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investigação, 17(5): 24-31 2018 ISSN 2177-4080 24 investigação, 17(5): 24-31 2018 MV. Bruno Fianco1*, Eng. Agr. MSc. Dr. Mikael Neumann1, MV. MSc. Denis V. Bonato2, MV. MSc. Lucas G. Ghizzi3, MV. Angélica Link4, MV. MSc. Felipe de Lima Wrobel1, MV. MSc. Dr. Robson K. Ueno5, MV. MSc. Mailson Poczynek1, MV. MSc. Murilo K. Carneiro1, MV. MSc. Dr. Pedro Paulo M. Teixeira6,7 1. Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, Guarapuava, Paraná, Brasil. 2. Universidade Estadual de Londrina – UEL, Londrina, Paraná, Brasil. 3. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo – FMVZ/USP, Pirassununga, São Paulo, Brasil. 4. Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR, Toledo, Paraná, Brasil. 5. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. 6. Universidade de Franca – UNIFRAN, Franca, São Paulo, Brasil. 7. Universidade Federal do Pará – UFPA, Castanhal, Pará, Brasil. * e-mail: bruno.fianco@hotmail.com REVISÃO DE LITERATURA NUTRIÇÃO E PRODUÇÃO ANIMAL BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO DA VACA LEITEIRA Negative energy balance in dairy cow transition period RESUMO ABSTRACT Embora ainda com produtividade baixa a cadeia leiteira possui lugar de destaque no cenário agropecuário nacional com grande potencial de crescimento. Uma das formas de reverter a baixa produtividade de leite é a utilização correta de técnicas alimentares específicas para cada fase do ciclo produtivo da fêmea bovina. O período de transição, compreendido entre três semanas antes e três semanas após o parto, é considerado a fase mais crítica da lactação da vaca de aptidão leiteira. Neste contexto, o objetivo desta revisão é abordar aspectos relativos ao período de transição de vacas leiteiras, salientando medidas de manejo e nutricionais que diminuem a magnitude do balanço energético negativo (BEN), e dos prejuízos associados. Durante o período de transição ocorre uma série de mudanças hormonais, alterações nas exigências nutricionais e queda no consumo de matéria seca (CMS), predispondo o aparecimento do BEN, bem como o animal a distúrbios metabólicos. Uma das principais doenças metabólicas relacionadas com o BEN é a cetose, cujo risco pode ser reduzido com o aumento da ingestão de energia dietética após o parto. Uma nutrição adequada, que proporcione incremento no consumo alimentar, é fundamental neste período para que a vaca leiteira consiga atender a grande demanda ocasionada pelo crescimento fetal, pela colostrogênese, produção de leite e no caso de primíparas pelo seu próprio crescimento. Palavras-chave: consumo de matéria seca, cetose, imunidade, produção de leite. Althought with low productivity, dairy chain has a prominent place in the national agricultural scenario with great potential for growth. Among other ways to revert this low milk yield is a correction of specific feeding techniques for each phase of the productive cycle of the bovine female. The transition period between three weeks before and three weeks after calving is considered to be a more critical phase of dairy cow. In this context, the objective of this review is to approach aspects of transition period in dairy cows, setting management and nutritional measures that reduce a magnitude of negative energy balance (BEN). During the transition period there are several hormonal and requirements of nutritional requirements changes and decrease of dry matter intake (CMS), predisposing the appearance of BEN, as well as animal to metabolic disorders. One of the major metabolic diseases related to BEN is ketosis, whose risk can be reduced by increasing dietary energy intake after calving using fat sources, additives (ionophores) and administration of propylene glycol. Adequate nutrition, which is proportional to increasing consumption, is essential in this period for a dairy cow to meet a great demand caused by fetal growth, colostrogenesis, milk production and growth. Keywords: Dry Matter Intake, Ketosis, Immunity, Milk Production. investigação, 17(5): 24-31 2018 ISSN 2177-4080 25 INTRODUÇÂO A bovinocultura leiteira é uma atividade muito importante para economia nacional, gerando renda para diversos setores da cadeia produtiva (IBGE, 2014). No Brasil são encontrados diversos sistemas de produção de bovinos leiteiros, que vão dos mais extensivos aos totalmente intensivos. No entanto, independente do sistema de produção, é imprescindível alguns cuidados de manejo que visam garantir a saúde das vacas durante todo o ciclo de lactação (MOTA et al., 2006) O período de transição é o momento mais complexo do ciclo de lactação, pois o animal deixa a condição de gestante não lactante e passa para uma fase de não gestante lactante. Isso implica em diversas alterações anatômicas e fisiológicas, que dependendo da intensidade a saúde da vaca pode ficar comprometida com o desenvolvimento de doenças metabólicas (EUSTÁQUIO FILHO et al., 2010). Na fase final da gestação da vaca, que compreende o começo do período de transição, inicia-se a colotrogênese, que drena grandes quantidades nutrientes, fazendo com que a vaca nos momentos próximos do parto, esteja com deficiência de minerais, vitaminas e antioxidantes. Além disso, logo após o parto a demanda de nutrientes para a produção de leite é muito grande, superior à quantidade ingerida pelo animal, ocorrendo um BEN, que resulta em mobilização de reservas corporais (LEAN et al., 2013). A redução na ingestão de alimentos pode ser agravada quando a vaca entra no período de transição com um escore de condição corporal elevado, culminando em maior mobilização das reservas corporais, aumentando o ainda mais o risco do desenvolvimento de enfermidades metabólicas (BONATO et al. 2015). Segundo Santos et al. (2002), uma forma eficiente de evitar a ocorrência de doenças relacionadas com o período de transição é a utilização correta de técnicas alimentares específicas para cada fase do ciclo produtivo da fêmea bovina. Dentre estas fases, o período seco das vacas é determinante para garantir a saúde da vaca e o potencial produtivo da futura lactação, e normalmente os produtores têm deixado de lado, por considerar que vacas não lactantes não contribuem com a receita da propriedade. Perdas econômicas decorrentes de doenças metabólicas podem ser reduzidas com o correto manejo e controle alimentar dos animais, visando atender as exigências nas variadas categorias da propriedade e os respectivos estágios de produção. Assim evita-se o descarte precoce e a morte de animais, tornando importante reconhecer as diferenças entre o consumo e a demanda de nutrientes no período de transição, bem como as mudanças que ocorrem com o animal nesta fase (MOTA et al., 2006). Embasando-se nos fatos descritos, propõe-se com esta revisão bibliográfica descrever alguns pontos importantes do BEN no período de transição da vaca leiteira, bem como discutir estratégias para uma melhor produção e sanidade desses animais. Período de transição e o balanço energético negativo O período de transição das vacas leiteiras é o momento compreendido entre as três últimas semanas de gestação e as três primeiras semanas pós-parto (GRUMMER 1995), onde ocorrem diversas modificações fisiológicas no animal, chegando a uma etapa onde a ingestão de alimento não é suficiente para suportar os requerimentos de mantença e de produção, ocorrendo elevada drenagem de reservas corporais, o que caracteriza o balanço energético negativo (BEN) (TEDESCO et al., 2004; CAMPOS et al., 2007). Quando um animal encontra-se em BEN sua imunidade alterada. Observa-se diminuição da quantidade e atividade fagocitária dos neutrófilos sanguíneos, assim como de outros componentes do sistema imune (GOOF e HORST, 1997). Os autores indicam que há relação do estado nutricional e fisiológico em que se encontra a vaca com essa depressão do sistema imune, ficando assim, durante o BEN, mais susceptível à ocorrênciade distúrbios metabólicos e sanitários, entre eles: hipocalcemia, cetose, retenção de placenta, metrite, deslocamento de abomaso, acidose, laminite, estando estas inter-relacionadas. Segundo Rabelo e Campos (2009), mudanças adaptativas muito expressivas ocorrem com o animal assim que se aproxima ao parto e posteriormente a ele, sendo elas importantes para a sanidade, produção e consequentemente para a rentabilidade da vaca leiteira. Neste período há grande aumento na demanda de nutrientes, que são destinados ao desenvolvimento final do feto, colostrogênese e lactogênese, somados com a baixa ingestão de matéria seca (IMS), gerando um déficit de aporte nutricional. Assim as exigências de energia líquida para a lactação chegam a dobrar neste período (NRC, 2001). O BEN acomete a vaca alguns dias antes do parto, dependendo do nível energético da dieta, mas este déficit de nutrientes acentua- se muito rapidamente após a parição, cerca de uma a duas semanas, pois a produção de leite aumenta em ritmo superiorao do consumo de matéria seca (CMS) (GRUMMER, 2006). A ordem de parto influencia na IMS no pré-parto, cujo CMS de primíparas é marcadamente menor em relação a multíparas e permanece diminuído no pós-parto, contudo o comportamento de queda no CMS tende a ser semelhante. Este decréscimo do CMS por aproximação ao parto se deve por variados motivos. Acreditava- se que o principal deles era a diminuição do espaço físico do investigação, 17(5): 24-31 2018 ISSN 2177-4080 26 rúmen por compressão provocada pelo útero gravídico (INGVARTSEN e ANDERSEN, 2000), e que este se estendia até o parto. Contudo esse efeito é pouco evidente quando se trata da última semana de prenhes (PARK et al., 2001), onde aspectos como aumento hormônios esteroides como o estrógeno (GRUMMER et al., 1990), de acido graxo não esterificado (AGNE) sérico e da resistência periférica a insulina, principalmente em animais com elevado escore de condição corporal ECC, também influenciam negativamente nesse período. Associado ao menor CMS tem-se redução na produção de ácido propiônico no rúmen, que por sua vez diminui a síntese de glicose pelo fígado, diminuindo os níveis séricos de glicose e insulina, e aumentando as concentrações de ácidos graxos livres e corpos cetônicos, advindos da lipólise (SANTOS e SANTOS, 1998). Com a proximidade do parto ocorre elevação dos níveis séricos de cortisol secretado pelo feto, este é responsável pela sinalização do início do parto, também se elevam os níveis de estrógenos e termina a atividade luteal do corpo lúteo e placenta. Essas alterações relatadas por Santos e Santos (1998) estão relacionadas com a elevação da mobilização de tecido adiposo. A produção do hormônio do crescimento é aumentada na aproximação do parto. Este hormônio estimula a renovação do epitélio secretor da glândula mamária, sendo lactogênico e favorece a lipólise durante o período de BEN. Nesta fase o tecido adiposo torna-se mais refratário aos efeitos de anabolismo da insulina, exacerbando ainda mais o catabolismo do mesmo (LANNA et al., 1995). Manejo nutricional no período seco Notadamente, existe uma disputa hierárquica de multíparas em detrimento a primíparas no período seco. O fato de possuírem demandas nutricionais distintas faz com que a aplicação do manejo nutricional diferenciado em função da ordem de parto, uma estratégia para fornecer as dietas conforme a exigência de cada categoria. Nesse contexto, Grant e Albright (1995) propõe separar as vacas das novilhas neste período, para diminuir a competição entre elas, e acentuariam a diminuição no consumo de alimento pelas mesmas. Os mesmo autores observaram que o desempenho de novilhas é altamente favorecido quando elas são agrupadas separadamente das vacas adultas, isto traria benefícios no desempenho da lactação subsequente. No entanto, Grummer (1995) sugere a divisão em no mínimo dois grupos de animais, sendo o primeiro composto por vacas recém secas e o segundo agrupando os animais que estiverem nas três últimas semanas de gestação. O agrupamento de vacas secas em dois lotes diferentes facilita o fornecimento de rações distintas, pois níveis mais altos de alguns nutrientes são dispensáveis no início do período seco, e ração mais elaborada é necessária nas semanas que antecedem o parto, assim a utilização de um único lote de vacas secas torna inviável o uso de rações diferentes para estes animais, que tem diferenciados requerimentos e capacidade de CMS (SANTOS e SANTOS, 1998). Dieta no período pós secagem O período seco da vaca leiteira é uma etapa de descanso onde não se estará produzindo leite. Está situado entre a secagem do animal e o pré-parto, normalmente de 60 dias até 21 dias antes da parição. Este período é caracterizado por mínimas exigências metabólicas (SANTOS e SANTOS, 1998). Alguns autores tem citado a utilização de rações contendo baixa concentração de energia neste período, pois o CMS ainda não decresceu tanto e as exigências não são tão elevadas (DEWHURST et al., 2009). Corroborando com estes dados NRC (2001), salienta o risco de fornecer uma ração de alta energia neste período e elevar o escore de condição corporal do animal, favorecendo posteriormente o desenvolvimento de cetose e outros distúrbios no periparto. Dann et al. (2006) verificaram que vacas alimentadas durante o período pós secagem (Far-Off) com uma dieta ajustada à atender 80% da exigência de energia líquida de lactação (ELl) (1,3 Mcal/ kg de ELl), apresentaram maior CMS, maior balanço de energia e menos AGNE e betahidróxidobutirato sérico nos primeiros 10 dias de lactação, concluindo que o adensamento energético da dieta nesse período tem um impacto negativo no metabolismo da parturiente e que a prática não se estende a fase seguinte (pré- parto). Segundo Butler et al. (2011) uma maneira de diminuir a densidade energética da ração é aumentar a quantidade de fibra em detergente neutro (FDN). Neste trabalho os autores compararam duas rações diferentes no período seco, uma sendo com alta FDN (42%) e baixa energia (1,17 Mcal/kg de MS) e outra com baixa FDN (29%) e alta energia (1,4 Mcal/kg de MS), os autores verificaram menores distúrbios metabólicos no periparto das vacas que ingeriam a ração de alta FDN e baixa energia. Dieta pré-parto Em um trabalho realizado por Huzzey et al. (2007), houve um aumento da IMS logo após o parto de vacas saudáveis na ordem de 28%. Porém, no dia seguinte voltou a decrescer esta ingestão em torno de 11% devido aos animais não estarem adaptados a uma dieta de alto teor de carboidratos fermentáveis. Isto pode levar um acúmulo de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), sem o animal conseguir tamponar com a produção de saliva, desse investigação, 17(5): 24-31 2018 ISSN 2177-4080 27 modo decrescendo o pH do rúmen culminando em uma acidose ruminal. Em estudo consudizo por VandeHaar et al.(1999) houve aumento da IMS e diminuição da concentração de AGNE plasmático e Triglicerídos hepáticos quando se aumentour a densidade energética da dieta de vacas no pré-parto. Em concordância, Holcomb et al. (2001), relatam que vacas que receberam uma ração com alta densidade energética no pré-parto tiveram um menor decréscimo na IMS no pós-parto e um aumento na produção de leite, provavelmente por aumentar o tamanho das papilas ruminais, possibilitando maior absorção dos AGCC produzidos pela fermentação dos carboidratos não fibrosos da dieta, não decrescendo tanto o pH do rúmen. Já Salmazo et al. (2012), não encontraram diferenças entre a densidade energética do pré-parto com a produção de leite, somente houve melhor escore de condição corporal (ECC) pós-parto nos animais que receberam ração mais adensada energeticamente no pré-parto. Embora tal prática seja recomendada, segundo Douglas et al. (2006), não há vantagens em aumentar o ECC de vacas que estão entre 3 e 3,25, que é a recomendação de ECC de Wiltbank et al. (2006) para vacasdurante o período seco, em função do não haver aumento na produção de leite na lactação subsequente. As recomendações do NRC (2001) como base da formulação de rações de transição apresenta bons resultados e é utilizada pela maioria dos nutricionistas (FARIA, 2009).Pesquisas recente apontam- se que a dieta no período pré-parto deva conter: 1,4 – 1,456 Mcal/kg de ELl , 13 a 14,5% de proteína bruta (PB) ou 1100g/dia de proteína metabolizável FDN vinda de forragem entre 40 e 50%, e níveis de amido entre 16 e 20% (GRUMMER e ORDWAY, 2011). Cetose e síndrome do fígado gorduroso Síndrome do fígado gorduroso e cetose são doenças metabólicas que têm origem na grande mobilização de lipídios durante as mudanças hormonais e BEN no período periparto (GRUMMER, 2010). Ácidos graxos não esterificados (AGNE) são encontrados em grande quantidade no sangue e advém da mobilização de lipídios de reserva. A capacidade limitada do fígado de utilizar estes ácidos graxos como fonte de energia ou exportá-los para outros tecidos resulta em deposição hepática de triglicerídeos ou produção exacerbada de corpos cetônicos (GRUMMER, 2010). Cetose é um distúrbio do metabolismo de carboidratos e gorduras que acomete principalmente vacas em período de transição logo após o parto, ocorrendo elevação dos níveis séricos de corpos cetônicos, dentre eles, acetona, acetoacetato e β-hidroxibutirato (BHB) (BARBOSA et al., 2009). Devido à alta constante de acidez destes corpos cetônicos, esta enfermidade tem como característica a diminuição da glicemia sanguínea e a cetoacidose (GONZÁLEZ e CAMPOS, 2003). A forma sub-clínica é apontada como fator importante na diminuição do desempenho produtivo e reprodutivo de vacas de alta produção, sendo que a quantificação e prevalência no rebanho leiteiro brasileiro não são devidamente contabilizadas. Alguns métodos práticos de diagnóstico têm sido realizados, como o que detecta corpos cetônicos na urina (CAMPOS et al., 2005). De acordo com Geishauser et al. (1998) um bovino em condições normais apresenta até 1 mmol/L de BHB na urina, na cetose subclínica varia de 1 a 1,3 mmol/L e na cetose clínica esses valores são superiores a 1,3 mmol/L. A cetose acomete principalmente vacas de alta produção leiteira (NANTES e SANTOS, 2008). Geralmente três a seis semanas após o parto, onde é alcançado o pico de produção, mas seu CMS ainda não chegou ao auge. Ao ocorrer um déficit energético há mobilização de reservas de gordura para compensar a alta produção, consequentemente ocorre queda do peso corporal (RADOSTITS et al., 2000). Elevam-se os corpos cetônicos séricos e há aumento destes no leite e na urina do animal, sendo um dos testes diagnósticos para esta enfermidade a dosagem de β-hidroxibutirato (GONZÁLEZ e CAMPOS, 2003). O tratamento é baseado no uso de hiperglicemiantes como glicerina ou propileno glicol na dose de 225 g duas vezes ao dia durante dois dias, seguido de 110 g diariamente por mais dois dias, por via oral ou misturado no alimento, associado ao procedido de injeção de glicose. A administração de 10 mg de dexametasona produz estado hiperglicêmico por quatro a seis dias em animais doentes. Insulina associada à glicose ou glicocorticóides na dose de 200-300 UI por animal, repetida em 24-48 horas, tem efeito positivo principalmente no início dos sinais clínicos (RADOSTITS et al., 2000). Estratégias para amenizar o balanço energético negativo O maior benefício da amenização do BEN, além do aumento na produção, é a volta mais rápida ao ciclo estral do animal, melhorando o desempenho reprodutivo de vacas de alta produção, ajudando a aumentar a viabilidade da atividade leiteira que atualmente tem altos intervalos entre partos, culminando com maior período de lactação e diminuição da produção diária de leite (FREITAS JÚNIOR et al., 2010). O que se tem mais conhecimento atualmente em dietas para diminuir o impacto negativo do BEN em vacas leiteiras é a utilização de formulações de rações com os mesmos ingredientes principais no pré e pós-parto, salvo o uso de sais aniônicos somente no pré- parto. Esse conceito é baseado no fato do rúmen do animal já estar investigação, 17(5): 24-31 2018 ISSN 2177-4080 28 adaptado à dieta que será fornecida assim que ela parir, tendo o desenvolvimento das papilas ruminais para absorção dos AGCC produzidos, e a microbiota ruminal também estar adaptada a ração, evitando com isso distúrbios metabólicos que diminuiriam o CMS como a acidose ruminal (FARIA, 2009). A escolha dos alimentos em uma dieta de transição deve ser baseada em alimentos gliconeogênicos, sendo aqueles que estimulem a produção de propionato ruminais, como o milho, pois estas promovem a maior produção de glicose no fígado, que é o principal substrato energético no período de transição (FARIA, 2009). Algumas alternativas estão sendo descritas para amenização do BEN dentre elas temos: Fontes de gordura na dieta O termo gordura é utilizado para descrever substâncias com grande teor de ácidos graxos de cadeia longa, sendo 2,25 vezes mais energéticos do que carboidratos, e é uma alternativa para aumentar a densidade da dieta sem causar uma sobrecarga de carboidratos não fibrosos (NRC, 2001). A adição de fontes de gordura na dieta de vacas leiteiras, especialmente na fase de início de lactação, tem por objetivo aumentar a concentração energética da dieta para amenizar os efeitos do BEN, enquanto o CMS não é satisfatório para alcançar as exigências de produção de leite (NÖRNBERG et al., 2006). De acordo com Grummer (2006) a suplementação de gordura promove o aumento de ingestão de energia, sem reduzir o teor de fibras da dieta, mantendo a saúde ruminal. No entanto, Zapata et al. (2015) avaliaram em vacas Holandesas no período pré-parto, o adensamento energético da dieta com fontes gordura oriundas de grãos de girassol e canola, ajustadas para obter 8% de gordura total na base de matéria seca (MS), e observaram que houve redução no CMS e consequentemente não houve atenuação do BEN. Conforme o NRC (2001) uma dieta para ruminantes pode conter no máximo 6% de extrato etéreo, valores maiores culminariam com a redução da taxa de passagem do rúmen e diminuição da digestibilidade da dieta. Nörnberg et al. (2006) citam o uso de gordura com proteção industrial (sais cálcicos de ácidos graxos de óleo de palma), fontes naturais de gordura como o farelo de arroz integral e o óleo de arroz. Santos et al. (2009) relatou o uso de óleo de soja degomado misturado a dieta e grãos de oleaginosas inteiros como a soja tostada. Avaliando diversas fontes de gordura (farelo de arroz, sais cálcicos de ácidos graxos de óleo de palma e óleo de arroz) para vacas Jersey, Nörnberg et al. (2006), verificaram que as fontes de gordura não afetaram o CMS e a digestibilidade aparente de nutrientes, em relação a uma dieta controle sem incremento de fontes de gordura. Também no mesmo trabalho verificaram o aumento da produção de leite dos animais que recebiam gordura na dieta. Trabalhando com óleo de soja como fonte de gordura para vacas Holandesas no pré e pós-parto, Santos et al. (2009) observaram que a inclusão de óleo de soja a nível de 3% do concentrado, alcançando 5,5% de extrato etéreo na dieta, proporcionou melhor balanço energético. Para os animais que consumiam o óleo, o balanço positivo foi alcançado na oitava semana lactacional. Já as vacas da dieta controle permaneceram em balanço negativo até o fim do período experimental, porém em ambos os grupos não houve aumento na produção de leite. Porém, Vilela (2002) ressalva que o aumento na produção de leite não é a única vantagem em utilizar uma fonte de gordura na ração de vacas, mas sim a possível melhoria nos índices reprodutivos do rebanho. A utilização de gordura na dieta pós- parto sem prévia adaptação pode provocar ou agravar o quadro de cetose do animal, pois irá sobrecarregar o fígado em metabolizar os ácidos graxos advindos da dieta, aumentandoas concentrações sanguíneas de ácidos graxos não esterificados, devendo o uso ser feito com cautela e acompanhamento da saúde do animal (AVILA et al., 2000). Ionóforos Ionóforos são aditivos utilizados na alimentação de animais cujo objetivo é o controle da microbiota gram-positiva ruminal. Seu mecanismo de ação é a modificação do equilíbrio de íons no interior da bactéria através da desestabilização da parede celular da mesma (RUSSELL, 1987). Os mais utilizados atualmente são a monensina sódica e a lasalocida. Uma das inúmeras ações dos ionóforos quando utilizados na nutrição de ruminantes é a inibição das espécies bacterianas responsáveis pela produção de amônia no rúmen, que ocorre através da degradação da proteína da dieta (RANGEL, et al., 2008). Segundo Zanine et al. (2006), esta não degradação das proteínas dietéticas possibilita que proteínas de valor biológico maior ao das bactérias, possam promover um ganho adicional ao animal. Como conseqüência, pode ocorrer um aumento de aminoácidos glicogênicos na corrente sanguínea, oriunda da absorção intestinal, o qual alivia a mobilização de energia de tecidos corporais pelos animais, principalmente vacas no início da lactação (RANGEL et al., 2008). Outro efeito positivo do uso de ionóforos para a amenização do BEN é o fato que eles modificam a produção de AGCC no rúmen, através da diminuição da proporção molar acetato/propionato investigação, 17(5): 24-31 2018 ISSN 2177-4080 29 e da produção de metano. Esse aumento da produção de propionato disponibiliza mais ácido oxaloacético para o ciclo de Krebs do hepatócito, resultando em menor mobilização de ácidos graxos corpóreos, o que não permite o acúmulo de corpos cetônicos, e aumenta também a disponibilidade de ATP (RANGEL et al., 2008). O uso de ionóforos tem respostas bastante variáveis, o que pode ser elucidado pelas várias doses utilizadas, os tipos de ionóforos, condições experimentais, diferentes protocolos, diferentes dietas e condições dos animais que são submetidos a testes com estes aditivos (FARIA, 2009). Como no trabalho realizado por Sá Fortes (2008), utilizando a monensina sódica no pré e pós-parto de vacas leiteiras, em que os animais que receberam o ionóforo tiveram uma queda no escore de condição corporal (ECC) devido à queda de CMS provocada pela inclusão da monensina. No entanto, Duffield et al. (2012) citam que essa redução no CMS quando utiliza-se monensina é relativa, ocorrendo principalmente quanto a monensina é fornecida em dietas com inclusão de silagem de milho. Duffield et al. (2012) também confirmam que no geral o uso da monensina melhora a eficiência alimentar dos bovinos. Propileno glicol A utilização de propileno glicol no período de transição através de ingestão forçada na forma de “drench” ou em mistura na dieta é uma alternativa para aliviar o BEN, baseado na proposição de que ele aumente rapidamente os teores de glicose séricos (BUTLER et al., 2006). O propileno glicol é metabolizado em glicose através da carboxilação em piruvato e em seguida diretamente em oxalacetato, enquanto que o metabolismo de ácidos graxos oriundos da lipólise, ou do propionato oriundo da fermentação ruminal, necessitam mais reações no ciclo de Krebs para a produção de do oxalacetato, sendo assim, o propileno glicol tem uma resposta rápida para amenizar o BEN (NIELSEN e INGVARTSEN, 2004). Em um estudo fornecendo propileno glicol como “drench” durante 10 dias antes do parto, Studer et al. (1993) observaram que houve redução significativa dos níveis séricos de BHB e de ácidos graxos não esterificados. Também aumentou as concentrações de insulina, e reduziu o acúmulo de triglicerídeos no fígado no pós-parto, o que indicou efetivo para amenizar o BEN. Em contrapartida García et al. (2011), não observou efeito amenizando o BEN e a cetose clínica, pois não foi capaz de decrescer os níveis de BHB e ácidos graxos não esterificados séricos, porém induziu um efeito de proteção hepática, diminuindo os níveis sanguíneos da enzima hepática aspartato amino transferase (AST). CONSIDERAÇÕES FINAIS O balanço energético negativo da vaca leiteira durante o período de transição é uma etapa complexa da vida produtiva do animal. Uma nutrição adequada, que proporcione incremento no consumo alimentar, é fundamental neste período para que a vaca leiteira consiga atender a grande demanda ocasionada pelo crescimento fetal, colostrogênese, produção de leite e no caso de primíparas pelo seu próprio crescimento, preparando-se assim para as mudanças drásticas que ocorrem nesta fase, amenizando os efeitos deletérios do balanço energético negativo. Existe muito ainda por ser descoberto sobre este tema, mas o que pode-se dizer é que a nutrição e o manejo devem ser realizados da melhor forma possível nesta etapa, em vista os inúmeros problemas que podem ser prevenidos, proporcionando saúde e bem estar ao animal e evitando perdas econômicas ao produtor. investigação, 17(5): 24-31 2018 ISSN 2177-4080 30 REFERÊNCIAS Avila CD, Peters EJ, Perez-Monti H, et al. 2000. Influences of saturation ratio of supplemental dietary fat on digestion and milk yield in dairy cows. Journal of Dairy Science. 83:1505-1519. Barbosa JD, Silva N, Pinheiro CP, et al. 2009. Cetose nervosa em bovinos, diagnosticada pela central de diagnóstico veterinário (CEDIVET) da Universidade Federal do Pará, no período de 2000 a 2009. Ciência Animal Brasileira. 1(2):35-40. Bonato DV, Vrisman DP, Taira AR, et al. 2015. Cetose em vacas leiteiras de alta produção. Investigação, 14:96-101. Butler ST, Pelton SH, Butler WR. 2006. 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