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EDIANE SOUZA SILVA LEVANTAMENTO DE DEMANDAS: CENTRO DE REFERENCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTENCIA SOCIAL Levantamento de Demandas apresentado à disciplina de Estágio II do Curso de Serviço Social – do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como requisito parcial para avaliação. Tutora Externo – Wilda Ferreira Meireles Supervisora de Campo – Maria Raimunda de Miranda dos Santos Marabá-pa 2019 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................04 1 LEVANTAMENTO DE DEMANDAS..............................................................................05 2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO.......................................................................................06 3 DEMANDA A SER TRABALHADA............................................................................... 07 4 CONSIDERAÇÕES fINAIS........................................................................................... 09 5 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...................................................................................10 INTRODUÇÃO O levantamento de demanda em questão, abordará sobre os adolescentes em cumprimento de medida Socioeducativa em meio aberto (MSE-MA), sendo elas a de Prestação de Serviços a Comunidade – PSC e Liberdade Assistida – LA, as mesmas são subsidiada pelo Município e assistidas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social- CREAS, que recebe esse demanda através de ofícios, nos quais constam as determinações judiciais. O CREAS é uma entidade governamental, de abrangência municipal, pertencente a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura - SEASP e realiza atendimento continuado e especializados de média complexidade, tem como público alvo famílias e indivíduos que evidenciam situação de violação de direito e aos adolescentes em cumprimento MSE-MA. Com a promulgação da Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 1990 o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, evidenciando os mesmos como, pessoa em condição peculiar de desenvolvimento, e por essa condição são penalmente inimputáveis, todavia diferente do que o senso comum compreende, existe uma responsabilização ao adolescente que praticou uma ação que segundo o Código Civil caracteriza crime ou contravenção penal, e essa responsabilização se dar através das Medidas Socioeducativas. As Medidas Socioeducativas são determinadas pelo Judiciário e tem caráter pedagógico e podem ser: Advertência, Obrigação de Reparar o Dano, Prestação de Serviço à Comunidade, Liberdade Assistida, Regime de Semiliberdade e Internação em Estabelecimento Educacional. Essas medidas mais que uma forma de responsabilizar é um meio para acolher o socioeducando, proporcionando reabilitação e reaprendizagem das práticas saudáveis e padrões da sociedade, tratando cada caso de forma individualizada. O ECA define tratativas diferenciadas com os autores dos atos infracionais, a depender da faixa etária, no qual partindo de uma criança (0 a 12 anos incompletos) será utilizado as medidas de proteção conforme artigo 101, e sendo oriunda de um adolescentes (12 a 18 anos incompletos) será aplicada as medidas socioeducativas, a qual tem um caráter pedagógico e prioriza-se a medida em meio aberto. A PSC e a LA, geralmente andam lado a lado nas sentenças judiciais, todavia trabalham particularidade distintos na vida dos socioeducandos. Pois, na PSC se eleva o valor do trabalho, o compromisso com assiduidade e pontualidade e interação com membros da sociedade, e por outro lado a LA busca a inserção em cursos de capacitação, lazer, grupo pedagógicos e outros, com intuito de oportunizar crescimento pessoal e profissional. 1 LEVANTAMENTO DE DEMANDAS As demandas referenciadas são de grande relevância e seriedade, pois o êxito nos trabalhos realizados junto aos socioeducandos, impactam diretamente usuário, família, sociedade e Estado. Pois, no ato do cumprimento da medida, os mesmos são direcionados a novas práticas e essas intervenções, sendo realizadas de forma assertiva, diminui de forma considerável as chances de reincidências em atos infracionais. Diante do exposto, fica notório quão expressiva a ação da equipe multidisciplinar, equipe essa que tem papel fundamental na articulação e estratégia de inclusão social, para o nivelamento de oportunidades, com o objetivo de direcionar em meio aos enfrentamentos, rumo a formulação de um novo projeto de vida, driblando até mesmo a escassez em recursos materiais. Na práxis diária é evidenciado o caráter pedagógico das MSE, quando na execução da PSC, é visualizado a vivência de valores, como a responsabilidade, pontualidade, assiduidade, convívio social, dignidade do trabalho e a elevação da autoestima do socioeducando por sua produtividade. No cumprimento da LA, também há uma ruptura da rotina, no ato das inserções em cursos de capacitação, oficinas, grupo e outros. Conforme artigo 117 do ECA “A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.” Quanto a LA, como rege o artigo 118 do ECA “A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento. § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, Podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.” Todas as MSE têm como objetivo a mudança de paradigma, visando o redirecionamento de atitudes, oportunizando construção de um novo projeto de vida, promoção social, manutenção dos vínculos familiares e comunitário, tratando o adolescente em conflito com a lei não mais como um problema, mas o compreendendo como sujeito de direito que necessita de prioridade social. 2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO Demanda Causas Consequências Ações de Enfrentamento e Estratégias Atores Envolvidos · Jovens/adolescentes cumprindo Medida socioeducativa em liberdade assistida · Jovens/adolescentes cumprindo Medida Socioeducativa em Prestação de Serviço à comunidade · Vínculos familiares fragilizados. · Exclusão social · Ociosidade · Falta de oportunidade · Vivencia em área de risco · Uso de drogas · Recrutamento e oportunidade de lucratividade de forma ilícita. · Evasão Escolar · Ausência de comprometimento com futuro · Perca da liberdade plena · Risco de morte prematura · Influência negativa aos irmão mais novo. · Relação conflituosa com a família. · Palestra Motivacional ao comprometimento com um novo projeto de vida. · Acadêmica · Supervisora de campo · Socioeducando · Famílias Pontos fortes Pontos fracos Recursos Necessários Responsáveis Prazos · A reflexão compromete o socioeducando com seu futuro e coloca o mesmo como autor de sua própria história, não apenas um coadjuvante. · Caso o socioeducando não esteja aberto a participar das dinâmicas escolhidas, a palestra pode não alcançar o objetivo. · Retroprojetor · Folder · Dinheiro de mentira para dinâmica · Canetas · Bloco de anotação · Lanche · Palestrante · Vídeos motivacionais · Vídeo relato de superação de ex-socioeducando · Equipe de apoio · Camiseta p/ equipe · Acadêmica · Supervisora de campo Curto a médio 3 DEMANDA A SER TRABALHADA No ato da determinação judicial para escolha da MSE, é levado em consideração a gravidade, forma de participação, circunstância em que ocorreu a ação e a postura do adolescente adotada no momento da audiência, mostrando sua reflexão ou não pelo ato infracional realizado, após este momento o judiciário estará acompanhando o adolescente apenas pelas informações repassadas pelo CREAS. A forma do cumprimento da determinação,ocorre em uma construção entre equipe multidisciplinar, família e socioeducando. Pois os parâmetros utilizados se dão a partir do alinhamento do Plano de Atendimento Individual – PIA, meio pelo qual se personaliza a forma do cumprimento, levando em consideração os interesses, afinidades e aptidões do socioeducando, e em seguida é flexionado conforme a realidade e possibilidades do espaço de acolhimento. Conforme o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo- SINASE (2016, p.52) Plano Individual de Atendimento (PIA) constitui-se numa importante ferramenta no acompanhamento da evolução pessoal e social do adolescente e na conquista de metas e compromissos pactuados com esse adolescente e sua família durante o cumprimento da medida socioeducativa. A elaboração do PIA se inicia na acolhida do adolescente no programa de atendimento e o requisito básico para sua elaboração é a realização do diagnóstico polidimensional por meio de intervenções técnicas junto ao adolescente e sua família, nas áreas: a) Jurídica: situação processual e providências necessárias; b) Saúde: física e mental proposta; c)Psicológica: (afetivo-sexual) dificuldades, necessidades, potencialidades, avanços e retrocessos; d) Social: relações sociais, familiares e comunitárias, aspectos dificultadores e facilitadores da inclusão social; necessidades, avanços e retrocessos. e) Pedagógica: estabelecem-se metas relativas à: escolarização, profissionalização, cultura, lazer e esporte, oficinas e autocuidado. Enfoca os interesses, potencialidades, dificuldades, necessidades, avanços e retrocessos. Registra as alterações (avanços e retrocessos) que orientarão na pactuação de novas metas. Tendo em vista que a elaboração do PIA, comtemplam as situações jurídicas, de saúde, psicologia, as relações sociais e o crescimento pedagógico, é nesta fase, que ocorrem os encaminhamentos para espaço para cumprimento da PSC, atendimento médico, matricula escolar, cursos e rotinas do CREAS (grupos, palestras, oficinas, cursos e outros). Na PSC assim como as demais MSE, existem parâmetros a serem respeitados, pois não pode ser realizado em horário noturno, nem em período escolar, tendo duração máxima de 06 meses e não podendo ultrapassar 08 horas semanais, o trabalho realizado precisa ser de relevância a comunidade e ser compatível com as aptidões do socioeducando. Por outro lado, no cumprimento da LA a duração mínima é de 06 meses, podendo ser prorrogada, revogada ou substituída. As cargas horarias são diferenciadas, assim como pode exigir dos adolescentes inseridos no Jovem Aprendiz que comparecem a cursos todos os dias como por 04hs, a exceções que por morarem em zona rural comparecem a cada mês no centro, entretanto ambos são monitorados através das frequências escolares. O verdadeiro desafio do acompanhamento a essa demanda, não é fazer os adolescentes cumprirem a determinação do PIA, pois a grande maioria frequenta assiduamente as atividades propostas, mas o fazem por medo, de sua ausência caracterizar descumprimento da determinação judicial e serem punidos com a privação da liberdade, logo o real objetivo é comprometer o adolescente com seu futuro. Dentre os adolescentes assistidos pelo CREAS em Marabá-PA, um socioeducando relatou que “parou com o consumo de drogas, porém tem passado muito tempo na rua, para evitar a inalação da fumaça de entorpecentes utilizadas pelos seus irmãos em sua residência, disse ainda que gostava de está internado no Centro De Internação Masculino-CIAM, pois na internação tinha alimento e roupas”. É de um valor imensurável o trabalho de fortalecimentos de vínculos, a família é o pilar de qualquer ser humano, uma pessoa sem referência familiar, sem laços de afetividade, vê seus limites se esvaírem, pois não há motivos para compostura, manter a confiança e perspectiva de crescimento. 4 CONSIDERAÇÕES fINAIS O CREAS representado pela equipe multidisciplinar, tem prestado um serviço de excelência, por vezes até usando de recursos financeiros próprios para implementação de projetos e custeio de materiais. Porém é nítido a necessidade de diversos objetos, atualmente houve uma reforma estrutural, as salas e faixada foram reformadas, mas há carências gritantes como o sistema de internet que não funciona por falta de cabo para interligar, a grande incidência de luz solar por não ter cortina, ocasionando dores de cabeça, as salas sem espaço para guardar objetos pessoais dos servidores e ausência de segurança nos arquivos que não tem fechadura ou estão lacrados com fita adesiva. Com todas essas descrições é evidenciado que falta suporte material e espaço físico para complementar o trabalho, um exemplo de falta de instrutura é a situação do curso de informática, como a maioria dos socioeducandos são iniciantes na área, é necessário cursos através de programas audiovisual, para assim estarem aprendendo de uma forma envolvente, pois essa demanda necessita de um espaço dinâmico, interessante e que lhe cause anseios. Outro angulo da MSE-MA que não tem sido contemplado e a questão do esporte, pois para a realização do mesmo é necessário parcerias externas, pois o espaço no centro é pequeno e neste momento, não está havendo essa contemplação e isso é importante, tanto por uma questão de saúde, como aprender valores incumbidos nas partidas, como amizade, superações e trabalho em equipe. Salientando ainda uma questão estrutural, após os grupos, existe a pratica de servir lanche, toda via é um tanto vexatória como esse processo se dar, pois os adolescentes ficam em pé no sol ou na chuva, então a equipe ficar na cozinha enquanto os usuários ficam exposto ao tempo em pé, ressaltando assim a exclusão e diferenças de classe a qual ao longo de suas vidas evidenciaram. Portanto, mesmo com o conhecimento das dificuldades encontradas e desafios diários, os acompanhamentos dos adolescentes em cumprimentos de PSC e LA, tem conseguido galgar êxito, realizando trabalho em parceria centro, família, comunidade, rede socioassistencial e socioeducandos. Podendo deslumbrar nas comunidade ex-socioeducando hoje inserido no mercado de trabalho, fazendo assim todo os percalços do caminho valerem a pena. REFERÊNCIAS BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente, Câmera dos Deputados, Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.DOU de 16/07/1990 – ECA. Brasília DF. BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE. Brasília: CONANDA, 2006. BRASIL. Secretaria de Estado de Educação Departamento Geral de Ações Socioeducativas, Manual de orientação PIA. Rio de Janeiro BRASIL. Secretaria de Cidadania e Trabalho Superintendência da Criança, do Adolescente e da Integração do Deficient. Manual de Orientação - Medidas Socioeducativas Não Privativas de Liberdade Marco /2000 Centro Universitário Leonardo Da Vinci Curso Bacharelado em Serviço Social EDIANE SOUZA SILVA SES0427 � EMBED Word.Picture.8 ��� LEVANTAMENTO DE DEMANDAS: CENTRO DE REFERENCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTENCIA SOCIAL MARABÁ-PA 2019 � HYPERLINK "http://www.grupouniasselvi.com.br/pt_br/inde" \o "\"Grupo UNIASSELVI\" ��� _1350883678.doc _1156253328.bin
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