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UNIDADE III_CAP IV_A SEPARAÇÃO DE PODERES E AS FUNÇÕES DO ESTADO_2020 1

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	INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR RAIMUNDO SÁ
CURSO: BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: TEORIA GERAL DO ESTADO E CIÊNCIAS POLÍTICAS
PROFESSOR: FRANCISCO XAVIER LOPES JÚNIOR
2° PERÍODO / 2020.1
UNIDADE III_CAP. IV_A SEPARAÇÃO DE PODERES E AS FUNÇÕES DO ESTADO
ESTADO E SEPARAÇÃO DOS PODERES
1) Origem da separação
2) Objetivos da separação de poderes
3) Teoria da separação de poderes
4) Prática da separação de poderes
5) Poderes e função
6) Críticas
7) Tentativas de aprimoramento
ORIGEM DA SEPARAÇÃO
Anota LÚCIO RONALDO PEREIRA RIBEIRO
 que “na Antigüidade, antes da formação e sedimentação das civilizações e impérios greco-romanos, o mundo estava dividido em pequenos povos que constantemente lutavam entre si. 
A hegemonia greco-romano posteriormente reduziria um pouco esta divisão. Todavia, os gregos e os romanos eram constantemente ameaçados por invasões e, por isso, deveriam estar sempre prontos para lutar. 
A Grécia, berço da filosofia, com exceção de Esparta, não primava pelo desenvolvimento da força do exército e assim foi dominada.
 
O Império Romano, ao contrário, fortaleceu-se militarmente e expandiu seus domínios até o oriente. Mesmo assim, as ameaças dos povos bárbaros eram constantes. Este constante estado de prontidão para a guerra facilitava a concentração dos poderes nas mãos do Imperador, do Governante, preferivelmente nas mãos de uma só pessoa. Era vital que as decisões fossem tomadas celeremente e à medida que essas decisões dos líderes eram bem sucedidas também fortaleciam um sentimento favorável à permanência deste tipo de poder. Uma concepção da separação dos poderes, como a conhecemos atualmente, seria impossível, naquela época, pois que a fragmentação do exercício do poder, retardaria o processo de tomada de decisão e enfraqueceria as defesas do Império e o processo de conquistas e ampliação dos domínios. Na sociedade romana, também não havia uma expressão de poder, uma classe que pudesse contrabalançar o poder do Estado. O objetivo maior de evitar as invasões unificava e concentrava o poder. Surgiu , então, o Cristianismo que propagava uma concepção humanitária , igualitária (“amar ao próximo como a si mesmo”) , ameaçando, assim solapar o poder do Império Romano, já com sinais de decadência. Roma percebendo o crescimento e a ameaça do Cristianismo e distorcendo a sua concepção filosófico-religiosa, habilmente, incorporou a Igreja, o Cristianismo ao Estado, controlando, assim, a expansão do Cristianismo, o que será objeto de questionamento durante a Reforma Protestante, já no Renascimento. Durante a Idade Média, a Igreja servindo aos interesses do Estado exerceu papel fundamental na conformação das insatisfações, principalmente daqueles mais pobres, que, restando desorganizados, eram facilmente manipulados e explorados pelos Senhores Feudais sem maiores ou nenhuma resistência. Assim em nome de Deus, de Jesus, foram realizadas as Cruzadas, as quais serviriam muito mais para a conquista de novas terras e domínios. A concepção cristã, difundida por toda a Europa também facilitou a aproximação das diversas nações. As cruzadas propiciaram a abertura de rotas de comércio e do recrudescimento da classe dos comerciantes, dos burgueses que gradativamente vão tendo atuação relevante na vida da sociedade e do próprio poder governamental. Por outro lado, os prélios militares freqüentemente existentes vão sendo apaziguados pelas relações diplomáticas, pelas relações entre os povos, pelo diálogo, pela razão, pela inteligência, conduzindo o conflito para um campo intelectual, para um debate de idéias, de políticas. É óbvio que houve e ainda há inúmeras situações de conflito, como recentemente podemos citar a situação de beligerância (que está em guerra, ou que a faz) no oriente, no mundo árabe, entretanto, a tendência mundial é a da maior aproximação entre os povos, como nas comunidades de nações (Comunidade/União Européia, Mercosul), e da não generalização dos conflitos. 
No final da Idade Média e durante o Renascimento, a diminuição das guerras enfraqueceu o poder da nobreza , da Igreja – alto clero - , do rei, pois que não sendo necessário mais um governo centralizado, haveria espaço para uma mais ampla participação da sociedade, o que implicava a descentralização do poder. Os nobres então já não podiam sobreviver das pilhagens. Paralelamente, a burguesia prosperava economicamente e fortalecia seu poder. A nobreza e o alto clero através do rei volta-se para a burguesia cobrando-lhe exorbitantes tributos. A burguesia reage, toma o poder e derruba o “Antigo Regime”. Principalmente através dos chamados filósofos iluministas, a burguesia e todos aqueles setores envolvidos na Renascença, puderam sustentar seus interesses e concepções para solapar o antigo regime. A concepção da separação dos poderes surge neste contexto, principalmente através de LOCKE e MONTESQUIEU. Posteriormente esta concepção seria enriquecida através da experiência dos Estados Independentes da América do Norte. 
A concepção da separação dos poderes, de fato, só poderia surgir e ser aceita em um contexto de uma sociedade pluralista, de tolerância, de relações sociais amistosas, de entendimento mútuo , de diálogo e de humanização, e jamais em um ambiente de constantes conflitos, como aquele em que Aristóteles concebera uma separação das funções do Estado em três partes.”
OBJETIVOS DA SEPARAÇÃO DE PODERES
( Darcy Azambuja afirma que “nas primeiras fases de sua organização e evolução, o poder do Estado encontra-se concentrado em uma pessoa, quer seja pessoa física, singular, ou pessoa coletiva, e toda a atividade é exercida por esse órgão único e supremo”
( Não se pode confundir separação de poderes com divisão do Estado, pois este é uno, indivisível. 
Anota Dalmo de A. Dallari que “ a teoria da separação de poderes, que através da obra de Montesquieu se incorporou ao constitucionalismo, foi concebida para assegurar a liberdade dos indivíduos. Com efeito, diz o próprio Montesquieu que, quando na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura o poder legislativo está reunido ao poder executivo não há liberdade, pois que pode se esperar que esse monarca ou esse senado façam leis tirânicas para executá-las tiranicamente”
 
TEORIA DA SEPARAÇÃO DE PODERES
Darcy Azambuja anota que “a especialização das funções ou divisão dos poderes no Estado é a conseqüência natural do desenvolvimento social, da complexidade crescente da atividade do poder público, do progresso material e moral dos povos”
( “Foi a intenção de enfraquecer o poder do Estado, complementando a função limitadora pela Constituição, que impôs a separação dos poderes como um dos dogmas do Estado Moderno, chegando-se mesmo a sustentar a impossibilidade de democracia sem aquela separação”
( Como dito, ARISTÓTELES (Política) já apregoava a divisão dos poderes em três partes: 
a) assembléia dos cidadãos: o corpo deliberante, o verdadeiro soberano;
b) magistratura: funcionários designados pela assembléia para certas funções;
c) corpo judiciário.
( Após as ponderações de Aristóteles a idéia de separação foi olvidada (esquecida). Maquiavel não tratou do tema
. Bodin apenas sustenta a conveniência de separar a administração da justiça das atribuições do rei
( Foi com LOCKE (Ensaios) que elaborou uma teoria de divisão “ o Poder Legislativo é o que tem o direito de determinar a forma como se deve empregar o poder público para proteger a comunidade e seu membros. As leis podem, ser elaboradas em pouco tempo, e assim não é necessário que o Poder Legislativo esteja sempre reunido. Por outro lado, dada a fragilidade humana, grande seria a tentação de abusar do poder se as mesmas pessoas que fazem as leis devessem executá-las. Assim, o Poder Legislativo deve estar separado do Executivo”
.
( Locke concebia, ainda:
· O Poder Confederativo
 (Federativo
): para as relações internacionais, podendo ser exercido pelo Executivo.
( Discricionário
(Prerrogativa
): fazer o bem público
( Indubitavelmente, foi MONTESQUIEU que a teoria da separação ganhou impulsoe serviu de base para todo a idéia de separação de poder.
( Assevera LÚCIO RONALDO PEREIRA RIBEIRO, discorrendo acerca da separação dos poderes segundo Montesquieu que: 
“MONTESQUIEU trata do tema da separação dos poderes do Estado na sua obra “Do Espírito das Leis”, no livro décimo primeiro. Para MONTESQUIEU , o princípio da Separação dos Poderes é uma decorrência da liberdade. Para assegurar a liberdade na vida social, dentro do Estado , é imprescindível a Separação dos Poderes do Estado. 
Da Liberdade 
A liberdade democrática consiste em o povo fazer o que quer, no entanto, a liberdade política impõe a consideração da liberdade dos demais membros da sociedade. No Estado, ou seja, na sociedade em que há leis, a liberdade não pode consistir em fazer o que se quer individualmente, mas o que se quer coletivamente . Através dos representantes , o povo expressa sua vontade como uma unidade política e são elaboradas leis visando atender a este conjunto de vontade que pretende representar a vontade geral ou majoritária de uma dada sociedade. 
A lei, portanto, é que informa o que se deve querer e quando se pode ser constrangido a fazer o que não se deve desejar.\
Liberdade para Montesquieu é o direito de fazer tudo o que as leis permitem ou não proíbem. Assim, a liberdade política é mais restrita que a liberdade moral. 
Segundo MONTESQUIEU, na democracia e na aristocracia , onde o povo possui uma maior independência de vontade, não há verdadeira liberdade. A liberdade política só seria encontrada nos Estados Moderados, todavia, mesmo nestes , por vezes, não existe, quando ocorre o abuso do poder. A experiência histórica demonstra que sempre que o homem tem poder , sua tendência é abusar dele até onde encontrar limites. A experiência histórica também demonstra que o meio mais eficaz de impor limites a um poder é através de um outro poder de igual força. 
Assim é que MONTESQUIEU sintetiza : 
“...Para que não se possa abusar do poder é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder. Uma constituição pode ser de tal modo ,que ninguém será constrangido a fazer coisas que a lei não obriga e a não fazer as que a lei permite.”( Livro décimo primeiro) 
Em regra, os Estados possuem um mesmo objetivo , o de manterem sua independência , o que só pode ocorrer se mantida a estabilidade, a unidade interna. 
Assim, os Estados, em geral, tem por objetivo a manutenção de sua liberdade política. 
Da Separação dos poderes propriamente dita 
Poder Judiciário 
Diz MONTESQUIEU que o poder de julgar não deve caber ao Senado em caráter permanente, mas a pessoas emanas do povo. Num certo período do ano, na forma da lei, para integrarem um tribunal durante certo tempo. Assim, o poder de julgar “tão terrível entre os homens”, (livro décimo primeiro) torna-se impessoal.
Nos grandes processos, o criminoso deverá ter o direito de recusar os juízes ( ou de escolhê-los) até um certo número que o número de juízes restantes sejam considerados como sendo de sua escolha. 
É necessário que os juízes sejam da mesma comunidade , do mesmo meio social que o acusado “para que ele não possa persuadir –se de que caiu em mãos de pessoas inclinadas a lhe praticarem violências.”(livro décimo primeiro) 
Do Poder Legislativo 
O Poder Legislativo, segundo MONTESQUIEU, pode outorgado a um corpo permanente pois que não exercem restrição sobre a liberdade do indivíduo , mas sendo apenas a expressão da vontade geral.
Num Estado livre, o povo deve ter o poder de legislar, já que cada indivíduo livre possui o poder de governar a si próprio. Todavia, como nos Estados populosos isto é impossível e “sendo sujeito a muitos inconvenientes nos pequenos” (Livro décimo primeiro), é necessário que o povo expresse sua vontade através de seus representantes. 
Quanto mais próximo o representante for da comunidade ou local que representa, mais capaz será de representar os seus representados.
A participação direta do povo na elaboração das leis é inconveniente porque impede o processo de discussão. Já através dos representantes, por serem em menor número, possibilitam a discussão. Os representantes não necessitam receber instruções especiais particulares para cada questão, “tal como nas diretas da Alemanha”(décimo primeiro ), bastam as instruções gerais que receberam dos que a elegeram , pois casos contrário a vontade do povo seria paralisada e enfraquecida. Todos os cidadãos com vontade própria, nos diversos distritos devem ter direito a escolher o representante.
O povo é incapaz de exercer as funções de tomada de decisões, as quais pela sua natureza devem ser tomadas pelo Executivo. O povo, no entanto, é capaz de escolher seus representantes, pois, quanto maior o número de pessoas a observar os candidatos, melhor será a escolha. 
A função do corpo legislativo deve ser a de fazer leis ou verificar se as leis que elaborou estão sendo executadas. O legislativo não deve ser incumbido de “tomar qualquer resolução ativa”.( ob. Cit. )
 MONTESQUIEU , no entanto, defende que haja uma distinção entre os eleitores quanto às suas riquezas e honrarias, pois se possuem estas vantagens do Estado ,suas participações deve ser proporcionais. Assim é que o corpo legislativo conferido à nobreza e ao corpo escolhido para representar o povo, “cada qual com suas assembléias e objetivos e interesses separados”.( Livro décimo primeiro ) 
O corpo dos nobres deve ser hereditário por sua própria natureza e para que tenha interesse visceral em preservar suas prerrogativas “odiosas por si mesmas , e que num Estado livre devem estar ameaçadas.”(Livro décimo primeiro ) 
Para que o corpo de nobres não haja exclusivamente nos seus interesses particulares do povo, tais como as relativas à arrecadação , não tenha o direito de criar ou corrigir o que foi estabelecido por outrem, mas apenas que tenha o direito de vetar ou sancionar. Assim, nestes casos o corpo legislativo do povo elabora as leis, e o corpo de nobres teria apenas o direito de vetar ou sancionar, mas não o de modificar o projeto de lei. 
O corpo legislativo não deve ficar muito tempo sem se reunir, nem se reunir freqüentemente. O corpo legislativo não estando reunido, não possui vontade, não podendo, por conseguinte convocar-se a si próprio. Também não seria conveniente que pudesse se autoconvocar porque poderia acontecer dele jamais se convocar. Ao poder executivo cabe a convocação do poder legislativo, do corpo legislativo.
Por outro lado a ausência de reunião do corpo legislativo por longo tempo implicaria a inexistência de liberdade e ,pois que ou o Estado mergulharia na anarquia ou as resoluções seriam tomadas elo Executivo que se tornaria absoluto. 
Por outro lado, um corpo legislativo que se reúna demasiadamente por facilitar a corrupção, pois que “poderia acontecer que apenas se ocupasse em suprir com novos deputados o lugar dos que morresse ...( livro décimo primeiro ).a corrupção do corpo legislativo é mal irreparável , devendo ser evitado a todo custo. É , por isto, que preventivamente , o corpo legislativo deve ser modifica do ou ,pelo menos, possibilitada a sua modificação pelo povo periodicamente, para que essa nova eleição possa avaliar o desempenho dos representantes e se for necessário, eleger novos representantes. Num Estado livre , o Poder Legislativo não pode impedir a atuação do Poder Legislativo, mas tem o dever de verificar se e como as leis que promulgou estão sendo cumpridas e executadas. Em nenhuma hipótese, tem o Poder Legislativo, o direito de julgar a pessoa “e, por conseguinte, a conduta de quem executa .” ( Livro décimo primeiro) 
O chefe do poder executivo não pode ser julgado pelo poder legislativo , pois sua liberdade desapareceria, no entanto, os ministros pode ser perseguidos e punidos. 
O Poder Legislativo só poderia julgar em três casos. 
No casos dos crimes cometidos por nobres, os mesmos deveriam ser julgados pelo corpo legislativo , pela parte dos nobres, pois que se fossem julgados pelos tribunais, seria o mesmo que ser julgada pelo povo, e não gozaria do privilégioque o mais humilde dos cidadãos possui, ode ser julgado pelos seus pares. 
No caso de crimes que violassem os direitos do povo, e que os magistrados estabelecidos não saberiam ou não poderiam punir. Mesmo neste caso, o legislativo não legislaria, mas apenas teria o direito de acusar. Mas , consoante escreveu MONTESQUIEU, não deve se rebaixar “diante dos tribunais da lei que lhe são inferiores e compostos, além disso, de pessoas que, sendo povo , como ele, seriam impressionadas pela autoridade de tão poderoso acusador. “ A fim de preservar a dignidade do povo e a segurança do indivíduo, é necessário que a parte legislativa do povo acuse através da parte legislativa dos nobres, a qual não compartilha dos mesmos interesses e paixões.” 
PRÁTICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES
Historicamente temos a manifestação do pensamento de Montesquieu:
( Tanto assim que a Constituição de Virgínia anotava a separação, bem como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789.
( O sistema de separação aparece como um assegurador da liberdade, visando impedir a tirania e a dominação do poder.
( Para MADISON “a acumulação de todos os poderes, legislativos, executivos e judiciais, nas mesmas mãos, sejam estas de um, de poucos ou de muitos, hereditárias, autonomeadas ou eletivas, poder-se dizer com exatidão que constitui a própria definição de tirania”
( A partir das ponderações doutrinárias, levou-se a prática de equilíbrio de poderes, denominada:
· sistema de freios e contrapesos: Por esta teoria o Estado pratica atos de duas espécies:
a) gerais: só podem ser praticados pelo poder legislativo, constituem na emissão de regras gerais e abstratas; 
b) especiais : só depois de emitida a norma geral é que o executivo pode agir por meio de atos especiais
Os atos de executivo devem obedecer as determinações do atos do legislativo, sofrendo ação fiscalizadora do Judiciário.
PODERES E FUNÇÃO
( Atualmente se discute se a separação e de poderes ou função do Estado, ante as conseqüências que podem advir desta discussão:
(Função: o que se busca e eficiência do Estado, adequado para desempenhar suas atribuições, o que pode permitir a reunião dos órgãos, inclusive contra a separação;
( Poder: preocupação com a desconcertarão do poder, com a defesa da liberdade dos indivíduos, pois quando mais desconcentrado o poder, menor o risco de concentração ditatorial.
CRÍTICAS
( A primeira é que muito formalista e por isso nunca existiu, sempre havendo uma interpenetração dos poderes.
( A separação dos poderes jamais consegui garantir a liberdade dos indivíduos ou o caráter democrático do Estado.
( A evolução histórica do Estado, pelo necessidade deste agir cada vez mais, diferentemente da época em que se concebeu a separação, alterou a fixação de normas gerais ( pelo legislativo, este precisa saber o que faz o executivo) e especiais ( pelo executivo, este necessita, por vezes, elabora normas).
( Contudo, apesar das críticas, a separação dos poderes é acolhida como idéia democrática, buscando-se aprimorar o sistema.
TENTATIVAS DE APRIMORAR A SEPARAÇÃO DOS PODERES
Anota Dalmo de A. Dallari que duas são as tentativas realizadas neste sentido:
( delegação de poderes: delega-se certas competências de um poder ao outro, devendo ser condicionada a certos objetos ou tempo;
( transferência constitucional de competência: transfere-se para outro poder competências, com base em reforma constitucional;
( Certo é que a rígida separação dos poderes inexiste, sendo necessário, para que o Estado Moderno, atinja seus fins, a coordenação dos poderes, sem exclusão de um ou outro.
� Lúcio Ronaldo Pereira Ribeiro in Teorias da Separação dos Poderes . Internet�
� Darcy Azambuja op. Cit. P. 174.
� Dalmo de A. Dallari. Op. Cit. P. 215.
� Darcy Azambuja. Op. Cit. P. 177.
� Dalmo de A. Dallari. Op. Cit. P. 218/9.
� Dalmo de A. Dallari. Op. Cit. P. 217, afirma que Maquiavel anotou, em O Príncipe, que na França se encontravam três poderes: Legislativo ( Parlamento), executivo( Rei) e Judiciário independente, louvando a organização.
� Darcy Azambuja. Op. Cit. P. 178.
� Darcy Azambuja. op. cit. P. 178.
� Dalmo de A. Dallari. Op. Cit. P. 217 e Lúcio Ronaldo P. Ribeiro. Op. Cit.
� Darcy Azambuja. op. Cit. p. 178. 
� Dalmo de A. Dallari. Op. Cit. P. 217
� Madison, citado em Dalmo de A. Dallari. Op. Cit. P. 219.
http://www.profxavierjr.blogspot.com/
www.faculdadersa.com.br

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