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Ética na Engenharia de Produção

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
 
 
 
 
 Antonio Marcos dos Santos Leite - RA: 3619101306 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Relatório técnico apresentado como requisito parcial 
para obtenção de aprovação na disciplina Projeto 
Integrador de Modelagem e Sistemas Físicos, no 
Curso de Engenharia de Produção, na Universidade 
Nove de Julho. 
 
 
Prof. M.e Francisco Sinderlan 
 
 
 
 
São Paulo 2020 
2 
 
RESUMO 
 
 
 
Este trabalho apresenta estudos de caso nos quais a atuação do profissional de 
Engenharia não priorizou a conduta ética necessária a atividade com consequências 
desastrosas para a sociedade. 
 
Palavras-chave: ética, moral, Engenharia.
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 4 
2. OBJETIVO...................................................................................................................... 5 
3. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 6 
3.1. O conceito de ética ................................................................................................... 6 
3.2. Ética e moral .............................................................................................................. 7 
3.3. A Ética aplicada à Engenharia.................................................................................. 7 
3.3.1. Princípios éticos no Código de Ética do Engenheiro ......................................... 8 
3.3.2. Deveres éticos no Código de Ética do Engenheiro ............................................. 9 
3.3.3. Das condutas vedadas ao Engenheiro .............................................................. 11 
3.4. A Engenharia de Produção ..................................................................................... 12 
3.4.1. Competências do Engenheiro de Produção .......................................................... 14 
4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 15 
5. SITUAÇÕES ONDE A ÉTICA PROFISSIONAL NÃO FOI PRIORIDADE ..................... 16 
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 19 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 11 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Para reconhecer a importância da ética para a sociedade, inicialmente 
devemos compreender o seu conceito: é um ramo da filosofia dedicado ao estudo dos 
assuntos morais, a conduta, de um indivíduo ou de um grupo. 
Considerando um ponto de vista menos filosófico e mais prático, podemos 
compreender um pouco melhor esse conceito examinando certas condutas do nosso 
dia a dia, quando nos referimos ao comportamento de alguns profissionais como, por 
exemplo, um advogado, um empresário, um jornalista, um médico, um político e até 
mesmo um professor. Para estes casos, é bastante comum ouvir expressões como: 
ética médica, ética jornalística, ética empresarial etc. e num sentido mais amplo ética 
profissional. A ética profissional vem a ser o conjunto de normas éticas que formam a 
consciência do profissional e representam imperativos de sua conduta. 
A ética às vezes é confundida com lei, já que com certa frequência, a lei tem 
como base princípios éticos, no entanto os conceitos são distintos: nenhum indivíduo 
pode ser obrigado a cumprir normas éticas, nem pelo Estado, nem por outros 
indivíduos, tampouco pode sofrer qualquer punição pela desobediência a estas 
normas. No entanto, quando consideramos as normas legais, a obediência deve ser 
compulsória, havendo ou não a concordância do indivíduo, estando o indivíduo sujeito 
a sanções no caso de desobediência. Além disso, a lei pode ser omissa quanto a 
questões abrangidas pela ética. 
 
 
5 
 
2. OBJETIVO 
 
O objetivo geral do presente trabalho é apresentar o conceito de ética e enfatizar 
a importância da ética profissional na Engenharia de Produção. 
Os objetivos específicos são apresentar estudos de casos ocorridos em 
diferentes ramos da Engenharia onde a ética profissional não foi priorizada e assim 
reforçar a necessidade da conduta ética do Engenheiro de Produção. 
 
 
6 
 
3. REVISÃO DA LITERATURA 
3.1. O conceito de ética 
Segundo a ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA (2020), a ética, também chamada 
filosofia moral, é a disciplina preocupada com o que é moralmente bom e ruim e com 
o que é moralmente certo e errado. O termo também é aplicado a qualquer sistema 
ou teoria de valores ou princípios morais. 
Como devemos viver? Devemos procurar a felicidade ou o conhecimento, a 
virtude ou a criação de objetos bonitos? Se escolhermos a felicidade, será nossa ou 
a felicidade de todos? E quais são as perguntas mais específicas que enfrentamos: é 
correto ser desonesto por uma boa causa? Podemos justificar viver em opulência 
enquanto outras pessoas no mundo passam fome? A guerra é justificada nos casos 
em que é provável que pessoas inocentes sejam mortas? É errado clonar um ser 
humano ou destruir embriões humanos em pesquisas médicas? Quais são as nossas 
obrigações, se houver, com as gerações de seres humanos que virão depois de nós 
e com os animais não humanos com quem compartilhamos o planeta? 
A ética lida com essas questões em todos os níveis. Seu assunto consiste nas 
questões fundamentais da tomada de decisão prática, e suas principais preocupações 
incluem a natureza do valor final e os padrões pelos quais as ações humanas podem 
ser julgadas certas ou erradas. 
Os termos ética e moralidade estão intimamente relacionados. Agora é comum 
se referir a julgamentos éticos ou a princípios éticos nos quais antes teria sido mais 
preciso falar de julgamentos ou princípios morais. Essas aplicações são uma extensão 
do significado da ética. No uso anterior, o termo se referia não à própria moralidade, 
mas ao campo de estudo, ou ramo de investigação, que tem a moralidade como 
objeto. Nesse sentido, a ética é equivalente à filosofia moral. 
Embora a ética sempre tenha sido vista como um ramo da filosofia, sua 
natureza prática abrangente a vincula a muitas outras áreas de estudo, incluindo 
Antropologia, Biologia, Economia, História, Política, Sociologia e Teologia. No entanto, 
a ética permanece distinta de tais disciplinas, porque não é uma questão de 
conhecimento factual da maneira que são as ciências e outros ramos da investigação. 
Em vez disso, tem a ver com determinar a natureza das teorias normativas e aplicar 
esses conjuntos de princípios a problemas morais práticos. 
7 
 
3.2. Ética e moral 
Ética (do grego ethos, caráter) e moral (do latim moris, costumes) são temas 
relacionados e informalmente não há problema em utilizá-las como sinônimos, mas 
filosoficamente falando existem diferenças (TESTEZLAF, 2016). A moral se 
fundamenta na obediência a hábitos, costumes, regras ou mandamentos culturais, 
hierárquicos ou religiosos e a ética busca a fundamentação teórica para encontrar o 
melhor modo de viver; a busca do melhor estilo de vida, busca fundamentar o modo 
de viver pelo pensamento humano. 
TESTEZLAF (2016) diz que a moral é fruto do padrão cultural vigente e 
incorpora as regras eleitas como necessárias ao convívio entre os membros dessa 
sociedade. O que é imoral agora, necessariamente não o será no futuro (por 
exemplo: relação homoafetiva). O que é moral em outros países pode não ser no 
Brasil, por exemplo, a poligamia. Sintetizando: a moral fornece as normas para 
conduta do homem na sociedade. 
 
3.3. A Ética aplicada à Engenharia 
A ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam a consciência 
do profissional e representam imperativos de sua conduta. A profissão realiza-se 
pelo cumprimento responsável e competente dos compromissosprofissionais, 
munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos e a 
qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando a segurança nos seus 
procedimentos. 
A ética na Engenharia estuda as questões relacionadas com a conduta moral 
e as relações das pessoas e organizações envolvidas no desenvolvimento 
tecnológico (TESTEZLAF, 2016). 
Regula os relacionamentos entre: 
 o Engenheiro e a sociedade; 
 o Engenheiro e outros profissionais; 
 o Engenheiro e meio ambiente; 
 o empregado e o empregador; e 
 o Engenheiro e seus clientes. 
8 
 
 
Especificamente considerando a Engenharia, temos o seguinte pensamento 
de MARTIN & SCHINZINGER (1988): 
 
“A Engenharia é a profissão mais numerosa, e afeta a maior parte de nós em muitas 
áreas das nossas vidas. A competência da mão de um cirurgião afeta um paciente de cada 
vez; [mas] o juízo/parecer de um engenheiro pode influenciar milhares de vidas de uma só 
vez”. 
 
A ética aplicada à Engenharia é primordial para o incremento a capacidade 
dos Engenheiros, gestores, cidadãos e no sentido de responsabilidade, o 
profissional de engenharia está constantemente exposto a dilemas morais devido à 
concorrência excessiva do mundo competitivo, pressões indevidas, ignorância de 
gestores. 
Para consolidar as normas éticas para o exercício da profissão da Engenharia 
foi estabelecido em 1971 o Código de Ética Profissional (CONFEA, 2019) o qual 
acompanha o cotidiano dos profissionais da Engenharia, da Agronomia e das 
Geociências e atende uma determinação expressa na letra "n" do Art. 27 da Lei nº 
5.194/1966 (BRASIL, 1966). 
O Código de Ética Profissional recebeu sua última atualização em 2002, por 
meio da Resolução nº 1.002. A partir desse compilado de princípios éticos, o 
CONFEA propaga a Ética profissional como caminho para alcançar a excelência das 
profissões, bem como a valorização do Código como principal instrumento para 
orientar a conduta dos profissionais. 
 
3.3.1. Princípios éticos no Código de Ética do Engenheiro 
No Art. 8º do Código de Ética Profissional (CONFEA, 2019) está expressa 
que a prática da profissão do Engenheiro é fundada nos seguintes princípios éticos 
aos quais o profissional deve pautar sua conduta: 
I) A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de 
exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento 
harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores (objetivo da 
9 
 
profissão). 
II) A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente pelos 
conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se pela 
prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da qualidade de vida do homem 
(natureza da profissão). 
III) A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e 
cidadã (honradez da profissão). 
IV) A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos 
compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os 
resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando 
a segurança nos seus procedimentos (eficácia profissional). 
V) A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com espírito 
progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, 
beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre 
os profissionais e com lealdade na competição (relacionamento profissional). 
VI) A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável 
na intervenção sobre os ambientes natural e construído, e na incolumidade das 
pessoas, de seus bens e de seus valores (intervenção profissional sobre o meio). 
VII) A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua 
prática de interesse coletivo (liberdade e segurança profissionais). 
 
3.3.2. Deveres éticos no Código de Ética do Engenheiro 
No Art. 9º do Código de Ética Profissional (CONFEA, 2019) estão 
relacionados os deveres éticos na prática da profissão do Engenheiro: 
I) ante o ser humano e a seus valores: 
a) oferecer seu saber para o bem da humanidade; 
b) harmonizar os interesses pessoais aos coletivos; 
c) contribuir para a preservação da incolumidade pública; 
d) divulgar os conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos inerentes à 
profissão; 
 II) ante a profissão: 
10 
 
a) identificar-se e dedicar-se com zelo à profissão; 
b) conservar e desenvolver a cultura da profissão; 
c) preservar o bom conceito e o apreço social da profissão; 
d) desempenhar sua profissão ou função nos limites de suas atribuições e de sua 
capacidade pessoal de realização; 
e) empenhar-se junto aos organismos profissionais para a consolidação da 
cidadania e da solidariedade profissional, e da coibição das transgressões éticas; 
III) nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores: 
a) dispensar tratamento justo a terceiros, observando o princípio da eqüidade; 
b) resguardar o sigilo profissional quando do interesse de seu cliente ou empregador, 
salvo em havendo a obrigação legal da divulgação ou da informação; 
c) fornecer informação certa, precisa e objetiva em publicidade e propaganda 
pessoal; 
d) atuar com imparcialidade e impessoalidade em atos arbitrais e periciais; 
e) considerar o direito de escolha do destinatário dos serviços, ofertano-lhe, sempre 
que possível, alternativas viáveis e adequadas às demandas em suas propostas; 
f) alertar sobre os riscos e responsabilidades relativos às prescrições técnicas e às 
conseqüências presumíveis de sua inobservância; 
g) adequar sua forma de expressão técnica às necessidades do cliente e às normas 
vigentes aplicáveis; 
IV) nas relações com os demais profissionais: 
a) atuar com lealdade no mercado de trabalho, observando o princípio da igualdade 
de condições; 
b) manter-se informado sobre as normas que regulamentam o exercício da profissão; 
c) preservar e defender os direitos profisionais; 
V) ante o meio: 
a) orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do 
desenvolvimento sustentável; 
b) atender, quando da elaboração de projetos, execução de obras ou criação de 
novos produtos, aos princípios e recomendações de conservação de energia e de 
11 
 
minimização dos impactos ambientais; 
c) considerar em todos os planos, projetos e serviços as diretrizes e disposições 
concernentes à preservação e ao desenvolvimento dos patrimônios sócio-cultural e 
ambiental. 
 
3.3.3. Das condutas vedadas ao Engenheiro 
Em seu Art. 10 o Código de Ética Profissional (CONFEA, 2019) relaciona 
explicitamente as condutas vedadas ao profissional da Engenharia no exercício da 
profissão. 
I) ante o ser humano e a seus valores: 
a) descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres do ofício; 
b) usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma 
abusiva, para fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais; 
c) prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato 
profissional que possa resultar em dano às pessoas ou a seus bens patrimoniais; 
II) ante a profissão: 
a) aceitar trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa para os quais não tenha 
efetiva qualificação; 
b) utilizar indevida ou abusivamente do privilégio de exclusividade de direito 
profissional; 
c) omitir ou ocultar fato de seu conhecimento que transgrida à ética profissional; 
III) nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores: 
a) formular proposta de salários inferiores ao mínimo profissional legal; 
b) apresentar proposta de honorários com valores vis ou extorsivos ou 
desrespeitando tabelas de honorários mínimos aplicáveis; 
c) usar de artifícios ou expedientes enganosos para a obtenção de vantagens 
indevidas, ganhos marginais ou conquista de contratos; 
d) usar de artifícios ou expedientes enganososque impeçam o legítimo acesso dos 
colaboradores às devidas promoções ou ao desenvolvimento profissional; 
e) descuidar com as medidas de segurança e saúde do trabalho sob sua 
coordenação; 
12 
 
f) suspender serviços contratados, de forma injustificada e sem prévia comunicação; 
g) impor ritmo de trabalho excessivo ou exercer pressão psicológica ou assédio 
moral sobre os colaboradores; 
IV) nas relações com os demais profissionais: 
a) intervir em trabalho de outro profissional sem a devida autorização de seu titular, 
salvo no exercício do dever legal; 
b) referir-se preconceituosamente a outro profissional ou profissão; 
c) agir discriminatoriamente em detrimento de outro profissional ou profissão; 
d) atentar contra a liberdade do exercício da profissão ou contra os direitos de outro 
profissional; 
V) ante o meio: 
a) prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato 
profissional que possa resultar em dano ao ambiente natural, à saúde humana ou 
ao patrimônio cultural. 
 
3.4. A Engenharia de Produção 
A Engenharia de Produção trata do planejamento, projeto, implantação, 
controle e otimização de sistemas produtivos, buscando uma integração de pessoas, 
informações, materiais e equipamentos a fim de produzir um serviço ou produto de 
modo econômico, consistente com os valores sociais vigentes e a preservação dos 
recursos naturais e do ambiente. Deste modo, a Engenharia de Produção pode ser 
exercida em praticamente todas as atividades produtivas humanas, embora sua 
aplicação se faça particularmente necessária na produção industrial de bens e na 
prestação de serviços complexos (BATALHA, 2008; BORCHARDT, 2009). 
Ela constitui o elo entre a tecnologia propriamente dita e o planejamento e 
gerência de sistemas produtivos, fundamentando-se nas ciências matemáticas, 
físicas e sociais, bem como em princípios e métodos de engenharia para especificar, 
prever, avaliar e melhorar os resultados obtidos por tais sistemas. O Engenheiro de 
Produção é, portanto, um profissional que, além de conhecimentos específicos de 
tecnologia, tem uma formação especial voltada para o projeto e a gerência de 
sistemas produtivos, atuando na interface das partes tecnológica e gerencial da 
Engenharia. 
13 
 
Por este caráter de interface, existe muita confusão, mesmo entre 
profissionais da área, no que se refere à diferença entre Engenharia de Produção e 
a Administração de Empresas. Tal conflito de conceituação pode ser esclarecido 
quando se observa o enfoque principal destas duas ciências: enquanto a 
Administração centra-se, principalmente, na gestão dos processos administrativos, 
processos de negócio e na organização estrutural da empresa, a engenharia de 
produção concentra-se na gestão dos processos produtivos. 
Corroborando com esta visão, CUNHA (2002), apresenta um diagrama que 
situa diversos cursos de Engenharia e a Administração relativamente à sua 
abrangência de conteúdos. Tais conteúdos estão divididos em três temas principais, 
quais sejam: 
 Gestão do Negócio: onde são abordados temas relacionados com estratégia 
empresarial, empreendedorismo, gestão financeira, entre outros que se 
relacionam com a inserção de uma organização em um mercado; 
 Gestão da Produção: onde se situam temas relacionados com a melhor 
utilização dos recursos de produção de modo a fabricar e entregar produtos 
ou prestar serviços em maior quantidade e qualidade, em um menor custo e 
tempo; 
 Sistemas Técnicos: relacionam-se com o conhecimento clássico da 
Engenharia, que está centrado, primordialmente, na transformação de 
energia de uma forma em outra (energia elétrica em movimento, e.g). Pode-
se dizer que é a aplicação científica prática dos conhecimentos das áreas de 
Física, Química e Matemática. 
CUNHA (2002) mostra, ainda, que existem dois tipos de cursos de 
Engenharia de Produção no país: os ditos plenos e os com habilitação específica em 
um ramo clássico da engenharia. O curso de Engenharia de Produção, que 
concentram quase toda a sua carga horária profissionalizante no estudo da gestão 
da produção, e o curso de graduação em Engenharia de Produção Mecânica, tipo 
dividem essa carga entre estudo da gestão da produção e dos sistemas técnicos. 
A respeito da existência destes dois tipos de cursos, pode-se afirmar que no 
bojo da comunidade da Engenharia de Produção no país, ainda não há um consenso 
a respeito de qual tipo de curso deve ser estimulado ou incentivado. Alguns 
pesquisadores afirmam que a Engenharia de Produção tem o seu corpo técnico 
14 
 
inserido em um dos ramos clássicos da engenharia, enquanto outros afirmam que a 
Engenharia de Produção possui, por si só, um caráter técnico nas suas áreas de 
atuação. 
3.4.1. Competências do Engenheiro de Produção 
1. Ser capaz de dimensionar e integrar recursos físicos, humanos e 
financeiros a fim de produzir, com eficiência e ao menor custo, considerando a 
possibilidade de melhorias contínuas 
2. Ser capaz de utilizar ferramental matemático e estatístico para modelar 
sistemas de produção e auxiliar na tomada de decisões 
3. Ser capaz de projetar, implementar e aperfeiçoar sistemas, produtos e 
processos, levando em consideração os limites e as características das 
comunidades envolvidas 
4. Ser capaz de prever e analisar demandas, selecionar tecnologias e know-
how, projetando produtos ou melhorando suas características e funcionalidade 
5. Ser capaz de incorporar conceitos e técnicas da qualidade em todo o 
sistema produtivo, tanto nos seus aspectos tecnológicos quanto organizacionais, 
aprimorando produtos e processos, e produzindo normas e procedimentos de 
controle e auditoria 
6. Ser capaz de prever a evolução dos cenários produtivos, percebendo a 
interação entre as organizações e os seus impactos sobre a competitividade 
7. Ser capaz de acompanhar os avanços tecnológicos, organizando-os e 
colocando-os a serviço da demanda das empresas e da sociedade 
8. Ser capaz de compreender a relação dos sistemas de produção com o meio 
ambiente, tanto no que se refere a utilização de recursos escassos quanto à 
disposição final de resíduos e rejeitos, atentando para a exigência de 
sustentabilidade 
9. Ser capaz de utilizar indicadores de desempenho, sistemas de custeio, bem 
como avaliar a viabilidade econômica e financeira de projetos 
10. Ser capaz de gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas empresas 
utilizando tecnologias adequadas 
15 
 
4. METODOLOGIA 
 
O levantamento bibliográfico foi de fundamental importância para uma reflexão 
crítica, de forma a correlacionar a ética, tanto no sentido amplo quanto no sentido 
estrito, com a atuação do Engenheiro de Produção. 
O método aplicado no estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e 
documental. O material consultado era composto por monografias, dissertações de 
mestrado, artigos publicados em periódicos, normas e leis, o qual foi especificado nas 
referências bibliográficas ao final do trabalho. 
16 
 
5. SITUAÇÕES ONDE A ÉTICA PROFISSIONAL NÃO FOI PRIORIDADE 
 
Com base em WALPOLE (2016), podemos elencar alguns episódios no qual a 
ética profissional foi relegada a segundo plano com resultados desastrosos: 
 Lançamento do ônibus espacial Challenger (MOORHEAD, 1991; DALAL, 2012): 
Em 28 de janeiro de 1986, havia uma previsão de frente fria em Orlando, na 
Flórida, com temperaturas de até 18°C na manhã em que o ônibus estava 
programado para ser lançado. Essas temperaturas estavam muito fora da faixa 
de temperatura qualificada (os anéis de vedação dos reservatórios de 
combustível não eram eficientes a baixas temperaturas), mas as pressões em 
torno do lançamento priorizaram os prazos em detrimento dos protocolos de 
segurança. Allan J. McDonald, ex-diretor do projeto, cumpriu sua obrigação 
ética de informar seus superiores e a NASA que acreditava que manter o 
lançamento era muito perigoso, mas foi ignorado. À época,McDonald afirmou 
que os engenheiros têm a obrigação moral de provar que algo é seguro e não 
provar que algo vai falhar. 
 Explosão da plataforma de petróleo Piper Alpha (PATÉ-CORNELL, 1993; FLIN, 
2001): a Piper Alpha era uma plataforma petrolífera no Mar do Norte, a 
aproximadamente 190 km a nordeste de Aberdeen, na Escócia, e era operada 
pela Occidental Petroleum Ltd. e pela Texaco. Foi destruída por uma explosão 
em 6 de julho de 1988, matando 167 pessoas. Na época do desastre, a 
plataforma respondia por cerca de 10% da produção de petróleo e gás do Mar 
do Norte, e o acidente foi considerado o pior desastre petrolífero marítimo em 
termos de vidas perdidas e de impacto na indústria (alguns cálculos indicaram 
que 20% da produção anual de energia do Reino Unido foi consumido na 
explosão e no incêndio). Segundo a engenheira Deborah Grubbe, ex-diretora 
de segurança da BP e da DuPont, as exigências dos acionistas e da 
Administração não deveriam se sobrepor à segurança e à integridade de um 
projeto e os engenheiros responsáveis por um projeto não deveriam ceder às 
pressões do retorno do investimento e assim desastres evitáveis não 
ocorreriam. Segundo ela, a produção deve poder ser interrompida em nome da 
segurança. Se isso tivesse ocorrido, a proporção do acidente poderia ter sido 
menor. 
Após o acidente, a regulamentação da atividade offshore foi reavaliada, foram 
17 
 
estabelecidos critérios mais rigorosos no projeto e construção de plataformas, 
foram propostas melhorias nos sistemas de segurança e nas facilidades para 
evacuação, fuga e resgate. 
 Colapso da passarela do hotel Hyatt Regency: foi um desastre que ocorreu em 
17 de julho de 1981 em Kansas City, matando 114 pessoas e ferindo mais de 
200 durante uma competição de dança, quando o segundo e o quarto andares 
desmoronaram sob o peso de foliões dançando. Foi considerado o colapso 
estrutural com mais mortos na história dos Estados Unidos à época. 
Para os engenheiros, a falta de comunicação pode ter consequências 
devastadoras. Os engenheiros são responsáveis pela vida do público e devem 
garantir que todos os protocolos de segurança sejam adotados e comunicados 
a todos os envolvidos no projeto, do início à conclusão dos trabalhos. 
Mudanças no projeto, sob a responsabilidade de empresas diferentes, fizeram 
com que as passarelas dificilmente conseguissem suportar o peso próprio da 
estrutura, muito menos somado ao peso dos espectadores. 
Os engenheiros empregados pela Jack D. Gillum and Associates, que 
assinaram os desenhos finais, foram condenados por negligência, conduta 
irregular e não profissional na prática da Engenharia. 
Também podemos extrair de WALPOLE (2016) que o que é pensado em grupo 
nem sempre é o certo. Mesmo que todo mundo esteja fazendo algo, se não parecer 
certo, provavelmente não está certo. 
 Apesar dos acidentes mencionados serem extemporâneos e situados no 
Exterior, há casos ocorridos no Brasil num passado recente, nos quais os acidentes 
ocorreram entre outros motivos, devido a atuações questionáveis de profissionais de 
Engenharia, similarmente aos casos acima, como: 
 a explosão e naufrágio da plataforma de petróleo P-36, de propriedade da 
estatal brasileira PETROBRAS, em 15 de março de 2001 (FIGUEIREDO, 2018). 
 o desabamento de parte da Ciclovia Tim Maia, 21 de abril de 2016, após ser 
atingida por uma forte ressaca do mar carioca. Segundo o CREA-RJ o acidente 
se deu devido à falha de projeto (OLIVEIRA, 2016). 
 o rompimento de barragem em Brumadinho em 25 de janeiro de 2019 foi o maior 
acidente de trabalho no Brasil em perda de vidas humanas (a morte de 259 
pessoas e o desaparecimento de outras 11 pessoas) e o segundo maior 
desastre industrial do século (o maior acidente industrial deste século foi o 
18 
 
desabamento de um prédio que abrigava fábricas em Bangladesh, causando 
1.127 mortes). Foi um dos maiores desastres ambientais da mineração do país, 
depois do rompimento de barragem em Mariana (FREITAS et al, 2019). 
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6. CONCLUSÃO 
 
A ética profissional tem valor primordial para delimitar a moral da sociedade e 
promover a organização. É fundamental ao definir as virtudes e atitudes necessárias 
ao exercício profissional. 
Uma profissão de grande influência e interferência direta na sociedade, como 
a Engenharia de Produção, deve ser aplicada de forma correta quanto a todos os 
princípios éticos. 
O profissional de Engenharia deve saber distinguir as possíveis fontes de erros 
e solucionar esses problemas. As situações apresentadas anteriormente mostram que 
o Engenheiro quando confrontado por dilemas éticos deve agir de modo a garantir a 
integridade da profissão, assegurando primordialmente a segurança, a saúde e o 
bem-estar do público. Deve executar serviços apenas em sua área de competência, 
deve evitar atos enganosos e agir com cada cliente como um profissional confiável, 
visto que a sociedade espera que as decisões tomadas por parte do Engenheiro sejam 
resultado de análise e reflexão, honrando o direito dos outros e não focando em 
compensação financeira a qualquer custo.
 
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