Buscar

Resumo das aulas - ADM Financeira e Gerenciamento do Capital

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Resumo das aulas 
ADM Financeira e Gerenciamento do Capital
Aula 1
TEMA 1 – CONCEITOS GERAIS
Todos sabemos que a Matemática é uma ciência precisa, lógica. Isso significa que, para a Administração Financeira, dois mais dois sempre serão quatro, independentemente dos valores implícitos que algo possa sugerir, como é o caso de apostar em mercados futuros, ou de coisas que ainda não amadureceram. Obviamente, e ainda dentro da lógica, incluímos esses valores, somando-os quando as variáveis são positivas e subtraindo quando o risco é eminente. No entanto, não podemos esquecer do fundamental: a paridade dos valores. Se de um lado alguém está ganhando, de outro com certeza haverá quem perca.
Há muitas vertentes que nos levam a pensar financeiramente e a tomar decisões importantes referentes ao passado, ao presente ou ao futuro, como: 
 Empréstimos para investimento: pagamento desses empréstimos; 
 Receitas de vendas: controle de fluxos; 
 Investimentos de capital: retorno desses investimentos.
O mais importante é que o administrador financeiro tenha noção do valor do dinheiro no tempo. Não é só da imaginação do quanto valeria determinado capital investido, em poupança ou qualquer outro canal, mas de seu valor por sua liquidez. 
Um exemplo: mês de dezembro, dois dias para recebimento do salário. Algum problema se o chefe disser que o pagamento será feito apenas no dia 27/12? Pois então: a noção do valor do dinheiro no tempo é essa, não pela sua possibilidade de aplicação ou de amortização de dívidas, mas pela sua liquidez imediata. 
Hoje, R$ 100,00 podem valer duas vezes mais do que R$ 100,00 daqui a um ano. 
Não nos referimos ainda aos juros empregados. Apesar de a sensação de que R$ 100,00 hoje vale apenas R$ 50,00 um ano depois ser real, não há qualquer aplicação que pague 100% de juros reais. Vejamos outro exemplo: você recebe uma bolada de R$ 50.000,00 e aplica tudo em um fundo de longo prazo, como o Tesouro Direto por exemplo, por aproximadamente 10 anos. O rendimento será imenso, mas pense em outras questões por conta disso:
 Você leva o dobro do tempo para visitar seus clientes por não ter carro; 
 Precisa fazer uma operação que seu plano não cobre de imediato; 
 Encontrou uma casa pela metade do preço de mercado, entre outros.
Para Keynes (1936) por exemplo, o principal motivo da necessidade de liquidez é a garantia de recursos líquidos, para enfrentar as emergências, dificuldades e crises existentes. 
Enfim, se os R$ 50.000,00 eram tudo o que você possuía, o mais certo realmente seria aplicar tudo, porém, em carteiras diferenciadas, no tempo. 
O tempo: aliado do administrador financeiro, ou então, o grande vilão da liquidez e da segurança. Quanto mais o tempo passa, mais o dinheiro aplicado rende, e mais caro pode ser o risco de não o possuir quando precisar.
Tema 02: O administrador financeiro
Agora que já temos a noção de que o administrador financeiro é o ator principal da Gestão Financeira, vejamos algumas das suas principais funções: 
 Tomada de decisões que maximizem a riqueza do empreendimento; 
 Redução ao mínimo possível de risco do negócio; 
 Orientação da receita ao volume, mais do que as próprias margens de lucros; 
 Obtenção de lucros reais, variável essa, como vimos, ligada ao tempo 
Uma questão importante: quanto maior o lucro marginal, maior a riqueza? Observe este exemplo: Digamos que uma determinada empresa, fabricante de embalagens plásticas, decida-se por aumentar seus lucros no menor prazo possível. Suas opções são: 
 Mudar de fornecedor; 
 Reduzir custos e despesas diversas; 
 Aumentar o preço do seu produto; 
 Planejar a ampliação da sua receita.
2.1 Mudança de fornecedor Acarreta na maioria das vezes em custos com qualificações e retrabalho, o que prolonga em muito o investimento no curto prazo. No entanto, é uma opção importante e deve ser contínua, tanto para o progresso da empresa, como da qualificação do produto.
2.2 Redução de custos e despesas 
 Corte de funcionários: inviável, pois onera a produtividade ao longo do tempo, tanto em sobrecarga de trabalho, como em especialização do trabalho. 
 Corte de processos ou de matéria-prima: no curto prazo, um aumento nos lucros; no longo prazo, uma redução na receita com pouca possibilidade de retorno. Apresenta risco de sacrifício na qualidade do produto. 
 Redução na manutenção de máquinas e equipamentos: o mesmo que corte de processos. 
 Mudança em embalagens e prêmios: embalagens mais baratas, acompanhamentos do produto, entre outros.
2.3 Aumento do preço 
A concorrência agradece: o preço é determinação do mercado, e apenas naqueles mercados puramente monopolistas, o empresário tem condições de determinar o preço ou fazer ajustes conforme suas necessidades. 
Mesmo assim, deve-se respeitar os limites do mercado, pois no fim, novamente o consumidor definirá se aceita, se está disposto e se tem condições de pagar um preço maior.
2.4 Ampliação da receita 
É a opção mais viável, pois a riqueza é a soma de todos os lucros da empresa ao longo do tempo, e não apenas a margem de lucro (mark-up) em um determinado período. Um lucro baixo e uma receita alta acarretam em lucros frequentes. Temos então, o aumento da riqueza. Lembremos da fórmula da receita total (faturamento):
RT = Quantidade x Preço
Observe este exemplo: digamos que em um determinado mês tenhamos o seguinte processo produtivo em uma fábrica de embalagens plásticas: 
 Quantidade produzida: 10.000 unidades Preço de mercado: R$ 5,00 por unidade
RT = 10.000 x 5 = R$ 50.000,00
 Custo total (fixos e variáveis): R$ 40.000,00 Calculando nossos lucros totais (LT) teremos:
LT = RT – CT LT = 50000 – 40000 = R$ 10.000,00
Vejamos um ajuste no lucro da empresa na “redução dos custos e despesas”: 
 Redução de despesas de R$ 5.000. Logo:
LT = 50000 – 35000 = R$ 15.000,00
Teremos então um aumento de R$ 5.000,00 nos lucros, porém, no curto prazo.
Vejamos agora o resultado dessa redução de custos no longo prazo: 
 Redução na venda do produto (qualidade sacrificada pelas mudanças) de 10.000 unidades para 7.000 unidades. 
 RT = 7.000 un x R$ 5,00 = R$ 35.000,00 
 LT = R$ 35.000 – 32.000 = R$ 3.000,00
Temos então no curto prazo um aumento nos lucros totais de R$ 10.000,00 para R$ 15.000,00. No longo prazo teremos uma redução de R$ 15.000 para R$ 3.000,00 nesses mesmo lucros. Agora uma projeção para o aumento da receita. Lembrando que para tanto é necessário um projeto de ampliação do negócio, o que envolve desde contratos com novos fornecedores até a contratação de funcionários. 
No curto prazo:
 RT = 10.000 x 5,00 = R$ 50.000,00 
 CT = R$ 48.000,00 (aumento de R$ 8.000,00 nos custos por conta dos novos investimentos) 
 LT = R$ 50.000,00 – R$ 48.000,00 = R$ 2.000
No longo prazo, um aumento nas vendas, resultado dos investimentos: 
 RT = 17.000 un x 5,00 = R$ 85,000,00 
 LT = R$ 85.000,00 – R$ 48.000,00 = R$ 37.000,00
Um prazo mais longo ainda: 
 RT = 21.000 un x 4,50 = R$ 94.500,00 
 LT = R$ 94.500,00 – R$ 45.000,00 = R$ 49.500,00
O financiamento do projeto de ampliação se dispersa e permanecem apenas os custos a mais da ampliação. Logo, percebe-se que não há um milagre na ampliação dos lucros; o que faz com que os ativos de uma empresa cresçam são os ativos investidos, e não os manipulados. 
Sob essa ótica, os empresários estão em melhor situação quando as decisões tomadas influenciam o melhoramento dos seus empreendimentos. Vale pesar ainda que o maior lucro não é o volume em unidade monetária e sim, o tempo.
Tema 03: Ferramentas de cálculo financeiro
Você já deve ter ouvido falar que o dinheiro tem seu valor no tempo, que tem preços diferentes e que se multiplica. Quando é muito, é bom para os credores e problemático para devedores.
3.1 Capitalização simples e composta 
A capitalização simples é uma capitalização baseada apenas no valor original, ou seja, esse tipo de capitalização incide apenas no capital emprestado ou devido. É conhecido também como juros simples e capitalização linear. São ainda chamados de juros ordinários ou juros reais. 
A capitalização composta (ou
comercial) é mais comum em empréstimos financeiros, como aplicações financeiras (ex.: a poupança). Diferente dos juros simples, a incidência da taxa recai sobre o capital acumulado em vez de apenas recair sobre o capital inicial.
3.2 Simbologia tradicional 
 C = Capital (capital investido ou aplicado, ou valor principal). Conhecido também por VA (valor atual), VP (valor presente), ou, PV (Present Value). O capital é base de cálculos que serão compostos e pode ser percebido em valores originais, ou valores nominais. Pode ainda ser entendido como “valor de face” quando impresso em um título de crédito (boleto, cheque, título, entre outros). 
 M = Montante: valor que se resgata a partir do capital investido (capital + juros). Também conhecido por VF (valor futuro) ou FV (future value). 
 i = Taxa de juros (sempre em %). 
 J = Valor dos juros ou juros calculados (valor obtido pela taxa e período sobre o capital) 
 n = Total de períodos correntes dos juros (meses, anos, dias, semanas etc.).
3.3 Períodos (n) financeiros ou comercial Na matemática financeira os períodos são compreendidos em valores fixos e comuns, embora nem sempre compreendam a realidade do calendário; são mais precisos do que isso. Quando trabalhamos com período ordinário (ou comercial), compreendemos que, se um mês tem 30 dias e um ano 12 meses, logo, um ano comercial tem 360 dias. Quando aplicamos os períodos comerciais à taxa de juros referida, chamamos os juros calculados de juros ordinários.
Quando a taxa aplicada atenta para nosso calendário (365/366 dias = 1 ano), chamamos de juros exatos.
Note que nos justos exatos usamos a forma de fração para não desperdiçar a precisão máxima do cálculo, ou seja, ao utilizarmos a fração no cálculo, a calculadora utilizará toda sua precisão. Para a matemática financeira, isso é fundamental.
Para capitalização simples, qualquer calculadora, com o uso das fórmulas, possibilita os cálculos necessários. Para a capitalização composta também podemos utilizar as fórmulas específicas. Observe:
TEMA 4 – CALCULADORAS FINANCEIRAS: A HP 12C
Existem calculadoras com funções específicas para as fórmulas financeiras. São as calculadoras (não científicas) que apresentam como principal característica as seguintes teclas de dados:
A calculadora que utilizaremos para nossos cálculos e exemplos é a HP12C, mais comum e tradicional dentre as comercializadas. Observamos que todas as calculadoras financeiras têm essa ordem e nomenclatura nas teclas dessas funções. Vejamos algumas funções básicas para cálculo de juros compostos dessa calculadora:
 PV: valor presente (valor inicial, valor atual); 
 FV: valor futuro (valor final, montante); 
 PMT: prestação (parcela paga em cada unidade de período); 
 i: taxa de juros em %; 
 n: número de períodos; 
 CHS: mudança de sinal (+ / -); 
 CLX: apaga o registro atual; 
 ENTER: insere dados para uso no formato RPN de cálculos; 
 STO + EEX (aparecerá um "C" na parte inferior do display, para aumento na precisão de cálculos de juros compostos).
Como vemos, não são muitas as funções; estas substituem todas as demais fórmulas de juros compostas que conhecemos. A HP-12C tem uma forma particular de efetuar seus cálculos. É o RPN (reverse polish notation ou “notação polonesa inversa”) de cálculo. Inversa, porque se baseia em registradores (memorizações) que agilizam o cálculo. Embora pareça complicado, a princípio há uma necessidade de adaptação ao método, mas em poucos usos a prática se estabelece. Vejamos:
 Ex.: Soma de 2 + 2: 
 2 [Enter] (registra o número 2 na memória) 
 2 [+] (soma o número 2 ao último registrado na memória) 
 Resultado imediato: 4
 Outro exemplo: 
VP = 100 x (1 + 0,23) x 5 
 100 [Enter] (memorizado o número ‘100’ e reservado). 
 1 [Enter] (memorizado o número 1).
 0,23 [ X não é X e sim + ] (multiplica (Pois vai somar para dar 1,23) o 0,23 por ‘1’. Note os parênteses)
 (resulta em ‘1,23’ e permanece na memória) 
 [ X ] (multiplica o resultado 1,23 pelo ‘100’ que estava na memória)
 (resulta em 123) 5 [ X ] (multiplica o ‘5’ pelo resultado ‘123’ que aparece)
 Resultado final: 615.
Esse método também facilita compreender os cálculos pelas teclas de função financeira. Observe o exemplo a seguir: Custos de capital de dois equipamentos: 
 O equipamento X tem um preço de R$ 900.000,00;
 O equipamento Y custa R$ 1.800.000,00; 
 Ambos têm vida útil de 20 anos; 
 O custo de capital é de 18% a.a.
Com esses dados, qual o custo de capital anual de ambos os equipamentos? 
Anotações: 
Cx = 900.000,00 
nx = 20 
Cy = 1.800.000,00 
ny = 20 i = 18% a.a.
Tradicionalmente poderíamos utilizar a fórmula de juros compostos para prestação (custo anual):
Na HP 12C não é necessário calcular a fórmula: basta preencher, nas funções financeiras que possuímos com os valores, e teclar a função da qual se deseja o resultado.
TEMA 5 – FERRAMENTAS DE PROJEÇÃO FINANCEIRA
Da mesma forma como utilizamos calculadoras financeiras para obter resultados imediatos de valores financeiros no tempo, contamos com outras ferramentas tecnológicas que nos auxiliam na planificação de resultados. A mais tradicional é a planilha eletrônica Microsoft Excel. Com ela é possível a extração e transformação de todos e quaisquer números, os quais podem gerar novas informações importantes para analisarmos. Observe a planilha a seguir e note o quadro de financiamento no sistema Price (sistema francês de amortização, criado por Richard Price), no qual as parcelas (ou prestações) são constantes e a amortização da dívida é crescente. Nas 12 parcelas poderíamos vislumbrar, mês a mês, os resultados dos juros e amortizações pela calculadora financeira. Porém, não poderíamos apreciá-las todas de uma vez, avaliando e comparando o progresso da dívida. Por outro lado, pela planilha financeira, vemos essa planificação com facilidade.
As fórmulas financeiras que utilizaríamos para compô-la, em uma planificação simples (sem o uso do Excel), seriam as seguintes:
É claro que por meio de uma calculadora financeira o trabalho seria mais ameno, mas quando utilizamos uma planilha, o trabalho de desenhá-la é único e futuros resultados seriam instantâneos.
5.1. Funções no Excel 
As funções no Excel podem ser escritas diretamente nas células (=FUNÇÃO(parâmetros)). Cada função que inserimos em uma tabela, ela própria apresenta os parâmetros possíveis dessa função, a cada instrução. Vejamos a seguir as funções financeiras disponíveis no Excel.
Além das funções, as planilhas eletrônicas nos permitem avaliar graficamente as informações, sintetizando uma visão do todo e ilustrando com maior clareza os resultados. Com base na nossa planilha de exemplo anterior, com projeção de financiamento em 12 meses, vejamos o gráfico típico formado pela amortização e saldo devedor:
Os gráficos podem ser de diversos tipos, desde linhas e barras, à fracionadas (gráfico de pizza) e em 3D, cada um com sua especificação.
O uso de planilhas financeiras é fundamental para otimizar o trabalho do administrador financeiro, não requerendo, muitas vezes, uma habilidade extraordinária para isso. O fator preponderante da formação dessas planilhas está na capacidade de apreciar valores importantes e convertê-los em números mais precisos.
Um dos principais usos das planilhas eletrônicas está na geração de dados compostos pelo administrador financeiro para obtenção de informações imediatas que, embora possam ter dados extraídos de SIGs (Sistemas de Informações Gerenciais), nem sempre esses dados estarão completos, como se espera.
No exemplo apresentado na Figura 2, apenas 8 das 26 colunas, são parte de dados de um sistema corporativo. As dezoito restantes foram alinhadas e elaboradas com base em informações, de certa forma, básicas. É comum por exemplo, usar planilhas eletrônicas na elaboração de projetos e orçamentos que não podem ser contemplados – pelo menos em detalhes – em sistemas corporativos. Na Tabela 5, a seguir, podemos verificar o desenho de um fluxo de caixa, elaborado baseado em dados inseridos em diversas pastas do Microsoft Excel, que
resultaram em dados de resultados do projeto.
Tabela 5 - Fluxo de caixa projetado
Enfim, daqui em diante e por toda nossa disciplina, faremos uso das planilhas eletrônicas (Microsoft Excel), para nos familiarizarmos com essa ferramenta e aprimorarmos o conteúdo abordado. Gráfico 2 – Receitas e Lucros – Base DRE (Demonstrativo de Resultados no Exercício)
PASSO A PASSO USO CALCULADORA FINANCEIRA:
Valor Futuro (FV)
Para uma aplicação mensal de 400,00 à 1,5% ao mês ao longo de 360 meses (30 anos):
Resultado esperado: 5.645.434,16
Explicação: As duas primeiras teclas limpam o registro; então é digitado o valor 1.5 e a tecla [i] que representa a taxa de juros; agora o valor 360 e a tecla [n] que representa o número de períodos (meses no exemplo); o valor 400 e tecla [CHS] para mudar o sinal, seguida da [PMT] que representa o valor do pagamento por período; finalmente, a tecla [FV] fornece o valor futuro, calculado a partir dos outros valores.
Valor Presente (PV)
Para parcelas mensais de 11,00 ao longo de 20 meses, considerando taxa de 1,5% ao mês:
Resultado esperado: 188,85
Valor da Parcela (PMT)
Para um financiamento de 30.000,00 em 60x à 2% ao mês:
Resultado esperado: 863,04
Taxa de Juros (i)
Para um financiamento de 30.000,00 em 60x e parcelas de 863,00 ao mês:
Resultado esperado: 2%
Número de Períodos (n)
Para um financiamento de 30.000,00 à 2% ao mês e parcelas de 863,00 ao mês:
Resultado esperado: 60 meses
Conversão de Taxa Anual para Mensal
Conversão de taxa anual de 20% para equivalente mensal:
Resultado esperado: 0,0153 ou 1,53%
Expressão utilizada: (1+20%)^(1/12) - 1
Explicação: A tecla [ENTER] é necessária porque a HP-12c trabalha com a Notação Polonesa Reversa, com o operador sendo digitado após o empilhamento dos valores. Por exemplo, para calcular a divisão 9/2, usa-se a sequência de teclas: [9] [ENTER] [2] [/]. Outro exemplo, para calcular a expressão 9/2 + 3, usa-se: [9] [ENTER] [2] [/] [3] [+].
Conversão de Taxa Mensal para Anual
Conversão de taxa mensal de 1,53% para equivalente anual:
Resultado esperado: 0,1999 ou 19,99%
Expressão utilizada: (1+1,53%)^(12) – 1
DICAS
Para zerar completamente a memória (recomendado, para iniciar novos cálculos) use o f CLX. 
Mas se quiser apagar apenas o que aparece no visor da calculadora aí é só CLX
usa o ponto. = 0.23
Se quiser aumentar ou diminuir as casas decimais é só apertar f e o número de casas após a vírgula que vc quer que apareça na tela, tipo você quer 2 casas decimais clica: f2, se quer 6 clica: f6
AULA 2
Tema 01: Decisões financeiras nas corporações
Quando tratamos de finanças, objetivando a maximização da riqueza, precisamos de atenção e cautela para alcançar alguns objetivos, com base em decisões essenciais na empresa. Todo e qualquer investimento – mesmo o de curto prazo – compreende um longo prazo, principalmente pelo retorno. As incertezas são tantas, que um planejamento cuidadoso é fundamental. Caso contrário, o que deveria ser um investimento (empenho de valores almejando riqueza), passa a ser um pesadelo.
Para tanto, precisamos buscar respostas à quatro perguntas fundamentais:
· Onde investir?
· Quanto investir?
· Como financiar o investimento?
· Como distribuir os resultados?
1.2 Onde investir? 
Dentre as várias opções disponíveis para investimento, qual é a melhor? Podemos por exemplo: 
 Ampliar as instalações; 
 Especializar a mão de obra; 
 Investir em tecnologia; 
 Investir em ações; 
 Abrir uma nova filial.
1.3 Quanto investir? 
Sem uma projeção exata do que podemos fazer e do que o mercado nos oferece, não há como mensurar valores precisos. Sem projeto não há viabilidade, e um projeto mal elaborado, poderemos incorrer em prejuízo. 
Uma das principais variáveis que determinam a viabilidade do investimento é o valor investido. Para tanto, o quanto investir depende de planificações e de um orçamento bem elaborado: este último é uma das etapas nas quais mais se busca contornar os riscos de qualquer projeto. Não é apenas parte do projeto, mas sim o seu controle. Imagine que uma pequena cidade do interior possui R$ 5 milhões em recursos para obras de infraestrutura. 
Ao projeto, calcula o gasto desse recurso em R$ 3 milhões. Se o orçamento for mal elaborado, seu gasto será de R$ 7 milhões, e a obra poderá ser concluída somente no ano seguinte. 
A questão não é que esse projeto custava R$ 7 mi originalmente em vez de R$ 3 mi; no entanto, tendo-se um orçamento desequilibrado, as compensações apontarão as falhas e incitarão gastos além do planejado. É como se você separasse R$ 15,00 para fazer um lanche em determinado lugar após o cinema, e ao chegar lá, a lanchonete estava fechada e você teve de desembolsar R$ 25,00, tendo de voltar para casa a pé. 
Uma vez determinado o valor do investimento, só nos resta captar recursos. Mais um motivo para mensurar bem os gastos: quanto maior estes forem, menores serão os lucros.
1.4 Como financiar o investimento? 
Uma vez definido onde e quanto investir, é necessário saber como financiar o negócio. A escolha pode ser por capital próprio ou por capital de terceiros, ou ainda, por ambos.
1.4.1 Capital próprio 
Neste caso, os recursos vêm dos próprios dos sócios ou acionistas.
O investimento é a melhor decisão, desde que o capital deixe uma margem de segurança para quem aplica. Os investidores dificilmente investem tudo o que possuem, dado o risco de o retorno demorar além do previsto, ou até mesmo não haver retorno. Imagine-se desempregado; então, você utiliza todo seu fundo de garantia para adquirir uma barraca de cachorro-quente. Alguns meses depois, o negócio não dá certo e você tem que vender a barraca para se livrar das dívidas. Quanto lhe sobrou para sua sobrevivência? Nada.
1.4.2 Capital de terceiros 
Qual o custo e o montante disponível para esse investimento? Ou seja: você tem essas informações dentro de seu planejamento de forma correta? Você tem como comprovar esses dados? 
Todo e qualquer valor que você pense em arrecadar para seu projeto que vislumbre uma fonte de recursos, exige que você apresente da forma mais completa os custos exigidos. 
Você pode pensar: “se o risco de redução dos lucros é um problema meu, por que as financeiras ou investidores exigem tanto o meu empenho no projeto?” Simples: todo e qualquer lucro reduzido, aumenta a chance de o negócio não dar certo. 
Se há risco para o sucesso do negócio, há risco para o pagamento de eventuais empréstimos. Uma das principais medidas de empréstimos e que determina o preço ao qual se pagará por captação de recursos de terceiros, são as taxas de juros
1.5 Como distribuir os resultados? 
Das operações de um projeto ou uma empresa, decorre o faturamento. Porém, para custear suas operações, a empresa incorre em custos operacionais fixos e variáveis. Subtraindo do faturamento os custos operacionais, obtemos o resultado operacional bruto.
LUCRO = RECEITA – CUSTOS
Com o resultado operacional bruto, devemos: 
 Pagar aos credores pelo uso do capital de terceiros; 
 Recolher os impostos; 
 Realizar os reinvestimentos necessários; 
 Pagar dividendos aos sócios.
O faturamento pode ser ou não suficiente para a realização desses pagamentos, pelo menos no curto prazo. Se a empresa ou o projeto for capaz de distribuir os resultados esperados pelos credores e pelos sócios, haverá lucro; caso contrário, prejuízo. Exatamente como vimos no exemplo no início desta rota.
TEMA 2 – PROJEÇÕES DE RECEITA
São inúmeros os instrumentos que utilizamos para administrar financeiramente as empresas. Embora muitas possam ser de exclusividade de um empreendimento ou outro, abordaremos aqui aquelas que são mais conhecidas, uma vez que ao longo da disciplina usaremos constantemente, seja para aplicação da teoria e prática, seja para ilustração de resultados que serão analisados.
Essa projeção é simples, mas já podemos compreender a forma como é composta e a gama de informações que sua variação pode nos conceder. 
Dados: 
 Venda de potes de sorvete de 1,5 litro. Sabor único (napolitano); 
 Demanda potencial total da região de
atuação: 100.000 potes; 
 Capacidade produtiva mensal máxima da fábrica: 30.000 potes; 
 O mês é composto de dias úteis, de segunda à sábado (excluir domingos e feriados), em 2016; 
 O pico de venda da produção máxima (100%) ocorre entre dezembro e fevereiro (verão); 
 No período de junho a agosto (inverno), usa-se apenas 50% da capacidade produtiva. O preço aumenta em 30% por pote, em relação ao preço do verão; 
 Nos demais meses a fábrica atua com 70% da capacidade produtiva. O preço é 10% mais alto em relação ao verão. 
 O preço por pote de sorvete, no verão, é de R$ 15,00.
Com esses dados, podemos projetar nossa receita e planificá-la de forma que os dados fiquem organizados e claros. Vejamos:
TEMA 3 – RECEITA E SAZONALIDADE
Sabemos que o mundo dos negócios não é exatamente mágico, ou um território que, a partir de uma fórmula mágica, podemos determinar como será o consumo de nosso produto. 
A esse respeito, vejamos o conceito de sazonalidade: 
SAZONALIDADE (Variação Estacional) é a variação que ocorre numa série temporal nos mesmos meses do ano, mais ou menos com a mesma intensidade. Embora o termo seja associado às estações do ano, é utilizado de maneira mais livre para indicar variações que podem ocorrer em períodos mais curtos como meses, quinzenas, semanas e até fins de semana. (SANDRONI, 2001)
É possível prever a receita da empresa – tanto potencial, quanto efetiva – mas a cada ano e apesar do potencial permanecer constante, os períodos de receita da empresa podem ser modificados estruturalmente (alteração da sazonalidade) por diversos acontecimentos:
 Novas tecnologias ou concorrentes; 
 Novos produtos ou acontecimentos; 
 Mudança do perfil da sociedade;
 Outros fatores.
A exemplo disso, lembremos dos períodos de Copa do Mundo, Olimpíadas e até mesmo o do surgimento do smartphone. Mudanças de hábitos e de ambientes demonstram bem essas condições. Vejamos então a receita potencial de uma empresa e sua respectiva sazonalidade (Projeção da Tabela 1).
Note que os dados apresentados foram planificados para possibilitar a análise dos dados informados. 
Se as informações previam uma projeção básica da receita para o ano, apontando dados conforme o perfil do mercado e sazonalidade, cada instrução deve ser aproveitada e trabalhada de acordo com o perfil. 
Segundo os dados, chegamos a algumas conclusões rápidas com a tabela. Embora esteja óbvio de que no verão as vendas são mais superiores, precisamos raciocinar que se trata da venda diária dos meses de dezembro a fevereiro.
TEMA 4 – PROJEÇÕES DO BALANÇO FINANCEIRO E FLUXO DE CAIXA
Da mesma forma que podemos projetar nossas receitas, dados os critérios, podemos elaborar um fluxo de receitas com base no balanço, ou seja, nas receitas previstas da forma como trabalhamos nosso faturamento.
4.1 Projeção do balanço financeiro 
A partir de alguns dados históricos e presumidos, orientamos a construção de uma tabela. Vejamos um exemplo: 
Uma empresa planejou uma projeção trimestral para ano de 2016, com base nas vendas a serem realizadas no referido período. Tal empresa sempre realizou e vai continuar realizando suas vendas da seguinte maneira: 
 40% da receita é por pagamento à vista; 
 40%, faturados para 30 dias; 
 20% da receita, para 60 dias
As vendas projetadas pela empresa para o referido trimestre deverão ser as seguintes: 
 R$ 40.000,00 em janeiro/2017; 
 R$ 60.000,00 em fevereiro/2017; 
 R$ 80.000,00 em março/2017
Saldo do “Contas a receber” no balanço de dezembro de 2016: 
 R$ 20.000,00; 
 R$ 80.000,00 em março/2017;
Na tabela, observe os resultados apresentados para previsão em cada um dos meses. Em janeiro (fundo verde), R$ 36.000,00 recebidos à vista. Em vermelho, R$ 40.000,00 para fevereiro (30 dias a partir de janeiro). Março (em azul), R$ 64.000,00 – 60 dias a partir de janeiro. Por fim (em cinza), R$ 44.000,00 (90 dd) para abril e R$ 16.000,00 (120 dd) para recebimento em maio.
4.2 Fluxo de caixa 
Vejamos agora uma projeção com dados de contas a receber e a pagar (ou recebidas e pagas) desenhando nosso fluxo de caixa. 
Como exemplo, tomemos o ano de 2017 com rateio dos totais para o primeiro trimestre do ano:
 Saldo do caixa em dezembro de 2016: R$ 1.100,00; 
 Vendas em dezembro de 2016: R$ 5.121,05 (efetivo); 
 Vendas em janeiro de 2017: R$ 2.277,05; R$ 7.657,55; R$ 8.453,54; 
 Vendas em fevereiro de 2017: R$ 13.214,00; R$ 18.134,00; 
 Vendas em março de 2017: R$ 21.848,00; R$ 14.887,40; 
 Despesas de escritório (estimativa mensal): R$ 1.500,00; 
 Salários: R$ 8.560,00; 
 Outras despesas (estimativa mensal): R$ 2.800,00; 
 Empréstimos: R$ 3.000,00 (valor da prestação: 6 x R$ 526,58); 
 Capital de giro: 40% das vendas do período anterior; 
 Pró-labore: R$ 6.800,00; 
 Impostos de vendas: 15%
Perceba, na tabela do Fluxo de Caixa, algumas características típicas, como a apresentação das receitas e saldos anteriores antes das despesas. Note ainda que os totais fechados na horizontal apresentam um rateio em percentagem, demonstrando a participação para receitas e para despesas. 
A despesa de maior peso, são os salários, capital circulante e pró-labore. 
Note também que o empréstimo de R$ 3.000,00 efetivado em janeiro de 2017 reflete em prestações de R$ 526,58 a partir do mês seguinte (postecipado) – ainda que o empréstimo de R$ 3.000,00 tenha sido fundamental para a saúde financeira da empresa. 
A questão principal do fluxo de caixa é que se trata de uma das projeções mais realistas do dia a dia do analista financeiro. Resume e destaca os valores que merecem uma atenção especial e que não admitem decisões de longo prazo. 
No entanto, pode ser uma armadilha se usado apenas para “tapar buracos”. 
O mais importante aqui é identificarmos essas pequenas particularidades, que, embora pequenas dado o exemplo simples, podem ser de maior complexidade em ambientes de maior fluxo e detalhes.
TEMA 5 – A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS
A função financeira nas empresas é o conjunto de atividades ligadas à gestão dos fundos movimentados por todas as áreas, com duas principais responsabilidades: 
 Obtenção dos recursos necessários às atividades.
 Formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso desses recursos.
Ou seja, a função financeira na empresa está ligada à apropriação de parte do lucro para seu funcionamento e desenvolvimento. Ainda, caso não haja esse recurso, uma alternativa é buscar terceiros para o financiamento, da forma mais responsável possível. Caso contrário, o que era para ser uma solução, passa a ser um problema.
Essa função financeira possui um papel fundamental no desenvolvimento de todas as atividades da empresa, o que pode (ou não) garantir o sucesso do negócio. E quando a empresa está iniciando, a atenção deve ser maior ainda. Uma estratégia voltada para o melhor uso dos recursos, não só dos possíveis desperdícios, são as ferramentas que cada empresa possui de antemão.
5.1 Finanças pessoais 
Finanças pessoais dizem respeito a como cada um de nós investe seus recursos ao longo do tempo. Basicamente envolvem: 
 Quanto de nossa renda atual deve se destinar ao consumo? 
 Quanto devemos poupar? 
 Como devemos investir as economias? 
 Quando e como devemos usar o dinheiro de terceiros? Para o consumo? Para investimento? Como podemos garantir a saúde e o bem-estar no presente e no futuro?
5.2 Finanças corporativas 
As finanças corporativas formam o ramo das finanças que trata das decisões financeiras das empresas, geralmente com fins lucrativos ou, como no caso de fundações e organizações sem fins lucrativos (ONGs), em pelo menos um progresso contínuo. Similar às decisões financeiras pessoais temos:
a. Onde investir os ativos de natureza permanentes? Evidentemente, o tipo e as proporções de ativos de que a empresa necessita decorrem da natureza de sua atividade. São comuns as expressões orçamento de capital, decisões de investimento de capital ou ainda dispêndio de capital para descrever o processo de realização e de gestão de aplicações em ativos de longo prazo. 
b. Como levantar dinheiro para custear os dispêndios de
capital? Esta é uma questão que diz respeito às despesas da empresa. Sua resposta pode envolver decisões de estrutura de capital ou de financiamento a longo prazo, pois indica as proporções de financiamento com capital próprio e capital de terceiros. 
c. Como gerir o fluxo de caixa no curto prazo? Temos as receitas à vista, de curto e de longo prazo. Além disso, em cada investimento temos um período operacional, o qual exige investimento, mas sem equilíbrio de caixa. Durante as atividades operacionais da empresa, as entradas e saídas de caixa não são sincronizadas. Além disso, a magnitude e a distribuição dos fluxos de caixa são incertas. Este é o período de gestão do capital de giro mais relevante. 
d. Como alocar o resultado líquido da empresa? Esta questão refere-se à destinação dos lucros da empresa, ou seja, à proporção destinada ao reinvestimento, ou à retenção de lucros e, em muitos casos, à tão esperada distribuição dos lucros. 
Essa última – uma das mais importantes – é a decisão de distribuição dos dividendos. Nesse caso seria necessária uma nova avaliação para retenção dos lucros ou investimentos diferenciados.
e. Reter lucros ou não reter? Eis a questão. Um projeto de reinvestimento seria necessário para cada ano fiscal? Não exatamente, mas isso deveria estar previsto no projeto inicial. O reinvestimento, como um plano de vida, mas corporativo. 
f. Quando então seria necessário um reinvestimento na empresa? Quando o projeto atual não condiz à realidade atual da empresa. Ou seja: 
 Estabilidade no crescimento da empresa; 
 Novas oportunidades no mercado, principalmente à concorrência; 
 Decrescimento ou sensibilidade a crises econômicas; 
 Conjuntura favorável a curto prazo (ex.: redução do IPI).
Aula 3
Tema 01: Ponto de Equilíbrio Operacional
O ponto de equilíbrio operacional (PEO) é o nível de produção (quantidade produzida) ou atividade que torna o resultado operacional nulo, ou seja, as receitas operacionais (ROB) são iguais ao valor total dos custos e despesas operacionais (RT = CT ou ROB = COB).
Por meio do PEO a empresa administra seu recurso mínimo produtivo, ou seja, a receita mínima que deverá cobrir seus custos e despesas totais. 
Perceba que o PEO é uma condição nula. Ou seja, ele não é bom nem ruim, no entanto, no ponto de equilíbrio operacional há mais perigo do que segurança.
Para tanto, é preciso identificar o PEO, pois, ao contrário do que se imagina, nem sempre os custos e as receitas serão os mesmos. Mas afinal, o que leva uma empresa ao ponto de equilíbrio, abaixo ou acima dele? Veremos isso mais à frente. O PEO apresenta algumas formas específicas, com posicionamentos específicos. 
Vejamos: 
 PEOq (PEO em quantidade produzida) – É o total que estabelece a quantidade mínima de unidades produtivas que deve ser produzida para se chegar ao ponto de equilíbrio da empresa. PEORT ou PEOR$ (PEO em receita total) – Estabelece a receita (faturamento) mínima, que, deduzidos os custos variáveis, seja suficiente para cobrir os custos fixos e determinar o ponto de equilíbrio operacional. 
 PEO% (PEO em percentual) – Estipulado o limite máximo produtivo (infraestrutura), apresenta, em percentual, quanto está sendo usado da infraestrutura produtiva da empresa para se manter no PEO. Quanto maior esse percentual, maior o risco de a empresa não ter potencial de receita para um lucro maior.
Tema 02: Custos fixos e Variável
Para calcular o PEO são necessárias algumas variáveis importantes, presentes no Demonstrativo de Resultado no Exercício (DRE). Outras variáveis também devem ser calculadas. Para tanto, vejamos algumas variáveis importantes nesse processo.
2.1 Custo Fixo (CF) ou Custo Fixo Total (CFT) 
São aqueles custos que se mantêm inalterados dentro de certos limites, independentemente das variações nos níveis de atividade. Exemplos de custos fixos são os aluguéis, entre outros, que não influenciam diretamente a produção. Os custos fixos sempre serão custos indiretos.
2.2 Custo Variável (CV) ou Custo Variável Total (CVT) São aqueles que variam proporcionalmente ao volume de produção ou outras medidas de atividade da empresa. Matéria-prima, mão de obra direta (operários), entre outros são exemplos de custos que variam conforme aumento ou diminua a produção. Exemplo: se aumentamos a produção de determinado bem, precisamos de mais matéria-prima (aumento nos custos de matéria-prima) e algumas vezes de mais trabalhadores. Esse aumento de custos foi ocasionado pelo aumento na produção, portanto são custos diretos e variáveis.
Claro que a relação de custos variáveis ou fixos depende do tipo e do tamanho da empresa, por exemplo. A mão de obra operária em uma montadora de veículos é um custo variável. Duvida? Adivinhe quantos operários de montadoras de automóveis foram demitidos em 2015 por causa da queda na venda de automóveis? 
Já em uma panificadora ou posto de gasolina, o salário dos trabalhadores pode ser um custo fixo. Contabilmente falando, há condições ainda que tratam esse tipo de custo fixo como direto, considerando sua relação produtiva, mas sem alteração. Cargos como gerência de produção e supervisão são exemplos típicos disso.
Tema 03: Margem de contribuição
Antes de definir esse conceito, vamos lembrar alguns raciocínios de senso comum. Imagine que você preparou alguns doces para vender aos colegas na faculdade. Você levou 100 brigadeiros no primeiro dia. Esses brigadeiros custaram-lhe, considerando seu trabalho e os ingredientes R$ 50,00. Na faculdade você vendeu todos eles a R$ 2,00 cada um, rendendo-lhe R$ 200,00 no total. Qual o seu lucro? Fazendo os cálculos: R$ 200,00 de receita, menos R$ 50,00 de custos, total de R$ 150,00 de lucro. Certo? 
Errado! Esses R$ 150,00 que você chama de lucro é, na verdade, a margem de contribuição (MC). O lucro (lucro operacional bruto) só ocorrerá quando forem descontados os custos fixos. A margem de contribuição é calculada da seguinte forma:
Se a margem de contribuição for suficiente apenas para cobrir os custos fixos, chega-se ao PEO. Se for maior, há lucro. 
Portanto, MC é o valor com o qual a produção vendida contribui para o pagamento dos custos fixos e a obtenção do lucro.
Da mesma forma que se operam os valores em totais, é possível calcular considerando unidades, conforme determinada quantidade de itens produzidos. 
Pense assim: todo produto tem um preço unitário de venda (PV), deve ter um custo médio (CMT) ou custo unitário, um custo variável unitário (CVu) e também uma margem de contribuição unitária (MCu).
3.2 Margem de contribuição unitária (MCu) É o valor com o qual cada unidade produzida vendida, dado seu preço unitário menos seu custo variável unitário, contribui para o pagamento dos CF e a obtenção do lucro desejado.
3.3 Cálculo aplicado ao PEO Vejamos a seguir quais as fórmulas que nos permitem chegar aos valores dessas variáveis:
Exemplo: Considerando os valores a seguir, apure o ponto de equilíbrio operacional (PEO) em quantidades físicas, em volume de receita (RT) e em percentual. 
 CF: R$ 300.000,00 
 CV: R$ 1.800.000,00 
 Produção mensal: 200.000 unidades 
 Preço de venda: R$ 12,00
O PEOR$ vale R$ 1.200.000,00, ou seja, esse é o mínimo que a empresa deve faturar para que todos seus custos sejam cobertos. 
Qualquer valor que ultrapasse essa cifra será seu lucro operacional bruto (Ex.: 1.200.001,00, lucro de R$ 1,00). Abaixo, prejuízo. O PEOq é de 100.000 unidades. Ou seja, se a empresa produzir 100.000 unidades cobrirá todos os seus custos (PEO). 99.999 unidades, prejuízo. Como se trata de uma unidade abaixo do mínimo, com margem de contribuição unitária (MCu) de R$ 3,00, prejuízo de R$ 3,00. 
Nosso PEO% de 50% identifica, dado o potencial atual de 200.000 unidades, que para chegar ao PEO é necessário apenas 50% da capacidade. Vejamos outro exemplo, agora partindo de uma Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) simplificada: 
Com base na DRE a seguir, apure o ponto de equilíbrio operacional em receita e percentual (PEOR$ e PEO%). Em seguida, ajuste a DRE com produção a 50% (metade da produção atual) e recalcule
o PEO com a nova receita.
Note na DRE que a receita operacional diminui, assim como os custos variáveis, pela metade. Já o custo fixo (por ser fixo) permanece o mesmo. Para o cálculo do PEOR$, não importa a capacidade produtiva, o PEO será sempre o mesmo. 
Concluindo: 
 Os custos fixos da empresa e os custos variáveis unitários (CVu) são proporcionais ao ponto de equilíbrio operacional. Se aumentam, o PEO aumenta, e vice-versa. 
 O PEO tem relação direta com os custos totais da empresa. Consequência do CT = CF + CV. 
 Alterações na produção (aumento ou diminuição da quantidade produzida) não afetam o PEO. 
 O custo variável total, se alterado pela quantidade produzida (CV = q * CVu), não influencia o PEO. 
 Uma alteração na receita total, dada uma mudança na quantidade produzida (RT = q * PV), não altera o PEO. 
 Portando, influências em qualquer variável (RT, CT e CVT) dadas pela quantidade produzida (e vendida), não alteram o PEO. 
 O preço unitário do produto é inversamente proporcional ao PEO. 
 O PEO% se altera proporcionalmente à receita máxima estabelecida. 
 Um PEO é considerado alto quando está próximo da receita máxima permitida pela empresa. Um aumento no custo fixo, caracterizado por investimentos em ampliação na estrutura produtiva da empresa (possibilidade de maior receita), no longo prazo, reduz o PEO.
Tema 04: Grau de Alavancagem Operacional (GAO)
O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é a variação do resultado operacional (lucro) ocasionada por uma alteração no volume de produção (quantidade) e venda da empresa, em proporção maior. Ou seja, a produção aumenta, e, se o lucro aumentar em proporção maior, significa que os custos fixos estão excessivamente altos. 
Porém, o efeito contrário (redução nas vendas) também é previsto e arriscado. A questão é a proximidade do faturamento com o ponto de equilíbrio da empresa. Se próximo, qualquer aumento passa a ser significativo. O GAO é uma ferramenta importante na identificação da saúde da empresa. 
Vejamos um exemplo:
Aparentemente parece que um GAO alto (aumento dos lucros em proporção maior que a receita) é uma coisa boa, contudo, não é. Se está alto, significa que há uma proximidade do PEO e, portanto, proximidade do penhasco. 
A lógica é a seguinte:
GAO = 1,1 ou aumento em 110% nos lucros. 
Note que, com a receita de R$ 1.100,00, há uma distância do PEO (R$ 100,00), portanto, uma situação confortável. 
Outra questão é o lucro. Anteriormente houve um lucro (em valor) de apenas R$ 100,00 a mais, apesar do aumento em percentual ter sido significativo (1000%). Agora, com um GAO baixo e longo do PEO, houve um aumento no lucro de R$ 1.100,00, ou seja, de apenas 110%. O que é melhor, um aumento de 1000% ou 110%? Entretanto, essa é a pergunta errada. A certa é, o que é melhor, um aumento de R$ 100,00 (1000%) ou de R$ 1.100,00 (110%)? Obviamente o melhor é um lucro maior, R$ 1.100,00.
4.1 Cálculo do grau de alavancagem operacional
Veja que, o cálculo do GAO é simplesmente a fórmula GAO = (△%LO)/(△%q). 
Porém, algumas variáveis, que não temos, devem ser calculadas. Vejamos nosso exemplo anterior:
Grau de alavancagem = 1,1. Baixo grau, distância significativa do PEO, lucro efetivo alto. Boa condição. Por vezes, calculamos o GAO em condições mais aprofundadas, como uma condição de aumento na quantidade produzida, comparando alguns níveis projetáveis de produção e uma condição média de aumento nas vendas. Exemplo: Calcule o GAO da empresa a seguir para os seguintes níveis de produção e venda:
Conclusão: 
 Quanto menor o GAO, menor é o impacto dos CF, menor será a alavancagem e maior será o lucro. 
 Quanto maior o GAO, maior é o impacto dos CF, maior será a alavancagem nos lucros e menor será o lucro em volume. Essa condição ocorre pela proximidade da produção ao PEO. 
 Quanto mais distante a empresa estiver operando do PEO (GAO baixo), menor será o impacto em uma provável queda nas vendas.
Tema 05: Grau de Alavancagem Financeira (GAF)
Apesar do termo alavancagem, não há uma relação direta entre o grau de alavancagem financeira (GAF) e o GAO. 
A principal característica do GAF é o risco, que nesse caso são os juros pagos às instituições financeiras. 
Imagine que uma empresa necessita de capital externo (empréstimo bancário, venda de ações na bolsa, entre outros). Esse capital, apesar de ser uma entrada de recurso na empresa, gera uma despesa de juros que devem ser pagos ao credor. Considere a seguinte situação. 
Você tem uma empresa que fatura R$ 100.000,00 por mês. Faz um empréstimo de R$ 50.000,00 para investir em uma nova máquina. Essa nova máquina vai gerar duas reações no fluxo de caixa, o lucro pelo seu uso e a despesa de juros pelo pagamento do investimento. Assim, calculamos o GAF que o investimento da máquina gerou. Ou melhor, calculamos o GAF causado pela entrada de capital de terceiros. 
Vejamos:
O GAF é um indicador que segue este raciocínio: Se o resultado do cálculo estabelecer um GAF = 1, a alavancagem financeira foi nula. Ou seja, a variação do lucro líquido foi a mesma da variação do LAJIR. 
Ou então o valor do LAJIR foi o mesmo do LAIR, portanto, ou não houve captação de recurso de terceiros ou os recursos do empréstimo geraram um lucro equivalente a não fazer o investimento. Se o GAF > 1, temos uma alavancagem financeira favorável, pois os empréstimos adquiridos e aplicados geraram um lucro maior e, portanto, um aumento no patrimônio líquido da empresa, apesar das despesas de juros. Se o GAF < 1, o investimento não foi satisfatório, pois as despesas com os juros, gerados pelo uso de capital de terceiros, foram maiores que os benefícios adquiridos. 
Neste caso, os terceiros estarão absorvendo o patrimônio da empresa, reduzindo-o. O GAF é um índice simples, mas preciso.
Aula 4

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando