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Aula - O Pensamento Antropológico de Karl Marx

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O PROBLEMA DAS RELAÇÕES 
INDIVÍDUO E SOCIEDADE
- KARL MARX - 
Karl Marx nasceu na Alemanha, em 1818. Formou-se em Direito e doutorou-se em Filosofia, apesar de nunca ter exercido o magistério. Trabalhou como jornalista e exilou-se na França até se fixar, definitivamente, em Londres, onde faleceu em 1883. 
Dentre suas obras destacam-se: O manifesto do partido comunista e A ideologia alemã – escritas em parceria com Friedrich Engels –, O dezoito de brumário de Luís Bonaparte, A miséria da Filosofia, Contribuição à crítica da economia política e O Capital.
MATERIALISMO HISTÓRICO 
Karl Marx procurou compreender a história real dos homens em sociedade a partir das condições materiais nas quais eles vivem. 
Essa visão histórica foi chamada posteriormente, por seu companheiro de estudos Friedrich Engels, de materialismo histórico.
Materialismo por que somos o que as condições materiais (as relações sociais de produção) nos determina a ser e a pensar. 
Histórico porque a sociedade e a política não surgem de decretos divinos nem nascem da ordem natural, mas dependem da ação concreta dos seres humanos no tempo.
O homem destaca-se de sua análise como o principal elemento de reflexão, mas não o homem universal, ou o homem espiritual, ou o homem racional, mas o como como força produtiva, como ser econômica e historicamente engajado.
De acordo com o pensamento de Marx, os homens não podem ser pensados de forma abstrata, como na filosofia de Hegel, nem de forma isolada, como nas filosofias de Feuerbach.
Para Marx, não existe o indivíduo fora das relações sociais. Ele enfatiza esse ponto ao afirmar: “A essência humana (...) é o conjunto das relações sociais”.
Isso significa que a forma que os indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam, se vinculam como a forma como se dão as relações sociais.
Essas relações sociais, por seu lado, são determinadas pela forma de produção de vida material, ou seja, pela maneira como os homens trabalham e produzem os meios necessários para a sustentação das sociedades.
Esse é um ponto fundamental do pensamento de Marx.
Ao falar da produção material da vida, ele não se refere apenas à produção das inúmeras coisas necessárias à manutenção física dos indivíduos. Ele está considerando também o fato de que, ao produzirem todas essas coisas, os homens constroem a si mesmos como indivíduos.
Isso ocorre porque, segundo Marx, “o modo de produção da vida material, condiciona o processo geral de vida social, política e espiritual”.
Para o marxismo, no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes. 
Em outras palavras, embora possamos tentar compreender e definir o ser humano pela consciência, pela linguagem, pela religião, o que fundamentalmente o caracteriza é a forma pela qual reproduz suas condições de existência.
MATERIALISMO DIALÉTICO 
Marx entende também entende que o desenvolvimento histórico-social como decorrente das transformações ocorridas no modo de produção. Nessa análise ele se vale dos princípios da dialética.
De acordo com Marx, as grandes transformações históricas se deram primeiramente no campo da economia, causadas por contradições geradas no interior do próprio modo de produção.
Diferentemente de Hegel, no entanto, Marx não concebe uma história que anda sozinha, guiada pela Razão ou um Espírito, mas sim uma história feita pelos homens, que interferem no processo histórico e podem, dessa forma, transformar a realidade social, sobre tudo se alterarem seu modo de produção.
“Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina a sua consciência”.
Karl Marx, O Capital, I.
Para Marx, não são os pensamentos que determinam a vida; é a vida que determina os pensamentos. 
INFRAESTRUTURA E SUPERESTRUTURA
Segundo Marx, é necessária a existência do homem para que este possa pensar, ou seja, primeiro o homem tem que produzir suas condições materiais e concretas de vida, pelo trabalho, que são os bens necessários à sua existência e à sua sobrevivência. A esse processo Marx deu o nome de infraestrutura.
Existe uma base econômica na sociedade que está relacionada às formas de produção de bens necessários para a sobrevivência. 
A própria sociedade cria necessidades sempre superiores em quantidade e sem qualidade e são essas necessidades crescentes que incentivam o desenvolvimento constante das forças produtivas.
Assim, o trabalho para o homem é ontológico, quer dizer, é indissociável da existência humana – não é uma opção.
É por isso que o modo de produção consiste nas forças produtivas e nas relações sociais de produção que, juntas, criam a existência numa determinada sociedade.
O Estado burguês de direito político, ou, nas palavras de Marx, a superestrutura, institui as ideias de igualdade e liberdade, conseguindo, com isso, a dominação e o controle.
Foi pensando nisso que, no século XIX, Karl Marx desenvolveu o conceito de ideologia para descrever os domínios econômico, político e social da burguesia sobre o proletariado, criando, assim, uma espécie de teoria geral das ideias.
O QUE É IDEOLOGIA
Ideologia corresponde a um conjunto de ideias, valores, comportamentos e formas de pensar estipulados como verdades absolutas. Essas ideias, geradas para falsear a realidade, são produzidas pela classe dominante a fim desta assegurar-se no poder e preservar a estrutura social.
Adquire um sentido negativo como instrumentos de dominação.
“Ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de represen-tações (ideias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer”. 
Prof. Dra. Marilena Chauí 
A teoria geral das ideias, segundo Marx, representa um conjunto de valores e ideais próprios da burguesia que é transmitido intensa e frequentemente para as outras camadas da sociedade. 
Hoje em dia, a transmissão desses valores ocorre por meio de escolas, igrejas, pelos anúncios publicitários e pelos veículos de comunicação de massa: rádio, cinema, televisão, internet.
Os anúncios publicitários são uma das formas de transmissão de valores capitalistas.
A escola e a comunidade religiosa também podem ser instrumentos de ideologia.
Essas ideias, como “o trabalho dignifica o homem” e “quem espera sempre alcança”, procuram, ao mesmo tempo, estabelecer valores essenciais para a burguesia, como trabalho, disciplina e conformismo, e camuflar a realidade social: exploração do trabalhador e intimidação aos movimentos para a transformação social. Esta era a visão, a ideologia burguesa.
Para tanto, a Filosofia empresta sua contribuição para a formação do Estado burguês. O poder vem de cima para baixo, dizendo que existe uma lei e esta tem de ser respeitada. 
A sociedade é composta de classes opostas. Existem os opressores e os oprimidos, ou seja, aqueles que detêm o poder e os outros que têm que segui-los. 
LUTA DE CLASSES
É a contradição entre as diferentes classes: “proletariado x burguesia”. Isso acontece quando há a divisão da propriedade privada e a exploração trabalhista. Assim, surge a luta de classes, pois cada classe luta pelos próprios interesses.
Marx sintetiza que a luta de classes é o motor da história, isto é, a luta de classes faz a história se mover.
Existe um conflito constante de interesses opostos. 
A dominação, portanto, é mascarada, mas está presente. Existe e sempre existiu a luta constante entre interesses opostos
CAPITAL E TRABALHO
Marx reconhece o trabalho como atividade fundamental do ser humano e analisa os fatores que o tornaram uma atividade massacrante e alienada no capitalismo.
Na linguagem filosófica atual, dizemos que alienação é um processo em que os atos de uma pessoa são governados por outros.
Essa demonstração se desenvolve em vários textos, mas de forma rigorosa em O capital, livro que expõe a lógica do modo de produção capitalista, na qual a força de trabalho é transformadaem uma mercadoria com dupla face: por um lado, é uma mercadoria como outra qualquer, paga pelo salário; por outro, é a única mercadoria que produz valor, ou seja, que reproduz o capital.
“O que constitui a alienação do trabalho? Primeiramente, ser o trabalho externo ao trabalhador, não fazer parte de sua natureza, e por conseguinte, ele não se realizar em seu trabalho mas negar a si mesmo (...) O trabalhador, portanto, só se sente à vontade em seu tempo de folga, enquanto no trabalho se sente contrafeito. Seu trabalho não é voluntário, porém imposto, é trabalho forçado. Ele não é a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer outras necessidades. Seu caráter alienado é claramente atestado pelo fato, de logo que não haja compulsão física ou outra qualquer, ser evitado como uma praga. O trabalho exteriorizado, trabalho em que o homem se aliena a si mesmo, é um trabalho de sacrifício próprio, de mortificação”. (Karl Marx – Manuscritos econômicos e filosóficos: primeiro manuscrito, XXIII, 7§.)
PRÁXIS
A práxis consiste na ação humana transformadora, identificando teoria com a prática.
O pensamento sedimenta-se em compromisso com o social, com a práxis, com a ação política, afastando-se do idealismo, ou mesmo das perspectivas contemplativas anteriormente existentes. 
Marx concebe a práxis como atividade humana prático-crítica, não admite uma filosofia de gabinete, encerrada no inativismo contemplativo e passivo ante os acontecimentos sociais.
É na prática que o homem tem que demonstrar a verdade, isto, a realidade, e a força, o caráter terrena de seu pensamento
A práxis expressa, precisamente, o poder que o homem tem de transformar o ambiente externo, representado, em Marx, pela natureza e pelo meio social em que está inserido.
Ainda segundo o pensamento marxista, a práxis é atividade humana prático-crítica na medida em que é atividade sensível subjetiva; ou seja, uma atividade plenamente perceptível e consciente para o homem. 
“O que constitui a alienação do trabalho? Primeiramente, ser o trabalho externo ao trabalhador, não fazer parte de sua natureza, e por conseguinte, ele não se realizar em seu trabalho mas negar a si mesmo (...) O trabalhador, portanto, só se sente à vontade em seu tempo de folga, enquanto no trabalho se sente contrafeito. Seu trabalho não é voluntário, porém imposto, é trabalho forçado. Ele não é a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer outras necessidades. Seu caráter alienado é claramente atestado pelo fato, de logo que não haja compulsão física ou outra qualquer, ser evitado como uma praga. O trabalho exteriorizado, trabalho em que o homem se aliena a si mesmo, é um trabalho de sacrifício próprio, de mortificação”. (Karl Marx – Manuscritos econômicos e filosóficos: primeiro manuscrito, XXIII, 7§.)
ALIENAÇÃO NA PRODUÇÃO
No novo contexto capitalista, ao vender sua força de trabalho mediante salário, o operário também se transforma em mercadoria. Ocorre então o que Marx chama de fetichismo da mercadoria e reificação do trabalhador.
O fetichismo é o processo pelo qual a mercadoria, um ser inanimado, adquire “vida” porque os valores de troca tornam-se superiores aos valores de uso e passam a determinar as relações humanas, ao contrário do que deveria acontecer. 
Desse modo, a relação entre produtores não se faz entre eles próprios, mas entre os produtos do seu trabalho.
"O valor de um produto não possui absolutamente nenhuma conexão com suas propriedades físicas", já ensina Karl Marx no 1º volume de O Capital (1867). O que o sociólogo alemão chamou de fetichismo da mercadoria vale até hoje para vestidos de noiva brancos e carros esportivos vermelhos: seu preço não é o "justo", mas o maior que alguém topar pagar.
A reificação (do latim res, “coisa”) é a transformação dos seres humanos em coisas. 
Em consequência, a “humanização” da mercadoria leva à desumanização da pessoa, à sua coisificação, isto é, o indivíduo é transformado em mercadoria.
Na reificação o homem é transformado em mercadoria.

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