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Caderno OAB

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Prévia do material em texto

DIREITO 
ADMINISTRATIVO
1
INTRODUÇÃO AO DIREITO 
ADMINISTRATIVO
3
1. CONCEITO
O Direito Administrativo está intimamente ligado ao surgimento do Estado liberal. 
Com o crescimento do individualismo nas relações privadas, os próprios cidadãos 
passaram a exigir uma maior participação do Estado nas relações regidas pelo Di-
reito Privado, fazendo com que o Estado passasse a limitar ao exercício dos direitos 
individuais em benefício do bem-estar da sociedade.
A partir deste momento, o Direito Administrativo alcançou sua autonomia, passando 
a integrar as matérias do ramo do Direito Público Interno, regulando as relações 
que envolvem a administração pública e seus administrados.
2. OBJETO
Modernamente, o Direito Administrativo visa regular as atividades administrativas 
de forma a satisfazer os direitos fundamentais. Isso quer dizer que, o objeto deste 
ramo do Direito não se restringe apenas a regular as relações jurídicas de Direito 
Público, mas regular todas as relações entre a administração pública e administrados, 
sejam elas de Direito Público ou de Direito Privado. 
Importante destacar que, o Direito Administrativo abrange também as atividades 
inerentes à administração pública, mas que por algum motivo é exercida por par-
ticular sob o regime do Direito Público, como por exemplo, nas concessões de 
serviço público.
3. NATUREZA JURÍDICA
O Direito Administrativo é ramo do Direito Público Interno, pois visa regular 
os interesses da administração pública e seus administrados, com fim a atingir a 
finalidade do Estado.
4. FONTES
O Direito Administrativo brasileiro não encontra regulamentação em um corpo de 
lei específico. Na verdade, as normas de cunho administrativo encontram previsão 
no texto constitucional e em leis esparsas, além de outros diplomas normativos, 
como atos, decretos, medidas provisórias e regulamentos.
Essas normas constituem a principal fonte do Direito Administrativo, mas não 
podemos deixar de citar também como fonte a jurisprudência, súmula vinculante, 
a doutrina, costumes e os princípios. 
5. CARACTERÍSTICAS
O Direito Administrativo, assim como os demais ramos do Direito, possui carac-
terísticas próprias. São elas: 
4
� É ramo do Direito Público Interno;
� Garante que o Estado atinja sua finalidade;
� As partes envolvidas são juridicamente desiguais;
� Rege todas as atividades administrativas do Estado;
� Concentra o estudo da administração pública.
2
PRINCÍPIOS 
6
1. CONCEITO
Princípio é uma das fontes do Direito e se caracteriza por representar o conjunto dos 
valores fundamentais de um ordenamento jurídico. São classificados como normas 
jurídicas, possuindo forte atuação ao lado das regras jurídicas no controle da atuação 
estatal. Essa normatividade dos princípios veio com o surgimento do neoconsti-
tucionalismo, momento em que a forte visão positivista do Direito foi superada. 
2. NOÇÕES GERAIS
Os princípios que regem o Direito Administrativo podem estar expressos no texto 
constitucional ou implícitos/reconhecidos em legislação infraconstitucional. Esses 
princípios estabelecem diretrizes para o bom desenvolvimento da atividade estatal. 
3. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO ADMINISTRATIVO
3.1. Princípio da legalidade
O princípio da legalidade está previsto no art. 37 da Constituição Federal de 1988. 
Este princípio possui duas vertentes: na primeira, a atuação do administrador pú-
blico deve ser conforme a lei, ou seja, a atuação da administração está limitada ao 
que estiver disposto na lei.
Numa segunda vertente, o princípio da legalidade possui sentido de reserva de lei, 
isto ocorre quando determinada matéria tiver que ser, obrigatoriamente, tratada por 
lei, e não por outro ato administrativo. 
Para grande parte da doutrina, a atuação do administrador público deve pautar-se 
não só na lei, mas em todo o ordenamento jurídico, incluindo aqui os princípios. 
Desta forma, o princípio da legalidade estaria inserido no princípio da juridicidade.
3.2. Princípio da impessoalidade
Assim como o princípio da legalidade, o princípio da impessoalidade também está 
previsto no art. 37 da Constituição Federal de 1988 e possui dois sentidos. No pri-
meiro, a atuação da administração pública deverá satisfazer o interesse público, ou 
seja, a atuação administrava não pode visar atender os interesses dos seus agentes 
ou de terceiros, sob pena de nulidade do ato praticado por desvio de finalidade.
O segundo sentido deste princípio está ligado à proibição da promoção pessoal do 
administrador pelas realizações da administração pública. De acordo com o texto 
constitucional, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos dever ter caráter, meramente educativo, informativo e orientador.
3.3. Princípio da moralidade
O princípio da moralidade exige que a atuação dos administradores públicos seja 
pautada na ética e está previsto no texto constitucional em seu art. 37.
7
A legislação infraconstitucional prevê diversos instrumentos de controle da mora-
lidade, dentre eles, por exemplo, temos a ação de improbidade administrativa, as 
sanções da lei anticorrupção e ação civil pública.
3.4. Princípio da publicidade
A Constituição Federal de 1988 em seu art. 37 exige a publicação do ato adminis-
trativo como requisito de eficácia deste. Somente a sua publicação torna o ato apto 
para produzir efeitos no mundo externo, ressalvados os casos em que a Constituição 
prevê o sigilo.
Este princípio prevê, ainda, a transparência da atuação da administração pública. 
Desta forma, deve-se possibilitar o controle da administração pelos administrados 
da forma mais ampla possível. 
3.5. Princípio da eficiência
O princípio da eficiência foi incluso no art. 37 do texto constitucional com a EC 
19/1998. A ideia central deste princípio é tornar a administração mais célere no 
que se refere à concretização das finalidades públicas. A eficiência é verificada, por 
exemplo, nas ações de planejamento, na redução do controle nas atividades-meio, 
na ampliação da autonomia dos órgãos e entidades administrativas. 
3.6. Princípio da supremacia do interesse público
Por este princípio, toda vez que houver algum conflito entre o interesse público e 
o interesse privado, deverá prevalecer o primeiro, respeitando sempre os direitos 
e garantias fundamentais previstos na Constituição. Na proteção desses direitos e 
garantias deve ser feita uma ponderação entre os interesses conflitantes.
3.7. Princípio da indisponibilidade do interesse público
Os interesses públicos são indisponíveis. Esses interesses pertencem ao povo, ca-
bendo aos agentes públicos apenas a sua gestão. Este princípio impõe restrições ao 
exercício de toda a atividade administrativa.
3.8. Princípio da razoabilidade e proporcionalidade
O princípio da razoabilidade e da proporcionalidade, embora não expressos no texto 
constitucional, são princípios básicos aplicáveis a todo e qualquer ramo do Direito. 
No âmbito do Direito Administrativo, esses princípios encontram aplicabilidade, 
especialmente, no controle dos atos administrativos discricionários.
O princípio da razoabilidade, para a doutrina majoritária, visa estabelecer uma 
ligação entre os meios empregados e os fins desejados pelo ato administrativo. 
Por sua vez, o princípio da proporcionalidade é uma das vertentes da razoabilidade. 
A proporcionalidade tem como finalidade impedir que a administração restrinja 
8
os direitos do particular além do necessário, ou seja, veda o abuso de poder. Este 
princípio se subdivide em: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido 
estrito.
3.9. Princípio da continuidade do serviço público
A prestação do serviço público deve ser eficaz e contínua. Para este princípio a 
expressão “serviço público” possui sentido amplo, abarcando todas as atividades 
executadas sob o regime do Direito Público. 
Em relação a este princípio algumas considerações devem ser feitas
•	 O serviço público poderá interrompido em decorrência do inadimplemento do 
usuário, trata-sede uma exceção reconhecida pelo STJ por conta do disposto 
no art. 6o, § 3o, II da Lei 8.987/95.
•	 Exceção ao contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus): o parti-
cular concessionário de serviço público não poderá interromper a sua prestação, 
ainda que o poder público não cumpra com o contrato.
•	 Direito de greve dos servidores públicos: diante da ausência de norma regula-
mentadora, o STF reconheceu o direito de greve dos servidores públicos por 
analogia a Lei 7.783/95. 
3.10. Princípio da autotutela
Pelo princípio da autotutela, a administração pública tem o poder de rever os 
seus atos. Este controle dos atos administrativos pode ser realizado por duas vias: 
legalidade e mérito.
No controle de legalidade, a administração tem a prerrogativa de anular os atos 
ilegais por ela praticados. Já no controle de mérito, a administração faz um juízo de 
conveniência e oportunidade para verificar se o ato deve continuar surtindo efeitos 
ou não. Neste último caso há o que denominamos como revogação. 
Caiu na OAB
1. João foi aprovado em concurso público promovido pelo 
Estado Alfa para o cargo de analista de políticas públicas, 
tendo tomado posse no cargo, na classe inicial da respecti-
va carreira. Ocorre que João é uma pessoa proativa e teve, 
como gestor, excelentes experiências na iniciativa privada. 
Em razão disso, ele decidiu que não deveria cumprir os co-
mandos determinados por agentes superiores na estrutura 
administrativa, porque ele as considerava contrárias ao 
princípio da eficiência, apesar de serem ordens legais. A 
partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. 
9
a) João possui total liberdade de atuação, não se submetendo a comandos 
superiores, em decorrência do princípio da eficiência. 
b) A liberdade de atuação de João é pautada somente pelo princípio da le-
galidade, considerando que não existe escalonamento de competência no 
âmbito da Administração Pública. 
c) João tem dever de obediência às ordens legais de seus superiores, em razão 
da relação de subordinação decorrente do poder hierárquico. 
d) As autoridades superiores somente podem realizar o controle finalístico das 
atividades de João, em razão da relação de vinculação estabelecida com os 
superiores hierárquicos.
Resposta: C
2. Determinada empresa apresenta impugnação ao edital 
de concessão do serviço público metroviário em determi-
nado Estado, sob a alegação de que a estipulação do re-
torno ao poder concedente de todos os bens reversíveis já 
amortizados, quando do advento do termo final do contrato, 
ensejaria enriquecimento sem causa do Estado.
Assinale a opção que indica o princípio que justifica tal previsão editalícia. 
a) Desconcentração. 
b) Imperatividade. 
c) Continuidade dos Serviços Públicos. 
d) Subsidiariedade.
Resposta: C
3
ORGANIZAÇÃO DA 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
11
1. INTRODUÇÃO
Administração pública é o conjunto de órgãos, entidades e agentes que integram a 
estrutura administrativa. O Estado Brasileiro possui sua organização administrativa 
estabelecida no texto da Constituição Federal de 1988. 
Antes de adentramos no tema da organização da administração pública brasileira é 
de extrema importância a definição de alguns pontos que ajudam na compreensão 
deste ponto.
1.1. Forma de Estado
No Brasil a forma adotada é a federativa. Esta forma de organização caracteriza-se 
pela existência de diversos poderes políticos autônomos em um mesmo território, 
sendo sua principal característica a descentralização política. Os entes estabeleci-
dos pela Constituição Federal de 1988 são: a União, os Estados, os Municípios e 
o Distrito Federal.
1.2. Sistema de Governo
O Brasil adota o sistema presidencialista. Este sistema é marcado pela existência 
de uma separação de poderes independentes e harmônicos entre si. A Consti-
tuição Federal de 1988 estabelece a existência do Poder Legislativo, Executivo 
e Judiciário.
1.3. Forma de Governo
A forma de governo adotada pelo Brasil é a republicana, cuja instituição se dá 
por meio de eleições para a escolha de um governante que represente o povo 
por período determinado. Este governante terá o dever de prestar contas ao 
povo. A forma de governo republicana é marcada por uma forma representa-
tividade popular.
2. REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
As sociedades atuais têm se tornado cada vez mais complexas e para acompanhar 
essa nova realidade é imprescindível a adequação do Estado a essas transformações.
O novo modelo de organização administrativa deve estar cada vez mais próxima da 
sociedade, os órgãos e entes que compõem essa estrutura passam a ter muito mais 
autonomia na busca da promoção do fim estatal. Com relação aos particulares, a 
administração pública passa a ser mais consensual.
No Brasil, a Emenda Constitucional nº 19/1998 instituiu na administração pública 
brasileira essas mudanças, passando de uma administração burocrática para uma 
administração gerencial. Essa nova administração é caracterizada pela descentrali-
zação política e pela eficiência. 
12
3. CENTRALIZAÇÃO, DESCONCENTRAÇÃO E 
DESCENTRALIZAÇÃO 
Na repartição das suas funções, a administração pública pode ser exercida por meio 
das seguintes técnicas: centralização, desconcentração e descentralização.
3.1. Centralização
A centralização é caracterizada pelo exercício das atividades pelo próprio Estado, 
através de seus entes, órgãos e agentes. É a própria administração direta que atua 
para atender ao fim estatal.
3.2. Desconcentração
A desconcentração diz respeito à organização interna dentro de uma mesma estrutura, 
ou seja, a atividade administrativa também é exercida pelo próprio Estado, mas por 
mais de um órgão público por meio de repartição de competências.
3.3. Descentralização
Ocorre a descentralização quando o Estado transfere a função administrativa para 
uma terceira pessoa, que integre a administração pública direta. Para que haja 
descentralização é imprescindível a existência de duas pessoas: o Estado e a pessoa 
que receberá a atribuição para executar o serviço.
Não há no fenômeno da descentralização uma relação de hierarquia entre o executor 
do serviço, mas sim uma vinculação.
A descentralização poderá ocorrer por outorga ou por delegação. Na outorga o 
Estado cria uma entidade por meio de lei para a prestação de serviço específico, 
é o que ocorre na administração indireta. Já, na descentralização por delegação, o 
Estado transfere por contrato ou ato unilateral a execução de determinado serviço.
4. ORGANIZAÇÃO EM SETORES
Em razão da alta complexidade da organização da estrutura administrativa do Es-
tado, a doutrina majoritária estabelece uma divisão em setores.
1o setor É o próprio Estado através da administração pública direta e indireta;
2o setor Fruto da descentralização; é o Estado atuando no mercado;
3o setor São as sociedades civis sem fins lucrativos.
Caiu na OAB
1. O Estado X e os Municípios A, B e C subscreveram pro-
tocolo de intenções para a constituição de um consórcio 
13
com personalidade jurídica de direito privado para atuação 
na coleta, descarte e reciclagem de lixo produzido no limite 
territorial daqueles municípios. Com base no caso apresen-
tado, assinale a afirmativa correta. 
a) Por se tratar de consórcio a ser constituído entre entes de hierarquias di-
versas, a saber, Estado e Municípios, é obrigatória a participação da União. 
b) O consórcio de direito privado a ser constituído pelo Estado e pelos 
Municípios não está alcançado pela exigência de prévia licitação para os 
contratos que vier a celebrar. 
c) O consórcio entre o Estado e os Municípios será constituído por contrato 
e adquirirá personalidade jurídica mediante o atendimento dos requisitos 
da legislação civil. 
d) Por se tratar de consórcio para atuação em área de relevante interesse 
coletivo, não se admite que seja constituído com personalidade de direito 
privado.
Resposta: C
4
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA DIRETA 
15
1. INTRODUÇÃO
Entende-se por administração pública direta o conjunto entreos entes federativos 
e seus respectivos órgãos. A atuação desses entes dá-se por meio dos seus órgãos 
de forma centralizada.
2. ÓRGÃOS PÚBLICOS
2.1. Conceito
Decorrentes do fenômeno da desconcentração, os órgãos públicos são repartições 
internas dentro da estrutura de uma pessoa política ou jurídica, ausentes de perso-
nalidade jurídica própria. Possuem como objetivo principal, tornar a administração 
pública mais eficiente, por isso mesmo, são dotados de autonomia gerencial. Estes 
órgãos estabelecem com o seu ente ou entidade criadora, uma verdadeira relação 
de subordinação.
2.2. Teoria do órgão
Ao longo da história, diversas teorias procuraram explicar a relação entre o Estado 
e o órgão público. 
Dentre as teorias mais citadas, a teoria do órgão é a adotada pela doutrina majori-
tária. Para ela, os agentes que atuam nos órgãos públicos manifestam a vontade do 
próprio Estado (teoria do órgão). A atuação do agente é imputada a pessoa política 
ou jurídica a que pertence.
2.3. Criação e extinção
Os órgãos públicos são criados e extintos mediante lei. Antes da Emenda Constitu-
cional (EC) nº 32, de 2001, exigia-se lei para a criação, estruturação e atribuições 
dos órgãos. Ou seja, atualmente, a estruturação e designação de atribuições de 
órgãos públicos podem, por exemplo, ocorrerem por meio de decreto do Chefe do 
Poder Executivo.
No que concerne à competência para deflagrar o processo legislativo de tal lei 
de criação ou extinção de órgão público, primeiro, é preciso atentar para o as-
sunto abordado pelo projeto de lei. No art. 61, §1º, II, da Constituição Federal, 
encontram-se as hipóteses de iniciativa privativa do Presidente da República e, 
por conta do princípio da simetria constitucional, dos demais Chefes do Poder 
Executivo.
Mais precisamente na alínea “e” do referido artigo encontra-se previsto que é de 
iniciativa privativa do Presidente da República lei que disponha sobre criação ou 
extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, em conformidade com 
o art. 84, VI, também do texto constitucional.
16
2.4. Capacidade processual
Em regra, os órgãos públicos não possuem capacidade processual em decorrência de 
serem entes despersonalizados. No entanto, é reconhecida a capacidade processual 
aos denominados órgãos de cúpula na defesa das suas prerrogativas institucionais, 
estes órgãos são os mais elevados do Poder Público, de natureza constitucional.
Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade 
judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. STJ. 1ª 
Seção. Aprovada em 22/04/2015.
2.4. Classificação
2.4.1. Quanto à posição administrativa
•	 Órgãos independentes: são os órgãos previstos no texto constitucional;
•	 Órgãos autônomos: ocupam posição inferior aos órgãos independentes. São os 
denominados órgãos de cúpula, pois possuem autonomia administrativa;
•	 Órgãos superiores: são órgãos responsáveis pelas atribuições de direção e con-
trole, no entanto, não possuem autonomia. São subordinados a uma chefia.
•	 Órgãos subalternos: são os órgãos de execução. Estão na base da pirâmide 
hierárquica.
2.4.2. Quanto à estrutura
•	 Órgão simples: possuem apenas um centro de competência;
•	 Órgão composto: são resultantes da desconcentração, portanto, reúnem em sua 
estrutura diversos órgãos.
2.4.3. Quanto à composição
•	 Órgãos singulares: são compostos por apenas um agente. Também são deno-
minados como unipessoais;
•	 Órgãos colegiados: ou coletivos, ou, ainda, pluripessoais, são órgãos que pos-
suem mais de um agente em sua estrutura.
Caiu na OAB
1. Fulano, servidor público federal lotado em órgão da admi-
nistração pública federal no Estado de São Paulo, contesta 
ordens do seu chefe imediato, alegando que são proibidas 
pela legislação. A chefia, indignada com o que entende 
ser um ato de insubordinação, remove Fulano, contra a sua 
vontade, para órgão da administração pública federal no 
17
Distrito Federal, para exercer as mesmas funções, sendo 
certo que havia insuficiência de servidores em São Paulo, 
mas não no Distrito Federal. Considerando as normas de 
Direito Administrativo, assinale a afirmativa correta. 
a) A remoção de Fulano para o Distrito Federal é válida, porque configura 
ato arbitrário da Administração. 
b) Não é cabível a remoção do servidor com finalidades punitivas, por se ter, 
em tal hipótese, desvio de finalidade. 
c) A remoção pode ser feita, uma vez que Fulano não pautou sua conduta 
com base nos princípios e regras aplicáveis aos servidores públicos. 
d) O ato de insubordinação deveria ter sido constatado por meio de regular 
processo administrativo, ao fim do qual poderia ser aplicada a penalidade 
de remoção.
Resposta: B
5
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA INDIRETA 
19
1. CONCEITO
A administração pública indireta resulta do fenômeno da descentralização, e é 
composta pelas pessoas jurídicas criadas para exercerem atividades administrativas 
vinculadas ao ente federativo criador. 
Integram a administração pública indireta: as autarquias, as empresas públicas, as 
sociedades de economia mista e as fundações públicas (de Direito Privado e de 
Direito Público). Cada uma dessas entidades possui características próprias (que 
serão apresentadas nos próximos tópicos).
2. AUTARQUIAS
Autarquia é pessoa jurídica de Direito Público criada por lei para exercer atividade 
típica do Estado, integrando a estrutura da administração pública indireta.
De acordo com a legislação em vigor, autarquia é serviço autônomo, criado por lei, 
com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para desempenhar ativi-
dades típicas da administração pública que requeiram uma gestão descentralizada.
2.1. Criação e extinção
Como já mencionado no item anterior, as autarquias são criadas por meio de lei. 
Conforme o texto constitucional a criação se dá através da edição de lei específica 
que é ser de iniciativa privativa do Chefe do Poder ao qual esta autarquia estiver 
vinculada. A extinção da autarquia ocorrerá da mesma forma pela qual foi criada.
2.2. Natureza Jurídica
A autarquia é pessoa jurídica de Direito Público, cuja personalidade jurídica tem 
início a partir do momento em que esta lei criadora entrar em vigor. 
2.3. Objeto
A autarquia será criada pera desempenhar atividade típica do Estado, ou seja, ob-
jetivam a prestação de serviços públicos em sentido amplo.
2.4. Regime de pessoal
O regime de pessoal será o regime jurídico único (estatutário).
2.5. Patrimônio
O patrimônio das autarquias são considerados bens públicos. Decorrem da transfe-
rência dos bens do ente criador, passando a pertencer à entidade criada. Estes bens 
gozam dos mesmos privilégios dos bens públicos em geral.
20
2.6. Atos e contratos
Em regra, os atos praticados pelas autarquias possuem as mesmas particularidades 
dos atos emitidos pela administração pública direta, ou seja, devem ser observados 
os requisitos de validade do ato, bem como os atributos de presunção de legitimi-
dade, autoexecutoriedade e imperatividade. 
Da mesma forma, na celebração de contratos devem ser observadas as mesmas 
regras constantes na Lei nº 8666/93.
2.7. Responsabilidade civil
As autarquias estão sujeitas a aplicação da responsabilidade objetiva, conforme 
disposição prevista no art. 37, §6º da Constituição Federal de 1988.
2.8. Peculiaridades
• As autarquias gozam de imunidade tributária dos impostos referentes aos bens, 
renda e serviços vinculados as finalidades essenciais das suas atividades; 
• As autarquias gozam de certas prerrogativas processuais em razão de serem 
enquadradas no conceito de Fazenda Pública;
3. AUTARQUIAS ESPECIAIS
3.1. Agências executivas
As agências executivas são autarquias de regime especial que celebram contrato de 
gestão com o Ministério supervisor e que tenham um plano de reestruturação e de 
desenvolvimento institucional em andamento.
Encontram-se previstas na Lei nº 9649/98 e no Decreto nº 2487/98, seu principal 
objetivoé exercer a atividade estatal com mais eficiência. Em regra, são criadas por 
meio de decreto do Presidente da República.
3.2. Agências reguladoras
As agências reguladoras são autarquias de regime especial que regulam determinadas 
atividades econômicas e serviços públicos transferidos para o setor privado. 
3.3. Associações Públicas
As associações públicas são responsáveis por gerir os consórcios públicos da admi-
nistração pública indireta. 
IMPORTANTE!!! AUTARQUIAS CORPORATIVAS – São os órgãos de fiscalização profissional, cuja natureza 
foi firmada através da ADIn 1717. Estes conselhos possuem natureza de autarquia e exercem poder 
de polícia. Na ocasião, o STF declarou inconstitucional o art. 58 da Lei 9649/98.
21
4. EMPRESAS ESTATAIS
As empresas estatais são sociedades que estão sob o controle acionário do Estado 
e integram a administração pública indireta. Podem apresentar-se sob a forma de 
empresas públicas ou de sociedade de economia mista, previstas no Decreto-Lei 
nº 200/1967.
Em regra, as empresas estatais são criadas para que o Estado atue na exploração 
de atividade econômica (Estado-empresário). No entanto, admite-se a criação de 
estatais para a prestação de serviço público. 
4.1. Empresa pública
As empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado que integram a 
administração pública indireta. São criadas por meio de autorização legal, podendo 
assumir qualquer forma societária prevista em lei. 
4.2. Sociedade de economia mista
Pessoas jurídicas de Direito Privado que integram a administração pública indireta. 
São criadas por meio de autorização legal, devendo assumir a forma de sociedade 
anônima.
4.3. Características semelhantes entre as empresas públicas e 
sociedades de economia mista
Criação Autorização em lei específica.
Objeto Exploração de atividade econômica ou prestação de serviço público.
Regime jurídico
Empresas exploradoras de atividade econômica: regras de Direito Privado;
Empresas que prestarem serviços públicos: regras de Direito Público.
Controle
Não há uma relação de hierarquia entre essas empresas e o ente criador, mas 
sim mero controle finalístico.
Benefícios ficais 
e Imunidade 
tributária
Conforme entendimento da doutrina majoritária, somente as empresas públicas 
e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica não 
gozam de benefícios fiscais. As prestadoras de serviço público podem receber 
benefícios fiscais exclusivos.
Licitação
Para a doutrina majoritária não se aplica as regras de licitação quando o objeto 
do contrato estiver ligado à atividade-fim da entidade.
Responsabilida-
de civil
Empresas exploradoras de atividade econômica: responsabilidade subjetiva;
Empresas que prestarem serviços públicos: responsabilidade objetiva.
Regime de 
pessoal
Emprego público.
22
Bens
Em regra, não são considerados bens públicos. No entanto, nas empresas pres-
tadoras de serviço público, os bens empregados diretamente na prestação do 
serviço sujeitar-se-ão as particularidades próprias dos bens públicos;
4.4. Características distintas entre as empresas públicas e sociedades de 
economia mista 
Para facilitar a compreensão do tema, montamos um quadro comparativo com as 
principais distinções entre empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Empresa Pública Sociedade de Economia Mista
Forma jurídica
Qualquer forma societária admi-
tida em lei
Sociedade anônima
Capital Integralmente público Público e privado
Foro processual
Nas empresas públicas federais, 
o foro será o da justiça federal. 
Nas empresas estaduais, será 
competente o foro estadual. 
Justiça estadual
5. FUNDAÇÕES ESTATAIS
As fundações estatais são entidades criadas para integrar a administração pública 
indireta com o objetivo de satisfazer objetivos sociais, portanto, não possuem fins 
lucrativos. Quanto a natureza jurídica, a doutrina majoritária entende que podem 
ser de Direito Público (autarquia fundacional) ou Privado. 
Criação
Fundação estatal de Direito Público – Lei específica de iniciativa do chefe 
do executivo;
Fundação estatal de Direito Privado – depende de autorização legal, mas só 
passam a ter personalidade jurídica com o registro dos atos constitutivos.
Objeto Atuação em atividades socialmente relevantes.
Regime de pessoal 
Fundação estatal de Direito Público – regime jurídico único;
Fundação estatal de Direito Privado – emprego público.
Patrimônio 
Fundação estatal de Direito Público – bem público;
Fundação estatal de Direito Privado – bem privado, no entanto algumas 
prerrogativas dos bens públicos deverão ser observadas.
Responsabilidade civil
Fundação estatal de Direito Público – responsabilidade objetiva;
Fundação estatal de Direito Privado – responsabilidade objetiva quando 
forem prestadoras de serviço público.
Foro processual
Fundação estatal de Direito Público – Justiça Federal;
Fundação estatal de Direito Privado – justiça Estadual.
Controle Tribunal de Contas.
23
6. CONSÓRCIO PÚBLICO
De acordo com a legislação em vigor, o consórcio público é a gestão associada de 
serviços públicos, ou seja, a união de entes federativos para a criação de uma pes-
soa jurídica para a prestação de determinado serviço. Trata-se de uma verdadeira 
cooperação entre os entes.
Com a edição da Lei nº 11107/05, os consórcios públicos passam a ser tratados 
como contratos, cuja celebração fica condicionada a um protocolo de intenção. 
Este protocolo deverá ser aprovado pela casa legislativa de cada ente integrando 
do consórcio, sendo aprovado e devidamente assinado, o consórcio torna de fato 
um contrato. O consórcio público se exterioriza por meio de uma pessoa jurídica 
que poderá ser de Direito Público (são as denominadas associações públicas) ou 
de Direito Privado.
Dois tipos de contrato são celebrados pelos consórcios públicos, são eles: o contrato 
de rateio e o contrato de programa.
•	 O contrato de rateio viabiliza a transferência de recursos orçamentários dos 
entes consorciados para o consórcio. Em regra, tem vigência máxima no prazo 
de 01 ano. 
•	 O contrato de programa possui como objeto a transferência de servidores, 
bens ou serviços para o consórcio, ou seja, são obrigações diversas que não 
envolvem recursos orçamentários. Continua vigente mesmo após a extinção do 
consórcio. 
Caiu na OAB
1. O Estado Alfa, mediante a respectiva autorização legis-
lativa, constituiu uma sociedade de economia mista para 
o desenvolvimento de certa atividade econômica de rele-
vante interesse coletivo. Acerca do Regime de Pessoal de 
tal entidade, integrante da Administração Indireta, assinale 
a afirmativa correta. 
a) Por se tratar de entidade administrativa que realiza atividade econômica, 
não será necessária a realização de concurso público para a admissão de 
pessoal, bastando processo seletivo simplificado, mediante análise de cur-
rículo. 
b) É imprescindível a realização de concurso público para o provimento de 
cargos e empregos em tal entidade administrativa, certo que os servidores 
ou empregados regularmente nomeados poderão alcançar a estabilidade 
mediante o preenchimento dos requisitos estabelecidos na Constituição da 
República.
c) Deve ser realizado concurso público para a contratação de pessoal por 
tal entidade administrativa, e a remuneração a ser paga aos respectivos 
empregados não pode ultrapassar o teto remuneratório estabelecido na 
24
Constituição da República, caso sejam recebidos recursos do Estado Alfa 
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. 
d) A entidade administrativa poderá optar entre o regime estatutário e o 
regime de emprego público para a admissão de pessoal, mas, em qualquer 
dos casos, deverá realizar concurso público para a seleção de pessoal.
Resposta: C
2. A sociedade “Limpatudo” S/A é empresa pública estadual 
destinada à prestação de serviços públicos de competência 
do respectivo ente federativo. Tal entidade administrativa foi 
condenada em vultosa quantia em dinheiro, por sentença 
transitada em julgado, em fase de cumprimentode sentença. 
Para que se cumpra o título condenatório, considerar-se-á que os bens da em-
presa pública são 
a) impenhoráveis, certo que são bens públicos, de acordo com o ordenamento 
jurídico pátrio. 
b) privados, de modo que, em qualquer caso, estão sujeitos à penhora. 
c) privados, mas, se necessários à prestação de serviços públicos, não podem 
ser penhorados. 
d) privados, mas são impenhoráveis em decorrência da submissão ao regime 
de precatórios.
Resposta: C
6
CONCESSÃO E 
PERMISSÃO DE 
SERVIÇO PÚBLICO 
26
1. CONCESSÃO X PERMISSÃO
Concessão e permissão são formas de delegação de serviço público e estão previstas 
na Constituição Federal de 1988.
Antigamente, a concessão era concebida na forma de contrato e a permissão 
como mero ato administrativo precário e discricionário. Desta forma, a concessão 
deveria ser precedida de licitação, enquanto que para a permissão não havia essa 
exigência. Com o advento da Lei 8987/95, a permissão de serviço público passou a 
ser celebrada por meio de contrato. O STF trata a concessão e a permissão como 
sinônimos, haja vista que o art. 175, p.u., I da CRFB afastou qualquer distinção 
entres esses institutos.
Concessão Permissão
Delegatário Pessoa jurídica ou consórcio 
público
Pessoa física ou jurídica
Licitação Deve ser precedida de licitação 
na modalidade concorrência
A lei não estabelece uma moda-
lidade em específico
2. MODALIDADES DE CONCESSÃO
A concessão poderá ser: comum ou especial (parceria público-privada).
3. CONCESSÃO COMUM
A concessão comum é a forma pela qual o Poder Público delega a execução do 
serviço para um terceiro mediante contrato, está prevista na Lei nº 8987/95. Vejamos 
as principais características dessa modalidade de concessão
Remuneração
Em regra, a remuneração do concessionário ocorre por meio da cobrança 
de tarifa, que ser fixada na proposta de licitação, podendo ser atualizada 
durante a execução do contrato. Além da tarifa, o concessionário poderá 
instituir “receitas alternativas” referentes a serviços privados ligados ao 
serviço público.
Licitação
A concessão sempre será precedida de licitação na modalidade con-
corrência.
Cláusulas essenciais
Em razão de ser um contrato administrativo, a lei estabelece algumas 
prerrogativas ao poder concedente. Essas prerrogativas estão elencadas 
no art. 23 da Lei nº 8987/95. Dentre elas, temos: o preço do serviço, 
estipulação de cronogramas físico-financeiros de execução, e, os direitos 
e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço.
Prazo
Os contratos de concessão devem possuir prazo determinado, no entanto, 
a lei que regula a concessão não estipula um prazo máximo. Este prazo 
deverá ser estabelecido pelo ente federado ou pelo poder concedente. 
O prazo do contrato poderá ser prorrogado de forma excepcional.
Subcontratação
É admitida a contratação de terceiro quando se tratar de atividade ine-
rente ao serviço público concedido. A relação entre o concessionário e 
esse terceiro será de Direito Privado.
27
Subconcessão
Somente será possível se houver previsão expressa no contrato, bem 
como autorização expressa do poder concedente do serviço público. 
Sendo possível a sua realização, a subconcessão deverá ser precedida 
de licitação na modalidade concorrência.
Encargos
O poder concedente tem a obrigação de fiscalizar, sendo verificada 
alguma irregularidade, deverá aplicar as respectivas sanções, intervir ou 
extinguir o contrato de concessão.
Responsabilidade civil Submetem-se ao regime da responsabilidade civil objetiva.
Reversão dos bens
Ao término do contrato de concessão, o concessionário transfere os bens 
afetados ao serviço público para o poder concedente. O fundamento 
dessa transferência reside no princípio da continuidade do serviço público.
4. CONCESSÃO ESPECIAL
A concessão especial, ou parceria público-privada (PPP), é todo contrato firmado 
entre o Estado e o particular para a execução de algum interesse público nas mo-
dalidades previstas na Lei nº 11079/2004.
Esta modalidade de concessão se divide em: PPP patrocinada e PPP administrativa.
Conforme estabelecido em lei, a PPP patrocinada será aquela em que há contrapres-
tação pecuniária do parceiro público para o particular, além da tarifa cobrada dos 
usuários (tarifa + contraprestação). Tem como objeto a execução de serviço público.
Por sua vez, a PPP administrativa é o contrato de prestação de serviço em que o 
próprio Estado é o usuário, devendo envolver a execução de obra ou fornecimento e 
instalação de bens. Nessa modalidade de concessão, o concessionário é remunerado 
integralmente pelo poder público. 
Vejamos outras particularidades da concessão especial
Risco do negócio
Há na concessão especial uma repartição objetiva de riscos a ser de-
finida no contrato, englobando os riscos ordinários e extraordinários.
Valor mínimo e prazo
Valor mínimo: R$ 10.000.000,00 (dez milhões); 
Prazo: mínimo de 05 anos e máximo de 35.
Licitação
A minuta do edital e do contrato devem ser precedidas de consulta 
pública;
Para a realização da licitação é necessário autorização legislativa;
Na fase interna da licitação deve-se observas as exigências do art. 
10 da Lei 11079/04, como por exemplo, o procedimento de mani-
festação de interesses (PMI);
Deve ser realizada na modalidade concorrência, no entanto, o poder 
concedente poderá inverter as fases de habilitação e julgamento;
Responsabilidade civil
Nas concessões que envolver a prestação de serviço a responsabili-
dade será objetiva, mas demais valerá a regra da responsabilidade 
subjetiva.
5. AUTORIZAÇÃO
28
A doutrina majoritária reconhece a autorização como forma de delegação de serviço 
público, sendo esta considerada como mero ato administrativo precário e discricionário.
Caiu na OAB
1. Um Estado da Federação lançou um grande programa 
de concessões como forma de fomentar investimentos, 
diante das dificuldades financeiras por que vem passando. 
Por meio desse programa, ele pretende executar obras de 
interesse da população e ceder espaços públicos para a 
gestão da iniciativa privada. Como parte desse programa, 
lançou edital para restaurar um complexo esportivo com 
estádio de futebol, ginásio de esportes, parque aquático e 
quadras poliesportivas. 
Diante da situação acima, assinale a afirmativa correta. 
a) O Estado pode optar por celebrar uma parceria público-privada na mo-
dalidade de concessão patrocinada, desde que o contrato tenha valor igual 
ou superior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) e que as receitas 
decorrentes da exploração dos serviços não sejam suficientes para remunerar 
o particular. 
b) A constituição de sociedade de propósito específico – SPE, sociedade 
empresária dotada de personalidade jurídica e incumbida de implantar e 
gerir o objeto da parceria, deve ocorrer após a celebração de um contrato 
de PPP. 
c) O contrato deverá prever o pagamento de remuneração fixa vinculada ao 
desempenho do parceiro privado, segundo metas e padrões de qualidade 
e disponibilidade nele definidos. 
d) A contraprestação do Estado deverá ser obrigatoriamente precedida da 
disponibilização do serviço que é objeto do contrato de parceria público-
-privada; dessa forma, não é possível o pagamento de contraprestação 
relativa à parcela fruível do serviço contratado.
Resposta: A
2. Uma autarquia federal divulgou edital de licitação para 
a concessão da exploração de uma rodovia que interliga 
diversos Estados da Federação. A exploração do serviço 
será precedida de obras de duplicação da rodovia. Como 
o fluxo esperado de veículos não é suficiente para garantir, 
por meio do pedágio, a amortização dos investimentos e a 
remuneração do concessionário, haverá, adicionalmente à 
cobrança do pedágio, contraprestação pecuniária por parte 
do Poder Público. 
29
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. 
a) Trata-se de um exemplo de parceria público-privada, na modalidade con-
cessão administrativa. 
b) Trata-se de um consórcio público com personalidade de direitopúblico 
entre a autarquia federal e a pessoa jurídica de direito privado. 
c) Trata-se de um exemplo de parceria público-privada, na modalidade con-
cessão patrocinada. 
d) Trata-se de um exemplo de consórcio público com personalidade jurídica 
de direito privado.
Resposta: C
7
TERCEIRO SETOR
31
1. CONCEITO
Terceiro setor diz respeito às entidades da sociedade civil sem fins lucrativos, que 
celebram parcerias com o Estado para desempenhar atividades socialmente relevantes. 
Essas entidades devem ser sempre de Direito Privado (associações ou fundações). 
2. CARACTERÍSTICAS
• São pessoas jurídicas de Direito Privado criadas por particulares;
• Não integram a administração pública indireta;
• Só podem ser associação civil ou fundação privada, portanto, são entidades 
sem fins lucrativos. O eventual lucro decorrente do serviço prestado deverá 
ser reinvestido na finalidade social;
• Prestam atividade socialmente relevante;
• Formalizam vínculos formais com o Estado;
• Recebem benefícios públicos que se inserem na ideia fomento público.
3. ENTIDADES INTEGRANTES DO TERCEIRO SETOR 
Conforme ensinamentos da doutrina majoritária, é preciso destacar as organizações 
sociais (OS), as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e os 
serviços sociais autônomos (Sistema S).
3.1. Serviço Social Autônomo (Sistema S)
São entidades criadas por confederações privadas para exercerem atividades de 
amparo relacionadas ao campo profissional. Dependem da edição de lei para serem 
criadas e recebem contribuição social cobrada da iniciativa privada. São exemplos 
de serviço social autônomo: SESC, SESI, SENAI, SENAT, SEBRAE, e SEST.
3.2. Organização Social (OS)
As organizações sociais estão regulamentadas na Lei 9637/98. Trata-se de entidades 
privadas que celebram contrato de gestão com o Estado para a busca de metas sociais, 
em contrapartida recebem uma contraprestação pública. A qualificação de uma entidade 
privada como organização social é atividade discricionária da administração pública.
3.3. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)
As organizações da sociedade civil de interesse público estão regulamentadas na Lei 
9790/99. Estas entidades celebram com o Estado termos de parceria para atender 
os objetivos sociais estabelecidos em lei, dentre eles: a assistência social, defesa 
do patrimônio histórico e artístico, preservação e conservação do meio ambiente, 
combate à pobreza, e, implementação de tecnologias voltadas à mobilidade das 
32
pessoas. A qualificação de uma entidade como OSCIP é atividade vinculada da 
administração pública.
4. ASPECTOS RELEVANTES
•	 Foro processual: Justiça Estadual;
•	 Controle: será exercido pelo ente parceiro, pelo Ministério Público e pelo 
Tribunal de Contas;
•	 Regime de pessoal: emprego público, devendo o processo seletivo ser realizado 
por meio de um processo seletivo objetivo, uma vez que essas entidades recebem 
recursos públicos;
•	 Patrimônio: em regra são bens privados;
•	 Tributos: Gozam de tratamento tributário privilegiado.
5. LICITAÇÃO
É entendimento majoritário a desnecessidade de licitação para a formalização de 
parcerias com o terceiro setor, uma vez que essas parcerias possuem natureza ju-
rídica de convênio. No entanto, o poder público deverá respeitar o princípio da 
impessoalidade ao firmar parcerias com essas entidades.
Caiu na OAB
1. A Associação Delta se dedica à promoção do voluntaria-
do e foi qualificada como Organização da Sociedade Civil 
sem fins lucrativos – OSCIP, após o que formalizou termo de 
parceria com a União, por meio do qual recebeu recursos 
que aplicou integralmente na realização de suas atividades, 
inclusive na aquisição de um imóvel, que passou a ser a 
sede da entidade. 
Com base nessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. 
a) A Associação não poderia ter sido qualificada como OSCIP, considerando 
que o seu objeto é a promoção do voluntariado. 
b) A qualificação como OSCIP é ato discricionário da Administração Pública, 
que poderia indeferi-lo, mesmo que preenchidos os requisitos legais. 
c) A qualificação como OSCIP não autoriza o recebimento de recursos finan-
ceiros por meio de termo de parceria, mas somente mediante contrato de 
gestão. 
d) A Associação não tem liberdade para alienar livremente os bens adquiridos 
com recursos públicos provenientes de termo de parceria.
Resposta: D
8
SERVIÇO PÚBLICO 
34
1. CONCEITO
Não há na doutrina um consenso a cerca do conceito de serviço público. A doutrina 
majoritária brasileira adota o conceito amplo em que o serviço público é toda atividade 
criada por lei, cujo o titular é o Estado ou particular delegatário, com o objetivo 
de atender ao interesse público, sendo submetida ao regime do Direito Público. 
2. CRIAÇÃO 
O serviço público é atividade criada pela lei ou pela Constituição.
3. PRINCÍPIOS
Ao longo da evolução histórica, diversos princípios foram absorvidos pelo campo 
do serviço público. Abaixo, listaremos os principais princípios reconhecidos pela 
doutrina majoritária
3.1. Princípio da continuidade do serviço público
Para este princípio, o serviço público deve ser prestado de forma ininterrupta, 
contínua. Importante destacar que essa continuidade se dará de acordo com as 
necessidades da sociedade, podendo ser absoluta ou relativa. 
Conforme já descrito no 2
deste material, o princípio da continuidade traz três grandes discussões, são elas
•	 O serviço público poderá interrompido em decorrência do inadimplemento do 
usuário, trata-se de uma exceção reconhecida pelo STJ por conta do disposto 
no art. 6o, § 3o, II da Lei nº 8.987/95.
Esta questão chegou no STJ a partir do conflito entre duas normas: o art. 22 do CDC e o art. 6o, § 3o, 
II da Lei nº 8.987/95. Em razão do princípio da especialidade, foi consolidado o entendimento pela 
aplicabilidade da Lei 8.987/95. Porém, o próprio STJ traz uma exceção, que é quando o Estado é o 
usuário do serviço. Neste caso, a concessionária não poderá efetuar o corte quando o Estado estiver 
prestando serviço essencial para a coletividade, como por exemplo, em hospitais públicos e creches.
•	 Exceção ao contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus): o parti-
cular concessionário de serviço público não poderá interromper a sua prestação, 
ainda que o poder público não cumpra com o contrato.
•	 Direito de greve dos servidores públicos: diante da ausência de norma regula-
mentadora, o STF reconheceu o direito de greve dos servidores públicos por 
analogia a Lei nº 7.783/95. Respeitando sempre a prestação dos serviços essenciais.
No ano de 2007, o STF no julgamento de três mandados de injunção impetrados – um pelo Sindicato 
dos Servidores Policiais Civis do Espírito Santo (SINDIPOL), outro pelo Sindicato dos Trabalhadores 
em Educação do Município de João Pessoa (SINTEM), e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder 
Judiciário do Estado do Pará (SINJEP) – concluiu por assegurar aos seus associados o direito de greve 
estabelecido no art. 37, VII, da CRFB em face da omissão legislativa. Tais decisões estão inseridas nos 
informativos 308, 430, 462, 468, 480 e 484 do referido Tribunal.
35
3.2. Princípio da igualdade
Pelo princípio da igualdade, tanto o Poder Público quanto o particular delegatário 
de serviço público, deverá prestá-lo igualmente para todos os usuários do serviço. 
3.3. Princípio da mutabilidade
O serviço público deve acompanhar as transformações da sociedade com o objetivo 
de evitar sua deterioração.
3.4. Princípio da generalidade
A prestação do serviço público deverá atender ao maior número de pessoas.
3.5. Princípio da modicidade
O valor cobrado para o usuário pela prestação do serviço deverá ser proporcional ao 
custo deste serviço, com o fim de viabilizar o acesso ao maior número de pessoas. 
4. CLASSIFICAÇÃO
A doutrina estabelece diversos critérios para a classificação do serviço público. 
Vejamos abaixo as mais importantes
4.1. Em relação ao usuário o serviço poderá ser
•	 Uti singuli(específicos ou individuais): é aquele serviço prestado diretamente 
a um indivíduo, como por exemplo o fornecimento de água. O pagamento é 
através de uma taxa ou tarifa.
•	 Uti universi (gerais): são os serviços prestados para a coletividade. Em regra, 
são cobrados por meio de impostos.
4.2. Em relação ao objeto será
•	 Administrativo: quando executado pela administração pública para atender as 
suas próprias necessidades. São as atividades-meio.
•	 Social: quando for executado para atender interesses de caráter social, podendo 
ser prestado tanto pelo Poder Público quanto pelo particular.
•	 Econômico: são os serviços enquadrados como atividade econômica auferindo 
renda para quem prestar este serviço.
4.3. Em relação à titularidade estatal, o serviço público poderá ser
•	 Próprio: quando for de titularidade exclusiva do Estado e a execução for feita 
pelo próprio ou por particular delegatário.
36
•	 Impróprio (ou virtual): quando se tratar de serviço cuja titularidade não for 
exclusiva do Estado, mas for de relevante interesse social.
5. MODALIDADES
A prestação do serviço público poderá ser prestada de forma direta ou indireta. 
Será direta quando a prestação for executada pela própria administração pública, e, 
indireta, quando prestada por um particular por meio de um contrato de concessão 
ou permissão de serviço público.
6. CDC
Conforme a legislação em vigor, os serviços públicos submetem-se às regras do 
Código de Defesa do Consumidor (CDC). A doutrina diverge bastante quanto a 
amplitude da aplicação do CDC aos serviços públicos. Diversas teorias surgiram 
para debater o tema, sendo tese majoritária atualmente a incidência do CDC apenas 
aos serviços individuais (uti singuli) remunerados por meio de tarifa.
Caiu na OAB
1. O Estado Alfa, com o objetivo de articular a prestação 
dos serviços de saneamento básico entre municípios limí-
trofes, instituiu uma região metropolitana, de modo a pro-
mover a organização, o planejamento e a execução de tais 
atividades de interesse comum. 
Acerca da criação de regiões metropolitanas para a realização de serviços pú-
blicos, assinale a afirmativa correta. 
a) A instituição de região metropolitana para a organização, o planejamento 
e a execução dos serviços públicos é de competência do Estado Alfa, por 
meio de lei complementar. 
b) A organização, o planejamento e a execução dos serviços de saneamento 
básico entre municípios limítrofes deveria, necessariamente, ser promovida 
por meio de consórcio público. 
c) A competência para a criação de regiões metropolitanas é exclusiva da 
União, sob pena de violar a autonomia dos municípios que seriam por elas 
alcançados. 
d) A criação da região metropolitana pretendida pelo Estado Alfa não é 
possível, diante da ausência de previsão para tanto no nosso ordenamento 
jurídico.
Resposta: A
9
PODERES 
ADMINISTRATIVOS
38
1. CONCEITO
Poderes administrativos são prerrogativas que a Administração Pública possui para 
que, no exercício das suas atividades, concretize os interesses da coletividade. Estes 
poderes podem ser utilizados de forma isolada ou conjunta.
No exercício desses poderes, a Administração Pública deverá atuar estritamente 
conforme as hipóteses impostas da lei (poder vinculado) ou poderá atuar fazendo 
um juízo de conveniência e oportunidade, tendo uma maior liberdade de atuação, 
mas sempre dentro dos limites legais (poder discricionário).
2. DESVIO E EXCESSO DE PODER
Os poderes administrativos devem ser utilizados exclusivamente para alcançar o 
interesse público. Quando o uso desses poderes for abusivo, violando o princípio 
da supremacia do interesse público, haverá uma ilegalidade, ou seja, um verdadeiro 
abuso de poder.
Este abuso de poder poderá ocorrer de duas formas
•	 Excesso de poder: quando a atuação do agente público ultrapassa a esfera da 
sua competência;
•	 Desvio de poder (ou desvio de finalidade): quando o agente público atua com 
finalidade diversa ao interesse público.
3. ESPÉCIES DE PODER E SUAS CARACTERÍSTICAS
3.1. Poder hierárquico
O poder hierárquico pressupõe a existência de níveis de subordinação na estrutura 
interna da Administração Pública. Importante lembrar que este poder desenvolve-
-se sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, ou seja, não há hierarquia 
entre pessoas jurídicas distintas. Sendo assim, a relação existente entre as pessoas 
da Administração Direta e a Administração Indireta é meramente de vinculação e 
não de hierarquia.
O poder hierárquico garante a Administração as prerrogativas de fiscalizar, dar 
ordens, aplicar sanções, rever atos, controlar, resolver conflitos, delegar e avocar 
competências.
3.2. Poder disciplinar
O poder disciplinar consiste na aplicação de sanções às pessoas que possuem algum 
vínculo com a Administração Pública, podendo este vínculo ser funcional (punição 
aos seus servidores) ou negocial (infração administrativa praticada por particular 
ligado à administração por vínculo jurídico específico).
39
3.3. Poder regulamentar ou normativo
O poder regulamentar confere à Administração Pública a prerrogativa de editar 
atos normativos. Este poder se materializa através dos seguintes tipos de decretos
•	 Decretos regulamentares (ou de execução): atos secundários que definem pro-
cedimentos para a fiel aplicação da lei. Sua edição é de competência exclusiva 
do Chefe do Poder Executivo, não podendo ser delegada.
•	 Decretos autônomos: são atos primários que encontram fundamento na própria 
Constituição. Os decretos autônomos podem conter normas dirigidas aos cidadãos 
ou à organização e funcionamento da própria administração. A competência 
para sua edição é do Chefe do Poder Executivo, podendo ser delegada para 
outra autoridade.
•	 Regulamentos autorizados: ocorre quando o Poder Legislativo autoriza, por 
meio de lei, o Poder Executivo a complementar disposições constantes nesta 
lei. Esse complemento deve ser apenas de natureza técnica, como por exemplo 
as normas editadas pelas agências reguladoras.
3.4. Poder de polícia
O poder de polícia é prerrogativa conferida à Administração Pública para restringir 
e condicionar o exercício de direitos e práticas de atividades privadas, com o fim 
de proteger os interesses da sociedade. 
O conceito legal desse poder pode ser encontrado no art. 78 do CTN, sendo consi-
derado atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de 
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas de-
pendentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública 
ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
3.4.1. Polícia administrativa x Polícia judiciária
Para a doutrina majoritária, o conceito de poder de polícia pode ser concebido por 
dois sentidos: amplo e restritivo. O sentido amplo compreende toda e qualquer ati-
vidade estatal que restrinja a liberdade individual. Por sua vez, o sentido restritivo 
corresponde às restrições oriundas da atividade administrativa estatal, advindo daí 
a ideia de polícia administrativa.
A polícia administrativa possui caráter meramente preventivo, incidindo sobre bens, di-
reitos e atividades. É exercida pelos diversos órgãos integrantes da Administração Pública.
A ideia de polícia administrativa não se confunde com a polícia judiciária, pois 
esta será exercida por corporações especializadas para a apuração e repressão a 
crimes. Desta forma, concluímos que a polícia judiciária possui caráter repressivo, 
incidindo apenas sobre pessoas.
40
3.4.2. Ciclos do poder de polícia
Para professor Diogo de Figueiredo Moreira Neto, o poder de polícia de desenvolve 
em ciclos, sendo eles: legislação, consentimento, fiscalização e sanção.
•	 Legislação (ou ordem de polícia): diz respeito a edição de normas que limitam 
e condicionam o exercício de atividades privadas euso de bens. Está atrelado 
ao princípio da legalidade.
•	 Consentimento: esta fase condiciona o exercício de alguma atividade ao con-
sentimento da Administração Pública. Esse consentimento ocorre por meio da 
concessão de licenças ou autorizações. 
•	 Fiscalização: a Administração Pública deve verificar se o particular está cum-
prindo as exigências impostas pela legislação (ordem de polícia), bem como 
se estão sendo observadas as condições impostas na licença ou autorização.
•	 Sanção: sendo verificada alguma infração a ordem de polícia ou ao consentimento 
oriundo de licença/autorização, deverá ser aplicada sanção correspondente. 
Das fases apresentadas, as únicas que estão sempre presentes em qualquer poder de polícia são: a 
legislação e a fiscalização. Isso ocorre, pois o consentimento existirá quando for necessária a expedição 
de licença ou autorização; e, a sanção quando houver alguma irregularidade.
3.4.3. Delegação do poder de polícia
A possibilidade de delegação do poder de polícia é tema amplamente debatido pela 
doutrina. A tese majoritária e o próprio STF entendem que é possível a delegação 
para as apenas para as pessoas jurídicas de Direito Público integrantes da Admi-
nistração Indireta.
O professor Diogo de Figueiredo Moreira Neto sustenta a possibilidade de delega-
ção das fases de consentimento e fiscalização para as pessoas jurídicas de direito 
privado integrantes da Administração Pública Indireta, pois são atividades que não 
implicam na imposição de sanções.
3.4.4. Atributos do poder de polícia
O poder de polícia possui alguns atributos específicos, são eles
•	 Discricionariedade: a Administração possui liberdade de atuação, seguindo os 
critérios de conveniência e oportunidade, respeitando sempre os princípios da 
razoabilidade e proporcionalidade.
•	 Autoexecutoriedade: a Administração pode praticar os seus atos independen-
temente de prévia autorização judicial.
•	 Coercibilidade: as medidas adotadas pela Administração podem ser aplicadas 
de forma coercitiva, inclusive mediante o emprego de força.
41
3.4.5. Limitações ao poder de polícia
O exercício do poder de polícia deverá observar os limites impostos pelo ordena-
mento jurídico, bem como as garantias constitucionais. Destaca-se o respeito ao 
princípio da proporcionalidade, não podendo o ato de polícia ultrapassar os seus 
limites, sob pena de indenização para o particular atingido.
Caiu na OAB
1. Um fiscal de posturas públicas municipais verifica que 
um restaurante continua colocando, de forma irregular, 
mesas para os seus clientes na calçada. Depois de lavrar 
autos de infração com aplicação de multa por duas vezes, 
sem que a sociedade empresária tenha interposto recurso 
administrativo, o fiscal, ao verificar a situação, interdita o 
estabelecimento e apreende as mesas e cadeiras colocadas 
de forma irregular, com base na lei que regula o exercício 
do poder de polícia correspondente. A partir da situação 
acima, assinale a afirmativa correta. 
a) O fiscal atuou com desvio de poder, uma vez que o direito da sociedade 
empresária de continuar funcionando é emanação do direito de liberdade 
constitucional, que só pode ser contrastado a partir de um provimento 
jurisdicional. 
b) A prática irregular de ato autoexecutório pelo fiscal é clara, porque não 
homenageou o princípio do contraditório e da ampla defesa ao não permitir 
à sociedade empresária, antes da apreensão, a possibilidade de produzir, em 
processo administrativo específico, fatos e provas em seu favor. 
c) O ato praticado pelo fiscal está dentro da visão tradicional do exercício 
da polícia administrativa pelo Estado, que pode, em situações extremas, 
dentro dos limites da razoabilidade e da proporcionalidade, atuar de forma 
autoexecutória. 
d) A atuação do fiscal é ilícita, porque os atos administrativos autoexecutórios, 
como mencionado acima, exigem, necessariamente, autorização judicial 
prévia.
Resposta: C
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ATO ADMINISTRATIVO
43
1. CONCEITO
Ato administrativo é espécie do gênero ato jurídico, que se caracteriza por ser ato 
unilateral da Administração Pública ou de particular delegatário, sujeitos ao regime 
do Direito Público para a produção de efeitos jurídicos com a finalidade de atender 
o interesse público. 
Os atos administrativos são típicos do Poder Executivo, mas também poderão editar 
esses atos o Poder Legislativo e Judiciário no exercício de gestão interna.
Por vezes a Administração atua no âmbito do Direito Privado, isso ocorre através 
das entidades que atuam no domínio econômico, como por exemplo, as empresas 
públicas e sociedades de economia mista. Nestes casos, os atos emitidos por essas 
entidades também serão considerados administrativos, quando editados no exercício 
de atividade administrativa por imposição constitucional, sendo impugnáveis através 
de mandado de segurança.
2. FATO ADMINISTRATIVO
Trata-se de eventos materiais que repercutem no mundo jurídico. Em regra, é mera 
consequência dos atos administrativos.
3. ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Prevalece na doutrina o entendimento de que são cinco os elementos que constituem 
o ato administrativo: competência, forma, finalidade, motivo e objeto.
•	 Competência: somente agente público competente pode editar ato administrativo. 
Somente a lei pode estabelecer competências, sendo assim, este é um elemento 
vinculado. A competência é fixada em razão da matéria, do território, da hie-
rarquia e em razão do tempo. É, portanto, elemento irrenunciável, intransferível, 
imodificável, imprescritível, improrrogável e de exercício obrigatório.
 ATENÇÃO! Em certas ocasiões, a competência poderá ser modificada por meio 
da delegação ou da avocação. Delegação é a transferência precária de determi-
nadas atribuições para outro agente público. Avocação é o ato pelo qual um 
superior chama para si o exercício de atribuições outorgadas ao seu subordi-
nado, trata-se de medida excepcional e que deve ser justificadamente relevante. 
	Finalidade: é o elemento do ato que atende ao interesse público, ou seja, é o 
resultado pretendido pelo ato. Havendo qualquer desacordo com a finalidade do 
ato, ficará configurado o desvio de finalidade (ou desvio de poder), tornando 
o ato nulo, uma vez que o vício de finalidade não pode ser convalidado.
	Forma: é o modo pelo qual o ato administrativo se exterioriza. Em regra, a 
forma exigida é a escrita, mas em situações excepcionais os atos poderão as-
44
sumir a forma não escrita, como por exemplo, por meio de placas de trânsito 
ou ordens verbais emitidas por superior hierárquico. Eventual vício de forma 
será passível de convalidação, salvo quando a forma do ato for determinada 
por lei.
	Motivo: é a situação de fato ou de direito que determina a prática do ato, ou 
seja, é a causa do ato. O estudo do motivo do ato administrativo está intima-
mente relacionado ao da motivação do ato. Entende-se por motivação a exte-
riorização do motivo. É quando o agente público expõe os motivos da edição 
de determinado ato.
 ATENÇÃO! Teoria dos motivos determinantes – por esta teoria a motivação 
deve guardar relação com os fatos que ensejaram a edição do ato administrativo, 
ainda que a lei não exija motivação. 
•	 Objeto: é o conteúdo do ato. 
4. ATO DISCRICIONÁRIO E ATO VINCULADO 
A liberdade de atuação do agente público será definida pela lei. Essa atuação poderá 
ser discricionária ou vinculada.
A atuação será discricionária quando o legislador autorizar a edição do ato por 
meio de critérios de conveniência e oportunidade. Já, na atuação vinculada, o agen-
te não possui nenhuma margem de liberdade, devendo seguir todos os elementos 
previstos na norma.
4.1. Mérito administrativo
O mérito administrativo está presente nos atos discricionários, pois há neles uma 
liberdade de apreciação dos critérios de conveniência e oportunidade. O agente jaz 
um verdadeiro juízo de ponderação sobre o ato.
4.2. Controle do ato
O controle do ato administrativo poderá ser de legalidade ou de mérito. O controle 
delegalidade é exercido pelo Poder Judiciário que poderá invalidar os atos ilegais 
da administração (controle jurisdicional). 
Já, o controle de mérito é aquele exercido pela própria Administração Pública atra-
vés da análise dos critérios de conveniência e oportunidade. É exercido através do 
“princípio da autotutela” e já foi sumulado pelo STF.
Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os 
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
45
5. ATRIBUTOS DO ATO
São atributos do ato administrativo: a presunção de legitimidade, imperatividade e 
autoexecutoriedade.
5.1. Presunção de legitimidade
Por este atributo presume-se que ato administrativo está conformidade com o or-
denamento. Este atributo é inerente a todo administrativo, independentemente de 
norma, estando presente desde a edição do mesmo. Verificada alguma ilegalidade, 
caberá ao administrado o ônus da prova de existência de vício no ato. 
5.2. Imperatividade
A administração Pública pode, unilateralmente, criar obrigações ou impôr restrições 
aos administrados. 
5.3. Autoexecutoriedade
A Administração Pública pode executar atos independentemente de prévia auto-
rização judicial, inclusive utilizando-se da força, desde que de forma moderada.
6. CLASSIFICAÇÃO
6.1. Quanto à formação da vontade administrativa
•	 Simples: quando editados por um único órgão;
•	 Compostos: quando editados por dois órgãos. Sendo que um define o conteúdo 
do ato, enquanto que o outro verifica a legitimidade.
•	 Complexo: quando um único ato for editado por mais de um órgão.
6.2. Quanto ao destinatário
•	 Individual: quando destinado a indivíduo determinado;
•	 Geral ou normativo: quando destinado a indeterminadas pessoas.
6.3. Quanto aos efeitos
•	 Constitutivo: é o ato que cria, modifica ou extingue direito;
•	 Declaratório: declara a existência de determinada situação ou reconhece direitos;
•	 Enunciativo: atesta fato ou direito. 
6.4. Quanto à imperatividade
•	 De império: quando for decorrente do exercício do poder de império;
46
•	 De gestão: quando a administração editar ato na qualidade de gestora. São os 
atos típicos da administração de bens e serviços.
6.5. Quanto à competência
•	 Vinculado: são atos cujos elementos estão previstos na legislação, o adminis-
trador público não possui liberdade na sua atuação;
•	 Discricionário: são os atos que garantem ao administrador uma certa 
liberdade na sua edição. Geralmente é feito um juízo de conveniência e 
oportunidade.
6.6. Quanto ao âmbito dos efeitos
•	 Externo: atos cuja incidência ultrapassa os limites da Administração Pública, 
atingindo, também, os particulares;
•	 Internos: surtem efeito apenas no âmbito da Administração Pública.
6.7. Quanto à retratabilidade
•	 Revogável: são os atos que podem ser revogados a qualquer momento pelo 
critério da conveniência e oportunidade;
•	 Irrevogáveis: são os atos que não podem ser revogados pela administração.
6.8. Em relação à executoriedade, o ato será
•	 Executório: quando for editado por vontade da Administração Pública;
•	 Não executório: quando depender da manifestação do Poder Judiciário.
6.9. Quanto à exequibilidade
•	 Perfeito: são os atos totalmente aptos a produzir efeitos a partir da sua publicação;
•	 Imperfeitos: são os atos que ainda não estão completamente formados dependem 
da edição de outro ato para se tornarem válidos;
•	 Pendentes: são atos perfeitos sujeitos a termo ou condição;
•	 Consumados: são os atos que já produziram os seus efeitos.
7. ESPÉCIES
7.1. Ato normativo
São atos gerais e abstratos, cujo objetivo é dar o fiel cumprimento a lei. Estes atos 
possuem conteúdo semelhando ao de uma lei, mas não inovam no ordenamento 
jurídico. É exemplo de ato normativo o decreto regulamentar.
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7.2. Ato ordinatório
São atos internos da Administração Pública que derivam do exercício do poder 
hierárquico, como por exemplo, as ordens de serviço e as circulares.
7.3. Ato negocial
São atos editados quando o particular depende de prévio consentimento da admi-
nistração. Um bom exemplo de ato negocial são as licenças.
7.4. Ato enunciativo
A doutrina majoritária define o ato enunciativo como atos de conteúdo declaratório. 
São tipos de ato enunciativo: certidão, atestado, parecer e apostila.
7.5. Atos punitivos
São atos que restringem direitos ou impõem obrigações aos que estiverem 
em desconformidade com a lei. São exemplos de atos punitivos as multas e 
apreensões.
8. EXTINÇÃO
8.1. Anulação
A anulação ocorrerá quando o ato possuir vício de legalidade. A ilegalidade do 
ato está na sua origem, sendo assim, sendo anulado o ato, essa extinção terá efeito 
retroativo. Porém em certas ocasiões por razões de segurança jurídica, o ato ilegal 
poderá surtir efeito por decisão devidamente motivada, modulando-se assim os seus 
efeitos. Vide súmula 473 do STF.
8.2. Caducidade
Ocorre a caducidade quando o ato administrativo editado deixar de ser compatível 
com nova norma jurídica.
8.3. Cassação
Extinção do ato administrativo em decorrência do descumprimento das condições 
impostas pela Administração Pública.
8.4. Revogação
Ocorre a revogação quando o ato for extinto por critério de conveniência e opor-
tunidade da própria Administração Pública.
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9. CONVALIDAÇÃO OU SANATÓRIA
A convalidação ou sanatória ocorrerá sempre que o ato possuir vício sanável. Neste 
caso, a convalidação surtirá efeitos retroativos. Poderá ser
•	 Voluntária: quando decorrer de manifestação da própria administração, por 
meio de ratificação, reforma ou conversão;
•	 Involuntária: opera-se pelo decurso do tempo. É a denominada decadência 
administrativa.
Caiu na OAB
1. Ao realizar uma auditoria interna, certa entidade ad-
ministrativa federal, no exercício da autotutela, verificou a 
existência de um ato administrativo portador de vício insa-
nável, que produz efeitos favoráveis para a sociedade Tudo 
beleza S/A, a qual estava de boa fé. O ato foi praticado em 
10 de fevereiro de 2012. Em razão disso, em 17 de setembro 
de 2016, a entidade instaurou processo administrativo, que, 
após o exercício da ampla defesa e do contraditório, cul-
minou na anulação do ato em 05 de junho de 2017. 
Com relação ao transcurso do tempo na mencionada situação hipotética, assinale 
a afirmativa correta. 
a) Não há decadência do direito de anular o ato eivado de vício, considerando 
que o processo que resultou na invalidação foi instaurado dentro do prazo 
de 5 (cinco) anos. 
b) Consumou-se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para o exercício do 
poder de polícia por parte da Administração Pública federal. 
c) O transcurso do tempo não surte efeitos no caso em questão, considerando 
que a Administração pode anular seus atos viciados a qualquer tempo. 
d) Consumou-se a decadência para o exercício da autotutela, pois, entre a 
prática do ato e a anulação, transcorreram mais de 5 (cinco) anos.
Resposta: A
11
PROCESSO 
ADMINISTRATIVO 
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1. CONCEITO
O processo administrativo nada mais é que uma sequência de atos pelo qual é 
possível obter uma decisão administrativa. Em âmbito federal, essa sequência de 
atos é regulada pela Lei 9784/1999.
2. CLASSIFICAÇÃO
2.1. Em relação à litigiosidade, o processo administrativo será
•	 Não litigioso: quando não houver conflito de interesses;
•	 Litigioso: quando houver conflito de interesses entre a Administração Pública 
e algum administrado.
2.2. Em relação aos interesses dos administrados
•	 Ampliativo: é o processo que visa ampliar os direitos dos administrados.
•	 Restritivo: é o processo que tem por objetivo restringir direitos dos adminis-
trados.
2.3. Quanto ao âmbito de incidência
•	 Interno: diz respeito aos processos que envolvem a Administração Pública e 
pessoa que com ela possua vínculo especial;
•	 Externo: são os processos que envolvem a Administraçãoe algum parti-
cular;
2.4. Em relação ao conteúdo, o processo administrativo será
•	 De controle: quando tiver como objetivo o controle de juridicidade de ato 
administrativo;
•	 Punitivo: para apurar eventuais irregularidades;
3. PRINCÍPIOS
3.1. Devido processo legal
Princípio consagrado pelo texto constitucional pelo qual a Administração deverá 
respeitar todas as formalidades estabelecidas pela lei.
3.2. Contraditório e ampla defesa
O contraditório e a ampla defesa, também são princípios consagrados pela Cons-
tituição Federal de 1988. Estes princípios garantem as partes o direito de serem 
ouvidas e de se defenderem.
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3.3. Oficialidade
Por este princípio a Administração pode instaurar e dar impulso ao processo, in-
dependentemente de provocação da parte interessada.
3.4. Formalismo moderado
O processo administrativo não exige formalidades rígidas. 
3.5. Publicidade
O processo administrativo deve ser transparente, com ampla publicidade de todos os atos.
3.6. Duração razoável do processo
Princípio constitucional que garante as partes a razoável duração do processo bem 
como a celeridade na tramitação.
3.7. Motivação
Este princípio garante a motivação de todos os atos administrativos.
3.8. Gratuidade
O princípio da gratuidade veda a cobrança de despesas processuais nos processos 
administrativos, salvo quando for estipulado em lei.
3.9. Participação
O novo modelo de Administração Pública é pautado numa maior participação 
popular, é daí que decorre o princípio da participação.
3.10. Recorribilidade
Garante às partes a possibilidade de interposição de recursos contra decisões em 
processos administrativos.
4. FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
4.1. Fase introdutória
Esta fase indica o início do processo administrativo, seja de ofício ou por provo-
cação de pessoa interessada.
4.2. Fase preparatória
Esta fase é caracterizada pela produção de provas e quaisquer outras diligências 
cabíveis que contribuam para a decisão final do processo. O ônus da prova cabe 
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ao interessado, salvo quando ele declarar que os dados estão nos documentos em 
posse da própria administração em que corre o processo.
4.3. Fase decisória
É a fase do processo administrativo que emite a decisão final da autoridade competente.
5. RECURSOS
5.1. Recurso hierárquico próprio
Trata-se de impugnação feita para autoridade hierarquicamente superior àquela que 
proferiu a decisão. Atenção para a súmula vinculante 21.
Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio de dinheiro 
ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
5.2. Recurso hierárquico impróprio
É o recurso interposto para autoridade fora da entidade que proferiu a decisão.
5.3. Pedido de reconsideração
Trata-se de um pedido de reexame da decisão para a própria autoridade que a proferiu.
5.4. Revisão
Através da revisão é possível solicitar a qualquer momento a revisão da decisão 
quando surgir fato novo ou circunstância relevante.
6. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – PAD
Processo Administrativo Disciplinar é o meio pelo qual se investiga e aplica puni-
ções aos agentes públicos, sendo de competência de cada ente federativo a edição 
de normas referentes aos seus respectivos processos administrativos.
6.1. Sindicância Administrativa
É a fase preliminar do PAD e tem como objetivo apurar os indícios de infração e 
autoria. Possui caráter inquisitório.
6.2. Fases do Processo Administrativo
O PAD possui três fases: instauração, inquérito e decisória.
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•	 Instauração: é a fase inicial do processo que pode ser de ofício ou por provo-
cação da parte interessada.
•	 Instrução: é a fase de produção de provas;
•	 Decisória: é a fase final do processo em que é emitida a decisão que poderá 
ser condenatória ou absolutória.
Caiu na OAB
1. Após a Polícia Federal colher farto material probatório, 
o Ministério Público denunciou Ricardo, servidor público 
federal estável, por crime funcional e comunicou o fato às 
autoridades competentes para eventual apuração adminis-
trativa. 
Antes do recebimento da denúncia, diante da vasta documentação que demons-
trava a materialidade de violação de dever funcional remetida para a Adminis-
tração, foi instaurado o processo administrativo disciplinar, sem a realização de 
sindicância, que, mediante regular processamento do inquérito administrativo, 
culminou na aplicação da pena de demissão de Ricardo. 
Sobre a situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta. 
a) Ricardo não poderia ser demitido sem a realização de sindicância, que é 
procedimento prévio imprescindível para a instauração de processo admi-
nistrativo disciplinar. 
b) O recebimento da denúncia deveria ter suspendido o processo administrativo 
disciplinar contra Ricardo, e o prosseguimento de tal apuração só poderia 
ocorrer após a conclusão do Juízo criminal. 
c) O processo administrativo disciplinar instaurado contra Ricardo é nulo, pois 
não é cabível a utilização de prova produzida para a apuração criminal. 
d) A hipótese não apresenta qualquer nulidade que contamine o processo 
administrativo disciplinar instaurado contra Ricardo.
Resposta: D
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LICITAÇÃO 
55
1. CONCEITO
Em regra, toda vez que a Administração Pública for contratar ela deverá realizar 
um procedimento prévio denominado licitação. A licitação tem por objetivo buscar 
a proposta mais vantajosa observando sempre o princípio da isonomia.
A licitação terá como objeto o conteúdo do contrato a ser realizado, estabelecendo 
a Lei 8666/93 quatro objetos: as obras, os serviços, compras e alienações.
2. PRINCÍPIOS
O processo de licitação, além de respeitar os princípios expressos na Constituição, 
deverá observar alguns princípios específicos. São eles
2.1. Competitividade
O princípio da competitividade indica que a Administração Pública deverá buscar 
a proposta mais vantajosa. Quanto mais a licitação for competitiva, mais vantajosa 
será a proposta para a Administração.
2.2. Vinculação ao instrumento convocatório
O instrumento convocatório da licitação é o edital ou a carta convite. Esses ins-
trumentos são considerados como “lei” entre o Poder Público e os licitantes, por 
este motivo, devem ser observadas as regras neles contidas sob pena de acarretar 
ilegalidade ao certame.
2.3. Julgamento objetivo
O julgamento do processo de licitação deve ser pautado em critérios objetivos 
estabelecidos no instrumento convocatório. Conforme a legislação em vigor, esses 
critérios devem ser: menor preço, melhor técnica, técnica e preço, e, maior lance 
ou oferta.
2.4. Sigilo das propostas
As propostas apresentadas devem ser mantidas em sigilo até a data da abertura de 
todas elas em conjunto.
3. FUNÇÃO REGULATÓRIA DA LICITAÇÃO
Conforme a doutrina majoritária, a licitação serve não só para a Administração 
Pública contratar, mas serve também para atender outras funções públicas, como 
por exemplo, promover um desenvolvimento sustentável e a inclusão de pessoas 
deficientes. Uma verdadeira função regulatória.
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4. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
O sistema de registro de preços é o meio utilizado pela Administração Pública 
para registrar as propostas mais vantajosas para futuras contratações. Em regra, é 
realizado na modalidade concorrência ou pregão.
Será possível usar o sistema de registro de preços quando: houver necessidade de 
contratações frequentes; for conveniente a aquisição de bens ou contratação de 
serviço de forma parcelada; for conveniente a aquisição de bens ou contratação de 
serviço para mais de um órgão ou entidade; e, for impossível quantificar a natureza 
do objeto a ser demandado pela Administração.
Seu principal objetivo é racionalizar as contratações, ou seja, a Administração realiza 
apenas uma única licitação para registrar preços para futuras contratações. 
Ao final será elaborada uma “ata de registro de preços” em que ficarão registrados 
todos os preços. Esta ata terá o prazo de validade de um ano.
4.1. Efeito Carona
O efeito carona ocorre quando um órgão

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