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Aula - Instituição Social - O Estado

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Prof. Marcos Macedo
Sociologia – Ensino Médio
O ESTADO
COMO INSTITUIÇÃO DE CONTROLE SOCIAL
“Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de homens, com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as ações. Feito isto, à multidão assim unida numa só pessoa se chama República, em latim civitas. É esta a geração daquele grande Leviatã”. – Thomas Hobbes
Representação do Leviatã (Estado)
“Há duas maneiras de combater: uma, segundo as leis; a outra, pela força. A primeira forma é própria dos homens, a segunda, dos animais. Mas, como a primeira frequentemente não basta, é preciso recorrer à segunda. Não há lei nem Constituição que possa pôr um freio à corrupção universal” – Nicolau Maquiavel
O Estado é uma instituição tão antiga quanto a família. 
Desde os grandes impérios da Antiguidade até as atuais sociedades industriais e pós-industriais, a presença do Estado é notável. 
ESTADO E LEGITIMIDADE DO PODER
Entre tantas formas de força e poder, as mais importantes referem-se à política e, em especial, ao poder do Estado que, desde os tempos modernos (século XVII), configura-se como a instância por excelência do exercício do poder político em várias áreas da vida pública.
Embora a força física seja condição necessária e exclusiva do Estado para o funcionamento da ordem da sociedade, não é condição suficiente para a manutenção do poder. 
Ele precisa ter legitimidade, que se configura pelo consentimento dos governados.
A QUESTÃO DO ESTADO
O Estado é essencialmente um agente de controle social. 
Difere de outras instituições como a família e a instituição religiosa que também exerce o controle – na medida em que tem poder para regular as relações entre todo os membros da sociedade.
O Estado pode ser definido como:
Um poder político centralizado e exercido sobre um povo localizado em um território delimitado.
Roseli (R) - IMPORTANTE
Roseli (R) - (centralização / localização/ delimitação)
ESTADO E NAÇÃO
Embora sejam às vezes utilizados como sinônimos, existem grandes diferenças entre os conceitos de Estado e de Nação.
A nação é um conjunto de pessoas ligadas entre si por laços permanentes de idioma, tradições, costumes e valores; é anterior ao Estado, podendo existir sem ele.
Roseli (R) - A DIFERENÇA:
Roseli (R) - Estado tem território a nação não.
Já um Estado pode compreender várias nações, como é o caso do Reino Unido (ou Grã-Bretanha, formada pela Escócia, Irlanda do Norte, País de Gales e Inglaterra).
Por outro lado, podem existir nações sem Estado, como acontecia com os judeus da criação do Estado de Israel e ainda ocorre hoje com os palestinos, os curdos e os ciganos.
ESTADO E GOVERNO
O Estado é uma instituição social permanente, ou de longa duração.
O governo, em contrapartida, é apenas um componente transitório do Estado.
Assim, pode-se dizer que o “Governo muda, mas o Estado continua”.
Ao longo da história humana foram adotados os mais diversos princípios de legitimidade do poder:
Nos Estados teocráticos, o poder legítimo vem da vontade de Deus.
*
Nas monarquias hereditárias, o poder é transmitido de geração a geração e mantido pela força da tradição.
Guerra dos Trinta Anos: o conflito que mobilizou várias das monarquias europeias.
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Nos governos aristocráticos, apenas os melhores exercem funções de mando; o que se entende por melhores varia conforme o tipo de aristocracia: os mais ricos, os mais fortes, os de linhagem nobre ou, até, os da elite do saber.
Imagem da elite aristocrática brasileira (séc. XIV).
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Na democracia, o poder legítimo nasce da vontade do povo.
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Os estudiosos de política procuram esclarecer como se dá a relação entre essas formas de poder. Existem duas matrizes fundamentais: a contratualista e a marxista.
 
A MATRIZ CONTRATUALISTA
A matriz contratualista argumenta a necessidade de um poder maior, que mantenha ordem dentro de uma sociedade, por meio do estabelecimento de um contrato social entre seus membros para instituir o Estado. Seus principais adeptos são Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau.
Thomas Hobbes
 (1588-1679)
John Locke
 (1632-1704)
Jean-Jacques Rousseau
 (1712-1778)
Roseli (R) - o ponto do contrato social
Roseli (R) - vida
Roseli (R) - propriedade privada
Roseli (R) - propriedade geral
A MATRIZ MARXISTA
A matriz marxista tem como princípio a luta de classes sociais refletida no Estado, de tal maneira que este poder é exercido pela classe dominante, no caso a burguesia. Além do próprio Marx e de Engels, seus seguidores Lênin, Gramsci e Poulantzas compartilhavam da mesma ideia.
Karl Marx
(1818-1883)
Friedrich Engels
(1820-1895)
Antonio Gramsci
 (1891 - 1937)
AS TEORIAS ANTROPOLÓGICAS SOBRE O ESTADO
ÉMILE DURKHEIM
Émile Durkheim
(1858-1917)
Para Durkheim, o Estado é fundamental numa sociedade que fica cada dia maior e mais complexa, devendo estar acima das organizações comunitárias. O Estado é uma organização com um conteúdo inerente, ou seja, os interesses coletivos.
Roseli (R) - ABRIR MÃO DO DIREITO EM PROL DA COLETIVIDADE
MAX WEBER
Max Weber
(1864-1920)
Weber afirma que o verdadeiro poder estatal está nas mãos da burocracia militar e civil. Portanto, para ele, o “Estado é uma relação de homens dominando homens” mediante violência, considerada legítima, e “uma associação compulsória que organiza a dominação”. Para que essa relação exista, é necessário que os dominados obedeçam à autoridade que detêm o poder.
Marx e Engels concebem o Estado atuando geralmente como um instrumento do domínio de classe. Ou seja, o Estado é determinado pela estrutura social de modo a atender às demandas específicas de uma dada forma de sociabilidade, garantindo que essa forma se mantenha. Isso significa que o Estado só é necessário devido ao “caráter antissocial desta vida civil”. Ou seja, o Estado existe para administrar os problemas causados pela forma antissocial (desigual, excludente) da sociedade civil. Ele só poderia deixar de existir quando a sociedade não fosse mais divididas em classes antagônicas.
Portanto, o Estado nasce da desigualdade para manter a desigualdade.
Karl Marx
(1818-1883)
KARL MARX

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