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OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA SISTEMA GENITAL FEMININO O sistema genital feminino é dividido em genitália externa e interna. A genitália externa ou vulva pode ser estudada em conjunto com o períneo, constituindo a região vulvoperineal. Genitália externa feminina A vulva inclui as seguintes estruturas: Monte de vênus, pênil ou monte púbico Pregas tegumentárias ou formações labiais: grandes e pequenos lábios Espaço interlabial ou fenda vulvar: vestíbulo, meato uretral, introito vaginal e hímen Órgãos eréteis: clitóris e bulbovestibulares Glândulas acessórias: parauretrais (ou de Skene) e vulvovaginais (ou de Bartholin). Genitália interna feminina A genitália interna feminina se compõe, essencialmente, de: Um longo canal que se estende da superfície externa do corpo até a cavidade peritoneal: vagina, útero e tubas uterinas Um par de gônadas: ovários. A vagina é o órgão da cópula destinado a receber o pênis e o sêmen ejaculado durante o coito. O útero retém o óvulo fecundado (ovo) possibilitando-lhe desenvolvimento e crescimento, e o expulsa, quando maduro (parto), ou antes disso (abortamento e parto pré-termo); é o órgão da gestação. As tubas uterinas recolhem o óvulo na superfície do ovário, após a postura, e o conduzem ao útero; são os ovidutos. Os ovários produzem os óvulos; são as gônadas. O útero é composto por três camadas separadas e distintas: Serosa, cobertura peritoneal externa; Miométrio, camada de músculo liso; Endométrio, membrana mucosa que reveste a cavidade uterina. SISTEMA GENITAL MASCULINO O sistema genital masculino é composto por: Um par de gônadas, testículos: responsáveis pela produção de hormônios (células intersticiais ou de Leydig) e de espermatozoides (túbulos seminíferos); Diversos canais, vias espermáticas, para a eliminação dos espermatozoides: canais eferentes, canais epididimários, canais deferentes, vesículas seminais, canais ejaculatórios e uretra; Um órgão para a cópula: o pênis Outros órgãos acessórios: Sistema de coberturas que rodeiam os testículos, as bolsas escrotais Glândulas cujas secreções se juntam aos espermatozoides, constituindo o esperma ou sêmen; Próstata e glândulas bulbouretrais (ou de Cowper). FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL O ciclo menstrual representa a capacidade que a mulher tem em atingir a fertilidade, caracterizada pela ovulação. O ciclo tem início no primeiro dia de uma menstruação, terminando no primeiro dia da menstruação seguinte. Varia de mulher para mulher, de 20 a 45 dias, sendo em média, de 28 dias. Hormônios que atuam no ciclo menstrual Liberados pela Hipófise: Liberados pelos Ovários: FSH ( Hormônio Folículo Estimulante) Estrogênio LH ( Hormônio Luteinizante) Progesterona A hipófise, após receber estímulos cerebrais, liberado o FSH. Esse hormônio é transportado pela corrente sanguínea até os ovários, iniciando o amadurecimento do folículo que contém o óvulo. Na medida em que o folículo vai amadurecendo ele vai migrando para a superfície externa do ovário e inicia a secreção de estrogênio. Esse estrogênio, secretado na corrente sanguínea, age no endométrio provocando a proliferação de suas células resultando, gradativamente, no espessamento do útero, preparando-o para receber o suposto ovo. Quando esse "ninho" fica pronto, isto é, quando a parede apresenta espessura adequada, a hipófise lança na corrente sanguínea o LH, cuja função principal é a de promover a ovulação, ou seja, o rompimento do folículo com a expulsão do óvulo maduro, captado posteriormente pelas fímbrias das tubas uterinas e levado para o seu interior. A capa restante do folículo, denominado corpo lúteo, inicia a secreção de progesterona, que tem como função manter o endométrio proliferado á espera do suposto embrião. Se não ocorrer a fecundação, o corpo lúteo inicia um processo de involução, passando a denominar-se corpus albincans. Como consequência dessa involução, a progesterona secretada por ele sofre uma considerável e importante diminuição. Esta queda da quantidade da progesterona: Desencadeará a menstruação, ou seja, a descamação do endométrio, caracterizada por uma perda sanguínea vaginal, que permitirá a liberação do FSH pela hipófise, iniciando um novo ciclo. Fases do Ciclo Menstrual Fase proliferativa ou folicular - Começa no 1º dia do ciclo estendendo- se até a ovulação. Características: Proliferação do endométrio, Desenvolvimento do folículo pela a ação do FSH, Secreção de estrogênio pelo folículo maduro. Fase Ovulatória - Ocorre entre o 12º e o 16º dia antes da menstruação, num curto período. Característica: Secreção de LH pela hipófise e rompimento do folículo e expulsão do óvulo maduro. Fase Secretória ou Luteínica - Começa na ovulação estendendo-se até o primeiro dia da próxima menstruação. Característica: Formação do corpo lúteo, Secreção de grande quantidade de progesterona pelo corpo lúteo, Espessamento da parede do endométrio, constituindo um ” ninho", altamente nutritivo para o suposto embrião. Fecundação Ascensão dos espermatozoides pelo aparelho genital feminino: cerca de 300 milhões de espermatozoides são depositados no fundo de saco posterior da vagina, durante o coito, próximo ao orifício externo do útero. Em consequência da ação letal da secreção vaginal, ácida, e da insuficiência dos mecanismos de transporte, menos de 200 espermatozoides conseguem chegar às tubas. Vitalidade dos espermatozoides parecem reter a capacidade de fertilização por 24 a 48 h Em geral, cerca de 1 a 2 milhões de oócitos estão presentes nos ovários de recém-nascida, mas a maioria regride durante a infância, permanecendo à puberdade apenas 300 mil. O óvulo, liberado no momento da ovulação, está cercado pela zona pelúcida e pela camada de células da granulosa nomeada coroa radiada, sua vitalidade é de apenas por 12 á 24hs. A gravidez representa um evento fisiológico na vida da mulher, que caracteriza uma série de alterações e modificações em seu organismo, a partir do momento em que o óvulo maduro liberado pelo seu ovário, ao ser captado e transportado no interior da tuba uterina, encontra o espermatozoide numa fusão caracterizada pela fecundação. A inseminação e a deposição do sêmen na vagina, a partir dai os gametas masculinos assim liberados já alcançaram plena maturidade, são espermatozoides. A respeito dos cromossomos sexuais, ao contrário dos espermatozoides, o óvulo tem apenas um tipo X, de tal modo que os óvulos são sempre 22 + X. A fusão dos gametas, células haploides, restabelecendo o número diploide de cromossomos e constituindo o ovo ou zigoto. A fusão de espermatozoide 22 + Y com óvulo, esse sempre 22 + X, resulta em um ovo 44 + XY, cuja evolução natural será a formação de indivíduo masculino. Se o espermatozoide for 22 + X, o zigoto será 44 + XX, e o indivíduo, feminino. História da Obstetrícia Obstetrícia é a área da Medicina que estuda os fenômenos da reprodução na mulher. Desse modo, está relacionada com a gestação, o parto e o puerpério – com atenção à fisiologia, à patologia e aos acidentes. Os cuidados com a gestante e o feto durante o ciclo grávido-puerperal constituem a prática obstétrica, que pode ser aperfeiçoada pela experiência, e aprimorada com os conhecimentos teóricos decorrentes da pesquisa, da prática clínica e da observação. Obstetrícia deriva da palavra latina obstetrix, originária do verbo obstare, que significa ficar ao lado, a mulher que assiste a parturiente. A obstetrícia era praticada pelas mulheres mais idosas, que deram a origem as parteiras, passando a ajudar com conselhos e práticas diversas. Apesar da experiência dessasmulheres com o processo de dar à luz, elas costumavam ser consideradas ignorantes, e até feiticeiras, o que tornava questionável o seu papel na assistência ao parto. Em uma fase em que o parto ainda não se tinha desenhado nem caracterizado, a ajuda psicológica dessas mulheres tinha um impacto positivo no trabalho de parto. Na evolução da obstetrícia a mitologia grega e posteriormente a latina apresentam divindades invocadas pelas mulheres para facilitar ou suportar o nascimento, naquela época as mulheres passavam todo o trabalho de parto deitada na cama, só com a presença das parteiras e mulheres mais velhas da família. Logo em Roma a cadeira de parir foi adotada, os médicos gregos eram descriminados, se tinham dificuldade de atuar, visto que o decreto religioso proibia a assistência masculina á parturiente. Obstetrícia no Brasil No Brasil os costumes, e a assistência ao parto advém da Escola de Portugal, que venho com a chegada da família real ao Brasil. Eles observaram os costumes dos nativos (índios) e registraram tudo o que acontecia com as índias durante o processo de trabalho de parto. Observaram que em algumas tribos as mulheres ao sentir a dor do parto se acocorava no mato e ali esperava a hora de parir, só retornando após todo o ato consumado, era normal a mãe cortar o cordão com os dentes, como fazem os animais, Também há registros de que mulheres botocudas pariam no mato, retornavam à tribo após o banho, cozinhavam a placenta e membrana se comiam. Já na história da enfermagem no Brasil o profissional passou por várias designações: parteira, obstetriz, enfermeira obstetra. Que a enfermagem obstétrica surge em 1931, quando uma disciplina da faculdade de medicina incorporou o curso de partos, introduzindo uma disciplina de prática de enfermagem nesse curso e, conferindo o título de enfermeira obstetra, hoje essa prática é regulamentada pelo o COFEN. A enfermagem vem conquistando o espaço do atendimento ao parto no domicílio, além de seu papel hospitalar, na busca pelo cuidado integral, valorizando a mulher como protagonista do processo de nascimento. Marcos da Humanização Em 1980 iniciou-se um movimento organizado para priorizar as Tecnologias apropriadas ao parto, qualidade de assistência á parturiente, desincorporação das tecnologias danosas, que no Brasil recebeu o nome de humanização do parto. Para o MS, a humanização compreende dois aspectos fundamentais: a convicção de que é dever das unidades de saúde receber com dignidade a mulher, seus familiares e o recém-nascido; e o uso de medidas e procedimentos sabidamente benévolos para o acompanhamento do parto e do nascimento, evitando o intervencionismo desnecessário, que embora esteja tradicionalmente na prática dos profissionais não beneficiam a mulher nem o recém-nascido e acarreta com frequência elevados riscos para ambos. O MS instituiu o Programa Nacional de Pré-natal e Nascimento (PHPN) por meio da Portaria GM nº 569, de 1º de junho de 2000, que tem como objetivo primordial assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da Ao se pensar sobre a obstetrícia brasileira, vale destacar a figura apostolar de Fernando Magalhães (1878-1944), criador da Escola Obstétrica Brasileira, que começou a conceber em 1911, como professor extraordinário da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. O nome de Magalhães está relacionado com o tratamento da infecção puerperal, a operação cesariana (que passou de evento bissexto e mortífero a segurança e trivialidade atuais), a proteção da vida embrionária (outrora preceito acadêmico, hoje fundamental), o desvendamento do mecanismo do parto, o problema da distócia pélvica e a conduta nas hemorragias obstétricas. A partir dai, no Brasil, houve o declínio da prática da parteira no final do século XIX- que passou a ser um paradigma médico de que a atenção ao parto é estritamente intervencionista. qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério e ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania. Esse programa coloca a humanização da atenção obstétrica e neonatal como elemento primordial para o adequado acompanhamento do parto e do puerpério. Posteriormente ao PHPN foram criadas outras legislações, que buscaram garantir a humanização e qualificação do cuidado obstétrico e neonatal, ressaltando-se: A Lei 11.108, de 07 de abril de 2005, que garante às parturientes o direito a acompanhante durante o trabalho de parto, parto e puerpério imediato no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); A Lei 11.634, de 27 de dezembro de 2007, que dispõe sobre o direito da gestante ao conhecimento da vinculação à maternidade, na qual receberá assistência no âmbito do SUS; A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 36, de 03 de junho de 2008, que dispõe sobre regulamento técnico para funcionamento dos serviços de atenção obstétrica e neonatal, incluindo a ambiência, o acolhimento e ações de humanização para a manutenção dos serviços dessa área; A Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011, que institui a Rede Cegonha; e a Portaria nº 904, de 29 de maio de 2013, que estabelece diretrizes para implantação e habilitação do Centro de Parto Normal (CPN), no âmbito do SUS, para o atendimento à mulher e ao recém-nascido no momento do parto e do nascimento, em consonância com o componente Parto e Entre as práticas que devem ser estimuladas durante o trabalho de parto e parto, destacam-se: a oferta de líquidos por via oral, o apoio empático pelos prestadores de serviço, o respeito à escolha da mulher quanto ao acompanhante durante a parturição, o esclarecimento das dúvidas e fornecimento de informações que as mulheres desejarem, a utilização de métodos não invasivos e farmacológicos para alívio da dor, como massagem e técnicas de relaxamento, o monitoramento fetal por meio de ausculta intermitente, a liberdade de posição e movimento, estímulo a posições não supinas, uso do partograma, contato pele a pele precoce entre mãe e filho e apoio ao início da amamentação na primeira hora pós-parto, conforme diretrizes da OMS sobre o aleitamento materno. Nascimento da Rede Cegonha, e dispõe sobre os respectivos incentivos financeiros de investimento, custeio e custeio mensal. Rede Cegonha A Rede Cegonha é estruturada a partir de quatro componentes: pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança e sistema logístico que refere-se ao transporte sanitário e regulação. Suas diretrizes são: Acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal; Vinculação da gestante à unidade de referência para o parto, e ao transporte seguro; Boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento; Atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses meses com qualidade e resolutividade; Acesso às ações de planejamento reprodutivo. A Rede Cegonha oferece recursos para a ampliação dos exames de pré- natal, de teste rápido de gravidez e de detecção da sífilis e HIV, para a ampliação e qualificação de leitos de UTI adulto, UCI e UTI neonatal, leitos de gestação de alto risco assim como para a adequação da ambiência das maternidades e a construção e custeio de Centros de Parto Normal e Casas de Gestantes, Bebês e Puérperas, conforme critérios definidos pelas portarias e pactuações das Comissões Intergestores Regionais e GCE/RC. Diante disso começou a ser aplicada a humanização do parto e nascimento e a incorporação de boas práticas na atenção ao parto e nascimento como: Atender, ouvir a cliente, assumindo postura ética; Recebê-la com cordialidade e humanismo; Ouvir suas queixas, sem julgamentos nem preconceitos; Orientar sobre o trabalho de parto; Orientar sobre o uso dos métodos nãofarmacológicos de alívio da dor; A Rede Cegonha é um pacote de ações regulamentado pela portaria 1459/2011 que visa garantir o atendimento de qualidade, seguro e humanizada para todas as mulheres. O trabalho busca oferecer assistência desde o planejamento familiar, passa pelos momentos da confirmação da gravidez, do pré-natal, pelo parto, pelos 28 dias pós-parto (puerpério), cobrindo até os dois primeiros anos de vida da criança. Tudo dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Estimular deambulação e exercícios verticalizados; Acolher o acompanhante e esclarecer dúvidas; Estimular o contato pele a pele com o bebê no pós-parto imediato; Estimular o aleitamento precoce na primeira hora de vida; Oportunizar o corte do cordão umbilical executado pelo pai ou acompanhante; Promover o vínculo do trinômio: mãe-bebê-pai; Respeitar à mulher, seus familiares e à Lei 11.108/2005; Respeitar a escolha da posição do parto pela parturiente; Informar os procedimentos a que será submetida, inclusive episiotomia, se necessária; Evitar a Manobra de Kristeller e toques vaginais repetidos; No exame físico e na ausculta dos BCF, cobrir suas partes íntimas; Promover ambiente tranquilo e respeito à privacidade. O parto humanizado pode ser normal, natural ou pode ser uma cesárea, por exemplo. Ser humanizado é respeitar a mulher, a pessoa como um ser com especificidades, é não aplicar métodos e padrões indiscriminadamente, individualizando a assistência para cada um, de acordo com a sua necessidade. Violência Obstetríca A violência obstétrica é aquela que acontece no momento da gestação, parto, nascimento e/ou pós-parto, inclusive no atendimento ao abortamento. Pode ser física, psicológica, verbal, simbólica e/ou sexual, além de negligência, discriminação e/ou condutas excessivas ou desnecessárias ou desaconselhadas, muitas vezes prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas. Essas práticas submetem mulheres a normas e rotinas rígidas e muitas vezes desnecessárias, que não respeitam os seus corpos e os seus ritmos naturais e as impedem de exercer seu protagonismo. Exemplos de violência obstetríca: Caso a mulher sofra violência obstétrica, ela pode denunciar no próprio estabelecimento ou secretaria municipal/estadual/distrital; nos conselhos de classe (CRM quando por parte de profissional médico, COREN quando por enfermeiro ou técnico de enfermagem) e pelo 180 ou Disque Saúde – 136. DESENVOLVIMENTO EMBRIÃO E FETO O desenvolvimento inicia-se com a fecundação, quando o espermatozoide se funde com o óvulo para dar origem ao ovo, célula que representa o surgimento do novo ser. Esse óvulo fecundado, agora denominado ovo, inicia uma série de divisões celulares, além de assumir características distintas, que diferenciarão a sua superfície. Lavagem intestinal e restrição de dieta Ameaças, gritos, chacotas, piadas, etc. Omissão de informações, desconsideração dos padrões e valores culturais das gestantes e parturientes e divulgação pública de informações que possam insultar a mulher. Não permitir acompanhante que a gestante escolher Não receber alívio da dor, Separação mãe - bebê Episiotomia de rotina, Exames de toque abusivos Manobra de Kristeller, Raspagem de pelos Restrições de posições no trabalho de parto Cesárea por conveniência médica Primeira Semana À medida que o ovo passa pela tuba uterina, em direção ao útero, sofre rápidas divisões mitóticas – segmentação – responsáveis pela formação de blastômero. No 3o dia após a fertilização, o ovo com 16 ou mais blastômeros é denominado mórula ( superficie lisa e escorregadia) e penetra na cavidade uterina. No 4o dia, uma cavidade se forma na mórula, que se converte em blástula ou blastocisto ( superficie retentiva). O blastocisto é assim constituído: 1. Um grupo de células internas, embrioblasto, em um dos polos do ovo (nó embrionário) que dará origem ao embrião; 2. A cavidade blastocística ou blastocele; 3. Uma camada de células externas, o trofoblasto, que engloba a blastocele e o embrioblasto. No 4o e no 5o dia, o blastocisto está livre na cavidade do útero . No 5o dia, a zona pelúcida se degenera e acaba por desaparecer. Concomitantemente com a implantação do blastocisto, o embrioblasto inicia a formação do endoderma embrionário, na sua superfície ventral, constituindo-se na primeira das três camadas germinativas primárias do embrião. No fim da 1a semana, o ovo está superficialmente implantado (nidação) no endométrio. A nidação ou implantação é, portanto, a ação das células endometriais sobre o ovo em fase blastocística, cuja a sua superfície é retentiva para permitir sua escavação no tecido endometrial, que é localizado no interior do endométrio. Segunda Semana No trofoblasto ocorrem rápidas transformações: O sangue flui para o interior da rede lacunar e forma a circulação uteroplacentária primitiva. As vilosidades primárias originam-se na face externa do saco coriônico. A implantação se completa, e o ovo está totalmente mergulhado no endométrio. O embrião de 14 dias ainda apresenta a forma de um disco bilaminar; nas células hipoblásticas, em uma área localizada, forma a placa precordal, futuro local da boca e importante organizador da região da cabeça. Terceira Semana É um período de rápido desenvolvimento, coincidindo com a época da primeira menstruação frustrada. A parada do sangramento menstrual é o primeiro sinal de gravidez, embora possam ocorrer, eventualmente, perdas hemorrágicas provenientes do local de implantação. Aparecimento do mesoderma intraembrionário, a 3a camada germinativa, a partir de células mesoblásticas originárias do epiblasto. Formação do tubo neural, primórdio do sistema nervoso central a partir de um espessamento do ectoderma. Concomitantemente, células neuroectodérmicas migram para formar a crista neural, origem dos gânglios sensoriais dos nervos cranianos e espinais. Constituição dos somitos, originados do mesoderma paraxial intraembrionário. Os somitos são agregados de células mesenquimais, a partir dos quais as células migram e dão origem às vértebras, às costelas e à musculatura axial. Durante a 3a semana, o número de somitos constitui indicador da idade do embrião. As vesículas celômicas coalescem subsequentemente, formando uma cavidade única, em forma de ferradura, que dará origem às futuras cavidades do organismo: pericárdica (que contém o coração), pleural (os pulmões) e peritoneal (as vísceras abaixo do diafragma). As várias alterações endometriais resultantes da adaptação dos tecidos maternos à implantação são conhecidas como reação decidual. Aparece um pequeno espaço no epiblasto, que é o primórdio da cavidade amniótica. Logo os amnioblastos, formadores do âmnio, separam-se do epiblasto e revestem a cavidade amniótica. Quarta a Oitava Semana Origem dos vasos sanguíneos e do sangue. no fim da 3a semana, a partir de células mesenquimais na área cardiogênica, surgem os tubos cardíacos, que logo se fundem em estrutura única – o coração primitivo –, ligando os vasos sanguíneos do embrião aos extraembrionários. A formação do sangue, no embrião, somente se inicia no 2o mês, e ocorre no fígado, mais tarde no baço, na medula óssea e nos gânglios linfáticos. A circulação sanguínea tem início no fim da 3a semana, sendo, por conseguinte, o sistema cardiovascular o primeiro do organismo a alcançar estado funcional. Durante essas 5 semanas, todos os principais órgãos e sistemas do corpo são formados a partir das três camadas germinativas: Ectoderma, Mesoderma e Entoderma. No fim da 7a semana quase todos os principais sistemas do organismoestão formados. Logo ao se iniciar a 4a semana, curvaturas longitudinais (cefálica e caudal) e laterais (direita e esquerda) convertem o disco embrionário, achatado, em um embrião cilíndrico, em forma de “C”. A formação das curvaturas cefálica, caudal e laterais é sequência contínua de eventos que termina por circunscrever o embrião na vesícula vitelina. O conjunto constituído pelo pedículo embrionário primitivo, com os vasos sanguíneos e a alantoide, é o pedículo vitelino, que, revestido pelo âmnio, forma o cordão umbilical. A morfologia externa do embrião está bastante influenciada pela formação do cérebro, dos membros, das orelhas, do nariz e dos olhos. À medida que essas estruturas se desenvolvem, elas afetam a imagem do concepto, que vai adquirindo figura humana. Como o início de todas as estruturas essenciais ocorre durante o período embrionário, as 4 semanas aludidas constituem a fase crítica do desenvolvimento, na qual podem surgir as diversas malformações congênitas, quando exposto o embrião a agentes teratogênicos (fármacos, infecções, radiações etc.) Nona Semana ao Nascimento Em torno da 9a semana da gestação, já tendo o embrião aparência humana, inicia-se o período fetal, o desenvolvimento fundamentalmente voltado para o crescimento e a maturação de tecidos e órgãos formados na fase embrionária, uma vez que poucas estruturas novas surgem durante o período fetal. O feto a termo tem os aparelhos digestivo, respiratório, circulatório e urinário praticamente prontos para a vida extrauterina, enquanto os tecidos nervosos e ósseos permanecem imaturos, e sua diferenciação prossegue por muito tempo após o nascimento. Período Fetal 9ª a 12ª semana: há relativa diminuição do crescimento da cabeça em relação ao corpo. A genitália externa de fetos dos sexos masculino e feminino ainda aparece indiferenciada até o fim da 9a semana, e sua forma madura se estabelece apenas na 12ª. 13ª a 16ª semana: crescimento muito rápido, especialmente do corpo. Aparecimento dos centros de ossificação aos raios X, iniciada à 16a semana 16ª a 20ª semana: a mãe começa a perceber os movimentos fetais, na realidade originados entre 8 e 12 semanas. 20ª semana: surgem lanugem e cabelos, e a pele está coberta de verniz caseoso, material constituído pela secreção gordurosa das glândulas sebáceas, e que tem por fim proteger a delicada epiderme fetal. 22ª a 24ª semanas: embora todos os órgãos estejam desenvolvidos, o feto é incapaz de existência extrauterina, principalmente pela imaturidade do sistema respiratório. O tecido adiposo se desenvolve rapidamente durante as 6 a 8 últimas semanas, fase dedicada, principalmente, ao crescimento de tecidos e à preparação dos sistemas envolvidos na transição da vida intrauterina para a extrauterina. No período fetal, o concepto é menos vulnerável aos efeitos teratogênicos, embora possa haver interferência com o desenvolvimento funcional, especialmente do cérebro. Fisiologia Fetal Respiração Com 28 semanas, quando o feto tem aproximadamente 1.000g, os pulmões estão suficientemente desenvolvidos de modo a tornar possível a sobrevida do recém-nascido pré-termo. Antes disso, são incapazes de proporcionar trocas gasosas adequadas: a superfície alveolar e a vascularização são insuficientes. Antes do nascimento os pulmões estão cheios de liquido sufactante, onde há a eliminação prévia de fluido por três vias: (1) um terço é expelido pela pressão exercida no tórax durante o parto; (2) outro terço é absorvido pelos capilares pulmonares; e (3) o restante passa para os linfáticos que drenam os brônquios e os vasos sanguíneos. Circulação A veia umbilical transporta sangue rico em oxigênio e nutrientes provenientes da placenta, alcançando o fígado fetal. Assim, o sangue da veia umbilical é distribuído via seio portal para o fígado (55% para o lobo esquerdo, 20% para o direito) e via ducto venoso em direção ao coração (25% do fluxo). Assim, o ducto venoso age como o primeiro shunt que determina a proporção do sangue umbilical que é direcionado para o coração, por mecanismo ainda indefinido. Cordão Umbilical tem duas artérias e uma veia. Sistema úrinario O rim definitivo (metanefro) começa a se desenvolver no início da 5a semana e funciona 2 a 3 semanas mais tarde. A urina fetal é hipotônica em relação ao plasma, pela baixa concentração de eletrólitos; mistura-se com o líquido amniótico e desempenha papel importante no seu volume do 2o trimestre em diante. Anexos Embrionários Para a obstetrícia, três são os anexos do feto: placenta, cordão umbilical e membranas. Placenta e Circulação placentária A placenta provê área extensa na qual substâncias podem ser intercambiadas entre a mãe e o feto. As circulações materna e fetal são independentes, materna não havendo, em condições normais, comunicação alguma entre elas. O Sangue, no espaço interviloso, está temporariamente fora do sistema circulatório materno; penetra, na área, através de 80 a 100 artérias espiraladas endometriais. O fluxo desses vasos é pulsátil e propulsionado em jatos ou correntes pela pressão sanguínea materna. O espaço interviloso contém cerca de 150 mℓ de sangue, quantidade substituída 3 a 4 vezes por minuto. O fluxo sanguíneo durante a gestação cresce de 50 mℓ/min, na 10a semana, para 500 mℓ/min no termo. A nutrição da placenta, tanto na parte materna como na ovular, depende essencialmente da circulação. A placenta desempenha inúmeras funções de notável magnitude durante curto espaço de tempo, que, no adulto, são cumpridas por diversos órgãos. Depois do nascimento do concepto, a placenta, o cordão umbilical e as membranas (âmnio e cório liso) são expulsos do útero, durante o secundamento, onde podemos observar na placenta sua forma que é variável, achatada, em geral circular ou discoide ovalada. A face fetal: é recoberta pelo âmnio, que a torna lisa e brilhante. Aí se insere o cordão umbilical, do qual emergem as ramificações das artérias umbilicais, dispostas em raios, ou para o qual convergem os componentes da veia umbilical. A face materna: como vista no órgão delivrado, notam-se 15 a 30 cotilédones. Os sulcos intercotiledonários correspondem a septos deciduais, dilacerados pela dequitadura. A superfície dos cotilédones está coberta por fragmentos de material fino, acinzentado, da decídua basal, embora a maior parte dela fique retida no útero para ser eliminada posteriormente, com os lóquios. As dimensões da placenta variam necessariamente com sua forma, seu peso e sua espessura. Em placentas a termo, delivradas, os diâmetros A placenta tem quatro funções fundamentais: Prover a barreira imunologica entre mãe e filho Promover produção hormonal que altere o metabolismo materno Transportar nutrientes, gases respiratórios, íons e água para o feto Transportar produtos de excreção do feto para a mãe Todas essas funções são essenciais para a manutenção da gravidez e o desenvolvimento normal do embrião. principais oscilam de 15 a 20 cm, e a espessura, de 1 a 3 cm. O peso placentário médio de 450 g, no termo, representa 1/6 do peso do concepto. Cordão Umbilical Normalmente, está inserido no centro da placenta. Seu diâmetro é 1 a 2 cm, e o comprimento de 50 a 60 cm. O cordão é formado de tecido conjuntivo indiferenciado – geleia de Wharton. Ele te a presença de duas as artérias no cordão umbilical continuando os vasos homônimos do feto, ramos das artérias ilíacas internas; na vida neonatal constituem dois cordões fibrosos e uma veia que é a raiz da cava inferior e única. Volume Amnióico O volume amniótico é muito variável de um ovo a outro e, na mesma gestante, oscilante, embora com tendência geral ao aumento progressivo. Nos primórdios da gravidez, é maioro volume amniótico que o do concepto. Sendo mais acentuado o desenvolvimento do feto que o do âmnio, igualam-se, em torno do 5o mês, os volumes fetal e amniótico, invertendo-se a proporção ao final do ciclo gravídico, ocupando o nascituro, em geral, a maior parte do ovo. Em média, o líquido amniótico tem 30 mℓ na 10a semana, aumenta para 350 mℓ na 20a, próximo ao termo alcança 1.000 mℓ, para depois diminuir 150 mℓ/semana. No ovo jovem o líquido amniótico é cristalino, tornando-se progressivamente opalescente e grumoso. As colorações amareladas, esverdeadas ou castanhas são anômalas e podem significar doença hemolítica, sofrimento e morte do feto. Tem-se afirmado que o líquido amniótico pode: Proteger o feto da lesão mecânica Possibilitar o movimento do feto, prevenindo a contratura dos membros Prevenir adesões entre o concepto e o âmnio. Possibilitar o desenvolvimento do pulmão fetal, no qual há movimento de vaivém do líquido para os bronquíolos. A ausência de LA está associada à hipoplasia pulmonar MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO As modificações fisiológicas que ocorrem no organismo materno marcam intensa ou superficialmente a vida da gestante de acordo com o grau variável em que essa modificação a acomete. Postura e Deambulação Estado Emocional Apresenta labilidade emocional perante as mudanças físicas, hormonais e psicológicas que ocorrem no seu organismo. A insegurança e o medo de ser mãe acompanham a gestante até os momentos finais da gravidez. Ganho de peso A gestante não deve ganhar peso acima de 12kg. O ganho de peso excessivo ou mesmo rápido ganho de peso durante á gestação é prejudicial á gestante e ao feto trazendo consequências ruins a ambos. Aparelho Genital Há um aumento do comprimento do útero em 4 vezes e 1 quilo no peso, espessamento e alongamento da parede do útero, mudança da coloração do colo por causa do aumento do fluxo sanguíneo, aumento da vascularização e A postura da gestante se altera, precedendo mesmo a expansão de volume do útero gestante. Para manter o equilíbrio, empina o ventre, provocando a lordose da coluna lombar A gestante, ao andar, lembra, com seus passos oscilantes e mais curtos, a deambulação dos gansos – marcha anserina elasticidade da vagina, a vulva pigmenta-se e o sítio lindeiro à extremidade inferior da vagina perde o róseo característico, tomando a cor vermelho- vinhosa, entreabertos ninfas e grandes lábios (sinal de Jacquemier) e aumento da acidez vaginal gerado por um desenvolvimento maior de lactobacilos, aumentando a secreção fisiológica e não patológica. Sistema Circulatório Sistema Urinário Os rins se deslocam para cima pelo aumento do volume uterino e aumentam em tamanho cerca de 1 cm em virtude do acréscimo do volume vascular renal e do espaço intersticial. No sistema urinário inferior, a anatomia da bexiga está distorcida pela compressão direta do útero gravídico. A bexiga é deslocada anteriormente, com expansão lateral com a compressão do útero. Devido o aumento do volume sanguíneo os rins filtram mais e tem uma maior quantidade de urina para ser eliminada. Sistema Respiratório Sistema Digestivo No 1o trimestre é frequente o aparecimento de náuseas e vômitos. Náuseas está relacionada ao Estrogênio. A gengivite, no ciclo gestatório, assim como fora dele, é consequente ao acúmulo da placa bacteriana na margem gengival, e se apresenta com eritema, sangramento e intumescimento da zona afetada, bem como extremo desconforto para a paciente. As gengivas tornam- A expansão do volume sanguíneo e a vasodilatação da gravidez resultam em hiperemia e edema da mucosa do sistema respiratório superior. Essas alterações predispõem a gestante a congestão nasal, epistaxe e até mesmo a alterações da voz. Embora o diafragma se eleve aproximadamente 4 cm pelo aumento do útero gravídico, sua função não é comprometida. A complacência da parede torácica, todavia, diminui com o evoluir da gestação, aumentando o trabalho da respiração, hiperventilação fisiológica, dispneia. Ocorre um aumento do volume sanguíneo, em média de 50%, apresenta edema em MMII em virtude do aumento da pressão venosa e da compressão da veia cava pelo aumento do volume uterino, aumento da frequência cardíaca em torno de 10bpm. se hiperemiadas, tumefeitas e friavéis, devido ao efeito do estrogênio e maior proriferação de vasos sanguíneos na boca denominado de Epúlide da gravidez. Uma consequência imediata é a alta incidência de pirose, combinação do relaxamento do esfíncter gastresofágico ao aumento de pressão intra- abdominal, esta última condicionada pelo útero gravídico. A atonia do cólon explica a grande frequência da constipação intestinal. Sistema Tegumentar Deposito de gorduras nas mamas, nádegas e abdome, causando o estiramento da pele, resultando em estrias ( víbices). Hiperpigmentação da pele ( linha nigra e cloasma). Sudorese, espinhas e pelos (hipertricose) em excesso por causa da hiperatividade das glândulas sudoríparas, sebáceas e dos folículos pilosos. Mamas Têm sua sensibilidade aumentada, aparecimento da rede venosa ( rede de Haller), hiperpigmentação e alargamento das aréolas( Sinal de Hunter), hipertrofia das glândulas sebáceas das aréolas, caracterizando o tubérculos de Montgomery e ereção e aumento do tamanho dos mamilos, com possível presença de colostro em torno do 2ª mês. Sistema Endócrino O estrogênio é produzido em pequenas quantidade no inicio da gestação, aumentando em até trezentas vezes no final, sua função é: Aumento do volume uterino e mamas, crescimento dos órgãos genitais externos, relaxamento dos ligamentos pélvicos, facilitando a passagem do feto através do canal de parto. A progesterona é produzida em grande quantidade no inicio da gestação e em baixíssima quantidade no final, sua função é: redução da contratilidade uterina, contribuição para o desenvolvimento do ovo, aumentando as secreções da tuba e auxílio no preparo das mamas para a lactação. Farmacologia Aplicada á Obstetrícia A farmacologia é a ciência que estuda como as substâncias químicas interagem com os sistemas biológicos. REVISANDO Farmacocinética é o estudo do destino dos fármacos no organismo após sua administração. Abrange os processos de absorção, distribuição, bio transformação e excreção. Absorção é a transferência do fármaco desde seu local de aplicação até a corrente circulatória Distribuição dependem do fluxo sanguíneo tecidual, propriedades físico- químicas do fármaco, características da membrana e sua ligação a proteínas plasmáticas e teciduais Biotransformação são os processos pelos quais os fármacos sofrem modificação através de reações bioquímicas no corpo Excreção é a forma de eliminação dos fármacos do organismo Biodisponibilidade é a fração do fármaco administrado que alcança a circulação sistêmica quimicamente inalterada. Para uma significativa quantidade de fármacos, não existem dados científicos sobre o verdadeiro risco associado a seu uso durante a gravidez. Exceto se um medicamento está sendo testado para alguma condição relacionada à gestação, ensaios clínicos não são realizados em mulheres grávidas. Por razões legais e éticas não são permitidos estudos científicos dos efeitos dos fármacos, por métodos convencionais, prospectivos e duplo – cegos, sobre a utilização de medicamentos na gravidez. Teratogenia Teratologia é o estudo dos processos biológicos e causas do desenvolvimento anormal e defeitos de nascimento. Um teratogêno é qualquer agente - incluindo fatores ambientais - que causa um anormal desenvolvimento pré-natal ( O termo, terato, vem da palavra grega que significa monstro.) Um termomais preciso para defeitos de nascimento é "malformação congênita". Teratogênos podem causar aborto espontâneo, anormalidades congênitas, retardo do crescimento intrauterino, retardo mental, carcinogenese, e mutatogenese. Exemplo de drogas consideradas comprovadamente teratogênicas em humanos: Risco de Thomsom A bula de alguns medicamentos inclui informações sobre o nível de risco para o feto e, quando necessário, cautela na sua utilização. O Foodand Drug Administration (FDA) criou cinco categorias (A, B, C, D , e X) para indicar o potencial teratogênico dos fármacos. Este formato foi inicialmente anunciado em setembro 1979, no FDA Drug Bulletin. Devido às revisões das bulas, muitos produtos já utilizam esse formato. Os medicamentos podem interferir com o amadurecimento normal do SNC e produzir anormalidades nas habilidades mentais da criança. Durante o parto, a maioria dos medicamentos utilizados, pode afetar a frequência e intensidade das contrações uterinas, se os mesmos não forem usados de forma apropriada. Inibidores da ECA (ex. Captopril); Antineoplasicos Antitireioideanos; Barbituratos Carbamazepina; Etanol ( em altas doses); Fenitoina Iodetos e Iodo radioativo; Lítio Misoprostol; Retinoides Talidomida Tetraciclina; Valproato de sódio; Vitamina A (>18.000 UI/dia) Warfarina. Antibióticos Penicilinas Ainda são consideradas uma das mais eficientes e seguras classes de antimicrobianos, inclusive durante a gestação. Alérgicas utiliza-se Eritromicina e Cefalosporina. A seguir, listaremos os mais importantes representados nesse grupo: Amoxacilina e Ampicilina - Essas drogas cruzam rapidamente a placenta, entrando na circulação fetal e no líquido amniótico. Os níveis fetais equilibram-se com os maternos em cerca de 1 hora. Penicilina G ( Benzilpenicilina) - Não existem relatos de malformações congênitas relacionadas às penicilinas. Há um relato de caso que descreve o uso de altas doses de penicilina G, procaína, cortisona e salicilatos causando o nascimento de um feto ciclópico. É considerada a droga de primeira escolha para o tratamento de sifílis. Tetraciclina - Contra indicação absoluta. Podem causar manchas dentárias e inibição do crescimento ósseo Cefalosporinas Analgésicos e Anti- Inflamatórios Os analgésicos e os anti - inflamatórios estão entre as drogas mais usadas na prática médica, inclusive durante a gestação, devido à grande prevalência dos sintomas tratados por tais medicamentos. Boa parte desses fármacos não necessita de receita médica para serem adquiridos, visto que dor e febre são as duas indicações mais comuns para analgésicos e antipiréticos, são situações corriqueiras que nem sempre merecem uma consulta médica em nosso meio. Segue abaixo as classes mais utilizadas: Paracetamol - Este é talvez o analgésico e antipirético mais utilizado na prática usual, com fraca atividade anti-inflamatória, e apresenta uma incidência baixíssima de efeitos adversos quando utilizado nas doses terapêuticas recomendadas. O paracetamol, apesar de cruzar a barreira placentária, não parece causar efeitos teratogênicos nas doses normalmente utilizadas. Ibuprofeno - é o inibidor não seletivo da cicloxigenase, estudos não demonstram teratogenicidade. Dipirona - A dipirona é um derivado da pirazolona com ação similar à do paracetamol, mas com maior ação anti-inflamatória. Estudos envolvendo este fármaco e a aminopirina, uma droga similar, não mostraram efeitos teratogênicos Anti - Hipertensivos Metildopa - é um antagonista adrenérgico que age por meio de bloqueio central, é considerado por muitos o medicamento de escolha para o controle dos níveis pressóricos durante a gestação pelo seu histórico de uso sem restrições e sem causar prejuízos à saúde fetal. é o agente de primeira escolha para tratamento de hipertensão arterial na gestação Sulfato de Magnésio - Esse agente, considerado a droga de escolha para a prevenção e tratamento da eclampsia não tem indicação como anti-hipertensivo. Atenção : Categoria X prescrição com perigo – Sinvastatina, Varfarina sódica Tocolíticos Os agentes tocolíticos são substâncias responsáveis por inibir as contrações da musculatura lisa uterina e compreendem os agonistas β- adrenergicos; bloqueadores dos canais de cálcio; antagonistas da ocitocina; antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs) e antagonistas intracelulares de cálcio. Os mais usados são: Hidralazina - É um vasodilatador direto, causando relaxamento na camada muscular lisa arteriolar. Tem sido há muitos anos a droga de primeira escolha para o tratamento de hipertensão arterial grave durante a gestação, embora seus efeitos adversos minimizem os sintomas de pré-eclâmpsia, podendo confundir o diagnóstico Salbutamol - Também usado para inibir trabalho de parto prematuro. Em relatos preliminares, vários efeitos teratogênicos, incluindo fenda palatina, foram encontrados quando o salbutamol foi administrado. Nifedipina - Na tocolisi o uso de nifedipina é seguro tanto para a mãe como para o feto, segundo séries de casos existentes na literatura. O uso de doses iniciais mais baixas é sugerido para evitar efeitos rápidos após a ingestão. Ele é o fármaco de primeira escolha para inibir o parto pré-termo, por apresentar as seguintes vantagens: via oral de administração, poucos efeitos colaterais e eficácia em reduzir as complicações neonatais. https://www.infoescola.com/hormonios/ocitocinas/ Atenção: Dexametasona - é utilizada para aumentar o líquido sufactante no pulmão do bebê quando a risco de parto pré-maturo. Geralmente, é utilizado apenas um único ciclo de corticoide e, excepcionalmente, dois, em virtude dos efeitos colaterais para o feto Anti - Hemorrágicos e Uterotônicos É um agente farmacológico usado para induzir contrações uterinas ou dar maior tonicidade ao útero. Os uterotónicos são usados para induzir o parto e para reduzir hemorragias pós-parto. Anti - Hemorragicos Soro Ringer Lactato - é uma solução injetável , límpida e hipotônica , estéril e apirogênica seus componentes são cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de cálcio e lactato de sódio. Ele é usado junto com a ocitocina de acordo com o protocolo de HPP, para repor o volume perdido pela a paciente. Ocitocina - é um nonapeptídio cíclico obtido por síntese química. Esta forma sintética é idêntica ao hormônio natural que é armazenado no lóbulo posterior da hipófise. Nesse momento ela é usada junto com o soro ringer de acordo com o protocolo de HPP para estimular a contração uterina. E ela também é utilizada como rotina, via IM em pós- partos vaginais e cesareas como medidas profiláticas. Categoria C Misoprostrol - é um análogo sintético da prostaglandina E1, no fígado, sofre desesterificação, transformando-se no principal metabólito ativo - ácido misoprostol. Este exerce ação direta nos receptores das prostaglandinas e, atuando no colágeno cervical, provoca mudanças na sua estrutura físicoquímica, acarretando, como consequência, amolecimento, apagamento e maturação do colo uterino, favorecendo a sua dilatação, além de promover e estimular a contração uterina. Ele é usado via retal na HPP, como uma das últimas tentativas de interromper a hemorragia. Indução do Trabalho de Parto Ocitocina - Ela estimula o músculo liso do útero com maior potência no final da gravidez, durante o trabalho de parto e imediatamente após o parto. Nestes momentos, os receptores de ocitocina no miométriosão aumentados. A ocitocina provoca contrações rítmicas do segmento Ergotrate - é um medicamento à base de maleato de ergometrina, que produz uma contração tetânica (espasmo muscular) firme do útero dentro de poucos minutos, agindo na prevenção e tratamento da hemorragia pós-parto e pós-aborto. Categoria B. https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1rmacos https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Contra%C3%A7%C3%B5es_uterinas&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Parto https://pt.wikipedia.org/wiki/Hemorragia_p%C3%B3s-parto superior do útero, semelhantes em frequência, força e duração às observadas durante o trabalho de parto. Ela nesse momento é usada via endovenosa para induzir e aumentar as contrações uterinas e o colo tem que estar favorável para a indução. Pré - Natal É o conjunto de medidas e de aconselhamentos, visando o bem estar da grávida bem como a valorização do concepto, com seu acompanhamento desde a concepção do feto até o início do trabalho de parto. Objetivos do pré-natal Orientar os hábitos de vida (higiene pré-natal) Assistir psicologicamente a gestante Preparar a gestante para a maternidade: instruí-la sobre o parto (parto humanizado), dando-lhe noções de puericultura Evitar o uso de medicação e de medidas que se tornem prejudiciais para o feto (anomalias congênitas) Tratar os pequenos distúrbios da gravidez Realizar a profilaxia, o diagnóstico e o tratamento das doenças inerentes à gravidez ou dela intercorrentes Misoprostrol - Esse medicamento nesse momento é usado por via vaginal para induzir o trabalho de parto com feto vivo e com feto morto antes de 30 semanas. A utilização deste medicamento será em ambiente hospitalar,orientado e executado por profissionais especializados e não dependerá da conduta do paciente. Diagnóstico de Gravidez Para facilitar a compreensão, iremos abordar cada um deles. O diagnóstico clínico está relacionado aos sinais e sintomas da gravidez, que são classificados em presunção, probabilidade e certeza. Segue abaixo: Sinais de Presunção - Amenorreia, Náuseas e vômitos, alterações do apetite, sialorréia ( produção excessiva de saliva), polaciúria ( aumento da micção), aumento do volume e da sensibilidade mamária, hiperpigmentação da aréola e mamilos, surgimento de tubérculos de Montgomery, presença de colostro em algumas mulheres, surgimento da rede de haller. Sinais de Probabilidade - Amenorreia com mais de 10 ou 14 dias de atraso, Aumento do volume uterino e da sua consistência, onde com 6 semanas de gestação ele já se apresenta do tamanho de uma tangerina, 10 semanas de uma laranja e com 12 semanas do tamanho de uma cabeça fetal a termo sendo palpável acima da sínfice púbica, Aumento do volume abdominal. Sinais de Certeza - Percepção e palpação dos movimentos fetais ( MF), palpação das partes fetais, Ausculta dos batimentos cardiofetais ( BCFs). O diagnóstico hormonal ou laboratorial da gravidez Constitui, atualmente, o melhor parâmetro para o diagnóstico de gravidez incipiente, de acordo com sua precocidade e exatidão, ele está baseado na presença do hormônio gonadotrófico coriônico ( HCG) na urina ou no sangue, que por sua vez permite o diagnóstico precoce da gravidez. O diagnóstico da gravidez é presumido por meio de queixas como náuseas e vômitos, aumento da sensibilidade mamária, polaciúria, constipação e posteriormente, aumento do volume abdominal entre outras alterações. Na prática clínica, é muito importante o diagnóstico precoce da gravidez, Esse diagnóstico pode ser clínico, hormonal ou ultrassônico. O diagnóstico ultrassônico ( ultrassonagrafia abdominal ou obstetríca ) é o exame solicitado como meio de confirmação da gravidez. Ele tem a capacidade de identificar o saco gestacional que aparece em torno de 4 á 5 semanas de gestação e os BCFs por volta de 6 á 7 semanas de gestação, pode-se também afastar a hipótese da pseudociese ou popularmente conhecida como gravidez imaginária, muito comum em mulheres solteiras ou inférteis com um enorme desejo de engravidar. Marcos importantes á ultrassonografia transvaginal ( 1º trimestre) Idade Gestacional ( IG) e Data Provável do Parto ( DPP) A gravidez é datada do 1º dia do último período menstrual. A duração média da gestação é de 280 dias (40 semanas), e isso fornece a data provável do parto, assumindo que: O ciclo é de 28 dias A ovulação ocorreu geralmente no 14º dia do ciclo O cálculo da data provável do parto é um método recomendado pelo Ministério da Saúde que leva em consideração a data da última menstruação ( DUM), onde ela pode ser conhecida ou não pela a mulher. Na prática usa-se a regra de Nägele, que consiste em adicionar à data da última menstruação 7 dias e mais 9 meses (ou menos 3 meses, quando se faz o cálculo retrógrado). Por exemplo, se a última menstruação foi em 10 de novembro (mês 11), temos 10 + 7 = 17, e 11 – 3 = 8, portanto, 17 de agosto (mês 8) será a data provável do parto. Ex1: DUM: 07/03/2018 Ex 02: DUM: 20/12/2017 Regra + 7/ - 9 Regra + 7 / - 3/ +1 ____________ ___________ DPP 14/12/2018 DPP 27/ 09/ 2018 Quando a DUM não for conhecida indagar á paciente se o período em que ocorreu a última menstruação foi no início, meio ou fim do mês, e dessa forma, considerar como DUM os dias 05 ( início), 15 ( meio) e 25 ( fim) respectivamente, e assim proceder de acordo com a regra descrita acima. Para saber exatamente quantas semanas de gravidez você está e quantos meses, isso significa que é necessário calcular a idade gestacional e para isso basta saber a Data da Última Menstruação (DUM) e contar em um calendário quantos dias se passaram até a data atual, somar todos os dias, e o resultado desta soma dividir por 7. O resultado da divisão será interpretado como semanas e o resto, como dias da IG. Ex 1: DUM: 07/03/2018, hoje é 20/07/2018 Março: 24 ( dias contados a partir do dia 07) Abril: 30 Maio: 31 Junho: 30 Julho: 20 _____________ 135 / 7 14 20 05 Resposta: 20 semanas e 05 dias Ex 2: DUM: 20/12/2017, hoje é 20/07/2018 Dezembro: 11 ( dias contados a partir do dia 20) Janeiro: 31 Fevereiro: 28 Março: 31 Abril: 30 Maio: 31 Junho: 30 Julho: 20 _____________ 212 / 7 02 30 Resposta: 30 semanas e 02 dias Rotina de Pré-natal Atribuições do Técnico de Enfermagem no pré-natal Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação; Verificar/realizar o cadastramento das gestantes no SisPreNatal; É competência da equipe de saúde acolher a gestante e a família desde o primeiro contato na unidade de saúde ou na própria comunidade, por exemplo, por meio do Programa Saúde da Família ( PSF). O Ministério da Saúde ( MS) por meio da portaria 569 publicada em 1º de junho de 2000 que institui o Programa de Humanização no pré-natal e Nascimento com o objetivo declarado de assegurar a melhoria tanto do acesso como da abertura e da qualidade do acompanhamento pré- natal, da assistência ao parto e puerpério ás gestantes e ao recém-nascido. Conferir as informações preenchidas no Cartão da Gestante; Verificar o peso e a pressão arterial e anotar os dados no Cartão da Gestante; Fornecer medicação mediante receita, assim como os medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico); Aplicar vacinas antitetânica e contra hepatite B; Realizar atividades educativas, individuais e em grupos (deve-se utilizar a sala de espera); Informar o(a) enfermeiro(a) ou o(a) médico(a) de sua equipe, caso a gestante apresente algum sinal de alarme Identificar situações de risco e vulnerabilidade e encaminhar a gestante para consulta de enfermagem ou médica, quando necessário; Orientar a gestante sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e puerperal, acompanhar o processo de aleitamento, orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar Primeira Consulta A consulta de pré-natal é feita por um profissional que viabiliza a avaliação da gestante com o objetivo de prevenir, controlar ou mesmo tratar intercorrências na gestação. Por propiciar o levantamento de dados e fatos que podem influenciar na boa evolução da gestação, a consulta pré-natal ( sobretudo a primeira) deve ser realizada num ambiente tranquilo e sem influências externas, para que nenhum detalhe passe despercebido, preservando a qualidade do conteúdo da consulta. A primeira consulta deve ocorrer o mais precocemente possível ( até 12 semanas) na UBS, no ambulátorio ou até por meio de visita domiciliar, onde devera colher os seguintes dados: Identificação da paciente - Nome, Idade, Cor, Naturalidade Anamnese - Profissão, dados socioeconômicos, situação conjugal, renda familiar, condições de moradia e saneamento básico.. Antecedentes Familiares - História de câncer mama/útero, Diabetes, Hipertensão, Gemelaridade, Hanseníase, Tuberculose.. Antecedentes pessoais - Alergias, Câncer, Cirurgias, Aneurisma, Ate rosclerose, Doenças autoimunes, inflamatórias, nutricionais... Antecedentes Ginecológicos - Ciclo menstrual, cirurgia ginecologicas, malformação genital, uso de métodos anticoncepcionais, miomas, corrimentos. Sexualidade - Início, Dispareunia, Parceiros, prática sexual nessa gestação Antecedentes Obstetrícos - Números de filhos, abortos e partos, puerperio, natimortos, RN baixo peso, icterico, intervalo entre as gestações. Gestação atual - peso, Hábitos alimentares, aceitação da gravidez, Hábitos como fumo, alcool ou outras drogas, uso de medicamentos, sinais e sintomas da gestação em curso. Vacinação Exame Físico - Medida da altura uterina, ausculta dos BCFs, inspeção genital e mamas. Solicitar exames de primeira consulta Exames solicitados no pré - Natal nas consultas Exames complementares 1º Trimestre - Hemograma, Tipagem sanguínea e Fator RH, Coombs indireto ( se RH negativo), Glicemia de Jejum, Anti-HIV, VDRL, Toxoplasmose IgM e IgG, HbsAg, Exame de urina e urocultura, Ultrassonografia Obstetrica, Citopatologico de colo uterino, Parasitilógico de fezes, Eletroforese de hemoglobina. 2º Trimestre - Teste de tolerância para glicose, Coombs indireto repetir se fator RH negativo no 1º trimestre 3º Trimestre - Hemograma, Glicemia de jejum, Coombs indireto repetir se fator RH negativo no 1º trimestre, VDRL, Anti-HIV, HbsAg, Repita o exame se toxoplasmose se o IgG não for reagente, Exame de urina e Urocultura, Bacterioscopia de secreção vaginal ( a partir de 37 semanas de gestação). Os retornos pré-natais devem ser adaptados às necessidades de cada caso. O calendário deve seguir o roteiro apresentado a seguir, com a realização de pelo menos seis consultas intercaladas entre enfermeiro e médico, de acordo com a orientação da OMS e MS, distribuídas ao longo da gravidez, da seguinte forma: O diagnóstico oportuno da infecção pelo HIV e da sífilis durante o período gestacional é fundamental para a redução da transmissão vertical. O primeiro exame a ser ofertado pelo o profissional já na primeira consulta é o teste rápido de HIV/Sifilis, onde a paciente vai ser orientada antes de realizar o teste e assinar um termo de autorização para a realização do exame. Condutas de Diante das Queixas mais comuns na gestação Náuseas e Vômitos - Fracionar a dieta, Evitar frituras, gorduras, alimentos com odores fortes e desagradáveis e líquidos durante as refeições, Ingerir alimentos sólidos pela manhã, antes de levantar, como biscoito água e sal e torradas, Evitar líquidos mornos. Pirose - Evitar frituras, fumo, café, chá preto,, mate, doces e álcool, Fracionar dieta, Ingerir leite frio. Edema - Orientar repouso em DLE ou com MMII elevados ( se o edema for gestacional se for edema generalizado significa excesso de peso, orientar á nutricionista). Sialorreia - Deglutir a saliva e ingerir água em abundância Varizes - Evitar ficar em pé por tempo prolongado, Repouso com elevação dos MMII com auxílio de almofadas, Uso de meias elásticas. Hemorroidas - Evitar uso de papel higiênico áspero após as evacuações. Se possível, lavar a região anal com água e sabão, Evitar a constipação por meio de dietas ricas em fibras inslúveis Cãibras - Massagear o músculo contraído, Aplicar calor local, Repouso com os MMII elevados, hiperestender a panturrilha empurrando os pés para cima. Constipação - Ingerir alimentos ricos em fibras insolúveis, como: mamão, beterraba etc., Estimular ingestão hídrica para que as fibras possam causar o efeito desejado: estimular o peristaltismo, Estimular caminhadas diárias. Poliúria e Polaciúria - Evitar uso de roupas apertadas, Afastar a possibilidade de ITU no caso de polaciúria, Explicar a causa das alterações tanto no início quanto no final da gestação. Vacinação A vacinação durante a gestação objetiva não somente a proteção da gestante, mas também a proteção do feto. Do início da gestação até 28ª semana mensal; Da 28ª até 36ª semana quinzenal; Da 36ª até 41ª semana – semanal; A vacina dT é indicada para a proteção da gestante contra o tétano acidental e a prevenção do tétano neonatal. Gestante não vacinada e/ou com situação vacinal desconhecida: Deve-se iniciar o esquema o mais precocemente possível, independentemente da idade gestacional. No esquema recomendado constam três doses. Gestante vacinada: Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais) e última dose há menos de cinco anos: não é necessário vaciná-la. Gestante com esquema completo (3 doses ou mais) e última dose administrada há mais de cinco anos e menos de 10 anos: deve-se administrar uma dose de reforço tão logo seja possível, independentemente do período gestacional. A vacina contra a influenza é recomendada a todas as gestantes em qualquer período gestacional. O PNI disponibiliza esta vacina na rede pública de saúde a todas as gestantes durante a campanha anual contra influenza sazonal. O esquema consta de uma dose no período da campanha. Por considerar os riscos da gestante não vacinada de contrair a hepatite B e de haver transmissão vertical, o PNI reforça a importância de que a gestante receba a vacina contra a hepatite B após o primeiro trimestre de gestação, independentemente da faixa etária. A Dtpa é a vacina especifica da gestante, e conforme orientação do MS, tem que ser administrada em toda a gestação entre 20º e 36 º semanas, intepedente do intervalo dos partos, caso não seja possível neste período pode tomar 30 dias antes do parto ou no puerpério. Vias de Transmissão Materno - Fetal Todos os anos, estima-se que 2.100 crianças na América Latina e no Caribe nascem com HIV ou o contraem de suas mães; 22.400 estão infectadas com sífilis; cerca de 9.000 nascem com doença de Chagas; e 6.000 contraem o vírus da hepatite B. Se não forem detectadas e tratadas a tempo, essas infecções podem causar abortos espontâneos, malformações congênitas, problemas neurológicos e cardíacos, cirrose, câncer de fígado e, em alguns casos, até a morte. Em novembro de 2015, o Ministério da Saúde ( MS) reportou um aumento de 20 vezes dos casos de microcefaliano Brasil relacionados com infecção por Zíka ( ZIKV) durante a gestação. Essa infecção é uma doença Do ponto de vista infecciosa emergente, com graves repercussões fetais, e, por conta de seu surgimento, a Organização Mundial da Saúde ( OMS) decretou emergência global em saúde pública em 1º de fevereiro de 2016. As infecções congênitas podem ocorrer durante a gestação ( pré-natais) ou durante o parto ( paranatais). As relações entre feto e a mãe são necessariamente feitas pelas membranas placentária e amniótica. Assim, as vias de penetração dos germes são divididas em dois grupos: via transplacentária e via transamniótica. Infecção Transplacentária - Os microrganismo procedentes do sangue materno cruzam a placenta, alcançam a circulação fetal e disseminam- se. Infecção Transamniótica - Os germes da vagina e do colo acometem a cavidade amniótica e o feto. Infecção Paranatal - É adquirida por contato direto com as secreções maternas, no momento da passagem do feto pelo canal de parto. Consequências das Infecções Congênitas Abortamento Anomalias congênitas Morte Fetal Defeitos funcionais, especialmente do sistema nervoso central ( SNC) Rubéola Após o período de incubação de 14 a 21 dias, a rubéola exterioriza-se como uma doença de pequena gravidade, caracteriza por exantema maculopapular, que se inicia na parte superior do tórax, estendendo-se depois por todo o corpo e febricula. As complicações são mais comuns no adulto e incluem artragial, artrite, encefalite, neurite e púrpura trombocitopênica. A excreção do vírus pela faringe pode ser detectada 7 dias antes do exantema ou até 7 a 12 dias após o seu inicio. OBS: De acordo com a nota técnica nº 21/2011 - MS: A secretária de vigilância em saúde notificou que a sorologia para rubéola não é mais um exame de rotina no pré-natal, exceto em grávidas com manisfestações clínicas ou vínculo epidemiologico. Transmissão: Direto, pelo contato com secreções nasofaríngea de pessoas infectadas. Vacina: A vacinação Tríplice, é recomendada para mulheres em idade fértil e no pós-parto, e está proibida na gravidez. Mulheres vacinadas deverão aguardar 1 mês para engravidar . Síndrome da Rúbeola congênita Na gravidez, a infecção no 1º trimestre determina a síndrome da rubéola congênita (SRC), caracteriza pela a tríade catarata, surdez neurossensorial e malfarmoções cardícas. Além da tríade da SRC já referida, outras manifestações são: Hepatite B Dentre as hepatites virais, a hepatite B é de grande importância obstétrica pelas elevadas taxas de transmissão vertical, gravidade da infecção neonatal e possibilidade de prevenção A via de transmissão ao recém-nascido é o parto (paranatal). Embora a infecção seja paranatal, não há indicação de cesárea. Cerca de 70 a 90% dos recém-nascidos infectados desenvolverão infecção crônica, com potencial para a cirrose e o câncer de fígado. Transmissão: via sexual, transfusões sanguíneas, acidentes perfurocortantes. A via de transmissão ao RN é o parto ( paranatal). Cerca de 70 a 90% dos RN infectados desenvolverão infecção crônica com potencial para cirrose e câncer de fígado. AIDS A síndrome da imunodeficiência adquirida ( AIDS) é a doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana ( HIV), um retrovírus RNA, linfotrópico, que pode permanecer por longo período no corpo antes que danos causados por ele apareçam como sintomas visíveis. O vírus HIV desarma gradualmente o sistema imunológico, tornando o doente cada vez mais vulnerável a qualquer infecção ocasionada por outro vírus, bactéria, fungo ou parasita. Essas infestações oportunistas ocorrem principalmente na pele, nos pulmões, no sistema digestivo, nos nervos e no cérebro. Transmissão: A principal fonte de contágio do HIV é feita pelas células infectadas por ele – transmissão por celularidade. Os linfócitos CD4 geralmente são parasitados pelo HIV existente no sangue e no esperma, sendo os elementos contaminantes – transfusão de sangue, compartilhamento de seringas por usuários de drogas ilícitas e relações sexuais (especialmente o coito anal). Diagnóstico: O mais utilizado é o teste ELISA, O resultado positivo deverá ser sempre confirmado pelo Western blot, que é definitivo. Há também o teste rápido, que apresenta o resultado em menos de 30 min. Fatores associados á transmissão materno-infatil são os seguintes: Carga viral elevada próximo do parto: > 1.000 cópias/ml Ruptura das membranas > 4 horas Baixa contagem de CD4: < 200 células/mm³ Instrumentação no parto Parto pré-termo Via de parto Cesárea eletiva com 38 semanas de gravidez se a carga viral for ≥ 1.000 cópias/mℓ . A cesárea somente terá indicação se não houver ruptura das membranas e a dilatação for inferior a 3 a 4 cm. Nos casos em que a carga viral for < 1.000 cópias/mℓ e a paciente foi tratada com TARV, o parto vaginal pode ser realizado. No parto cesáreo, a taxa de complicações é maior em comparação com o vaginal. Aleitamento Materno : Não será permitido, pois trata-se de via de transmissão do HIV. Toxoplasmose O toxoplasma se apresenta de diversas maneiras, a depender do hospedeiro: oocisto, taquizoíto e cisto. Os hospedeiros intermediários são principalmente o porco, a ovelha e o ser humano; os hospedeiros definitivos são membros da família Felidae, e o exemplo típico é o gato doméstico. As três principais formas de transmissão da toxoplasmose são: A ingesta de carnes cruas e malcozidas A exposição a fezes de gato contaminadas com oocistos Transmissão vertical A infecção primária ocorrida na gestação pode ser transmitida ao feto pela via transplacentária. A invasão da placenta pelos taquizoítos e a multiplicação dos parasitas neste local é um cenário provável. A toxoplasmose congênita pode determinar abortamento e malformação fetal, com graves repercussões no recémnascido, inclusive levando ao óbito. Os sinais clássicos da tríade toxoplasmósica são: Coriorretinite Calcificações intracerebrais Hidrocefalia Convulsões Esplenomegalia Febre Anemia Icterícia Linfadenopatia Prevenção primária da toxoplasmose na gravidez Sífilis A sífilis é doença venérea sistêmica causada pelo Treponema pallidum. A infecção sifilítica pode ser dividida em diversos estágios: incubação, primária, secundária, latente inicial, latente tardia e terciária. A classificação mais recente é em: sífilis inicial (primária, secundária e latente até 1 ano) e tardia (latente após 1 ano e terciária). A sífilis primária é caracterizada pelo cancro sifilítico na genitália (lábios), duro, indolor e linfadenopatia, geralmente 3 semanas após o contato . Estágio secundário ocorre de 6 semanas a 6 meses após a lesão primária; a espiroquetemia determina exantema maculopapular envolvendo todo o corpo, especialmente mãos e pés. Sintomas não específicos como febre, perda de peso e mal-estar ocorrem em 50% dos pacientes . Fase terciária ou tardia é o estágio de destruição tecidual que aparece 10 a 25 anos após a fase inicial em quase 35% dos pacientes não tratados. As lesões granulomatosas (gomas) podem ocorrer em qualquer órgão, sendo muito mais dependentes da resposta local imune que da ação direta do organismo. As manifestações mais graves da sífilis terciária incluem o sistema cardiovascular e o SNC: insuficiência aórtica, estenose do óstio coronário, tabes dorsalis, demência e morte. Sífilis Congênita A infecção transplacentária pode ocorrer durante quaisquer estágios da doença e idade da gravidez, o comprometimento fetal depende particularmente da treponemia materna. A sifilis congênita em mulheres não tratadas é responsável por: Perda fetal/natimorto Neomorto Parto pré-termo/baixopeso Infante com sifílis congênita Prognóstico adverso global Sorologia: Existem dois tipos de testes: VDRL e o FTA-Abs. O rastreamento é feito com o VDRL, mas a ocorrência de falso-positivo obriga que seja feita a confirmação com o FTA-Abs. Em geral, o VDRL se torna positivo 1 a 3 semanas após o aparecimento do cancro duro O VDRL quantitativo também é o teste de escolha para seguir os casos após o tratamento, uma vez que o FTA-Abs permanece positivo após a infecção sifilítica inicial. Tratamento: O tratamento é feito com penicilina G benzatina por via intramuscular, em esquemas que dependem da fase clinica da infecção . O parceiro também deverá ser tratado. NUTRIÇÃO NA GESTAÇÃO Deficiência nutricionais podem elevar a incidência de: Malformações Fetais Parto Prematuro Anemia e restrição de crescimento fetal No pré-natal uma dieta equilibrada associada ao peso saudável contribui para uma boa saúde, prevenção de carências nutricionais e manifestações como a obesidade e o diabetes, entre outras. A alimentação equilibrada no pré-natal é aquela que fornece em uma mesma refeição um alimento de cada grupo. O estado nutricional materno tem grande impacto sobre o crescimento e o desenvolvimento fetal, pois o período gestacional é uma fase em que as necessidades nutricionais são elevadas, decorrentes dos ajustes fisiológicos da gestação. No 1º trimestre, a perda de até 3kg, a manutenção do peso pré- gestacional ou ganho de peso ponderal de até 2kg são situações previstas e que não comprometem o binômio mãe/filho. Entretanto, se, no 1º trimestre, ocorrer ganho ou perda de peso em excesso, o monitoramento do peso deve receber atenção especial quanto á nutrição, pois, nesses casos, é possível que ocorram desvios do estado nutricional com a evolução da gravidez. 1º nível: Grupo de cereais: arroz, pães, massas,tubérculos, de preferências integrais, fontes de carboidratos e fibras. 2º nível: Grupo de hortaliças e frutas: fontes de vitaminas e minerais 3º nível: Grupo das carnes e ovos: fontes de proteínas, ferro e vitaminas, grupo das leguminosas - feijão, lentilha, soja, fontes de proteínas vegetais, grupos do leite e derivados - fontes de proteínas, cálcio e vitaminas. 4º nível: Grupo dos óleos e gorduras: Fontes de gorduras; grupo dos açucares e doces - fontes de carboidratos. OBS: Recomenda-se que os alimentos sejam distribuídos em 6 refeições diárias de pequenos volume. SEXO A princípio, não há restrição para a atividade sexual durante a gestação de baixo risco e sem intercorrência. Não há associação de atividade sexual durante o 3º trimestre com o aumento da taxa de nascimentos pré-termo. Relações sexuais devem ser contraindicadas apenas em situações especiais, como prematuridade e ruptura prematura das membranas. Elas devem ser restritas com a proximidade do final da gestação. OBS: A gestação não impede, por si, atividade sexual, desaconselhada somente em determinadas alterações obstétricas, como a ameaça de abortamento, os sangramentos vaginais, os pródromos de trabalho de parto prematuro e a placenta prévia. Durante o pré-natal, deve-se atentar para os seguintes aspectos: Na maioria dos casos, a expressão da sexualidade é fenômeno do casal, e não apenas de um dos parceiros. Padrões de normalidade jamais devem ser estabelecidos. A sexualidade saudável não se define por modelos previamente conhecidos. É indispensável o conhecimento das modificações maternas inerentes a cada fase da gestação e o possível efeito dessas mudanças sobre a gravidez, seu parceiro e concepto. Bom relacionamento médico-paciente é fundamental para identificar eventuais perturbações na sexualidade do casal. Uma vez ciente das dificuldades, o profissional que assiste a gestante deve promover o diálogo entre o casal, esclarecendo dúvidas e orientando soluções e, se necessário, solicitando a participação de especialista no tema. Após o parto, devido á crise vaginal, caracterizada por atrofia do epitélio da vagina, torna-se desconfortável o estímulo da atividade sexual. Durante a lactação, ocorrem vários fatores como queixa de dores, na região perineal, cosequente á cicatriz da episiorrafia, ou abdominal, devido a cesariana. Somam-se a tudo isso a preocupação e os intensivos cuidados exigidos pelo neonato, as noites mal dormidas, o cansaço, a ansiedade, a insegurança e, por vezes, a depressão puerperal para motivar queda pronunciada da libido, cuja duração é variável e depende das condições particulares de cada puérpera, do tipo de parto e das características do período de amamentação. ATIVIDADE FÍSICA Na gestação, pode ser mais importante trabalhar a flexibilidade e o fortalecimento dos músculos pélvicos do que manter aptidão cardiovascular. Os exercícios mais aconselhados são aqueles de menor risco para a gestante e para o concepto como: Os exercícios respiratórios, quando bem orientados, podem ajudar na evolução do trabalho de parto, facilitando o período expulsivo, pois a mecânica respiratória envolve o músculo abdominais, principalmente quando da exposição forçada. A gestante deve evitar exercitar-se na posição supina ( decúbito dorsal) após o 1º trimestre da gestação, pois ela resulta em uma relativa obstrução do seu retorno venoso. Vantagens dos exercícios para a gestante Menor ganho de peso Diminuição do risco de diabetes Decréscimo de complicações obstétricas, como o parto prematuro Menor duração de parto cesáreo e a melhora na capacidade física Melhora a autoestima, autoimagem Sensação de bem-estar Caminhada Natação Hidroginástica Ioga Ciclismo em bicicleta ergométrica Diminuição do Isolamento social, Ansiedade, Estresse Menor duração na fase ativa do trabalho de parto Os exercícios físicos está contraindicado para as gestantes que apresentam doenças do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, enfermidade cardíaca reumática, tromboflebite, história recente de embolia pulmonar, risco aumentado de parto prematuro, síndromes hemorrágicas na gestação, macrossomia fetal, hipertensão arterial e sofrimento fetal crônico. ALCOOLISMO E TABAGISMO O alcoolismo é atualmente problema relevante de saúde pública e que atinge 1 a 2% das mulheres em idade fértil. Os efeitos do alcoolismo no feto são variáveis e dose-dependentes, sendo descritos desde distúrbios do crescimento até distúrbios neurológicos e de comportamento e, finalmente, com a ingestão de doses elevadas de álcool, a síndrome fetal do alcoolismo materno, cuja incidência pode chegar a 50% em pacientes alcoólatras com ingestão de grandes quantidades de álcool. Pacientes alcoólatras devem ser desencorajadas a engravidar até que alcancem boa recuperação clínica e controle adequado do vício. Caso contrário, as repercussões sobre o concepto podem ser muitas, sendo todas com potencial significativo de prejuízos futuros. O encaminhamento ao psiquiatra é fundamental para o sucesso. Deve - se investigar ativamente o consumo de álcool, principalmente o consumo ocasional. A mulher que pretende engravidar deve ser orientada que o ideal é o consumo zero de álcool durante a gestação. Os efeitos do tabagismo na gestação têm sido relacionados principalmente a alterações no crescimento fetal e maior risco de parto prematuro. Outras intercorrências também são citadas, como: abortamentos, descolamento prematuro de placenta ( DPP) e rotura prematura de membranas ovulares( RPMO). Portanto, da mesma forma que com o álcool, ou com qualquer vício ou adição estabelecida, a paciente tabagista deve ser encorajada a postergar a gestação até que abandone o fumo por completo e alcance estabilidades clínica como paciente não fumante, evitando assim os riscos de exposição
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