitar ao controle de constitucionalidade. Art. 105, Lei nº 9.504/97: Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. Art. 1º, parágrafo único, do Código Eleitoral: O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução. -FUNÇÃO CONSULTIVA: o Código Eleitoral, em seus arts. 23, XII, e 30, VIII, admite que o TSE e os Tribunais Re- gionais Eleitorais manifestem-se, em consulta, diante de desvinculação a caso concreto, ou mesmo de alegada violação à lei e à Constituição, e sem que a manifestação tenha efeito vinculante. #SELIGA O Juiz Eleitoral NÃO tem competência para responder consultas. Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político; Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou par- tido político; 4 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: I - o Tribunal Superior Eleitoral; II - os Tribunais Regionais Eleitorais; III - os Juízes Eleitorais; IV - as Juntas Eleitorais. TSE TRE’s Art. 120 da CF: Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. § 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. Composição do TSE- MÍNIMO 7 membros eleitos 3 dentre os Ministros do STF 2 dentre os Ministros do STJ indicado pelo STF e nomeados pelo Pres idente da República 2 advogados Presidente Ministro do STF Vice- Presidente Ministro do STF Corregedor Eleitoral Ministro do STJ 5 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 § 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores Juízes Eleitorais Os juízes eleitorais são órgãos de primeiro grau da Justiça Eleitoral que exercem a jurisdição perante uma zona eleitoral. Os cargos são ocupados por magistrados estaduais. Na hipótese de existir, em uma determinada comar- ca, mais de um juiz, o cargo eleitoral será ocupado por um deles, por designação do TRE, de acordo com o critério da antiguidade. Esses juízes exercerão a jurisdição dentro do espaço geográfico da zona eleitoral. #OLHAOGANCHO Os juízes eleitorais possuem jurisdição no município? Não necessariamente. Os juízes eleito- rais exercem a jurisdição dentro do espaço geográfico delimitado pela zona eleitoral, ou seja, o município poderá ser dividido em várias zonas eleitorais ou pode ser abrangido por uma zona eleitoral que integre outros municípios. Art. 35. Compete aos juízes: I - cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do Regional; II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais; III - decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral, desde que essa competência não esteja atribuída privativamente a instância superior. IV - fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e presteza do serviço eleitoral; V - tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito, reduzindo-as a termo, e determinando as providências que cada caso exigir; VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de justiça que deve ter o anexo da escrivania eleitoral; VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores; IX- expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor. X - dividir a zona em seções eleitorais; XI- mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada seção, para remessa a mesa receptora, juntamente com a pasta das folhas individuais de votação; XII - ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municiais e comunicá-los ao Tribunal Regional; #NÃOCONFUNDA O registro e cassação de registro de candidatos a cargos municipais é competência do juiz eleitoral, que após decidir, deverá comunicar ao TRE. Já a competência para a cassação de registro de diretórios municipais de partidos políticos é atribuída ao TRE. XIII - designar, até 60 dias antes das eleições os locais das seções; 6 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 XIV - nomear, 60 dias antes das eleições, em audiência pública anunciada com pelo menos 5 dias de antecedência, os membros das mesas receptoras; XV - instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas funções; XVI - providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas mesas receptoras; XVII - tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleições; XVIII - fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados do alistamento, um certificado que os isente das sanções legais; XIX - comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos delegados de partidos credenciados, o número de eleitores que votarem emcada uma das seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de votantes da zona. #SELIGANASSÚMULAS Súmula 374 STJ: Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar a ação para anular débito decorrente de multa eleitoral. Súmula 368 STJ: Compete à Justiça comum estadual processar e julgar os pedidos de retificação de dados cadas- trais da Justiça Eleitoral. Juntas Eleitorais São órgãos colegiados de primeira instância, cuja constituição ocorre próxima à data do pleito eleitoral. Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente, e de 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade. Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 dias antes da eleição, depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também designar-lhes a sede. #ATENÇÃO - Não podem ser nomeados membros das juntas: • candidatos, seus cônjuges ou parentes até 2º grau; • membros de diretorias de partidos políticos; • autoridades e agentes policiais; • funcionários que exerçam cargo de confiança no Executivo; • quem pertencer ao serviço eleitoral Art. 40. Compete à Junta Eleitoral: 7 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 I - apurar, no prazo de 10 dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição. II - resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração; III - expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 178; IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais. 3 - Do Sistema Eleitoral: Sistema Majoritário e Sistema Proporcional. Sistema eleitoral corresponde aos critérios utilizados para apontar os vencedores em um processo eleitoral, tendo em vista a legitimidade do voto. No Brasil, adotam-se o sistema majoritário e o sistema proporcional, a depender do cargo para o qual se realizam as eleições. SISTEMA MAJORITÁRIO SISTEMA PROPORCIONAL O mandato eletivo fica com o candidato ou parti- do político que obteve a maioria dos votos. Ganha o candidato mais votado, independentemente dos votos de seu partido. Pode ser absoluto ou simples: - Sistema majoritário simples ou relativo: consi- dera-se eleito o candidato mais votado, sem se levar em consideração a soma total destinada aos demais candidatos. Realiza-se sempre em um turno. Aplica- -se às eleições para Prefeito e vice-Prefeito, em municípios com até 200.000 eleitores, nos termos dos arts. 83 do Código Eleitoral, 29, II, da CF/1988 e 3º da Lei nº 9.504/1997, e às eleições para o Sena- do, segundo o art. 46 da CF/1988 e também o art. 83 do Código Eleitoral. - Sistema majoritário absoluto: requer que o can- didato eleito some mais da metade dos votos váli- dos. A maioria é obtida pela metade dos votos válidos mais um. Se o primeiro colocado não ob- tiver desde logo essa votação, os dois candidatos mais votados devem passar ao segundo turno, momento em que será escolhido o que tiver a maior quantidade de votos. Se remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. É aplicável nas eleições para Presidente e Vice-Presidente da República (arts. 77 da CF/1988 e 2º da Lei nº 9.504/1997), Go- vernador e Vice-Governador (arts. 28 da CF/1988 e da Lei nº 9.504/1997) e para Prefeito e Vice- -Prefeito, em relação a municípios com mais de 200.000 eleitores (arts. 29, II, da CF/1988 e 3º, § 2º, da Lei nº .504/1997). O sistema proporcional é mais complexo e requer a realização de três ou até quatro cálculos sucessivos. Leva em consideração a soma dos votos válidos na eleição, os votos totais atribuídos aos partidos ou coligações, o número de vagas a preencher e os vo- tos atribuídos aos candidatos (sistema proporcional de lista aberta). Terminada a votação, divide-se o total de votos váli- dos pelo número de cargos em disputa, obtendo-se assim o quociente eleitoral. Ex: na eleição para ve- reador houve 100 mil votos válidos e eram 20 vagas. Logo, o quociente eleitoral será 5 mil (100.000 : 20 = 5.000). Em seguida, pega-se os votos de cada partido e di- vide-se pelo quociente eleitoral, obtendo-se assim o número de eleitos de cada partido (quociente parti- dário). Ex: o Partido X e seus candidatos tiveram 20 mil votos. Esses 20 mil serão divididos pelo quocien- te eleitoral (5 mil). Logo, esse partido terá direito a 4 vagas de Vereador (20.000 : 5.000 = 4). Os candidatos mais bem votados desse partido irão ocupar tais vagas. É adotado nas eleições para os membros da Câma- ra dos Deputados (arts. 45 da CF/1988 e 84 do Có- digo Eleitoral), das Assembleias Legislativas (art. 27, § 1º, da CF/1988, art. 84 do Código Eleitoral) e das Câmaras Municipais (art. 84 do Código Elei- toral). 8 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 2- Do Alistamento Eleitoral: ato e efeitos da inscrição, transferência e encerramento. Cancelamento e exclusão do eleitor. Do domicílio eleitoral. 4 - Do registro de candidatos. Elegibilidade e inelegibilidade. Impugnação de registro de candidatos. 14 - Lei Complementar nº 64/90 e Lei Complementar nº 86/96. DIREITOS POLÍTICOS Os direitos políticos podem ser conceituados como os direitos de participação na vida política do Estado. Essa participação pode se dar de duas formas: - Direito de votar (ius suffragii, capacidade eleitoral ativa, cidadania ativa ou franquia eleitoral); - Direito de ser votado (ius honorum, capacidade eleitoral passiva, cidadania passiva). A Constituição Federal, em seu art. 15, veda expressamente a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só admite nas hipóteses que enumera taxativamente, a saber: a) cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; b) incapacidade civil absoluta (cuja expressão se esvaziou de significado com alteração do art. 3º, do CC); c) condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; d) recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa; e) improbidade administrativa. #ATENÇÃO Cassação é termo ligado à retirada arbitrária, sem motivação adequada, dos direitos políti- cos, podendo invocar-se razões genéricas como “interesse público”, “interesse da nação”. A perda dos direitos políticos ocorre quando há definitividade na retirada dos direitos. A suspensão, por seu turno, importa apenas o afastamento temporário desses direitos. A Constituição não distingue os casos nos quais pode ocorrer a perda ou a suspensão dos direitos políticos. Apesar de divergências, tem prevalecido o entendimento de que apenas o primeiro caso (cancelamento da naturalização) é de perda de direitos políticos. Todos os demais correspondem a hipóteses de suspensão. #NÃOCONFUNDA SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS INELEGIBILIDADE PELA PRÁTICA DE CRIMES Atinge a capacidade eleitoral ativa (direito de votar) e passiva (direito de ser votado) Atinge apenas a capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado) Condenação criminal transitada em julgado Decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado (tribunal de júri inclusive) 9 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Apenas a partir do trânsito em Julgado A partir de decisão condenatória colegiada Qualquer crime, inclusive contravenção Alguns crimes específicos, excepcionando em relação a todos os enumerados pela lei, os culposos e aqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, assim como os crimes de ação penal privada Duração: enquanto durarem os efeitos da condenação Desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 anos -CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE: são pré-requisitos para candidatura a cargos eletivos, sendo as inelegibilida- des restrições à capacidade eleitoral passiva. Estas são, portanto, requisitos negativos, causas de impedimento que o indivíduo não pode ter caso pretenda se candidatar. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE Nacionalidade brasileira (art. 12, §3º, da CF) Pleno exercício dos direitos políticos Alistamento eleitoral Domicílio eleitoral na circunscriçãoFiliação partidária Idade mínima -CAUSAS DE INELEGIBILIDADE: CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS DE INELEGIBILIDADE: 1) Constitucionais e infraconstitucionais: As causas de inelegibilidade estão previstas em dois níveis normativos: a Constituição (art. 14, §§ 4º a 7º e 9º, da CF/1988), e a lei complementar, no caso a LC nº 64/1990. As inelegibilidades constitucionais podem ser arguidas a qualquer momento, ao passo que as infraconstitucionais estão sujeitas à preclusão. Dessa forma, as inelegibilidades constitucionais podem ser discutidas, num primeiro momento, por meio da Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (art. 3º da LC nº 64/1990), ou, caso não sejam apontadas nessa ocasião, podem ser questionadas pelo Recurso contra Diplomação (art. 262 do CE). Art. 262, CE. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos casos de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta de condição de elegibilidade. 2) Prévias e supervenientes: Inelegibilidades prévias são aquelas já existentes no momento do pedido do registro de candidatura. Diante da formulação do pedido de registro de candidatura, um dos pontos a serem examinados para seu deferimento é exatamente a inexistência de causas de inelegibilidade, tanto que essa é uma das causas de pedir da Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (art. 3º da LC nº 64/1990). Contudo, podem surgir inelegibilidades supervenientes, em momento no qual o pedido de registro de candidatura já tenha inclusive sido deferido. #DEOLHONASÚMULA: Súmula 47 do TSE: A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra expedição de diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito. 10 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 3) Imanentes (inatas) ou cominadas: Imanentes (ou inatas) são aquelas inelegibilidades que não decorrem da prática de ilícito, como é o caso das incompatibilidades e do analfabetismo. Cominadas são aquelas que decorrem da prática de uma infração e têm caráter sancionatório. 4) Absolutas ou relativas: Absolutas são as inelegibilidades abrangentes a todos os cargos, como é o caso do analfabetismo e de todas as inelegibilidades referidas no inciso I do art. 1º da LC nº 64/1990, tanto que consta do caput de referido texto normativo, ao enumerar as 17 hipóteses de inelegibilidade, serem aplicáveis “I – para qualquer cargo (...)”. Relativas são aquelas inelegibilidades referentes ao exercício de apenas alguns cargos, como a inelegibilidade decorrente de parentesco do filho de prefeito às eleições no Município respectivo (mas não às eleições gerais) e aquelas originadas de motivos funcionais, anunciadas conforme art. 1º, II a VII, da LC nº 64/1990. 5) Diretas ou reflexas: Direta é a inelegibilidade cujo impedimento atinge a própria pessoa detentora da qualidade indesejada, ocupante do cargo gerador da incompatibilidade ou praticante do ato violador do princípio da moralidade, considerada a vida pregressa. Por exemplo, é inelegibilidade direta o impedimento do chefe do executivo para concorrer a qualquer outro cargo, assim como o analfabetismo. Reflexa é a inelegibilidade gerada em relação a terceiro e por este suportada. Por exemplo, trata-se de inelegibilidade reflexa o impedimento do filho do Prefeito em exercício para concorrer a Vereador (salvo se já titular de mandato eletivo) ou a Prefeito. 6) Incompatibilidades e desincompatibilização: Além das inelegibilidades propriamente ditas, existem as denominadas incompatibilidades, que consistem na impossibilidade do exercício simultâneo de dois cargos, em face de regra expressa da Constituição Federal ou da LC nº 64/1990 (art. 1º, II a VII). Assim, pode-se afirmar que incompatibilidades são inelegibilidades relacionadas ao exercício de um cargo, caso o titular dele não se afaste no prazo estabelecido. As incompatibilidades podem atingir o próprio titular (diretas) ou podem atingir outra pessoa que com ele tenha relação de parentesco ou conjugal (reflexas). Para afastar a incompatibilidade, faz-se necessária a desincompatibilização, que consiste exatamente no afastamento do cargo, para possibilitar a candidatura do titular do cargo ou de parente ou cônjuge. Inelegibilidades constitucionais: a) Inalistáveis e analfabetos: Inalistáveis são os estrangeiros e os conscritos. Segundo a doutrina, a enumeração dessas situações como cau- sas de inelegibilidade é de certa forma desnecessária, uma vez que o alistamento é requisito para a aquisição não só da capacidade eleitoral ativa, mas também da capacidade eleitoral passiva, e se somente pode tentar eleger-se aquele que pode votar, é evidente que ser inalistável representa um impedimento. Quanto aos analfabetos, sua análise deve ser feita considerando-se o caráter restritivo das causas de inele- gibilidade e as peculiaridades da sociedade brasileira, em que muitas pessoas têm um domínio precário do alfabeto. 11 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 b) Reeleição – inelegibilidade para terceiro mandato de Chefe de Executivo: O texto constitucional foi modificado pela EC nº 16/1997, para admitir a reeleição nos seguintes termos: Art. 14, § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. A Constituição, ao admitir a reeleição para o segundo mandato, cria vedação para o terceiro, daí a inelegibilidade para o terceiro mandato. Além disso, a vedação apenas se restringe a mandatos consecutivos. Atenção: isso só se aplica ao Chefe do Poder Executivo. Os membros do Poder Legislativo não se sujeitam ao texto normativo em questão. #OLHAOGANCHO O que são os chamados “Prefeitos itinerantes”? Tal expressão diz respeito a Prefeitos que, buscando fugir à aplicação da norma proibidora de terceiro mandato, tentavam a candidatura em município diverso. Como o escopo da norma é evitar a perpetuação no poder, a Jurisprudência firmou o entendimento de que somente é possível eleger-se para o cargo de Prefeito municipal, por duas vezes consecutivas. Entende o Supremo, que o cidadão que exerce dois mandatos consecutivos em determinado Município fica in- elegível para o cargo da mesma natureza em qualquer outro Município da federação. Do contrário, seria admitir que o candidato pudesse se valer de forma aparentemente lícita, para alcançar objetivos vedados pelo ordenamento, até porque muitas vezes Municípios próximos sofrem forte influência política uns dos outros. c) Incompatibilidade do Chefe do Executivo para disputar outro cargo: Ainda nos termos da Constituição Federal (CF/1988, art. 14, § 6º), sujeita-se à incompatibilidade o Chefe do Executivo municipal, estadual ou federal que queira concorrer a outro cargo. Essa incompatibilidade, ao con- trário do que se dá em relação à vedação quanto à reeleição, não se estende aos Vices, a não ser que tenham exercido o mandato como titular nos seis últimos meses. Para desincompatibilizar-se, deve o Chefe do Executivo renunciar ao cargo até seis meses antes do pleito. Re- nunciar equivale a se afastar definitivamente, sem possibilidade de retorno após o fim das eleições. E é importante atentar: a desincompatibilização somente é exigida, caso o Chefe do Executivo intente a eleição para outro cargo. Ou seja, não se aplica diante da pretensão de reeleição. #ESQUEMATIZANDO CARGO OCUPADO PRETENDE TENTAR A ELEIÇÃO PARA NECESSIDADE DE DESINCOMPABILIZAÇÃO Chefe do Executivo ou quem o houver sucedido, ou substituído no curso do mandato, nos seis meses antes do pleito Outro cargo SIM. Precisa renunciar (afastamento definitivo). Chefe do Executivo Mesmo cargo NÃO 12 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Vice Mesmo cargo NÃO Vice Outro cargo NÃO Membro do Legislativo (Senador, Deputado Federal, DeputadoEstadual, Vereador) Mesmo cargo ou outro cargo NÃO d) Inelegibilidade reflexa: De acordo com o art. 14, § 7º, da Constituição, são ainda inelegíveis, no território da jurisdição do titular (1), o cônjuge (2) ou parentes, consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção (3), do Presidente, Go- vernador dos Estados ou do Distrito Federal, Prefeito ou de quem os haja substituído dentro de seis me- ses antes do pleito (4), salvo se já seja detentor de mandato eletivo e candidato à reeleição (5). Trata-se da chamada inelegibilidade reflexa. Para afastá-la, deve o titular se desincompatibilizar até seis meses antes do pleito. #DEOLHONATABELA O cônjuge, parentes e afins até o 2º grau do... Não poderão candidatar-se a... PREFEITO Vereador e/ou prefeito do mesmo Município. GOVERNADOR Qualquer cargo no mesmo Estado, ou seja: • vereador ou prefeito de qualquer município do respectivo Estado; • deputado estadual e governador do mesmo Estado; • deputado federal e senador nas vagas do próprio Estado; PRESIDENTE Qualquer cargo eletivo no país (municipal, estadual ou federal). #SELIGANASÚMULA Súmula vinculante 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. #DEOLHONOSTF A inelegibilidade do art. 14, § 7º, da Constituição NÃO ALCANÇA o cônjuge supérstite (sobre- vivente, viúvo) quando o falecimento tiver ocorrido no primeiro mandato, com regular sucessão do vice-prefeito, e tendo em conta a construção de novo núcleo familiar. A Súmula Vinculante 18 do STF não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges. STF. Plenário. RE 758461/PB, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 22/5/2014 (repercussão geral) (Info 747). As hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 14, § 7º, da CF, inclusive quanto ao prazo de seis meses, são aplicáveis às eleições suplementares. STF. Plenário. RE 843455/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 7/10/2015 (repercussão geral) (Info 802). 13 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 #ATENÇÃO A jurisprudência interpreta conjuntamente o art. 14, § 5º, da CF/1988, com o art. 14, § 7º, da CF/1988. Da interpretação sistêmica de ambos os dispositivos, decorre que o cônjuge ou parente não pode tentar a eleição para o cargo de Chefe de Executivo, a não ser que esse seja reelegível e, ainda assim, requeira a desincompatibilização seis meses antes do pleito. A finalidade dessa semântica é evitar a perpetuação de membros de uma mesma família no cargo de Chefe do Executivo, para o qual se espera oxigenação, em respeito ao princípio republicano. Ou seja, admite-se que o cônjuge ou familiar se candidate ao mesmo cargo de chefe do executivo, desde que o titular se desincompatibilize seis meses antes, e desde que seja reele- gível. #DEOLHONAJURIS Condição de elegibilidade e comprovação até a diplomação Alterações fáticas e jurídicas nas condições de elegibilidade podem ser comprovadas até a data da diplomação. Esse foi o entendimento deste Tribunal ao julgar recurso especial eleitoral interposto de indeferimento do registro de candidato ao cargo de deputado estadual, em razão do cancelamento de sua inscrição eleitoral, por não ter comparecido ao processo de revisão eleitoral. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral, a recorrente não estava com sua inscrição eleitoral regular, ou seja, não preenchia uma das condições de elegibilidade (art. 14, § 3º, III, da CF), o que obstava o deferimento do seu registro de candidatura ao cargo de deputado estadual. O relator, Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, esclareceu que a controvérsia reside no alcance da norma inscrita no § 10 do art. 11 da Lei nº 9.504/1997, que assim dispõe: § 10. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, res- salvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade. Em seguida, consignou que a Súmula nº 43/TSE prevê que o disposto no referido artigo também será aplicado às condições de elegibilidade. Acrescentou que o atual entendimento deste Tribunal Superior é no sentido de que “as alterações fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem a inelegibi- lidade podem ser conhecidas, tanto nas instâncias ordinárias como nas instâncias extraordinárias, até a data da diplomação dos candidatos eleitos” (RO nº 0600295-95/AL; AgR-RO nº 0600427-28/AP; AgR-REspe nº 126-92/MA). E, nesse ponto, relatou que a recorrente procedeu à regularização de sua inscrição eleitoral em 7.11.2018, após a interposição do recurso especial, mas em momento anterior à diplomação. Assim, ao aplicar o entendimento sumulado, votou pelo provimento do recurso e pelo deferimento do registro de candidatura da recorrente. A inelegibilidade prevista no art. 14, § 7º, da CF é restrita ao território de jurisdição do titular Para as eleições de 2016, o TSE entende que o cônjuge e os parentes de prefeito em segundo mandato são elegíveis em outra circunscrição eleitoral, ainda que em município vizinho, desde que este não resulte de des- membramento, incorporação ou fusão realizada na legislatura imediatamente anterior ao pleito. 14 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Dito de outro modo, a inelegibilidade reflexa está adstrita ao território de jurisdição do chefe do Poder Executivo e, por conseguinte, não abarca município adjacente. Trata-se de recurso especial eleitoral interposto de acórdão do TRE que deferiu o pedido de registro de candi- data eleita ao cargo de prefeito nas eleições de 2016. Destaca-se que a recorrida é cônjuge de prefeito – eleito em 2008 e reeleito em 2012 – de município vizinho ao qual foi eleita. Os recorrentes alegam, em síntese, que o § 7º do art. 14 da CF deve ser interpretado de forma sistemática, de modo a impedir a eleição do cônjuge ou do parente no território em que o titular exerça influência político-ad- ministrativa – o que abarcaria os municípios vizinhos –, e não apenas no território de sua jurisdição, visando inibir a perpetuação de grupos familiares no poder. (...) O Ministro Luís Roberto Barroso, relator, esclareceu que a controvérsia cinge-se a saber se a inelegibilidade re- flexa por parentesco, prevista na Constituição Federal, impede que o cônjuge e os parentes do chefe do Poder Executivo se candidatem não apenas no território de jurisdição do titular, mas também em municípios vizinhos onde ele exerça influência política. Em seu voto, o relator lembrou que o Supremo Tribunal Federal, sob o regime da repercussão geral (RE nº 637485, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 1º.8.2012), entendeu que o art. 14, § 5º 1, da Constituição Federal deve ser interpretado no sentido de que a proibição da segunda reeleição torna inelegível para o cargo de chefe do Poder Executivo o cidadão que já exerceu dois mandatos consecutivos em cargo da mesma natureza, ainda que em ente da Federação diverso. Todavia, afirmou que o entendimento do STF a respeito da inelegibilidade do “prefeito itinerante” não pode ser aplicado, automaticamente, ao caso de inelegibilidade reflexa, haja vista que o precedente da Corte Suprema conferiu interpretação ao art. 14, § 5º, da CF/1988, enquanto a demanda em análise se fundamenta no art. 14, § 7º, da Lei Fundamental. Desse modo, asseverou não ser possível aplicar, por simples analogia, as conclusões daquele precedente ao caso dos autos. Ressaltou que a jurisprudência deste Tribunal Superior é no sentido de que o cônjuge e os parentes de prefeito reeleito são elegíveis para o mesmo cargo em outra circunscrição eleitoral, ainda que em município vizinho, desde que este não resulte de desmembramento, incorporação ou fusão realizada na legislatura imediatamente anterior ao pleito. Acrescentou que essa compreensão foi reafirmada para as eleições de 2016 no AgR-REspe nº 220-71/SE,rel. Min. Luciana Lóssio, julgado em 8.3.2017. Ao privilegiar o direito à elegibilidade e balizado na jurisprudência desta Corte, concluiu que a vedação ao ter- ceiro mandato consecutivo familiar, prevista no art. 14, § 7º, da CF/1988, limita-se ao território de jurisdição do titular. Ao final, ponderou que eventual revisão de jurisprudência não poderia ser aplicada ao feito em análise. Ao proferir voto, com base no princípio da segurança jurídica, o Ministro Edson Fachin acompanhou o relator, para aplicar ao caso concreto a jurisprudência já consolidada para as Eleições 2016. No entanto, sinalizou que, para os pleitos posteriores a 2016, promoverá análise verticalizada da matéria, no intuito de conferir nova leitura ao § 7º, que, na sua visão, não adota percepção minimalista de território circunscrita a município e nem mesmo à noção física. Recurso Especial Eleitoral nº 19257, Barra de Santo Antônio/AL, rel. Min. Luís Roberto Barroso, julgado em 13.6.2019. 15 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Inelegibilidades infraconstitucionais e a LC 64/1990: Em seu art. 1º, inciso I, a LC 64/90 traz, em 17 alíneas, as chamadas inelegibilidades absolutas, aplicáveis a todos os cargos. Nos demais incisos do mesmo artigo (incisos II a VII), anuncia inelegibilidades relativas, aplicáveis a cargos específicos, como, por exemplo, a de um Chefe de Gabinete Civil de Estado para concorrer ao cargo de Governador do mesmo Estado. A lei aponta como causa de inelegibilidade a condenação por alguns crimes, a contar de decisão condenatória colegiada, estendendo-se pelo prazo de oito anos após o cumprimento da pena. Entre esses crimes, estão, nos termos do art. 1º, I, e, da LC nº 64/1990 os seguintes: 1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que re- gula a falência; 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; 6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo; 9. contra a vida e a dignidade sexual; e 10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando; A lei excepciona, porém, os crimes culposos e aqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, assim como os crimes de ação penal privada. Vejamos: Art. 1º, § 4º, da LC nº 64/1990: “A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada”. Em relação especificamente aos crimes eleitorais, excepciona-se, ainda, nos termos do art. 1º, I, “e”, aqueles para os quais a lei não comine pena privativa de liberdade. 16 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 #DEOLHONATABELA PESSOA ATINGIDA PELA INELEBILIDADE PRAZO DE INELEGIBILIDADE Parlamentares que tenham perdido os mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II do artigo 55 da CF. Período remanescente do mandato + 8 anos Governador, Vice, Prefeito e Vice que perderem cargo por contrariar a Constituição Estadual e Lei Orgânica. Período remanescente do mandato + 8 anos Os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político Eleição na qual concorrem + 8 anos Condenados por crimes definidos em lei com trânsito em julgado ou decisão de órgão colegiado: São os crimes: 1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; 6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo; 9. contra a vida e a dignidade sexual; e 10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando #ATENÇÃO: esta inelegibilidade não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada. Desde a condenação até prazo de 8 anos após o cumprimento da pena Declarados indignos do oficialato 8 anos contados da decisão Não tiveram as contas aprovadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição 8 anos contados da decisão. Detentores de cargo na administração direta, indireta ou fundacional que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, caso se beneficiem pelo abuso de poder político ou econômico Eleição na qual concorrem + 8 anos Os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade Enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade. 17 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma 8 anos a conta da eleição O Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou do Município. Período remanescente do mandato + 8 anos Os que forem condenados a suspensão de direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito. Desde a condenação até prazo de 8 anos após o cumprimento da pena. Os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional competente, em decorrência de infração ético- profissional, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário. 8 anos Os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade. 8 anos após a decisão que reconhecer a fraude Os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processoadministrativo ou judicial, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário 8 anos contados da decisão. A pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral. 8 anos contados da decisão. Magistrados e membros do MP aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar. 8 anos #DEOLHONAJURIS É possível aplicar o prazo de 8 anos de inelegibilidade, introduzido pela LC 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), às condenações por abuso de poder, mesmo nos casos em que o processo já tinha transitado em julgado quando a Lei da Ficha Limpa entrou em vigor. O fato de a condenação nos autos de representação por abuso de poder econômico ou político haver transitado em julgado, ou mesmo haver transcorrido o prazo da sanção de três anos, imposta por força de condenação pela Justiça Eleitoral, não afasta a incidência da inelegibilidade constante da alínea “d” do inciso I do art. 1º da LC 64/90, cujo prazo passou a ser de 8 anos. Exemplo: em 2009, João, político, foi condenado em Ação de In- vestigação Judicial Eleitoral, pela prática de abuso de poder político. Naquela época não havia ainda a Lei da Ficha Limpa. Vigorava a redação originária do art. 1º, I, “d”, da LC 64/90. Logo, a Justiça Eleitoral determinou que 18 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 João ficasse inelegível por 3 anos. O processo transitou em julgado em 10/09/2010 e João cumpriu os 3 anos de inelegibilidade, conforme havia sido determinado. Nas eleições de 2016, já imaginando que estaria livre da ine- legibilidade, ele tentou concorrer ao cargo de Prefeito, apresentando requerimento de registro de candidatura. Ele não pode concorrer. Isso porque, em 2010, a Lei da Ficha Limpa aumentou a punição prevista no art. 1º, I, “d”, da LC 64/90 de 3 para 8 anos. Mesmo a Lei da Ficha Limpa tendo entrado em vigor após o fato praticado por João, este novo diploma deve ser aplicado ao caso concreto. Logo, a inelegibilidade de João, que era de 3 anos (e que acabou em 2012 = 3 + 2009), subiria para 8 anos (e a inelegibilidade perduraria até 2017 = 8 + 2009). STF. Plenário. ARE 1180658 AgR/RN, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 10/9/2019 (Info 951). Condenação criminal em competência originária e inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I do art. 1º da LC nº 64/1990 A decisão criminal condenatória proferida por órgão judicial colegiado no exercício de sua competência orig- inária atrai a incidência da causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da Lei Complementar nº 64/1990. Trata-se de recurso ordinário interposto do indeferimento do registro de candidato ao cargo de deputado estad- ual, em razão da inelegibilidade atraída pela condenação em crime contra a administração pública (art. 316 do Código Penal). O recorrente afirmou que foi condenado pelo TRE em ação penal originária decorrente do foro de prerrogativa de função, por exercer, à época dos fatos, o mandato de deputado estadual. Alegou que essa condenação em ação originária pelo Colegiado não teria o condão de atrair a inelegibilidade da referida alínea e, sob o argumento de que representaria ofensa à ampla defesa. O Ministro Admar Gonzaga, relator, asseverou que não se pode confundir colegialidade com duplo grau de jurisdição. Assim, frisou que condenação por órgão colegiado enseja inelegibilidade, ainda que pro- ferida em sede de competência originária. Em contraponto ao que alegado pelo recorrente, ao acompanhar o relator, o Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto afirmou que a legislação prevê como requisito para incidên- cia da inelegibilidade apenas que a decisão condenatória seja proferida por órgão colegiado, não fazendo alusão a duplo grau de jurisdição. Eleições 2018. Registro. Candidato a deputado estadual. Decisão regional. Deferimento. Recurso ordinário. In- elegibilidade. Art. 1º, i, l, da Lei Complementar 64/90. Ato doloso de improbidade administrativa. Dano ao erário e enriquecimento ilícito. Exigência cumulativa dos requisitos. Inocorrência. Acórdão condenatório em ação de improbidade que não evidencia o enriquecimento ilícito. [...] 2. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, fir- mada nas Eleições de 2012 e reafirmada nos pleitos subsequentes (2014, 2016 e, ainda, 2018), é no sentido de que a incidência da inelegibilidade descrita no art. 1º, I, l, da Lei Complementar 64/90 demanda condenação judicial, transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, na qual se imponha a penalidade de suspensão dos direitos políticos, por ato doloso de improbidade administrativa que importe cumulati- vamente dano ao erário e enriquecimento ilícito. 3. Em face da condenação por improbidade administrativa, decorrente de contratação pelo candidato, então Chefe do Poder Executivo, de parentes, sem concurso público e mediante desvirtuamento da ocupação de cargos efetivos com adequação de nomenclatura de cargo em comissão, é possível extrair o requisito alusivo ao enriquecimento ilícito de terceiros, em face das circunstâncias 19 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 alusivas à frustração da realização do concurso público e da assentada vulneração do princípio da eficiência administrativa, evidenciando-se a configuração da causa de inelegibilidade do art. 1º, I, l, da Lei Complementar 64/90.[...] Ac de 19.12.2018 no RO 060417529, rel. Min. Admar Gonzaga. 8 - Dos partidos políticos: registro e funcionamento partidário. Da filiação partidária. Das finanças e contabilidade dos partidos. Prestação de contas. → EC 97/2017: ALTERAÇÃO 01: PROIBIÇÃO DE COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS REDAÇÃO ANTERIOR REDAÇÃO ATUAL (DADA PELA EC 97/2017) Art. 17. (...) § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. Art. 17 (...) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. Reparem que, além de proibir a realização de coligações em eleições proporcionais, o novo § 1º do art. 17 prevê expressamente que os partidos políticos gozam de autonomia para estabelecer regras sobre escolha, forma- ção e duração de seus órgãos permanentes e provisórios. #ESQUEMATIZANDO ANTES DA EC 97/2017 DEPOIS DA EC 97/2017 (ATUALMENTE) Era permitida a realização de coligações partidárias tanto para eleições majoritárias como também proporcionais. Atualmente só se permite coligação partidária para eleições majoritárias. 20 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Essa era a redação vigente da Lei nº 9.504/97: Art. 6º É facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações para eleição majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste último caso, formar-se mais de uma coligação para a eleição proporcional dentre os partidos que integram a coligação para o pleito majoritário. O § 1º do art. 17 da CF/88 foi alterado pela EC 97/2017 epassou a prever que é vedada a celebração de coligações nas eleições proporcionais. Com isso, o art. 6º da Lei nº 9.504/97 não foi recepcionado pela EC 97/2017. #ATENÇÃO A EC nº 97/17, respeitando o princípio da anualidade ou da anterioridade, previu que: “Art. 2º A ve- dação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das eleições de 2020.” Nas assembleias legislativas, Câmara Distrital (DF) e na Câmara dos Deputados será aplicável a partir das eleições de 2022. ALTERAÇÃO 02: FUNDO PARTIDÁRIO E ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E À TELEVISÃO A EC 97/2017 criou uma cláusula de barreira (ou de desempenho) prevendo que os partidos somente terão acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão se atingirem um patamar mínimo de candidatos eleitos. Confira: REDAÇÃO ANTERIOR REDAÇÃO ATUAL (DADA PELA EC 97/2017) Art. 17. (...) § 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. Art. 17 (...) § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas; ou II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. Foi ainda incluído o § 5º, para disciplinar a situação do candidato eleito pertencente a partido que não preencher os requisitos em questão, nos seguintes termos: § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo 21 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. Ex: João é eleito Deputado Federal pelo PNCO (Partido Nanico). Ocorre que o PNCO não elegeu 15 Deputados Federais. Logo, João poderá mudar para o PMDB, por exemplo, não levando consigo essa filiação para fins de aumentar os recursos do fundo partidário e do tempo de rádio e TV para o partido de destino. Vale ressaltar que a norma do art. 17, § 3º, com essa redação somente aplicar-se-á a partir das eleições de 2030. Até lá, a questão será disciplinada por regras de transição que estão apenas no corpo da Emenda Constitucional, não incorporadas ao texto da Carta Magna. As regras impõem percentual gradativo de votos válidos, a cada elei- ção (2018, 2022, 2026), para que os partidos políticos possam se adaptar paulatinamente. #OLHAOGANCHO Segundo o art. 44 da Lei nº 9.096/95, os recursos oriundos do Fundo Partidário serão uti- lizados pelos partidos políticos para: I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a qualquer título, observa- do, do total recebido, os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) a) 50% para o órgão nacional; b) 60% para cada órgão estadual e municipal; II - na propaganda doutrinária e política; III - no alistamento e campanhas eleitorais; IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, vinte por cento do total recebido. V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação, por instituto com personalidade jurídica própria presidido pela Secretária da Mulher, em nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% do total; (Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019) VI - no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado; VII - no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes; VIII - na contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços para atuação jurisdicional em ações de controle de constitucionalidade e em demais processos judiciais e administrativos de interesse partidário, bem como nos litígios que envolvam candidatos do partido, eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao pro- cesso eleitoral; (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019) IX - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019) X - na compra ou locação de bens móveis e imóveis, bem como na edificação ou construção de sedes e afins, e na 22 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 realização de reformas e outras adaptações nesses bens; (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019) XI - no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com provedor de aplicação de inter- net com sede e foro no País, incluída a priorização paga de conteúdos resultantes de aplicações de busca na inter- net, mediante o pagamento por meio de boleto bancário, de depósito identificado ou de transferência eletrônica diretamente para conta do provedor, o qual deve manter conta bancária específica para receber recursos dessa natureza, proibido nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores à eleição. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019) LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS (LEI Nº 9.096/95) #NOVIDADELEGIS Alterações operadas na Lei dos Partidos Políticos pelas leis nº 13.831 e 13.877 de 2019, dentre outras: 1 – Prazo de vigência dos diretórios provisórios de partidos políticos; 2 – Dispensa de prestação de contas quando o diretório municipal não movimentar recursos; 3 – Proibição de inscrição dos dirigentes partidários no CADIN; 4 – Responsabilidade dos dirigentes partidários em caso de desaprovação das contas; e 5 – Regras sobre aplicação dos recursos nos programas de participação da mulher na política. DISPOSITIVO ALTERADO A NOVIDADE Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento. § 1º. É assegurada aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para definir o cronograma das atividades eleitorais de campanha e executá- lo em qualquer dia e horário, observados os limites estabelecidos em lei. Detalhamento da autonomia dos partidos Com a inclusão do §2º no art. 3º, a lei dos Partidos Políticos passou a prever expressamente a autonomia partidária para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros dos seus órgãos. Isso porque o TSE havia fixado em 4 anos o prazo máximo de duração dos mandatos dos dirigentes partidários. Isso desagradou os partidos, que gostariam de ter liberdade para determinar, por meio dos regimentos internos, o prazo de duração dos mandatos. Em 2018, a nova resolução do TSE sobre os partidos políticos (n.º 23.571) previu, no art. 48, IV, que a duração dos mandatos era matéria do estatuto. Com a alteração legislativa, não resta margem à fixação pela Justiça Eleitoral. 23 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 § 2º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios. § 3º O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até 8 (oito) anos. § 4º Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Prazo máximo de vigência dos órgãos provisórios Os diretórios provisórios de partidos políticos são constituídos em fase detransição da direção do órgão partidário ou quando da sua constituição inicial. Seu objetivo é manter uma gestão minimamente organizada até que haja constituição desse novo diretório pelo trâmite e regras do estatuto do partido. Na prática, entretanto, esse diretório provisório acabava se tornando definitivo. Em razão disso, a Res. TSE nº 23.571/2018, fixou prazo de 180 dias para constituição de diretórios definitivos. Com a alteração legislativa, o prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até 8 anos (novo § 3º do art. 3º #CAIUNOTJRJ). Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição no CNPJ (novo § 4º do art. 3º). Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior a 101, com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3 dos Estados, e será acompanhado de: I - cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido; II - exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto; III - relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da residência. Requerimento do registro de partido político A Lei 13.788/2019 alterou a redação do caput e do §1º 24 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 § 1º O requerimento indicará o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido no território nacional. § 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, o Oficial do Registro Civil efetua o registro no livro correspondente, expedindo certidão de inteiro teor. § 3º Adquirida a personalidade jurídica na forma deste artigo, o partido promove a obtenção do apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º e realiza os atos necessários para a constituição definitiva de seus órgãos e designação dos dirigentes, na forma do seu estatuto. . Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral. § 1º. O Partido comunica à Justiça Eleitoral a constituição de seus órgãos de direção e os nomes dos respectivos integrantes, bem como as alterações que forem promovidas, para anotação: I - no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos órgãos de âmbito nacional; II - nos Tribunais Regionais Eleitorais, dos integrantes dos órgãos de âmbito estadual, municipal ou zonal. § 2º Os registros de atas e demais documentos de órgãos de direção nacional, estadual, distrital e municipal devem ser realizados no cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas da circunscrição do respectivo diretório partidário. Alterações programáticas ou estatutárias A Lei 13.877/2019 acrescentou o §2º para prever o registro das atas e demais documentos de órgão de direção no cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da circunscrição do diretório. Art. 19. Deferido internamente o pedido de filiação, o partido político, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, deverá inserir os dados do filiado no sistema eletrônico da Justiça Eleitoral, que automaticamente enviará aos juízes eleitorais, para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos. Inserção de dados dos filiados no sistema eletrônico da Justiça Eleitoral A Lei 13.877/2019 alterou o caput do art.19, bem como a redação dos §§1º e 4º. 25 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 § 1º Se a relação não é remetida nos prazos mencionados neste artigo, permanece inalterada a filiação de todos os eleitores, constante da relação remetida anteriormente. § 1º Nos casos de mudança de partido de filiado eleito, a Justiça Eleitoral deverá intimar pessoalmente a agremiação partidária e dar-lhe ciência da saída do seu filiado, a partir do que passarão a ser contados os prazos para ajuizamento das ações cabíveis. § 2º Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer, diretamente à Justiça Eleitoral, a observância do que prescreve o caput deste artigo. § 3o Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral. § 4º A Justiça Eleitoral disponibilizará eletronicamente aos órgãos nacional e estaduais dos partidos políticos, conforme sua circunscrição eleitoral, acesso a todas as informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral, incluídas as relacionadas a seu nome completo, sexo, número do título de eleitor e de inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF), endereço, telefones, entre outras. Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte. § 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes Eleitorais. § 2º A Justiça Eleitoral determina, imediatamente, a publicação dos balanços na imprensa oficial, e, onde ela não exista, procede à afixação dos mesmos no Cartório Eleitoral. ATENÇÃO Esse dispositivo foi alterado posteriormente pela Lei 13.877/2019 Dispensa de prestação de contas se não houve movimentação de recursos O partido político é obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte. O balanço contábil do órgão nacional é enviado ao TSE, o dos órgãos estaduais é remetido aos TREs e o dos órgãos municipais é mandado aos Juízes Eleitorais. Além disso, em regra, os órgãos partidários são também obrigados a fazer a declaração à Receita Federal. 26 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 § 4º Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça Eleitoral e de enviar declarações de isenção, declarações de débitos e créditos tributários federais ou demonstrativos contábeis à Receita Federal do Brasil, bem como ficam dispensados da certificação digital, exigindo- se do responsável partidário, no prazo estipulado no caput deste artigo, a apresentação de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período. § 5º A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral. § 6º A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil reativará a inscrição dos órgãos partidários municipais referidos no § 4º deste artigo que estejam com a inscrição baixada ou inativada, mediante requerimento dos representantes legais da agremiação partidária à unidade descentralizada da Receita Federal do Brasil da respectiva circunscrição territorial, instruído com declaração simplificada de que não houve movimentação financeira nem arrecadação de bens estimáveis em dinheiro. § 7º O requerimento a que se refere o § 6º deste artigo indicará se a agremiação partidária pretende a efetivação imediata da reativação da inscrição pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil ou a partir de 1º de janeiro de 2020, hipótese em que a efetivação será realizada sem a cobrança de quaisquer taxas, multas ou outros encargos administrativos relativos à ausência de prestação de contas. § 8º As decisões da Justiça Eleitoral nos processos de prestação de contas não ensejam, ainda que desaprovadas as contas, a inscrição dos dirigentespartidários no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin). A Lei nº 13.831/2019 acrescentou um parágrafo ao art. 32 afirmando que, se o órgão partidário municipal não tiver movimentado recursos ou arrecadados bens, não precisará prestar contas. A certidão do órgão superior, ou do próprio órgão regional e municipal, de inexistência de movimentação financeira tem fé pública como prova documental, sem prejuízo de apuração de ilegalidade (novo § 2º do art. 42). Alguns órgãos partidários municipais estavam irregulares junto à Receita Federal pela ausência de declaração mesmo não tendo tido movimentação. A Lei nº 13.831/2019 acrescenta dois parágrafos ao art. 32 permitindo a regularização dos órgãos partidários que se encontrem nessa situação. Proibição de inscrição dos dirigentes partidários no Cadin As decisões da Justiça Eleitoral nos processos de prestação de contas não ensejam, ainda que desaprovadas as contas, a inscrição dos dirigentes partidários no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) (novo § 8º do art. 32). 27 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20%. § 1º. A Justiça Eleitoral pode determinar diligências necessárias à complementação de informações ou ao saneamento de irregularidades encontradas nas contas dos órgãos de direção partidária ou de candidatos. § 2º A sanção a que se refere o caput será aplicada exclusivamente à esfera partidária responsável pela irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos de direção partidária nem tornando devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários. § 3º A sanção a que se refere o caput deste artigo deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 a 12 meses, e o pagamento deverá ser feito por meio de desconto nos futuros repasses de cotas do fundo partidário a, no máximo, 50% do valor mensal, desde que a prestação de contas seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, em até 5 anos de sua apresentação, vedada a acumulação de sanções. § 3º-A. O cumprimento da sanção aplicada a órgão estadual, distrital ou municipal somente será efetivado a partir da data de juntada aos autos do processo de prestação de contas do aviso de recebimento da citação ou intimação, encaminhada, por via postal, pelo Tribunal Regional Eleitoral ou Juízo Eleitoral ao órgão partidário hierarquicamente superior. § 4º Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos partidários caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito suspensivo. #APOSTACICLOS Regime de responsabilidade dos dirigentes partidários pela desaprovação das contas O art. 37 da Lei nº 9.096/95 trata sobre a desaprovação das contas dos partidos. A Lei nº 13.831/2019 inseriu o § 15 ao art. 37 dizendo o seguinte: • em caso de desapropriação das contas, ao se apurar a responsabilidade civil e criminal dos dirigentes partidários, deve-se adotar o regime da responsabilidade subjetiva, ou seja, para que este dirigente seja punido, é indispensável a comprovação de que agiu com dolo ou culpa. • a responsabilidade deve recair sobre o dirigente que comandava o órgão partidário na época do fato. • a existência de responsabilidade civil e criminal do dirigente não impede que o órgão partidário receba recursos do fundo partidário. A doutrina criticou a redação desse artigo, por criar benefício ao dirigente do partido. Afinal, o cidadão se submete às regras do Código Civil, que permitem a responsabilização pela prática de ato ilícito, não apenas ilícitos graves e insanáveis, que decorram de conduta dolosa capaz de importar enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido. Entende essa corrente haver violação ao princípio republicano, à igualdade e à proporcionalidade. Justamente em razão dessa discussão, o MPF ajuizou a ADI 5.478. Houve também alteração do §3º e inclusão do §3º-A pela Lei 13.877/2019, dispondo sobre a sanção aplicável. 28 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 § 5º As prestações de contas desaprovadas pelos Tribunais Regionais e pelo Tribunal Superior poderão ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada, mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de contas. § 6º O exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem caráter jurisdicional. #IMPORTANTE § 9º O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da sanção a que se refere o caput será suspenso durante o segundo semestre do ano em que se realizarem as eleições. § 10. Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, desde que informados os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro documento para esse fim. § 11. Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para esclarecer questionamentos da Justiça Eleitoral ou para sanear irregularidades a qualquer tempo, enquanto não transitada em julgado a decisão que julgar a prestação de contas. § 12. Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas não acarretarão a desaprovação das contas. § 13. A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários decorrente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido político somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante de conduta dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido. § 14. O instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política não será atingido pela sanção aplicada ao partido político em caso de desaprovação de suas contas, exceto se tiver diretamente dado causa à reprovação. § 15. As responsabilidades civil e criminal são subjetivas e, assim como eventuais dívidas já apuradas, recaem somente sobre o dirigente partidário responsável pelo órgão partidário à época do fato e não impedem que o órgão partidário receba recurso do fundo partidário. 29 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político pode receber doações de pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos. § 1º As doações de que trata este artigo podem ser feitas diretamente aos órgãos de direção nacional, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos hierarquicamente superiores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e respectiva destinação, juntamente com o balanço contábil. § 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem ser lançadas na contabilidade do partido, definidos seus valores em moeda corrente. § 3o As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta do partido político por meio de: I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos; II - depósitos em espécie devidamente identificados; III - mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita o uso de cartão de crédito, cartão de débito, emissão on-line de boleto bancário ou, ainda, convênios de débitos em conta, no formato único e no formato recorrente, e outras modalidades, e que atenda aos seguintes requisitos: a) identificação do doador; b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada. § 5o Em ano eleitoral, os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir pelas diversas eleições os recursos financeiros recebidos de pessoas físicas e jurídicas, observando-seo disposto no § 1º do art. 23, no art. 24 e no § 1odo art. 81 da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997, e os critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias. Doação de recursos aos partidos políticos A Lei 13.877/2019 alterou a redação do inciso III do §3º e acrescentou os §§6º a 8º sobre os meios de pagamento disponibilizados pelas instituições financeiras. 30 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 § 6º Os bancos e empresas de meios de pagamentos, incluídos os denominados digitais, ficam obrigados a disponibilizar a abertura de contas bancárias e os seus serviços de meios de pagamentos e compensação, inclusive on-line, para que os partidos políticos possam desenvolver e operacionalizar os mecanismos previstos no inciso III do § 3º deste artigo. § 7º Os serviços para os partidos políticos não se caracterizam e não acarretam restrições relativas às pessoas politicamente expostas, e seus serviços serão disponibilizados pelo preço oferecido pela instituição financeira a outras pessoas jurídicas. § 8º As instituições financeiras devem oferecer aos partidos políticos pacote de serviços bancários que agreguem o conjunto dos serviços financeiros, e a mensalidade desse pacote não poderá ser superior à soma das tarifas avulsas praticadas no mercado. Art. 42. Em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do partido, reverterá ao Fundo Partidário a quota que a este caberia. § 1º O órgão de direção nacional do partido está obrigado a abrir conta bancária exclusivamente para movimentação do fundo partidário e para a aplicação dos recursos prevista no inciso V do caput do art. 44 desta Lei, observado que, para os demais órgãos do partido e para outros tipos de receita, a obrigação prevista neste parágrafo somente se aplica quando existir movimentação financeira. § 2º A certidão do órgão superior, ou do próprio órgão regional e municipal, de inexistência de movimentação financeira tem fé pública como prova documental para aplicação do art. 32 desta Lei, sem prejuízo de apuração de ilegalidade de acordo com o disposto no art. 35 desta Lei. Conta bancária para movimentação do fundo partidário e aplicação dos recursos nos programas de participação da mulher na política Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados: V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e mantidos pela secretaria da mulher do respectivo partido político ou, inexistindo a secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política de que trata o inciso IV, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% do total 31 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados: I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes limites: a) 50% para o órgão nacional; b) 60% para cada órgão estadual e municipal; II - na propaganda doutrinária e política; III - no alistamento e campanhas eleitorais; IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, vinte por cento do total recebido. V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação, por instituto com personalidade jurídica própria presidido pela Secretária da Mulher, em nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% do total; VI - no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado; VII - no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes. Aplicação dos recursos oriundos do Fundo Partidário A lei 13.877/2019 alterou o inciso V e incluiu o VIII, X e XI. Acrescentou, ainda, o art. 44-A, prevendo o valor limite para se considerar relação empregatícia às atividades partidárias. 32 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 VIII - na contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços para atuação jurisdicional em ações de controle de constitucionalidade e em demais processos judiciais e administrativos de interesse partidário, bem como nos litígios que envolvam candidatos do partido, eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao processo eleitoral; IX - (VETADO); X - na compra ou locação de bens móveis e imóveis, bem como na edificação ou construção de sedes e afins, e na realização de reformas e outras adaptações nesses bens; XI - no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com provedor de aplicação de internet com sede e foro no País, incluída a priorização paga de conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet, mediante o pagamento por meio de boleto bancário, de depósito identificado ou de transferência eletrônica diretamente para conta do provedor, o qual deve manter conta bancária específica para receber recursos dessa natureza, proibido nos 180 dias anteriores à eleição. (...) Art. 44-A. As atividades de direção exercidas nos órgãos partidários e em suas fundações e institutos, bem como as de assessoramento e as de apoio político-partidário, assim definidas em normas internas de organização, não geram vínculo de emprego, não sendo aplicável o regime jurídico previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, quando remuneradas com valor mensal igual ou superior a 2 vezes o limite máximo do benefício do Regime Geral de Previdência Social. Parágrafo único. O partido político poderá ressarcir despesas comprovadamente realizadas no desempenho de atividades partidárias e deverá manter registro contábil de todos os dispêndios efetuados, sem computar esses valores para os fins do inciso I do caput do art. 44 desta Lei. 33 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Art. 55-A. Os partidos que não tenham observado a aplicação de recursos prevista no inciso V do caput do art. 44 desta Lei nos exercícios anteriores a 2019, e que tenham utilizado esses recursos no financiamento das candidaturas femininas até as eleições de 2018, não poderão ter suas contas rejeitadas ou sofrer qualquer outra penalidade. Art. 55-B. Os partidos que, nos termos da legislação anterior, ainda possuam saldo em conta bancária específica conforme o disposto no § 5º-A do art. 44 desta Lei poderão utilizá-lo na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres até o exercício de 2020, como forma de compensação. Art. 55-C. A não observância do disposto no inciso V do caput do art. 44 desta Lei até o exercício de 2018 não ensejará a desaprovação das contas. Art. 55-D. Ficam anistiadas as devoluções, as cobranças ou as transferências ao Tesouro Nacional que tenham como causa as doações ou contribuições feitas em anos anteriores por servidores públicos que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, desde que filiados a partido político. Art. 55-E. O disposto no art. 30 desta Lei deverá ser implantado no prazo máximo de 180 dias, contado da data de entrada em vigor deste artigo. Regras para os partidos que não tenham aplicado o mínimo dos recursos nos programas de participação feminina na política. O argumento para essa previsão foi a de que os partidos políticos tiveram pouco tempo para cumprir as determinações da Justiça Eleitoral relativas à aplicação de recursos
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