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Enfermagem da Família ➔ Individuo, família e comunidade. • Individuo é tudo aquilo que não se pode dividir, é a menor unidade. É usado para fazer referência ao ser humano. • Comunidade é a qualidade daquilo que é comum, e permite definir diferentes tipos de conjunto de pessoas • O termo família deriva do latim “fâmulos” e significa “servidor, criado”. Antigamente era usado para definir um conjunto de criados de um senhor, e mais tarde vai ser designado para definir um conjunto de pessoas unidas por um laço de sangue que vivem na mesma casa. - Na pré-história cada pessoa da família tinha um papel bem definido. - Na antiguidade está atrelado ao casamento monogâmico, heterossexual e patriarcal. - Na família camponesa a mulher cozinhava e tecia e o homem caçava e mantinha a família. - Na revolução industrial a mulher começou a se inserir em um novo papel quando começou a trabalhar nas industrias juntamente com os homens. - As principais modificações da família da década de 60: divórcios, separações, religião perdeu a sua força e a igualdade ganhou forças. • Século XXI – crise da instituição familiar? - Não se trata de um enfraquecimento da instituição familiar, mas do surgimento de novos tipos de família, igualdade, inserção da mulher e outros. • Segundo o CENSO de 2010, 50,1% das famílias são compostas de arranjos diferentes e 12,2% de homens e mulheres moram só. • Família: novas configurações. - Nuclear conjugal (casal hétero e com filhos) - Monoparentais (mãe ou pai solo) - Nuclear (inclui duas gerações, pai e filho.) - Extensa (inclui 3 ou 4 gerações, pai, filho, neto, avó) - Homoafetivas Enfermagem da Família - Reconstituídas (formada depois de um divórcio, falecimento ou separação e nova junção) • Família X Lei -Constituição de 1916: família é um grupo originado de um matrimonio -Constituição de 1988: grupo de pessoas que se enxergam como família. ➔ Saúde da Família • O que é PDF? - é uma estratégia de política de saúde que incorpora e reafirmas os princípios do SUS. - é uma estratégia de reorientação do modelo de assistência, fazendo com que a equipe multiprofissional (principalmente das UBS) estivesse mais perto da comunidade. • Quanto surgiu? - Na década de 80 alguns países já iniciavam esse serviço como Canadá e Cuba - Essa estratégia foi iniciada no Brasil de junho de 1991 com a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). - Somente em janeiro de 1994 o MS formou as primeiras Equipes de Saúde da Família, incorporando e ampliando a atuação dos ACS. - Embora denominado programa sempre foi uma estratégia. - Em 2000 o nome passa a e ser Estratégia Saúde da Família. • Para que surgiu? - Para reorganizar a pratica de atenção à saúde. - Levar a saúde para mais perto das famílias, substituindo o modelo tradicional. - Melhora a qualidade de vida dos brasileiros (indo atrás antes que a doença se instale e prevenindo) • Como cumpri-los? - Criando vínculos de corresponsabilidade entre os profissionais e a população • O que exige? - Profissionais humanizados, com visão integral e ativa. - Interação com a comunidade, mobilizando sua participação. Enfermagem da Família -Capacidade dos profissionais para planejar organizar e desenvolver e avaliar ações de saúde. • Como se estrutura? - Territorialização - Adscrição de clientela - Diagnostico de saúde da população (cadastramento das famílias gerando dados) - Planejamento baseado na realidade da área • Características - Interdisciplinaridade, vinculação, competência cultural, integralidade, intersetorialidade, participação social • Composição da Equipe de Saúde da Família - Um médico, um enfermeiro, um auxiliar ou técnico de enfermagem e até 6 ACS. - Ampliada conta com um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico de consultório dentário. - Cada equipe é responsável por 600 – 1000 famílias (até 4 mil pessoas, sendo a média recomendada de 3 mil pessoas) - Cada ACS é responsável por 400-750 pessoas- micro área, dependendo do grau de vulnerabilidade do local. • De -> Para * Atenção centrada na doença -> atenção centrada da saúde * Atua sobre a demanda espontânea -> responde a demanda de forma continuada * Ênfase na medicina curativa -> ênfase na integralidade * Trata o indivíduo como objeto de ação -> o indivíduo integrado a família e a família a comunidade * Baixa capacidade de resolução -> otimização da capacidade de resolução * Saber centrado no profissional -> saber centrado na equipe e na comunidade * Desvinculado da comunidade -> vinculado a comunidade. ➔ História do PSF no Brasil História das politicas publicas no Brasil -> saúde deixou de ser empírica com a chegada da família portuguesa, trazendo uma nova visão -> controle de navios e partos, através da inspeção de quem estava doente (prevenção de forma arcaica, por Dr. Manoel Silva.) -> revolta da vacina, Enfermagem da Família Oswaldo Cruz (responsável pela campanha sanitarista e a campanha obrigatória contra varíola, ele trabalhou apenas com a prevenção e mais tarde veio Carlos Chagas e trouxe a promoção) -> 8ª Conferencia Nacional de Saúde (muitas diretrizes do SUS implantadas) -> Surgimento do SUS. 1978 -> Alma ata, trazia como proposta a maior atenção para atenção primária 1986 -> 8ª Conferencia Nacional de Saúde, traz a saúde como direito, CF. 194- 200. 1988 -> Secção de saúde, surgimento do SUS. ->Constituição Federal art. 198. - Os gestores locais poderão admitir ACS e ACE (agentes comunitários endêmicos) por processo seletivo. - Os ACS e ACE, poderão perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos fixados em lei. 1991 -> PACS, criado o programa de agentes comunitários de saúde. 1994 -> PSF, nova constituição de 2011 que revogou a de 2006. PNAB -> ESF - Portaria 2.488 de 21 de out. de 2011. - Veio quebrar o modelo curativista. - Promoção, prevenção e reabilitação, família em seu ambiente. ➔ Princípios Gerais da Estratégia de Saúde da Família. - Atenção primária a saúde. * estratégia capaz de estruturar * principal porta de entrada do SUS * orienta e coordena os cuidados aos usuários pelos outros pontos da rede de atenção. * encaminha os usuários quando suas necessidades não podem ser atendidas na AB. * filtro, primeiro conato, continuidade do cuidado. - Nível primário -> resolve de 80 a 85% dos problemas Enfermagem da Família - Nível secundário -> resolve 10% dos problemas. - Nível terciário -> resolve 5% dos problemas. UBS -> Podem ser constituídas como unidades de saúde tradicional, formadas por equipes de atenção básica e/ou equipes de estratégias de saúde da família. UBS1: 297 m2 – abrigar no mínimo 1 equipe ESF ou EAB (equipe de atenção básica) UBS2: 374 m2 – abrigar no mínimo 2 equipes ESF e/ou EAB UBS3: 481 m2 – abrigar no mínimo 3 ESF e/ou EAB UBS4: 564 m2 – abrigar no mínimo 4 equipes ESF e/ou EAB - Princípios ESF -> caráter substitutivo (substitui o curativista), territorialização, planejamento e programação, intersetorialidade, espaço e construção da cidadania. ➔ Competências profissionais na ESF e ou trabalho em equipe. - Contribuições comuns a todos: I -Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação. II - Realizar o cuidado em saúde da população adscrita, prioritariamente no âmbito da unidade de saúde. III- Realizar ações de atenção integral conforme a necessidade da populaçãolocal. IV- Garantir a integralidade da atenção por meio da realização de ações de prevenção, promoção, vigilância em saúde. V- Realizar busca ativa e notificação de doenças e agravos de notificação compulsória. VI- Realizar a escuta qualificada das necessidades dos usuários em todas as ações, proporcionando atendimento humanizado. VII – Responsabilizar-se pela população adscrita, mantendo a coordenação do cuidado. VIII – Participar das atividades de planejamento e avaliação das ações da equipe IX – Promover a mobilização e participação da comunidade X – Identificar parceiros e recursos na comunidade Enfermagem da Família XI – Garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas de informações. XII – Participar das atividades de educação XIII- Realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as prioridades locais. - Papel do enfermeiro. I- Participar das atividades de assistência básica, realizando procedimentos regulamentados no exercício da profissão. II- Conforme protocolos ou outras normativas estabelecidas, realizar consulta de enfermagem, solicitar exames e prescrever medicações. III- planejar, gerenciar e coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS. IV- Supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação dos ACS e equipe de enfermagem. V – Contribuir e participar das atividades de educação do auxiliar de enfermagem, auxiliar do consultório dentário e técnico em higiene dental. VI – Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. Visita domiciliar ESF Atenção domiciliar: atendimento domiciliar (atendimento mais pontual, uma visita), acompanhamento domiciliar (pacientes que necessitam de maior atenção e mais visitas), internação domiciliar. = visita domiciliar Atenção domiciliar: - é praticada desde a antiguidade - é o atendimento prestado em domicilio por profissionais que integram a equipe de saúde. Visita domiciliar: - é uma forma de atenção em saúde coletiva, voltada ao indivíduo, família ou coletividade, visando maior equidade da assistência em saúde - Conjunto de ações voltadas para o atendimento, seja ele assistencial ou educativo - é uma visita vital para educação em saúde - Formas de visita: visita domiciliar fim (aquela com objetivo especifico de atuação), visita domiciliar meio (realiza-se a busca Enfermagem da Família ativa, promoção e prevenção de saúde) -Objetivos: proporcionar vigilância, assistência e promoção a saúde, devendo serem estabelecidos de acordo com os motivos de solicitação -Organização: cada equipe deve priorizar e organizar conforme a situação da comunidade, indicação do ACS e recursos da equipe. -Quanto ao responsável: por um profissional da equipe local de saúde: medico, enfermeiro, técnico, nutricionista, dentista, psicólogo e pelo ACS. - Vantagens: proporcionar o conhecimento sobre o indivíduo para possibilitar a atenção integral em saúde, facilitar a adaptação e planejamento da assistência de acordo com os recursos da família, melhor relacionamento da família com o profissional. - Limitações: método dispendioso que demanda um custo pessoal de locomoção, maior gasto de tempo em locomoção e realização de visita e contratempos advindos da impossibilidade de marcar visita. - Atribuições dos profissionais: ACS (registro de atividade em ficha especifica e servir de elo), técnico (realizar técnicas de acordo com suas competências), enfermeiro (supervisionar os ACS, realizar prescrição de enfermagem, dar alta de enfermagem) -Planejamento: 1- estabelecer critérios epidemiológicos e populacional, 2-seleção de pessoas/famílias/micro áreas, 3-planejamento especifico, 4-execução, 5- registro, 6-avaliação, 7- discussões. Escala de risco de coelho: é uma tentativa de sistematizar a equipe domiciliar, é um instrumento de priorização das visitas domiciliares Risco escore Risco menor R1 5 ou 6 “ médio R2 7 ou 8 “ máximo R3 + que 9 **menor que 5 é sem risco. ATENÇÃO DOMICILIAR NO SUS Enfermagem da Família • Modalidade de atenção integrada a RAS • Ações de prevenção, tratamento, paliação, reabilitação e promoção a saúde • Prestado em domicilio para garantir a continuidade do trabalho ➔ Serviço de atenção domiciliar SAD - Complementar aos serviços de ATB e urgência e emergência e substitutivo ou complementar a internação hospitalar. - Formadas pelas Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e pelas Equipes Multiprofissionais de Apoio (EMAP) ➔ Objetivo - Redução da demanda por atendimento hospitalar - Redução da permanência de usuários internados - Humanização da atenção à saúde - Desinstitucionalização e otimização dos recursos financeiros. ➔ Indicações - Pessoas com estabilidade clinica -Pessoas que necessitam de atenção à saúde em situação restrita ao leito ou ao lar de maneiro temporária ou definitiva ➔ Cuidador - Pessoa com ou sem vínculo familiar - Capacitada para o auxílio nas atividades cotidianas ➔ Modalidade de atenção - Relacionada com as necessidades de cuidado, periodicidade e intensidade do cuidado. - AD1: ATB +NASF - AD2 E AD3: EMAD E EMAP. AD1: indicação de AD, cuidados com menos frequência e necessidade de intervenção e quadro estável. AD2: indicação de AD com finalidade de abreviar ou evitar hospitalização, afecções agudas ou agudizadas com cuidados intensificados e sequencias como tratamentos parenterais ou afecções crônico-degenerativas com grau de comprometimento que demanda atendimento no mínimo semanal AD3: responsabilidade do SAD, demanda períodos maiores de acompanhamento, situações listadas em AD2 Enfermagem da Família quando necessitam de cuidado maior e uso de equipamentos ou procedimentos de maior complexidade (ventilação mecânica, paracentese de repetição, nutrição parenteral, transfusão sanguínea) ➔ Regras - As EMAD’S que não possuem condição para AD3, deverão atender apenas como AD2 - Não pode ser incluído no SAD quando: *Necessitar de monitoração continua *Necessidade de assistência continue de enfermagem *Necessidade de propedêutica complementar com demanda potencial para realização de vários procedimentos diagnósticos de urgência. *Necessidade de tratamento cirúrgico de urgência *Necessidade de ventilação invasiva, nos casos em que a equipe não estiver apta. ➔ Equipes de AD 1. EMAD Tipo 1- Medico 40h, enfermeiro 40h, fisioterapeuta ou assistente social 30h, auxiliar/técnicos 120h Tipo 2- Medico 20h, enfermeiro 30h, fisioterapeuta ou assistente social 30h, auxiliar/técnicos 120h. 2- EMAP - Equipe com 3 profissionais com soma de carga horaria de 90h (odontólogo, psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo...) ➔ Requisitos para habilitação do SAD - Cobertura do Samu - População > que 20 mil habitantes. - Hospital de referencia ou região que integra - Município >40.000 hab. - > EMAD tipo 1 e EMAP - Município entre 20.000 e 40.000 -> EMAD tipo 2 e pode ter EMAP - Municípios agrupados que formem 20.000 -> EMAD tipo 2 e EMAP -Município >= 150.000 2 EMAD e mais uma a cada 100.000 A cada 3 EMAD 1 EMAP ➔ Critérios de exclusão dos clientes - Descumprimento de acordos assistenciais entre equipes, familiares, pacientes ou cuidadores Enfermagem da Família -Inexistência ou desativação de estabelecimentos de saúde - Ausência de profissionais por mais de 60 dias - Descumprimentode carga horaria - Não alimentação do SI Ferramentas de abordagem famíliar - Tem por finalidade a representação gráfica da estrutura familiar e abordagem diagnostica *Genograma: - São representações simbólicas das relações entre os membros de uma família - É uma descrição representativa, resumida, das relações e situações. - Permite que o profissional reflita sobre a atenção a ser prestada a família - Usa-se uma simbolização padrão - Representa-se pelo menos 3 gerações - Indica fatores estressantes, desconhecidos... Ex. de símbolos: *Ecomapa: - Família sempre no centro, e os grupos com que ela se relaciona ao seu redor - O que deve ser incluso: serviços da comunidade (creche, unidade de saúde...), grupos Enfermagem da Família sociais (igreja...), relações significativas e trabalho. Política Nacional de Humanização - Foi lançada em 2003, visava colocar em pratica os princípios do SUS, no cotidiano dos serviços de saúde e proporcionar mudanças no modo de gerir e cuidar. - Fundamenta-se em: troca e construção de saberes, dialogo entre profissionais, trabalho em equipe, considerações as necessidades, desejos e interesses dos atores de saúde. - Princípios: transversalidade; indissociabilidade entre atenção e gestão; protagonismo, corresponsabilidade dos sujeitos e do coletivo. - Método: O humana SUS, como é conhecida a Politica Nacional de Humanização (PNH), aposta da inclusão de trabalhadores, de usuários e de gestores na produção e na gestão do cuidado e dos processos de trabalho. - Diretrizes: *Acolhimento (é reconhecer que o outro traz como legitima e singular necessidade de saúde. Requer escuta qualificada, o compromisso e o vinculo entre os atores envolvidos.) *Ambiência (espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade.) *Gestão (inclusão e novos sujeitos nos processos de analise e de decisão quanto a ampliação das tarefas de gestão) *Clínica ampliada e qualificada (finalidade de contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde-doença) -Dispositivos: acolhimento com classificação de risco, equipes de referência e de apoio, grupos de trabalho de humanização, projetos de construção coletiva de ambiência... ** Classificação de risco Vermelho- Emergência Atendimento imediato (alto risco de vida). Ex.: PCR, dificuldade respiratória grave, convulsão, rebaixamento do nível de consciência, dor severa... Amarelo- Urgência -> Atendimento mais rápido possível (risco moderado). Ex.: crise asmática leve e moderada, febre sem complicações, gestante com dor abdominal, usuários com suspeita de doença transmissível... Verde- Prioridade não urgente - >Atendimento do dia (risco baixo ou ausência de risco). Ex.: Enfermagem da Família disúria, tosse sem sinais de risco, dor lombar leve, conflito familiar... Azul- Consulta de baixa prioridade -> hora de chegada (situação não aguda). Ex.: orientações especificas e/ou sobre ofertar da unidade, agendamento/programação de intervenção - Prioridades da PNH que deverão ser alcançadas: reduzir filas e tempo de espera, ampliar o acesso e proporcionar um atendimento acolhedor baseado nos critérios de risco, informações ao usuário e acompanhamento de pessoas de sua rede social...
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