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Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000. lndaial-SC Fone: (0xx47) 3281-9000/3281-9090 Home-page: www.uniasselvi.com.br Curso de Nivelamento de Reforma Ortográfica Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Cláudia Suéli Weiss Luciana Fiamoncini Patricia Maria Matedi Reitor da UNIASSELVI Dieter Dieter Sergei Sardelli de Paiva Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância Profª. Elisa Maria Assis Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Davi Phelippe Bloedorn Revisão: Diógenes Schweigert Harry Wiese José Rodrigues Marina Luciani Garcia Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI Fone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a Lei 9.610/98. 3 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento Estamos apresentando a você um estudo sobre o Novo Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa. Nesta primeira etapa, você está sendo orientado a como proceder para realizar seu curso. O curso será ministrado através do estudo da apostila e a fi xação de conteúdos, por meio de objetos de aprendizagem. A segunda etapa de nosso curso será um breve apanhado sobre a história da reforma e novo alfabeto. Passaremos por um interessante estudo do alfabeto através dos tempos e veremos alguns dos principais acordos ortográfi cos fi rmados em diversos períodos. Na terceira etapa, as mudanças na acentuação serão o enfoque. Este é um dos temas que mais causa dúvidas no novo acordo ortográfi co, por isso está exposto de forma simples e breve, para que você compreenda com maior facilidade. Nosso nivelamento continua com a quarta etapa, que trata da hifenização. O uso do hífen, o que foi modifi cado e o que continua sendo utilizado. Na quinta e última etapa, abordaremos o uso do trema, sendo que este foi abolido da língua portuguesa, exceto em nomes que derivam de palavras estrangeiras. Na sexta etapa, você fará uma avaliação para fi xar o que foi estudado. Esperamos ter contribuído para o aprimoramento dos seus conhecimentos. As autoras! A PRESENTAÇÃO 4 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento 5 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa Olá, acadêmico(a)! Estamos começando mais uma jornada de estudos. A partir daqui, daremos início ao estudo sobre a nova ortografi a da nossa língua, proposta pelo Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2009, 18 anos após sua elaboração. O objetivo desta apostila é apresentar a você, acadêmico, as principais mudanças que ocorreram em nossa língua, tais como acentuação, hifenização, mudanças no alfabeto e uso do trema, com o intuito de facilitar a elaboração e a compreensão textual. Então, caro(a) acadêmico(a), vamos lá? Antes de iniciarmos os nossos estudos efetivamente, gostaríamos de apresentar uma crônica interessante e divertida, de Elida Kronig, sobre a reforma ortográfi ca. Boa leitura! 6 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento A crônica: Como será daqui pra frente? Elida Kronig. “Estive vendo as novas regras da ortografi a. Na verdade, já tinha esbarrado com elas trilhares de vezes, mas apenas hoje que as danadas receberam uma educada atenção de minha parte. Devo confessar que não foi uma ação espontânea. Que eu me lembre, desde o ano retrasado que uma amiga me enche o saco para escrever a respeito. O faço com a esperança de que diminua o volume de e-mails e torpedos que ela me envia. Em suma, que as novas regras ortográfi cas a mantenham sossegada por um bom tempo. Cai o trema! Aliás, não cai... Dá uma tombadinha. Linguiça e pinguim fi cam feios sem ele, mas quantas pessoas conhecemos que utilizavam o trema a que eles tinham direito? Essa espécie de “enfeiação” já vinha sendo adotada por 98% da população brasileira. Resumindo, continua tudo como está. Alfabeto com 26 letras? O K e o W são moleza para qualquer internauta, que convive diariamente com Kb e Web qualquer coisa. A terceira nova letra de 7 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento nosso alfabeto tornou-se comum com os animes japoneses, que tem a maioria de seus personagens e termos começando com y. Esta regra tiramos de letra. O hífen é outro que tomba, mas não cai. Aquele tracinho no meio das vogais, provocando um divórcio entre elas, vai embora. As vogais agora convivem harmoniosamente na mesma palavra. Auto-escola cansou da briga e passou a ser autoescola, auto-ajuda adotou autoajuda. Agora, pasmem! O que era impossível tornou-se realidade. Contra-indicação, semi-árido e infra-estrutura viraram amantes, mais inseparáveis que nunca. Só assinam contraindicação, semiárido e infraestrutura. Quem será o estraga-prazer a querer afastá-los? Epa! E estraga-prazer, como fi ca? Deixa eu fazer umas pesquisas básicas pela Internet. Huuummm... Achei! Essas duas palavrinhas vivem ocupadíssimas, cada uma com suas próprias obrigações. Explicam que a sociedade entre elas não passa de uma simples parceria. Nem quiseram se prolongar no assunto. Para deixar isso bem claro, vão manter o traço. 8 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento Na contra-mão, chega um paraquedista trazendo um paralama, um parachoque e um parabrisa - todos sem tracinho. Joguei tudo no porta-malas pra vender no ferro-velho. O paraquedista com cara de pão de mel fi cou nervoso. Só acalmou quando o banhei com água-de-colônia numa banheira de hidromassagem. Então os nomes compostos não usam mais hífen? Não é bem assim. Os passarinhos continuam com seus nomes: bem-te-vi, beija-fl or. As fl ores também permanecem como estão: mal-me-quer. Por se achar a tal, a couve-fl or recusou-se a retirar o tracinho e a delicada erva-doce nem está sabendo do que acontece no mundo do idioma português e vai continuar adotando o tracinho. As cores apelaram com um papo estranho sobre estarem sofrendo discriminações sexuais e conseguiram na justiça, o direito de gozarem com o tracinho. Ficou tudo rosa-choque, vermelho- acobreado, lilás-médio... As donas de casa quando souberam da vitória da comunidade GLS, criaram redes de novenas funcionando por 24hs, para que a feira não se unisse sem cerimônia aos dias da semana. Foram atendidas pelo próprio arcanjo Gabriel que fez uma aparição numa das reuniões, dando ordens ao estilo Tropa de Elite: 9 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento - Deixe o traço! Deu certo. As irmãs segunda-feira, terça-feira e as demais, mantiveram o hífen. Os médicos e militares fi zeram um lobby, gastaram uma nota preta pra manter o tracinho. Alegaram que sairia mais caro mudar os receituários e refazer as fardas: médico-cirurgião, tenente-coronel, capitão-do-mar. Uma pequena pausa para a cultura, ocasionada pelo trauma de ler muitas pérolas do Enem e Vestibular. Só por precaução... Almirante Barroso não tem tracinho. Assim era chamado Francisco Manuel Barroso da Silva. Sim, o cara era militar da Marinha Imperial. Foi ele quem conduziu a Armada Brasileira à vitória na Batalha do Riachuelo, durante a Guerra da Tríplice Aliança. No centro do Rio de Janeiro há uma avenida com seu nome (Av. Almirante Barroso). Na praia do Flamengo, há um monumento, obra do escultorCorreia Lima, em cuja base se encontram os seus restos mortais. Fim da pausa! Acho que algumas regras pra este tracinho, até que simpático, foram criadas por algum carioca apaixonado. Será que Thiago Velloso e André Delacerda tiveram alguma participação nas novas 10 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento regras? O R no início das palavras vira RR na boca do carioca. Não pronunciamos R (como em papiro, aresta e arara), pronunciamos RR (como em ferro, arraso e arremate). Falamos rroldana e não roldana, rrodopio e não rodopio, rrebola e não rebola. Pois bem, numa das tombadas do hífen, o R dobra e deixa algumas palavras com jeito carioca de ser: autorretrato, antirreligioso, suprarrenal. Será fácil lembrar desta regra. Se a palavra antes do tracinho (nem vou falar em prefi xo) terminar com vogal e a palavra seguinte começar com R é só lembrar dos simpáticos e adoráveis cariocas. Mais uma coisinha: a regra também vale para o S. Fico até sem graça de comentar isso, pois todos sabemos que o S é um invejoso que gosta de imitar o R em tudo. Ante-sala vira antessala, extra-seco vira extrasseco e por aí vai... Quem segurou mesmo o hífen, sem deixá-lo cair, foram os sufi xos terminados em R, que acompanham outra palavra iniciada com R, como em inter-regional e hiper-realista. Estes tracinhos continuarão a infernizar os cariocas. O pré-natal esteve tão feliz, rindo o tempo todo com o pós- 11 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento parto de uma camela pré-histórica que ninguém teve coragem de tocar no tracinho deles. Já o pró - um chato por natureza, foi completamente ignorado. Só assim manteve o tracinho: pró-labore, pró-desmatamento. A vogal e o h não chegaram a nenhum acordo, mesmo com anos de terapia. Permanecem de cara virada um pro outro: anti- higiênico, anti-herói, anti-horário. Estou começando a achar que as vogais são semi-hostis com as consoantes... O interessante é que as vogais quando estão próximas umas das outras, não tem essa de arqui-inimigas. Fizeram lipo juntas e conquistaram uma silhueta anti-infl acionária de micro-organismo. Vogal-vogal, com as novas regras ficam magrinhas: microondas, antiibérico, anti-inflamatório, extraescolar... Uma inovação interessante: - Podem esquecer o mixto, ele foi sumariamente despedido. Puseram o misto no lugar dele. Fiquei bolada com essa exceção: o prefi xo co não usa mais hífen. Seguiu os exemplos de cooperação e coordenado, que sempre estiveram juntas. Não estou me lembrando no momento, de nenhuma palavra que use co com tracinho. 12 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento Será que sempre escrevi errado? Quem diria que o créu suplantaria a ideia!? Teremos que nos acostumar com as ideias heroicas sem o acento agudo. Rasparam também o acento da pobre coitada da jiboia. O acento do créu continua porque tem o U logo depois. Pelo menos a assembleia perdeu alguma coisa... Resta o consolo em saber que continuamos vivendo tendo um belíssimo céu como chapéu.” Gostaram da crônica? Após esta interessante leitura, vamos conhecer um pouco mais sobre a história do acordo ortográfi co e o novo alfabeto. FONTE: Adaptado. 13 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento História do acordo ortográfi co e mudanças no alfabeto. Nossa vida é movida pelas mudanças. Tudo o que faz parte do contexto social passa por mudanças, de uma forma ou de outra. A língua faz parte do contexto social, portanto, com o passar do tempo, passa por diversas transformações. Algumas palavras são acrescentadas ao nosso vocabulário, outras caem em desuso, outras, ainda, sofrem modifi cações. Nossa língua não para. Está em constante movimento. A cada ano surgem novidades, e estas surgem em nossa língua de acordo com a necessidade. Pensando nisto, os países que fazem uso da Língua Portuguesa (Guiné Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Timor Leste e em especial Brasil e Portugal) perceberam uma necessidade cada vez maior de uniformizar a língua escrita e, no século XX, iniciaram uma discussão sobre a viabilidade da ideia. Com esta unifi cação, muitas coisas positivas aconteceriam, como a livre circulação de obras literárias sem a necessidade de revisão ortográfi ca, como ocorre na língua espanhola por exemplo. O ensino da Língua Portuguesa também seria unifi cado. Foram 14 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento nestes benefícios que os representantes destes países pensaram ao criarem este projeto de lei. Antes de explicar, caro(a) acadêmico(a), um pouco mais sobre a história do acordo ortográfi co fi rmado em 2009, gostaríamos que você soubesse que mudanças na nossa língua portuguesa já acontecem desde muito antes desta data. Não sei se você, estudante, já teve a oportunidade de ler algum trecho escrito em Língua Portuguesa no ano de 1500. Se você notar, muitas mudanças ocorreram desde então, sendo que, em alguns casos, nem parece ser a mesma Língua Portuguesa que temos hoje. Retiramos uma pequena parte da carta de Pero Vaz de Caminha, que foi escrita em 1500, falando sobre o descobrimento do Brasil. Observe as palavras e me diga se realmente não parece outra língua: Easy seguymos nosso caminho por este mar delomgo, ataa terça feira doitauas de páscoa que foram xxj dias dabril que topamos alguus synaaes de tera seemdo da dita jlha segundo os pilotos deziam obra de bjc Ix ou Ixx legoas. Os quaaes hera muira camtidade deruas compridasa que os marentes chama Botelho e asy outras aque tambem chama rabo dasno. Eaaquarta feira seguimte póla manhãã topamos aves aque chama fura buchos. E neeste dia aoras de bespera ouuemos vista de terá 15 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento primeiramente dhuu gramde monte muy alto e redomdo e doutras serras mais baixas ao sul dele e da terra chãã com grandes aruoredos ao qual monte alto ocapitam pos nome o monte pascoal. (BAGNO, 2008, p. 165, apud REFORMA ORTOGRÁFICA DA LÍNGUA PORTUGUESA, ESTADO DE SANTA CATARINA, 2009) Nem parece que isto que acabamos de ler é Língua Portuguesa, não é? Mas pode ter certeza que é sim. A mesma que falamos hoje, porém, esta passou por inúmeras mudanças desde o ano de 1500 até hoje. Podemos perceber, então, que as mudanças que ocorreram neste ano de 2009 foram pequenas se comparadas as que já ocorreram. Seria muito interessante estudarmos um pouco mais sobre a história da ortografi a, não é? Que tal fazermos uma pequena viagem no tempo e conhecer um pouco mais sobre as mudanças ortográfi cas pelas quais a nossa língua já passou? Acompanhe: 16 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento No ano de 1904, Gonçalves Viana surgiu com a proposta de simplifi car a língua portuguesa escrita, fazendo com que todos os dígrafos TH, PH, CH, RH e Y, além das consoantes TT e LL fossem abolidos. No ano de 1907, a Academia Brasileira de Letras decidiu simplifi car a escrita nas suas publicações, tornando a escrita menos rebuscada. Já em 1911, ocorreu a primeira reforma ortográfi ca da língua portuguesa, tendo como principal objetivo uniformizar e simplifi car a escrita de algumas palavras, porém, esta reforma não foi implantada no nosso país. . Somente no ano de 1915 a Academia Brasileira de Letras fez com que a ortografi a brasileira harmonizasse com a reforma ortográfi ca de 1911. Então, acadêmico, no ano de 1919 a Academia Brasileirade Letras decidiu que tudo voltaria a ser como era antes e revogou a decisão. No ano de 1931, a proposta de Gonçalves Viana foi aceita e Brasil e Portugal entraram em acordo e renovaram a língua. Este foi o primeiro acordo ortográfi co do Brasil. Novamente, caro acadêmico, em 1934 a Constituição Brasileira decidiu anular esta decisão e reverteu o quadro ortográfi co a como era antes. Novamente. No ano de 1938, decidiu-se retornar à reforma de 1931. Você deve estar se questionando, mas quanto vai e volta, não é mesmo? Em 1943, houve a convenção ortográfi ca entre Brasil e Portugal. Foi assegurada a unidade da língua portuguesa. O ano de 1945 foi o ano em que um novo acordo ortográfi co tornou-se lei em Portugal, mas o Brasil não o adotou. Em 1971, nosso país fez algumas alterações de acordo com a reforma de 1943, para atenuar as diferenças ortográfi cas com Portugal. Em 1973 foi a vez de Portugal. Ele também realizou algumas modifi cações, a fi m de diminuir as diferenças ortográfi cas com o Brasil. No ano de 1975 as Academias de Letras do Brasil e de Portugal criaram um projeto de acordo ortográfi co, mas este não foi aprovado ofi cialmente. Agora que você já conhece um pouco mais sobre os outros acordos, passaremos a falar do que ocorreu até que chegássemos à aprovação do acordo ortográfi co que vigora até hoje. Em 1986, no Rio de Janeiro, reuniram-se representantes dos países que falam o Português como língua ofi cial. Somente Guiné Bissau não compareceu. Lá, eles iniciaram uma caminhada sobre um possível acordo ortográfi co. Somente no ano de 1990, os representantes voltaram a se reunir (desta vez Guiné Bissau compareceu) e fi rmaram um acordo, criando um pacto que abrangeria todos os países que falam o português. No ano de 1991, Antônio Houaiss publicou a A Nova Ortografi a da Língua Portuguesa, resultado de muitos debates havidos em Lisboa. Em 2008, Portugal decide pôr em prática o acordo a partir de 2010, e o Brasil a partir de 2009. Até o ano de 2012, ainda serão aceitas variações entre as duas ortografi as em provas, exames, concursos e vestibulares. No ano de 2009, 18 anos após sua elaboração, segundo decretos assinados pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entra em vigor, em 1º de janeiro, o Novo Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa. 17 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento Fonte: Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado da Educação. Reforma ortográfi ca da Língua Portuguesa. Florianópolis: IOESC, 2009. Esse Acordo Ortográfi co trouxe poucas mudanças para nós, brasileiros. Houve algumas mudanças na acentuação das palavras e as regras do hífen sofreram alterações signifi cativas, além do acréscimo de letras no alfabeto e o uso do trema, que foi abolido. Adiante, as veremos com mais detalhes. A pronúncia das palavras não será modifi cada. Ela permanecerá a mesma. É importante que fi que claro que estas mudanças são somente na parte escrita da língua. Essas mudanças geraram certo desconforto em alguns estudiosos. Como sabemos, é característica do ser humano apresentar medo ou insegurança diante das mudanças que acontecem ao longo de nossas vidas. As novidades apresentadas a nós sempre geram dúvidas, questionamentos e, de certa forma, acabam gerando discussões. Assim acontece quando mudamos de escola, de endereço, de emprego. Com a nossa língua não poderia ser diferente. Muitas discussões foram desencadeadas a partir da vigência do novo acordo ortográfi co, e muitas das regras modifi cadas ainda geram controvérsias entre gramáticos. 18 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento A adaptação faz parte do processo de mudança, e, com o passar do tempo, todos nós nos habituaremos com estas mudanças que passarão a fazer parte das nossas vidas. Vamos pensar que isso será um benefício para nós todos, pelo simples fato de podermos compreender o que é nos é dito em outros países que falam a Língua Portuguesa. Para fi nalizarmos esta parte, faremos uma leitura de mais uma interessante representação de como a língua era antes do ano de 1930 e como ela é hoje através de um pequeno trecho. Vamos lá. Sugestão de olho: O Acordo Ortográfi co trouxe poucas mudanças para nós, brasileiros, apenas algumas envolvendo a acentuação das palavras, o acréscimo de letras no alfabeto e o uso do trema, que foi abolido. Mas quanto às regras do hífen, estas sim, sofreram alterações signifi cativas. 19 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento Até os anos 1930 João acorda na manhan de sabbado, começa a tomar seu cafèzinho, mas percebe signais de uma jibóia, prompta para dar o bote. Êle pára, olha e tenta sahir tranqüilamente da sala, sem assustal–a. Vizinhos o vêem correndo pela auto–estrada e oferecem abrigo na egreja. Até os anos 1970 João acorda na manhã de sábado, começa a tomar seu cafèzinho, mas percebe sinais de uma jibóia, pronta para dar o bote. Êle pára, olha e tenta sair tranqüilamente da sala, sem assustá–la. Vizinhos o vêem correndo pela auto–estrada e oferecem abrigo na igreja. Até 2008 João acorda na manhã de sábado, começa a tomar seu cafezinho, mas percebe sinais de uma jibóia, pronta para dar o bote. Ele pára, olha e tenta sair tranqüilamente da sala, sem assustá–la. Vizinhos o vêem correndo pela auto–estrada e oferecem abrigo na igreja. 20 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento A partir de 2009 João acorda na manhã de sábado começa a tomar seu cafezinho, mas percebe sinais de uma jiboia, pronta para dar o bote. Ele para, olha e tenta sair tranquilamente da sala, sem assustá–la. Vizinhos o veem correndo pela autoestrada e oferecem abrigo na igreja. Fonte: O que muda com as novas regras ortográfi cas. Jornal na Sala de Aula. Disponível em: <http://verdesmares.globo.com/saladeaula/noticias. asp?codigo=245225&modulo=857>. Acesso em: 09 dez. 2010. Falando um pouco sobre o novo alfabeto Caro(a) acadêmico(a). Antes de iniciarmos o estudo sobre o novo alfabeto, que tal conhecermos um pouco sobre a história dele? Acompanhe-nos! A palavra alfabeto vem do grego alpha e beta, que são respectivamente, a primeira e a segunda letras do alfabeto grego. O alfabeto nada mais é do que um conjunto de sinais (que chamamos de letras) que, juntos, formam uma gigantesca quantidade de palavras. 21 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento Muitos povos formaram seus alfabetos a partir do alfabeto fenício, que não possuía vogais, inclusive o grego e o aramaico. O alfabeto grego que conhecemos hoje é resultado de anos de evolução. Para você ter uma ideia, em 1000 aC, os gregos fi zeram com que o alfabeto fenício passasse de 22 a 24 consoantes. A criação das vogais também foi um marco importante. Do grego surgiu o etrusco que, posteriormente, deu origem ao alfabeto latino, que é o que originou o alfabeto português. Com o tempo, a fusão do latim fez com que o alfabeto se espalhasse pela Europa. Por este motivo, o alfabeto latino é o que usamos para escrever as línguas da Europa Ocidental e países colonizados por eles. O nosso alfabeto era constituído por 23 letras. A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z 22 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento Com o acordo ortográfi co, passou a ter 26 letras: o K, o Y e o W foram incorporados ao alfabeto. A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z Usos das letras K, W e Y. Acadêmico(a)! Certamente estas letras não são nenhuma novidade para você, certo? Estes sinaisgráfi cos já apareciam em nossas palavras, especialmente em nomes próprios, como é o exemplo de William, Darcy, Karina. Estas letras, mesmo sendo utilizadas frequentemente, não faziam parte do nosso alfabeto. A partir do Acordo Ortográfi co, elas foram defi nitivamente incluídas ao nosso alfabeto. Veja a tabela abaixo com os principais usos do K, do W e do Y: 23 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento a. Em nomes próprios e seus derivados: K Kafka - kafkaniano Franz Kafka (1883 – 1924), escritor austro húngaro, autor de a metamorfose. W Newton - newtoniano Isaac Newton (1693 – 1727), cientista, matemático e físico inglês, autor da Lei da Gravitação Universal e das Leis de Newton. Y Byron – byroniano Lorde George Gordon Byron (1788 – 1824), importante poeta inglês. (Fonte: Guia Ortográfi co da Língua Portuguesa) b. Também usamos em nomes de lugares e todos os seus derivados. K Kuwait - kuwaitiano País do oriente médio W Washington – washingtoniano Capital dos Estados Unidos. Y York – yorkshire Antiga cidade inglesa. (Fonte: Guia Ortográfi co da Língua Portuguesa) Também as utilizamos em siglas, como em BMW; em símbolos, como em K (potássio), Kr (criptônio) e em unidades de medidas, como em Km (quilômetro) e watt. É importante lembrar, acadêmico(a), que nos nomes estrangeiros a grafi a permanece, mesmo que algumas regras não pertençam à Língua Portuguesa. Isso ocorre, por exemplo, em algumas combinações gráfi cas (shakespeariano), ou na utilização de sinais gráfi cos (Günther). 24 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento Sugestão de olho: Lembre-se que nos nomes estrangeiros a grafia permanece, mesmo que algumas regras não pertençam à Língua Portuguesa. 25 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento D ICA Acadêmico(a), afinal de contas, o K, o W e o Y são considerados vogais ou consoantes? Sabemos que a consoante é todo fonema que é pronunciado com uma interrupção de ar, que pode ser feita pela língua, dentes ou lábios. Já as vogais não sofrem esse tipo de interrupção. Passam livremente pela boca. Se analisarmos por esta forma, o Y é considerado vogal, pois possui o som da letra I (exemplo: Paty = Pati). Já o K corresponde ao som do C ou QU. Por isso, é considerado consoante. (exemplo: Karla = Carla). Em relação ao W, podemos considerá-lo tanto vogal quanto consoante, dependendo da forma como ele é usado: quando se pronucia com som de V (exemplo: Wagner = Vagner) é considerado consoante. Quando pronunciado com som de U (exemplo: William = Uílliam) é considerado vogal. 26 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento A UTOATIVIDADE Com o novo acordo ortográfi co, o nosso alfabeto passou ofi cialmente a ter 26 letras. O Senhor K, O Mister W e o Excelentíssimo Y, agora são considerados cidadãos brasileiros. Essas letras sempre estiveram presentes em nossa escrita e nos nossos dicionários, contudo não faziam parte do abecedário ofi cial. Sempre as utilizávamos nos estrangeirismos, mas seu uso fi ca restrito aos casos que existem atualmente. E você Caro(a) Acadêmico(a), o que pensa a respeito da inclusão dessas três novas letras no nosso alfabeto? Considera relevante? Ou prefere descartar os estrangeirismos e adotar palavras genuinamente brasileiras? Vamos lá, dê sua opinião. E o mais importante, saiba defendê-la! 27 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Todos os direitos reservados. Curso de Nivelamento R EFERÊNCIAS Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado da Educação. Reforma ortográfi ca da Língua Portuguesa. Florianópolis: IOESC, 2009. SOARES, Rosalina. Guia ortográfi co da Língua Portuguesa. Curitiba: Editora Positivo, 2009. NASCIMENTO, Rogério de Jesus. A História do Nosso Alfabeto. Artigonal. Disponível em:< http://www.artigonal.com/linguas- artigos/a-historia-do-nosso-alfabeto-998889.html>. Acesso em: 09 dez. 2010. SANTOMAURO, Beatriz. As letras K, W e Y são consideradas consoantes ou vogais? Disponível em: <http://revistaescola. abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/letras-k- w-y-sao-consideradas-consoantes-ou-vogais-476431.shtml>. Acesso em: 12 dez. 2010.
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