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ÉTICA PROFISSIONAL NA ENGENHARIA CIVIL Petra Schmidt 1 INTRODUÇÃO A ética sempre esta presente no dia a dia de uma sociedade, servindo como base para nortear as ações do ser humano, para que este possua uma conduta correta almejando encontrar o melhor modo de viver, portanto na área profissional ela é fortemente aplicada. A ética profissional serve para orientar certo segmento ou ramo de trabalho, de forma a delimitar a conduta do profissional perante o mercado de trabalho. Para que um profissional se destaque dos demais, é importante que este exerça a profissão de forma honesta, digna e cidadã, promovendo o bem estar e desenvolvimento da sociedade em que está inserido, colocando-se a serviço da melhor qualidade de vida para o homem. Sendo assim, ele deve seguir o código de ética profissional ao qual faz parte, neste caso voltado a engenharia civil. Principalmente na era moderna, é muito fácil utilizar formas ilegais de exercer a profissão, o que põe em risco a qualidade do serviço prestado. Por isso o profissional deve sempre optar pela forma mais segura e correta de realizar a tarefa, pensando nela como um todo na sociedade, principalmente em construções de grande impacto, deve-se sempre preservar o bem estar dos que residem nas proximidades, incluindo o meio ambiente, e que podem ser afetadas direta e indiretamente pelas ações propostas. 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A seguir o tipo de pesquisa, o método e os procedimentos técnicos a serem utilizados no presente artigo: 2.1 Tipo de pesquisa A pesquisa realizada será de natureza básica, com o objetivo de gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Quanto ao modo de abordagem utilizado na pesquisa será o qualitativo que aborda as relações dinâmicas entre o mundo real e o sujeito e que não pode ser traduzido em números. Com o objetivo exploratório para familiarizar com o problema para uma melhor compreensão do problema a ser investigado. Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica como procedimento técnico. 2.2 Método Esta pesquisa é de caráter descritivo, partindo de argumentos gerais a fim de chegar a conclusões particulares, ou seja, partindo de pressupostos reconhecidos como verdadeiros se fará um estudo por meio de operações lógicas e avaliação do assunto abordado para verificar a autenticidade e relevância do estudo, concluindo então se o problema, com base nas hipóteses estabelecidas previamente, é verdadeiro ou não. 3 ÉTICA PROFISSIONAL Ao se escolher uma profissão, com ela vem um conjunto de deveres profissionais que passam a ser obrigatórios no exercício do ofício. Ao completar a formação de ensino superior é feito então o juramento, no qual o formando se compromete com a categoria profissional e adere formal e voluntariamente o compromisso ético diante do exercício em que ingressa. A ética profissional se resume em um conjunto de regras estabelecidas que fornecem os fundamentos éticos e condutas necessárias a boa e honesta prática da profissão. Em qualquer convívio social a ética está presente, portanto em locais de trabalho ela também está inserida com a função de estabelecer a organização pela qual a empresa ou o profissional vai se guiar, a partir da criação de normas, regras e preceitos de convívio social. Para cada profissão existe um código de ética, que especifica os direitos, deveres e atribuições de cada ramo de atividade, pois cada uma possui uma função com propósitos e objetivos diferentes entre si. Desta forma o código de ética é a base para que o profissional exerça a profissão da melhor forma possível. Todos os códigos de ética profissional trazem em seu texto a maioria dos seguintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade na empresa, alto nível de rendimento, respeito à dignidade humana, segredo profissional, observação das normas administrativas da empresa e outras questões. 3.1 Código de ética profissional do engenheiro civil Na Engenharia Civil, ao contrário do que muitos pensam, há sobre o engenheiro uma grande responsabilidade, pois este também lida com a vida das pessoas, portanto ele deve garantir a segurança de seus clientes e de todos em sua volta e por conta disso o profissional deve estar sempre a favor da ética. Cabe ao engenheiro zelar pela melhoria do desenvolvimento social, no qual as condições de convivência e relacionamento devem alcançar o melhor comportamento humano, sempre exercendo a profissão de maneira honesta, digna e cidadã, podendo assim servir como um exemplo para a sociedade. Ser um profissional na área da engenharia civil representa uma responsabilidade social, pois ele é o agente capaz de exercer a profissão em prol da preservação e desenvolvimento da sociedade e do ser humano, de seu ambiente e de seus valores. Portanto, a engenharia deve ser levada a sério, utilizando técnicas adequadas que asseguram os resultados propostos, objetivando a qualidade do serviço prestado para que se alcance um produto satisfatório, sempre levando em consideração a segurança nos procedimentos realizados. O profissional de engenharia deve preservar o conceito da profissão, ou seja, não denegrir a imagem da profissão perante a sociedade, sempre desempenhando sua função dentro dos limites de suas atribuições e da respectiva capacidade de realização da mesma. Para tanto, é necessário que os profissionais se empenhem na busca pela consolidação da cidadania e da solidariedade profissional, e impedir que transgressões éticas ocorram. O engenheiro civil deve oferecer seu conhecimento para o bem da humanidade, harmonizando seus interesses pessoais aos coletivos, contribuindo, assim, na preservação da segurança da sociedade. Atualmente, o mercado tem se tornado um ditador de mandamentos aos quais o profissional é posto a prova em relação a sua formação intelectual e ao seu comportamento. Com isto, a competitividade aumenta consideravelmente entre os profissionais, e somando-se a isto, em alguns momentos ocorre a desvalorização da profissão, pois quando um profissional abaixa o preço de um serviço, consequentemente a qualidade do serviço prestado também há de cair, e assim, colocando em risco a sociedade. Portanto, para que não haja a redução do profissional a um mero candidato ao desempenho de funções estereotipadas pelo ditame mercantil, ou ainda mais grave que isso, que um profissional infrinja seu código de ética para se sobressair na competição mercantil, o engenheiro precisa estar ciente de que deve competir no mercado sempre guiando seu código de ética, para preservar seus interesses e de seus clientes, ou seja, a sociedade. Essa competitividade é relativamente nova, pois nas edições antigas do código de ética não era permitido à concorrência de preços entre os profissionais. 3.2 Responsabilidade Técnica O profissional de engenharia civil executa uma atividade na área tecnológica, portanto deve assumir a responsabilidade técnica pelo serviço que realiza que é regido por imperativos morais, respeito mútuo entre colegas de profissão e normas que estabelecem as relações entre o profissional e o cliente. A responsabilidade técnica é derivada do código de ética profissional, se houver o descumprimento da legislação ou exercício não correspondente ao condizente da profissão, o profissional pode responder um processo ético-disciplinar, conforme a gravidade da falta cometida serão aplicadas penas legais a pessoa física, como multa e suspensão do exercício da profissão. A atividade de construir é delegada aos operários, estes assumem a responsabilidade prática, porém cabe ao profissional delegar a função a um operário competente para exercer esta atividade, respondendo então pela lei como responsável técnico. Este também deve se certificar de utilizar materiais que possuam selos de qualidade,garantindo segurança para quem for usufruir do imóvel, para isto é preciso requisitar testes de qualidade do fornecedor dos materiais. A responsabilidade de uma edificação sempre recaía somente sobre o engenheiro civil, porém, após o acontecido na Boate Kiss, ficou visível que apenas a falha do engenheiro nem sempre é o suficiente para desencadear uma tragédia, e sim, um conjunto de falhas e erros são capazes de colocar a vida de centenas de pessoas em risco. No caso da Boate Kiss, quatro fatores foram determinantes para que a tragédia se desencadeasse: material inadequado para revestimento, utilização de sinalizadores em local fechado, superlotação e uma única saída de emergência. Percebe-se que a responsabilidade pela tragédia não recai somente sobre o engenheiro civil responsável, pois não houve nenhuma fiscalização dos órgãos responsáveis. Dentre os órgãos responsáveis pela fiscalização envolvidos podemos destacar a Prefeitura Municipal de Santa Maria, Corpo de Bombeiros e Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). 4 CONCLUSÃO Em qualquer profissão é importante que seguir o código de ética profissional, pois ele é uma forma de garantia e segurança para o profissional e também para o cliente, somente através dele o mercado de trabalho poderá contar com profissionais competentes, confiáveis e que utilizem a profissão como um meio de melhorar a sociedade em que está inserido. Enquanto os profissionais agirem de forma negligente em relação a este assunto, estarão colocando em risco a integridade das obras que realizam, pondo toda honra e dignidade da profissão a perder, enquanto deveria usar seu conhecimento para o bem- estar da humanidade, servindo ao avanço público. Como consequência disso, as leis que envolvem a engenharia civil tem se tornado cada vez mais rígidas para evitar danos à população, fazendo com que os profissionais tenham cada vez mais consciência de que se deve levar a sério a profissão. O profissional não deve pensar apenas no dinheiro, e sim na qualidade de vida daqueles que irão usufruir da construção. É relevante ressaltar a importância dos órgãos fiscalizadores, somente esses podem controlar a qualidade dos serviços prestados, aplicando as devidas penalidades aqueles que infringirem a ética, honra e cidadania. REFERÊNCIAS Código de ética profissional da engenharia, da agronomia, da geologia, da geografia e da meteorologia. 9. Ed. 2014. Disponível em: <http://www.confea.org.br/ media/codigo_etica_ sistemaconfea_8edicao_2015.pdf>. Acesso em: 24 de outubro de 2017. CHEMIN, Beatris F. Manual da Univates para trabalhos acadêmicos: planejamento, elaboração e apresentação. 3. ed. Lajeado: Univates, 2015. E-book. Disponível em: <http://www.univates.br/ biblioteca>. Acesso em: 17 de outubro de 2017. 2017. Congresso Nacional. Lei Nº 5.194. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L5194.htm>. Acesso em: 24 de outubro de 2017. http://www.confea.org.br/%20media/codigo_etica_%20sistemaconfea_8edicao_2015.pdf http://www.confea.org.br/%20media/codigo_etica_%20sistemaconfea_8edicao_2015.pdf Considerações sobre a responsabilidade. Disponível em: <https://engenhariacivilfsp. files.wordpress.com/2014/03/considerac3a7c3b5es-sobre-a-responsabilidade.pdf>. Acesso em: 24 de outubro de 2017. Ministério da Educação. Pensar o Ambiente: bases filosóficas para a Educação Ambiental. Edição eletrônica. 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ dmdocuments/publicacao4.pdf>. Acesso em: 17 de outubro de 2017. OLIVEIRA, Antônio Roberto. Ética Profissional. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Belém do Pará. Disponível em: <http://estudio01.proj.ufsm.br/ cadernos/ifpa/tecnico_ metalurgica /etica _ profissional.pdf>. Acesso em: 24 de outubro de 2017. PELACANI, Valmir Luiz. Responsabilidade Na Construção Civil. Disponível em: <http://177.92.30.55/ws/wp-content/uploads/2016/12/caderno07.pdf>. Acesso em: 24 de outubro de 2017. SOUZA, Deivid Vieira de; MACHADO, Rafael Fonseca; MONTES, Raissa Garcia Evangelista; SOUZA, Isabel Cristina de. Incêndio da Boate Kiss: análise da conduta ética dos engenheiros civis. Disponível em: <http://www.revistajurisfib.com.br/artigos/ 1395811460.pdf>. Acesso em: 17 de outubro de 2017. http://estudio01.proj.ufsm.br/%20cadernos/ifpa/tecnico_%20metalurgica%20/etica%20_%20profissional.pdf http://estudio01.proj.ufsm.br/%20cadernos/ifpa/tecnico_%20metalurgica%20/etica%20_%20profissional.pdf
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