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Histologia do sistema endócrino

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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
Histologia do sistema endócrino 
 
 
Hormônios são moléculas que agem como sinalizadores químicos. Eles são liberados por células 
especializadas chamadas endócrinas, porque secretam "para dentro” ao contrário das células de glândulas 
exócrinas, cuja secreção é levada por meio de ductos excretores a uma cavidade ou à superfície do corpo. 
Células endócrinas comumente se unem formando glândulas endócrinas, em que se organizam geralmente 
sob forma de cordões celulares. Uma exceção notável é a glândula tireoide, cujas células são organizadas 
como pequenas esferas, chamadas folículos. 
As células endócrinas estão sempre muito próximas de capilares sanguíneos, que recebem os hormônios 
secretados e os distribuem pelo organismo, diluídos no plasma. Muitos hormônios, portanto, agem distantes 
do seu local de secreção. Há, no entanto, células endócrinas que produzem hormônios que agem a uma 
distância curta, um tipo de controle chamado parácrino. Esses hormônios podem chegar ao seu local de ação 
por meio de curtos trechos de vasos sanguíneos. 
Outro modo de controle é o justácrino, no qual uma molécula é liberada na matriz extracelular, 
difundese por essa matriz e atua em células situadas a uma distância muito curta de onde foram liberadas. A 
inibição de secreção de insulina em ilhotas de Langerhans pela ação de somatostatina produzida por células 
da mesma ilhota é um exemplo de controle justácrino. 
No controle chamado de autócrino, as células podem produzir moléculas que agem nelas próprias ou 
em células do mesmo tipo. O fator de crescimento semelhante à insulina (IGF) produzido por vários tipos 
celulares pode agir nas mesmas células que o produziram. 
Os tecidos e órgãos nos quais os hormônios atuam são chamados tecidos-alvo ou órgãos-alvo. Esses 
reagem aos hormônios porque as suas células têm receptores que reconhecem especificamente 
determinados hormônios e só a eles respondem. Por esse motivo, os hormônios podem circular no sangue 
sem influenciar indiscriminadamente todas as células do corpo. Outra vantagem da existência de 
receptores é a capacidade de resposta das células-alvo aos respectivos hormônios, mesmo se esses estiverem 
no sangue em concentrações muito pequenas, o que normalmente acontece. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Controle de secreção hormonal: feedback ou retroalimentação 
 
Quando os hormônios são lançados na corrente sanguínea, a atividade de cada um deles deve ser 
controlada. O feedback pode ser positivo ou negativo (mais comum). 
O feedback negativo acontece quando uma glândula secreta um 
hormônio que estimula uma segunda glândula, que por sua vez secreta um 
hormônio que inibe ou paralisa a primeira. 
O hipotálamo secreta um hormônio liberador, que estimula a 
secreção de um hormônio da adenohipofise. Este por sua vez, atua em 
glândulas endócrinas periféricas (adrenais, gônadas ou tireoide) que atuam 
em tecidos alvos produzindo ações fisiológicas. Os hormônios liberados 
retroalimentam na hipófise anterior e no hipotálamo, inibindo as suas 
ações. 
Como por exemplo a relação Hipotalamo-hipofise-tireoide. 
Quando há uma diminuição da quantidade de T3 e T4 no sangue, o 
hipotálamo secreta o hormônio liberador de tireotropina (TRH) que 
promove a secreção de tireotropina (TSH) na pars distalis da adenohipofise, 
que estimula a síntese e a secreção de hormônios tireoidianos T3 e T4. 
Quando aumenta a 
quantidade de T3 e T4 no sangue há a inibição da liberação de TRH e de TSH. 
 
O feedback positivo é considerado raro, e diferentemente do feedback negativo, que a liberação de 
hormônios inibem a secreção de outros, no positivo, a liberação de um hormônio provoca mais secreção do 
hormônio. 
É o que acontece na síntese e produção da ocitocina e da prolactina 
A glândula hipófise secreta o hormônio 
ocitocina, o qual estimula as contrações do 
útero. Durante o parto, receptores presentes na 
musculatura do útero enviam informações ao 
cérebro para estimular a hipófise a produzir e 
liberar mais ocitocina e, dessa forma, aumentar 
as contrações uterinas. 
 
A lactação no corpo da fêmea é estimulada 
pelo hormônio prolactina, o qual também atua 
por feedback positivo, quanto mais o bebê suga, 
mais leite é produzido. A sucção estimula 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
terminações nervosas na aréola, que aumentam 
a produção de prolactina e da ocitocina, 
hormônio responsável pela ejeção do leite. 
 
HIPÓFISE 
 
A hipófise ou pituitária é um pequeno 
órgão que se localiza em uma cavidade do osso 
esfenoide - a sella túrcica. 
 A hipófise se liga ao hipotálamo, situado na 
base do cérebro, por um pedículo que é a ligação 
entre a hipófise e o sistema nervoso central. 
 Ela tem origem embriológica dupla: 
nervosa e ectodérmica. E em razão de sua 
origem embriológica dupla, a hipófise consiste, na realidade, em duas 
glândulas: a neurohipófise (Hipofisee a adeno-hipófise, unidas 
anatomicamente e tendo funções diferentes, porém inter-relacionadas. 
A neuro-hipófise, a porção de origem nervosa, consta de uma 
porção volumosa - a pars nervosa -, e do seu pedículo de fixação - o 
infundíbulo -, que se continua com o hipotálamo. 
A porção originada do ectoderma - a adeno-hipófise - não tem 
conexão anatômica com o sistema nervoso. É subdividida em três porções: 
a primeira e mais volumosa é a pars distalis ou lobo anterior, a segunda é 
a porção cranial que abraça o infundíbulo, denominada pars tuberalis, a 
terceira, denominada pars intermedia, é intermediária entre a neuro-
hipófise e a pars distalis, separada desta última por uma fissura. Ao 
conjunto de pars nervosa e pars intermedia também se dá o nome de lobo 
posterior da hipófise. 
A glândula é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo, 
contínua com a rede de fibras reticulares que suporta as células do órgão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
 
Adeno-hipófise 
 
A pars distalis representa em tomo de 75% da massa da hipófise. É formada por cordões e ilhas de 
células epiteliais cuboides ou poligonais produtoras de hormônios. Os hormônios produzidos pelas células 
secretoras são armazenados em grânulos de secreção. 
A pars distalis secreta vários hormônios, fatores de crescimento e citocinas. Pelo menos seis 
importantes hormônios são produzidos, porém só três tipos de células costumam ser reconhecidos por 
colorações rotineiras. Essas células são classificadas em cromófobas (pouco coradas) e cromófilas (contêm 
grânulos bem corados). 
As células cromófilas são constituídas de dois subtipos, as acidófilas e as basófilas, de acordo com sua 
afinidade por corantes ácidos ou básicos. As células cromófobas têm poucos grãos (ou nenhum) de secreção e 
são mais difíceis de serem reconhecidas que as células cromófilas. É possível que algumas das cromófobas 
sejam células cromófilas degranuladas ou que 
possam ser células-tronco da adeno-hipófise, pois 
sabe-se que há renovação celular nesta glândula. 
As cromófilas Acidófilas são células que 
liberam hormônios: Somatotróficos que libera GH e 
Lactotróficas – Prolactina; 
As comófilas Basófilas são células 
Tireotróficas – TSH, Gonadotróficas – FSH e LH e 
Adrenocorticotróficas - ACTH 
Embora muitos corantes tenham sido 
desenvolvidos em tentativas de correlacionar que 
hormônios são secretados por quais células, a 
imunocitoquímica e a hibridização in situ são 
atualmente as melhores técnicas utilizadas para reconhecer essas 
células. Por essas técnicas é possível distinguir cinco tipos principais 
de células secretoras, sendo que quatro tipos produzem um único 
hormônio cada, e um tipo (células gonadotrópicas) produz dois. 
A pars tuberalis é uma região em forma de funil que cerca o infundíbulo da neuro-hipófise. É umaregião 
importante em animais que mudam seus hábitos em função da estação do ano (p. ex., animais que hibernam) 
por meio do controle da produção de prolactina. 
A pars intermedia em humanos adultos é uma região rudimentar composta de cordões e folículos de 
células fracamente basófilas que contêm pequenos grânulos de secreção. Em peixes e anfibios, contém 
células melanotrópicas que produzem várias substâncias, entre as quais o hormônio estimulante de 
melanócitos que regula a produção de melanina. 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
Neuro-hipófise 
 
A neuro-hipófise consiste na pars nervosa e no infundíbulo. A pars nervosa, diferentemente da 
adenohipófise, não contém células secretoras. Apresenta um tipo específico de célula glial muito 
ramificada, chamada pituícito. O componente mais importante 
da pars nervosa é formado por cerca de 100 mil axônios não 
mielinizados de neurônios secretores cujos corpos celulares 
estão situados nos núcleos supraópticos e paraventriculares. 
 
Os neurônios secretores têm todas as características de 
neurônios típicos, inclusive a habilidade de liberar um potencial 
de ação, mas têm corpos de Nissil muito desenvolvidos 
relacionados com a produção de neurossecreção. A 
neurossecreção é transportada ao longo dos axônios e se 
acumula nas suas extremidades, situadas na pars nervosa. Seus 
depósitos formam estruturas conhecidas como corpos de 
Herring. Quando os grânulos são liberados, a secreção entra 
nos capilares sanguíneos fenestrados que existem em grande quantidade na pars nervosa, e os hormônios são 
distribuídos pela circulação geral. Essa neurossecreção armazenada na pars nervosa consiste em dois 
hormônios, a ocitocina e o hormônio antidiurético (ADH). 
A vasopressina, ou hormônio antidiurético, é 
secretada quando a pressão osmótica do sangue aumenta. 
O estímulo de osmorreceptores situados no hipotálamo 
anterior promove a secreção em neurônios do núcleo 
supraóptico. Seu efeito principal é aumentar a 
permeabilidade dos túbulos coletores do rim à água. Como 
consequência, mais água sai do lúmen desses túbulos em 
direção ao tecido conjuntivo que os envolve, onde é 
coletada por vasos sanguíneos. Assim, a vasopressina 
ajuda a regular o equilíbrio osmótico do ambiente interno. 
Em doses altas, a vasopressina promove a contração do 
músculo liso de vasos sanguíneos (principalmente de 
artérias pequenas e arteríolas), elevando a pressão 
sanguínea. 
A ocitocina estimula a contração do músculo liso da 
parede uterina durante o coito e durante o parto, assim 
como das células mioepiteliais que cercam os alvéolos e 
duetos das glândulas mamárias. A secreção de ocitocina é estimulada por distensão da vagina, distensão da 
cérvice uterina e pela amamentação, por meio de tratos nervosos que agem sobre o 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
hipotálamo. O reflexo neuro-hormonal estimulado pela sucção dos mamilos é chamado reflexo de ejeção do 
leite. 
Adrenais 
 
As adrenais são duas glândulas achatadas com forma de 
meia-lua, cada uma situada sobre o polo superior de cada rim. 
Cortando-se o órgão a fresco, nota-se que ele é 
encapsulado e dividido nitidamente em duas camadas 
concêntricas: uma periférica espessa, de cor amarelada, 
denominada camada cortical ou córtex adrenal, e outra 
central menos volumosa, acinzentada, a camada medular ou 
medula adrenal. 
As duas camadas apresentam funções e morfologia 
diferentes, embora seu aspecto histológico geral seja típico de 
uma glândula endócrina formada de células dispostas em 
cordões cercados por capilares sanguíneos. Uma cápsula de tecido conjuntivo denso recobre a glândula e 
envia delgados 
septos ao interior da adrenal. O estroma consiste basicamente em uma rede rica de fibras reticulares, as quais 
sustentam as células secretoras. 
As células do córtex adrenal têm a ultraestrutura típica de células secretoras de esteroides em que a 
organela predominante é o retículo endoplasmático liso. As células do córtex não armazenam os seus 
produtos de secreção em grânulos, pois a 
maior parte de seus hormônios esteroides é 
sintetizada após estímulo e secretada logo 
em seguida. Os esteroides, sendo moléculas 
de baixo peso molecular e solúveis em 
lipídios, podem difundir-se pela membrana 
celular e não são excretados por exocitose. 
Em virtude de diferenças na disposição e na 
aparência de suas células, o córtex adrenal 
pode ser subdividido em três camadas 
concêntricas: a zona glomerulosa, a zona 
fasciculada e a zona reticulada. 
A zona glomerulosa se situa 
imediatamente abaixo da cápsula de tecido 
conjuntivo e é composta de células 
piramidais ou colunares, organizadas em cordões que têm forma de arcos envolvidos por capilares 
sanguíneos. 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
A região seguinte é chamada zona fasciculada por causa do arranjo das células em cordões de uma ou 
duas células de 
espessura, retos e regulares, semelhantes a feixes, entremeados por capilares e dispostos 
perpendicularmente à superfície do órgão. As células da zona fasciculada são poliédricas, contêm um grande 
número de gotículas de lipídios no citoplasma e aparecem vacuoladas em preparações histológicas rotineiras 
devido à dissolução de lipídios durante a preparação do tecido. 
A zona reticulada, a região mais interna do córtex situada entre a zona fasciculada e a medula, contém 
células dispostas em cordões irregulares que formam uma rede anastomosada. Grânulos de pigmento de 
lipofuscina são grandes e bastante numerosos nestas células em adultos. 
Os hormônios secretados pelo córtex, em sua maioria, são esteroides, hormônios lipídicos formados 
pelas células a partir do colesterol. Os esteroides secretados pelo córtex podem ser divididos em três grupos, 
de acordo com suas ações fisiológicas principais: glicocorticoides, mineralocorticoides e andrógenos. A zona 
glomerulosa secreta o principal mineralocorticoide, a 
aldosterona, importante hormônio que contribui para 
manter o equilíbrio de sódio e potássio e de água no 
organismo, e consequentemente dos níveis de pressão 
arterial. 
Os glicocorticoides, dentre os quais um dos mais 
importantes é o cortisol, são secretados principalmente 
pelas células da zona fasciculada e em menor grau por 
células da zona reticulada. 
A zona reticulada produz andrógenos e, em menor 
grau, mineralocorticoides. 
O controle inicial da secreção pelo córtex adrenal 
ocorre pela liberação de hormônio liberador de 
corticotropina na eminência mediana da hipófise (CRH). 
Esse é transportado para a pars distalis da hipófise, onde 
estimula as células corticotróficas a secretarem hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH), também chamado de 
corticotropina, que estimula a síntese e a secreção de hormônios no córtex adrenal. Glicocorticoides 
circulantes podem inibir a secreção de ACTH tanto no nível do hipotálamo como da hipófise. 
 
Em razão do mecanismo de controle de secreção do córtex, pacientes que são tratados com corticoides 
por longos períodos nunca devem cessar de receber esses hormônios subitamente - a secreção de ACTH 
nesses pacientes está inibida e, se ocorrera retirada súbita de corticoides exógenos, córtex não é induzido de 
imediato a produzir corticoides endógenos, resultando em alterações graves nos níveis de sódio e potássio no 
organismo. 
A medula adrenal é composta de células poliédricas organizadas em cordões ou aglomerados 
arredondados, sustentados por uma rede de fibras reticulares e envolvidas por uma abundante rede de vasos 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
sanguíneos. O citoplasma das células da medular têm grânulos de secreção que contêm adrenalina e 
noradrenalina, pertencentes a uma classe de substâncias denominadas catecolaminas. 
Ao contrário das células do córtex, que não armazenam esteroides, as célulasda medula armazenam os 
seus hormônios em grânulos. Adrenalina e noradrenalina podem ser secretadas em grandes quantidades em 
resposta a intensas reações emocionais (p. ex., susto, pânico). A secreção dessas substâncias é mediada pelas 
fibras pré-ganglionares que inervam as células da medula. 
 
Pâncreas 
 
As ilhotas de Langerhans são micro-órgãos 
endócrinos localizados no pâncreas, onde são vistos 
ao microscópio como grupos arredondados de 
células de coloração menos intensa, incrustados no 
tecido pancreático exócrino, que está envolvida na 
digestão. As ilhotas são constituídas por células 
poligonais, dispostas em cordões, em volta dos quais 
existe uma abundante rede de capilares sanguíneos 
com células endoteliais fenestradas. Há uma fina 
camada de tecido conjuntivo que envolve a ilhota e 
a separa do tecido pancreático restante. 
Por meio de imunocitoquímica e por 
hibridização in situ distinguem-se pelo menos cinco 
tipos de células nas ilhotas: alfa, beta, delta, PP e 
épsilon. 
 
 Células Beta produzem insulina 
 Células Alfa produzem glucagon 
 Células D produzem somatostatina Células F (ou PP) produzem polipeptídeo pancreático 
Todos os hormônios envolvidos no 
controle do metabolismo (homeostasia de glicose) 
 
 
 
Tireoide 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
A tireoide é uma glândula endócrina cuja função é sintetizar os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina 
(T3), que regulam a taxa de metabolismo do corpo. Situada na região cervical anterior à laringe, a glândula 
tireoide é constituída de dois lóbulos unidos por um istmo. 
A tireoide é composta de milhares de folículos tireoidianos, que são pequenas esferas de 0,2 a O,9 mm 
de diâmetro. A parede dos folículos é um epitélio simples cujas células são também denominadas tirócitos. A 
cavidade dos folículos contém uma substância gelatinosa chamada coloide. A glândula é revestida por uma 
cápsula de tecido conjuntivo frouxo que envia septos para o parênquima. Os septos se tornam gradualmente 
mais delgados ao alcançar os folículos, que são separados entre si principalmente por fibras reticulares. 
A tireoide é um órgão extremamente vascularizado por uma 
extensa rede capilar sanguínea e linfática que envolve os 
folículos. As células endoteliais dos capilares sanguíneos são 
fenestradas, como é comum também em outras glândulas 
endócrinas. Esta configuração facilita o transporte de substâncias 
entre as células endócrinas e o sangue. 
Alguns folículos são grandes, cheios de coloide e revestidos 
por epitélio cúbico ou pavimentoso, e outros são menores, com 
epitélio colunar. De maneira geral, quando a altura média do 
epitélio de um número grande de folículos é baixa, a glândula é 
considerada hipoativa. Em contrapartida, o aumento acentuado 
na altura do epitélio folicular acompanhado por diminuição da 
quantidade de coloide e do diâmetro dos folículos costuma 
indicar hiperatividade da glândula. 
 
Outro tipo de célula encontrado na tireoide é a célula 
parafolicular ou célula C. As células parafoliculares produzem 
um hormônio chamado calcitonina cujo efeito principal é inibir 
a reabsorção de tecido ósseo e, em consequência, diminui o 
nível de cálcio no plasma. A secreção de calcitonina é ativada 
por aumento da concentração de cálcio do plasma. 
A tireoide é a única glândula endócrina que acumula o 
seu produto de secreção em grande quantidade. O 
armazenamento é feito no coloide, e calcula-se que na espécie 
humana haja quantidade suficiente de hormônio dentro dos 
folículos para suprir o organismo por cerca de 3 meses. O 
coloide tireoidiano é constituído principalmente por uma 
glicoproteína de alto peso molecular denominada 
tireoglobulina, a qual contém os hormônios da tireoide T3 e 
T4. 
A hipófise mantém íntima relação com o hipotálamo via 
trato hipotalâmico-hipofisário (conexões com a neuro-hipófise) 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
e trato túbero infundibular (conexões com a adeno-hipófise, controlando a liberação dos hormônios dessa 
parte da hipófise). É na adeno-hipófise que se encontram as células produtoras de TSH, que age sobre as 
células tireoidianas, estimulando a produção e liberação de triiodotironina e tiroxina. 
A secreção da tireotrofina é regulada pelos hormônios tireoidianos, que inibem a síntese do hormônio 
liberador de tireotrofina (TRH) pelo hipotálamo, por meio de feedback negativo, e inibem a atividade do TSH 
na glândula hipófise. 
Os hormônios tireoidianos estimulam a síntese proteica e o consumo de oxigênio no organismo. Agem 
nas mitocôndrias aumentando o número dessas organelas e de suas cristas e também a oxidação fosforilativa. 
Além disso, aumentam a absorção de carboidratos no intestino e regulam o metabolismo de lipídios. Os 
hormônios tireoidianos também influenciam o crescimento do corpo e o desenvolvimento do sistema nervoso 
durante a vida fetal. 
 
Paratireoides 
 
São quatro pequenas glândulas, que se localizam mais 
comumente nos polos superiores e inferiores da face dorsal da 
tireoide, geralmente na cápsula que reveste os lobos desta 
glândula. Cada paratireoide é envolvida por uma cápsula de 
tecido conjuntivo. Dessa cápsula partem trabéculas para o 
interior da glândula, que são contínuas com as fibras reticulares 
que sustentam os grupos de células secretoras. 
 
O parênquima da paratireoide é formado por células 
epiteliais dispostas em cordões separados por capilares 
sanguíneos. Há dois tipos de células na paratireoide: as principais e as oxífilas. 
As células principais predominam amplamente sobre as outras, têm forma poligonal, núcleo vesicular e 
citoplasma fracamente acidófilo; essas células são secretoras do hormônio das paratireoides, o paratormônio. 
As células oxífilas são poligonais, maiores e mais 
claras que as células principais. A função dessas 
células é desconhecida. 
 
 
 
 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
O hormônio da paratireoide ou paratormônio, 
se liga a receptores em osteoblastos. Essa ligação é 
um sinal para essas células produzirem um fator 
estimulante de osteoclastos que aumenta o número 
e a atividade dessas células, promovendo assim a 
reabsorção de matriz óssea calcificada e a liberação 
de Ca2 no sangue. O aumento da concentração de 
Cálcio no sangue, por sua vez, inibe a produção de 
hormônio da paratireoide por meio de receptores 
para cálcio encontrados na superfície das células principais da paratireoide. 
 
Por outro lado, a calcitonina produzida pelas células parafoliculares da glândula tireoide inibe os 
osteoclastos, diminuindo a reabsorção de osso e a concentração deste íon no plasma. A calcitonina tem, 
portanto, ação oposta à o paratormônio. A ação conjunta de ambos os hormônios é um mecanismo 
importante para regular de maneira precisa o nível de Ca2+no sangue, um fator importante para o 
funcionamento de muitos processos que ocorrem nas células e tecidos. 
 
Glândula pineal 
 
Também chamada epífise, é uma pequena glândula e é revestida externamente pela pia-máter, da qual 
partem septos de tecido conjuntivo (contendo vasos sanguíneos e fibras nervosas não mielinizadas) que 
penetram a glândula, dividindo-a em lóbulos de formas irregulares. 
Na pineal predominam dois tipos celulares, pinealócitos e 
astrócitos. Os pinealócitos têm numerosas e longas ramificações 
com as extremidades dilatadas. Essas células produzem 
melatonina, um derivado de serotonina. Entre os pinealócitos 
observam-se núcleos alongados e mais fortemente corados, 
pertencentes aos astrócitos. Como no tecido nervoso, os astrócitos 
contêm prolongamentos e grande quantidade de filamentos 
intermediários. 
A pineal está envolvida no controle dos biorritmos 
circadianos, isto é, que duram cerca de 24 h, relacionados com o 
ciclo de sono e vigília. Além disso, está envolvida tambémcom 
eventos relacionados com a estação do ano. A pineal responde a 
estímulos luminosos que são recebidos pela retina, transmitidos ao 
córtex cerebral e retransmitidos à pineal por nervos do sistema 
simpático. A escuridão provoca secreção de melatonina e de vários 
peptídios, cuja quantidade na circulação, portanto, varia muito 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
durante um ciclo diário de 24 h. Essas moléculas, por sua vez, promovem mudanças rítmicas nas atividades 
secretoras de vários órgãos. 
A atividade reprodutiva das espécies mamíferas está diretamente relacionada à adaptação às 
condições ambientais, tais como temperatura e disponibilidade de alimentos, a qual pode ser restrita ao 
período do ano que coincide com condições mais propícias para o nascimento das crias. Este mecanismo de 
restrição é regulado por intermédio da secreção de melatonina. 
Em espécies consideradas de dias curtos, como os ovinos e caprinos, o aumento na secreção de 
melatonina estimula a secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) pelo hipotálamo. No caso 
de animais de dias longos, como os equinos, o aumento da exposição à melatonina tem efeito oposto, inibindo 
a secreção de GnRH pelo hipotálamo. Assim, as diferenças na extensão do dia são reconhecidas e 
transformadas em sinais capazes de ligar ou desligar a atividade sexual de forma espécie-específica. 
Areia cerebral é o nome que se dá aos depósitos de fosfato e carbonato de cálcio encontrados 
frequentemente na pineal de adultos e que aumentam de quantidade com a idade.

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