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O Trabalho em Durkheim, Marx e Weber

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INSTITUTO AGOSTINIANO DE FILOSOFIA - IAF
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA
DOCENTE: MATEUS SILVA 
DISCENTE: LUCAS EMANUEL SOUZA MELO
O TRABALHO E SUA RELAÇÃO COM A SOCIEDADE – UM PANORAMA ATRAVÉS DE DURKHEIM, MARX, WEBER E FOUCAULT
Sabe-se que os processos históricos não são frutos do acaso, pelo contrário, são frutos da relação do homem com o mundo, consigo mesmo e com os outros homens. Nesse sentido, a sociologia, sendo uma ciência que busca explicar, descrever e interpretar os fenômenos sociais, não poderia ser anacrônica. Dito de outro modo, é importante elucidar rapidamente o contexto em que essa ciência nasce.
Estamos num contexto pós revolução industrial e revolução francesa, onde ocorrem então grandes mudanças sociais a partir do declínio do feudalismo. Existe o êxodo rural, com a saída dos camponeses dos feudos e migração para as cidades, a ascensão burguesa e mudanças nos governos europeus, o início da propriedade privada, e consequentemente, o avanço do capitalismo.
Portanto, surge também uma nova sociedade, marcada principalmente pela relação com o trabalho, foco do artigo em questão. Surgem também os sociólogos, destacando-se como precursor Auguste Comte, e como fundadores de fato, Émile Durkheim, Karl Friedrich Marx e Max Weber, que serão tratados aqui.
A principal tônica para a tese de Durkheim sobre o tema destacado é a “Divisão Social do Trabalho”, onde ele apresenta as interações entre os indivíduos que formam a coletividade. Para ele, em todas as sociedades o trabalho é um fato social, que nesse caso se dá porque se estabelece de cima para baixo, todas as sociedades dependem e são alteradas pela forma como o trabalho é compreendido. Cabe então definir que fatos sociais são formas de sentir, pensar, agir, que brotam das interações sociais e podem ser tratados imparcialmente, como coisas. Outrossim, Durkheim entende que o trabalho é responsável pela coesão da sociedade, ou seja, sua unidade, estabilidade, e sua continuidade ao longo da história.
Conforme já explicitado, a atividade industrial, faz com que o trabalho seja transformado, segmentado, pensado de uma nova maneira. Há uma superespecialização, pois o trabalho realizado na indústria é muito diferente do trabalho que acontecia no campo. Na indústria, o trabalho se subdivide em diversos tipos de empregos e profissões, funções dentro de uma mesma fábrica, que é o que gera essa coesão social. Dito de outro modo, o trabalhador se torna dependente, gerando uma teia de relações, fazendo nascer na sociedade um sentimento mútuo de solidariedade, o que seria responsável por manter a estrutura social fixa e funcionando perfeitamente.
É oportuno também definir, que existem duas formas de solidariedade dentro do conceito proposto por Durkheim. A solidariedade mecânica, que está relacionada às sociedades primitivas ou arcaicas, onde a coletividade é marcada por consenso e similaridades, normalmente de ordem religiosa. Já a solidariedade orgânica, é a que está relacionada diretamente ao tema em questão, pois caracteriza as sociedades industriais, marcadas pela superespecialização e interdependência já supracitadas, que pode ser comparada a um organismo vivo que possui vários órgãos, que precisam trabalhar juntos para que funcione corretamente. divisão social do trabalho, à medida que se desenvolve, quanto mais específica se torna, mais heterogêneo, maior é a interdependência entre as relações, mais uma função depende da outra, a subsequente necessita da precedente para funcionar.
Diferentemente de Durkheim, para Marx, a divisão social do trabalho e a superespecialização que deveriam trazer a coesão social e a solidariedade entre as pessoas e a sociedade em geral, são responsáveis justamente pelo contrário, sendo vistas basicamente como exploração. Após a revolução francesa, em que há o clamor por liberdade, igualdade e fraternidade, os burgueses se tornam a classe dominante, e, de certa maneira “se esqueceram” de seu próprio jargão.
Estabeleceu-se uma relação entre dominador e dominado. Os proletários são a massa que sustenta as necessidades da classe dominante burguesa. Retirando os meios de produção dos pequenos produtores livres, fizeram com que eles fossem obrigados a ir para a indústria e o trabalho fabril. Desse modo, a exploração se estabeleceu, devido à carga horária, à atividade repetitiva, à péssima remuneração.
Por conta da compartimentação, o trabalhador se torna alienado da ordem natural das coisas, e não sabe nem qual será o produto final de suas ações, apenas realiza a função a que foi designado, não tendo consciência do valor do que produz. O burguês detém a propriedade dos meios de produção, e ao trabalhador, resta apenas sua força de trabalho. 
Weber se aproxima de Marx ao analisar o processo histórico de formação das sociedades, e traz um conceito novo, que liga o capitalismo e o protestantismo de Calvino. Ele pensa o trabalho árduo e disciplinado nessa lógica capitalista como uma virtude, atrelado à logica calvinista, como meio de salvação espiritual. Essa ideia está fundamentada na predestinação, ou seja, a prosperidade de alguém em seus negócios, aliada a uma conduta moral idônea, no sentido de se preservar de esbanjar os bens em futilidades, está diretamente relacionada à conquista do paraíso.
Difere de Durkheim pois não vê o trabalho como fundamento das relações sociais. Ao invés dos fatos sociais, Weber afirma que o que existem são ações sociais e seus resultados sobre a coletividade. Nesse sentido, as ações sociais são temporárias e relacionadas ao indivíduo.
Devido à multiplicidade das ações sociais, é preciso de critérios para agrupá-las, o que Weber chama de tipos ideais, que são quatro: Ação social racional relacionada a fins (casamento por exemplo), com relação a valores (honestidade, justiça), ação social tradicional (com base nas tradições) e ação social afetiva (passional). Esses tipos ideais não existem, mas dão critérios para o agrupamento na realidade.
Weber ainda difere de Marx quando conclama sua Teoria da Dominação, que coloca o Estado como classe dominante, que detém o poder na sociedade, e também pode ser de três tipos: Legal, quando o Estado exerce a dominação por meio das forças militares e policiais; Tradicional, como o nome já diz, através das tradições; e por último, Carismática, que é quando a sociedade promulga um líder legítimo por seu carisma.
Todas essas questões fundamentam o modo como o trabalho se apresenta, e são características fundamentais para o estudo dos sociólogos citados até então.
Trazendo para o tema outro sociólogo, Michel Foucault, é possível aludir à ideia de poder disciplinar, que é responsável por coadunar as pessoas a agirem de determinada forma, o que seria, a grosso modo, parecido com o fato social de Durkheim. Por outro lado, esse mesmo poder está ligado ao direito e à verdade. Ao direito, devido à forma e ao movimento da sociedade, se há quem governa, há quem é governado, se há quem promulgue as leis, há quem as obedeça. E à verdade, que o discurso cria, e submete à sociedade.

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