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Metodologia de Pesquisa Científica - PÓS

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METODOLOGIA DE
PESQUISA CIENTÍFICA
PROF.A MA. LETÍCIA IZEPPE BISCONCIM
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretor de Ensino a Distância: 
Prof. Me. Fábio Oliveira Vaz
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani/
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira/
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim/ 
Mariana Tait Romancini 
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta / 
Heber Acuña Berger/ 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes/
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão da Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
UNIDADE
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ENSINO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
QUESTÕES RELACIONADAS AO ENSINO DE METODOLOGIA ............................................................................... 5
USO DA ESCRITA ...................................................................................................................................................... 5
NOÇÃO DE TEXTO ...................................................................................................................................................... 8
CIÊNCIA E CONHECIMENTO .................................................................................................................................... 9
TIPOS DE CONHECIMENTO ................................................................................................................................... 10
O TRIPÉ DA UNIVERSIDADE ................................................................................................................................... 13
NOÇÕES BÁSICAS: DA PRODUÇÃO 
DE TEXTO ESCOLAR À CIENTÍFICA
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INTRODUÇÃO
Terminamos uma graduação, estamos na pós e novamente vou ver a disciplina 
Metodologia de Pesquisa? Não é difícil que muitos de nós, tenhamos tido esse tipo de indagação 
ou pensamento ao nos depararmos com esse título de aula, nessa fase em que nos encontramos.
Como alunos de pós, talvez pensássemos ter autonomia pelo menos em nossas produções 
escritas. Mas, como professora de vocês, vou precisar alertá-los, com sinceridade, que ainda não 
a temos. Veremos isso logo adiante, mas antecipo atentando que as características principais do 
conhecimento científico é a capacidade de ser comunicável e verificável. Assim, para conceder 
o ‘milagre’ dessa verificação, precisamos nos remeter a alguém, que, por conseguinte, a outro 
também já se remetera. Voltamos às citações, às referências, às normas e técnicas, à pesquisa. 
Adentramos outra vez o universo científico, sem a necessidade de nos afastarmos, em nosso 
cotidiano, dos outros universos e conhecimentos que trazemos conosco. Cabe aqui até mesmo 
fazer menção a um pensamento bíblico que por hora, se encaixa tão bem: “Não há nada de novo 
debaixo do sol” Ecle. 1: 9. A lei do eterno retorno de todas as coisas com nova roupagem vale 
também aqui dentro da área acadêmica. Cabe também um pensamento filosófico como sugere 
Paulo Freire: “Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho 
caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”. Isso ficaria tão 
filosófico se, com a devida licença trocássemos a palavra caminho por pesquisa, em algo, mais 
ou menos assim: Ninguém pesquisa sem aprender a pesquisar, sem aprender a fazer a pesquisa 
pesquisando, refazendo e retocando seu trabalho pelo qual se propôs a pesquisar.
É isto: façamos nossa disciplina fazendo e aproveitando cada nova oportunidade. Bons 
estudos!
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ENSINO A DISTÂNCIA
QUESTÕES RELACIONADAS AO ENSINO DE 
METODOLOGIA
Moreira e Caleffe (2011) discutem algumas questões relacionadas ao Ensino de 
Metodologia nos programas de pós-graduação. Eles ressaltam algumas preocupações teóricas 
relevantes, como: o que os alunos entendem ser o termo metodologia da pesquisa; quais os 
preconceitos; porquê, muitas vezes, ela é tratada com descaso; diversas nomenclaturas e formas 
de ensino.
Um simples diagnóstico, apresentado pelos autores sobre as experiências anteriores de 
alunos com a disciplina, mostra, quase de forma unânime, que metodologia fora uma experiência 
totalmente desinteressante. Certamente falta uma maior atenção à complexidade da pesquisa, bem 
como o desenvolvimento de habilidades e competências, fatores que a organização e condução da 
disciplina podem influenciar.
Falta em nossos alunos “Atitude Científica”, que pode e deve ser exercida por qualquer 
estudante, independente de seu nível de ensino, dando-lhe formação adequada para entender 
as diversas abordagens, métodos, técnicas e instrumentos existentes. Muitos têm a perspectiva 
errônea de que Metodologia é delinear um projeto, elaborar instrumento de coleta de dados, 
montar um questionário ou entrevistar alguém. 
Metodologia não é simplesmente “fazer pesquisa”, mas especificar o modo de ação em 
uma situação com uma meta clara em mente. Assim sendo, não basta ensinar regras para fazer 
pesquisa, o que seria enfadonho e facilmente esquecido, necessita-se, outrossim, ensinar o aluno 
“a refletir criticamente e olhar o mundo com outro conjunto de lentes: um olhar científico, 
curioso, indagador e criativo (MOREIRA; CALEFFE, 2011, p. 249). 
Nesse sentido, é preciso levar em consideração a prática cotidiana do aluno, deixando-o 
entender a importância de já estar no caminho da pesquisa, perceber a utilidade e aplicabilidade 
dos conteúdos nas outras disciplinas cursadas. As regras outros conteúdos fundamentais vão 
fazer sentido não pelo que são, mas pela forma que serão conduzidos e somente um envolvimento 
ativo de todos os indivíduos do processo é que vai trazer bons resultados.
O olhar desvalorizado que se tem da disciplina, indubitavelmente, fora construído, 
da mesma forma como a desmotivação com que construímos nossa visão de texto, de escrita, 
etc. Atribuir a culpa a alguém seria simplista demais. Entender o processo e alterar algo nesse 
percurso é o que pode ajudar.
USO DA ESCRITA 
Quando nos remetemos à escrita de modo geral, bem como ao uso que se faz dela, não 
há como não partir dos textos-exemplos, apresentados pelo grande linguista brasileiro João 
Wanderley Geraldi. Esses textos auxiliam no entendimento de todo o processo que envolve nossa 
formação e contado com as primeiras produções escritas, ainda em fase escolar. Servem, ainda,para que, enquanto alunos, nos vejamos como eternos produtores de textos. Todavia, é preciso 
antes entender o processo no qual fomos formados, como fomos conduzidos e avaliados e como 
nos tornamos esse tipo de aluno e escritor que hoje somos.
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Provavelmente o leitor procurará obter aqui alguns critérios que lhe permitam melhorar 
seu desempenho enquanto escritores de textos científicos, ao conseguirmos desmistificar nossa 
própria noção de texto historicamente construída. Caso sejamos professores, conseguiremos 
também mudar nossos critérios de “correção” e “avaliação” de redações de alunos, tendo em vista 
que uma das questões mais frequentes é praticamente “como avaliar redações?”
Primeiramente, vale entendermos a distinção entre texto e redação. Essa distinção inicial 
traz um alerta sobre a realidade escolar que pode se estender à universidade e quem sabe até aos 
cursos de Pós-Graduação: o fato de haver muita escrita e pouco texto. Geraldi (1997, p. 137) faz 
uma distinção entre produção de texto e redação, na qual as preposições de e para mudam todo 
o curso da história. Na redação os textos são produzidos para a escola, enquanto na produção de 
textos, estes seriam feitos na escola. Desse modo, o que estaria em jogo aqui é a descaracterização 
do aluno enquanto sujeito, que quando solicitado a fazer uma redação se obriga a seguir 
rigorosamente os formatos exigidos, adequando sua escrita à forma e não ao que se queria dizer.
Outro fato a ser considerado, mais do que em qualquer outra produção é a necessidade de 
se avaliar uma redação, na eterna dúvida dos corretores de como o fazer. Geraldi (1997) salienta 
que a ninguém ocorre avaliar um editorial de um jornal, por exemplo, ou uma conversa informal 
ou o discurso de um político. Podemos sim nos posicionar, discordar ou concordar, acrescentar 
ou retirar argumentos; analisar seus efeitos, etc. Nestes casos estamos diante de textos reais, se 
assim podemos considerar e não textos que se tratam de um exercício de simulação. O autor 
explica que na escola não se produzem textos nos quais o sujeito diz sua palavra, mas textos nos 
quais ele simula o uso da modalidade escrita, como um exercício de preparação para uso futuro.
Trata-se do cumprimento de funções, de um lado, a função-aluno que escreve uma redação 
para uma função-professor que a avalia e, de outro lado, o próprio ato de produção escolar de 
textos. Seria rigoroso demais exigir uma adequação à linguagem, tão marcada e estabelecida 
subjetivamente. As produções escolares de redação fazem o aluno devolver ao professor aquilo 
que lhe foi dito pela própria escola, sendo-lhe negadas algumas características básicas da língua 
como a mediação da relação locutor e interlocutor, sua funcionalidade e subjetividade (BRITO, 
apud GERALDI, 1997).
Tomemos como exemplo do que viemos refletindo até aqui, os exemplos de Geraldi. O 
primeiro, escrito por um aluno em 1983, quando frequentava a segunda série naquele tempo, 
nomeada de 1º. Grau. O segundo, de um aluno que, em 1984 estava repetindo a primeira série. 
Os textos foram motivo de reflexão dos professores envolvidos nos projetos 
‘Estratégias de leitura e produção de textos’ (1983) e ‘Desenvolvimento de 
práticas de leitura e produção de textos’ (1984) do Programa de Integração do 
ensino de 1º. Grau e 3º. grau. UNICAMP/IEL/MEC-Sesu: 
1. A casa é bonita.
A casa é do menino.
A casa é do pai.
A casa tem uma sala.
A casa é amarela.
2. Era uma vez umpionho queroia ocabelo dai um emnino dapasou um umenino 
lipo enei pionho ai passou um emnino pionheto dai omenino pegoupionho da 
amullhér pegoupionho da todomundosaiogriãdo todo,udo pegou pionho di até 
sofinho begoupionho (PASSAGENS, 2017).
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O que descrevemos, anteriormente, como o processo de avaliação das produções de 
redação, fica aqui bem marcado. Ambos os ‘textos’ (e depois entenderão a razão do destaque 
ao termo) foram escritos por crianças em seu segundo ano de experiência escolar. O autor 
do primeiro exemplo foi aprovado no ano anterior, enquanto que o autor do segundo estava 
repetindo a mesma série, tendo sido considerado uma criança não alfabetizada. Tais dados nos 
sugerem como era (e talvez ainda seja) realizada a avaliação da escrita na escola. 
É possível que a professora tenha observado a grafia correta das palavras no primeiro, 
parágrafos e letras maiúsculas, enquanto no segundo um aglomerado de palavras, um desrespeito 
às normas que regem à escrita. À luz das considerações que vínhamos construindo, o autor do 
primeiro texto entendeu o jogo da escola: mas entendeu a noção de texto? Estabeleceu com algum 
interlocutor uma relação? Contou o que? O que houve foi um preenchimento fragmentado de 
um esquema, baseado em observações desarticuladas. Enquanto sujeito, está anulado a exercer a 
função de aluno que lhe foi sugerida. Fizera, portanto, a redação do dia.
Figura 1 – A casa amarela. Fonte: Gartic (2018).
Ao autor do segundo, falta aprender o jogo da escola. Foi reprovado por subjetivamente 
fazer uso da linguagem, por dizer algo, fazer um texto, contar algo. Sim, por mais que pareça 
estranho, a noção de contar aparece, com a introdução do “era uma vez”. Todavia, a leitura 
foi prejudicada por problemas de ortografia e estrutura. Não que esses problemas não devam 
ser reconhecidos, mas se extrapolarmos para o que temos hoje, eles seriam fáceis de serem 
corrigidos, o contato com a ortografia oficial e a leitura de outros textos ajudariam a diminuir 
essas dificuldades, afinal, ensinar a variedade padrão já é um compromisso da língua portuguesa. 
O problema é anular o sujeito como um todo, destruir lhe a linguagem, desconsiderando 
a sua capacidade de fazer textos. Aprovar e elogiar autores de redações é dar continuidade a esse 
sistema, e, possivelmente, carregar esses alunos até os bancos universitários. É passar adiante 
quem precisa de formatos físicos e de outros modelos para desenvolver sua escrita, quem não 
consegue contar algo, quem não imagina a presença de um interlocutor, quem artificialmente 
compõe trechos isolados, sem ligação entre si, quem não gosta de produzir texto, quem o faz 
apenas por obrigação quando não lhe resta outra alternativa, e o prior de tudo isso, talvez: quem 
pense ainda ser um bom escritor, afinal sempre obtivera boas notas e fora bom em redação nos 
bancos escolares. Isso, sem dúvida alguma, foi, é e será bem mais difícil de consertar, depois de 
tanto tempo.
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NOÇÃO DE TEXTO
Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto 
final. No meio você coloca ideias (Pablo Neruda).
Iniciemos nossas ‘conversas escritas’, se assim podemos chamar, com esse pensamento de 
Pablo Neruda, por meio do qual o ato de escrever parece algo tão simples e fácil de acontecer. Uma 
palavra apenas: “ideias” e tanta coisa a ser pensada, tanta dificuldade para se colocar no papel, 
normas a serem seguidas, grafias a serem consertadas, lacunas a serem preenchidas... Enfim, 
escrever, para muitos, não é tarefa simples, pelo contrário, é um trabalho árduo, que requer muito 
esforço e treinamento. Quando se fala em escrita científica então, o assunto parece ter menos 
adeptos, pois aquelas “ideias” sempre precisam vir acompanhadas de uma série de normas e 
regras.
 Antes de estabelecermos contato especificamente com o texto científico, é importante 
entendermos o sentido que a palavra ‘‘texto’’ nos traz. Quando recorremos à sua etimologia 
percebemos a ligação entre texto e tecido.
A relação da palavra “texto” com tecido - com tecer, têxtil, textura, tecelagem - nos 
indica que a metáfora da trama dos fios tecidos para falar da trama das palavras na composição 
de um texto,não é uma simples metáfora. Segundo Araújo (2001), texto e tecido são palavras 
etimologicamente, de fato, emaranhadas. Assim, podemos entender que da mesma forma como 
o tecido vai sendo construído, por meio de cada fio que compõe o todo, também o texto, através 
de cada palavra ou ideia. 
Figura 2 – A relação texto e tecido. Fonte: Segatto (2018).
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Desse modo, como temos vários tipos de tecido, temos também incontáveis tipos de 
textos. E, para nomear cada um deles, é que trazemos as considerações acerca dos gêneros textuais.
A riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a variedade virtual da 
atividade humana é inesgotável, e cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros 
do discurso que vai se diferenciando e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve 
e fica mais complexa (BAKHTIN, 1992).
O gênero textual não exclui ou despreza a tipologia textual tradicional (narração, descrição 
e dissertação), com a qual estamos acostumados, pelo contrário, os aspectos tipológicos são 
apresentados de forma mais ampla, já que passam a ser analisados a partir das situações sociais em 
que são usados. Isto é, dentro da narrativa, ouviremos falar do conto maravilhoso, conto de fadas, 
fábula, lenda, narrativa de ficção científica, romance, conto, piada, etc. No relato, por exemplo, 
podemos ter, o relato de viagem, o diário, a autobiografia, o curriculum vitae, a notícia, a biografia, 
etc. No gênero argumentativo encontramos: texto de opinião, carta de leitor, carta de solicitação, 
editorial, ensaio, resenhas críticas, etc. Nos textos instrucionais encontramos as receitas, os 
manuais de instrução, os regulamentos, textos prescritivos, etc. Nos textos de cunho expositivo, 
por sua vez, estão: seminário, conferência, palestra, entrevista de especialista, texto explicativo, 
artigo, relatório científico, trabalho de conclusão de curso, etc. Aqui chegamos no nosso objeto 
de estudo, reforçando a ideia de que cada um desses gêneros possui suas características de ordem 
prática e concreta.
Certamente, já nos deparamos com vários desses gêneros apontados anteriormente, 
conhecendo seus formatos e características especificas, como é o caso, por exemplo, de uma piada, 
um poema, ou uma receita. Nosso foco, portanto, está nas características do texto científico, 
nosso objeto de estudo.
CIÊNCIA E CONHECIMENTO
Começar pelo início parece a melhor ordem a se seguir, sendo, portanto primordial que 
entendamos o que é ciência. Se tomarmos por base a definição do termo, pelo dicionário Aurélio, 
teremos como sinônimos o saber, a instrução e conhecimentos básicos, ou um conjunto de 
conhecimentos fundados sobre princípios certos. Uma definição assim seria ampla demais, tendo 
em vista que a própria definição de conhecimento é também um vasto campo a ser explanado. 
Mais do que isso, o saber e o conhecer são verbos que acompanham a humanidade desde os seus 
primórdios. Para entender os princípios da ciência seria preciso realizar uma viagem histórica, 
começando pelo mito, a forma mais elementar do conhecimento, ressaltando em cada período, 
como cada civilização desenvolveu o saber, construiu o conhecimento, fazendo, portanto, ciência.
 Lehfeld (2007) concede tanto à ciência, quanto à arte, a capacidade de criar e construir 
conhecimento, necessitando ambas de inovação e vazão à criatividade. Também, tanto na 
arte quanto na ciência, existe uma liberdade ontológica, que se caracteriza pela finalidade de 
apreender e explicar o ser. Ambas apresentam visões e concepções a respeito do mundo e do 
homem inserido neste mundo, considerando seu contexto pessoal, cultural e político. Ambas 
surgem em um contexto social e histórico, sendo capazes de projetar e representar inovações e 
novos modelos de compreensão e interpretação da realidade, além de serem sempre discutíveis. 
A autora destaca a diferenciação entre o artista e o cientista no fato de que durante o processo 
do conhecimento, este deve controlar sua subjetividade através de uma base lógica racional 
e metodológica, enquanto aquele não o necessita. Desse modo, “a arte não se esgota nas suas 
formas, métodos e técnicas de produção, enquanto que a ciência é inseparável disso tudo para a 
sua produção e renovação” (LEHFELD, 2007, p. 16).
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Vejamos, como exemplo a definição de ciência dada por Trujillo (1984). Para o autor, 
ciência é uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente 
correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar. Um conjunto 
de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, 
capaz de ser submetido a verificação. Vejamos outro conceito:
A Ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, 
obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a 
objetos de uma mesma natureza (ANDER-EGG, 1975, p. 15). 
Como se nota, a palavra conhecimento aparece sempre que se define ciência. 
Etimologicamente, o termo deriva do latim, sendo composto de cune+noscere= cognoscere, 
significando “procurar saber”, “junto/com o saber”. Tal definição nos auxilia em uma melhor 
compreensão, considerando que todo ser humano racional procura saber algo sobre a realidade 
que o cerca, estando em contato com ela, investigando-a para poder agir, sobreviver e conviver.
Lehfeld (2007) reitera que essa ação de conhecer é natural, ocorrendo por meio da 
observação, assimilação de crenças religiosas, sentimentos, motivações, ocorridos de modo 
dinâmico, sendo formal ou informal. É este ato de conhecer que possibilita a ação e o controle, 
realizados de forma autônoma. 
Para tanto, existem formas plurais de conhecimento, de procurar saber sobre algo, 
assimilar ou apreender suas características.
TIPOS DE CONHECIMENTO 
Vários autores concordam em classificar o conhecimento em quatro tipos: popular, 
religioso, filosófico e científico (GIL, 1995; LAKATOS; MARCONI, 2003; TRUJILLO FERRARI, 
1982).
Ander Egg (1978) explicita as características do conhecimento popular, de modo 
bastante explicativo. É, portanto, superficial, ao basear-se nas aparências; sensitivo, por referir-se 
às vivências e emoções do cotidiano; subjetivo, por ser organizado pelo próprio sujeito partindo 
de suas experiências vividas; assistemático, por não existir sistematização para se obter as ideias 
ou formalizá-las; e acrítico, por não se manifestar de forma crítica. Desse modo, ele é conferido 
pela familiaridade que se tem com os objetos, sendo resultado de suposições e de experiências 
pessoais, através de uma informação íntima, que não fora refletida o bastante. Assim, como 
afirma Trujillo Ferrari (1982, p. 6) por meio desse conhecimento, também reconhecido como 
familiar, as pessoas conseguem saber que água é um líquido; mas, não necessitam compreender 
como se origina e qual é a sua composição molecular, o que já seria de outro domínio. Para esse 
conhecimento não há necessidade de juízos valorativos sendo também características: a ausência 
de um rigor metodológico de busca, a inexatidão, o ser falível e o não planejamento.
O Conhecimento Religioso ou teológico, como é conhecido, diz respeito às crenças 
religiosas em um ser superior como fonte de conhecimento. Trujillo Ferrari (1982) explica que tal 
conhecimento implica na crença de que tais verdades, reveladas pelo sobrenatural, são infalíveis. 
Desse modo, se tem um conhecimento sistemático do mundo, guiado por alguns manifestantes 
divinos: como Cristo, Maomé, Buda ou Moisés, ou vários deuses ao mesmo tempo. Cabe aqui 
lembrar a classificação desse conhecimento em: fetichismo, politeísmo e monoteísmo. Na primeira 
manifestação os poderes estão destinados a objetos e seres. No politeísmo, como o nome sugere,há mais de um Deus, detentor do poder. No monoteísmo, por sua vez, a crença é em um só Deus.
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No entanto, no conhecimento teológico, de modo geral, as evidências não são verificadas, 
mas guiadas por um ato de fé, regido por proposições sagradas. Esse ato se origina nos tempos 
mais remotos, contando que faz parte da característica do ser humano buscar explicações para 
suas dúvidas, e, na ausência de uma explicação natural ir em busca de algo sobrenatural, capaz de 
explicar e tranquilizar a humanidade procurando respostas para dúvidas existenciais.
A respeito do conhecimento filosófico, comecemos pela definição de Lakatos e Marconi 
que o caracterizam pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder 
discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana 
(...), tendo como objeto de “análise as ideias, relações conceptuais, exigências lógicas que não 
são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial 
direta ou indireta” (2000, p.19).
Trujillo e Ferrari (1982) explicam que esse conhecimento se baseia na experiência, mas 
não na experimentação, ou seja, não são submetidas ao teste da observação, nem precisam ter 
seus resultados confirmados ou refutados. É, portanto um conhecimento racional, valorativo, 
racional, sistemático, não-verificável, infalível, exato. 
Todo esse trajeto feito até aqui acerca dos conhecimentos, se faz necessário para 
entendermos o que os distinguem deste conhecimento, cujas características apresentaremos e 
com o qual vamos trabalhar durante a vida acadêmica, enquanto pesquisadores. A principal 
característica que diferencia o científico dos demais, é a possibilidade de verificação do fato 
pesquisado, comprovação, experimentação, sendo ele falível e sistemático. 
A ciência se preocupa em estabelecer as propriedades e os padrões 
interdependentes entre as propriedades, para construir as generalizações ou as 
leis. Não se duvida, entretanto, que muitas das disciplinas científicas existentes 
têm surgido das preocupações práticas da vida cotidiana, como a geometria dos 
problemas de medição e relevantamento topográfico nos campos; a mecânica 
de problemas apresentados pelas artes arquitetônicas; a biologia dos problemas 
humanos [...] (TRUJILLO FERRARI, 1982, p. 6). 
Observemos nas palavras de Trujillo e Ferrari (1982) o que reiteram Marconi e Lakatos 
(2000), afirmando que essas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa. Pode 
haver, por exemplo, um cientista voltado ao estudo da física, que pode ser crente praticante de 
uma determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida 
cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum.
A figura 1 nos mostra um pouco dessa mistura. Horvath (2012) ressalta que essa divisão 
dos conhecimentos é algo moderno, sendo que em outros períodos filosofia, ciência e religião 
eram concebidas de forma unificada, de modo que essa divisão acaba se tornando algo apenas 
com fins didáticos. 
Para saber mais sobre o MITO como uma forma primitiva do co-
nhecimento religioso, vale fazer a leitura de parte do texto de “SA-
GAN, C. Cosmos. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora, 
1989”, que pode ser encontrado no capítulo de Candido J. (s. d) 
sobre a Ciência. Disponível em:
<http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/metodologia/Apostila/
CAP01PG.pdf>. Acesso em: out. 2017.
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O autor entende que o filósofo busca a sabedoria e o conhecimento a fim de entender a 
realidade a sua volta. Mas, nessa busca, ele não é o único. Também o cientista procura conhecer 
as forças que regem a natureza e a sociedade, assim como o teólogo caminha para a busca do 
entendimento de Deus, como Ele se revela e como a sociedade o percebe ao longo de sua história.
Figura 3 – Filosofia, ciência e religião. Fonte: Horvath (2012).
Para finalizarmos essa primeira etapa cabe colocar o quadro explicativo, elaborado por 
Trujillo 1974, apud Marconi e Lakatos (1991):
Quadro 1 – Tipos de conhecimento. Fonte: Trujillo 1974, apud Marconi e Lakatos.
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O TRIPÉ DA UNIVERSIDADE
Como introduziu Severino (2007) em seu primeiro capítulo da obra Metodologia do 
Trabalho Científico, ingressar em um curso superior já é um alto indicativo de mudança no 
processo de ensino aprendizagem entre alunos e professores, visto que tal ingresso implica em 
um comprometimento com o processo de forma prática e eficaz. Para o autor, esse ensino se 
efetiva em três objetivos: formar profissionais de diferentes áreas, conferindo-lhes competências 
técnicas; formar cientistas, disponibilizando métodos e conteúdos de diversas especialidades do 
conhecimento e estimular a tomada de consciência acerca de sua existência histórica, pessoal e 
social, fazendo com que o aluno entenda sua inserção na sociedade e humanidade como um todo.
Nesse sentido, a Universidade, como “funcionária do conhecimento” (idem, p. 23) 
visa contribuir para o aprimoramento da vida humana em sociedade, prestando a ela serviços, 
conforme sua necessidade e, para dar conta desse compromisso é que são designados para a 
Universidade três papeis principais: ensino, pesquisa e extensão.
 
Figura 4 - O tripé da universidade. Fonte: Audiscurso (2012).
De modo bem geral, por ensino concebemos a própria transmissão dos conteúdos 
acumulados, fruto do conhecimento adquirido dentro de cada disciplina; a pesquisa é a busca de 
conhecimentos, investigação e transmissão e a extensão, algo que ultrapassa os muros da escola, 
interagindo com a sociedade e contribuindo para alguma transformação.
Essas atividades devem se desenvolver de forma articulada para vencer os desafios 
histórico-sociais os quais vivenciam os seres humanos. Todavia, Severino (2007) explica que 
no âmbito universitário é a pesquisa o ponto básico de sustentação, o que dá apoio às outras 
atividades, pois “só se aprende, só se ensina, pesquisando; só se presta serviço à comunidade, se 
tais serviços nascerem e se nutrirem de pesquisa” (p.24).
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A PESQUISA CIENTÍFICA
Por muito tempo fazer pesquisa científica era tarefa excepcional, realizada apenas opor 
algum gênio bem reconhecido por suas grandes repentinas invenções. Atualmente, já se reconhece 
que certos avanços científicos são frutos de um trabalho árduo, que envolve pesquisadores em 
diferentes níveis de ensino. 
Ao observarmos o conceito de pesquisa dado por Gil (2010, p. 01), entendemos a 
complexidade e o esforço que estão embutidos em tal processo:
A pesquisa é um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo 
proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida 
quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou 
então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem 
que não possa ser adequadamente relacionada ao problema. A pesquisa é 
desenvolvida mediante ao concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização 
cuidadosa de métodos e técnicas de investigação científica. Na realidade, a 
pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, 
desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação do 
resultado.
Percebemos, neste contexto, ser a pesquisa um processo que envolve diversas fases, cuja 
finalidade deve ser a apresentação de resultados obtidos com métodos de análise.
No entanto, é necessário dessacralizar a ciência, tornando-a acessível e democrática. 
E é justamente nos bancos escolares que a exclusão dos sujeitos se multiplicae perpetua, 
afastando, muitas das vezes, o sujeito comum do mundo da pesquisa. Severino (2007) reitera 
que o conhecimento deve ser construído pela experiência ativa do estudante e não mais ser 
assimilado passivamente, como ocorre, por exemplo, no ensino básico, outra necessidade de se 
fazer pesquisa: a busca e não simplesmente aceitação.
Kourganoff (1990) define a Pesquisa como o conjunto de investigações, operações e 
trabalhos intelectuais ou práticos que têm como objetivo a descoberta de novos conhecimentos, 
a invenção de novas técnicas e a exploração ou a criação de novas realidades. Embora nessa 
definição as palavras “novos ou novas” sejam uma constante, precisamos desvincular a ideia de 
que fazer pesquisa é descobrir o inédito, criar um objeto fantástico. Novos conhecimentos podem 
sim ser descobertos, mas o principal, é que a exploração seja nova, ou seu modo de explorar. O 
seu novo jeito de olhar para algo que já existe é que possibilitará a criação de uma nova realidade.
 Para Cervo e Bervian (1983), faz pesquisa quem consegue: discutir ideias e fatos 
relevantes de determinado assunto, partindo de uma fundamentação teórica; escolher um 
assunto claro e reconhecível, com certa utilidade para a ciência ou para a comunidade; ter 
a capacidade de sistematizar e recriar o material coletado; dizer algo que ainda não foi dito; 
indicar claramente os procedimentos utilizados; relacionando-os sempre com a teoria utilizada; 
fornecer elementos que permitam verificar suas conclusões; documentar os dados fornecidos, 
permitindo nítida identificação das fontes; comunicar os dados por dedução ou indução; redigir 
um texto adequado à Língua Portuguesa (gramaticalmente, estilisticamente, fraseologicamente e 
terminologicamente). 
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A PESQUISA NA UNIVERSIDADE
 A pesquisa na universidade não é tarefa simples demais, porque como os mesmos Cervo 
e Bervian (1983, p. 50) reiteram “é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do 
emprego de processos científicos”.
Esses processos ou métodos científicos demandam seguir um caminho, ou mais 
especificamente, determinadas normas, as quais veremos, em detalhes, no decorrer de nossas 
unidades. No entanto, tais atividades não ocorrem instantânea ou isoladamente. São reconhecidas 
e implementadas atividades de iniciação à pesquisa científica, que permitem ao estudante inserir-
se em práticas de pesquisa, por meio de diferentes projetos de investigação.
 Dois exemplos, dados por Severino (2007) Os Programas de Iniciação Científica (PIC) 
e os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), que além de eventual contribuição de seus 
conteúdos, fazem com que o aluno, ao executar tais trabalhos, esteja praticando a pesquisa, 
iniciando sua vida científica e vivenciando de forma mais privilegiada o aprender. Para o autor, 
nesse processo, cabe ao aluno não apenas se apropriar e armazenar produtos, mas aprender 
processos. Em seus estudos, não importa mais “a capacidade de decorar e memorizar milhares 
de dados, fatos e noções, mas a capacidade de entender, refletir e analisar os dados, os fatos e as 
noções” (SEVERINO, 2007, p. 27). 
Nesse sentido, como estamos percorrendo um caminho e aprendendo processos, as 
normas recebem uma atenção especial. Elas contribuem para a objetividade e imparcialidade dos 
trabalhos. Ao seguirmos um padrão nos eximimos de critérios subjetivos, que possam atribuir 
mais valores pela estética ou quantidade de páginas. Se o formato é o mesmo, o texto em si passa 
a carregar o sentido da produção acadêmica.
Portanto, ao iniciarmos qualquer escrita científica vale, logo no início, nos atermos às 
normas. Apresentaremos melhor na próxima unidade, por hora, vale nos remetermos à ABNT, 
especificamente em sua NBR 14724:2011, sobre a apresentação de trabalhos acadêmicos.
Então, de modo bem simples, ao sentarmos frente a um computador e abrirmos um 
documento para edição de texto, devemos nos ater ao que é mostrado no quadro:
Quadro 2 – Regras básicas de edição ABNT. Fonte: a autora.
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Atualmente existe uma série de páginas na internet que retomam 
as normas da ABNT e auxiliam a construção do trabalho. No en-
tanto, é preciso pelo menos uma noção para avaliar tais tipos de 
conteúdos e sua fidedignidade às regras. 
Esta página, por exemplo, traz diversos posts sobre ABNT, apre-
sentando sua configuração de maneira simples, com modelos de 
como formatar no Word, valendo a pena a consulta:
<https://www.normaseregras.com/normas-abnt/>.
UNIDADE
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 18
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA ................................................................................................................................ 19
A IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO ................................................................................................................. 21
SIGLAS E ÓRGÃOS ................................................................................................................................................... 22
TCC- TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ...................................................................................................... 24
ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÊMICO - NBR 14724: 2011 ............................................................................ 25
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E 
O TRABALHO DE CONCLUSÃO
PROF.A MA. LETÍCIA IZEPPE BISCONCIM 
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade partiremos do reconhecimento da leitura como talvez o processo de maior 
relevância dentro de todo este cenário. É através dela que tudo será pensado, idealizado, realizado 
e depois transmitido. Portanto, apresentaremos algumas técnicas, os processos de análise e 
síntese e a necessidade de registrar aquilo que lemos. Adentraremos, mais especificamente, o 
universo científico, apresentando algumas siglas e órgãos veiculados à ciência, além dos aspectos 
para a realização de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), bem como toda sua estrutura, 
disposta nos elementos pré-textuais, textuais e pós textuais. Mesmo que em sua pós-graduação 
não se exija um trabalho de cunho monográfico a seu término, é importante que conheçamos 
suas normas, conseguindo realizá-lo quando necessário.
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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
Não há como não mencionar e compartilhar do que a maioria dos autores concordam 
ser a melhor ferramenta para uma boa escrita, de modo geral: a leitura. Lopes (2009) destaca 
que a maioria das dificuldades enfrentadas na vida acadêmica surgem do fato de não se ler com 
habilidade, inteligentemente. Ele acrescenta: Quem lê constrói sua própria ciência e ao terminar 
o curso, poderá desenvolver temas [...] e pensar por si mesmo.
Nesse sentido, seria óbvio afirmar que quanto mais vezes se lê, mais facilidade se adquire 
na compreensão e interpretação de textos. O ideal, certamente, seria a leitura de, pelo menos, três 
vezes. No entanto, é fato, que devido à correria da vida moderna, muitos acabam se perdendo no 
meio dessas leituras. Algumas dicas podem ajudar, nesse sentido. 
Um passo importante é a seleção do que se vai ler. Os resumos, os sumários ajudam muito 
delimitar as partes principais a serem utilizadas. A velocidade na leitura auxilia também, mas 
como aponta Lopes (2009), depende da peculiaridade de cada autor, que sugere que se criem 
imagens em nossa mente para assimilar o que foi dito. O autor acrescenta que o ambienteexterno 
deve também contribuir, sendo “amplo, arejado, bem iluminado e silencioso [...] e, em caso de luz 
artificial, deve ser difusa e ficar à esquerda de quem se lê” (p. 19). 
TÉCNICAS DE SKIMMING E SCANNING
Outra necessidade que auxilia no processo de leitura é procurar captar sempre as ideias 
principais. As técnicas de leitura dinâmica ajudam nesse processo. Harlow (1980 apud Marconi 
e Lakatos (2001) descreve os procedimentos do SCANNING e SKIMMING. A primeira diz 
respeito a encontrar determinado tópico na obra, através do sumário, ou pela leitura de linhas, 
ou parágrafos, na busca de frases ou palavras-chave. Seus olhos vão em busca exatamente do que 
se quer encontrar. A segunda capta a tendência geral sem entrar em minúcias, através dos títulos, 
subtítulos, ilustrações. Lê-se para encontrar a essência do texto. Dentre as possíveis traduções das 
palavras, do inglês, preferimos utilizar as de escanear e desnatar, respectivamente, pois quando 
escaneamos, é como se ampliássemos para guardar, e, quando desnatamos, é como se quiséssemos 
separar a nata, para fazer uma bolacha, deixando de lado o que não fôssemos utilizar, o que seria 
mais ou menos o processo.
Muitos autores concordam que para uma boa retenção do texto é necessário lê-lo umas 
três vezes. Todavia, há de se considerar, que, muitas vezes, o tempo disponível acaba não sendo 
um bom aliado para que se realizem várias leituras. Também, de nada adianta dizer que leu, se 
apenas o que se conseguiu fazer foi passar os olhos pelo texto. Nesse sentido, seria interessante 
considerar esses métodos dinâmicos de leitura. Pelo menos partes do texto, o geral, poderá ser 
compreendido, sendo muito melhor realizar esse tipo de leitura do que simplesmente não fazer 
nenhuma, por falta de tempo.
Vale mencionar também a técnica de sublinhar, destacando ao alcance dos olhos as 
ideias principais e os pormenores importantes. No entanto, de nada adianta sublinharmos o que 
achamos importante para ler depois e acharmos tudo importante. O trabalho será o mesmo ou 
até maior. Uma dica seria dar destaque às definições, conceitos, palavras desconhecidas, exemplos 
ou explicações.
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Figura 5 – A técnica de sublinhar. Fonte: Memorização (2018).
OS PROCESSOS DE ANÁLISE E SÍNTESE
Lopes (2009) acrescenta que para haver uma leitura proveitosa alguns princípios são 
essenciais como a atenção e concentração; o interesse por novos conhecimentos; a reflexão quanto 
aos diferentes ângulos que se pode ler; um espírito crítico de avaliação do texto; análise e síntese.
Cabe, para esses dois últimos, alguns esclarecimentos. Quando falamos em análise, o que 
devemos considerar é a divisão em partes para o entendimento, e assim, o estabelecimento das 
relações existentes entre elas.
Por síntese, se entende o processo inverso ao da separação (análise). Seria a reconstituição 
das partes decompostas, por meio de uma composição dos elementos essenciais, seguindo uma 
lógica de pensamento.
Outro recurso importante é o resumo que, para Costa (2009), consiste em uma apresentação 
abreviada de um texto, expondo seu conteúdo de modo conciso e coerente. É, portanto, um 
gênero que reduz o texto, mas não deixa de colocar o que lhe é principal. Na resenha, por sua vez, 
com base nos conhecimentos prévios sobre o tema, é realizado um comentário crítico. Assim, os 
pontos principais do texto estão presentes, acompanhados de uma sustentação argumentativa e 
marcados pela existência de articuladores textuais.
Com base em Curty e Curty (2008), elaboramos um quadro, associado à imagem de um 
quebra-cabeça, cujas partes encontram-se separadas, destacando como o leitor deve proceder 
para realizar uma análise temática de um texto:
 
Figura 6 - Análise temática. Fonte: A autora.
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É fato que os professores observam as dificuldades que os alunos apresentam ao ler e 
estudar de maneira eficaz. Muitas críticas surgem acerca dos problemas de atenção, empenho, 
interpretação, compreensão e de uma postura crítica. Para haver interpretação, outras etapas 
antes devem ser realizadas. A alfabetização, decodificação e junção das letras para uma leitura 
fluente é apenas o estágio mais primitivo, que precisa estar em constante evolução. Contudo, 
pesquisas apontam que, por diversos fatores, o nível de leitura dos brasileiros está ainda nesta 
primeira fase. Conseguem decodificar, mas quando se trata das outras fases, de uma leitura crítica 
primordial ao desenvolvimento e a elaboração das diversas atividades no cenário acadêmico, a 
situação é alarmante e os índices, desastrosos. 
A IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO
Frente a todo esse processo, é importante que aprendamos a documentar nosso estudo, 
para assimilá-los de forma eficaz e não apenas como algo decorado, para ser depois esquecido:
O estudo e a aprendizagem em qualquer área do conhecimento são plenamente 
eficazes somente quando criam condições para uma contínua e progressiva 
assimilação pessoal dos conteúdos estudados. A assimilação, por sua vez, precisa 
ser qualitativa e inteligentemente seletiva dada à complexidade e a enorme 
diversidade das várias áreas do conhecimento (SEVERINO, 2007, p. 66).
Dessa forma, o fichamento nos é apresentado, como uma ferramenta utilizada pelo aluno 
para registrar o material estudado, na finalidade de poupar tempo no futuro, frente à necessidade 
de se produzir algum tipo de relatório ou outro formato de trabalho científico. Essa ferramenta 
serve, então, para auxiliar na elaboração de trabalhos acadêmicos e pesquisas.
Em síntese, fichamento é o ato de transcrever anotações após a leitura. Antigamente, para 
fins de estudo ou pesquisa, os registros eram feitos em fichas pautadas e impressas. Hoje, além 
desse objeto, tais anotações podem ser feitas em folhas de papel comum ou em programas de banco 
de dados de um computador. Severino (2007) ressalta não haver um tamanho padronizado para 
essas fichas de documentação, ficando a critério de cada um o seu formato, podendo realiza-las 
no computador em forma de documentos/arquivos. O importante é que estejam bem organizados 
e de fácil acesso, para que os dados não se percam e possam ser utilizados quando necessário. 
O Fichário de documentação bibliográfica constitui um acervo de informações 
sobre livros, artigos, e demais trabalhos que existem sobre determinados 
assuntos, dentro de uma área do saber. Sistematicamente feito, proporciona ao 
estudante rica informação para seus estudos (SEVERINO, 2007, p. 70).
Vários autores, de modo mais explicativo, classificam os tipos de fichamento em 4: 
fichamento bibliográfico, de conteúdo, de citações e crítico. De modo geral, no primeiro, deve ser 
apresentada a ideia geral da obra, bem como os temas de interesse presentes nela, para uma busca 
futura. Por fichamento de conteúdo, entendemos ser uma espécie de resumo do todo de um texto, 
de modo sucinto, mas sem pular as partes principais. No fichamento de citações são transcritas 
cópias do texto de origem, que podem ser inseridas, mais tarde, no trabalho acadêmico. E, por 
fim, o fichamento crítico sede espaço para a escrita de resenha, com espaço argumentativo sobre 
o texto a ser fichado.
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Quadro 3 – Modelo de fichamento. Fonte: a autora.
Este tópico serve para que reconheçamos a importância de retirar trechos dos textos lidos, 
ou mesmo parafraseá-los e anotar, redigi-los e salvá-los, sempre seguidos de sua fonte, a referência 
que depois precisaremos colocar, de forma correta, em nosso trabalho acadêmico. Logo, mesmo 
que os modos de ‘fichar’ as ideias sejam outros, auxiliados pela tecnologia, a essência continua 
sendo a mesma.
SIGLAS E ÓRGÃOS
Quando falamos em Metodologia de Pesquisaé importante que conheçamos algumas 
siglas e órgãos com os quais poderemos estabelecer algum contato durante a vida acadêmica. Vale 
colocar, que todas essas siglas e suas explicações estão disponíveis em suas respectivas páginas 
na internet. 
ABNT = Associação Brasileira de Normas e Técnicas. É a Normalização técnica do 
país, que contém documentos elaborados criteriosamente, com linguagem técnica, adequada 
e científica. Fundada em 1940, é a base para o desenvolvimento tecnológico brasileiro, uma 
entidade privada, sem fins lucrativos. É membro fundador da ISO = International Organization 
for Standardization, da COPANT (Comissão Pan-americana de Normas Técnicas) e da AMN 
(Associação Mercosul de Normalização). 
Frente à necessidade da normalização de determinado tema, a ABNT encaminha 
o assunto ao Comitê Técnico responsável, onde será exposto aos diversos setores envolvidos. 
Uma vez elaborado o Projeto de Norma, com o assunto solicitado, ele é então submetido à 
Consulta Nacional. Neste processo, o Projeto de Norma, elaborado por uma Comissão de Estudo 
representativa das partes interessadas e setores envolvidos com o tema, é submetido à apreciação 
da sociedade. São exemplos de normas utilizadas:
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• NBR 14724:2011 – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. Elas definem tamanho de 
papel, margens, estrutura do trabalho e outros detalhes;
• NBR 6023:2002 – Informação e documentação – Referências. Elaboração; 
• NBR 10520:2003 – Citações. Apresentação.
CNPQ é a sigla de Conselho Nacional de Pesquisa, que atualmente é chamado de 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e é um órgão público que tem 
o objetivo de incentivar a pesquisa no Brasil. Sua sede está situada em Brasília, e o órgão é ligado 
ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O CNPQ também tem vários outros órgãos federais e 
parceiros estrangeiros em suas funções, incentiva a pesquisa no Brasil através de bolsas e auxílios, 
em especial para indivíduos que querem cursar Mestrado e Doutorado, sejam eles no Brasil ou 
no Exterior.
Certamente, ouviremos falar de ENADE: O Exame Nacional de Desempenho de 
Estudantes que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), cujo 
objetivo é aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos 
programáticos, suas habilidades e competências.
Por INEP, se representa o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira; CAPES- é a Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior, responsável 
por fazer a qualificação das publicações periódicas aqui no Brasil, quanto a questões editoriais e 
técnicas.
Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da 
qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. Tal processo foi concebido 
para atender às necessidades específicas do sistema de avaliação e é baseado nas informações 
fornecidas por meio do aplicativo Coleta de Dados. Como resultado, disponibiliza uma lista com 
a classificação.
A classificação é realizada pelas áreas de avaliação e passa por processo anual de 
atualização. Esses veículos são enquadrados em estratos indicativos da qualidade - A1, o mais 
elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C - com peso zero, sendo acessível na internet em seu aplicativo 
WebQualis.
ISSN- Critério para o controle da qualidade das revistas e para indexação em base de 
dados nacionais e internacionais. Significa International Standard Serial Number- Número de 8 
dígitos, precedido pelo prefixo ISSN – identificação única, internacionalmente reconhecida.
É importante que conheçamos também a Plataforma Lattes, que representa a experiência 
do CNPq na integração de bases de dados de Currículos, de Grupos de pesquisa e de Instituições 
em um único Sistema de Informações e como verificamos em sua própria página de apresentação, 
sua dimensão atual se estende não só às ações de planejamento, gestão e operacionalização do 
fomento do CNPq, mas também a outras agências de fomento federais e estaduais, das fundações 
estaduais de apoio à ciência e tecnologia, das instituições de ensino superior e dos institutos de 
pesquisa. Quando adentramos o universo acadêmico, é importante estabelecermos contato com 
essa plataforma e elaborarmos o Currículo Lattes, que na apresentação da plataforma, é descrito 
como o padrão nacional no registro da vida pregressa e atual dos estudantes e pesquisadores do 
país, adotado pela maioria das instituições de fomento, universidades e institutos de pesquisa. 
Por sua riqueza de informações e sua crescente confiabilidade e abrangência, se tornou elemento 
indispensável e compulsório à análise de mérito e competência dos pleitos de financiamentos na 
área de ciência e tecnologia. 
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TCC- TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Outra sigla que se ouve e com a qual se preocupa muito no universo acadêmico é o 
TCC: Trabalho de Conclusão de Curso, parte integrante da atividade curricular de muitos cursos 
de graduação, sendo de extrema relevância para o processo de aprendizagem dos acadêmicos, 
servindo para articular e consolidar o processo formativo do aluno, por meio da construção do 
conhecimento científico em sua área.
O trabalho acadêmico:
[...] documento que representa o resultado de estudo, devendo expressar 
conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da 
disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. 
Deve ser feito sob a coordenação de um orientador (ABNT, 2011, p. 4). 
O que distingue os diferentes trabalhos acadêmicos são os níveis de profundidade e 
originalidade, bem como a exigência de defesa pública para alguns deles. 
Existem muitas definições a respeito do trabalho científico. Para Lakatos e Marconi (2003) 
trata-se de um estudo sobre tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e 
que obedece à rigorosa metodologia. 
É preciso considerar que trabalhos acadêmicos podem ser divididos da seguinte forma: 
primeiramente os trabalhos relativos à graduação; e, em seguida, os trabalhos elaborados na pós-
graduação (aperfeiçoamento, especialização, mestrado, doutorado). Aos trabalhos relativos à 
graduação, a NBR 14724:2011 atribui as seguintes denominações: TCC e TGI, respectivamente, 
Trabalho de conclusão de curso e Trabalho de graduação interdisciplinar. Aos trabalhos 
elaborados na pós-graduação, a denominação estabelecida é: Trabalho de conclusão de curso de 
especialização e/ou aperfeiçoamento, ou monografia. Todavia, as autoras consideram que apesar 
dessa terminologia estar consagrada, essa denominação não é muito adequada, visto que todos 
os trabalhos acadêmicos têm como principal característica serem monográficos (ABNT, 2011). 
Portanto, os termos: dissertação e tese são explicados na NBR 14724:2011, e diferenciados, 
devido à titulação obtida:
Dissertação é o documento que representa o resultado de um trabalho 
experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema 
único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e 
interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente 
sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato, é feito sob a 
coordenação de um orientador (doutor), visando a obtenção do título de mestre. 
Tese é o documento que representa o resultado de um trabalho experimental 
ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve 
ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real 
contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um 
orientador (doutor) e visa a obtenção do título de doutor, ou similar (ABNT, 
2011, p. 2-4).
Observando a grafia da palavra monografia, verificamos que sua principalcaracterística 
é a abordagem de um tema único (mónos = um só e graphein = escrever). Dessa forma, todos 
os trabalhos acadêmicos são monográficos. Dentre os trabalhos monográficos mais usuais, 
destacam-se aqueles exigidos para obtenção de graus, como a dissertação de mestrado e a tese 
de doutorado. Para a conclusão de cursos de especialização, ou mesmo de graduação, é comum a 
apresentação de trabalhos acadêmicos chamados simplesmente de monografias.
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ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÊMICO - 
NBR 14724: 2011
Para a NBR 14724:2011 (ABNT, 2011), a estrutura de um trabalho acadêmico de cunho 
monográfico compreende: elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais, 
a seguir, sequencialmente, descritos.
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
✓ Capa (obrigatório) (entidade, título e subtítulo se houver, autor, local, data). Lombada 
(opcional) 
✓ Folha de rosto (obrigatório) (nome do autor, título e subtítulo, se houver, natureza 
(tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso) e objetivo (aprovação em disciplina, grau 
pretendido), nome da instituição a que é submetido, área de concentração, nome do orientador, 
local da instituição onde deve ser apresentado, ano). 
✓ Verso da folha de rosto (obrigatório) deve conter a ficha catalográfica, conforme o 
Código de Catalogação Anglo-americano vigente (NBR 14724, ago. 2005). 
✓ Errata (opcional) 
✓ Folha de aprovação (obrigatório)
✓ Dedicatória(s) (opcional) 
✓ Agradecimento(s) (opcional) 
✓ Epígrafe (opcional) 
✓ Resumo em língua vernácula (obrigatório) 
✓ Resumo em língua estrangeira (obrigatório) 
✓ Lista de ilustrações (opcional)
✓ Lista de tabelas (opcional) 
✓ Lista de abreviaturas e siglas (opcional) 
✓ Lista de símbolos (opcional) 
✓ Sumário (obrigatório)
Esses elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o corpo da Monografia, ou 
trabalho acadêmico. Apresentam informações que ajudam na identificação e utilização do 
trabalho.
Iniciemos pela capa, que, de acordo com NBR 14724:2011 (ABNT, 2011), é elemento 
obrigatório em todo trabalho acadêmico. É a proteção externa, que reveste o trabalho, na qual 
devem constar informações para a identificação. Ordenadamente, teremos:
 O nome da instituição; nome do autor; título; subtítulo (se houver); número de volumes 
(se houver mais de um); local – cidade da instituição onde deve ser apresentado e ano da entrega 
(depósito).
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Quanto à estética desses itens, número da fonte a NBR 14724: 2011, p. 10, prescreve tamanho 
12, inclusive para a capa. Considerando isso, nosso objetivo é apresentar uma padronização dos 
trabalhos acadêmicos para orientar o aluno no momento de elaborar seu trabalho. Podemos, 
assim, estabelecer: Nome da instituição - (obrigatório) em letras maiúsculas, centralizado, 
tamanho da fonte 12 e negrito. Nome do autor - (obrigatório) em letras maiúsculas, centralizado, 
tamanho da fonte 12 e negrito. Título - (obrigatório) em letras maiúsculas, centralizado, tamanho 
da fonte 12 e negrito. Local - na penúltima linha da folha, centralizado, em letras maiúsculas, 
tamanho da fonte 12 e negrito. Ano do depósito - data da entrega do trabalho, na última linha 
centralizado, fonte 12, sem negrito.
A lombada, por sua vez, é elemento opcional, onde as informações devem ser impressas, 
quando o trabalho comportar. Conforme a NBR 12225:2004, é a parte da capa que reúne as 
margens internas das folhas, a ser mantidas juntas. A disposição dos elementos ocorre na seguinte 
ordem: nome do autor, impresso longitudinalmente, de modo a ser lido do alto para o pé da 
lombada, facilitando a leitura quando o trabalho está no sentido horizontal, com a face voltada 
para cima; título do trabalho impresso da mesma maneira que o nome do autor; elementos 
alfanuméricos de identificação, por exemplo: v. 3 (ABNT, 2004).
De acordo com a NBR 14724:2011 (ABNT, 2011), a folha de rosto é elemento obrigatório, 
que carrega os elementos essenciais à identificação do trabalho, na seguinte ordem: nome do 
autor: responsável intelectual do trabalho; título principal do trabalho; subtítulo: se houver, deve 
ser evidenciada a sua subordinação ao título principal, precedendo-o de dois pontos; número de 
volumes (se houver mais de um, deve constar em cada folha de rosto a indicação do respectivo 
volume); finalidade do trabalho, contendo sua natureza (tese, dissertação, monografia e outros) 
e objetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituição a que é 
submetido com o nome do orientador; local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado; 
e, por fim, ano de depósito (da entrega). 
Acrescentamos que a folha de rosto carrega uma informação adicional, que a difere da 
capa e deverá ser escrita a partir do meio da folha, com espaçamento simples e a mesma fonte 
utilizada nos outros itens (Arial), tamanho 12, conforme sugerimos no exemplo:
Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) apresentado ao Centro 
Universitário Uningá, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel 
em Odontologia (ou Licenciatura em Ciências Biológicas). 
Orientador: Prof.
É importante destacar que somente a partir da folha de rosto se começa a contar as 
páginas do trabalho acadêmico. No entanto, a representação impressa do número das páginas 
só aparecerá, no canto superior direito da folha, a partir da INTRODUÇÃO, utilizando-se 
algarismos arábicos (1, 2, 3, 4.) 
No verso da folha de rosto deve aparecer a ficha catalográfica, elaborada pelo bibliotecário, 
conforme o Código de Catalogação Anglo Americano vigente. 
A Errata é um elemento eventual, constituído pela referência do trabalho e pelo texto 
da errata. Deve conter uma lista das folhas e linhas, onde ocorreram erros, com suas devidas 
correções. Se possível deve ser inserida em papel avulso, acrescido depois de finalizado o trabalho, 
após a folha de rosto.
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A folha de aprovação, a ser inserida logo após a folha de rosto, é elemento obrigatório, 
contendo: nome do autor do trabalho: responsável intelectual ou artístico; título principal do 
trabalho, de forma clara e precisa; subtítulo (se houver), subordinado ao título pela marca dos dois 
pontos; número de volumes; finalidade do trabalho, contendo sua natureza, objetivo, nome da 
instituição e área de concentração; data de aprovação; e nome completo e titulação dos membros 
que compõem a banca examinadora, bem como a instituição a qual pertencem e sua respectiva 
área de concentração.
Podem haver, ainda, páginas preliminares, que antecedem o resumo: 
A Dedicatória é um texto geralmente curto, que contém o oferecimento do trabalho a 
determinada pessoa, ou pessoas.
Os Agradecimentos consistem em uma manifestação de gratidão a pessoa(s) e/ou 
instituição(ões) que, de alguma forma, colaboraram com o autor, para a execução do trabalho, 
devendo ser expressa de maneira simples e sóbria.
A Epígrafe é elemento opcional, colocado o início do trabalho, mas podendo aparecer 
também no início de suas seções primárias. Consiste na citação de um pensamento (com a 
indicação de autoria) que, de certa forma, está relacionado à obra. 
O Resumo na língua vernácula é elemento obrigatório, redigido pelo próprio autor, que 
apresenta, concisamente, os pontos relevantes do texto, em linguagem clara, concisa, direta, com 
o máximo de 500 palavras — deve ressaltar o objetivo, o resultado e as conclusões do trabalho, 
assim como o método e a técnica empregados na sua elaboração. Redigido em parágrafo único, 
seguido de palavras-chave e/ou descritores, separadas entre si por ponto (.). Ex.: Palavras-chave: 
Literatura. Letramento literário. Sala de aula.
O resumo em língua estrangeira é também elemento obrigatório, que consiste na versãodo resumo em português para um outro idioma, de divulgação internacional, geralmente inglês, 
espanhol ou francês: Abstract, Resumen, Resumée, respectivamente.
Outras listas podem ser incluídas, dependendo da característica do documento: – lista 
de ilustrações: relação sequencial das ilustrações (imagens, desenhos, esquemas, fluxogramas, 
fotografias, gráficos, mapas, quadros, etc.), devendo aparecer na mesma ordem em que forem 
apresentadas no trabalho, seguidas do título e página onde podem ser encontradas; – lista de 
tabelas: relação numérica das tabelas na mesma ordem em que se sucedem, seguida do título e 
com a indicação da página correspondente. 
- Lista de abreviaturas e siglas: relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas na 
publicação, seguidas das palavras ou expressões a que correspondem, escritas por extenso; – lista 
de notações ou símbolos: relação de sinais convencionados, utilizados no texto, seguidos dos 
respectivos significados;
Para a NBR 6027:2012, o Sumário é a indicação do conteúdo do documento, o último 
elemento pré-textual, responsável por refletir as divisões e/ou seções, na mesma ordem em que 
aparecem no texto. Usa-se o termo “sumário”, não confundindo com índice, que se configura como 
elemento pós-textual. Caso haja mais de um volume, deve ser incluído um sumário completo do 
trabalho em cada um deles (ABNT, 2012).
A forma de digitação segue um formato padronizado, que vai desde à caixa alta em 
negrito, até caixa baixa, em itálico, diminuindo de forma decrescente: 
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ELEMENTOS TEXTUAIS
✓ Introdução: apresenta o objeto da pesquisa (problema, hipótese, variáveis), objetivos, 
o tema, delimitação do tema, justificativa e cita a metodologia utilizada. 
✓ Desenvolvimento: a) com parte experimental: revisão da literatura, material e métodos, 
resultados e discussão. b) sem parte experimental: revisão da literatura.
✓ Considerações finais: síntese dos resultados mais importantes do trabalho e/ou 
pesquisa correlacionado aos objetivos propostos.
Os elementos textuais determinam a natureza do trabalho, sua estrutura e organização. 
Quanto à natureza da pesquisa, pode ser dividido em duas partes, com ou sem experimentação.
Sem a coleta de dados, as partes consistem em: Introdução; revisão da literatura; discussão 
e considerações finais. Com a coleta: Introdução; revisão da literatura; material e Métodos; 
resultados; discussão e considerações finais.
A introdução deve explicar como a pesquisa foi realizada. É necessário que se faça 
a delimitação do assunto, chegando no objeto a ser pesquisado, com destaque à natureza do 
problema, a importância da pesquisa no âmbito acadêmico e/ou social, bem como a justificativa, os 
objetivos, as menções às teorias nas quais a pesquisa foi baseada, além da escolha da metodologia 
e sua aplicação, sendo, portanto, uma apresentação geral.
A linguagem deve ser objetiva, utilizando apenas uma pessoa gramatical. A organização 
do texto deve partir da apresentação do objeto da pesquisa (problema, hipótese, variáveis), 
objetivos, o tema, delimitação do tema, justificativa e a metodologia). Nela o autor apresenta o 
que ele espera confirmar nas considerações finais;
Algumas maneiras de iniciar uma introdução é se posicionando de modo generalizado 
sobre determinado fato; comparando situações; destacando por meio de citação a opinião de 
alguém de destaque; fazendo alusão histórica a algum fato histórico, ou definindo um termo, 
explicitando-o claramente.
Fontenelle (2017) de forma simples, mas prática, explica como fazer um TCC. Como se 
pode notar, na figura 4 ele deixa transparecer a importância da introdução, sendo ela a responsável 
pela primeira impressão que o leitor poderá ter do seu texto. Assim, uma introdução de qualidade 
atrairá o leitor e definirá se sua pesquisa vai ser lida ou não.
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Figura 7 – Introdução de TCC. Fonte: Fontenelle (2017).
No desenvolvimento deve aparecer a revisão de literatura. Cabe ao autor demonstrar 
conhecimento da literatura básica sobre o assunto, resumindo os resultados de estudos anteriores. 
Muitos autores concordam ser essa, a parte fundamental para a trabalho de pesquisa, cuja 
finalidade é expor, demonstrar e dar possibilidades de verificação. 
No desenvolvimento, pode-se levar em consideração três fases: explicação, argumentação 
e demonstração. Segundo Marconi e Lakatos (2003) aparecem nessa etapa, os elementos da 
fundamentação teórica e também a definição dos conceitos utilizados. A revisão da literatura, 
construída pelas citações, traz as principais conclusões de outros autores, salientando a 
contribuição da pesquisa realizada, demonstrando contradições ou reafirmar certas atitudes. 
As considerações finais consistem na fase final do trabalho de pesquisa, mas não é algo 
tão simples ou de tão poucas linhas. Mais que isso, possuem uma estrutura própria abarcando o 
resumo completo, sintetizado, da argumentação dos dados e dos exemplos constantes nas duas 
primeiras partes do trabalho (introdução e desenvolvimento/revisão da literatura), o que seria 
uma retomada geral. De acordo com Marconi e Lakatos (2003), devem constar a união das ideias 
e, ainda, conter o fecho da introdução ou síntese de toda a reflexão.
Outros detalhes práticos do desenvolvimento e construção do TCC 
podem ser obtidos na página do professor André Fontenelle 
http://www.andrefontenelle.com.br/como-fazer-um-tcc/
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ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
✓ Referências (obrigatório)
✓ Glossário
✓ Apêndice(s) (opcional) 
✓ Anexo(s) (opcional)
✓ Índice
São elementos que complementam o TCC/Monografia. São as referências, anexos e/ou 
apêndices.
Referências 
É a lista das obras consultadas. Sua elaboração segue normas expedidas pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas - NBR 6023:2003.
Detalhes completos para a elaboração das referências veremos em outro módulo posterior.
Apêndices 
Segundo a NBR 14724:2011, o apêndice é um elemento opcional, que consiste em um 
texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar sua argumentação (ABNT, 
2011). 
Os apêndices são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos 
respectivos títulos. Quando esgotadas as 23 letras do alfabeto devem ser utilizadas letras 
maiúsculas dobradas para identificação. Exemplos: 
APÊNDICE A – Questionário aplicado aos acadêmicos do 1º ano de Medicina 
APÊNDICE B – Questionário aplicado aos professores do curso de Medicina
Os anexos são definidos também pela NBR 14724:2011 como textos ou documentos 
não elaborados pelo autor. Elementos opcionais e complementares do trabalho, apresentam 
documentos ilustrativos ou exposições que se tornaram inviáveis no interior dos capítulos. São 
também identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos 
(ABNT, 2011). Seguem a mesma forma dos apêndices, como demonstram os exemplos: 
ANEXO A – Formulário de inscrição
ANEXO B – Pedido de isenção
Além dessas considerações acerca dos elementos que constituem o texto, vale ressaltar 
outras normas básicas que configuram o trabalho científico.
Para a impressão, o papel é sempre sulfite A4 e cor branca. 
A Fonte: Arial – tamanho: 12, estilo: Normal e alinhamento: Justificado. 
Parágrafo entre Linhas: 1,5 
Título: Arial – Tamanho 12 – Estilo: Negrito e Maiúscula – Alinhamento: Esquerda. O 
subtítulo: Arial ou Times New Roman – Tamanho 12 – Estilo: Negrito – Alinhamento: Esquerda. 
Configuração da página: Cabeçalho: 3 cm, Rodapé: 2 cm, Margem Esquerda: 3 cm, 
Margem Direita: 2 cm. Os passos a serem seguidos no editor de texto Word, para configuração 
da página, são os seguintes:
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Figura 8 - Captura da tela Layout/ Margem. Fonte: A autora.
Os títulos das seções e subseções, quando forem numéricos, serão alinhados à esquerda. 
Já os títulos sem indicativos numéricos, como: agradecimentos, errata, lista de símbolos, resumos, 
sumário, referências, glossário, apêndice, anexo, deverão ser centralizados, utilizar o recurso de 
negrito e caixa alta para destaque. 
Os títulos das seções e subseções, por sua vez, devem ser separados do texto que os 
precede e/ou sucede, com um espaço, as seções devem iniciar e um nova página. 
Os indicativos de seção são os números que aparecem antes dos títulos. Deverão vir 
alinhados à esquerda, com o espaçamento de apenas 1 caractere. 
Para citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legenda das imagens e 
das tabelas é necessário utilizar um tamanho menor: padrão UNINGÁ 11. 
Também as notas de rodapé, as citações longas, as referências deverão ter espaçamento 
simples.
Essas são algumas das normas prescritas para a formatação do texto acadêmico, que serão 
reforçadas novamente à medida que julgarmos necessário.
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REFLITA
Tendo em vista a quantidade de partes de um TCC e a dificuldade 
de muitos alunos para a execução de cada uma dessas etapas, 
muitas sátiras são construídas a esse respeito. Muitos internau-
tas fazem piadas para ilustrar essa fase da vida dos universitários. 
Para refletir e descontrair um pouco, uma página da UOL, educação 
elencou uma série de imagens, extraídas de uma página na rede 
social, intitulada “TCC dá depressão”. Esses exemplos estão dis-
poníveis em:
https://educacao.uol.com.br/album/2014/03/12/tcc-da-depres-
sao-trabalho-final-e-tema-de-satiras-de-internautas-no-facebook.
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UNIDADE
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 34
O RECURSO DAS CITAÇÕES ................................................................................................................................... 35
CUIDADOS COM A LINGUAGEM ............................................................................................................................ 39
O RECURSO DAS REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 44
O DESAFIO DAS PALAVRAS:
CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
PROF.A MA. LETÍCIA IZEPPE BISCONCIM 
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INTRODUÇÃO
Nesta próxima página do nosso caderno, aprenderemos como utilizar um dos maiores 
recursos e ferramentas para a escrita de todo e qualquer trabalho científico: as CITAÇÕES, o 
desafio das palavras.
“Palavras, palavras, se me desafias, aceito o combate”. Essa frase, atribuída a Carlos 
Drummond de Andrade, abre espaço para iniciarmos nossas ‘conversas escritas’ nesta unidade. 
Discorreremos, justamente, sobre o desafio das palavras, o combate que travamos diante delas, a 
escolha de cada termo para se colocar no papel, ou na tela de um computador. Drummond nem 
imaginaria, que essas suas palavras estariam aqui, sendo usadas para definirmos, ligeiramente, 
o que vem a ser a CITAÇÃO: esse combate que aceitamos travar, quando utilizamos palavras, 
um desafio inovador que temos conosco mesmo, frente a tudo o que lemos, o que aprendemos, 
retemos e queremos passar a diante. Nesta unidade, discorreremos sobre citações, como vem 
sendo empregado esse recurso e como deveria ser. Aprenderemos como fazer, considerando 
os cuidados que devemos ter com a linguagem, com o uso de termos que formalizam nossos 
parágrafos, tornando nosso texto coeso e coerente. 
Vale, em seguida, considerarmos a necessidade de empregarmos um outro recurso 
metodológico, que permite ao nosso leitor “lançar as redes ao mar, para também conseguir 
encontrar os peixes, como nós o fizemos”, recorrendo à nossa metáfora. Trata-se das Referências, 
que até pouco tempo era conhecida pelo nome completo de Referências Bibliográficas. Contudo, 
tendo em vista que a palavra bibliografia nos remete ao conjunto de livros convencionais e que 
na atualidade, devido à quantidade e gêneros de materiais e suportes que podem ser utilizados e 
citados, muitos autores optam por considerar apenas a primeiro nome: Referências, o elemento 
pós textual obrigatório, a fonte completa de todo o material que aparecera citado no trabalho 
científico. 
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O RECURSO DAS CITAÇÕES
Como já discutimos em unidades anteriores, o desenvolvimento da ciência é dirigido pela 
produção e pelo fluxo de informação. Esse contato com o saber é que gera conhecimento. Dentro 
disso, uma das obrigações dos pesquisadores é disseminar o conhecimento científico através da 
divulgação dos resultados de qualquer investigação, disponibilizando-os para a comunidade e, 
dessa forma, reforçando e mantendo o processo de comunicação científica.
No entanto, mesmo antes de falarmos em texto científico, já fizemos esse contato com 
citações em outras situações de nossas vidas. Em tempos de internet, corriqueiramente recebemos 
textos assinados por grandes autores, achamos bonitas as palavras e até passamos adiante por 
meio das mais diversas e atuais ferramentas tecnológicas.
É justamente sobre essa divulgação via internet que o blog “poeme-se” traz algumas 
considerações, questionando como é possível saber quem é realmente o autor de uma citação. São 
discutidos diversos casos de autorias atribuídas de forma equivocada. Problemática que inspirou 
a estampa da mais nova camiseta do site, uma ideia ousada com uma frase atribuída a Machado 
de Assis (!): “O problema das citações da internet é que nunca sabemos se elas são verdadeiras”, 
assinada por Machado de Assis, com sua data de nascimento e morte, muito antes da evolução 
da internet.
Figura 9 - Como saber quem é o autor de uma citação? Fonte: Poeme-se (2016).
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Tomemos como exemplo apenas os três primeiros destaques. A frase que muitos citam, 
atribuindo os créditos a Maquiavel, mas que provavelmente foi feita por alguém que buscava 
resumir as ideias do autor: “Os fins justificam os meios”. Outro exemplo é a frase do poema 
MUDE: “Mude. Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade”, que 
geralmente é atribuída a Clarice Lispector, mas que possui registro oficial na Fundação Biblioteca 
Nacional do Ministério da Cultura, sendo de Edson Marques. Ainda o texto: “A mente que se abre 
a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”, conferida a Albert Einstein, por sua 
genialidade, mas advinda do médico americano Oliver Wendell Holmes.
Não queremos, com esses exemplos, deixar entender que essas frases precisam parar de 
ser citadas ou disseminadas. Podemos continuar admirando-as, desde que seu uso não tenha 
finalidade científica, ou seja, se para ser científico, o objeto precisa ser comprovado, somente 
podemos colocar algo, em nosso texto, que permita ao nosso leitor ter acesso à fonte verdadeira. 
Caso contrário, estamos comprometendo a essência desse gênero textual.
Esse deve ser o comportamento geral entre os cientistas, pois enquanto outros 
procedimentos são específicos de cada área do conhecimento, a comunicação científica tem a 
mesma importância para todas as áreas, conforme já apontaram Vans e Caregnato (2003). As 
autoras salientam que o termo literatura científica se refere à existência de publicações que 
contêm a documentação dos trabalhos produzidos pelos cientistas.

Outros materiais