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MÓDULO OBSTETRÍCIA

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OBSTETRÍCIA E 
GINECOLOGIA 
 
 
 
OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA 
SISTEMA GENITAL FEMININO 
 O sistema genital feminino é dividido em genitália externa e interna. A 
genitália externa ou vulva pode ser estudada em conjunto com o períneo, 
constituindo a região vulvoperineal. 
 
Genitália externa feminina 
 A vulva inclui as seguintes estruturas: 
 Monte de vênus, pênil ou monte púbico 
 Pregas tegumentárias ou formações labiais: grandes e pequenos lábios 
 Espaço interlabial ou fenda vulvar: vestíbulo, meato uretral, introito 
vaginal e hímen 
 Órgãos eréteis: clitóris e bulbovestibulares 
 Glândulas acessórias: parauretrais (ou de Skene) e vulvovaginais (ou de 
Bartholin). 
 
Genitália interna feminina 
A genitália interna feminina se compõe, essencialmente, de: 
 Um longo canal que se estende da superfície externa do corpo até a 
cavidade peritoneal: vagina, útero e tubas uterinas 
 Um par de gônadas: ovários. 
 A vagina é o órgão da cópula destinado a receber o pênis e o sêmen 
ejaculado durante o coito. O útero retém o óvulo fecundado (ovo) 
possibilitando-lhe desenvolvimento e crescimento, e o expulsa, quando maduro 
(parto), ou antes disso (abortamento e parto pré-termo); é o órgão da gestação. 
As tubas uterinas recolhem o óvulo na superfície do ovário, após a postura, e o 
conduzem ao útero; são os ovidutos. Os ovários produzem os óvulos; são as 
gônadas. 
 O útero é composto por três camadas separadas e distintas: 
 Serosa, cobertura peritoneal externa; 
 Miométrio, camada de músculo liso; 
 Endométrio, membrana mucosa que reveste a cavidade uterina. 
 
 
SISTEMA GENITAL MASCULINO 
 
O sistema genital masculino é composto por: 
 Um par de gônadas, testículos: responsáveis pela produção de 
hormônios (células intersticiais ou de Leydig) e de espermatozoides 
(túbulos seminíferos); 
 Diversos canais, vias espermáticas, para a eliminação dos 
espermatozoides: canais eferentes, canais epididimários, canais 
deferentes, vesículas seminais, canais ejaculatórios e uretra; 
 Um órgão para a cópula: o pênis 
 Outros órgãos acessórios: Sistema de coberturas que rodeiam os 
testículos, as bolsas escrotais Glândulas cujas secreções se juntam aos 
espermatozoides, constituindo o esperma ou sêmen; 
 Próstata e glândulas bulbouretrais (ou de Cowper). 
 
 
FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL 
 
 O ciclo menstrual representa a capacidade que a mulher tem em atingir 
a fertilidade, caracterizada pela ovulação. O ciclo tem início no primeiro dia de 
uma menstruação, terminando no primeiro dia da menstruação seguinte. Varia 
de mulher para mulher, de 20 a 45 dias, sendo em média, de 28 dias. 
 
 
Hormônios que atuam no ciclo menstrual 
 
Liberados pela Hipófise: Liberados pelos Ovários: 
FSH ( Hormônio Folículo Estimulante) Estrogênio 
LH ( Hormônio Luteinizante) Progesterona 
 
 A hipófise, após receber estímulos cerebrais, liberado o FSH. Esse 
hormônio é transportado pela corrente sanguínea até os ovários, iniciando o 
amadurecimento do folículo que contém o óvulo. Na medida em que o folículo 
vai amadurecendo ele vai migrando para a superfície externa do ovário e inicia 
a secreção de estrogênio. Esse estrogênio, secretado na corrente sanguínea, 
age no endométrio provocando a proliferação de suas células resultando, 
gradativamente, no espessamento do útero, preparando-o para receber o 
suposto ovo. 
 Quando esse "ninho" fica pronto, isto é, quando a parede apresenta 
espessura adequada, a hipófise lança na corrente sanguínea o LH, cuja função 
principal é a de promover a ovulação, ou seja, o rompimento do folículo com a 
expulsão do óvulo maduro, captado posteriormente pelas fímbrias das tubas 
uterinas e levado para o seu interior. 
 A capa restante do folículo, denominado corpo lúteo, inicia a secreção 
de progesterona, que tem como função manter o endométrio proliferado á 
espera do suposto embrião. Se não ocorrer a fecundação, o corpo lúteo inicia 
um processo de involução, passando a denominar-se corpus albincans. 
 Como consequência dessa involução, a progesterona secretada por ele 
sofre uma considerável e importante diminuição. Esta queda da quantidade da 
progesterona: Desencadeará a menstruação, ou seja, a descamação do 
endométrio, caracterizada por uma perda sanguínea vaginal, que permitirá a 
liberação do FSH pela hipófise, iniciando um novo ciclo. 
 
 
 
Fases do Ciclo Menstrual 
 
 Fase proliferativa ou folicular - Começa no 1º dia do ciclo estendendo-
se até a ovulação. Características: Proliferação do endométrio, 
Desenvolvimento do folículo pela a ação do FSH, Secreção de 
estrogênio pelo folículo maduro. 
 Fase Ovulatória - Ocorre entre o 12º e o 16º dia antes da menstruação, 
num curto período. Característica: Secreção de LH pela hipófise e 
rompimento do folículo e expulsão do óvulo maduro. 
 Fase Secretória ou Luteínica - Começa na ovulação estendendo-se 
até o primeiro dia da próxima menstruação. Característica: Formação do 
corpo lúteo, Secreção de grande quantidade de progesterona pelo corpo 
lúteo, Espessamento da parede do endométrio, constituindo um ” ninho", 
altamente nutritivo para o suposto embrião. 
 
 
Fecundação 
 
 Ascensão dos espermatozoides pelo aparelho genital feminino: cerca de 
300 milhões de espermatozoides são depositados no fundo de saco posterior 
da vagina, durante o coito, próximo ao orifício externo do útero. Em 
consequência da ação letal da secreção vaginal, ácida, e da insuficiência dos 
mecanismos de transporte, menos de 200 espermatozoides conseguem chegar 
às tubas. Vitalidade dos espermatozoides parecem reter a capacidade de 
fertilização por 24 a 48 h 
 Em geral, cerca de 1 a 2 milhões de oócitos estão presentes nos ovários 
de recém-nascida, mas a maioria regride durante a infância, permanecendo à 
puberdade apenas 300 mil. O óvulo, liberado no momento da ovulação, está 
cercado pela zona pelúcida e pela camada de células da granulosa nomeada 
coroa radiada, sua vitalidade é de apenas por 12 á 24hs. 
 A gravidez representa um evento 
fisiológico na vida da mulher, que 
caracteriza uma série de alterações e 
modificações em seu organismo, a partir 
do momento em que o óvulo maduro 
liberado pelo seu ovário, ao ser captado 
e transportado no interior da tuba uterina, 
encontra o espermatozoide numa fusão 
caracterizada pela fecundação. A 
inseminação e a deposição do sêmen na 
vagina, a partir dai os gametas 
masculinos assim liberados já 
alcançaram plena maturidade, são 
espermatozoides. 
 
 A respeito dos cromossomos sexuais, ao contrário dos espermatozoides, 
o óvulo tem apenas um tipo X, de tal modo que os óvulos são sempre 22 + X. A 
fusão dos gametas, células haploides, restabelecendo o número diploide de 
cromossomos e constituindo o ovo ou zigoto. A fusão de espermatozoide 22 + 
Y com óvulo, esse sempre 22 + X, resulta em um ovo 44 + XY, cuja evolução 
natural será a formação de indivíduo masculino. Se o espermatozoide for 22 + 
X, o zigoto será 44 + XX, e o indivíduo, feminino. 
 
História da Obstetrícia 
 Obstetrícia é a área da Medicina que estuda os fenômenos da 
reprodução na mulher. Desse modo, está relacionada com a gestação, o parto 
e o puerpério – com atenção à fisiologia, à patologia e aos acidentes. Os 
cuidados com a gestante e o feto durante o ciclo grávido-puerperal constituem 
a prática obstétrica, que pode ser aperfeiçoada pela experiência, e aprimorada 
com os conhecimentos teóricos decorrentes da pesquisa, da prática clínica e 
da observação. Obstetrícia deriva da palavra latina obstetrix, originária do 
verbo obstare, que significa ficar ao lado, a mulher que assiste a parturiente. 
 A obstetrícia era praticada pelas mulheres mais idosas, que deram a 
origem as parteiras, passando a ajudar com conselhos e práticas diversas. 
Apesar da experiência dessasmulheres com o processo de dar à luz, elas 
costumavam ser consideradas ignorantes, e até feiticeiras, o que tornava 
questionável o seu papel na assistência ao parto. Em uma fase em que o parto 
ainda não se tinha desenhado nem caracterizado, a ajuda psicológica dessas 
mulheres tinha um impacto positivo no trabalho de parto. 
 Na evolução da obstetrícia a mitologia grega e posteriormente a latina 
apresentam divindades invocadas pelas mulheres para facilitar ou suportar o 
nascimento, naquela época as mulheres passavam todo o trabalho de parto 
deitada na cama, só com a presença das parteiras e mulheres mais velhas da 
família. Logo em Roma a cadeira de parir foi adotada, os médicos gregos eram 
descriminados, se tinham dificuldade de atuar, visto que o decreto religioso 
proibia a assistência masculina á parturiente. 
 
Obstetrícia no Brasil 
 
 No Brasil os costumes, e a assistência ao parto advém da Escola de 
Portugal, que venho com a chegada da família real ao Brasil. Eles observaram 
os costumes dos nativos (índios) e registraram tudo o que acontecia com as 
índias durante o processo de trabalho de parto. Observaram que em algumas 
tribos as mulheres ao sentir a dor do parto se acocorava no mato e ali esperava 
a hora de parir, só retornando após todo o ato consumado, era normal a mãe 
cortar o cordão com os dentes, como fazem os animais, Também há registros 
de que mulheres botocudas pariam no mato, retornavam à tribo após o banho, 
cozinhavam a placenta e membrana se comiam. 
 
 
 
 
 
 Já na história da enfermagem no Brasil o profissional passou por várias 
designações: parteira, obstetriz, enfermeira obstetra. Que a enfermagem 
obstétrica surge em 1931, quando uma disciplina da faculdade de medicina 
incorporou o curso de partos, introduzindo uma disciplina de prática de 
enfermagem nesse curso e, conferindo o título de enfermeira obstetra, hoje 
essa prática é regulamentada pelo o COFEN. A enfermagem vem 
conquistando o espaço do atendimento ao parto no domicílio, além de seu 
papel hospitalar, na busca pelo cuidado integral, valorizando a mulher como 
protagonista do processo de nascimento. 
Marcos da Humanização 
 Em 1980 iniciou-se um movimento organizado para priorizar as 
Tecnologias apropriadas ao parto, qualidade de assistência á parturiente, 
desincorporação das tecnologias danosas, que no Brasil recebeu o nome de 
humanização do parto. 
 Para o MS, a humanização compreende dois aspectos fundamentais: a 
convicção de que é dever das unidades de saúde receber com dignidade a 
mulher, seus familiares e o recém-nascido; e o uso de medidas e 
procedimentos sabidamente benévolos para o acompanhamento do parto e do 
nascimento, evitando o intervencionismo desnecessário, que embora esteja 
tradicionalmente na prática dos profissionais não beneficiam a mulher nem o 
recém-nascido e acarreta com frequência elevados riscos para ambos. 
 O MS instituiu o Programa Nacional de Pré-natal e Nascimento (PHPN) 
por meio da Portaria GM nº 569, de 1º de junho de 2000, que tem como 
objetivo primordial assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da 
 Ao se pensar sobre a obstetrícia brasileira, 
vale destacar a figura apostolar de Fernando 
Magalhães (1878-1944), criador da Escola 
Obstétrica Brasileira, que começou a conceber em 
1911, como professor extraordinário da Faculdade 
de Medicina do Rio de Janeiro. O nome de 
Magalhães está relacionado com o tratamento da 
infecção puerperal, a operação cesariana (que 
passou de evento bissexto e mortífero a segurança 
e trivialidade atuais), a proteção da vida embrionária 
(outrora preceito acadêmico, hoje fundamental), o 
desvendamento do mecanismo do parto, o problema 
da distócia pélvica e a conduta nas hemorragias 
obstétricas. A partir dai, no Brasil, houve o declínio 
da prática da parteira no final do século XIX- que 
passou a ser um paradigma médico de que a 
atenção ao parto é estritamente intervencionista. 
 qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério 
e ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania. Esse programa 
coloca a humanização da atenção obstétrica e neonatal como elemento 
primordial para o adequado acompanhamento do parto e do puerpério. 
 
 
 
Posteriormente ao PHPN foram criadas outras legislações, que 
buscaram garantir a humanização e qualificação do cuidado obstétrico e 
neonatal, ressaltando-se: 
 A Lei 11.108, de 07 de abril de 2005, que garante às parturientes 
o direito a acompanhante durante o trabalho de parto, parto e 
puerpério imediato no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); 
 A Lei 11.634, de 27 de dezembro de 2007, que dispõe sobre o 
direito da gestante ao conhecimento da vinculação à 
maternidade, na qual receberá assistência no âmbito do SUS; 
 A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 36, de 03 de junho 
de 2008, que dispõe sobre regulamento técnico para 
funcionamento dos serviços de atenção obstétrica e neonatal, 
incluindo a ambiência, o acolhimento e ações de humanização 
para a manutenção dos serviços dessa área; 
 A Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011, que institui a Rede 
Cegonha; e a Portaria nº 904, de 29 de maio de 2013, que 
estabelece diretrizes para implantação e habilitação do Centro de 
Parto Normal (CPN), no âmbito do SUS, para o atendimento à 
mulher e ao recém-nascido no momento do parto e do 
nascimento, em consonância com o componente Parto e 
 Entre as práticas que devem ser estimuladas 
durante o trabalho de parto e parto, destacam-se: a 
oferta de líquidos por via oral, o apoio empático 
pelos prestadores de serviço, o respeito à escolha 
da mulher quanto ao acompanhante durante a 
parturição, o esclarecimento das dúvidas e 
fornecimento de informações que as mulheres 
desejarem, a utilização de métodos não invasivos e 
farmacológicos para alívio da dor, como massagem 
e técnicas de relaxamento, o monitoramento fetal 
por meio de ausculta intermitente, a liberdade de 
posição e movimento, estímulo a posições não 
supinas, uso do partograma, contato pele a pele 
precoce entre mãe e filho e apoio ao início da 
amamentação na primeira hora pós-parto, 
conforme diretrizes da OMS sobre o aleitamento 
materno. 
Nascimento da Rede Cegonha, e dispõe sobre os respectivos 
incentivos financeiros de investimento, custeio e custeio mensal. 
Rede Cegonha 
 
 
 
A Rede Cegonha é estruturada a partir de quatro componentes: pré-natal, parto 
e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança e sistema 
logístico que refere-se ao transporte sanitário e regulação. Suas diretrizes são: 
 Acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, 
ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal; 
 Vinculação da gestante à unidade de referência para o parto, e ao 
transporte seguro; 
 Boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento; 
 Atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses meses com qualidade e 
resolutividade; 
 Acesso às ações de planejamento reprodutivo. 
 A Rede Cegonha oferece recursos para a ampliação dos exames de pré-
natal, de teste rápido de gravidez e de detecção da sífilis e HIV, para a 
ampliação e qualificação de leitos de UTI adulto, UCI e UTI neonatal, leitos de 
gestação de alto risco assim como para a adequação da ambiência das 
maternidades e a construção e custeio de Centros de Parto Normal e Casas de 
Gestantes, Bebês e Puérperas, conforme critérios definidos pelas portarias e 
pactuações das Comissões Intergestores Regionais e GCE/RC. 
 Diante disso começou a ser aplicada a humanização do parto e 
nascimento e a incorporação de boas práticas na atenção ao parto e 
nascimento como: 
 Atender, ouvir a cliente, assumindo postura ética; 
 Recebê-la com cordialidade e humanismo; 
 Ouvir suas queixas, sem julgamentos nem preconceitos; 
 Orientar sobre o trabalho de parto; 
 Orientar sobre o uso dos métodos nãofarmacológicos de alívio da dor; 
 A Rede Cegonha é um pacote de ações 
regulamentado pela portaria 1459/2011 que visa garantir 
o atendimento de qualidade, seguro e humanizada para 
todas as mulheres. O trabalho busca oferecer 
assistência desde o planejamento familiar, passa pelos 
momentos da confirmação da gravidez, do pré-natal, 
pelo parto, pelos 28 dias pós-parto (puerpério), cobrindo 
até os dois primeiros anos de vida da criança. Tudo 
dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). 
 Estimular deambulação e exercícios verticalizados; 
 Acolher o acompanhante e esclarecer dúvidas; 
 Estimular o contato pele a pele com o bebê no pós-parto imediato; 
 Estimular o aleitamento precoce na primeira hora de vida; 
 Oportunizar o corte do cordão umbilical executado pelo pai ou 
acompanhante; 
 Promover o vínculo do trinômio: mãe-bebê-pai; 
 Respeitar à mulher, seus familiares e à Lei 11.108/2005; 
 Respeitar a escolha da posição do parto pela parturiente; 
 Informar os procedimentos a que será submetida, inclusive episiotomia, 
se necessária; 
 Evitar a Manobra de Kristeller e toques vaginais repetidos; 
 No exame físico e na ausculta dos BCF, cobrir suas partes íntimas; 
 Promover ambiente tranquilo e respeito à privacidade. 
 
 
 O parto humanizado pode ser normal, natural ou pode ser uma cesárea, 
por exemplo. Ser humanizado é respeitar a mulher, a pessoa como um ser com 
especificidades, é não aplicar métodos e padrões indiscriminadamente, 
individualizando a assistência para cada um, de acordo com a sua 
necessidade. 
 
Violência Obstetríca 
 
 A violência obstétrica é aquela que acontece no momento da gestação, 
parto, nascimento e/ou pós-parto, inclusive no atendimento ao abortamento. 
Pode ser física, psicológica, verbal, simbólica e/ou sexual, além de negligência, 
discriminação e/ou condutas excessivas ou desnecessárias ou 
desaconselhadas, muitas vezes prejudiciais e sem embasamento em 
evidências científicas. Essas práticas submetem mulheres a normas e rotinas 
rígidas e muitas vezes desnecessárias, que não respeitam os seus corpos e os 
seus ritmos naturais e as impedem de exercer seu protagonismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Exemplos de violência obstetríca: 
 
 
 
 
 Caso a mulher sofra violência obstétrica, ela pode denunciar no próprio 
estabelecimento ou secretaria municipal/estadual/distrital; nos conselhos de 
classe (CRM quando por parte de profissional médico, COREN quando por 
enfermeiro ou técnico de enfermagem) e pelo 180 ou Disque Saúde – 136. 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO EMBRIÃO E FETO 
 O desenvolvimento inicia-se com a fecundação, quando o 
espermatozoide se funde com o óvulo para dar origem ao ovo, célula que 
representa o surgimento do novo ser. Esse óvulo fecundado, agora 
denominado ovo, inicia uma série de divisões celulares, além de assumir 
características distintas, que diferenciarão a sua superfície. 
 
 
 
 
 
 Lavagem intestinal e restrição de dieta 
 Ameaças, gritos, chacotas, piadas, etc. 
 Omissão de informações, desconsideração dos 
padrões e valores culturais das gestantes e 
parturientes e divulgação pública de informações que 
possam insultar a mulher. 
 Não permitir acompanhante que a gestante escolher 
 Não receber alívio da dor, Separação mãe - bebê 
 Episiotomia de rotina, Exames de toque abusivos 
 Manobra de Kristeller, Raspagem de pelos 
 Restrições de posições no trabalho de parto 
 Cesárea por conveniência médica 
Primeira Semana 
 
 
 
 À medida que o ovo passa pela tuba uterina, em direção ao útero, sofre 
rápidas divisões mitóticas – segmentação – responsáveis pela formação de 
blastômero. 
 No 3o dia após a fertilização, o ovo com 16 ou mais blastômeros 
é denominado mórula ( superficie lisa e escorregadia) e penetra 
na cavidade uterina. 
 No 4o dia, uma cavidade se forma na mórula, que se converte em 
blástula ou blastocisto ( superficie retentiva). 
 
 O blastocisto é assim constituído: 
 
1. Um grupo de células internas, embrioblasto, em um dos polos do ovo 
(nó embrionário) que dará origem ao embrião; 
2. A cavidade blastocística ou blastocele; 
3. Uma camada de células externas, o trofoblasto, que engloba a 
blastocele e o embrioblasto. 
 
 No 4o e no 5o dia, o blastocisto está livre na cavidade do útero . 
 No 5o dia, a zona pelúcida se degenera e acaba por desaparecer. 
 Concomitantemente com a implantação do blastocisto, o embrioblasto 
inicia a formação do endoderma embrionário, na sua superfície ventral, 
constituindo-se na primeira das três camadas germinativas primárias do 
embrião. 
 No fim da 1a semana, o ovo está superficialmente implantado (nidação) 
no endométrio. 
 A nidação ou implantação é, portanto, a ação das células endometriais 
sobre o ovo em fase blastocística, cuja a sua superfície é retentiva para 
permitir sua escavação no tecido endometrial, que é localizado no 
interior do endométrio. 
 
Segunda Semana 
 
 No trofoblasto ocorrem rápidas transformações: O sangue flui para o 
interior da rede lacunar e forma a circulação uteroplacentária primitiva. As 
vilosidades primárias originam-se na face externa do saco coriônico. A 
implantação se completa, e o ovo está totalmente mergulhado no endométrio. 
 
 O embrião de 14 dias ainda apresenta a forma de um disco bilaminar; 
nas células hipoblásticas, em uma área localizada, forma a placa precordal, 
futuro local da boca e importante organizador da região da cabeça. 
 
 
 
Terceira Semana 
 É um período de rápido desenvolvimento, coincidindo com a época da 
primeira menstruação frustrada. A parada do sangramento menstrual é o 
primeiro sinal de gravidez, embora possam ocorrer, eventualmente, perdas 
hemorrágicas provenientes do local de implantação. Aparecimento do 
mesoderma intraembrionário, a 3a camada germinativa, a partir de células 
mesoblásticas originárias do epiblasto. Formação do tubo neural, primórdio do 
sistema nervoso central a partir de um espessamento do ectoderma. 
Concomitantemente, células neuroectodérmicas migram para formar a crista 
neural, origem dos gânglios sensoriais dos nervos cranianos e espinais. 
 
Constituição dos somitos, originados do mesoderma paraxial 
intraembrionário. Os somitos são agregados de células mesenquimais, a partir 
dos quais as células migram e dão origem às vértebras, às costelas e à 
musculatura axial. Durante a 3a semana, o número de somitos constitui 
indicador da idade do embrião. As vesículas celômicas coalescem 
subsequentemente, formando uma cavidade única, em forma de ferradura, que 
dará origem às futuras cavidades do organismo: pericárdica (que contém o 
coração), pleural (os pulmões) e peritoneal (as vísceras abaixo do diafragma). 
 As várias alterações endometriais 
resultantes da adaptação dos tecidos 
maternos à implantação são conhecidas 
como reação decidual. Aparece um 
pequeno espaço no epiblasto, que é o 
primórdio da cavidade amniótica. Logo 
os amnioblastos, formadores do âmnio, 
separam-se do epiblasto e revestem a 
cavidade amniótica. 
 
 
 
 
 
 
Quarta a Oitava Semana 
 
 
 
 Origem dos vasos sanguíneos e do 
sangue. no fim da 3a semana, a partir de 
células mesenquimais na área 
cardiogênica, surgem os tubos cardíacos, 
que logo se fundem em estrutura única – 
o coração primitivo –, ligando os vasos 
sanguíneos do embrião aos 
extraembrionários. A formação do 
sangue, no embrião, somente se inicia no 
2o mês, e ocorre no fígado, mais tarde no 
baço, na medula óssea e nos gânglios 
linfáticos. A circulação sanguínea tem 
início no fim da 3a semana, sendo, por 
conseguinte, o sistema cardiovascular o 
primeiro do organismo a alcançar estado 
funcional. 
 Durante essas 5 semanas, 
todos os principais órgãos e 
sistemas do corpo são formados a 
partir das três camadas 
germinativas: Ectoderma, 
Mesoderma e Entoderma. No fim 
da 7a semana quase todos os 
principais sistemas do organismoestão formados. 
 
 
 Logo ao se iniciar a 4a semana, curvaturas longitudinais (cefálica e 
caudal) e laterais (direita e esquerda) convertem o disco embrionário, 
achatado, em um embrião cilíndrico, em forma de “C”. A formação das 
curvaturas cefálica, caudal e laterais é sequência contínua de eventos que 
termina por circunscrever o embrião na vesícula vitelina. O conjunto constituído 
pelo pedículo embrionário primitivo, com os vasos sanguíneos e a alantoide, é 
o pedículo vitelino, que, revestido pelo âmnio, forma o cordão umbilical. A 
morfologia externa do embrião está bastante influenciada pela formação do 
cérebro, dos membros, das orelhas, do nariz e dos olhos. À medida que essas 
estruturas se desenvolvem, elas afetam a imagem do concepto, que vai 
adquirindo figura humana. 
 Como o início de todas as estruturas essenciais ocorre durante o 
período embrionário, as 4 semanas aludidas constituem a fase crítica do 
desenvolvimento, na qual podem surgir as diversas malformações congênitas, 
quando exposto o embrião a agentes teratogênicos (fármacos, infecções, 
radiações etc.) 
 
 
 
Nona Semana ao Nascimento 
 
 Em torno da 9a semana da gestação, já tendo o embrião aparência 
humana, inicia-se o período fetal, o desenvolvimento fundamentalmente 
voltado para o crescimento e a maturação de tecidos e órgãos formados na 
fase embrionária, uma vez que poucas estruturas novas surgem durante o 
período fetal. O feto a termo tem os aparelhos digestivo, respiratório, 
circulatório e urinário praticamente prontos para a vida extrauterina, enquanto 
os tecidos nervosos e ósseos permanecem imaturos, e sua diferenciação 
prossegue por muito tempo após o nascimento. 
 
Período Fetal 
 
 
 9ª a 12ª semana: há relativa diminuição do crescimento da cabeça em 
relação ao corpo. A genitália externa de fetos dos sexos masculino e 
feminino ainda aparece indiferenciada até o fim da 9a semana, e sua 
forma madura se estabelece apenas na 12ª. 
 13ª a 16ª semana: crescimento muito rápido, especialmente do corpo. 
Aparecimento dos centros de ossificação aos raios X, iniciada à 16a 
semana 
 16ª a 20ª semana: a mãe começa a perceber os movimentos fetais, na 
realidade originados entre 8 e 12 semanas. 
 20ª semana: surgem lanugem e cabelos, e a pele está coberta de 
verniz caseoso, material constituído pela secreção gordurosa das 
glândulas sebáceas, e que tem por fim proteger a delicada epiderme 
fetal. 
 22ª a 24ª semanas: embora todos os órgãos estejam desenvolvidos, o 
feto é incapaz de existência extrauterina, principalmente pela 
imaturidade do sistema respiratório. 
 O tecido adiposo se desenvolve rapidamente durante as 6 a 8 últimas 
semanas, fase dedicada, principalmente, ao crescimento de tecidos e à 
preparação dos sistemas envolvidos na transição da vida intrauterina para a 
extrauterina. No período fetal, o concepto é menos vulnerável aos efeitos 
teratogênicos, embora possa haver interferência com o desenvolvimento 
funcional, especialmente do cérebro. 
 
 
 
Fisiologia Fetal 
 
 
Respiração 
 
 Com 28 semanas, quando o feto tem aproximadamente 1.000g, os 
pulmões estão suficientemente desenvolvidos de modo a tornar possível a 
sobrevida do recém-nascido pré-termo. Antes disso, são incapazes de 
proporcionar trocas gasosas adequadas: a superfície alveolar e a 
vascularização são insuficientes. 
 Antes do nascimento os pulmões estão cheios de liquido sufactante, 
onde há a eliminação prévia de fluido por três vias: (1) um terço é expelido pela 
pressão exercida no tórax durante o parto; (2) outro terço é absorvido pelos 
capilares pulmonares; e (3) o restante passa para os linfáticos que drenam os 
brônquios e os vasos sanguíneos. 
Circulação 
 A veia umbilical transporta sangue rico em oxigênio e nutrientes 
provenientes da placenta, alcançando o fígado fetal. Assim, o sangue da veia 
umbilical é distribuído via seio portal para o fígado (55% para o lobo esquerdo, 
20% para o direito) e via ducto venoso em direção ao coração (25% do fluxo). 
Assim, o ducto venoso age como o primeiro shunt que determina a proporção 
do sangue umbilical que é direcionado para o coração, por mecanismo ainda 
indefinido. Cordão Umbilical tem duas artérias e uma veia. 
 
Sistema úrinario 
 O rim definitivo (metanefro) começa a se desenvolver no início da 5a 
semana e funciona 2 a 3 semanas mais tarde. A urina fetal é hipotônica em 
relação ao plasma, pela baixa concentração de eletrólitos; mistura-se com o 
líquido amniótico e desempenha papel importante no seu volume do 2o 
trimestre em diante. 
 
Anexos Embrionários 
 
 Para a obstetrícia, três são os anexos do feto: placenta, cordão umbilical 
e membranas. 
 
Placenta e Circulação placentária 
 
 A placenta provê área extensa na qual substâncias podem ser 
intercambiadas entre a mãe e o feto. As circulações materna e fetal são 
independentes, materna não havendo, em condições normais, comunicação 
alguma entre elas. O Sangue, no espaço interviloso, está temporariamente 
fora do sistema circulatório materno; penetra, na área, através de 80 a 100 
artérias espiraladas endometriais. O fluxo desses vasos é pulsátil e 
propulsionado em jatos ou correntes pela pressão sanguínea materna. O 
espaço interviloso contém cerca de 150 mℓ de sangue, quantidade substituída 
3 a 4 vezes por minuto. O fluxo sanguíneo durante a gestação cresce de 50 
mℓ/min, na 10a semana, para 500 mℓ/min no termo. A nutrição da placenta, 
tanto na parte materna como na ovular, depende essencialmente da circulação. 
 
A placenta desempenha inúmeras funções de notável magnitude durante 
curto espaço de tempo, que, no adulto, são cumpridas por diversos órgãos. 
 
 
 
 Depois do nascimento do concepto, a placenta, o cordão umbilical e as 
membranas (âmnio e cório liso) são expulsos do útero, durante o 
secundamento, onde podemos observar na placenta sua forma que é variável, 
achatada, em geral circular ou discoide ovalada. 
 A face fetal: é recoberta pelo âmnio, que a torna lisa e brilhante. Aí se 
insere o cordão umbilical, do qual emergem as ramificações das artérias 
umbilicais, dispostas em raios, ou para o qual convergem os 
componentes da veia umbilical. 
 A face materna: como vista no órgão delivrado, notam-se 15 a 30 
cotilédones. Os sulcos intercotiledonários correspondem a septos 
deciduais, dilacerados pela dequitadura. A superfície dos cotilédones 
está coberta por fragmentos de material fino, acinzentado, da decídua 
basal, embora a maior parte dela fique retida no útero para ser eliminada 
posteriormente, com os lóquios. 
 
 As dimensões da placenta variam necessariamente com sua forma, seu 
peso e sua espessura. Em placentas a termo, delivradas, os diâmetros 
 A placenta tem quatro funções 
fundamentais: 
 Prover a barreira imunologica entre mãe 
e filho 
 Promover produção hormonal que 
altere o metabolismo materno 
 Transportar nutrientes, gases 
respiratórios, íons e água para o feto 
 Transportar produtos de excreção do 
feto para a mãe 
 Todas essas funções são essenciais 
para a manutenção da gravidez e o 
desenvolvimento normal do embrião. 
 
principais oscilam de 15 a 20 cm, e a espessura, de 1 a 3 cm. O peso 
placentário médio de 450 g, no termo, representa 1/6 do peso do concepto. 
 
Cordão Umbilical 
 
 Normalmente, está inserido no centro da placenta. Seu diâmetro é 1 a 2 
cm, e o comprimento de 50 a 60 cm. O cordão é formado de tecido conjuntivo 
indiferenciado – geleia de Wharton. Ele te a presença de duas as artérias no 
cordão umbilical continuando os vasos homônimos do feto, ramos das artérias 
ilíacas internas; na vida neonatal constituem dois cordões fibrosos e uma veia 
que é a raiz da cava inferior e única. 
 
Volume Amnióico 
 
 O volume amniótico é muito variável de um ovo a outro e, na mesma 
gestante, oscilante, embora com tendência geral ao aumento progressivo. Nos 
primórdios da gravidez, é maioro volume amniótico que o do concepto. Sendo 
mais acentuado o desenvolvimento do feto que o do âmnio, igualam-se, em 
torno do 5o mês, os volumes fetal e amniótico, invertendo-se a proporção ao 
final do ciclo gravídico, ocupando o nascituro, em geral, a maior parte do ovo. 
Em média, o líquido amniótico tem 30 mℓ na 10a semana, aumenta para 350 
mℓ na 20a, próximo ao termo alcança 1.000 mℓ, para depois diminuir 150 
mℓ/semana. 
 No ovo jovem o líquido amniótico é cristalino, tornando-se 
progressivamente opalescente e grumoso. As colorações amareladas, 
esverdeadas ou castanhas são anômalas e podem significar doença 
hemolítica, sofrimento e morte do feto. 
 
 
 
 
 
 
Tem-se afirmado que o líquido amniótico 
pode: 
 Proteger o feto da lesão mecânica 
 Possibilitar o movimento do feto, 
prevenindo a contratura dos membros 
 Prevenir adesões entre o concepto e 
o âmnio. 
 Possibilitar o desenvolvimento do 
pulmão fetal, no qual há movimento 
de vaivém do líquido para os 
bronquíolos. 
 A ausência de LA está associada à 
hipoplasia pulmonar 
MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO 
 
 As modificações fisiológicas que ocorrem no organismo materno 
marcam intensa ou superficialmente a vida da gestante de acordo com o grau 
variável em que essa modificação a acomete. 
 
 
Postura e Deambulação 
 
 
Estado Emocional 
 
 Apresenta labilidade emocional perante as mudanças físicas, hormonais 
e psicológicas que ocorrem no seu organismo. A insegurança e o medo de ser 
mãe acompanham a gestante até os momentos finais da gravidez. 
 
Ganho de peso 
 
 A gestante não deve ganhar peso acima de 12kg. O ganho de peso 
excessivo ou mesmo rápido ganho de peso durante á gestação é prejudicial á 
gestante e ao feto trazendo consequências ruins a ambos. 
 
Aparelho Genital 
 
 Há um aumento do comprimento do útero em 4 vezes e 1 quilo no peso, 
espessamento e alongamento da parede do útero, mudança da coloração do 
colo por causa do aumento do fluxo sanguíneo, aumento da vascularização e 
 A postura da gestante se altera, 
precedendo mesmo a expansão de 
volume do útero gestante. 
Para manter o equilíbrio, empina o 
ventre, provocando a lordose da coluna 
lombar 
A gestante, ao andar, lembra, com seus 
passos oscilantes e mais curtos, a 
deambulação dos gansos – marcha 
anserina 
elasticidade da vagina, a vulva pigmenta-se e o sítio lindeiro à extremidade 
inferior da vagina perde o róseo característico, tomando a cor vermelho-
vinhosa, entreabertos ninfas e grandes lábios (sinal de Jacquemier) e aumento 
da acidez vaginal gerado por um desenvolvimento maior de lactobacilos, 
aumentando a secreção fisiológica e não patológica. 
Sistema Circulatório 
 
Sistema Urinário 
 Os rins se deslocam para cima pelo aumento do volume uterino e 
aumentam em tamanho cerca de 1 cm em virtude do acréscimo do volume 
vascular renal e do espaço intersticial. No sistema urinário inferior, a anatomia 
da bexiga está distorcida pela compressão direta do útero gravídico. A bexiga é 
deslocada anteriormente, com expansão lateral com a compressão do útero. 
Devido o aumento do volume sanguíneo os rins filtram mais e tem uma maior 
quantidade de urina para ser eliminada. 
Sistema Respiratório 
 
 
Sistema Digestivo 
 No 1o trimestre é frequente o aparecimento de náuseas e vômitos. 
Náuseas está relacionada ao Estrogênio. A gengivite, no ciclo gestatório, assim 
como fora dele, é consequente ao acúmulo da placa bacteriana na margem 
gengival, e se apresenta com eritema, sangramento e intumescimento da zona 
afetada, bem como extremo desconforto para a paciente. As gengivas tornam-
 A expansão do volume sanguíneo e a 
vasodilatação da gravidez resultam em 
hiperemia e edema da mucosa do sistema 
respiratório superior. Essas alterações 
predispõem a gestante a congestão nasal, 
epistaxe e até mesmo a alterações da voz. 
Embora o diafragma se eleve aproximadamente 4 cm 
pelo aumento do útero gravídico, sua função não 
é comprometida. A complacência da parede 
torácica, todavia, diminui com o evoluir da 
gestação, aumentando o trabalho da respiração, 
hiperventilação fisiológica, dispneia. 
 Ocorre um aumento do volume 
sanguíneo, em média de 50%, apresenta 
edema em MMII em virtude do aumento 
da pressão venosa e da compressão da 
veia cava pelo aumento do volume 
uterino, aumento da frequência cardíaca 
em torno de 10bpm. 
 
se hiperemiadas, tumefeitas e friavéis, devido ao efeito do estrogênio e maior 
proriferação de vasos sanguíneos na boca denominado de Epúlide da gravidez. 
Uma consequência imediata é a alta incidência de pirose, combinação do 
relaxamento do esfíncter gastresofágico ao aumento de pressão intra-
abdominal, esta última condicionada pelo útero gravídico. A atonia do cólon 
explica a grande frequência da constipação intestinal. 
 
Sistema Tegumentar 
 
 Deposito de gorduras nas mamas, nádegas e abdome, causando o 
estiramento da pele, resultando em estrias ( víbices). Hiperpigmentação da 
pele ( linha nigra e cloasma). Sudorese, espinhas e pelos (hipertricose) em 
excesso por causa da hiperatividade das glândulas sudoríparas, sebáceas e 
dos folículos pilosos. 
 
 
Mamas 
 
 Têm sua sensibilidade aumentada, aparecimento da rede venosa ( rede 
de Haller), hiperpigmentação e alargamento das aréolas( Sinal de Hunter), 
hipertrofia das glândulas sebáceas das aréolas, caracterizando o tubérculos de 
Montgomery e ereção e aumento do tamanho dos mamilos, com possível 
presença de colostro em torno do 2ª mês. 
 
 
 
 
Sistema Endócrino 
 O estrogênio é produzido em pequenas quantidade no inicio da 
gestação, aumentando em até trezentas vezes no final, sua função é: Aumento 
do volume uterino e mamas, crescimento dos órgãos genitais externos, 
relaxamento dos ligamentos pélvicos, facilitando a passagem do feto através 
do canal de parto. A progesterona é produzida em grande quantidade no inicio 
da gestação e em baixíssima quantidade no final, sua função é: redução da 
contratilidade uterina, contribuição para o desenvolvimento do ovo, 
aumentando as secreções da tuba e auxílio no preparo das mamas para a 
lactação. 
Farmacologia Aplicada á Obstetrícia 
 A farmacologia é a ciência que estuda como as substâncias químicas 
interagem com os sistemas biológicos. 
 REVISANDO 
Farmacocinética é o estudo do destino dos fármacos no organismo após sua 
administração. Abrange os processos de absorção, distribuição, bio 
transformação e excreção. 
Absorção é a transferência do fármaco desde seu local de aplicação até a 
corrente circulatória 
Distribuição dependem do fluxo sanguíneo tecidual, propriedades físico-
químicas do fármaco, características da membrana e sua ligação a proteínas 
plasmáticas e teciduais 
Biotransformação são os processos pelos quais os fármacos sofrem 
modificação através de reações bioquímicas no corpo 
Excreção é a forma de eliminação dos fármacos do organismo 
Biodisponibilidade é a fração do fármaco administrado que alcança a 
circulação sistêmica quimicamente inalterada. 
 Para uma significativa quantidade de fármacos, não existem dados 
científicos sobre o verdadeiro risco associado a seu uso durante a gravidez. 
Exceto se um medicamento está sendo testado para alguma condição 
relacionada à gestação, ensaios clínicos não são realizados em mulheres 
grávidas. Por razões legais e éticas não são permitidos estudos científicos dos 
efeitos dos fármacos, por métodos convencionais, prospectivos e duplo – 
cegos, sobre a utilização de medicamentos na gravidez. 
 
 
 
Teratogenia 
 Teratologia é o estudo dos processos biológicos e causas do 
desenvolvimento anormal e defeitos de nascimento. Um teratogêno é qualquer 
agente - incluindo fatores ambientais - que causa um anormal desenvolvimento 
pré-natal ( O termo, terato, vem da palavra grega que significa monstro.) Um 
termomais preciso para defeitos de nascimento é "malformação congênita". 
Teratogênos podem causar aborto espontâneo, anormalidades congênitas, 
retardo do crescimento intrauterino, retardo mental, carcinogenese, e 
mutatogenese. 
Exemplo de drogas consideradas comprovadamente teratogênicas em 
humanos: 
 
Risco de Thomsom 
 A bula de alguns medicamentos inclui informações sobre o nível de 
risco para o feto e, quando necessário, cautela na sua utilização. O 
Foodand Drug Administration (FDA) criou cinco categorias (A, B, C, D , e 
X) para indicar o potencial teratogênico dos fármacos. Este formato foi 
inicialmente anunciado em setembro 1979, no FDA Drug Bulletin. Devido 
às revisões das bulas, muitos produtos já utilizam esse formato. 
 Os medicamentos podem interferir com o 
amadurecimento normal do SNC e produzir 
anormalidades nas habilidades mentais da criança. 
Durante o parto, a maioria dos medicamentos utilizados, 
pode afetar a frequência e intensidade das contrações 
uterinas, se os mesmos não forem usados de forma 
apropriada. 
 
 Inibidores da ECA (ex. Captopril); 
 Antineoplasicos 
 Antitireioideanos; 
 Barbituratos 
 Carbamazepina; 
 Etanol ( em altas doses); 
 Fenitoina 
 Iodetos e Iodo radioativo; 
 Lítio 
 Misoprostol; 
 Retinoides 
 Talidomida 
 Tetraciclina; 
 Valproato de sódio; 
 Vitamina A (>18.000 UI/dia) 
 Warfarina. 
 
 
 
Antibióticos 
 
Penicilinas 
 Ainda são consideradas uma das mais eficientes e seguras classes de 
antimicrobianos, inclusive durante a gestação. Alérgicas utiliza-se 
Eritromicina e Cefalosporina. 
 A seguir, listaremos os mais importantes representados nesse grupo: 
 
 Amoxacilina e Ampicilina - Essas drogas cruzam rapidamente a 
placenta, entrando na circulação fetal e no líquido amniótico. Os 
níveis fetais equilibram-se com os maternos em cerca de 1 hora. 
 
 
 
 Penicilina G ( Benzilpenicilina) - Não existem relatos de malformações 
congênitas relacionadas às penicilinas. Há um relato de caso que 
descreve o uso de altas doses de penicilina G, procaína, cortisona 
e salicilatos causando o nascimento de um feto ciclópico. É 
considerada a droga de primeira escolha para o tratamento de sifílis. 
 
 
 Tetraciclina - Contra indicação absoluta. Podem causar manchas 
dentárias e inibição do crescimento ósseo 
 
Cefalosporinas 
 
 
 
 
Analgésicos e Anti- Inflamatórios 
 Os analgésicos e os anti - inflamatórios estão entre as 
drogas mais usadas na prática médica, inclusive durante a gestação, 
devido à grande prevalência dos sintomas tratados por tais 
medicamentos. Boa parte desses fármacos não necessita de receita 
médica para serem adquiridos, visto que dor e febre são as duas 
indicações mais comuns para analgésicos e antipiréticos, são situações 
corriqueiras que nem sempre merecem uma consulta médica em nosso 
meio. Segue abaixo as classes mais utilizadas: 
 
 Paracetamol - Este é talvez o analgésico e antipirético mais 
utilizado na prática usual, com fraca atividade anti-inflamatória, e 
apresenta uma incidência baixíssima de efeitos adversos quando 
utilizado nas doses terapêuticas recomendadas. O paracetamol, apesar 
de cruzar a barreira placentária, não parece causar efeitos 
teratogênicos nas doses normalmente utilizadas. 
 
 Ibuprofeno - é o inibidor não seletivo da cicloxigenase, estudos não 
demonstram teratogenicidade. 
 Dipirona - A dipirona é um derivado da pirazolona com ação 
similar à do paracetamol, mas com maior ação anti-inflamatória. 
Estudos envolvendo este fármaco e a aminopirina, uma droga 
similar, não mostraram efeitos teratogênicos 
 
Anti - Hipertensivos 
 
 Metildopa - é um antagonista adrenérgico que age por meio de 
bloqueio central, é considerado por muitos o medicamento de escolha 
para o controle dos níveis pressóricos durante a gestação pelo seu 
histórico de uso sem restrições e sem causar prejuízos à saúde fetal. é 
o agente de primeira escolha para tratamento de hipertensão arterial na 
gestação 
 
 Sulfato de Magnésio - Esse agente, considerado a droga de escolha 
para a prevenção e tratamento da eclampsia não tem indicação como 
anti-hipertensivo. 
Atenção : Categoria X prescrição com perigo – Sinvastatina, 
Varfarina sódica 
Tocolíticos 
 Os agentes tocolíticos são substâncias responsáveis por inibir as 
contrações da musculatura lisa uterina e compreendem os agonistas β-
adrenergicos; bloqueadores dos canais de cálcio; antagonistas da ocitocina; 
antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs) e antagonistas intracelulares de 
cálcio. Os mais usados são: 
 
 
 Hidralazina - É um vasodilatador direto, 
causando relaxamento na camada muscular 
lisa arteriolar. Tem sido há muitos anos a 
droga de primeira escolha para o tratamento 
de hipertensão arterial grave durante a 
gestação, embora seus efeitos adversos 
minimizem os sintomas de pré-eclâmpsia, 
podendo confundir o diagnóstico 
 Salbutamol - Também usado para inibir trabalho de parto 
prematuro. Em relatos preliminares, vários efeitos 
teratogênicos, incluindo fenda palatina, foram encontrados 
quando o salbutamol foi administrado. 
 
 Nifedipina - Na tocolisi o uso de nifedipina é seguro tanto 
para a mãe como para o feto, segundo séries de casos 
existentes na literatura. O uso de doses iniciais mais baixas 
é sugerido para evitar efeitos rápidos após a ingestão. Ele é 
o fármaco de primeira escolha para inibir o parto pré-termo, 
por apresentar as seguintes vantagens: via oral de 
administração, poucos efeitos colaterais e eficácia em 
reduzir as complicações neonatais. 
 
https://www.infoescola.com/hormonios/ocitocinas/
 
Atenção: Dexametasona - é utilizada para aumentar o líquido sufactante no 
pulmão do bebê quando a risco de parto pré-maturo. Geralmente, é utilizado 
apenas um único ciclo de corticoide e, excepcionalmente, dois, em virtude dos 
efeitos colaterais para o feto 
Anti - Hemorrágicos e Uterotônicos 
 É um agente farmacológico usado para induzir contrações uterinas ou 
dar maior tonicidade ao útero. Os uterotónicos são usados para induzir 
o parto e para reduzir hemorragias pós-parto. 
Anti - Hemorragicos 
 Soro Ringer Lactato - é uma solução injetável , límpida e hipotônica , 
estéril e apirogênica seus componentes são cloreto de sódio, cloreto de 
potássio, cloreto de cálcio e lactato de sódio. Ele é usado junto com a 
ocitocina de acordo com o protocolo de HPP, para repor o volume 
perdido pela a paciente. 
 Ocitocina - é um nonapeptídio cíclico obtido por síntese química. Esta 
forma sintética é idêntica ao hormônio natural que é armazenado no 
lóbulo posterior da hipófise. Nesse momento ela é usada junto com o 
soro ringer de acordo com o protocolo de HPP para estimular a 
contração uterina. E ela também é utilizada como rotina, via IM em pós- 
partos vaginais e cesareas como medidas profiláticas. Categoria C 
 
 Misoprostrol - é um análogo sintético da prostaglandina E1, no fígado, 
sofre desesterificação, transformando-se no principal metabólito ativo - 
ácido misoprostol. Este exerce ação direta nos receptores das 
prostaglandinas e, atuando no colágeno cervical, provoca mudanças na 
sua estrutura físicoquímica, acarretando, como consequência, 
amolecimento, apagamento e maturação do colo uterino, favorecendo a 
sua dilatação, além de promover e estimular a contração uterina. Ele é 
usado via retal na HPP, como uma das últimas tentativas de interromper 
a hemorragia. 
Indução do Trabalho de Parto 
 Ocitocina - Ela estimula o músculo liso do útero com maior potência no 
final da gravidez, durante o trabalho de parto e imediatamente após o 
parto. Nestes momentos, os receptores de ocitocina no miométriosão 
aumentados. A ocitocina provoca contrações rítmicas do segmento 
 Ergotrate - é um medicamento à base 
de maleato de ergometrina, que 
produz uma contração tetânica 
(espasmo muscular) firme do útero 
dentro de poucos minutos, agindo na 
prevenção e tratamento da hemorragia 
pós-parto e pós-aborto. Categoria B. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1rmacos
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Contra%C3%A7%C3%B5es_uterinas&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hemorragia_p%C3%B3s-parto
superior do útero, semelhantes em frequência, força e duração às 
observadas durante o trabalho de parto. Ela nesse momento é usada via 
endovenosa para induzir e aumentar as contrações uterinas e o colo tem 
que estar favorável para a indução. 
 
 
Pré - Natal 
 
 É o conjunto de medidas e de aconselhamentos, visando o bem 
estar da grávida bem como a valorização do concepto, com seu 
acompanhamento desde a concepção do feto até o início do trabalho de 
parto. 
Objetivos do pré-natal 
 Orientar os hábitos de vida (higiene pré-natal) 
 Assistir psicologicamente a gestante 
 Preparar a gestante para a maternidade: instruí-la sobre o parto (parto 
humanizado), dando-lhe noções de puericultura 
 Evitar o uso de medicação e de medidas que se tornem prejudiciais para 
o feto (anomalias congênitas) 
 Tratar os pequenos distúrbios da gravidez 
 Realizar a profilaxia, o diagnóstico e o tratamento das doenças inerentes 
à gravidez ou dela intercorrentes 
 
 
 
 
 
 Misoprostrol - Esse medicamento nesse 
momento é usado por via vaginal para 
induzir o trabalho de parto com feto vivo e 
com feto morto antes de 30 semanas. A 
utilização deste medicamento será em 
ambiente hospitalar,orientado e executado 
por profissionais especializados e não 
dependerá da conduta do paciente. 
 
Diagnóstico de Gravidez 
 
 
 
 
Para facilitar a compreensão, iremos abordar cada um deles. O diagnóstico 
clínico está relacionado aos sinais e sintomas da gravidez, que são classificados 
em presunção, probabilidade e certeza. Segue abaixo: 
 
 Sinais de Presunção - Amenorreia, Náuseas e vômitos, alterações do 
apetite, sialorréia ( produção excessiva de saliva), polaciúria ( aumento 
da micção), aumento do volume e da sensibilidade mamária, 
hiperpigmentação da aréola e mamilos, surgimento de tubérculos de 
Montgomery, presença de colostro em algumas mulheres, surgimento da 
rede de haller. 
 Sinais de Probabilidade - Amenorreia com mais de 10 ou 14 dias de 
atraso, Aumento do volume uterino e da sua consistência, onde com 6 
semanas de gestação ele já se apresenta do tamanho de uma tangerina, 
10 semanas de uma laranja e com 12 semanas do tamanho de uma 
cabeça fetal a termo sendo palpável acima da sínfice púbica, Aumento 
do volume abdominal. 
 Sinais de Certeza - Percepção e palpação dos movimentos fetais ( MF), 
palpação das partes fetais, Ausculta dos batimentos cardiofetais ( 
BCFs). 
 
 O diagnóstico hormonal ou laboratorial da gravidez Constitui, 
atualmente, o melhor parâmetro para o diagnóstico de gravidez incipiente, de 
acordo com sua precocidade e exatidão, ele está baseado na presença do 
hormônio gonadotrófico coriônico ( HCG) na urina ou no sangue, que por sua 
vez permite o diagnóstico precoce da gravidez. 
 
 O diagnóstico da gravidez é presumido 
por meio de queixas como náuseas e vômitos, 
aumento da sensibilidade mamária, polaciúria, 
constipação e posteriormente, aumento do 
volume abdominal entre outras alterações. Na 
prática clínica, é muito importante o diagnóstico 
precoce da gravidez, Esse diagnóstico pode ser 
clínico, hormonal ou ultrassônico. 
 
 O diagnóstico ultrassônico ( ultrassonagrafia abdominal ou obstetríca ) é 
o exame solicitado como meio de confirmação da gravidez. Ele tem a 
capacidade de identificar o saco gestacional que aparece em torno de 4 á 5 
semanas de gestação e os BCFs por volta de 6 á 7 semanas de gestação, 
pode-se também afastar a hipótese da pseudociese ou popularmente 
conhecida como gravidez imaginária, muito comum em mulheres solteiras ou 
inférteis com um enorme desejo de engravidar. 
 Marcos importantes á ultrassonografia transvaginal ( 1º trimestre) 
 
Idade Gestacional ( IG) e Data Provável do Parto ( DPP) 
 A gravidez é datada do 1º dia do último período menstrual. A duração 
média da gestação é de 280 dias (40 semanas), e isso fornece a data provável 
do parto, assumindo que: 
 
 O ciclo é de 28 dias 
 A ovulação ocorreu geralmente no 14º dia do ciclo 
 
 O cálculo da data provável do parto é um método recomendado pelo 
Ministério da Saúde que leva em consideração a data da última menstruação 
 ( DUM), onde ela pode ser conhecida ou não pela a mulher. 
Na prática usa-se a regra de Nägele, que consiste em adicionar à data da 
última menstruação 7 dias e mais 9 meses (ou menos 3 meses, quando se faz 
o cálculo retrógrado). 
 
 
 
 Por exemplo, se a última menstruação foi em 10 de novembro (mês 11), 
temos 10 + 7 = 17, e 11 – 3 = 8, portanto, 17 de agosto (mês 8) será a data 
provável do parto. 
 
 
Ex1: DUM: 07/03/2018 Ex 02: DUM: 20/12/2017 
Regra + 7/ - 9 Regra + 7 / - 3/ +1 
 ____________ ___________ 
 DPP 14/12/2018 DPP 27/ 09/ 2018 
 
 
 Quando a DUM não for conhecida indagar á paciente se o período em 
que ocorreu a última menstruação foi no início, meio ou fim do mês, e dessa 
forma, considerar como DUM os dias 05 ( início), 15 ( meio) e 25 ( fim) 
respectivamente, e assim proceder de acordo com a regra descrita acima. 
 
 Para saber exatamente quantas semanas de gravidez você está e 
quantos meses, isso significa que é necessário calcular a idade gestacional e 
para isso basta saber a Data da Última Menstruação (DUM) e contar em um 
calendário quantos dias se passaram até a data atual, somar todos os dias, e o 
resultado desta soma dividir por 7. O resultado da divisão será interpretado 
como semanas e o resto, como dias da IG. 
 
Ex 1: DUM: 07/03/2018, hoje é 20/07/2018 
 Março: 24 ( dias contados a partir do dia 07) 
 Abril: 30 
 Maio: 31 
 Junho: 30 
 Julho: 20 
_____________ 
 135 / 7 
 14 20 
 05 
Resposta: 20 semanas e 05 dias 
Ex 2: DUM: 20/12/2017, hoje é 20/07/2018 
Dezembro: 11 ( dias contados a partir do dia 20) 
 Janeiro: 31 
 Fevereiro: 28 
 Março: 31 
 Abril: 30 
 Maio: 31 
 Junho: 30 
 Julho: 20 
_____________ 
 212 / 7 
 02 30 
 
Resposta: 30 semanas e 02 dias 
Rotina de Pré-natal 
 
Atribuições do Técnico de Enfermagem no pré-natal 
 Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância 
do pré-natal, da amamentação e da vacinação; 
 Verificar/realizar o cadastramento das gestantes no 
SisPreNatal; 
 É competência da equipe de saúde acolher a gestante e a 
família desde o primeiro contato na unidade de saúde ou na 
própria comunidade, por exemplo, por meio do Programa Saúde 
da Família ( PSF). O Ministério da Saúde ( MS) por meio da 
portaria 569 publicada em 1º de junho de 2000 que institui o 
Programa de Humanização no pré-natal e Nascimento com o 
objetivo declarado de assegurar a melhoria tanto do acesso 
como da abertura e da qualidade do acompanhamento pré-
natal, da assistência ao parto e puerpério ás gestantes e ao 
recém-nascido. 
 Conferir as informações preenchidas no Cartão da Gestante; 
 Verificar o peso e a pressão arterial e anotar os dados no Cartão da 
Gestante; 
 Fornecer medicação mediante receita, assim como os medicamentos 
padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico); 
 Aplicar vacinas antitetânica e contra hepatite B; Realizar atividades educativas, individuais e em grupos (deve-se utilizar 
a sala de espera); 
 Informar o(a) enfermeiro(a) ou o(a) médico(a) de sua equipe, caso a 
gestante apresente algum sinal de alarme 
 Identificar situações de risco e vulnerabilidade e encaminhar a gestante 
para consulta de enfermagem ou médica, quando necessário; 
 Orientar a gestante sobre a periodicidade das consultas e realizar busca 
ativa das gestantes faltosas; 
 Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e puerperal, 
acompanhar o processo de aleitamento, orientar a mulher e seu 
companheiro sobre o planejamento familiar 
 
Primeira Consulta 
 A consulta de pré-natal é feita por um profissional que viabiliza a 
avaliação da gestante com o objetivo de prevenir, controlar ou mesmo tratar 
intercorrências na gestação. Por propiciar o levantamento de dados e fatos que 
podem influenciar na boa evolução da gestação, a consulta pré-natal ( 
sobretudo a primeira) deve ser realizada num ambiente tranquilo e sem 
influências externas, para que nenhum detalhe passe despercebido, 
preservando a qualidade do conteúdo da consulta. A primeira consulta deve 
ocorrer o mais precocemente possível ( até 12 semanas) na UBS, no 
ambulátorio ou até por meio de visita domiciliar, onde devera colher os 
seguintes dados: 
 Identificação da paciente - Nome, Idade, Cor, Naturalidade 
 Anamnese - Profissão, dados socioeconômicos, situação conjugal, 
renda familiar, condições de moradia e saneamento básico.. 
 Antecedentes Familiares - História de câncer mama/útero, Diabetes, 
Hipertensão, Gemelaridade, Hanseníase, Tuberculose.. 
 Antecedentes pessoais - Alergias, Câncer, Cirurgias, Aneurisma, Ate 
rosclerose, Doenças autoimunes, inflamatórias, nutricionais... 
 Antecedentes Ginecológicos - Ciclo menstrual, cirurgia ginecologicas, 
malformação genital, uso de métodos anticoncepcionais, miomas, 
corrimentos. 
 Sexualidade - Início, Dispareunia, Parceiros, prática sexual nessa 
gestação 
 Antecedentes Obstetrícos - Números de filhos, abortos e partos, 
puerperio, natimortos, RN baixo peso, icterico, intervalo entre as 
gestações. 
 Gestação atual - peso, Hábitos alimentares, aceitação da gravidez, 
Hábitos como fumo, alcool ou outras drogas, uso de medicamentos, 
sinais e sintomas da gestação em curso. 
 Vacinação 
 Exame Físico - Medida da altura uterina, ausculta dos BCFs, inspeção 
genital e mamas. 
 Solicitar exames de primeira consulta 
Exames solicitados no pré - Natal nas consultas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exames complementares 
1º Trimestre - Hemograma, Tipagem sanguínea e Fator RH, Coombs indireto 
( se RH negativo), Glicemia de Jejum, Anti-HIV, VDRL, Toxoplasmose IgM e 
IgG, HbsAg, Exame de urina e urocultura, Ultrassonografia Obstetrica, 
Citopatologico de colo uterino, Parasitilógico de fezes, Eletroforese de 
hemoglobina. 
2º Trimestre - Teste de tolerância para glicose, Coombs indireto repetir se fator 
RH negativo no 1º trimestre 
3º Trimestre - Hemograma, Glicemia de jejum, Coombs indireto repetir se fator 
RH negativo no 1º trimestre, VDRL, Anti-HIV, HbsAg, Repita o exame se 
toxoplasmose se o IgG não for reagente, Exame de urina e Urocultura, 
Bacterioscopia de secreção vaginal ( a partir de 37 semanas de gestação). 
 Os retornos pré-natais devem ser adaptados às necessidades de cada 
caso. O calendário deve seguir o roteiro apresentado a seguir, com a 
realização de pelo menos seis consultas intercaladas entre enfermeiro e 
médico, de acordo com a orientação da OMS e MS, distribuídas ao longo da 
gravidez, da seguinte forma: 
O diagnóstico oportuno da 
infecção pelo HIV e da sífilis 
durante o período gestacional é 
fundamental para a redução da 
transmissão vertical. O primeiro 
exame a ser ofertado pelo o 
profissional já na primeira 
consulta é o teste rápido de 
HIV/Sifilis, onde a paciente vai ser 
orientada antes de realizar o teste 
e assinar um termo de autorização 
para a realização do exame. 
 
 
Condutas de Diante das Queixas mais comuns na gestação 
Náuseas e Vômitos - Fracionar a dieta, Evitar frituras, gorduras, alimentos 
com odores fortes e desagradáveis e líquidos durante as refeições, Ingerir 
alimentos sólidos pela manhã, antes de levantar, como biscoito água e sal e 
torradas, Evitar líquidos mornos. 
Pirose - Evitar frituras, fumo, café, chá preto,, mate, doces e álcool, Fracionar 
dieta, Ingerir leite frio. 
Edema - Orientar repouso em DLE ou com MMII elevados ( se o edema for 
gestacional se for edema generalizado significa excesso de peso, orientar á 
nutricionista). 
Sialorreia - Deglutir a saliva e ingerir água em abundância 
Varizes - Evitar ficar em pé por tempo prolongado, Repouso com elevação dos 
MMII com auxílio de almofadas, Uso de meias elásticas. 
Hemorroidas - Evitar uso de papel higiênico áspero após as evacuações. Se 
possível, lavar a região anal com água e sabão, Evitar a constipação por meio 
de dietas ricas em fibras inslúveis 
Cãibras - Massagear o músculo contraído, Aplicar calor local, Repouso com os 
MMII elevados, hiperestender a panturrilha empurrando os pés para cima. 
Constipação - Ingerir alimentos ricos em fibras insolúveis, como: mamão, 
beterraba etc., Estimular ingestão hídrica para que as fibras possam causar o 
efeito desejado: estimular o peristaltismo, Estimular caminhadas diárias. 
Poliúria e Polaciúria - Evitar uso de roupas apertadas, Afastar a possibilidade 
de ITU no caso de polaciúria, Explicar a causa das alterações tanto no início 
quanto no final da gestação. 
Vacinação 
 A vacinação durante a gestação objetiva não somente a proteção da 
gestante, mas também a proteção do feto. 
 Do início da gestação até 28ª semana mensal; 
 Da 28ª até 36ª semana quinzenal; 
 Da 36ª até 41ª semana – semanal; 
 
 A vacina dT é indicada para a proteção da gestante contra o tétano 
acidental e a prevenção do tétano neonatal. Gestante não vacinada e/ou com 
situação vacinal desconhecida: Deve-se iniciar o esquema o mais 
precocemente possível, independentemente da idade gestacional. No esquema 
recomendado constam três doses. 
 
 Gestante vacinada: Gestante com esquema vacinal completo (3 doses 
ou mais) e última dose há menos de cinco anos: não é necessário vaciná-la. 
Gestante com esquema completo (3 doses ou mais) e última dose administrada 
há mais de cinco anos e menos de 10 anos: deve-se administrar uma dose de 
reforço tão logo seja possível, independentemente do período gestacional. 
 A vacina contra a influenza é recomendada a todas as gestantes em 
qualquer período gestacional. O PNI disponibiliza esta vacina na rede pública 
de saúde a todas as gestantes durante a campanha anual contra influenza 
sazonal. O esquema consta de uma dose no período da campanha. 
 Por considerar os riscos da gestante não vacinada de contrair a hepatite 
B e de haver transmissão vertical, o PNI reforça a importância de que a 
gestante receba a vacina contra a hepatite B após o primeiro trimestre de 
gestação, independentemente da faixa etária. 
 A Dtpa é a vacina especifica da gestante, e conforme orientação do MS, 
tem que ser administrada em toda a gestação entre 20º e 36 º semanas, 
intepedente do intervalo dos partos, caso não seja possível neste período pode 
tomar 30 dias antes do parto ou no puerpério. 
Vias de Transmissão Materno - Fetal 
 Todos os anos, estima-se que 2.100 crianças na América Latina e no 
Caribe nascem com HIV ou o contraem de suas mães; 22.400 estão infectadas 
com sífilis; cerca de 9.000 nascem com doença de Chagas; e 6.000 contraem o 
vírus da hepatite B. Se não forem detectadas e tratadas a tempo, essas 
infecções podem causar abortos espontâneos, malformações congênitas, 
problemas neurológicos e cardíacos, cirrose, câncer de fígado e, em alguns 
casos, até a morte. 
 Em novembro de 2015, o Ministério da Saúde ( MS) reportou um 
aumento de 20 vezes dos casos de microcefaliano Brasil relacionados com 
infecção por Zíka ( ZIKV) durante a gestação. Essa infecção é uma doença 
 Do ponto de vista 
infecciosa emergente, com graves repercussões fetais, e, por conta de seu 
surgimento, a Organização Mundial da Saúde ( OMS) decretou emergência 
global em saúde pública em 1º de fevereiro de 2016. As infecções congênitas 
podem ocorrer durante a gestação ( pré-natais) ou durante o parto ( 
paranatais). 
 
 As relações entre feto e a mãe são necessariamente feitas pelas 
membranas placentária e amniótica. Assim, as vias de penetração dos germes 
são divididas em dois grupos: via transplacentária e via transamniótica. 
 
 Infecção Transplacentária - Os microrganismo procedentes do sangue 
materno cruzam a placenta, alcançam a circulação fetal e disseminam-
se. 
 Infecção Transamniótica - Os germes da vagina e do colo acometem a 
cavidade amniótica e o feto. 
 Infecção Paranatal - É adquirida por contato direto com as secreções 
maternas, no momento da passagem do feto pelo canal de parto. 
 
 Consequências das Infecções Congênitas 
 
 Abortamento 
 Anomalias congênitas 
 Morte Fetal 
 Defeitos funcionais, especialmente do sistema nervoso central ( SNC) 
 
Rubéola 
 Após o período de incubação de 14 a 21 dias, a rubéola exterioriza-se 
como uma doença de pequena gravidade, caracteriza por exantema 
maculopapular, que se inicia na parte superior do tórax, estendendo-se depois 
por todo o corpo e febricula. As complicações são mais comuns no adulto e 
incluem artragial, artrite, encefalite, neurite e púrpura trombocitopênica. 
 A excreção do vírus pela faringe pode ser detectada 7 dias antes do 
exantema ou até 7 a 12 dias após o seu inicio. 
 
OBS: De acordo com a nota técnica nº 21/2011 - MS: A secretária de vigilância 
em saúde notificou que a sorologia para rubéola não é mais um exame de 
rotina no pré-natal, exceto em grávidas com manisfestações clínicas ou vínculo 
epidemiologico. 
 
Transmissão: Direto, pelo contato com secreções nasofaríngea de pessoas 
infectadas. 
 
Vacina: A vacinação Tríplice, é recomendada para mulheres em idade fértil e 
no pós-parto, e está proibida na gravidez. Mulheres vacinadas deverão 
aguardar 1 mês para engravidar . 
 
Síndrome da Rúbeola congênita 
 
 Na gravidez, a infecção no 1º trimestre determina a síndrome da rubéola 
congênita (SRC), caracteriza pela a tríade catarata, surdez neurossensorial e 
malfarmoções cardícas. Além da tríade da SRC já referida, outras 
manifestações são: 
 
 
 Hepatite B 
 Dentre as hepatites virais, a hepatite B é de grande importância 
obstétrica pelas elevadas taxas de transmissão vertical, gravidade da infecção 
neonatal e possibilidade de prevenção A via de transmissão ao recém-nascido 
é o parto (paranatal). Embora a infecção seja paranatal, não há indicação de 
cesárea. Cerca de 70 a 90% dos recém-nascidos infectados desenvolverão 
infecção crônica, com potencial para a cirrose e o câncer de fígado. 
Transmissão: via sexual, transfusões sanguíneas, acidentes perfurocortantes. 
A via de transmissão ao RN é o parto ( paranatal). 
 Cerca de 70 a 90% dos RN infectados desenvolverão infecção crônica 
com potencial para cirrose e câncer de fígado. 
 AIDS 
 A síndrome da imunodeficiência adquirida ( AIDS) é a doença causada 
pelo vírus da imunodeficiência humana ( HIV), um retrovírus RNA, linfotrópico, 
que pode permanecer por longo período no corpo antes que danos causados 
por ele apareçam como sintomas visíveis. 
 
 
 
 
 
 O vírus HIV desarma 
gradualmente o sistema imunológico, 
tornando o doente cada vez mais 
vulnerável a qualquer infecção 
ocasionada por outro vírus, bactéria, 
fungo ou parasita. Essas infestações 
oportunistas ocorrem principalmente na 
pele, nos pulmões, no sistema digestivo, 
nos nervos e no cérebro. 
Transmissão: A principal fonte de contágio do HIV é feita pelas células 
infectadas por ele – transmissão por celularidade. Os linfócitos CD4 geralmente 
são parasitados pelo HIV existente no sangue e no esperma, sendo os 
elementos contaminantes – transfusão de sangue, compartilhamento de 
seringas por usuários de drogas ilícitas e relações sexuais (especialmente o 
coito anal). 
Diagnóstico: O mais utilizado é o teste ELISA, O resultado positivo deverá ser 
sempre confirmado pelo Western blot, que é definitivo. Há também o teste 
rápido, que apresenta o resultado em menos de 30 min. 
Fatores associados á transmissão materno-infatil são os seguintes: 
 Carga viral elevada próximo do parto: > 1.000 cópias/ml 
 Ruptura das membranas > 4 horas 
 Baixa contagem de CD4: < 200 células/mm³ 
 Instrumentação no parto 
 Parto pré-termo 
Via de parto 
 Cesárea eletiva com 38 semanas de gravidez se a carga viral for ≥ 1.000 
cópias/mℓ . A cesárea somente terá indicação se não houver ruptura das 
membranas e a dilatação for inferior a 3 a 4 cm. Nos casos em que a carga 
viral for < 1.000 cópias/mℓ e a paciente foi tratada com TARV, o parto vaginal 
pode ser realizado. No parto cesáreo, a taxa de complicações é maior em 
comparação com o vaginal. 
Aleitamento Materno : Não será permitido, pois trata-se de via de 
transmissão do HIV. 
Toxoplasmose 
 O toxoplasma se apresenta de diversas maneiras, a depender do 
hospedeiro: oocisto, taquizoíto e cisto. Os hospedeiros intermediários são 
principalmente o porco, a ovelha e o ser humano; os hospedeiros definitivos 
são membros da família Felidae, e o exemplo típico é o gato doméstico. 
 As três principais formas de transmissão da toxoplasmose são: 
 A ingesta de carnes cruas e malcozidas 
 A exposição a fezes de gato contaminadas com oocistos 
 Transmissão vertical 
 
 
 A infecção primária ocorrida na gestação pode ser transmitida ao feto 
pela via transplacentária. A invasão da placenta pelos taquizoítos e a 
multiplicação dos parasitas neste local é um cenário provável. A toxoplasmose 
congênita pode determinar abortamento e malformação fetal, com graves 
repercussões no recémnascido, inclusive levando ao óbito. 
 
 Os sinais clássicos da tríade toxoplasmósica são: 
 Coriorretinite 
 Calcificações intracerebrais 
 Hidrocefalia 
 Convulsões 
 Esplenomegalia 
 Febre 
 Anemia 
 Icterícia 
 Linfadenopatia 
 
Prevenção primária da toxoplasmose na gravidez 
 
 
 
Sífilis 
 
 A sífilis é doença venérea sistêmica causada pelo Treponema pallidum. 
A infecção sifilítica pode ser dividida em diversos estágios: incubação, primária, 
secundária, latente inicial, latente tardia e terciária. A classificação mais recente 
é em: sífilis inicial (primária, secundária e latente até 1 ano) e tardia (latente 
após 1 ano e terciária). 
 
 A sífilis primária é caracterizada pelo cancro sifilítico na genitália (lábios), 
duro, indolor e linfadenopatia, geralmente 3 semanas após o contato . 
 
 
 
 Estágio secundário ocorre de 6 semanas a 6 meses após a lesão 
primária; a espiroquetemia determina exantema maculopapular envolvendo 
todo o corpo, especialmente mãos e pés. Sintomas não específicos como 
febre, perda de peso e mal-estar ocorrem em 50% dos pacientes . 
 
 
 
 
Fase terciária ou tardia é o estágio de destruição tecidual que aparece 
10 a 25 anos após a fase inicial em quase 35% dos pacientes não tratados. As 
lesões granulomatosas (gomas) podem ocorrer em qualquer órgão, sendo 
muito mais dependentes da resposta local imune que da ação direta do 
organismo. As manifestações mais graves da sífilis terciária incluem o sistema 
cardiovascular e o SNC: insuficiência aórtica, estenose do óstio coronário, 
tabes dorsalis, demência e morte. 
 
 
Sífilis Congênita 
 
 A infecção transplacentária pode ocorrer durante quaisquer estágios da 
doença e idade da gravidez, o comprometimento fetal depende particularmente 
da treponemia materna. A sifilis congênita em mulheres não tratadas é 
responsável por: 
 Perda fetal/natimorto 
 Neomorto 
 Parto pré-termo/baixopeso 
 Infante com sifílis congênita 
 Prognóstico adverso global 
 
 
Sorologia: Existem dois tipos de testes: VDRL e o FTA-Abs. O rastreamento 
é feito com o VDRL, mas a ocorrência de falso-positivo obriga que seja feita a 
confirmação com o FTA-Abs. Em geral, o VDRL se torna positivo 1 a 3 
semanas após o aparecimento do cancro duro O VDRL quantitativo também é 
o teste de escolha para seguir os casos após o tratamento, uma vez que o 
FTA-Abs permanece positivo após a infecção sifilítica inicial. 
 
Tratamento: O tratamento é feito com penicilina G benzatina por via 
intramuscular, em esquemas que dependem da fase clinica da infecção . O 
parceiro também deverá ser tratado. 
 
NUTRIÇÃO NA GESTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deficiência nutricionais podem elevar a incidência de: 
 
 Malformações Fetais 
 Parto Prematuro 
 Anemia e restrição de crescimento fetal 
 No pré-natal uma dieta equilibrada associada ao peso saudável contribui 
para uma boa saúde, prevenção de carências nutricionais e manifestações 
como a obesidade e o diabetes, entre outras. 
 A alimentação equilibrada no pré-natal é aquela que fornece em uma 
mesma refeição um alimento de cada grupo. 
 
 O estado nutricional materno tem grande 
impacto sobre o crescimento e o 
desenvolvimento fetal, pois o período 
gestacional é uma fase em que as necessidades 
nutricionais são elevadas, decorrentes dos 
ajustes fisiológicos da gestação. No 1º trimestre, 
a perda de até 3kg, a manutenção do peso pré-
gestacional ou ganho de peso ponderal de até 
2kg são situações previstas e que não 
comprometem o binômio mãe/filho. Entretanto, 
se, no 1º trimestre, ocorrer ganho ou perda de 
peso em excesso, o monitoramento do peso 
deve receber atenção especial quanto á 
nutrição, pois, nesses casos, é possível que 
ocorram desvios do estado nutricional com a 
evolução da gravidez. 
 
 1º nível: Grupo de cereais: arroz, pães, massas,tubérculos, de 
preferências integrais, fontes de carboidratos e fibras. 
 2º nível: Grupo de hortaliças e frutas: fontes de vitaminas e minerais 
 3º nível: Grupo das carnes e ovos: fontes de proteínas, ferro e vitaminas, 
grupo das leguminosas - feijão, lentilha, soja, fontes de proteínas 
vegetais, grupos do leite e derivados - fontes de proteínas, cálcio e 
vitaminas. 
 4º nível: Grupo dos óleos e gorduras: Fontes de gorduras; grupo dos 
açucares e doces - fontes de carboidratos. 
 
OBS: Recomenda-se que os alimentos sejam distribuídos em 6 refeições 
diárias de pequenos volume. 
 
SEXO 
 A princípio, não há restrição para a atividade sexual durante a gestação 
de baixo risco e sem intercorrência. Não há associação de atividade sexual 
durante o 3º trimestre com o aumento da taxa de nascimentos pré-termo. 
Relações sexuais devem ser contraindicadas apenas em situações especiais, 
como prematuridade e ruptura prematura das membranas. Elas devem ser 
restritas com a proximidade do final da gestação. 
 
OBS: A gestação não impede, por si, atividade sexual, desaconselhada 
somente em determinadas alterações obstétricas, como a ameaça de 
abortamento, os sangramentos vaginais, os pródromos de trabalho de parto 
prematuro e a placenta prévia. 
 
 
 
 
 Durante o pré-natal, deve-se atentar para os seguintes aspectos: 
 
 Na maioria dos casos, a expressão da sexualidade é fenômeno do 
casal, e não apenas de um dos parceiros. 
 Padrões de normalidade jamais devem ser estabelecidos. A sexualidade 
saudável não se define por modelos previamente conhecidos. 
 É indispensável o conhecimento das modificações maternas inerentes a 
cada fase da gestação e o possível efeito dessas mudanças sobre a 
gravidez, seu parceiro e concepto. 
 Bom relacionamento médico-paciente é fundamental para identificar 
eventuais perturbações na sexualidade do casal. 
 Uma vez ciente das dificuldades, o profissional que assiste a gestante 
deve promover o diálogo entre o casal, esclarecendo dúvidas e 
orientando soluções e, se necessário, solicitando a participação de 
especialista no tema. 
 Após o parto, devido á crise vaginal, caracterizada por atrofia do epitélio 
da vagina, torna-se desconfortável o estímulo da atividade sexual. Durante a 
lactação, ocorrem vários fatores como queixa de dores, na região perineal, 
cosequente á cicatriz da episiorrafia, ou abdominal, devido a cesariana. 
Somam-se a tudo isso a preocupação e os intensivos cuidados exigidos pelo 
neonato, as noites mal dormidas, o cansaço, a ansiedade, a insegurança e, por 
vezes, a depressão puerperal para motivar queda pronunciada da libido, cuja 
duração é variável e depende das condições particulares de cada puérpera, do 
tipo de parto e das características do período de amamentação. 
ATIVIDADE FÍSICA 
 Na gestação, pode ser mais importante trabalhar a flexibilidade e o 
fortalecimento dos músculos pélvicos do que manter aptidão cardiovascular. Os 
exercícios mais aconselhados são aqueles de menor risco para a gestante e 
para o concepto como: 
 
 Os exercícios respiratórios, quando bem orientados, podem ajudar na 
evolução do trabalho de parto, facilitando o período expulsivo, pois a mecânica 
respiratória envolve o músculo abdominais, principalmente quando da 
exposição forçada. A gestante deve evitar exercitar-se na posição supina ( 
decúbito dorsal) após o 1º trimestre da gestação, pois ela resulta em uma 
relativa obstrução do seu retorno venoso. 
 
Vantagens dos exercícios para a gestante 
 
 Menor ganho de peso 
 Diminuição do risco de diabetes 
 Decréscimo de complicações obstétricas, como o parto prematuro 
 Menor duração de parto cesáreo e a melhora na capacidade física 
 Melhora a autoestima, autoimagem 
 Sensação de bem-estar 
 Caminhada 
 Natação 
 Hidroginástica 
 Ioga 
 Ciclismo em bicicleta ergométrica 
 Diminuição do Isolamento social, Ansiedade, Estresse 
 Menor duração na fase ativa do trabalho de parto 
 Os exercícios físicos está contraindicado para as gestantes que 
apresentam doenças do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, 
enfermidade cardíaca reumática, tromboflebite, história recente de embolia 
pulmonar, risco aumentado de parto prematuro, síndromes hemorrágicas na 
gestação, macrossomia fetal, hipertensão arterial e sofrimento fetal crônico. 
ALCOOLISMO E TABAGISMO 
 O alcoolismo é atualmente problema relevante de saúde pública e 
que atinge 1 a 2% das mulheres em idade fértil. Os efeitos do alcoolismo no 
feto são variáveis e dose-dependentes, sendo descritos desde distúrbios do 
crescimento até distúrbios neurológicos e de comportamento e, finalmente, 
com a ingestão de doses elevadas de álcool, a síndrome fetal do alcoolismo 
materno, cuja incidência pode chegar a 50% em pacientes alcoólatras com 
ingestão de grandes quantidades de álcool. 
 Pacientes alcoólatras devem ser desencorajadas a engravidar até que 
alcancem boa recuperação clínica e controle adequado do vício. Caso 
contrário, as repercussões sobre o concepto podem ser muitas, sendo todas 
com potencial significativo de prejuízos futuros. O encaminhamento ao 
psiquiatra é fundamental para o sucesso. Deve - se investigar ativamente o 
consumo de álcool, principalmente o consumo ocasional. A mulher que 
pretende engravidar deve ser orientada que o ideal é o consumo zero de álcool 
durante a gestação. 
 
 
 Os efeitos do tabagismo na gestação têm sido relacionados 
principalmente a alterações no crescimento fetal e maior risco de parto 
prematuro. Outras intercorrências também são citadas, como: abortamentos, 
descolamento prematuro de placenta ( DPP) e rotura prematura de membranas 
ovulares( RPMO). Portanto, da mesma forma que com o álcool, ou com 
qualquer vício ou adição estabelecida, a paciente tabagista deve ser 
encorajada a postergar a gestação até que abandone o fumo por completo e 
alcance estabilidades clínica como paciente não fumante, evitando assim os 
riscos de exposição

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