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Ciência Política e Teoria Geral do Estado (resumo)

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CP e TGE (Resumo para a prova)
O Absolutismo de Hobbes era formado por um governo autoritário
centralizador, onde o soberano tinha autonomia delegada pelo povo através de
um contrato e teria poderes absolutos, sem limite algum, acumulava as funções
de organizador da vida social (legislando a vida em sociedade e traçando os
parâmetros segundo sua vontade soberana), de administrar a justiça, polícia e
soberania. Todos os homens estavam subordinados ao “Leviatã”, que exercia de
fato e de direito os atributos da soberania. A teoria política de Hobbes se
concentra na racionalização dos mecanismos do poder e da instituição do
Estado. O Estado é uma entidade soberana que tem em suas mãos a força, o
poder da guerra, da força, o poder político de implementar a ordem, a lei. Mas
que depende do consenso, ou seja, que depende da participação de toda a sua
comunidade, de toda a sua população. O Estado tal como conhecemos hoje, o
estado moderno é uma invenção dos europeus. E essa invenção será depois
exportada para os 4 cantos do mundo pelo processo colonial e hoje temos a
nossa República Federativa do Brasil, nosso Estado, que se baseia muito nessa
proposta europeia como forma de organização social. A palavra Estado deriva
do termo em latim: “status” e essa palavra nós temos até hoje no português.
Ainda na época romana, a palavra “status” significava uma condição em que
alguma coisa se dá ou se encontra. É algo, portanto, a coisa como está. Naquele
momento, ainda antigamente, a palavra “status” era empregada para definir uma
situação concreta de um determinado momento, vamos grifar esse termo algo
concreto. Mas também a ideia de status, denotando um prestígio social de uma
classe. Maquiavel Florentino, considerado como o pai da ciência política
moderna, vivia num contexto italiano todo recortado por principados, reinos que
eram muito efêmeros, passageiros. Em 1513, Maquiavel vai escrever o seu
grande clássico “O príncipe”, e nessa obra ele vai defender a importância de
entendermos o que é o poder político. A partir desse momento, essa forma de
organização social começa a ser vista como concreta e como algo que tem que
preservar, ou seja, tem que preservar o poder. Por isso que o status ou a ideia de
status para remontar a algo ligado a uma entidade que conserva em si o poder, o
poder como tem esta, não era um poder ideal, não é um poder utópico. Não seria
um poder canonizado, religioso. Mas seria um poder tal como ele deve ser. Um
poder por meio da força. O poder por meio da violência. Assim nascia as nossas
ações do que hoje temos como Estado.
Junto a essa forma de organização social, Dallari entende que o Estado possui 2
dimensões que são decisivas: uma dimensão jurídica e uma dimensão política.
A dimensão política é aquela dimensão que, para Dallari, é a expressão por
meio da força, é aquela que se expressa por meio do poder. Já a dimensão
jurídica é aquela dimensão que se manifesta por meio da lei e aqui estamos
utilizando a ideia de lei no sentido mais amplo possível, não estamos
preocupados em pormenorizar as espécies de lei. O que é poder? Esse é um
conceito decisivo para nós da ciência política. A maior parte da literatura vai
entender que poder é a capacidade que A de decidir, de definir, de influenciar ou
determinar o comportamento, a opinião de B, sendo que b não faria sozinho,
não teria iniciativa. A e B podem ser 2 pessoas, podem ser é o estado e a
sociedade, podem ser o pastor de uma igreja e os seus fiéis, podem ser um líder
e os seus eleitores, são 2 variáveis. Veja que se estabelece uma relação de poder.
Vejam, portanto, que toda relação de poder é uma relação que pressupõe
desigualdade. É uma relação desigual. Isso é uma relação de poder. O poder do
Estado é pensado como um único, ele é único. Para maior efetividade das suas
funções acaba assumindo 3 grandes dimensões, mas o poder é o único. Disparo
não tem 3 poderes ele tem apenas um que se manifesta, tem 3 funções
diferentes. E além disso, é uma força estabilizadora. Para o professor Dalmo de
Abreu Dallari, a dimensão jurídica é aquela dimensão que privilegia o aspecto
legal, que privilegia a lei. É aquela que vai entender que o estado é a única fonte
ali. E além disso é uma fonte originária, cujo direito soma-se. Em virtude da sua
existência não se fala em direito antes do estado. Já que é ele que é o poder
originário, ele que consegue ser a única fonte das leis que existem. Inclusive o
único dotado de legitimidade para alterá-las. Por isso essa entidade possui
personalidade jurídica, ou seja, ela é capaz de contrair direitos e obrigações.
Vejam, por exemplo, a tradição social. A cultura e o senso comum trazem a nós
os ensinamentos de que o estado tem que ser obedecido. As tradições sociais
são uma das formas que ratificam o poder que o estado tem. Outra via é a via
racional legal, ou seja é vinculada às leis. O estado detém a força e o poder
porque a lei confere isso a ele, e os cidadãos aceitam se submeter a essa ordem
porque entendem que o estado está agindo conforme a lei coloca. Nós não
podemos confundir o que é o estado e o que é o governante. O governante é o
mandatário do estado, a Entidade é a instituição, o governante morre e é
substituído, o estado permanece. Nós falamos sobre o Estado e nós nos
reconhecemos como cidadãos em virtude do direito político trazido ou colocado
pelo estado garantido pelo Estado. O estado pessoal como vai dizer Hegel é essa
consciência que nos permeia agora. É fato que o estado tem uma dimensão
material e uma dimensão imaterial. A dimensão material é a dimensão tangível,
é aquela que a gente vê e aquela que é concreta. Ele também tem uma dimensão
material que é a dimensão intangível que é aquela que se manifesta por
exemplo, através do poder de polícia, ou seja, é aquela que se manifesta quando
o estado adota uma política pública ou exerce seu poder através de forças
coercitivas. O conceito de soberania foi construído historicamente, pois é um
conceito que ainda hoje serve a diferentes interesses e serve a diferentes
propósitos. Hoje a soberania é entendida como um elemento obrigatório para o
reconhecimento de um estado a identificação de um estado, isso nem sempre
aconteceu na história. Jean Jacques Rousseau é autor do clássico chamado
Contrato Social, e afirma que a soberania não é atributo do rei, e também não é
atributo do estado, na verdade a soberania é um atributo do corpo político. E o
corpo político diz respeito a essa vontade geral. É muito mais do que a soma das
vontades individuais, o corpo político seria essa consciência cidadã e política
que todos nós temos. O Estado, nada mais é do que servo desse corpo político e
dessa vontade geral, porque ela é que forma o Estado e que mantém o estado
existindo. Sem soberania, não há ordem política. A soberania pertence ao todo
coletivo, mas sua unidade exige a mediação de uma representação. A unidade
política é mais do que o consenso, mas a unidade real de todos os indivíduos em
uma só e mesma pessoa. Além disso, essa força política é inalienável. A partir
de então, no século XIX, surge a ideia de que todo o poder emana do povo tal
como hoje consta na nossa Constituição federal. Portanto, ao longo dessa
retrospectiva histórica, o conceito de soberania ele nem sempre esteve ligado à
ideia de soberania popular, apesar de haver essa vinculação, ainda podemos
entender que foi uma construção, alguns vão entender que de fato a soberania é
um atributo único e exclusivamente do estado. Outros vão entender que a
soberania é um atributo ou um poder que não é do estado mas um poder que é
originário. Hoje se reconhece que soberania é de fato um poder, que possui
como uma das suas características a unidade, ou em outras palavras, ele é o
único. Ele não aceita concorrência. Além disso, é também uma forma de poder
que não se divide. É também entendida como um poder auto suficiente, ele não
deriva e nem depende de nada. Outrossim, a soberania também hoje para outros
é preconizada e está ligada intimamente à ideia de legitimidade. Ou seja,
enquanto um podersoberano não conseguisse reconhecer como legítimo essa
soberania, apresentaria falhas na sua eficácia e na sua capacidade de impor a
ordem de conquistar os seus objetivos, portanto, perde a validade. Para Weber,
existem 3 grandes processos de legitimação, ou o poder político se legitima pela
razão, ou ele pode desistir pela tradição ou ele pode se legitimar pelo carisma
independente, ou seja, a soberania é ligada a essa capacidade de gerar consenso.
A soberania, ou poder soberano, vai estar centralizado ou descentralizado, junto
ao governo e a população ou ao seu território.
Os estados modernos são compostos por quatro elementos obrigatórios: povo,
território, governo e finalidade. Além disso, a forma de Estado estabelece como
a sociedade política irá se apresentar na ordem jurídica interna e externa.
As duas principais formas de Estado são os estados unitários e os estados
compostos. Os estados unitários tendem a centralização, por outro lado, os
estados compostos tendem à descentralização. Os estados unitários são
formados por um único poder. São aqueles em que há um único centro de
decisão política. Os estados compostos são formados por mais de um poder.
Dividem-se em: Estados compostos por coordenação: não há subordinação entre
eles; e Estados compostos por subordinação: há subordinação entre eles
Os estados compostos se dividem em: Confederação e Federação. A principal
distinção entre uma confederação e uma federação é que, na Confederação, os
Estados constituintes não abandonam a sua soberania (poderes de autodefesa e
auto-regulação), enquanto que, na Federação, a soberania é transferida para o
Estado Federal.
Para Hobbes, o indivíduo é anterior à sociedade civil, é um ser completo e
independente, possui direitos fundados na sua própria natureza. Dessa forma,
todos os direitos da sociedade civil ou do soberano derivam de direitos que na
origem pertenciam ao indivíduo. A natureza humana compõe-se tanto de paixão
quanto de razão. As paixões são os movimentos que impulsionam os homens. A
ideia de Igualdade de todos os homens, não diante da lei, mas uma igualdade
natural (na fraqueza e na insegurança) está na base de todas as teorias
contratualistas, pois para ser legítimo o contrato social deve ser realizado entre
indivíduos considerados iguais sem imposição de força. Desta igualdade quanto
à capacidade, deriva a igualdade quanto à esperança de atingirmos nossos fins.
Portanto, se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo, é
impossível ela ser gozada por ambos, eles tornam-se inimigos. Hobbes tinha
uma ideia negativa e pessimista a respeito da natureza humana, pois, considera
o homem agressivo e revoltado. O Estado de natureza era, segundo Hobbes, um
estado de guerra de todos contra todos. Hobbes bem outros contratualistas
defendem que é a passagem do estado de natureza ao estado social, ou seja,
criar uma ordem estável seria através de um pacto também chamado de contrato
onde todos renunciaram a sua liberdade passada seus direitos a um soberano. O
estado de natureza, para Locke, é hipoteticamente prazeroso e pacífico. É um
estado “pré-político”, “pré-estatal”, mas não pré-social, pois o homem vive
guiado pela lei natural, através da sua razão. O estado de natureza não é idêntico
ao estado de guerra. Pode haver um estado de guerra, no interior de uma
sociedade civil. Quando a harmonia da convivência é quebrada, faz-se
necessário a constituição da sociedade civil. Hobbes não defende propriamente
a monarquia absolutista, baseado nas teorias tradicionais do direito divino dos
reis, mas sim a ideia de que o poder, para ser eficaz, deve ser exercido de forma
absoluta. Este poder absoluto resulta, no entanto, da transferência dos direitos
dos indivíduos ao soberano, e é em nome desse contrato que deve ser exercido,
e não para realização da vontade pessoal do soberano. O liberalismo político,
que foi inaugurado por Locke, foi um dos pontos mais destacados do
Iluminismo do século 18. O questionamento do direito divino dos reis e a defesa
de sistemas representativos como forma de governo foram lançados por Locke
no final do século 17 e extensivamente abraçados pela maioria dos pensadores
iluministas que se seguiram. Locke não aceitava os postulados fundamentais de
Hobbes, “a guerra de todos contra todos” e o “homem lobo do homem”, porque
lhe parecia ser de paz e harmonia entre todos os homens, o estádio de natureza
hobbesiano. “Sendo todos os homens por natureza livres, iguais e
independentes, ninguém poderá ser subtraído a esse estado e submetido ao
poder político de outro, sem o seu consentimento. Daí, a passagem desse estádio
ao de sociedade, fazer-se, através de um acordo entre todos os homens, um pact
ou contract, em que não havia renúncia de direitos naturais, como o entendia
Hobbes, porém, “submissão à determinação da maioria”, que limitava e
restringia os direitos naturais em favor da comunidade, através de um “governo
consentido”. A obra de Locke foi aperfeiçoada por Rousseau com seu contrato
social que “estabelecia uma forma de associação que defendia e protegia de toda
a força comum a pessoas e os bens de cada associado, e pela qual cada um,
unindo-se a todos, não obedecia senão a si mesmo, e permanecia tão livre
quanto o era antes.
O socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu entre o fim do
século XVIII e a primeira metade do século XIX, no contexto da Primeira
Revolução Industrial. Baseada sobretudo no princípio de igualdade, a corrente
socialista emergiu como uma forma de repensar o sistema capitalista que
vigorava na época. De uma forma geral, quando falamos em socialismo
frequentemente associamos o termo à corrente marxista, mas essa não é a única
forma de socialismo existente. O socialismo utópico foi a primeira corrente
socialista, desenvolvida ainda durante a Primeira Revolução Industrial. Um dos
seus grandes estudiosos foi o filósofo e economista francês Claude-Henri de
Rouvroy, mais conhecido por Conde de Saint-Simon. Para ele, era importante
que as classes prósperas entendessem que melhorar as condições de vida dos
mais pobres implicaria na melhoria de suas próprias condições de vida. Assim,
o objetivo das instituições sociais seria o de melhorar intelectual, moral e
fisicamente, as condições da classe mais pobre e numerosa. Tudo isso por meio
do progresso industrial e científico. Saint-Simon foi um crítico do “tripé de
dominação social”, formado pelo clero, a nobreza e os militares. Diferente de
outros pensadores socialistas, não defendia o fim da propriedade privada e nem
a revolução como caminho para a reformulação da sociedade. Além disso,
Saint-Simon era favorável a uma forte interferência do Estado sobre a
economia. O socialismo científico foi criado no século XIX, pautado em uma
análise histórica e científica do capitalismo. Por ter como pensadores Friedrich
Engels e Karl Marx, o socialismo científico é muito conhecido como marxismo.
Segundo Marx e Engels, em todas as épocas históricas a sociedade foi marcada
pela luta de classes, sendo essa relação caracterizada pelo antagonismo entre
uma classe opressora e uma oprimida. No sistema capitalista, essas classes são
representadas, respectivamente, pelos proprietários privados do capital, e
portanto os donos dos meios de produção, e do outro lado por uma massa de
assalariados sem posses, que dispõe apenas de sua força de trabalho. O
marxismo enxerga o proletariado como a única classe social capaz de destruir
essa forma de exploração do homem pelo homem, por meio da destruição do
capitalismo. Isso seria alcançado quando o proletariado chegasse ao poder, com
uma revolução. Ao atingir o poder, os trabalhadores eliminariam as
desigualdades, abolindo as classes sociais e tornando a sociedade igualitária.
Quando isso acontecesse, estaria assinalada a passagem do socialismo para o
comunismo.
Segundo o pensamento de Montesquieu, nesse sistema, os poderes do Estado
seriam divididos em: Legislativo, Executivo e Judiciário. O Poder Legislativo
possui a função típica de legislar e fiscalizar; o Executivo, deadministrar a
coisa pública; já o Judiciário, julgar, aplicando a lei a um caso concreto que lhe
é posto, resultante de um conflito de interesses. Aplicar o Sistema de freios e
contrapesos significa conter os abusos dos outros poderes para manter certo
equilíbrio. Por exemplo, o Judiciário, ao declarar a inconstitucionalidade de uma
lei é um freio ao ato Legislativo que poderia conter uma arbitrariedade, ao ponto
que o contrapeso é que todos os poderes possuem funções distintas fazendo,
assim, com que não haja uma hierarquia entre eles, tornando-os poderes
harmônicos e independentes. Para Montesquieu a liberdade estaria em fazer
tudo o que as leis permitissem e a liberdade política só se acharia presente nos
governos moderados. Por isso, Estados livres, para ele, eram os Estados
moderados, onde não se abusasse do poder, muito embora a experiência lhe
dissesse que todo homem que tem poder é tentado a abusar dele, indo até os
seus limites. Para que o abuso de poder não ocorra, é necessário que "o poder
freie o poder". Um dos objetivos de Montesquieu era evitar que os governos
absolutistas retornassem ao poder. Para isso, em sua obra “O Espírito das leis”,
descreve sobre a necessidade de se estabelecer a autonomia e os limites entre os
poderes. No seu pensamento, cada Poder teria uma função específica como
prioridade, ainda que pudesse exercer, também, funções dos outros poderes
dentro de sua própria administração. O Sistema de Freios e Contrapesos
consiste no controle do poder pelo próprio poder, sendo que cada Poder teria
autonomia para exercer sua função, mas seria controlado pelos outros poderes.
Isso serviria para evitar que houvesse abusos no exercício do poder por qualquer
dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Desta forma, embora cada
poder seja independente e autônomo, deve trabalhar em harmonia com os
demais Poderes. A Teoria da Separação dos Poderes surgiu na época da
formação do Estado Liberal baseado na livre iniciativa e na menor interferência
do Estado nas liberdades individuais. Essa tripartição clássica dos poderes se dá
até hoje, na maioria dos Estados, e está consolidada pelo artigo 16 da
Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e prevista no
artigo 2º da nossa Constituição Federal brasileira, sendo divididas e
especificadas as funções de cada poder. O poder é uma forma de controle social
capaz de direcionar a conduta de um determinado grupo de pessoas. Contudo, o
exercício do poder tende a ultrapassar e, até mesmo, abusar dos limites
estabelecidos pela lei.
O Poder Executivo tem a função de governar o povo e administrar os interesses
públicos, de acordo com as leis previstas na Constituição Federal. No Brasil,
País que adota o regime presidencialista, o líder do Poder Executivo é o
Presidente da República, que tem o papel de chefe de Estado e de governo. De
acordo com a Constituição, ao Legislativo compete basicamente legislar e
fiscalizar os atos do Executivo. No âmbito federal, o poder legislativo é
exercido pelo Congresso Nacional - composto pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal. Na Câmara, ficam os deputados federais e no Senado, os
senadores. No Brasil, o presidente da República é considerado o chefe máximo
do Poder Executivo e é eleito para um mandato de 4 anos, com possibilidade de
uma reeleição, ele é responsável pela escolha de ministros e seu mandato é de 4
(quatro) anos. O Presidente da República é ao mesmo tempo Chefe de Estado,
Governo e Administração. o Poder Legislativo é constituído por senadores,
deputados federais, deputados estaduais e vereadores. De modo geral, eles são
responsáveis pela elaboração das leis e pela fiscalização dos atos do Poder
Executivo. O Poder Legislativo, segundo o art. 44 da Constituição Federal de
1988, é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal. Portanto, se organiza como um poder
bicameral. Os partidos políticos exercem função de representatividade
fundamental na democracia. No Brasil, esse sistema é multipartidário. Isso
significa que se constitui por diversas chapas com as mesmas possibilidades de
chegar ao poder. A criação de novos partidos políticos é um direito e sua
proibição fere o artigo 17 da Constituição Federal que dispõe sobre a instituição
desse sistema. O pluralismo político é tido por essa legislação como um dos
fundamentos da República Federativa do Brasil, com o objetivo de evitar a
centralização do poder. Mas o mesmo pluralismo partidário tem sido utilizado
por legendas oportunistas e com ideologias fracas, que servem apenas para
facilitar o alcance de interesses pessoais de certos candidatos. Isso sem contar
nas sucessivas trocas de partidos e falta de lealdade por parte dos políticos, além
do foco em seu fortalecimento individual em detrimento das necessidades do
povo. Aliás, a Constituição Federal de 1988 instituiu o pluralismo político como
um dos fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, inciso V),
passando este a ser traço marcante da democracia, já que a ideia é que não haja
centralização de poder, mas multiplicidade de centros de poder. De outra parte,
o art. 17 da CF/88 resguarda a existência do pluripartidarismo – ou pluralismo
partidário – assegurando a existência de vários partidos políticos inseridos no
sistema político brasileiro.
Em uma forma de governo democrática como a existente no Brasil, o
entendimento dos sistemas eleitorais é imprescindível. Porém, de acordo com
Gomes (2011), eles são mutáveis, ou seja, variam no tempo e no espaço, e a
forma que assumem em determinada sociedade decorre da atuação, da interação
e dos conflitos travados entre as diversas forças político-sociais constituídas ao
longo da história.
Embora exista, para o Direito Eleitoral, como espécies de sistemas eleitorais, o
majoritário, o proporcional e o distrital misto. O sistema majoritário é aquele em
que vence a eleição o candidato que obtiver a maioria dos votos. Considera-se,
nesse caso, maioria, tanto a absoluta, que compreende a metade dos votos dos
integrantes do corpo eleitoral mais um voto, quanto a relativa (também chamada
de simples), que considera eleito o candidato que alcançar o maior número de
votos em relação aos seus concorrentes. No caso brasileiro, conforme preveem
os arts. 46, caput, e 77, § 2º, ambos da Constituição Federal, tal sistema é
utilizado tanto para escolha de representantes do Poder Legislativo, entre os
quais estão os membros do Senado Federal, quanto para eleição de membros do
Poder Executivo, como presidente da República, governadores de estado e
prefeitos de municípios, todos com os seus respectivos vices. O sistema
proporcional, por sua vez, de acordo com Cerqueira (2011), é aquele em que a
representação se dá na mesma proporção da preferência do eleitorado pelos
partidos políticos. Tal espécie é capaz de refletir os diversos pensamentos e
tendências existentes no meio social, já que possibilita a eleição de quase, senão
todos, os partidos políticos, observadas as suas representatividades. No Brasil,
conforme previsão dos arts. 27, § 1º, 32, § 3º, e 45 da Lei Maior, o sistema
proporcional é adotado para eleger apenas os membros do Poder Legislativo, ou
seja, deputados federais, estaduais e distritais e, ainda, vereadores. Os
candidatos a senador, como ressaltado anteriormente, não são escolhidos por
esse sistema eleitoral, mas sim pelo majoritário. Diferentemente do sistema
majoritário, o proporcional pode ocorrer de duas formas: lista aberta ou lista
fechada. O de lista aberta, utilizado no Brasil, é aquele em que os eleitores
escolhem diretamente seus candidatos. Já o de lista fechada é aquele em que o
eleitor vota apenas no partido político, e este se encarrega de selecionar, por
uma votação de lista, os candidatos que efetivamente ocuparão os mandatos
eletivos.

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