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10 - Eleitoral

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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ELEITORAL 
1 
 
Sumário 
PONTO 1 - ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. CIDADANIA. SISTEMA REPRESENTATIVO. SOBERANIA POPULAR. 
POLÍTICA........................................................................................................................................................................ 6 
1. QUAL O CONCEITO DE DEMOCRACIA? ...................................................................................................................................... 6 
2. O QUE É ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO? E SOBERANIA POPULAR? ............................................................................ 6 
3. QUAL A DIFERENÇA ENTRE NACIONAL E CIDADÃO? E ENTRE POVO E POPULAÇÃO? ............................................................... 7 
4. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE DEMOCRACIA DIRETA, INDIRETA E SEMIDIRETA? ............................................................................. 7 
5. DO QUE TRATA A “TEORIA DO MANDATO POLÍTICO IMPERATIVO”? ................................................................................... 8 
6. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE REFERENDO, PLEBISCITO E INICIATIVA POPULAR? ............................................................... 8 
7. O QUE É POLÍTICA? ................................................................................................................................................................ 9 
8. O QUE SE ENTENDE POR “CRIMINALIZAÇÃO DA POLÍTICA”? .......................................................................................................... 9 
PONTO 2 - DIREITOS POLÍTICOS. CONCEITO. CLASSIFICAÇÃO. PERDA. SUSPENSÃO. SUFRÁGIO UNIVERSAL. VOTO. ........... 9 
1. O QUE SÃO DIREITOS POLÍTICOS? ........................................................................................................................................ 9 
2. E CAPACIDADE POLÍTICA? ................................................................................................................................................... 10 
3. DE QUE FORMA SE CLASSIFICAM OS DIREITOS POLÍTICOS? ................................................................................................ 10 
4. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE PERDA, SUSPENSÃO E CASSAÇÃO DE D. POLÍTICOS? .......................................................... 10 
5. SUFRÁGIO, VOTO E ESCRUTÍNO SÃO A MESMA COISA? ..................................................................................................... 11 
6. QUAIS AS CLASSIFICAÇÕES DO SUFRÁGIO? ........................................................................................................................ 11 
7. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO VOTO FIXADAS PELA CF? ............................................................................................. 11 
8. UM CIDADÃO PORTUGUÊS TEM DIREITOS POLÍTICOS NO BRASIL? .................................................................................... 12 
PONTO 3 - PARTIDOS POLÍTICOS. CONCEITO. HISTÓRIA. DISCIPLINA CONSTITUCIONAL E LEGAL NO DIREITO BRASILEIRO.
 ................................................................................................................................................................................... 12 
1. O QUE SÃO PARTIDOS POLÍTICOS? QUAL A SUA HISTÓRIA? ................................................................................................. 12 
2. COMO SE DÁ A REGULAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL? ................................................................................. 13 
3. COMO SE DÁ O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE UM PARTIDO POLÍTICO NO BRASIL? .......................................................... 13 
4. O FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL É PÚBLICO OU PRIVADO? ........................................................... 14 
5. QUAIS AS RECENTES ALTERAÇÕES NA CF ACERCA DOS PARTIDOS POLÍTICOS? ................................................................. 14 
6. É POSSÍVEL CANDIDATAR-SE SEM SER FILIADO A UM PARTIDO POLÍTICO?........................................................................ 14 
7. O QUE É INFIDELIDADE PARTIDÁRIA? ................................................................................................................................. 14 
PONTO 4 - DIREITO ELEITORAL. CONCEITO. FONTES. PRINCÍPIOS. APLICAÇÃO. INTERPRETAÇÃO. ................................... 15 
1. O QUE É DIREITO ELEITORAL? ............................................................................................................................................. 15 
2. QUAIS SÃO AS FONTES DO DIREITO ELEITORAL? ................................................................................................................ 15 
3. QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL? .......................................................................................................... 16 
PONTO 5 - JUSTIÇA ELEITORAL. ORGANIZAÇÃO. COMPETÊNCIA. ................................................................................... 16 
1. QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL? .............................................................................................................. 16 
2. QUAIS SÃO OS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL? COMO SE COMPÕEM? ................................................................................. 17 
 
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ELEITORAL 
2 
 
3. QUAL A DIFERENÇA ENTRA ZONA, SEÇÃO E CIRCUNSCRIÇÃO ELEITORAL? ........................................................................ 17 
4. O JUIZ ELEITORAL DIPLOMA ALGUM CANDIDATO ELEITO? ................................................................................................ 17 
5. QUEM JULGA CRIME ELEITORAL PRATICADO POR JUIZ DE DIREITO? ................................................................................. 17 
6. A JUSTIÇA ELEITORAL JULGA CRIMES COMUNS? ................................................................................................................ 18 
PONTO 6 - MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL. ORGANIZAÇÃO. ATRIBUIÇÕES. ................................................................. 18 
1. O MP ELEITORAL É UM ÓRGÃO AUTÔNOMO? ..................................................................................................................... 18 
2. QUAIS AS ATRIBUIÇÕES DO MP ELEITORAL? ............................................................................................................................. 18 
3. MEMBRO DO MP PODE EXERCER ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA? .............................................................................. 19 
PONTO 7 - ALISTAMENTO ELEITORAL. REGRAS CONSTITUCIONAIS, LEGAIS E REGULAMENTARES. .................................. 19 
1. O QUE É ALISTAMENTO ELEITORAL E QUAL SUA NATUREZA JURÍDICA? ............................................................................................. 19 
2. QUAL É O PROCEDIMENTO? ...................................................................................................................................................... 19 
1ª FASE - QUALIFICAÇÃO ................................................................................................................................................................. 20 
2ª FASE – INSCRIÇÃO: .................................................................................................................................................................. 20 
3. O QUE É DOMICÍLIO ELEITORAL? ........................................................................................................................................ 20 
4. COMO SE DÁ A TRANSFERÊNCIA DE DOMICÍLIO ELEITORAL? ............................................................................................. 21 
5. QUAIS SÃO AS HIPÓTESES DE CANCELAMENTO/EXCLUSÃO DO TÍTULO DE ELEITOR? ....................................................... 21 
6. QUAL É O PROCEDIMENTO DE EXCLUSÃO?........................................................................................................................ 22 
6.1. O CANCELAMENTO PODE SER REVERTIDO? ................................................................................................................................ 22 
6.2. É VÁLIDO O CANCELAMENTO DO TÍTULO DE ELEITOR QUE NÃO EFETUOU O CADASTRAMENTO BIOMÉTRICO OBRIGATÓRIO? .................... 22 
7. O QUE É A REVISÃO DO TÍTULO DE ELEITOR? ..................................................................................................................... 22 
7.1. QUAL A DIFERENÇA DA REVISÃO DO TÍTULO DE ELEITOR PARA REVISÃO DO ELEITORADO? .................................................................. 23 
PONTO 8 - ELEGIBILIDADE. CONCEITO. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE. INELEGIBILIDADE. INCOMPATIBILIDADE. REGRAS 
CONSTITUCIONAIS, LEGAIS E REGULAMENTARES. ......................................................................................................... 23 
1. O QUE É ELEGIBILIDADE E INELEGIBILIDADE? ..................................................................................................................... 23 
1.1. QUAIS AS CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE? ................................................................................................................................ 23 
1.2. O QUE É FILIAÇÃO PARTIDÁRIA? .............................................................................................................................................. 24 
1.3. COMO SE CARACTERIZAM AS INELEGIBLIDADES? ........................................................................................................... 24 
1.3.1. QUAIS AS INELEGIBILIDADES RELATIVAS EM RAZÃO DO CARGO? ................................................................................................. 24 
O QUE É O “PREFEITO ITINERANTE” E TAL FIGURA É PERMITIDA? .................................................................................................... 24 
1.3.2. QUAIS AS INELEGIBILIDADES RELATIVAS EM RAZÃO DO PARENTESCO (OU REFLEXA)? ..................................................................... 25 
1.3.3. QUAL A INELEGIBILIDADE RELATIVA RELACIONADA AOS MILITARES? ......................................................................... 25 
1.3.4. QUAIS AS INELEGIBILIDADES RELATIVAS PREVISTAS EM LEI COMPLEMENTAR? ............................................................................... 25 
2. QUAIS AS ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI DA FICHA LIMPA NA LC 64/09? ................................................................................... 27 
PONTO 9 - SISTEMAS ELEITORAIS. CLASSIFICAÇÕES. MODELO BRASILEIRO. OUTROS MODELOS. .................................... 27 
1. O QUE É SISTEMA ELEITORAL E QUAIS AS ESPÉCIES? QUAIS SISTEMAS SÃO ADOTADOS NO BRASIL? ................................................. 27 
PONTO 10 - PROCESSO ELEITORAL. CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS. REGISTRO DE CANDIDATOS. ....................................... 29 
1. QUAIS AS FASES DO PROCESSO ELEITORAL? .................................................................................................................................. 29 
2. O QUE SÃO AS CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS? ................................................................................................................................. 30 
 
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ELEITORAL 
3 
 
3. O QUE É COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA? ............................................................................................................................................. 30 
4. PODE OCORRER PROPAGANDA NA FASE DE CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS? ........................................................................................... 30 
5. QUAIS AS ESPÉCIES DE CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS? ....................................................................................................................... 30 
6. COMO SE DÁ A ESCOLHA DOS PRÉ-CANDIDATOS PARA REGISTRO NA CONVENÇÃO? ............................................................................. 31 
7. QUAIS OS REQUISITOS PARA REGISTRO DE CANDIDATURA? ............................................................................................. 31 
8. A CANDIDATURA AVULSA É PERMITIDA NO BRASIL? ....................................................................................................................... 32 
9. O QUE É CANDIDATURA NATA? É PERMITIDA? .............................................................................................................................. 32 
10. COMO SE DÁ A IDENTIFICAÇÃO DOS PRÉ-CANDIDATOS? ............................................................................................................... 32 
11. COMO SE DÁ A SUBSTITUIÇÃO DE CANDIDATOS? ............................................................................................................ 33 
PONTO 11 - CAMPANHA ELEITORAL. CONCEITO. FINANCIAMENTO. ABUSO DE PODER POLÍTICO E ECONÔMICO: 
CARACTERIZAÇÃO E EFEITOS. ....................................................................................................................................... 34 
1. O QUE É CAMPANHA ELEITORAL E QUAL PRINCÍPIO DEVE REGER O FINANCIAMENTO DAS CAMPANHAS? .................................................. 34 
2. COMO SE DÁ O FINANCIAMENTO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS? ...................................................................................................... 34 
3. O QUE É O FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA? ................................................................................................... 34 
4. O QUE É FUNDO PARTIDÁRIO? ................................................................................................................................................... 35 
5. COMO É FEITA A DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO PARTIDÁRIO? .......................................................................................... 35 
6. ONDE DEVE SER REGISTRADO O MOVIMENTO FINANCEIRO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS? .................................................................... 36 
7. SÃO PERMITIDAS DOAÇÕES? QUAIS OS REQUISITOS? ..................................................................................................................... 36 
8. SÃO PERMITIDAS DOAÇÕES ANÔNIMAS? ..................................................................................................................................... 37 
9. O QUE É FINANCIAMENTO COLETIVO OU CROWDFUNDING? ............................................................................................................ 38 
10. HÁ OUTRAS FORMAS DE FINANCIAMENTO? ................................................................................................................................ 38 
11. QUAIS DESPESAS SÃO CONSIDERADAS GASTOS ELEITORAIS SUJEITOS À PRESTAÇÃO DE CONTAS? .......................................................... 38 
12. COMO É FEITA A PRESTAÇÃO DE CONTAS? ................................................................................................................................. 39 
13. QUAIS SANÇÕES SÃO IMPOSTAS A QUEM DESCUMPRE AS NORMAS DE ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS? ................................ 40 
14. HÁ ALGUMA RELAÇÃO ENTRE A NECESSIDADE DE CANDIDATURA MÍNIMA DE CADA SEXO E OS RECURSOS DO FUNDO PARTIDÁRIO? ............ 40 
15. O CANDIDATO QUE, NA PRESTAÇÃO DE CONTAS, OMITE RECURSOS UTILIZADOS NA SUA CAMPANHA ELEITORAL COMETE ALGUM CRIME? ... 41 
16. QUAIS AS CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS EM CAMPANHAS ELEITORAIS? ...................................................................... 41 
PONTO 12 - PROPAGANDA POLÍTICA E SUAS MODALIDADES. PROPAGANDA ELEITORAL. REGRAS LEGAIS E 
REGULAMENTARES. ..................................................................................................................................................... 43 
1. O QUE É PROPRAGANDA POLÍTICA? QUAIS AS MODALIDAES?.......................................................................................................... 43 
2. O QUE É PROPAGANDA INSTITUCIONAL? QUAIS OS REQUISITOS? ............................................................................................... 43 
3. O QUE É PROPAGANDA PARTIDÁRIA? .......................................................................................................................................... 44 
4. O QUE É PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA? ...................................................................................................................... 44 
5. O QUE É PROPAGANDA ELEITORAL (EM SENTIDO ESTRITO)? QUAIS OS REQUISITOS? ............................................................................ 44 
6. O QUE PODE SER CONSIDERADO PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA? .......................................................................................... 44 
7. COMO DEVE SER A IDENTIFICAÇÃO NA PROPAGANDA ELEITORAL PARA ELEIÇÃO MAJORITÁRIA E PROPORCIONAL? ..................................... 45 
8. NA PROPAGANDA ELEITORAL, OS PARTIDOS, CANDIDATOS E COLIGAÇÕES PODEM UTILIZAR CARROS DE SOM E AUTO-FALANTES? ................ 45 
9. É PERMITIDO SHOWMÍCIO? ....................................................................................................................................................... 46 
 
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ELEITORAL 
4 
 
10. QUAIS ESPÉCIES DE PROPAGANDA ELEITORAL SÃO PROIBIDAS? ...................................................................................................... 46 
11. É PERMITIDA A PROPAGANDA VIA TELEMARKETING? .................................................................................................................... 47 
12. É PERMITIDA A VEICULAÇÃO DE PROPAGANDA EM BENS PARTICULARES? ......................................................................................... 47 
13. QUAIS AS REGRAS PARA PROPAGANDA VEICULADA POR MEIO DE MATERIAL IMPRESSO? .................................................................... 47 
14. QUAL O EFEITO DA DIVULGAÇÃO NÃO AUTORIZADA DA IMAGEM DE ALGUÉM EM MATERIAL IMPRESSO DE PROPAGANDA POLÍTICO-
ELEITORAL? ................................................................................................................................................................................... 48 
15. QUAIS AS REGRAS PARA PROPAGANDA VIA IMPRENSA (JORNAIS, REVISTAS, ETC.)? ............................................................................ 48 
16. É PERMITIDA A PROPAGANDA EM OUTDOOR? ............................................................................................................................ 48 
17. QUAIS AS REGRAS PARA VEICULAÇÃO DE PROPAGANDA PELA INTERNET? ......................................................................................... 48 
18. O QUE É IMPULSIONAMENTO DE CONTEÚDOS? É PERMITIDO? ...................................................................................... 49 
19. O QUE É DIREITO DE RESPOSTA NO ÂMBITO DA PROPAGANDA ELEITORAL? ............................................................................. 49 
20. COMO OCORRE A REMOÇÃO DE CONTEÚDOS NA INTERNET? ......................................................................................................... 50 
21. QUAIS REGRAS REGEM OS DEBATES ELEITORAIS? ......................................................................................................................... 50 
22. COMO OCORRE A PROPAGANDA GRATUITA NO RÁDIO E NA TELEVISÃO? ....................................................................................... 51 
23. ´SÃO PROIBIDAS AS SÁTIRAS, MONTAGENS, TRUCAGENS, ETC. COM OS CANDIDATOS? ....................................................................... 52 
24. O QUE É PESQUISA ELEITORAL? QUAIS OS REQUISITOS? ................................................................................................................ 52 
25. QUAIS AS REGRAS DE PROPAGANDA NO DIA DAS ELEIÇÕES? .......................................................................................................... 52 
26. O MINISTÉRIO PÚBLICO PODE REPRESENTAR CONTRA PROPAGANDA PARTIDÁRIA IRREGULAR? .................................. 53 
27. O JUIZ ELEITORAL PODE AGIR DE OFÍCIO EM RELAÇÃO À PROPAGANDA IRREGULAR? .......................................................................... 53 
PONTO 13 - ELEIÇÃO, APURAÇÃO E DIPLOMAÇÃO DOS ELEITOS. ................................................................................... 53 
1. EM QUE FASE DO PROCESSO ELEITORAL SITUAM-SE A ELEIÇÃO, APURAÇÃO E DIPLOMAÇÃO DOS ELEITOS? .............................................. 53 
2. QUAIS SÃO OS ATOS PREPARATÓRIOS PARA A VOTAÇÃO? ............................................................................................................... 53 
3. O QUE É A VOTAÇÃO? COMO OCORRE? ............................................................................................................................. 54 
4. QUAIS AS REGRAS EM RELAÇÃO À ACESSIBILIDADE PARA VOTAÇÃO? ................................................................................................. 54 
4.1. A PREVISÃO DE AUXÍLIO DE TERCEIRA PESSOA AO PCD NO MOMENTO DA VOTAÇÃO VIOLA O VOTO SECRETO? ....................................... 54 
5. ADMITE-SE O VOTO HÍBRIDO? ............................................................................................................................................ 55 
6. É POSSÍVEL O VOTO EM TRÂNSITO? ............................................................................................................................................ 55 
7. O VOTO OBRIGATÓRIO É CLÁUSULA PÉTREA? ................................................................................................................................ 55 
8. PARA QUE SERVEM OS VOTOS BRANCOS E NULOS? ........................................................................................................................ 55 
9. O VOTO NULO PODE IMPLICAR NOVAS ELEIÇÕES? .......................................................................................................................... 55 
10. EM QUE PRAZO DEVE SER REALIZADA A JUSTIFICATIVA DE AUSÊNCIA DE VOTO? ................................................................................ 56 
11. O QUE É A APURAÇÃO? .......................................................................................................................................................... 56 
12. O QUE É DIPLOMAÇÃO? ................................................................................................................................................... 56 
13. DE QUEM É A COMPETÊNCIA PARA A DIPLOMAÇÃO DOS ELEITOS? .................................................................................................. 57 
14. QUAIS AS PRERROGATIVAS E VEDAÇÕES AOS ELEITOS APÓS A DIPLOMAÇÃO? .............................................................. 57 
15. QUANDO SÃO NECESSÁRIAS NOVAS ELEIÇÕES (ELEIÇÕES SUPLEMENTARES) EM PLEITO MAJORITÁRIO? ................................................. 57 
16. O § 3º DO ART. 224 DO CÓDIGO ELEITORAL APLICA-SE TAMBÉM PARA ELEIÇÕES DE PREFEITOS DE MUNICÍPIOS COM MENOS DE 200 MIL 
ELEITORES E PARA ELEIÇÕES DE SENADORES? ...................................................................................................................................... 58 
 
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ELEITORAL 
5 
 
17. QUEM É RESPONSÁVEL PELOS GASTOS DE ELEIÇÃO SUPLEMENTAR? ................................................................................................ 58 
18. QUAIS AS HIPÓTESES DE NULIDADE DE VOTAÇÃO? ................................................................................................................ 58 
PONTO 14 - AÇÕES JUDICIAIS ELEITORAIS. CRIMES ELEITORAIS. TIPOS PENAIS E SANÇÕES. PROCESSO POR CRIMES 
ELEITORAIS. JURISPRUDÊNCIADOS TRIBUNAIS ELEITORAIS. .......................................................................................... 58 
1. QUAIS AS ESPÉCIES DE AÇÕES ELEITORAIS? ................................................................................................................................... 58 
2. COMO SE CONTAM OS PRAZOS NO PROCESSO ELEITORAL? ............................................................................................................. 59 
3. QUAL O PROCEDIMENTO DA AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA – AIRC? ............................................. 59 
4. QUAL O PROCEDIMENTO DA AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL – AIJE? ................................................................ 60 
5. A CONDUTA DE CANDIDATO DE CUSTEAR EVENTO FESTIVO A MENOS DE 3 DIAS DO PLEITO, COM ENTRADA FRANCA E DISTRIBUIÇÃO 
GRATUITA DE BEBIDA, ALÉM DA CONSIDERÁVEL PRESENÇA DE MUNÍCIPES, CONFIGURA ABUSO DE PODER ECONÔMICO. ................................... 61 
6. DIRIGENTE DE ALDEIA INDÍGENA É CONSIDERADO AUTORIDADE PARA FINS DE PRATICAR ABUSO DE PODER POLÍTICO OU 
DE AUTORIDADE? ...................................................................................................................................................................... 61 
7. QUAL O PROCEDIMENTO DA AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO – AIME? ........................................................... 61 
8. QUAL O PROCEDIMENTO DA REPRESENTAÇÃO POR CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO? ........................................................... 62 
9. A ABSOLVIÇÃO DO RÉU, POR FALTA DE PROVAS, EM CORRUPÇÃO ELEITORAL AFASTA A CONDENAÇÃO POR CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO? 62 
10. É NECESSÁRIO O PEDIDO EXPLÍCITO DE VOTO PARA CONFIGURAR A CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO? ................................................... 63 
11. QUAL O PROCEDIMENTO DA REPRESENTAÇÃO POR CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS? .................................. 63 
12. QUAL O PROCEDIMENTO DO RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA? ....................................................................................... 64 
13. QUAL O PROCEDIMENTO DA REPRESENTAÇÃO POR CAPTAÇÃO OU GASTO ILÍCITO DE RECURSOS? ...................................... 65 
14. QUAIS REGRAS SE APLICAM AOS RECURSOS CÍVEIS ELEITORAIS? ..................................................................................................... 65 
15. QUAIS AS ESPÉCIES DE RECURSOS ELEITORAIS CÍVEIS? ......................................................................................................... 66 
16. AS DECISÕES DO TSE SÃO RECORRÍVEIS? .................................................................................................................................... 69 
17. EXISTE AÇÃO RESCISÓRIA ELEITORAL?........................................................................................................................................ 69 
18. QUAL A NATUREZA JURIDICA DO CRIME ELEITORAL? QUAIS AS CLASSIFICAÇÕES? ............................................................................... 70 
19. CITE CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS CRIMES ELEITORAIS. ............................................................................................................... 70 
20. NO DIREITO PENAL ELEITORAL, QUEM É CONSIDERADO MEMBRO E FUNCIONÁRIO DA JUSTIÇA ELEITORAL? ............................................ 71 
21. O CPP SE APLICA AO PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES ELEITORAIS? ...................................................................................... 71 
22. DE QUEM É COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DE CRIMES ELEITORAIS E CONEXOS? .......................................................................... 71 
23. QUAL O PRAZO PARA OFERECIMENTO DE DENÚNCIA? .................................................................................................................. 72 
24. A QUEM INCUMBE A FUNÇÃO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA ELEITORAL? .................................................................................................. 72 
25. CABE AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA? ................................................................................................................ 72 
26. A PRISÃO É PERMITIDA EM PERIODO ELEITORAL? ........................................................................................................................ 72 
27. ADMITE-SE A PROVA TESTEMUNHAL EM PROCESSOS QUE POSSAM LEVAR À PERDA DO MANDATO? ..................................................... 73 
28. QUAL O RITO DAS AÇÕES PENAIS PERANTE O TRE? ....................................................................................................................... 73 
29. QUAIS AS ESPÉCIES DE RECURSO CRIMINAL ELEITORAL? ................................................................................................................ 73 
30. QUAL O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA DECISÃO DO TSE? ................................ 74 
31. QUAIS AS PENAS APLICÁVEIS AOS CRIMES ELEITORAIS QUANDO HOUVER OMISSÃO LEGAL? ....................................................... 74 
32. É CABÍVEL A REVISÃO CRIMINAL NA JUSTIÇA ELEITORAL?............................................................................................................... 74 
 
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ELEITORAL 
6 
 
33. APLICA-SE O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AOS CRIMES ELEITORAIS? ............................................................................................ 75 
34. QUANDO CESSA A SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS DECORRENTE DE CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO? ................ 75 
35. O MP ELEITORAL PODE TER ACESSO À RELAÇÃO DE DOADORES QUE EXCEDERAM OS LIMITES LEGAIS? ................................................... 75 
36. QUAIS OS REQUISITOS PARA CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE DESOBEDIÊNCIA ELEITORAL? .................................................................... 75 
37. O CRIME DE CORRUPÇÃO ELEITORAL EXIGE DOLO ESPECÍFICO? ...................................................................................................... 75 
 
PONTO 1 - ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. CIDADANIA. SISTEMA REPRESENTATIVO. 
SOBERANIA POPULAR. POLÍTICA. 
1. QUAL O CONCEITO DE DEMOCRACIA? 
O conceito clássico de democracia, típico da Grécia Antiga (Atenas), tende a considerar apenas a vontade da 
maioria. Não obstante, o advento do constitucionalismo enquanto instrumento de limitação do poder, incluído o 
das “maiorias de ocasião”, conduziu a uma releitura do conceito de democracia. Historicamente, Rousseau pode 
ser considerado um marco dessa releitura, ao diferenciar “vontade geral” (decisões baseadas no interesse 
comum) de “vontade de todos” (decisões baseadas na mera soma de interesses individuais). Conforme Barroso, 
Häberle, Alexy, entre outros, o conceito de democracia contemporânea subdivide-se nos seguintes itens: 
i. Democracia participativa ou direta: decisões tomadas com base na vontade da maioria dos cidadãos; 
ii. Democracia representativa ou indireta: decisões tomadas com base na vontade da maioria parlamentar; 
iii. Democracia constitucional: respeito e realização da Constituição, em especial seus ritos, princípios e 
direitos fundamentais, como por exemplo a dignidade da pessoa humana e a soberania popular; 
iv. Democracia deliberativa: exigência de debate público que conduza às razões das decisões tomadas. 
 
Noutra senda, Robert Dahl oferece 5 princípios fundamentais do regime democrático: 
i. Participação efetiva de todos os membros de uma comunidade; 
ii. Igualdade de voto (one man, one vote); 
iii. Entendimento esclarecido (espírito crítico); 
iv. Controle do programa, planejamento e orçamento do governo; e 
v. Inclusão de adultos (sufrágio universal). 
 
E há ainda outros conceitos de democracia: para Karl Popper, democracia significa “mecanismo de destituição de 
governantes sem a necessidade do uso de meios violentos”; já para Abraham Lincoln, democraciasignifica “o 
governo do povo, pelo povo e para o povo”. 
2. O QUE É ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO? E SOBERANIA POPULAR? 
A República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito (EDD), nos termos do art. 
1º da CF. Na lição de José Afonso da Silva, o EDD é fruto do processo histórico que concebeu – e superou – tanto 
 
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o Estado de Direito, típico do liberalismo, quanto o Estado Social de Direito, nem sempre democrático. O EDD, 
nesse sentido, engloba tanto as conquistas do Estado de Direito (legalidade, separação de poderes, direitos 
individuais) quanto as do Estado Social de Direito (mormente a noção de justiça social - e material), todavia 
acrescentando um elemento inovador, qual seja, o democrático, que se perfectibiliza por meio do princípio da 
soberania popular. 
Nesse sentido, soberania popular significa participação efetiva e operante do povo na coisa pública, que não se 
exaure na formação das instituições representativas, que é tão somente um estágio da evolução do Estado 
Democrático, e não o seu completo desenvolvimento. A soberania popular é exercida através do sufrágio 
universal, do voto direto, secreto e com igual valor para todos, pelo plebiscito, pelo referendo e pela iniciativa 
popular de leis. 
José Afonso da Silva acrescenta, ainda, que o EDD carrega consigo um elemento revolucionário, de 
transformação do status quo, rumo à uma sociedade livre, justa, solidária e plural, o que inclui a superação das 
desigualdades sociais (arts. 1º e 3º, CF). 
3. QUAL A DIFERENÇA ENTRE NACIONAL E CIDADÃO? E ENTRE POVO E POPULAÇÃO? 
Nacionalidade significa vínculo jurídico-político com determinado Estado, o que se dá de forma originária, por 
meio de um fato natural, o nascimento, a partir dos critérios de territorialidade (ius solis) ou de ascendência (ius 
sanguinis); ou de forma secundária, por meio de um ato de vontade, a naturalização. O Brasil adota ambos os 
critérios para determinar quem são os seus nacionais, nos termos do art. 12 da CF. À guisa de exemplo, uma 
pessoa nascida em território brasileiro e filho de estrangeiros em regra terá a nacionalidade brasileira, bem como 
aquele que nascer no exterior com pai ou mãe brasileiros. 
Já cidadania, em sentido estrito, significa a titularidade de direitos políticos, que no Brasil vem regulamentado 
pelo art. 14 da CF. Tecnicamente, portanto, nem todo nacional é necessariamente cidadão. Mas em sentido 
amplo, cidadania significa mera capacidade de titularizar direitos e obrigações. 
Noutra senda, povo traduz o conjunto de nacionais de um Estado ou seja, pessoas que guardam vínculos 
jurídicos e políticos com este; enquanto população remete às pessoas em determinado território, 
independentemente das suas respectivas nacionalidades. Pode-se dizer, portanto, que povo é um conceito 
jurídico, e população, demográfico. 
4. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE DEMOCRACIA DIRETA, INDIRETA E SEMIDIRETA? 
- Democracia direta: exercício da soberania popular sem intermediários; tem como exemplo histórico o governo 
de Atenas, na Grécia Antiga, e como exemplo atual os cantões da Suíça. É tida por muitos doutrinadores como 
um ideal a ser alcançado e uma real possibilidade na Era Digital. 
- Democracia indireta (ou representativa): exercício da soberania popular através de representantes eleitos 
(intermediários). Desenvolve-se a partir das Revoluções Burguesas (Americana e Francesa) do século XVIII e é 
 
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criticada por constituir um instrumento de afastamento do povo do poder e de domínio pelas classes sociais 
favorecidas. Sua crise a partir do século XX conduz à democracia semidireta, ou participativa. 
- Democracia semidireta (ou participativa): tendência em Estados democraticamente amadurecidos, mescla a 
democracia representativa com instrumentos de participação direta. À guisa de exemplo, estipula eleições 
periódicas para a escolha de representantes, mas também permite o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular 
de lei. É o modelo adotado pela CF/88, ainda que carente de plena efetividade. 
5. DO QUE TRATA A “TEORIA DO MANDATO POLÍTICO IMPERATIVO”? 
Mandato político é o instituto de direito público por meio do qual o povo delega, aos seus representantes, 
poderes para atuar na vida política do Estado. É, portanto, pressuposto da democracia representativa. 
Historicamente, o mandato político advém do mandato do direito privado, até hoje presente na legislação 
civilista e que tem por principal característica a limitação e controle dos poderes concedidos pelo mandante ao 
mandatário. Daí que, inicialmente, essas características do mandato de direito privado influenciaram o mandato 
político, no sentido de que os eleitores conferem aos eleitos poderes condicionados, ou seja, sujeitos à vontade 
dos mandantes. Essa é a “Teoria do Mandato Político Imperativo”, que visa privilegiar o interesse público sobre 
os interesses privados dos representantes eleitos. 
Não obstante, a democracia liberal conduziu a uma outra concepção do mandato político, a do Mandato 
Político-Representativo, que confere maior liberdade, autonomia e independência aos mandatários, que não 
precisam seguir as orientações dos seus eleitores. 
Além disso, há também a tese do Mandato Partidário, que parte da lógica da fidelidade partidária, adotado no 
Brasil, ainda que de maneira mitigada e com inúmeras exceções. 
Na atualidade, percebe-se um movimento de retorno ao Mandato Político Imperativo, como por exemplo a 
partir do instituto do recall, que permite a revogação do mandato antes do seu termo final (não adotado no 
Brasil). De todo modo, vale frisar que o ordenamento pátrio não contempla o Mandato Político Imperativo. 
6. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE REFERENDO, PLEBISCITO E INICIATIVA POPULAR? 
Tratam-se de instrumentos de democracia participativa previstos na CF/88 e regulamentados em lei (9.709/98). 
O plebiscito e o referendo são consultas formuladas ao povo para que este delibere sobre matéria de relevância 
constitucional, legislativa ou administrativa. Ambos são convocados por Decreto Legislativo e por proposta de no 
mínimo 1/3 dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. A diferença é que enquanto no 
plebiscito o povo delibera anteriormente ao ato objeto, no referendo tal se dá posteriormente, valendo como 
ratificação ou rejeição. Vale destacar que o plebiscito também é etapa prevista na criação, desmembramento 
etc. de Estados da Federação (art. 18, CF/88). 
A iniciativa popular, por sua vez, consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito, 
no mínimo, por 1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por 5 Estados e com não menos de 0,3% dos 
 
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eleitores de cada um deles (1 – 5 – 0,3%). Assim, tem-se no Brasil a mera possibilidade de apresentação ao 
Legislativo, que deliberará a respeito, e não a efetiva aprovação de lei pelo povo. 
São escassos os exemplos de utilização desses instrumentos na história recente do Brasil, podendo-se citar o 
plebiscito para a divisão do Estado do Pará (rejeitado); o referendo para proibição do comércio de armas 
originalmente previsto no Estatuto do Desarmamento (rejeitada); e o projeto de iniciativa popular da Lei da Ficha 
Limpa (aprovada - LC 135/10). 
7. O QUE É POLÍTICA? 
Ato ou arte de governar, de administrar e cuidar das instituições, públicas ou privadas. Nos termos da lição 
clássica de Aristóteles, “o homem é por natureza um animal político”, desde a sua concepção, no seio familiar, 
até a convivência em sociedade. Assim, para o Estagirita, política é a ciência que tem por objetivo a felicidade 
humana, dividindo-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem) e política propriamente 
dita (que se preocupa com a felicidade coletiva, ou bem comum). A partir de umaconcepção democrática, todas 
as pessoas que compõem o povo de determinado Estado são políticos. 
8. O QUE SE ENTENDE POR “CRIMINALIZAÇÃO DA POLÍTICA”? 
“Criminalização da política” significa a imputação jurídico-penal de condutas realizadas por pessoas detentoras 
de mandatos eletivos. É fenômeno atual e que remete à “antipolitização” e desconfiança da sociedade em 
relação à instituições clássicas do Estado Democrático de Direito, como os partidos políticos e os mandatos 
eletivos. De maneira exacerbada, coloca em risco o regime democrático e representa um desequilíbrio da 
separação de poderes. É possível traçar uma relação desta com os fenômenos do “ativismo judicial” e da 
“judicialização da política”. 
Noutra senda, defensável também que a “criminalização da política” nada mais é do que a persecução penal de 
agentes de parcelas privilegiadas da população, historicamente não submetidos ao Direito Penal (“colarinho 
branco” etc.). 
 
PONTO 2 - DIREITOS POLÍTICOS. CONCEITO. CLASSIFICAC ̧ÃO. PERDA. SUSPENSÃO. SUFRÁGIO 
UNIVERSAL. VOTO. 
1. O QUE SÃO DIREITOS POLÍTICOS? 
Direitos políticos são os direitos à participação no processo político como um todo, incluindo o direito ao 
sufrágio universal; ao voto periódico, livre, direto, secreto e igual; à autonomia partidária; e à igualdade de 
oportunidades dos partidos. Conforme lição de Gilmar Mendes, os direitos políticos formam a base do regime 
democrático. 
Em outras palavras, pode-se dizer que ter “direitos políticos” significa ter o direito de votar e de ser votado, bem 
como o direito de executar os mecanismos de democracia direta (supra). 
 
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Os direitos políticos são direitos fundamentais, e sua regulamentação vem extensamente tratada na CF, ( art. 12 
e seguintes). 
2. E CAPACIDADE POLÍTICA? 
Capacidade política é a aptidão pública reconhecida pela ordem jurídica ao indivíduo para integrar o 
poder de sufrágio nacional, adquirindo cidadania e ficando habilitado a exercê-la. 
A aquisição da capacidade política viabiliza o exercício dos direitos políticos. 
No Brasil, quem estiver no gozo de seus direitos políticos adquire capacidade política por meio do 
alistamento eleitoral, podendo, a partir daí, participar das eleições e consultas populares, promover ação 
popular, ingressar com projeto de iniciativa de lei, ser nomeado para cargo público ou exercer cargo em entidade 
sindical (CF, 8.112/90 e CLT). 
3. DE QUE FORMA SE CLASSIFICAM OS DIREITOS POLÍTICOS? 
Os direitos políticos classificam-se em positivos e negativos, tudo devidamente regulamentado na CF (art. 
12 e seguintes). 
- Direitos políticos positivos: é o direito ao sufrágio, votar, ser votado e participar. “Votar” é a capacidade 
eleitoral ativa; e “ser votado” traduz capacidade eleitoral passiva. 
- Direitos políticos negativos: são as hipóteses que obstam o exercício do sufrágio. Subdividem-se em 
inelegibilidade, suspensão e perda dos direitos políticos. 
4. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE PERDA, SUSPENSÃO E CASSAÇÃO DE D. POLÍTICOS? 
De acordo com a CF/88, é vedada a cassação, mas possível a suspensão ou a perda dos direitos políticos 
(art. 15). 
Cassação: retirada dos direitos políticos de uma pessoa sem observância do devido processo legal 
(motivação, publicidade, contraditório, ampla defesa etc.); típico de regimes totalitários, era possível no Brasil 
durante a Ditadura Militar (1964-1985); 
Perda: retirada dos direitos políticos de uma pessoa de maneira definitiva; a única hipótese prevista pela 
CF é a pela perda da nacionalidade brasileira mediante ação de cancelamento de naturalização transitada em 
julgado. Todavia, o STF tem precedente no sentido de que a aquisição voluntária de nacionalidade de Estado 
estrangeiro enseja a perda da nacionalidade brasileira, salvo as exceções do art. 12 da CF, o que pode ser 
interpretado como outra hipótese de perda dos direitos políticos; 
Suspensão: retirada dos direitos políticos de uma pessoa de forma temporária. Hipóteses: 
1. Incapacidade civil absoluta: desde o advento da Lei 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), 
engloba apenas os menores de 16 anos de idade, sendo que nesse caso não há suspensão propriamente dita, 
pois a idade de 16 anos é requisito para o alistamento, ou seja, o menor de 16 anos ainda não exerceu direitos 
políticos, logo não há que se falar em “suspensão”, mas em impedimento; 
 
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2. Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos, incluindo contravenções 
penais; cessa imediatamente com o cumprimento ou extinção da pena, independendo de reabilitação ou 
reparação de danos (Súmula 9 do TSE); além disso, não se confunde com inelegibilidade, que tem hipóteses onde 
não se exige o trânsito em julgado; 
3. Improbidade administrativa: não é efeito imediato da condenação por ato de improbidade, exigindo 
motivação e menção expressa no dispositivo da sentença; além disso, não se confunde com inelegibilidade, que 
tem hipóteses onde não se exige o trânsito em julgado. 
5. SUFRÁGIO, VOTO E ESCRUTÍNO SÃO A MESMA COISA? 
Não. 
Segundo Bonavides, sufrágio é o poder que se reconhece a certo número de pessoas (corpo de cidadãos) de 
participar direta ou indiretamente na soberania, ou seja, na gerência da vida pública. Em uma democracia 
participativa, como a brasileira, o sufrágio é exercido sobretudo através do voto, instrumento de materialização 
do sufrágio manifestado nas eleições e em meios de participação direta (referendos, plebiscitos, iniciativa 
popular de lei etc.). Nesse sentido, o voto se dá por meio de escrutínio secreto, o que garante o seu sigilo, 
evitando distorções e abuso de poder prejudiciais ao regime democrático. 
De maneira resumida, tem-se o seguinte: 
- Sufrágio: poder de participar da gerência da vida pública, exercer soberania (no Brasil, universal); 
- Voto: instrumento de materialização do poder de sufrágio; 
- Escrutínio: forma como se pratica o voto (no Brasil, secreto). 
6. QUAIS AS CLASSIFICAÇÕES DO SUFRÁGIO? 
- Sufrágio universal ou restrito: em última análise, nenhum sufrágio é realmente universal (uma criança 
com meses de vida, por exemplo, dificilmente terá condições de votar). Assim, a diferença entre o sufrágio 
universal e o restrito não está na existência de restrições, mas na razoabilidade, proporcionalidade e 
consonância destas com os direitos e garantias fundamentais. São exemplos de sufrágios restritos o censitário 
(conforme a riqueza, adotado no Brasil durante o Império); o capacitário (conforme o grau de instrução); o 
racial (conforme a etnia, adotado na África do Sul durante o Apartheid); o por gênero (no Brasil a mulher 
conquistou o direito ao sufrágio apenas em 1932); e o religioso (conforme o credo, incluindo a ausência de um). 
- Sufrágio plural ou singular: plural significa a possibilidade de um único cidadão votar mais de uma vez 
ou com peso diferente dos demais; singular significa um único voto e com peso igual para todos. 
- Sufrágio direto ou indireto: direto remete ao princípio da imediaticidade, segundo o qual o voto deve 
resultar imediatamente da vontade do eleitor, sem intermediários, sendo esta a regra no direito brasileiro (art. 
14, CF). À guisa de exceção, tem-se a eleição indireta no caso de dupla vacância do Presidente e Vice-Presidente 
da República nos últimos 2 anos do mandato (art. 81, CF). 
7. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO VOTO FIXADAS PELA CF? 
 
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A CF/88, de índole manifestamente democrática, fixa que o voto deve ser universal, direto, secreto, com 
valor igual para todos, livre e periódico, sendo estas características cláusulas pétreas (arts. 14 e 60). 
- Universal significa que, em regra, todos os cidadãos do Estado brasileiro estão aptos a participar do 
sufrágio, sendo que, atualmente, votar é inclusive obrigatório paraos maiores de 18 e menores de 70 anos de 
idade, não sendo a obrigatoriedade todavia uma cláusula pétrea; 
- Direto impõe que o voto dado pelo eleitor seja conferido a determinado candidato, partido ou decisão 
sem mediação, sendo essa a regra no Brasil (ver princípio da imediaticidade, abaixo); 
- Secreto, por sua vez, é pressuposto para o voto livre. Nesse sentido, ninguém poderá saber, contra a 
vontade do eleitor, em quem ele votou, vota, ou pretende votar. O voto livre não é uma cláusula pétrea explícita, 
mas razão de ser do voto secreto; 
- Valor igual para todos significa que cada cidadão vota apenas uma vez em cada eleição e com peso igual 
em relação aos demais (one man, one vote); também não é cláusula pétrea explícita, mas decorrência lógica do 
princípio da igualdade; 
- Periódico, a seu turno, é corolário do regime democrático, eis que traz consigo a ideia de renovação dos 
cargos eletivos, da temporariedade dos mandatos e da possibilidade de alternância do exercício do poder. 
8. UM CIDADÃO PORTUGUÊS TEM DIREITOS POLÍTICOS NO BRASIL? 
Pode ter. Nos termos do art. 12 da CF, portugueses sem cidadania brasileira podem se alistar e concorrer 
a cargos eletivos no Brasil, bastando residência no Brasil e reciprocidade pelo Estado Português, salvo nos casos 
expressos na própria CF. Trata-se de uma hipótese excepcional na qual há cidadania sem nacionalidade (supra), 
denominada pela doutrina como “português equiparado a brasileiro naturalizado” e regulamentada pelo 
Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta assinado entre Brasil e Portugal (Decreto 3.927/01). 
 
PONTO 3 - PARTIDOS POLÍTICOS. CONCEITO. HISTÓRIA. DISCIPLINA CONSTITUCIONAL E LEGAL 
NO DIREITO BRASILEIRO. 
1. O QUE SÃO PARTIDOS POLÍTICOS? QUAL A SUA HISTÓRIA? 
Partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado destinadas a assegurar, no interesse do regime 
democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais (art. 1º, 
9.096/95). 
Dentre os defensores dos partidos políticos enquanto instrumentos essenciais ao regime democrático 
(“democracia pelos partidos”) está Hans Kelsen, para quem os partidos políticos viabilizam o debate entre as 
diversas correntes filosóficas, doutrinárias e culturais existentes em uma sociedade. Não por menos, é o 
“pluralismo político” um dos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 1º, CF). 
 
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Georges Burdeau aponta que, em sentido amplo, as agremiações partidárias existem desde o momento 
que os homens concordaram a respeito de alguma finalidade com projeção social e dos meios necessários para 
alcançá-la. São as meras “facções” ou “grupos políticos”. 
Mas em sua feição moderna, os partidos políticos estão intimamente ligados ao regime representativo. 
Entre os séculos XVII e XX, vão assumindo a forma de mobilização política institucionalizada, burocraticamente 
estruturada e duradoura. São marcos históricos do desenvolvimento dos partidos políticos as Revoluções 
Gloriosa (1668), Americana (1776), Francesa (1789), a Revolução Industrial e a Segunda Guerra Mundial. 
Interessante notar que, no Brasil, períodos antidemocráticos coincidem com a proibição ou restrição da 
atividade partidária. No Estado Novo (1937-1945) os partidos políticos eram proibidos. Já na maior parte da 
Ditadura Militar (1964-1985) foi imposto o bipartidarismo. Com o advento da CF/88, inaugurou-se um amplo e 
livre pluripartidarismo, pese reforma constitucional recente (EC 97/17) intentando reduzir número tido como 
exarcebado de partidos políticos. 
2. COMO SE DÁ A REGULAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL? 
Os partidos políticos estão regulamentados, precipuamente, na CF, na Lei 9.096/95 (Lei dos Partidos 
Políticos) e na Lei 9.504/97 (Lei das Eleições). 
A CF garante a autonomia dos partidos políticos (art. 17), resguardados a soberania nacional, o regime 
democrático, o pluripartidarismo e os direitos da pessoa humana. 
Além disso, fixa a obrigatoriedade de caráter nacional, proibição de recebimento de recursos ou 
subordinação a entidades e governos estrangeiros, dever de prestar contas à Justiça Eleitoral, funcionamento 
parlamentar de acordo com a lei, desnecessidade de vinculação entre as candidaturas de âmbito federal, 
estadual, distrital ou municipal (“verticalização”) e vedação de organização paramilitar. 
Noutra senda, pese a autonomia ser a regra, leis e resoluções do TSE trazem uma série de obrigações aos 
partidos políticos, como por exemplo o conteúdo mínimo dos estatutos e regras procedimentais para a sua 
criação. 
3. COMO SE DÁ O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE UM PARTIDO POLÍTICO NO BRASIL? 
Nos termos da CF e da Lei 9.096/95, a criação de um partido político atravessa as seguintes etapas: 
i. Requerimento de registro no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Capital Federal subscrito 
por, no mínimo, 101 fundadores em 1/3 dos Estados, adquirindo aí personalidade jurídica; 
ii. Obtenção de apoiamento mínimo de eleitores não filiados a partido político correspondente a 0,5% dos 
votos dados na última eleição para a Câmara dos Deputados (não computados os em branco e os nulos), 
distribuídos em pelo menos 1/3 dos Estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado de cada, no prazo de 2 
anos; 
iii. Registro no TSE, podendo só então participar das eleições e ter acesso ao Fundo Partidário e ao horário 
gratuito de rádio e TV. 
 
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4. O FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL É PÚBLICO OU 
PRIVADO? 
Ambos. Além de doações privadas, a Lei 9.096/95 prevê o Fundo Partidário, destinado à assistência dos 
partidos políticos, constituído pelas receitas oriundas de multas e penalidades aplicadas em âmbito eleitoral, 
recursos destinados por lei, doações de pessoas físicas ou jurídicas, e dotações orçamentárias da União. Pode-se 
dizer, portanto, que no Brasil os partidos políticos são financiados por doações privadas, recursos públicos, 
multas e penalidades aplicadas pela Justiça Eleitoral. 
Nesse sentido, importante observar que a doação de pessoas jurídicas para partidos políticos é possível, 
via depósito bancário na conta do Fundo Partidário, ou doação. O que não se faz mais possível é a doação de 
pessoas jurídicas de maneira direta a candidatos e campanhas eleitorais. 
Quanto à distribuição dos recursos do Fundo Partidário, 5% destinam-se em partes iguais a todos os 
partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso ao mesmo (art. 17, CF) e 95% conforme a 
proporção de votos da última eleição para a Câmara dos Deputados. 
5. QUAIS AS RECENTES ALTERAÇÕES NA CF ACERCA DOS PARTIDOS POLÍTICOS? 
A regulamentação constitucional dos partidos políticos foi recentemente alterada pela EC 97/2017, visando o 
fortalecimento dessas entidades através da diminuição dos partidos “nanicos” ou “legendas de aluguel”, que 
prejudicam o regime democrático. Dentre as principais novidades, pode-se citar: 
i. Fim das coligações eleitorais nas eleições proporcionais a partir de 2020; 
ii. Cláusula de desempenho para direito ao Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à TV: 3% dos votos 
válidos nas eleições para a Câmara de Deputados, em pelo menos 1/3 dos Estados e com um mínimo de 2% dos 
votos válidos em cada um deles; ou a eleição de pelo menos 15 Deputados Federais distribuídos em pelo menos 
1/3 dos Estados (3% - 1/3 - 2% ou 15 - 1/3), com transição até 2030; 
iii. Manutenção do mandato pelo candidato eleito por partido que não alcance a cláusula de desempenho e 
possibilidade de troca de partido, sem, todavia, alterar a distribuição do Fundo Partidário e do horário gratuito 
de rádio e TV. 
6. É POSSÍVEL CANDIDATAR-SE SEM SER FILIADO A UM PARTIDO POLÍTICO? 
A CF, em sua literalidade, traz que a filiação partidária é condição de elegibilidade (art. 14). Logo, o 
entendimento tradicional é de que não é possível a candidaturasem prévia filiação a um partido político. Uma 
exceção está no caso dos militares alistáveis, que só precisam ser indicados pelos partidos políticos para 
concorrerem às eleições, sem necessidade de prévia filiação. 
Não obstante, a crise de legitimidade do regime representativo fez florescer a tese da possibilidade de 
“candidaturas avulsas” no Brasil, sendo que o tema encontra-se atualmente aguardando julgamento no STF em 
regime de repercussão geral (Tema 974). 
7. O QUE É INFIDELIDADE PARTIDÁRIA? 
 
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Conforme a tese do Mandato Partidário, aplicável no Brasil, todo detentor de mandato eletivo deve 
guardar respeito às diretrizes e normas emanadas pelo seu partido político. A isso se dá o nome de “fidelidade 
partidária”. Nos termos da CF, cabe a cada partido político dispor sobre normas de fidelidade e disciplina 
partidárias em seus estatutos. A Lei 9.096/95, por sua vez, assegura a ampla defesa ao filiado. 
Pese a infidelidade partidária ser tema bastante amplo e complexo, a jurisprudência e recente alteração 
legislativa (art. 22-A, Lei 9.096/95) limitou o instituto à perda do mandato eletivo pelo detentor de cargo oriundo 
do sistema proporcional que se desfiliar sem justa causa. Como hipóteses de justa causa, ou seja, que não 
conduzem à perda do mandato, tem-se: 
i. Mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; 
ii. Grave discriminação política pessoal; 
iii. Mudança de partido nos 30 dias que antecedem o prazo de filiação para concorrer à eleição; 
iv. Mudança de partido após eleição se este não alcançar a cláusula de barreira (EC 97/17). 
Cumpre observar que nem sempre foi assim. Entre a CF/88 e o ano de 2007, a jurisprudência era no 
sentido de que a troca de partido político não ensejava a perda do mandato eletivo. Além disso, a desfiliação 
partidária não gera a perda de mandatos eletivos do sistema majoritário (Súmula 67, TSE). 
 
PONTO 4 - DIREITO ELEITORAL. CONCEITO. FONTES. PRINCÍPIOS. APLICAC ̧ÃO. 
INTERPRETAÇÃO. 
1. O QUE É DIREITO ELEITORAL? 
Direito Eleitoral é um ramo do Direito Público destinado à instrumentalização da participação política e à 
regulamentação do exercício do poder de sufrágio popular. 
Tem por objeto precípuo a normatização do “processo eleitoral”, que se inicia com o alistamento do 
eleitor e se encerra com a diplomação dos eleitos. Todavia, acaba por regulamentar também temas afetos, como 
as campanhas eleitorais, os partidos políticos, os ilícitos eleitorais e os instrumentos de participação direta. 
No que tange aos objetivos do Direito Eleitoral, são eles garantir a normalidade e a legitimidade das 
eleições, viabilizando assim a democracia. Nesse sentido, normalidade significa consonância entre o resultado 
das votações e a vontade popular, enquanto legitimidade significa um resultado justo. 
A União possui competência privativa para legislar sobre Direito Eleitoral (art. 22, CF). 
2. QUAIS SÃO AS FONTES DO DIREITO ELEITORAL? 
Fontes diretas mais importantes: CF; Código Eleitoral (CE); Lei das Eleições (9.504/97); Lei das 
Inelegibilidades (LC 64/90); Lei dos Partidos Políticos (9.096/95); e Resoluções do TSE. 
Fontes indiretas: jurisprudência e doutrina. 
 
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3. QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL? 
i. Princípio da Lisura das Eleições: comporta as noções de honestidade, franqueza e de combate à fraude. 
Além disso, determina à justiça eleitoral que privilegie o interesse público, por meio da busca da “verdade real” 
(sic), do ativismo judicial e da máxima efetividade da prestação jurisdicional. Fundamento no art. 23 da LC 64/90. 
ii. Princípio do Aproveitamento do Voto: o juiz eleitoral deve se abster de pronunciar nulidades sem 
prejuízo (in dubio pro voto). Exemplo: o art. 176 do CE deve ser interpretado no sentido de que voto em 
candidato inexistente mas em partido existente deve ser considerado como voto na legenda, e não como causa 
de nulidade. 
iii. Princípio da Celeridade: considerando o calendário exíguo, que contempla poucos meses entre registro 
de candidaturas e diplomação dos eleitos, tem-se que a Justiça Eleitoral precisa ser célere a fim de garantir a 
normalidade e legitimidade das eleições. Nesse sentido, os prazos no processo eleitoral tendem a ser menores 
do que em outras áreas do direito, havendo inclusive previsão legal de 01 ano como duração razoável para o 
processo que possa resultar em perda de mandato eletivo (art. 97-A, da Lei das Eleições). 
iv. Princípio da Anualidade Eleitoral: segundo o art. 16 da CF, “a lei que alterar o processo eleitoral entrará 
em vigor na data da sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data da sua vigência”. 
Visa a preservação da segurança jurídica. Exemplo está no precedente do STF de não aplicação da Lei da Ficha 
Limpa (LC 135/10) às Eleições de 2010. Trata-se de cláusula pétrea e aplica-se à viradas jurisprudenciais. 
v. Princípio da Moralidade Eleitoral: positivado no art. 14 da CF, que prevê a edição de Lei Complementar 
(atual LC 64/90) com hipóteses de inelegibilidade a fim de proteger, entre outros aspectos, a moralidade para o 
exercício do mandato considerando a vida pregressa do candidato (direito ao governante honesto). Fruto maior 
desse princípio está na Lei da Ficha Limpa (LC 135/10), que alterou a LC 64/90 no sentido de flexibilizar a 
presunção de inocência, permitindo a configuração de inelegibilidade em inúmeras hipóteses alheias ao trânsito 
em julgado de uma condenação judicial. 
Outros princípios: democracia, Estado Democrático de Direito, cidadania, igualdade, probidade etc.. 
 
PONTO 5 - JUSTIC ̧A ELEITORAL. ORGANIZAÇÃO. COMPETÊNCIA. 
1. QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL? 
A Justiça Eleitoral compõe o Poder Judiciário Federal, ou seja, pertence à União. 
Entre as suas funções, elenca-se: jurisdicional, executiva, legislativa/normativa e consultiva. 
Considerando as funções de organizar, executar e controlar o processo eleitoral (executiva); expedir 
regulamentos com caráter genérico e abstrato, as famosas “resoluções” (legislativa/normativa); e responder à 
consultas, tradicionalmente sem caráter vinculante (consultiva), tem-se que a Justiça Eleitoral é um ramo 
diferenciado do Poder Judiciário, justamente porque desempenha funções das quais não se ocupam os demais. 
Algumas peculiaridades merecem ser citadas: 
 
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i. A função legislativa/normativa é tão somente regulamentar, ou seja, não pode restringir direitos ou 
estabelecer sanções sem previsão legal, e só vale nas eleições se publicada até o dia 5 de março do respectivo 
ano; 
ii. A função consultiva é uma exceção ao princípio da inércia jurisdicional, eis que permite que o Poder 
Judiciário se manifeste acerca de questão abstrata dissociada de uma lide. Além disso, é classicamente não 
vinculante, todavia, a partir do novo art. 30 da LINDB, defensável que se tornou vinculante. 
2. QUAIS SÃO OS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL? COMO SE COMPÕEM? 
De acordo com a CF, são órgãos da Justiça Eleitoral (art. 118): 
i. Tribunal Superior Eleitoral – TSE: órgão de cúpula, mínimo 7 membros via eleição secreta (3 ministros 
STF, 2 ministros STJ e 2 advogados indicados pelo STF em lista sêxtupla e nomeados pelo Presidente da 
República); 
ii. Tribunais Regionais Eleitorais – TREs: 7 membros via eleição secreta (2 desembargadores TJ, 2 juízes de 
direito pelo TJ, 1 juiz federal pelo TRF ou desembargador federal se a Capital do Estado for sede de TRF e 2 
advogados indicados pelo TJ em lista sêxtupla e nomeados pelo Presidente da República); 
iii. Juízes eleitorais: órgãos de 1ª instância; um para cada Zona Eleitoral; juízes de direito; 
iv. Juntas eleitorais: órgãos de 1ª instância; um juiz de direito (Presidente) + 2 ou 4 cidadãos (totalizando 3 
ou 5); apuram as eleições, resolvem incidentesdurante os trabalhos, expedem boletins de apuração e diplomam 
os eleitos para cargos municipais. 
3. QUAL A DIFERENÇA ENTRA ZONA, SEÇÃO E CIRCUNSCRIÇÃO ELEITORAL? 
- Zona Eleitoral: espaço territorial sob jurisdição de um juiz eleitoral; pode ou não coincidir com um 
Município. 
- Seção Eleitoral: subdivisão da Zona, local onde os eleitores votam; 
- Circunscrição Eleitoral: espaço territorial correspondente ao pleito (ex. Prefeito = Município). 
4. O JUIZ ELEITORAL DIPLOMA ALGUM CANDIDATO ELEITO? 
Não. O TSE diploma os eleitos para Presidente e Vice-Presidente da República. As Juntas Eleitorais 
diplomam os eleitos para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador. E os TREs diplomam os demais eleitos. 
5. QUEM JULGA CRIME ELEITORAL PRATICADO POR JUIZ DE DIREITO? 
Conforme a CF, juízes eleitorais são juízes de direito que acumulam essa função de maneira temporária. 
Regra geral, magistrados possuem foro por prerrogativa de função no tribunal ao qual estão vinculados. Logo, 
em tese, o crime cometido por um juiz de direito deverá ser julgado no respectivo TJ, o que se aplica aos 
membros do Ministério Público por simetria. 
 
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Todavia, há uma exceção à essa regra, pois a CF (art. 96) fixa que é a Justiça Eleitoral competente para 
julgar crimes eleitorais praticados por juízes estaduais e membros do Ministério Público. Nos termos do Código 
Eleitoral, o órgão responsável será o respectivo TRE. 
6. A JUSTIÇA ELEITORAL JULGA CRIMES COMUNS? 
Sim. Conforme recente precedente do STF, em caso de conexão entre crimes eleitorais e comuns, a 
competência será da Justiça Eleitoral, nos termos do expressamente previsto tanto no CPP quanto no Código 
Eleitoral. 
 
PONTO 6 - MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL. ORGANIZAÇÃO. ATRIBUIÇÕES. 
1. O MP ELEITORAL É UM ÓRGÃO AUTÔNOMO? 
De acordo com o art. 127 da CF, o MP é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do 
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais 
indisponíveis. 
Considerando que o direito eleitoral fixa os procedimentos necessários ao sufrágio popular, viabilizando 
assim a democracia, por meio de eleições normais e legítimas, tem-se que o MP deve atuar em todas as fases e 
instâncias do processo eleitoral, conforme previsão expressa na Lei Orgânica do MPU (art. 72, LC 75/93). 
Todavia, inexiste na CF a previsão de um MP “Eleitoral”. Assim, o MP Eleitoral não é órgão autônomo e 
não possui quadro próprio ou carreira específica, cabendo ao Ministério Público Federal a atribuição de oficiar 
junto à Justiça Eleitoral (art. 72, LC 75/93). Trata-se do princípio da federalização. 
Não obstante, na 1ª instância eleitoral (juízes e juntas eleitorais), as funções de MP Eleitoral são exercidas 
por Promotores de Justiça, membros dos MPs estaduais (“Promotores Eleitorais”), nos termos do art. 78 da LC 
75/93. Trata-se do princípio da delegação. Assim, tem-se que os membros do MPF só atuam a partir da 2ª 
instância eleitoral, não havendo que se falar em “excepcionalidade”. 
Nesse sentido, em cada Junta e Juiz Eleitoral oficia um Promotor de Justiça Estadual (“Promotor 
Eleitoral”), que acumula suas atribuições “comuns” com as eleitorais, sendo ele indicado pelo Procurador Geral 
de Justiça, mas designado pelo Procurador Regional Eleitoral, que é membro do MPF. Já a função de Procurador 
Geral Eleitoral é exercida pelo PGR, que nomeia os Procuradores Regionais. 
2. QUAIS AS ATRIBUIÇÕES DO MP ELEITORAL? 
As atribuições do MP Eleitoral são bastante amplas, tendo por principal objetivo zelar pela aplicação da lei 
eleitoral (custos iuris). Cite-se, à guisa de exemplo: 
- Promover o debate e esclarecer o eleitorado acerca da importância do voto para a democracia; 
- Opinar em todos os processos de registro de candidatura, podendo inclusive impugná-los; 
 
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- Fiscalizar as eleições, incluindo a propaganda política e a conduta dos candidatos; 
- Fiscalizar os trabalhos da Justiça Eleitoral antes, durante e depois das eleições; 
- Fiscalizar as nomeações e atuação dos mesários, delegados de partido e juízes; 
- Ajuizar ações judiciais perante a Justiça Eleitoral; 
- Recorrer em processos, mesmo que não seja autor. 
Conforme jurisprudência do TSE, a execução das multas eleitorais compete à Fazenda Pública, mediante 
inscrição em Dívida Ativa da União e sob o rito das Execuções Fiscais (Lei 6.830/81). 
3. MEMBRO DO MP PODE EXERCER ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA? 
Desde a EC 45/04 (Reforma do Judiciário), é vedado ao membro do MP exercer atividade político-
partidária (art. 128, CF). Essa é a regra aplicável aos membros ingressantes na carreira após a referida EC. 
Todavia, antes da EC 45/04, inexistia essa vedação no ordenamento jurídico, de modo que era possível a um 
membro do MP exercer atividade político-partidária, bastando o afastamento das funções. 
Além disso, nos termos do ADCT (art. 29), assegura-se ao membro do MP ingressante na carreira antes da 
promulgação da CF/88 o direito de exercer atividade político-partidária, desde que optante pelo regime anterior. 
 
PONTO 7 - ALISTAMENTO ELEITORAL. REGRAS CONSTITUCIONAIS, LEGAIS E 
REGULAMENTARES. 
1. O QUE É ALISTAMENTO ELEITORAL E QUAL SUA NATUREZA JURÍDICA? 
O assunto é tratado pelo Código Eleitoral e pela CF. O alistamento eleitoral é o procedimento 
administrativo de qualificação e de inscrição da pessoa natural no registro de eleitores e que torna a pessoa 
titular da capacidade eleitoral ativa (capacidade para ser eleitor). É o termo inicial da cidadania (capacidade de 
exercer direitos políticos). 
2. QUAL É O PROCEDIMENTO? 
O alistamento eleitoral não é realizado de ofício, devendo ser feito por provocação do interessado. É 
facultativo para os menores de 18 anos e maiores de 16, para os maiores de 70 anos, bem como para os 
analfabetos (independentemente da idade). Ressalta-se que, nestes casos, o voto também é facultativo. 
O alistamento do indígena em regra é obrigatório, salvo nas hipóteses supracitadas. 
Vale ressaltar que os portugueses amparados pelo estatuto da igualdade também podem se alistar. O 
procedimento é no Ministério da Justiça. Os portugueses nessas condições não são obrigados a se alistar, sendo 
tal alistamento facultativo. Porém, quando se alistam, têm o dever de votar, nas hipóteses de voto obrigatório 
discriminadas na CF/1988. 
 
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Em relação às pessoas com deficiência, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios. No entanto, não 
estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o 
cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do voto. 
Aquele que não se alista, sendo obrigado, incorre em várias sanções: não participa de concursos públicos, 
não pode ter passaporte etc. O alistamento se divide em fases: 
1ª FASE - QUALIFICAÇÃO: a pessoa natural comprovará que preenche os requisitos para se tornar 
eleitor, perante o CARTÓRIO ELEITORAL (Requerimento de Alistamento Eleitoral – RAE, hoje é procedimento 
eletrônico). Presentes os requisitos, o Juiz vai deferir a inscrição no CADASTRO GERAL DE ELEITOR. Se não 
preencher algum requisito, o Juiz nega o alistamento e o procedimento se transforma em judicial. 
Como não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar 
obrigatório, os conscritos, a pessoa deve fazer prova da nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado), por meio 
de Carteira de identidade, certidão de nascimento, certidão de casamento, etc. 
Brasileiro NATURALIZADO tem o prazo de 1 ano após a entrega do certificado de naturalização para se 
alistar, sob pena de ficar irregular com a justiça eleitoral. O brasileiro que já se alistou e depois é chamado a 
servir o exército, ficará com seu registroeleitoral suspenso, não será cancelado. 
O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado que não se alistar até 1 ano depois 
de adquirida a nacionalidade brasileira, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o valor do 
salário-mínimo da região, imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrição eleitoral. Além disso, nenhum 
requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos 150 dias anteriores à data da 
eleição. 
Vale citar que a Lei 9504/97 criou uma espécie de anistia para o jovem. Se ele já tem 19 anos, mas 
providenciou o alistamento até 150 dias da próxima eleição, fica isento da multa. 
O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 60 dias após a realização da 
eleição, também incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-mínimo da região. 
2ª FASE – INSCRIÇÃO: a inscrição é o DEFERIMENTO do pedido de alistamento, inscrevendo a pessoa 
no cadastro geral de eleitores. Aquele inscrito ficará vinculado a uma zona e a uma seção eleitoral, que passarão 
a constar do título de eleitor. O Juiz defere e informa ao TRE (cadastro estadual), que informa ao TSE (cadastro 
nacional). 
3. O QUE É DOMICÍLIO ELEITORAL? 
Domicílio eleitoral é o lugar onde a pessoa tem vínculos políticos (ex.: participa do diretório do partido no 
local), sociais (ex.: é líder comunitário), profissionais (ex.: trabalha na cidade), econômicos (ex.: possui empresa 
no Município) ou até mesmo afetivos. NÃO SE CONFUNDE NECESSARIAMENTE COM O DOMICÍLIO CIVIL, é um 
conceito mais amplo. Uma das condições para que a pessoa possa concorrer nas eleições é que ela tenha 
 
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domicílio eleitoral na circunscrição (art. 14, § 3º, IV, da CF/88) pelo prazo mínimo de 6 meses (antes da reforma 
de 2017, esse prazo era de 1 ano). 
4. COMO SE DÁ A TRANSFERÊNCIA DE DOMICÍLIO ELEITORAL? 
Transferência é um procedimento, no primeiro momento, administrativo de mudança de domicílio 
eleitoral. É realizada por meio de requerimento da parte interessada. 
O pedido de transferência exige alguns requisitos: 
a) deve ser feito para o Juiz eleitoral da cidade para a qual se quer a transferência (não existe 
transferência de ofício). 
b) deve ser feito no prazo de 150 dias antes da data da eleição (esse prazo é fixado na Resolução do TSE). 
c) deve ter transcorrido, pelo menos, 1 ano da inscrição primitiva ou da última transferência (essa 
exigência não se aplica aos servidores que tenham sido transferidos por decisão do poder público, 
nem aos seus familiares). 
d) RESIDÊNCIA MÍNIMA DE 03 MESES NO NOVO DOMICÍLIO (este período também não se aplica aos 
funcionários públicos (civis ou militares), nem aos seus familiares, transferidos por decisão do poder 
público) 
e) Prova da quitação eleitoral. 
Se o juiz eleitoral entender que falta documento, pode solicitar alguma diligência. Se entender que não 
estão presentes os requisitos, o Juiz eleitoral pode indeferir. 
Existe uma publicação de lista de transferência, com os pedidos deferidos ou indeferidos, da qual cabe 
recurso. 
5. QUAIS SÃO AS HIPÓTESES DE CANCELAMENTO/EXCLUSÃO DO TÍTULO DE ELEITOR? 
A doutrina distingue CANCELAMENTO e EXCLUSÃO. No cancelamento, a inscrição permanece inativa no 
cadastro eleitoral (em novo requerimento, o número permanece o mesmo). Na exclusão, por sua vez, a inscrição 
é expurgada do sistema. Segundo o Código Eleitoral, as causas são as seguintes: 
1) Infração do art. 5º e do art. 42; 
O art. 5º do CE determina os que não podem se alistar (art. 14, §2º da CF/1988) os conscritos e os 
estrangeiros (salvo os portugueses com equiparação). O art. 42 trata de casos de erro da qualificação do 
processo de alistamento. 
2) Suspensão ou perda dos direitos políticos; 
3) Pluralidade de inscrição - Se houver pluralidade, a segunda inscrição será cancelada. E se constatar que 
a primeira foi irregular, as duas são consideradas nulas. Nesse caso, além do cancelamento do título de eleitor, 
haverá a instauração de processo criminal proposta pelo MPE, em face do excluendo. 
4) Falecimento do eleitor; 
 
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5) Deixar de votar em três eleições consecutivas e não justificar. 
6. QUAL É O PROCEDIMENTO DE EXCLUSÃO? 
Pode ser instaurado de ofício ou a pedido. 
Conforme o CE, o juiz eleitoral processará a exclusão. Mandará autuar a petição ou representação com os 
documentos que a instruírem; publicará edital para ciência dos interessados, que poderão contestar dentro de 5 
(cinco) dias. Haverá dilação probatória, se requerida. Ao final, o juiz decidirá em 5 dias. Da decisão, cabe recurso 
ao TRE. No caso de exclusão por falecimento, tratando-se de caso notório, serão dispensadas tais formalidades. 
Importante ressaltar que, o indivíduo envolvido no processo de exclusão poderá exercer, sem restrições, o 
exercício do voto até o momento em que for proferida a decisão definitiva, determinando a sua retirada do 
cadastro nacional de eleitores. 
6.1. O CANCELAMENTO PODE SER REVERTIDO? 
Sim, em alguns casos. Cessada a causa do cancelamento, poderá o interessado requerer novamente a sua 
qualificação e inscrição (art. 81 CE). 
6.2. É VÁLIDO O CANCELAMENTO DO TÍTULO DE ELEITOR QUE NÃO EFETUOU O 
CADASTRAMENTO BIOMÉTRICO OBRIGATÓRIO? 
Sim. O STF julgou válidas as normas que autorizam o cancelamento do título do eleitor que não atendeu 
ao chamado para cadastramento biométrico obrigatório (ADPF 541). No acórdão consta que o alistamento é 
feito uma única vez ao longo da vida, porém é necessário que haja revisões periódicas, tendo em vista que várias 
alterações podem interferir no direito de votar e na regularidade do título, não havendo inconstitucionalidade no 
modo como a legislação e a normatização do TSE disciplinam a revisão eleitoral e o cancelamento do título em 
caso de não comparecimento para a sua renovação. 
7. O QUE É A REVISÃO DO TÍTULO DE ELEITOR? 
 É um ato administrativo da Justiça Eleitoral, no propósito de determinar o comparecimento dos eleitores 
aos Cartórios Eleitorais com seus títulos e com documento comprobatório do domicílio eleitoral. Os eleitores que 
não comparecerem terão seus títulos tidos como irregulares e, consequentemente, cancelados. 
Possui três finalidades: 
I) regularização perante a Justiça Eleitoral, com o intuito evitar fraudes eleitorais; 
II) retificação de dados. Ex.: pessoa se casa e muda seu sobrenome; 
III) mudança de domicílio eleitoral no mesmo Município. 
STF: é VÁLIDO O CANCELAMENTO DO TÍTULO DO ELEITOR que, CONVOCADO POR EDITAL, NÃO 
COMPARECER AO PROCESSO DE REVISÃO ELEITORAL. VALIDADE LEGISLAÇÃO e RES. TSE. 
 
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7.1. QUAL A DIFERENÇA DA REVISÃO DO TÍTULO DE ELEITOR PARA REVISÃO DO 
ELEITORADO? 
A Revisão do Eleitorado ocorre quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento de uma 
zona ou município. O TRE poderá determinar a realização de correição e, provada a fraude em proporção 
comprometedora, ordenará a revisão do eleitorado obedecidas as Instruções do TSE e as recomendações que, 
subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de ofício das inscrições correspondentes aos títulos que não 
forem apresentados à revisão. 
 
PONTO 8 - ELEGIBILIDADE. CONCEITO. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE. INELEGIBILIDADE. 
INCOMPATIBILIDADE. REGRAS CONSTITUCIONAIS, LEGAIS E REGULAMENTARES. 
1. O QUE É ELEGIBILIDADE E INELEGIBILIDADE? 
Os direitos políticos são classificados em POSITIVOS e NEGATIVOS. Dentre os positivos, estão a 
alistabilidade (capacidade eleitoral ATIVA) e a elegibilidade (capacidade eleitoral PASSIVA). Dentre os negativos, 
estão a inalistabilidade, inelegibilidade e suspensão/perda dos direitos políticos. 
Portanto, a elegibilidade é um direito político positivo, mais precisamente, a capacidade eleitoral passiva, 
que

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