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UNOPAR VIRTUAL 
Superior de Tecnologia em Gestão Pública 
Disciplina: Administração Pública 
Prof.(a): Carla Ramos 
Aula: 01 – Noções Gerais, conceitos, origens históricas e estrutura da 
Administração Pública 
Semestre: 1º e 2º 
 
Aula Atividade 
 
Objetivo da Atividade: 
Realizar uma atividade que ajude na fixação da disciplina. 
 
Orientações: 
Caro Aluno, 
 
A atividade solicitada poderá ser resolvida em duplas, conforme orientação do seu tutor 
de sala. 
Os alunos deverão responder ler o texto proposto e escrever um texto abordando os 
itens solicitados. 
 
Leia o texto proposto no link: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/os-modelos-de-
administra%C3%A7%C3%A3o-p%C3%BAblica-patrimonialista-burocr%C3%A1tica-e-
gerencial 
 
Os modelos de Administração Pública: patrimonialista, burocrática e 
gerencial 
Historicamente, em síntese, é possível listar três diferentes modelos de Administração Pública: a administração 
patrimonialista, a burocrática e a gerencial. 
 
Administração Pública burocrática, que surgiu basicamente com o advento do Estado Liberal, busca romper 
com o modelo anterior, patrimonialista, pois separa os interesses pessoais do detentor do poder e os 
instrumentos colocados à disposição do Poder Público para garantir a satisfação do interesse público. Tem como 
objetivo defender a sociedade contra o poder arbitrário do soberano. 
 
No modelo de Administração burocrática são adotadas uma série de medidas cujo objetivo é a defesa da 
coisa pública, em contraposição ao período patrimonialista antecedente, cuja característica principal é a confusão 
entre patrimônio público, Estado, e o patrimônio particular do detentor do poder. 
 
O modelo burocrático enfatiza aspectos formais, controlando processos de decisão, estabelecendo uma 
hierarquia funcional rígida, baseada em princípios de profissionalização e formalismo. Os procedimentos formais 
são feitos por funcionários especializados, com competências fixas, sujeitos ao controle hierárquico. Há a 
profissionalização do funcionário burocrático, que exerce o cargo técnico em razão de sua competência, 
comprovada por processo de seleção. Afasta-se o nepotismo e as relações de apadrinhamento. O exercício de 
cargos públicos passa a ser uma profissão, com remuneração previamente conhecida pelo indivíduo e pela 
sociedade. Houve, nesse período, a criação das primeiras carreiras para funcionários públicos e a realização dos 
primeiros concursos públicos, efetuados no Governo Vargas, na década de 30. 
 
Na Administração burocrática, inicialmente não havia controle finalístico ou de resultados, pois o foco era 
tornar a Administração Pública impessoal. Esses objetivos somente apareceram com o surgimento da 
Administração gerencial. 
 
jerlly duarte de oliveira
 
 
UNOPAR VIRTUAL 
Superior de Tecnologia em Gestão Pública 
O texto constitucional de 1988, em sua redação original, traz inúmeras disposições que lembram características 
do modelo burocrático, enfatizando o controle entre os poderes, a instituição de Tribunais de Conta, 
estabelecendo princípios que regem a atuação administrativa, especificando garantias dos agentes públicos 
quanto ao sistema remuneratório, previdenciário, estabilidade, entre outras. 
 
Nesse contexto, citamos, o disposto no art. 37, em sua redação original, que previa como princípios da 
Administração Pública a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade. Além disso, nos termos do inciso 
II, redação atual, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração. O inciso X especifica que a remuneração dos servidores públicos e o subsídio somente 
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada 
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices. O inciso XV especifica que, salvo as 
exceções previstas, os vencimentos e subsídios ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis. 
 
Um exemplo de que a Constituição Federal estabelece que o administrador não pode utilizar a máquina pública 
para se autopromover é a previsão do §1º do art. 37: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” 
 
O princípio da legalidade, no modelo burocrático, possui máxima relevância na questão do controle exercido 
sobre a atuação do agente e da própria atuação do Estado, na medida em que somente pode atuar nos limites 
da previsão legal (princípio da legalidade estrita – ao administrador só é dado fazer o que a lei permite). 
 
Com a passagem para o modelo de Administração Pública gerencial, presente em um Estado não mais 
prioritariamente produtor de bens e serviços, mas regulador da economia e da sociedade, tanto no aspecto 
econômico como de outras questões sociais relevantes, como o meio ambiente, o enfoque muda, passando para 
o controle de resultados pretendidos, atenuando os rígidos controles procedimentais do período antecedente. 
 
A partir do momento em que houve a transformação do modelo de Estado Social para o Estado Regulador, a 
administração passou a se ocupar de funções gerenciais, de gestão do patrimônio e das tarefas do Estado. 
Desloca-se o foco do princípio da legalidade, do controle de procedimentos, para enfatizar o controle de resultado 
a ser obtido pela administração, com o cumprimento de metas e emprego eficaz do dinheiro público, havendo 
redução de custos e buscando-se o emprego eficaz do dinheiro público e, por consequência, aumentando a 
qualidade dos serviços prestados pelo Estado. Em síntese, a Administração Pública gerencial busca o atingimento 
de metas com a eficiência necessária. 
 
O alicerce desse terceiro modelo de Administração Pública é o princípio da eficiência, o qual foi inserido no 
caput da Constituição Federal por meio da Emenda Constitucional n.º 19, de 1998. 
 
A Administração Pública gerencial revê as características principais do modelo burocrático, ou seja, as 
estruturas rígidas, a hierarquia, a subordinação, o controle de procedimentos, passando a direcionar a atuação 
para o controle de resultados pretendidos. Nesse contexto, o modelo gerencial possui maior ênfase no princípio 
da eficiência que, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, não pode ser concebido senão na intimidade do 
princípio da legalidade, porquanto a busca da eficiência jamais seria justificada pela postergação daquele que é 
o dever administrativo por excelência.[1] 
 
Emerson Gabardo, em sua obra “Eficiência e Legitimidade do Estado”, assim contextualiza o princípio da 
eficiência: 
 
No Brasil, a eficiência tornou-se princípio constitucional expresso a partir da Emenda 
Constitucional nº 19/98, que alterou a redação do caput do artigo 37. Isso não implica asserir 
que a reforma introduziu uma novidade no sistema administrativo nacional. O princípio 
constitucional da eficiência administrativa já se denotava implícito na Carga Magna. Assim 
sendo, é importante considerar que a natureza da eficiência como norma constitucional não 
compreenderá a essência neoliberal que permeou os trabalhos reformadores. A eficiência 
como mero símbolo ou valor ideológico não se confunde com a sua manifestação jurídico-
normativa.[2] 
 
 
 
UNOPAR VIRTUAL 
Superior de Tecnologia em Gestão Pública 
Entre vários meios de atuação da Administração Pública gerencial, há a parceria com a sociedade civil e 
uma maior autonomia para as entidades administrativas. A eficiência da administração pública, a necessidade 
de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços públicos prestados, tendo o cidadão como beneficiário, 
torna-se a meta do Estado, a essência da atividade desempenhada por este.A Administração Pública gerencial deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das 
organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos – meios, para os resultados - fins. Essas 
entidades passam a ser denominadas de terceiro setor, podendo também ser chamada de entidades 
paraestatais, na medida em que atuam ao lado do Estado. Maria Sylvia Di Pietro ensina que: 
 
Os teóricos da Reforma do Estado incluem essas entidades no que denominam de terceiro 
setor, assim entendido aquele que é composto por entidades da sociedade civil de fins 
públicos e não lucrativos; esse terceiro setor coexiste com primeiro setor, que é o Estado, 
e o segundo setor, que é o mercado. Na realidade, ele caracteriza-se por prestar atividade 
de interesse público, por iniciativa privada, sem fins lucrativos; precisamente pelo interesse 
público da atividade, recebe em muitos casos ajuda por parte do Estado, dentro da atividade 
de fomento; para receber essa ajuda, tem que atender a determinados requisitos impostos por 
lei que variam de um caso para outro; uma vez preenchidos os requisitos, a entidade recebe 
um título, como o de utilidade pública, o certificado de fins filantrópicos, a 
qualificação de organização social. (...) Normalmente, celebram convênio com o poder 
público, para formalizar a parceira.[3] 
 
A ampliação da participação democrática inserida com a administração gerencial é um dos meios de defender 
a coisa pública. Portanto, a Administração Pública deve enfatizar resultados, contrapondo-se à ideologia do 
formalismo e do rigor técnico da burocracia tradicional. 
 
Com a adoção do modelo de Estado Gerencial no Brasil, o que ocorreu, basicamente, com o advento da Emenda 
Constitucional n. 19, de 1998, ganhou importância à participação das entidades não governamentais na 
realização de políticas públicas. 
 
A prestação de serviços públicos não exclusivos do Estado, ou seja, não correspondentes à manifestação de 
uma feição do poder do Estado, como o poder de polícia, ganhou novos modelos. Trata-se do estabelecimento 
de parceria com o Terceiro Setor para prestação de serviços como saúde, educação, pesquisa científica, fomento, 
entre outros. 
 
A prestação de serviços público por intermédio de agentes não estatais, atuando sob formas menos rígidas e 
sujeita ao controle estatal quanto aos resultados, é aplicação prática do princípio da eficiência. Tal mudança 
visa, na verdade, ao acréscimo de qualidade na prestação dos serviços públicos sociais, perdida com a crise de 
financiamento que levou à derrocada do Estado Social. 
 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho[4], 
 
O primeiro grande passo para mudar o desempenho do Estado como prestador de serviços 
foi o Programa Nacional de Desestatização, instituído pela lei nº 8.031, de 12/4/1990. 
Posteriormente, essa lei foi revogada pela Lei nº 9.491, de 9/9/1997, que, embora alterando 
procedimentos previstos na lei anterior, manteve as linhas básicas do Programa. 
 
Assim, através de um programa de privatizações transfere-se para o setor privado a tarefa da produção, em 
princípio, mais eficiente. Ainda, por um programa de publicização, desloca-se para o setor público não-estatal a 
produção dos serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema de parceria entre 
Estado e sociedade para seu financiamento e controle. O Estado continuará como promotor dos serviços básicos, 
subsidiando-os, buscando o fortalecimento das funções de regulação e de coordenação do Estado. 
 
Na Administração Gerencial entra a figura dos entes de cooperação, que colaboram com o Estado e são 
chamados também de entes paraestatais. Alguns autores costumam chamá-los de terceiro setor. Como estão 
fora da administração, sua natureza jurídica é de pessoa jurídica de direito privado. Essas pessoas jurídicas não 
podem ter fins lucrativos, não foram criadas para o lucro, que, se eventualmente, acontecer, deve ser aplicado 
nas funções institucionais, mas não é seu principal objetivo. 
 
 
 
UNOPAR VIRTUAL 
Superior de Tecnologia em Gestão Pública 
Maria Sylvia Di Pietro, ao analisar o chamado “terceiro setor”, explica que, 
 
Nesse mesmo sentido de entidades paralelas ao Estado, podem ser incluídas, hoje, além 
dos serviços sociais autônomos, também as entidades de apoio (em 
especial fundações, associações e cooperativas), as chamadas organizações 
sociais e as organizações da sociedade civil de interesse público. 
 
(...) 
 
Em todas essas entidades estão presentes os mesmos traços: são entidades privadas, no 
sentido de que são instituídas por particulares; desempenham serviços não exclusivos do 
Estado, porém em colaboração com ele; recebem algum tipo de incentivo do poder público; 
por essa razão, sujeitam-se a controle pela Administração Pública e pelo Tribunal de Contas. 
Seu regime jurídico é predominantemente de direito privado, porém parcialmente derrogado 
por normas de direito público. Integram o terceiro setor, porque nem se enquadram 
inteiramente como entidades privadas, nem integram a Administração Pública, direta ou 
indireta. Incluem-se entre as chamadas organizações não governamentais (ONGs). 
Todas essas entidades enquadram-se na expressão entidade paraestatal.[5] 
 
Referências bibliográficas: 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21.ed.,Rio de Janeiro: Lumen Juris, 
2009. 
 
GABARDO, Emerson. Eficiência e Legitimidade do Estado: uma análise das estruturas simbólicas do 
direito político. Barueri, SP: Manole, 2003. 
 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 19., São Paulo: Malheiros, 2005, p. 
110. 
 
PIETRO, Maria Sylvia Di. Direito Administrativo. 15.ed., São Paulo: Atlas, 2003. 
 
Notas: 
[1] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 19., São Paulo: Malheiros, 2005, 
p. 110. 
[2] GABARDO, Emerson. Eficiência e Legitimidade do Estado: uma análise das estruturas simbólicas 
do direito político. Barueri, SP: Manole, 2003, p. 185. 
[3] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 15. Ed., São Paulo: Atlas, 2003, p. 413/414. 
[4] CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21.ed.,Rio de Janeiro: Lumen 
Juris, 2009, p. 331. 
[5] PIETRO, Maria Sylvia Di. Direito Administrativo. 15.ed., São Paulo: Atlas, 2003, p. 413/414 
 
Elaborem um texto apontando as características de m odelo de administração e suas 
diferenças. 
Não esqueça que um texto deve ter introdução, desen volvimento e conclusão. 
 
Observações: 
Caro ao Aluno, 
Peça para o tutor de sala enviar suas dúvidas pelo Chat Atividade para que o 
professor possa esclarecê-las. 
 
 
Tenham um ótimo trabalho! 
 Profa. Carla Ramos.

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