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ALUNA: Gabriela Coelho Mota PROFESSOR: Ângelo Boreggio MATÉRIA: Direito Financeiro DATA: 12/07/2020 CONTEÚDO: Resumo Expandido – Controle de Contas. O controle das contas públicas pode ser feito de duas maneiras. A primeira delas é a interna, onde o próprio órgão faz o controle de suas próprias contas e gastos. Já a segunda é a externa: onde o controle é exercido fora daquele órgão sendo as contas analisadas por terceiros, a fim de observar se os gastos foram realizados consoante ao direito ao não; este por último é feito pelos Tribunais de Contas. No âmbito do controle externo legislativo, este é feito da seguinte forma: “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União (...)” O doutrinador, Harisson Leite define os Tribunais como: “(...) órgão colegiados, prepostos ou auxiliares dos poderes legislativos, encarregados de fiscalização e controle do orçamento. Têm a função precípua de auxiliar o Legislativo, mas não estão a de subordinado”. Portanto, pode-se deduzir que os Tribunais fazem um controle rigoroso das contas, podendo determinar multa, devolução de dinheiro aos cofres públicos, perda de direitos políticos, perda de cargo, entre outras aplicações sancionadoras. Entretanto, mesmo possuindo competência própria, é um órgão de controle vinculado ao poder Legislativo, onde este, possui a titularidade da função de controle externo. É válido reiterar que essa vinculação não pode ser confundida com subordinação hierárquica, pois não há. Para fixar a ideia, o doutrinador Régis Fernandes de Oliveira em seu livro: Curso de Direito financeiro, afirma: “No Brasil, o controle das contas é feito pelo do Congresso Nacional (art. 71 da CF) auxiliado pelo Tribunal de Contas, sem caráter jurisdicional. A circunstância de exercer o controle das contas e auxiliando o Congresso Nacional não o torna a este submisso. Referido órgão não auxilia apenas o Congresso, mas também pode realizar auditorias a pedido do Executivo e do Judiciário.” Segundo o portal do Tribunal de Contas da União, a criação deste se deu da seguinte forma: “A história do Tribunal de Contas da União começa há mais de um século, fruto do empenho de seu patrono, Rui Barbosa, em criar um corpo de magistratura, de ação intermediária entre a administração e a legislatura, norteado pelos princípios da autonomia, da fiscalização, do julgamento e da vigilância.” O órgão foi criado em 7 de novembro de 1899 pelo Decreto nº 966-A. Adquiriu dimensão constitucional em 1891, quando lhe foram atribuídas as funções de “liquidar” as contas da receita e da despesa e verificar sua “legalidade”, antes de sua apresentação ao Congresso. Seus membros eram nomeados pelo Presidente da República com a aprovação do Senado, e só poderiam perder o cargo por sentença judicial. Pela Constituição de 1967 passou a denominar-se tribunal de contas da União. Mesmo sendo um órgão que demorou a ser instituído no Brasil, o Tribunal de Contas conseguiu se manter fixo e inerente a todas as Constituições mais autoritárias do país; isso inclui a fase da Ditadura Militar e suas semelhantes. Desta forma, pode-se entender a importância de um órgão que visa transparecer e assegurar que o dinheiro público está sendo engajado da forma que lhe foi previsto, e não somente, gasto de modo aleatório e desconforme ao direito. Visto isso, no que tangue à esfera principiológica pode-se dizer que os respectivos Tribunais do Brasil, são regidos por uma tríade de princípios, que são: legalidade: deve agir de forma rigorosa e conforme a Lei, utilizando todo arcabouço legislativo nacional, seja a CF e CTN, para avaliar as contas realizadas pelo Executivo, autarquia, fundações, por todas as Adm. direta ou indireta (CF, CTN, LRG, Todas as leis são administradas pelo TC); legitimidade: não pode se confundir com legalidade (strictu sensu), pois aqui, irá se averiguar se aquela determinada despesa foi legitima, correta, proba, analisando se fora cumprido todos os requisitos da LOA; e por fim, a eficiência: que é a política do “fazer mais, gastando menos”, deverá produzir o máximo possível com menos dinheiro possível, tendo a ideia de que se o órgão economiza, resta mais para fazer pela população. Acerca dos Tribunais de Contas provenientes dos Estados e Municípios, pode-se caracterizar que: todos os Estados devem possuir um TC1, visto que, este possuirá a obrigação de julgar as contas dos entes diretos e indiretos do Estado e dos Municípios; os TCM2 tiveram suas instituições proibidas a partir da CF/1988, os que já existem se mantêm – estes julgarão as contas da capital e dos municípios dos arredores, sendo financiados pelo TCE (funcionam como uma repartição do TCE). Umas das principais atribuições do Tribunal é o julgamento das contas, seja da administração direta ou indireta. É interessante reiterar que não faz parte da função do Tribunal julgar o Presidente da República, servindo apenas como um mero auxiliar do Poder Legislativo, que é quem tem legitimidade para realizar tal julgamento. E ainda, o Congresso Nacional se utilizará do auxílio eficiente e técnico, acerca da emissão dos pareceres, podendo aprová-los ou reprová-los. Salienta-se que esse parecer não é executável, sendo encaminhado para o legislativo, que poderá manter o parecer do tribunal ou não. Se por acaso, o parece reprovar as contas e for mantido pelo Poder Legislativo, aplicam-se as sanções referentes a crime de responsabilidade fiscal ao gestor que teve as contas reprovadas. Com isso, poderá haver multa – título executivo, se constatada a irregularidade se prevê um prazo para a regularização desta; se porventura, não houver a regularidade, a multa é aplicada a um valor alto e o STF considera que esta poderá ser inscrita em dívida ativa e executada. Além disso não é atribuível aos Tribunais de Conta admitir denúncias anônimas, por conta da validade da denúncia. Sendo assim, qualquer cidadão que queira e estiver munido de provas para tal, pode se identificar e assim fazê- la; lembrando que não compete ao tribunal fazer coisa julgada. A súmula 03 do STF traz: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram- se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o 1 TC: Tribunal de Contas 2 TCM: Tribunal de Contas do Município interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” No que diz respeito à composição do Tribunal de Contas, o Congresso Nacional é responsável pela escolha de seis deles, o presidente da República indica um e os outros dois são escolhidos por membros do MP. As decisões são tomadas de forma colegiada, ou seja, coletiva, em reuniões dos ministros. Eles fazem isso em reuniões no Plenário ou em uma das duas Câmaras nas quais eles se dividem. Os outros integrantes do órgão se dividem em cargos como auditores e técnicos federais, que são escolhidos por meio de concurso público. Os critérios para assumir a posição de Ministro são: possuir idade entre 35 e 65 anos, ter mais de 10 anos de experiência na área (jurídico, contábil, administrativo, etc.), precisa possuir notório saber – este é jurídico, administrativo e contábil; é mais amplo que os ministros do STJ, não precisando ter notório saber especificamente jurídico. Nesse contexto, os órgãos encarregados do controle externo das contas públicas têm fundamental importância para assegurar a transparência do percurso que o dinheiro público faz. Isso significa que, o controle orçamentário: conforme KiyoshiHarada (2010, p. 86): “(...) a fiscalização e controle orçamentário serve justamente para coibir abusos do Poder Público no que se refere ao dinheiro público e sua destinação dentro da melhor destinação e com responsabilidade”.
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