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SGM-102 OSTENSIVO NORMAS SOBRE LICITAÇÕES, ACORDOS E ATOS ADMINISTRATIVOS (NOLAM) MARINHA DO BRASIL SECRETARIA-GERAL DA MARINHA 2020 #Ir ao índice OSTENSIVO SGM-102 NORMAS SOBRE LICITAÇÕES, ACORDOS E ATOS ADMINISTRATIVOS (NOLAM) MARINHA DO BRASIL SECRETARIA-GERAL DA MARINHA 2020 FINALIDADE: NORMATIVA 5ª REVISÃO OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - II - REV.5 ATO DE APROVAÇÃO Aprovo, para emprego na MB, a 5ª Revisão da publicação SGM-102 - NORMAS SOBRE LICITAÇÕES, ACORDOS E ATOS ADMINISTRATIVOS (NOLAM). Brasília, DF, 27 de fevereiro de 2020. MARCOS SILVA RODRIGUES Almirante de Esquadra Secretário-Geral da Marinha ASSINADO DIGITALMENTE AUTENTICADO PELO ORC RUBRICA EM____/____/____ CARIMBO OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - III - REV.5 ÍNDICE PÁGINAS Folha de Rosto................................................................................................................. I Ato de Aprovação............................................................................................................ II Índice............................................................................................................................... III Introdução........................................................................................................................ IX CAPÍTULO 1 - LICITAÇÕES 1.1 - Conceito................................................................................................................. 1-1 1.2 - Licitações de Obras e Serviços de Engenharia...................................................... 1-1 1.3 - Licitações de Serviços........................................................................................... 1-5 1.4 - Licitações de Compras........................................................................................... 1-16 1.5 - Parcelamento de Obras, Serviços e Compras........................................................ 1-31 1.6 - Modalidades de Licitação...................................................................................... 1-31 1.7 - Fases da Licitação.................................................................................................. 1-33 1.8 - Direito ao Contraditório e de Petição nas Licitações............................................. 1-37 1.9 - Interposição de Recurso......................................................................................... 1-37 1.10 - Intimação dos Atos Motivadores de Recurso...................................................... 1-37 1.11 - Representação e Pedido de Reconsideração........................................................ 1-38 1.12 - Compatibilidade com o “Programa de Aplicação de Recursos” (PAR).............. 1-38 1.13 - Adoção do Processo Administrativo.................................................................... 1-38 1.14 - Anulação e Revogação dos Atos Praticados pela Administração Pública........... 1-39 CAPÍTULO 2 - ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO 2.1 - Instrumento Convocatório..................................................................................... 2-1 2.2 - Utilização das Minutas-Padrão da AGU................................................................ 2-7 2.3 - Anexos do Instrumento Convocatório................................................................... 2-7 2.4 - Impugnação ao Instrumento Convocatório............................................................ 2-8 2.5 - Habilitação............................................................................................................. 2-8 2.6 - Demais Orientações Para Elaboração do Instrumento Convocatório.................... 2-13 2.7 - Orientação Normativa (ON) da AGU.................................................................... 2-17 OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - IV - REV.5 CAPÍTULO 3 - AFASTAMENTO DE LICITAÇÃO 3.1 - Hipóteses de Afastamento de Licitação................................................................. 3-1 3.2 - Publicação dos Afastamentos de Licitação na Imprensa Oficial........................... 3-1 3.3 - Instrução do Processo de Afastamento de Licitação.............................................. 3-1 3.4 - Sistema de Cotação Eletrônica de Preços para Aquisições de Pequeno Valor...... 3-6 3.5 - Sistema de Dispensa Eletrônica............................................................................ 3-8 CAPÍTULO 4 - PREGÃO PRESENCIAL 4.1 - Modalidade de Licitação “Pregão”........................................................................ 4-1 4.2 - Fases do Pregão Presencial.................................................................................... 4-2 4.3 - Convocação dos Interessados................................................................................ 4-2 4.4 - Da Impugnação do Edital ..................................................................................... 4-3 4.5 - Do Credenciamento .............................................................................................. 4-3 4.6 - Da Declaração de Cumprimento dos Requisitos de Habilitação........................... 4-3 4.7 - Do Julgamento e Fase de Lances........................................................................... 4-3 4.8 - Da Possibilidade de Negociação............................................................................ 4-4 4.9 - Direito de Petição.................................................................................................. 4-4 4.10 - Convocação de Remanescentes........................................................................... 4-5 4.11 - Procedimento Completo...................................................................................... 4-5 CAPÍTULO 5 - PREGÃO ELETRÔNICO 5.1 - Modalidade de Licitação “Pregão” na Forma Eletrônica...................................... 5-1 5.2 - Procedimento Completo........................................................................................ 5-2 5.3 - O Pregoeiro e a Equipe de Apoio no Pregão Eletrônico........................................ 5-6 5.4 - Do Sistema Eletrônico........................................................................................... 5-6 5.5 - Do Provedor do Sistema Eletrônico para a MB..................................................... 5-6 5.6 - Modalidade de Licitação “Pregão” na Forma Eletrônica nos Termos do Decreto nº 10.024/2019...................................................................................................... 5-7 5.7 - Procedimento Completo........................................................................................ 5-8 OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - V - REV.5 CAPÍTULO 6 - APROVAÇÃO DE MINUTAS DE EDITAIS, DE ACORDOS E DE ATOS ADMINISTRATIVOS 6.1 - Exame e Aprovação Jurídica................................................................................. 6-1 6.2 - Competência para Exame e Aprovação Jurídica................................................... 6-1 6.3 - Elaboração de Nota Técnica e de Proposta de Parecer Jurídico............................ 6-2 6.4 - Aprovação da Autoridade Superior........................................................................ 6-3 6.5 - Análise da Diretoria Especializada........................................................................ 6-3 6.6 - Aprovação Jurídica das Minutas de Convite e dos Termos de Afastamento de Licitação................................................................................................................ 6-3 6.7 - Prazo para encaminhamento de minutas para expedição de Nota Técnica........... 6-4 CAPÍTULO 7 - TRATAMENTO DAS MICROEMPRESAS, EMPRESAS DE PEQUENO PORTE E SOCIEDADES COOPERATIVAS NAS LICITAÇÕES7.1 - Enquadramento Legal............................................................................................ 7-1 7.2 - Definição de Microempresa................................................................................... 7-1 7.3 - Definição de Empresa de Pequeno Porte............................................................... 7-1 7.4 - Das Condições de Participação na Licitação......................................................... 7-1 7.5 - Da Comprovação da Regularidade Fiscal.............................................................. 7-1 7.6 - Do Direito de Preferência como Critério de Desempate....................................... 7-2 7.7 - Sociedades Cooperativas....................................................................................... 7-3 7.8 - Licitação com Exclusividade de Participação de Microempresa, Empresa de Pequeno Porte e Sociedade Cooperativa............................................................... 7-4 CAPÍTULO 8 - SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS 8.1 - O Sistema de Registro de Preços........................................................................... 8-1 8.2 - Adoção do Sistema de Registro de Preços............................................................. 8-1 8.3 - Licitação para Registro de Preços.......................................................................... 8-1 8.4 - Documentação do Registro de Preços................................................................... 8-2 8.5 - Partes no Registro de Preços................................................................................. 8-2 8.6 - Intenção de Registro de Preços (IRP).................................................................... 8-3 8.7 - Adesão à Ata de Registro de Preços...................................................................... 8-3 OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - VI - REV.5 CAPÍTULO 9 - ACORDOS ADMINISTRATIVOS 9.1 - Definição............................................................................................................... 9-1 9.2 - Contrato Administrativo........................................................................................ 9-1 9.3 - Carta-Contrato Administrativa............................................................................... 9-6 9.4 - Convênio................................................................................................................ 9-6 9.5 - Contrato de Concessão de Uso.............................................................................. 9-13 9.6 - Contrato de Concessão de Direito Real de Uso..................................................... 9-14 9.7 - Contrato ou Termo de Cessão de Uso.................................................................... 9-14 9.8 - Documentos Decorrentes....................................................................................... 9-17 9.9 - Contrato Padronizado............................................................................................ 9-19 9.10 - Acordos não elaborados pela MB........................................................................ 9-19 9.11 - Registro no SIAFI dos Acordos Administrativos................................................ 9-19 9.12 - Alteração dos Contratos de Serviços Continuados.............................................. 9-19 CAPÍTULO 10 - ATOS ADMINISTRATIVOS 10.1 - Definição............................................................................................................. 10-1 10.2 - Permissão de Uso................................................................................................. 10-1 10.3 - Autorização de Uso.............................................................................................. 10-1 CAPÍTULO 11 - COMPOSIÇÃO DOS ACORDOS E ATOS ADMINISTRATI- VOS 11.1 - Elementos dos Acordos e Atos Administrativos.................................................. 11-1 11.2 - Texto Sigiloso...................................................................................................... 11-13 11.3 - Itens e Subitens.................................................................................................... 11-14 11.4 - Numeração de Acordos e Atos Iniciais................................................................ 11-14 11.5 - Numeração de Documentos Decorrentes............................................................. 11-14 11.6 - Número Único de Processos................................................................................ 11-15 11.7 - Aprovação de Minuta........................................................................................... 11-15 11.8 - Despesas Contratuais........................................................................................... 11-15 11.9 - Contratos com Empresas Estrangeiras................................................................. 11-15 11.10 - Contratos Envolvendo Operações de Crédito Externas..................................... 11-16 11.11 - Prazo de Arquivamento de Processos Licitatórios, de Afastamento de OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - VII - REV.5 Licitação, Acordos e Atos Administrativos........................................................ 11-16 11.12 - Roteiro de Verificação Prévia de Procedimentos Licitatórios........................... 11-16 CAPÍTULO 12 - APLICAÇÃO DE SANÇÕES ADMINISTRATIVAS 12.1 - Aplicabilidade...................................................................................................... 12-1 12.2 - Sanções................................................................................................................ 12-1 12.3 - Competência........................................................................................................ 12-3 12.4 - Procedimento para Apuração de Responsabilidade............................................ 12-4 12.5 - Direito de Petição................................................................................................ 12-7 12.6 - Formalização das Sanções................................................................................... 12-8 12.7 - Outros Procedimentos Passíveis de Punição....................................................... 12-8 12.8 - Registro das Sanções no CADASTRO GERAL................................................. 12-8 12.9 - Omissão e Relevação........................................................................................... 12-8 12.10 - Inaplicabilidade de Penalidade na Convocação de Remanescentes.................. 12-9 CAPÍTULO 13 - LICITAÇÕES E ACORDOS ADMINISTRATIVOS NO EXTE- RIOR 13.1 - Procedimentos..................................................................................................... 13-1 13.2 - Obtenção.............................................................................................................. 13-1 13.3 - Equivalência de Moedas...................................................................................... 13-2 13.4 - Aquisição na “US NAVY”................................................................................... 13-2 13.5 - Pedidos no Exterior.............................................................................................. 13-2 13.6 - Enquadramento.................................................................................................... 13-3 13.7 - Ratificação........................................................................................................... 13-3 13.8 - Publicidade.......................................................................................................... 13-3 13.9 - Participação.......................................................................................................... 13-3 13.10 - Responsabilidade pela Elaboração dos Acordos Administrativos..................... 13-4 13.11 - Delegação de Competência para Assinatura no Exterior................................... 13-4 CAPÍTULO 14 - ACORDODE COMPENSAÇÃO 14.1 - Introdução............................................................................................................ 14-1 14.2 - Definições Básicas............................................................................................... 14-1 14.3 - Amparo Legal...................................................................................................... 14-5 OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - VIII - REV.5 14.4 - Aplicabilidade...................................................................................................... 14-5 14.5 - Objetivos da Compensação.................................................................................. 14-6 14.6 - Prazo de Compensação........................................................................................ 14-6 14.7 - Estrutura de compensação na MB....................................................................... 14-7 14.8 - Atribuições durante a fase de preparação para negociação de novos Acordos de Compensação.................................................................................................. 14-7 CAPÍTULO 15 - INOVAÇÃO, PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNO- LÓGICO 15.1 - Propósito ............................................................................................................. 15-1 15.2 - Aspectos Gerais .................................................................................................. 15-1 15.3 - Enquadramento Legal ......................................................................................... 15-1 15.4 - Definições ........................................................................................................... 15-1 15.5 - ICT Existentes no Âmbito da MB ...................................................................... 15-4 15.6 - Formas de Atuação das ICT ................................................................................ 15-4 15.7 - Celebração de Contratos de Transferência de Tecnologia pelas ICT ................. 15-4 15.8 - Dos Instrumentos Jurídicos de Parceria............................................................... 15-6 15.9 - Da Contratação de Produtos para Pesquisa e Desenvolvimento......................... 15-8 15.10 - Dos Ambientes Promotores da Inovação........................................................... 15-10 15.11 - Do Estímulo à Inovação nas Empresas.............................................................. 15-12 15.12 - Participação em Ganhos Econômicos Decorrentes de Atividades de Inovação. 15-14 ANEXOS ANEXO A - Lista de Siglas............................................................................................. A-1 ANEXO B - Legislação Pertinente.................................................................................. B-1 #Voltar ao índice OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - IX - REV.5 INTRODUÇÃO 1 - PROPÓSITO Estabelecer normas sobre a organização, elaboração, aprovação, celebração e controle relativos a licitações, acordos e atos administrativos no âmbito da Marinha do Brasil (MB), inclusive as decorrentes de operações de crédito e as voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento, conforme preconizado na Lei nº 10.973/2004 (Lei de Inovação Tecnológica - LIT). 2 - RECOMENDAÇÕES a) Os procedimentos inerentes às Licitações, Acordos e Atos Administrativos a serem adotados pelas UG da MB devem emanar, exclusivamente, de orientação da DAdM, não só os relativamente à elaboração das Notas Técnicas que comporão os processos licitatórios encaminhados às Consultorias Jurídicas da União (CJU) nos Estados para aprovação jurídica, como os relativos ao desenrolar do certame competitivo e os concernentes à execução contratual. Havendo dúvidas quanto aos procedimentos licitatórios, acordos e atos administrativos, que não sejam sanadas à luz destas Normas, deverá ser solicitada orientação unicamente à DAdM; e b) Os procedimentos atualmente adotados, que contrariem as determinações constantes destas Normas, e os casos omissos, deverão ser objeto de imediata informação da UG à DAdM, por mensagem, para orientação específica. 3 - LEGISLAÇÃO PERTINENTE As instruções e procedimentos estabelecidos nestas Normas baseiam-se na legislação pertinente relacionada no anexo B. As remissões a artigos de lei constantes das presentes Normas referem-se às Leis nº 8.666/1993, nº 10.520/2002, e diplomas normativos correlatos. Quando outra for a lei citada, será o seu número mencionado expressamente. 4 - SIGLAS No anexo A encontram-se evidenciadas, todas as siglas utilizadas. 5 - SUGESTÕES PARA APRIMORAMENTO DESTAS NORMAS É natural que, ainda, sejam detectadas falhas nas presentes Normas; entretanto, serão sanadas à medida que forem trazidas ao conhecimento da SGM, por intermédio da DAdM. Assim, sugestões, visando ao aprimoramento destas Normas poderão ser encaminhadas à DAdM, através das Caixas Postais 0521@admstr, DAdM-0521/admstr/Mar (ZIMBRA) do Correio Eletrônico, INTRANET ou outro meio de comunicação disponível. OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - X - REV.5 6 - PRINCIPAIS ALTERAÇÕES A presente revisão atualizou a Norma em diversos pontos, dentre as quais releva mencionar: a) Capítulo 1 - Inclusão das linhas gerais do processo licitatório, que pode possuir os mais diversos objetos, com regramentos específicos que deverão ser observados pelas OM. Nesse sentido, foram acrescentados artigos próprios relativos às Licitações de Obras e Serviços de engenharia, serviços em geral e compras. Buscou-se sistematizar os principais normativos, orientações e pareceres sobre o tema num único texto, de modo a facilitar a instrução dos processos licitatórios no âmbito da MB. Foram incluídas as principais inovações relativas a respeito dos temas, tais como a IN nº 5/2017, do antigo MPDG, a IN nº 1/2019 do SGD/ME, o Decreto nº 9.412/2018, o Decreto nº 8.473/2015, e as disposições relativas à Cotação Eletrônica de Preços; b) Capítulo 2 - Abordagem dos aspectos relevantes para fins de elaboração do Instrumento Convocatório, incluindo atualizações legislativas, esclarecimentos e posicionamentos do TCU, bem como orientações da AGU; c) Capítulo 3 - Inclusão do procedimento que deve ser observado, também, nos casos de Afastamento de Licitação, como por exemplo: a apresentação da documentação exigida na fase de habilitação e necessidade da realização da pesquisa de mercado. Além desses, o posicionamento da CJACM que dispensou o envio à CJU nos casos de Dispensa de Licitação quando objeto for o fornecimento de energia elétrica e a contratação de serviços prestados pela ECT; d) Capítulo 4 - Foram apresentados os pontos mais relevantes no que concerne ao Pregão na modalidade presencial, que ocorre em sessão pública nas dependências da OM, com vistas à contratação de bens considerados comuns. Diante da consolidação do Pregão, como a modalidade licitatória mais utilizada na Administração Pública, buscou-se detalhar as fases de credenciamento dos interessados, de julgamento e dos lances, que possuem tratamento distinto na modalidade eletrônica. Também foram acrescidas disposições relativas à possibilidade de negociação com o licitante vencedor, tema importante que permite assegurar de forma mais eficaz a escolha da proposta mais vantajosa; e) Capítulo 5 - Com o intuito de adequar o Pregão, na sua forma eletrônica, às orientações do TCU, da AGU e do antigo MPOG, foi inserido maior detalhamento acerca do seu procedimento na fase interna, além de alguns itens relativos à sua aplicabilidade nas contratações de serviços comuns de engenharia. As inovações trazidas pelo novo decreto que OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - XI - REV.5 regulamenta o Pregão Eletrônico (Decreto nº 10.024/2019) foram tratadas a partir do artigo 5.6 da Norma; f) Capítulo 6 - As mudanças ocorreram em função de alterações organizacionais e administrativas da AGU, quetiveram impacto direto no assessoramento jurídico da MB. Com as inovações, todos os estados brasileiros, com exceção da área abrangida pelo Com7ºDN, possuem uma CJU que, em regra, efetua as análises jurídicas dos processos licitatórios da MB; g) Capítulo 7 - Foi adequado às mudanças promovidas pela Lei Complementar nº 123/2006 e pelo Decreto nº 8.538/2015. A definição de Empresa de Pequeno Porte foi alterada em 2016, com a elevação da receita bruta a ser auferida em cada ano-calendário pelas referidas empresas; h) Capítulo 8 - A sistemática do Registro de Preços mereceu atenção, em capítulo próprio, em razão da sua larga utilização na MB. Foram tratados os institutos da participação e da adesão à ata de registro de preços, considerando as recentes alterações promovidas pelo Decreto nº 9.488/2018; i) Capítulo 9 - Atualização referente à competência para celebração de acordo/contrato administrativo, assim como a inclusão do disposto na Portaria nº 179/ME, que trata sobre a Racionalização de Gastos Públicos. Foram atualizados, também, os artigos que dispõem sobre Convênios, bem como os que tratam sobre Cessão de Uso; j) Capítulo 11 - Detalhamento dos institutos de Reajustamento e da Repactuação, a fim de dirimir eventuais dúvidas por parte de fiscal/gestor do contrato, na elaboração de TA ou de Termo de Apostilamento, além da padronização da CCC. k) Capítulo 12 - Foi inserido o procedimento administrativo para aplicação das sanções administrativas previstas na Lei nº 8.666/1993 e na Lei nº 10.520/2002, em virtude da ausência de disciplina sobre o assunto na legislação. l) Capítulo 14 - Atualização do capítulo com as atualizações decorrente da Lei nº 12.598/2012, Decreto nº 7.546/2011 e Portaria Normativa nº 61/GM-MD/2018; m) A retirada das remissões aos anexos disponibilizados pela Advocacia-Geral da União (AGU), bem como a recomendação de consulta aos modelos de editais, Termos de Referência, Contratos Administrativos e Listas de Verificação na página da AGU; e n) A supressão de todos os anexos, exceto a Lista de Siglas e a Legislação Pertinente que passaram a vigorar, respectivamente, como anexos A e B. Tais supressões foram efetuadas visando facilitar futuras alterações realizadas pela AGU e pelas normas pertinentes à OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - XII - REV.5 Licitações, Acordos e Atos Administrativos. Os anexos suprimidos que não constam na página da AGU estão disponíveis na página da DAdM na INTRANET, em “LICIT, ACORDOS E ATOS ADM/Modelos DAdM”. 7 - CLASSIFICAÇÃO Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411, como Publicação da Marinha do Brasil (PMB), não controlada, ostensiva e normativa. 8 - SUBSTITUIÇÃO Esta publicação substitui a 4ª Revisão da SGM-102 - NORMAS SOBRE LICITAÇÕES, ACORDOS E ATOS ADMINISTRATIVOS (NOLAM), aprovada em 24 de setembro de 2013. #Voltar ao índice OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-1 - REV.5 CAPÍTULO 1 LICITAÇÕES 1.1 - CONCEITO 1.1.1 - Licitação é o procedimento administrativo pelo qual a Administração Pública seleciona candidatos aptos a celebrar acordos ou a tornarem-se permissionários ou concessionários. 1.1.2 - A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) exige licitação prévia nas contratações referentes a obras, serviços, compras e alienações realizadas pela Administração Pública, só a dispensando nos casos em que a legislação especificar. 1.1.3 - A Norma Federal que rege a matéria, Lei nº 8.666/1993, ampliou o elenco de negócios jurídicos sujeitos à prévia licitação, acrescentando também a obrigatoriedade para as locações, concessões e permissões. 1.1.4 - Para realização de uma licitação, é necessária a observação da sequência a seguir (arts. 21, 23, 38 e 40), que constitui a fase interna da licitação: a) surgimento da necessidade de aquisição de bem, contratação de serviço, contratação de obras, alienação, locação, concessão e cessão; b) elaboração da requisição pelo interessado, com a devida justificativa; c) aprovação da necessidade pela autoridade competente (OD), após verificação da previsão de recursos orçamentários (com exceção da alienação, concessão e cessão); d) definição do objeto da licitação; e) elaboração da “estimativa de valor”, fulcrado nos preços praticados no mercado; f) elaboração do instrumento convocatório (edital, convite ou instrumento de afastamento de licitação); g) apreciação e aprovação das minutas de edital e contrato, nos termos do Capítulo 6; h) determinação da abertura da licitação; i) designação da Comissão de Licitação; e j) publicação. 1.2 - LICITAÇÕES DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA (art. 7º, da Lei nº 8.666/1993) 1.2.1 - Para a licitação de obras e serviços, faz-se necessária a observância dos seguintes requisitos definidos no art. 7º, § 2º, incisos I a IV, da Lei nº 8.666/1993: a) elaboração de PROJETO BÁSICO aprovado pela autoridade competente, e que, nos termos do art. 6º, inciso IX, do mesmo diploma legal corresponde ao conjunto de elementos OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-2 - REV.5 necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução. b) ORÇAMENTO DETALHADO em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários, observando o Decreto nº 7.983/2013; c) elaboração de PREVISÃO DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes da contratação; e d) o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual (PPA), quando for o caso. 1.2.2 - Para a definição do objeto, o administrador deve estar atento, ainda, às vedações constantes dos §§ 3º ao 6º, do art. 7º. 1.2.3 - O art. 7º é aplicado, no que couber, às contratações diretas por dispensa e inexigibilidade de licitação, consoante dispõe o seu § 9º. 1.2.4 - Projeto Básico x Projeto Executivo O art. 7º, caput, estabelece a necessidade de confecção de projeto básico e de projeto executivo em caso de licitação para a execução de obras ou prestação de serviços, o que também encontra previsão na Súmula nº 261, do TCU. Os elementos a constituírem o projeto básico e projeto executivo encontram-se previstos nos incisos IX e X, do art. 6º, respectivamente. No primeiro, devem constar, de forma detalhada, todas as informações necessárias para a formulação das propostas. Quanto ao projeto executivo, o § 1º, do art. 7º, por sua vez, faculta a elaboração do referido documento concomitantemente à execução do objeto, desde que haja autorização da Administração. Nos termos dos incisos I, II e III, do art. 9º, da Lei nº 8.666/1993, é vedada a participação direta ou indireta na execução da obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: a) do autor do projeto básico ou executivo, seja pessoa física ou jurídica; b) de empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de cinco por cento do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado; e OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-3 - REV.5 c) de servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação. Não obstante a vedação acima, o § 1º do artigo supracitado permite a participação do autor do projeto ou da empresa mencionada no inciso II, na licitação de obra ou serviço, ou na execução - como consultor ou técnico - nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada. No que se refereà participação indireta mencionada no caput, o § 3º dispõe que esta corresponde à existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimento e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários. O mencionado conceito de participação indireta é extensível aos membros da comissão de licitação, à luz do disposto no § 4º, do art. 9º. Consoante disposição do § 2º, do art. 9º, não há impedimento para que a licitação ou contratação de obra ou serviço inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração. Faz-se necessária a observância às diretrizes traçadas pela Resolução nº 361/1991, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA, que dispõe sobre a conceituação de Projeto Básico em Consultoria de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Nos termos do art. 2º, “o Projeto Básico é uma fase perfeitamente definida de um conjunto mais abrangente de estudos e projetos, precedido por estudos preliminares, anteprojeto, estudos de viabilidade técnica, econômica e avaliação de impacto ambiental, e sucedido pela fase de projeto executivo ou detalhamento.”. O seu § 2º, por sua vez, estabelece que “A qualidade do projeto deverá ser assegurada em cada uma das fases, bem como a responsabilidade técnica de seus autores.” O Projeto Básico será elaborado por profissional devidamente inscrito na entidade de classe. Faz-se necessário o cumprimento do art. 7º, da Resolução nº 361/1991, do CONFEA, o qual dispõe que os autores do Projeto Básico, sejam eles contratados ou pertencentes ao quadro técnico do órgão contratante, deverão providenciar "Anotação de Responsabilidade Técnica" - ART, instituída pela Lei Federal nº 6.496/1977, e regulamentada pelo mencionado Conselho. 1.2.5 - Regime de Execução da obra ou serviço (art. 10, da Lei nº 8.666/1993) A forma de execução das obras e serviços deverá ser informada por ocasião do edital, podendo ser direta ou indireta. OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-4 - REV.5 A execução indireta poderá ocorrer nos seguintes regimes, cujos conceitos estão delineados nas alíneas a, b, d e e, do inciso VIII, do art. 6º, respectivamente: a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; c) tarefa - quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; e d) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada. 1.2.6 – Responsabilidade Técnica O art. 13, da Lei nº 5.194/1966, a qual regula o exercício das profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo, dispõe que “os estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer outro trabalho de Engenharia, de Arquitetura e de Agronomia, quer público, quer particular, somente poderão ser submetidos ao julgamento das autoridades competentes e só terão valor jurídico quando seus autores forem profissionais habilitados de acordo com esta Lei.” Deverá ser observada a Lei nº 6.496/1977, que institui a "Anotação de Responsabilidade Técnica" na prestação de serviços de engenharia, de arquitetura e agronomia. A falta da ART sujeitará o profissional ou a empresa à multa prevista na alínea a, do art. 73, da Lei nº 5.194/1966, e demais cominações legais, conforme estabelece o art. 3º da Lei nº 6.496/1977. 1.2.7 - Orçamento Devem ser seguidas as disposições constantes do Decreto nº 7.893/2013, que estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União. Nos termos do decreto supra, o orçamento basear-se-á no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido pela Caixa Econômica Federal (CEF). OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-5 - REV.5 1.2.8 - Utilização do Pregão para Obras e Serviços de Engenharia A modalidade Pregão não é cabível para a contratação de execução de obras, em virtude do art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 10.520/2002, que estabelece expressamente em seu conceito que a aplicabilidade da respectiva modalidade é tão somente para aquisição de bens e serviços comuns. No entanto, não há óbice para a sua utilização quando o objeto se tratar de serviços de engenharia, desde que comum, consoante previsão expressa no art. 1º, do Decreto nº 10.024/2019, que também definiu tais serviços no inciso III, do seu art. 3º. 1.2.9 – Listas de Verificação e Modelos da AGU Encontram-se previstas no sítio da AGU, as Listas de Verificação para as modalidades convencionais Concorrência, Tomada de Preços e Convite (http://www.agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/244390), bem como as minutas- -padrão tanto para os casos de contratação de serviços comuns de engenharia, como também para os de obras e serviços por meio das modalidades convencionais (www.agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/295794). 1.2.10 - Orientações Normativas da AGU em caso de Obras e Serviços de Engenharia a) ON nº 5, de 2009 – Na contratação de obra ou serviço de engenharia, o instrumento convocatório deve estabelecer critérios de aceitabilidade dos preços unitários e global; b) ON nº 41, 2014 – A celebração de quaisquer convênios entre a União e os demais entes federativos não deve ser inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais), sendo que para obras e serviços de engenharia, exceto elaboração de projetos, deve ser igual ou superior a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). A vedação alcança todas as dotações orçamentárias, inclusive as decorrentes de emendas parlamentares. Para o alcance dos respectivos valores, admitem-se, exclusivamente, as hipóteses previstas no parágrafo único, do art. 2º, do Decreto nº 6.170/2007; e c) ON nº 54, de 2014 - Compete ao agente ou setor técnico da Administração declarar que o objeto licitatório é de natureza comum para efeito de utilização da modalidade pregão e definir se o objeto corresponde a obra ou serviço de engenharia, sendo atribuição do órgão jurídico analisar o devido enquadramento da modalidade licitatória aplicável. 1.3 - LICITAÇÕES DE SERVIÇOS Serviço é toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-6 - REV.5 conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnicos profissionais (art.6º, II). Ao surgir a necessidade de contratação de um serviço pela Administração Pública, o Ordenador de Despesa deverá observar, o Decreto nº 9.507/2018, o qual regulamenta a Terceirização de serviços no âmbito Federal, devendo ser observados, principalmente, os artigos referentes às vedações (arts. 3º e 5º), as regras gerais referentes ao Instrumento Convocatório e ao Contrato (arts. 6º, 7º e 8º) e a Gestão e fiscalização da execução dos contratos (arts. 10 e 11). Este último tema será abordado de modo mais específico no inciso 1.3.7, relativo à Instrução Normativa (IN) nº 5/2017, do Ministério da Economia (ME), antigo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG). Deverá ser observada,ainda, a Portaria nº 433/2018, do ME, antigo MPDG, que estabelece os serviços que serão preferencialmente objeto de execução indireta mediante contratação. 1.3.1 - Os Serviços são classificados em: a) Serviços não Continuados: são aqueles que impõem aos contratados o dever de realizar a prestação de um serviço específico em um período predeterminado, podendo ser prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo necessário à conclusão do objeto, observadas as hipóteses previstas no § 1º, do art. 57, da Lei nº 8.666/1993; e b) Serviços Continuados: são aqueles que, pela sua essencialidade, visam atender à necessidade pública de forma permanente e contínua, por mais de um exercício financeiro, assegurando a integridade do patrimônio público ou o funcionamento das atividades finalísticas do órgão ou entidade, de modo que sua interrupção possa comprometer a prestação de um serviço público ou o cumprimento da missão institucional. 1.3.2 - O Serviços Continuados podem ser subdivididos em: a) Serviços sem regime de dedicação exclusiva de mão de obra; e b) Serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra. Estes serviços são aqueles em que o modelo de execução contratual exige os seguintes requisitos: I) Os empregados da contratada fiquem à disposição nas dependências da contratante para a prestação dos serviços; II) A contratada não compartilhe os recursos humanos e materiais disponíveis de uma contratação para execução simultânea de outros contratos; e III) A contratada possibilite a fiscalização pela contratante quanto à distribuição, controle e supervisão dos recursos humanos alocados aos seus contratos. OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-7 - REV.5 Os serviços continuados com mão de obra exclusiva poderão ser prestados fora das dependências do órgão, desde que não seja nas dependências da contratada e presentes os requisitos das subalíneas II e III, da alínea anterior. 1.3.3 - Insta destacar, que o PARECER n° 00028/2019/DECOR/CGU/AGU, uniformizou o entendimento segundo o qual é necessária a previsão de disposição editalícia bem como de cláusula contratual expressa para possibilitar a prorrogação de vigência, na hipótese de contratação de serviços contínuos, com fulcro no inciso II, do art. 57, da Lei n° 8.666/1993, sob pena de violação ao Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório. Assim, recomenda-se que as Organizações Militares (OM) se atentem para a adoção dos modelos de Edital e Contrato, disponibilizados no sítio eletrônico da AGU, em www.agu.gov.br, na aba “Modelos de Licitações e Contratos”, que trazem disposições expressas nesse sentido. 1.3.4 - Nas prorrogações dos contratos referentes aos serviços continuados, recomenda-se, ainda, a observação da Manifestação Jurídica Referencial nº 012/CJU-RJ/CGU/AGU/2016, que diz respeito à segunda prorrogação, ou posterior, de contrato de serviço contínuo, localizada na página da AGU na INTERNET, em www.agu.gov.br, na aba “Consultoria Jurídica da União do Estado do Rio de Janeiro/Manifestação Jurídica Referencial-CJU/RJ 2015”. 1.3.5 - A contratação de serviços poderá ser realizada na forma de pregão eletrônico (Lei nº 10.520/2002) ou presencial (Decreto n° 5.540/2005), quando destinados à aquisição de serviços comuns (aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado). Contudo, quando o objeto a ser adquirido não se enquadrar em tal definição, deverá ser utilizada uma das modalidades de licitação previstas no art. 23, da Lei n° 8.666/1993, quais sejam: Concorrência, Tomada de Preços e Convite, devendo ser respeitados os limites referentes aos valores fixados para cada uma. 1.3.6 - Os Regimes de Execução de Serviço estão previstos no art. 10, da Lei de Licitações, assunto já abordado no inciso 1.2.5. 1.3.7 - DA OBSERVÂNCIA DA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5/2017, DO ANTIGO MPDG A IN nº 5/2017, que dispõe sobre as regras e diretrizes dos procedimentos de contratação de serviços sob o regime de execução indireta no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional, revogou a IN nº 2/2008, trazendo inovações e OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-8 - REV.5 dispondo sobre procedimentos obrigatórios que deverão ser observados na contratação de serviços, que serão abordados nos tópicos a seguir. Inicialmente destaca-se que com a finalidade de facilitar a operacionalização do conteúdo desta IN, a mesma trouxe vários anexos, estes elaborados a partir das exigências nela estabelecidas, e compostos por diretrizes, as quais servirão de base para a produção dos documentos necessários ao processo. Estes anexos poderão ser encontrados no site www.comprasgovernamentais.gov.br, na aba “Legislação/Instruções Normativas/Instrução Normativa nº 5/Anexos da IN nº 5/2017”. a) os procedimentos iniciais do Planejamento da Contratação consistem nas seguintes atividades (art. 21): I) elaboração do documento para formalização da demanda pelo setor requisitante do serviço que contemple: - a justificativa da necessidade da contratação explicitando a opção pela terceirização dos serviços e considerando o Planejamento Estratégico, se for o caso; - a quantidade de serviço a ser contratada; - a previsão de data em que deve ser iniciada a prestação dos serviços; e - a indicação do servidor ou servidores para compor a equipe que irá elaborar os Estudos Preliminares e o Gerenciamento de Risco e, se necessário, daquele a quem será confiada a fiscalização dos serviços, o qual poderá participar de todas as etapas do planejamento da contratação. II) envio do documento de formalização da demanda ao setor de licitações do órgão ou entidade; e III) designação formal da equipe de Planejamento da Contratação pela autoridade competente do setor de licitações. A equipe de Planejamento da Contratação deverá ser composta por servidores, que reúnem as competências necessárias à completa execução das etapas de Planejamento da Contratação, o que inclui conhecimentos sobre aspectos técnicos acerca do objeto, de licitações e de contratos, dentre outros. Ao receber o documento de formalização da demanda, a autoridade competente do setor de licitações poderá, se necessário, indicar servidor ou servidores que atuam no setor para compor a equipe de Planejamento da Contratação, devendo seus integrantes serem expressamente cientificados de suas respectivas atribuições antes da designação formal. Quando contemplarem área técnica em sua estrutura, os órgãos poderão definir de OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-9 - REV.5 forma diversa a formação da equipe responsável pelo planejamento das contratações. b) as contratações de serviços de execução indireta deverão observar as seguintes fases: I) O Planejamento da Contratação, previsto a partir do art. 20 da IN, que consiste nas seguintes etapas: - Estudos Preliminares; - Gerenciamento de Riscos; e - Termo de Referência ou Projeto Básico; - Seleção do Fornecedor; e - Gestão do Contrato. O Planejamento da Contratação é uma fase procedimental obrigatória que antecede a licitação e visa a planificação detalhada da contratação, levando em consideração a real necessidade do órgão, detalhes e risco previsíveis, com a finalidade de atingir com maior êxito o objetivo pretendido. c) os Estudos Preliminares fazem parte da etapa do planejamento que será elaborada pela equipe de planejamento e terá por documento norteador o Documento de Oficialização da Demanda. Os elementos que deverão compor os Estudos Preliminares estão dispostos no § 1º, do art.24, senão vejamos: I) necessidade da contratação; II) referência a outros instrumentos de planejamento do órgão ou entidade, se houver; III) requisitos da contratação; IV) estimativa das quantidades, acompanhadas das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte; V) levantamentode mercado e justificativa da escolha do tipo de solução a contratar; VI) estimativas de preços ou preços referenciais; VII) descrição da solução como um todo; VIII) justificativas para o parcelamento ou não da solução, quando necessária para individualização do objeto; IX) demonstrativo dos resultados pretendido sem termos de economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais ou financeiros disponíveis; X) providências para adequação do ambiente do órgão; OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-10 - REV.5 XI) contratações correlatas e/ou interdependentes; e XII) declaração da viabilidade ou não da contratação. Os Estudos Preliminares deverão apresentar como conteúdo mínimo os elementos previstos nas subalíneas I, IV, VI, VIII e XII. Quando o Estudo Preliminar não contemplar quaisquer das alíneas previstas no § 1º, do art. 24, da IN, o órgão deverá apresentar justificativa no próprio documento. Os órgãos poderão simplificar, no que couber, a etapa de Estudos Preliminares, quando adotados os modelos de contratação estabelecidos nos Cadernos de Logística divulgados pela antiga SG, do antigo MPDG disponíveis no site www.comprasgovernamentais.gov.br, na aba “Legislação/Instruções Normativas/Instrução Normativa nº 5/Caderno de Logística - Pagamento pelo Fato Gerador”. d) o Gerenciamento de Risco é materializado no documento Mapa de Riscos (art.26, caput) e consiste nas seguintes atividades: I) identificação dos principais riscos que possam comprometer a efetividade do Planejamento da Contratação, da Seleção do Fornecedor e da Gestão Contratual ou que impeçam o alcance dos resultados que atendam às necessidades da contratação; II) avaliação dos riscos identificados, consistindo da mensuração da probabilidade de ocorrência e do impacto de cada risco; III) tratamento dos riscos considerados inaceitáveis por meio da definição das ações para reduzir a probabilidade de ocorrência dos eventos ou suas consequências; IV) para os riscos que persistirem inaceitáveis após o tratamento, definição das ações de contingência para o caso de os eventos correspondentes aos riscos se concretizarem; e V) definição dos responsáveis pelas ações de tratamento dos riscos e das ações de contingência. e) o Mapa de Riscos deverá ser atualizado e juntado aos autos do processo de contratação ao final das seguintes etapas: elaboração dos Estudos Preliminares; elaboração do Termo de Referência ou Projeto Básico; após a fase de Seleção do Fornecedor e após eventos relevantes, durante a gestão do contrato pelos servidores responsáveis pela fiscalização. Salienta-se que a elaboração de um eficiente Mapa de Riscos exige conhecimento técnico multidisciplinar e treinamento específico, pois o tema é bastante complexo e a sua má confecção pode ensejar significativas perdas à Administração e ao interesse público. Desta forma, recomenda-se seguir as orientações constantes na Circular n° 25/2019, da Secretaria- OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-11 - REV.5 -Geral da Marinha (SGM), a respeito do tema, vez que os anexos A e B, da referida Circular apresentam os principais riscos verificados em licitações e nos contratos, respectivamente. Para as contratações de Serviço com Regime de Dedicação Exclusiva de Mão de Obra, o procedimento de Gerenciamento de Riscos, deverá, obrigatoriamente, contemplar o risco de descumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e com FGTS da contratada. Para o tratamento dos riscos, poderão ser adotados os seguintes controles internos, os quais encontram-se disciplinados no item 1, do anexo VII-B, da IN: I) Conta-Depósito Vinculada - bloqueada para movimentação, conforme disposto em Caderno de Logística, elaborado pela antiga SG do antigo MPDG; ou II) Pagamento pelo Fato Gerador, conforme disposto no Caderno de Logística. Concluídas as etapas relativas aos Estudos Preliminares e ao Gerenciamento de Riscos, os setores requisitantes deverão encaminhá-los, juntamente com o documento que formaliza a demanda, à autoridade competente do setor de licitações, que estabelecerá o prazo máximo para o envio do Projeto Básico ou Termo de Referência. Ressalta-se a ausência de impedimento à utilização dos mesmos Estudos Preliminares e Gerenciamento de Riscos quando da contratação de serviços considerados da mesma natureza, semelhança ou afinidade, conforme disposto no § 5º, do art. 20, da referida IN. O Projeto Básico ou Termo de Referência deverá ser elaborado com base nos Estudos Preliminares e no Gerenciamento de Riscos, devendo ser observadas as diretrizes constantes no Anexo V da IN supracitada e nos Cadernos de Logística expedidos pela antiga SG do antigo MPDG. O setor requisitante ao elaborar o Projeto Básico ou Termo de Referência, deverá utilizar os modelos de minutas padronizados localizados na página da AGU na INTERNET, em www.agu.gov.br, na aba “Modelos de Licitações e Contratos”, selecionando-os de acordo com a natureza do serviço a ser contratado. Quando o órgão não utilizar o modelo padronizado das minutas, ou utilizá-lo com alterações, deverá ser acostada aos autos a devida justificativa. f) o Termo de Referência ou Projeto Básico deve conter, no mínimo, o seguinte conteúdo: I) declaração do objeto; II) fundamentação da contratação; III) descrição da solução como um todo; OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-12 - REV.5 IV) requisitos da contratação; V) modelo de execução do objeto; VI) critérios de medição e pagamento; VII) forma de seleção do fornecedor; VIII) critérios de seleção do fornecedor; IX) estimativas detalhadas dos preços, com ampla pesquisa de mercado; e X) adequação orçamentária. A pesquisa de mercado, prevista na subalínea IX da alínea acima, deverá observar os parâmetros fixados na IN nº 5/ 2014, da antiga SLTI do antigo MPDG, conjuntamente com as alterações trazidas pela IN nº 3/2017, disponível em www.comprasgovernamentais.gov.br, na aba “Legislação/Instruções Normativas/Instrução Normativa Nº 5, de 27 de junho de 2014”. Todos os documentos referentes à fase de Planejamento da Contratação deverão ser acostados aos autos do processo administrativo de licitação. A fim de assegurar a segregação de funções, o órgão não poderá contratar o mesmo prestador para realizar serviços de execução, de subsídios ou assistência à fiscalização ou supervisão relativos ao mesmo objeto. O nível de detalhamento de informações necessárias para instruir cada fase da contratação deverá considerar a análise de risco do objeto contratado. Embora a IN supramencionada estabeleça casos em que o cumprimento das etapas referentes ao Planejamento da Contratação poderá ser dispensado (art. 20, § 2º, alíneas a e b da IN retromencionada), tal faculdade não é aplicada ao Gerenciamento de Riscos a ser realizado por ocasião da fase de Gestão do Contrato, sendo, portanto, de observância obrigatória, a fim de evitar a ocorrência de falhas capazes de ocasionar eventual rescisão do ajuste e danos ao erário decorrentes do desperdício de recursos. O cumprimento das etapas do Planejamento da Contratação, aplica-se às situações que ensejam a dispensa ou inexigibilidade da licitação, no que couber (art. 20, § 1º da IN supramencionada). Para a contratação dos serviços de vigilância, de limpeza e conservação, além das regras referentes ao procedimento da contratação, deverão ser observadas as regras previstas no anexo VI, da IN acima citada. g) a fase de seleção do fornecedor inicia-se com o encaminhamento do Termo de Referência ou Projeto Básico ao setor de licitações e encerra-se com a publicação do resultado de julgamento após a adjudicação e homologação. OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-13 - REV.5 Com relação ao Ato Convocatório e ao Contrato, deverão ser utilizadas as minutas padronizadas localizadas na página da AGU na INTERNET, em www.agu.gov.br, na aba "Modelos de Licitaçõese Contratos”, bem como observadas as diretrizes constantes no anexo VII, da IN nº 5/2017 e do Caderno de Logística. O órgão que não utilizar ou alterar as minutas padronizadas, deverá apresentar as devidas justificativas e acostá-las aos autos. A contratação de serviço por meio de credenciamento deverá observar as diretrizes constantes no item 3, do anexo VII-B da referida IN. É dispensado o envio do processo para o exame e aprovação da assessoria jurídica, nos termos do parágrafo único do art. 38, da Lei nº 8.666/1993, se houver parecer jurídico referencial exarado pelo órgão de assessoramento competente, que deverá ser anexado ao processo, ressalvada a hipótese de consulta acerca de dúvida de ordem jurídica devidamente identificada e motivada. 1.3.8 - DA GESTÃO DO CONTRATO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO NAS CONTRATAÇÕES DE SERVIÇOS O acompanhamento e a fiscalização dos contratos é um poder-dever da Administração Pública, visto que objetiva assegurar-se de que o objeto contratado seja recebido e executado a contento, as obrigações decorrentes sejam realizadas no tempo e modo devidos, bem como as cláusulas contratuais sejam rigorosamente observadas. Insta salientar que a AGU publicou um Manual de Fiscalização de Contratos, visando o aprimoramento dos procedimentos de execução, que deverá ser consultado por todos os agentes envolvidos nos procedimentos de gestão e fiscalização dos serviços contratados. O referido manual possui todos os modelos de documentos necessários à formalização da gestão e fiscalização e encontra-se disponível no site da AGU, na INTERNET, em www.agu.gov.br, na aba “Notícia/Manual de Fiscalização e Contratos da AGU”. A gestão contratual é a coordenação das atividades relacionadas à fiscalização técnica, administrativa, setorial e pelo público usuário, bem como dos atos preparatórios à instrução processual e ao encaminhamento da documentação pertinente ao setor de contratos para formalização dos procedimentos quanto aos aspectos que envolvam a prorrogação, alteração, reequilíbrio, pagamento, eventual aplicação de sanções, extinção dos contratos, dentre outros. Visando a realização de uma fiscalização mais eficiente, a IN nº 5/2017, que trata de serviços, optou por decompor essas atividades em cinco papéis diferentes em razão das distintas atribuições. São eles: OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-14 - REV.5 a) fiscalização Técnica - é o acompanhamento com o objetivo de avaliar a execução do objeto nos moldes contratados e, se for o caso, aferir se a quantidade, qualidade, tempo e modo da prestação dos serviços estão compatíveis com os indicadores de níveis mínimos de desempenho estipulados no ato convocatório, para efeito de pagamento conforme o resultado; b) fiscalização Administrativa - é o acompanhamento dos aspectos administrativos da execução dos serviços nos contratos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra quanto às obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas, bem como quanto às providências tempestivas nos casos de inadimplemento; c) fiscalização Setorial - é o acompanhamento da execução do contrato nos aspectos técnicos ou administrativos quando a prestação dos serviços ocorrer concomitantemente em setores distintos ou em unidades desconcentradas de um mesmo órgão ou entidade; e d) fiscalização pelo Público Usuário - é o acompanhamento da execução contratual por pesquisa de satisfação junto ao usuário, com o objetivo de aferir os resultados da prestação dos serviços, os recursos materiais e os procedimentos utilizados pela contratada, quando for o caso, ou outro fator determinante para a avaliação dos aspectos qualitativos do objeto. As atividades de gestão e fiscalização da execução contratual devem ser realizadas de forma preventiva, rotineira e sistemática. O recebimento provisório dos serviços ficará a cargo do fiscal técnico, administrativo ou setorial, quando houver, e o recebimento definitivo, a cargo do gestor do contrato. Na indicação do Gestor e dos Fiscais do contrato, devem ser levados em consideração a compatibilidade com as suas atribuições do cargo, a complexidade da fiscalização, o quantitativo de contratos por servidor e sua capacidade para o desempenho das atividades. O Gestor e os Fiscais deverão ser cientificados, expressamente, da indicação e suas respectivas atribuições antes da formalização do ato de designação. Com relação aos aspectos gerais de fiscalização, insta destacar que os gestores e fiscais do contrato deverão estar atentos a todos os detalhes da execução, como por exemplo, a designação do preposto, os processos de pagamento, as obrigações contratuais, as estratégias para a execução do objeto, os métodos de aferição dos resultados, os mecanismos de fiscalização etc., a fim de que o processo de fiscalização ocorra de forma satisfatória sem intercorrências que possam afetar o resultado final. A IN nº 5/2017 traz todos os procedimentos necessários à realização da execução contratual de modo eficiente, como também anexos referentes à formalização dos atos praticados, os quais deverão ser observados OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-15 - REV.5 por todos os agentes envolvidos na atividade de gestão e fiscalização. 1.3.9 - DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O legislador, no § 1º, do art. 71, da Lei nº 8.666/1993, optou pelo afastamento da responsabilidade subsidiária da Administração Pública em relação aos débitos trabalhistas da contratada. Contudo, por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário nº 760.931, pelo STF, que tratou da responsabilidade subsidiária da Administração Pública em razão de débitos trabalhistas nos casos de terceirização, consolidou-se o seguinte entendimento: a) o inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado, em regra, não transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1°, da Lei nº 8.666/1993; e b) no entanto, em determinado caso concreto, poderá a Administração Pública ser responsabilizada, quando estiver evidenciada a culpa in vigilando consistente na conduta omissiva do ente público contratante, ao não desincumbir satisfatoriamente de seu ônus de comprovar ter fiscalizado o cabal cumprimento, pelo empregador, daquelas obrigações trabalhistas, como estabelecem a Lei nº 8.666/1993 e a IN n° 5/2017, do antigo MPDG. Assim, com vistas a evitar uma possível responsabilização subsidiária da Administração Pública, é indispensável que as OM realizem uma fiscalização eficiente dos contratos de terceirização, especificamente no que toca ao cumprimento das obrigações trabalhistas pelas empresas, mediante comprovação documental, que possam vir a instruir eventual defesa em juízo. Com relação à responsabilização previdenciária, dispõe o § 2º, do art. 71, da Lei de licitações que “A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31, da Lei nº 8.212/1991”. No entendimento do eminente doutrinador SIDNEY BITTENCOURT, a solidariedade da Administração Pública é adstrita à obrigação de retenção referente aos pagamentos realizados ao contratado por serviços prestados. Qualquer outra inadimplência não alcança a Administração, não podendo o Poder Público ser arrolado como devedor solidário ou subsidiário. 1.3.10 - DAS ORIENTAÇÕES NORMATIVAS DA AGU RELATIVAS A SERVIÇOS a) ON nº 1, 2009 - A vigência do contrato de Serviço Contínuo não está adstrita ao OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-16 - REV.5 exercício financeiro; b) ON nº 8, 2009 - O fornecimento de passagens aéreas e terrestres enquadra-se no conceito de serviço previsto no inciso II, do art. 6º, da Lei nº 8.666/1993; c) ON nº 24, 2009 - O contrato de Serviço Continuado sem Dedicação Exclusiva deMão de Obra deve indicar que o reajuste dar-se-á após decorrido o interregno de um ano contado da data limite para a apresentação da proposta; e d) ON nº 39, 2009 - A vigência dos contratos regidos pelo art. 57, caput, da Lei nº 8.666/1993, pode ultrapassar o exercício financeiro em que celebrados, desde que as despesas a eles referentes sejam integralmente empenhadas até 31 de dezembro, permitindo-se, assim, sua inscrição em restos a pagar. 1.4 - LICITAÇÕES DE COMPRAS Os processos licitatórios destinados à aquisição de bens, normalmente se darão por meio de Pregão (Lei n° 10.520/2002), na forma presencial ou eletrônica (Decreto n° 5.450/2005), no último caso, preferencialmente com a adoção da sistemática de registro de preços, prevista no Decreto n° 7.892/2013. Não obstante, quando os bens não forem considerados de natureza comum, poderão ser utilizadas outras modalidades licitatórias, tais como: Concorrência, Tomada de Preços e Convite, a depender dos limites previstos no art. 23, da Lei n° 8.666/1993. As compras, sempre que possível, deverão: a) trazer especificação completa do bem a ser adquirido, sem indicação de marca; b) definir as unidades e as quantidades a serem adquiridas; c) estabelecer condições de guarda e de armazenamento que não permitam a deterioração do material; d) atender ao princípio da padronização; e) ser processadas através de sistema de registro de preços quando presentes uma das hipóteses do art. 3°, do Decreto n° 7.892/2005; f) submeter-se a condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado; g) ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando à economicidade. As compras devem ser divididas em tantos itens (etapas ou parcelas) quantos se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade, sem perda da economia de escala; h) balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-17 - REV.5 Pública, conforme os termos da IN n° 5/2014, da antiga Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do antigo MPDG, com alterações trazidas pela IN nº 3/2017; e i) aplicar critérios de sustentabilidade ambiental previstos na IN/MPOG n° 01/2010 e do Guia Nacional de Licitações Sustentáveis da AGU; O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23, da Lei n° 8.666/1993 para a modalidade de Convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo três membros. 1.4.1 - Temas que merecem atenção nas licitações de compras: a) Aquisição por itens, grupos/lotes: A divisibilidade do objeto pode acarretar, a critério da Administração, a realização de procedimento único ou procedimentos distintos de licitação. Na hipótese de procedimento único de licitação, denominada “licitação por item”, a Administração concentra, no mesmo certame, objetos diversos que serão contratados (ex: licitação para compra de equipamentos de informática pode ser dividida em vários itens, tais como microcomputador e impressora). Nesse caso, várias licitações são realizadas dentro do mesmo processo administrativo, sendo certo que cada item será julgado de forma independente e comportará a comprovação dos requisitos de habilitação. Já com relação à opção de se licitar por lotes/grupos de itens, ela deve ser excepcional e estar acompanhada de justificativa de ordem técnica e econômica, devidamente fundamentada sobre a vantagem dos agrupamentos adotados que conduzirão à melhores contratações, em atenção ao inciso I, do § 1º, do art. 3º, ao inciso IV, do art. 15, e §§ 1º e 2º, do art. 23, todos da Lei nº 8.666/1993. Em licitações para registro de preços, é obrigatória a adjudicação por item como regra geral, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla participação de licitantes e a seleção das propostas mais vantajosas. A adjudicação por preço global é medida excepcional que precisa ser devidamente justificada, além de ser incompatível com a aquisição futura por itens; b) A questão da padronização Determina a Lei de Licitações no inciso I, do art. 15, que as compras, sempre que possível, devem atender ao princípio da padronização, em razão de facilitar a compra em grande escala e a manutenção dos bens adquiridos. Para que haja padronização é preciso existir compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho. Normalmente é aplicável a aquisições de móveis, veículos, máquinas e OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-18 - REV.5 equipamentos. Na hipótese de padronização, a escolha deve ser objetiva e técnica, fundamentada em estudos, laudos, perícias e pareceres que demonstrem as vantagens econômicas e a requerida satisfação do interesse público. Em quaisquer dos casos, deve a Administração ter por base produto, projeto ou tecnologia integrante do patrimônio público ou ainda de contratações futuras. A lei não admite, porém, a preferência de marca determinada, em razão de prevalecer o princípio da igualdade entre os fornecedores. A padronização de marca somente é possível em casos excepcionais, quando ficar incontestavelmente comprovado que apenas aquele produto, de marca certa, atende aos interesses da Administração. Na hipótese de exigência de materiais pré-qualificados e padronizados impõe-se a juntada aos autos da documentação comprobatória da aludida pré-qualificação e padronização, incluindo, dentre outros, a metodologia adotada para a eleição dos produtos, relatórios, pareceres técnicos, atas de reunião das comissões designadas para esses fins específicos, bem como a comprovação da divulgação dos produtos pré-qualificados e padronizados. Cumpre destacar que a licitação é dispensável para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto (inciso XIX, do art. 24, da Lei n° 8.666/1993). No âmbito da Marinha, a comissão instituída é o Conselho Financeiro e Administrativo da Marinha (COFAMAR), devendo ser observado o procedimento previsto no item 3, da Portaria nº 295/MB/2014; c) Vedação à preferência por marcas A princípio, a Lei de Licitações veda a preferência por marca, conforme inciso I, do § 7º, art. 15, por representar restrição à ampla competitividade do certame. Assim, se houver menção à marca/fabricante, ela deverá ser seguida das expressões “ou equivalente”, “ou similar” e “ou de melhor qualidade” ou outras análogas. Todavia, não se pode olvidar que a própria Lei n° 8.666/1993, em seu § 5º, do art. 7º, admite a indicação de marca, características ou especificações exclusivas, desde que tecnicamente justificável, o que também é sustentado pela doutrina. Portanto, a justificativa correspondente deverá pautar-se em critérios técnicos e objetivos que demonstrem a sua imprescindibilidade para a plena satisfação do interesse público; d) Exigência de amostras: OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-19 - REV.5 Admite-se a exigência de amostras dos bens por parte dos licitantes desde que prevista expressamente no instrumento convocatório, devidamente acompanhada de critérios de julgamento estritamente objetivos, sendo exigida, tão somente do vencedor. 1.4.2 - Peculiaridades quanto a determinados objetos: a) Medicamentos: I) A questão da pesquisa de mercado X lista da CMED No que toca à aquisição de medicamentos, cumpre salientar que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) alerta os gestores federais, estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre a necessidade de realização de uma pesquisa prévia e efetiva de preços no mercado, quandoda realização de compras públicas de medicamentos. Na interpretação do TCU (Acórdão nº 3016/2012), a aquisição de medicamentos por preços inferiores aos registrados na lista da CMED não isenta o gestor público de possíveis sanções, diante da possibilidade de superdimensionamento dos Preços Fábrica constantes da lista, que podem não refletir os descontos praticados no mercado. Cumpre lembrar que os Preços Fábrica (PF) e Preços Máximos de Venda ao Governo (PMVG) são os preços teto, não servindo como parâmetro isolado para compras públicas; II) Vedação à utilização do Banco de Preços em Saúde como parâmetro de preços “O Banco de Preços em Saúde, tendo em vista suas fragilidades e limitações para obtenção do preço de mercado, não deve ser utilizado como parâmetro legítimo na apuração de sobrepreço em medicamentos, tendo em vista as fragilidades e limitações por ele apresentadas, tais como cálculo da média com base nos dezoito meses anteriores, alimentação voluntária e registro apenas das aquisições do setor público, sem possibilitar a obtenção do preço de mercado (Acórdão nº 1.146/2011, 1.988/13 e 1.561/2013- Plenário e Acórdão nº 384/2014 2ª Câmara).”(...) Acórdão 3759/2014- Primeira Câmara, TC 002.519/2012-7, relator Ministro José Múcio Monteiro, 9.7.2014”; III) Vedação à utilização de tabelas de associações como fonte de pesquisa de preços As tabelas elaboradas por representantes do mercado farmacêutico, como, por exemplo, as tabelas da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico - Abcfarma e Brasíndice, não são fontes adequadas para uma pesquisa de preços no âmbito das compras públicas. Essas tabelas consignam valores máximos para aquisição, no varejo, por consumidor OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-20 - REV.5 final. Essa situação não se adequa às grandes aquisições do setor público, haja vista o efeito da economia de escala sobre os preços” (Fonte: Acórdãos nº 2.901/2016-Plenário, Ministro Redator BENJAMIN ZYMLER; nº 5.810/2017-2ª Câmara, Ministra Relatora ANA ARRAES; 1.049/2004-Primeira Câmara - TCU); e IV) Critérios de habilitação técnica específicos para os medicamentos Entre os documentos de qualificação técnica passíveis de exigência, estão o registro ou a inscrição na entidade profissional competente e a comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente. No caso de medicamentos, a Lei nº 6.360/1976 dispõe no sentido de que somente poderão extrair, produzir, fabricar, transformar, sintetizar, purificar, fracionar, embalar, reembalar, importar, exportar, armazenar ou expedir esses produtos as empresas autorizadas pela ANVISA e cujos estabelecimentos tenham sido licenciados pelo órgão sanitário das unidades federativas em que se localizam (art. 2º, da Lei nº 6.360/1976 e art. 2º, do Decreto nº 8.077/2013). Assim, poderá ser exigido o ato de Autorização de Funcionamento (AFE), de competência da ANVISA, que permite o funcionamento de empresas ou estabelecimentos, instituições e órgãos, mediante o cumprimento dos requisitos técnicos e administrativos constantes da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 16/2014. Também poderá ser exigida a Autorização Especial (AE), que consiste no ato em que a ANVISA permite o exercício de atividades que envolvam insumos farmacêuticos, medicamentos e substâncias sujeitas a controle especial, bem como o plantio, o cultivo e a colheita de plantas das quais possam ser extraídas substâncias sujeitas a controle especial (arts. 27 e 30 § 5º da RDC 16/2014), mediante comprovação de requisitos técnicos e administrativos específicos. É possível realizar consulta à situação da AFE ou AE das empresas no portal eletrônico da ANVISA. Caso a importação de medicamento seja feita por um terceiro e, não, pelo detentor do registro do medicamento na ANVISA, além da exigência do AFE, é necessária a Declaração do Detentor de Registro - DDR. Por meio dessa declaração, a empresa detentora da regularização do produto autoriza uma outra empresa a realizar a atividade exclusiva de importação terceirizada (RDC 81/2008). A DDR é um documento de extrema relevância no fluxo de análise do processo de importação, pois garante a ciência do detentor da regularização de que toda obrigação sobre o produto em território nacional é de sua responsabilidade, não sendo possível tal OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-21 - REV.5 transferência para outra empresa; V) Critérios de habilitação indevidos O TCU já se posicionou no sentido de ser indevida a exigência nos editais, como critério de habilitação, a apresentação do Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) bem como o Certificado de Boas Práticas de Distribuição e/ou Armazenagem (CBPDA). O CBPDA é o documento emitido pela ANVISA atestando que determinado estabelecimento cumpre com as boas práticas de distribuição e armazenagem ou boas práticas de armazenagem dispostas na legislação. Outro documento que afronta os critérios de habilitação técnica previstos na Lei nº 8.666/1993 é a Declaração de Credenciamento Junto às Empresas Detentoras do Registro do Produto; e VI) Cumprimento do convênio CONFAZ - Conselho Fazendário/MF nº 87/2002 Deverá ser cumprido o convênio CONFAZ - Conselho Fazendário/MF nº 87/2002, firmado pelo Ministério da Fazenda, que determina, em sua cláusula primeira, que os gestores federais, estaduais e municipais em suas compras de medicamentos por licitações (ou por dispensa/inexigibilidade) e por mandados judiciais são obrigados a adquirir medicamentos com isenção de ICMS. O Convênio ICMS CONFAZ nº 87/2002 também assevera que o valor correspondente à isenção do ICMS deve ser deduzido do preço dos respectivos produtos, devendo o contribuinte demonstrar a dedução, expressamente, nas propostas do processo licitatório e nos documentos fiscais. Do mesmo modo, a jurisprudência consolidada do TCU dispõe que se deve incluir, no edital ou no termo de dispensa, cláusula específica relativa à aplicação do Convênio ICMS CONFAZ nº 87/2002 ou de outras normas que impliquem desoneração tributária, de modo a assegurar a isonomia entre os participantes, a publicidade e a obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública (Acórdão nº 8.518/2017 TCU-2ª Câmara, Ministro Relator JOSÉ MÚCIO MONTEIRO; Acórdão nº 1.140/2012-TCU- Plenário, Ministra Relatora ANA ARRAES; Acórdão nº 1.574/2013-TCU- 2ª Câmara, Ministra Relatora ANA ARRAES; Acórdão nº 9.790/2011-TCU-2º Câmara, Ministro Relator JOSÉ JORGE); b) Informática: I) Legislação aplicável: As aquisições de bens de informática possuem regramento específico, sem prejuízo das normas gerais constantes das Leis n° 8.666/1993 e nº 10.520/2002. Assim, as OSTENSIVO SGM-102 OSTENSIVO - 1-22 - REV.5 OM deverão consultar a Lei n° 8.248/1991, Decretos n° 5.906/2006 e nº 7.174/2010. Já o enquadramento de bens como sendo de Tecnologia da Informação (TI) torna necessário observar as diretrizes constantes das IN n° 1 e n° 2, ambas de 2019, do Secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, da Portaria n° 20/2016, da Portaria n° 40/2016, ambas da antiga STI do antigo MPDG e a Portaria n° 46/2016, também da antiga STI, que dispõe sobre a disponibilização de software público brasileiro; II) Peculiaridades na instrução processual: O Decreto n° 7.174/2010, que trata de bens e serviços de informática, prevê margens de preferência. Assim, cabe indagar à área técnica quais objetos podem ser considerados bens de informática, de TI, ou de automação e quais atrairão a incidência de margem de preferência. Se for o caso de aquisição de cartuchos e “toners” para impressoras, há orientação do TCU no sentido de que são considerados bens de informática e sujeitos ao regramento previsto na Lei nº 8.248/1991 e Decreto n° 7.174/2010. Para os bens alcançados pelo Decreto n° 7.174/2010, o Termo de Referência deverá prever, segundo o art. 3º: - métodos objetivos de mensuração
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