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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DO PIAUÍ SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – SEMED CNPJ: 01.671.519/0001-64 U. E. LIBERALINA PAES LANDIM - UELPL Evolução: da origem da vida às espécies atuais Professor Francisco Borges Disciplina: Ciências Ano: 9º Roteiro da aula: • Iremos estudar nesta aula: ➢ Como surgiu os seres vivos ➢ Experimentos sobre a geração dos seres vivos Como surgem os seres vivos? Desde a Antiguidade, a humanidade procura entender a geração dos seres vivos. Em sua opinião, como os primeiros seres vivos surgiram na Terra? Geração espontânea × biogênese A origem e a geração dos seres vivos são estudadas pelo ser humano há muito tempo. Ao longo da história, duas ideias principais sobre a geração dos seres vivos foram elaboradas: • Geração espontânea – um organismo pode se originar da matéria disponível no ambiente, sem a necessidade de outro organismo que o gere. • Biogênese – todos os seres vivos têm origem em outro ser vivo. Experimentos sobre a geração dos seres vivos Até o início do século XVII, a ideia de que muitos organismos poderiam surgir de forma espontânea era aceita de modo praticamente unânime. Acreditava-se, por exemplo, que a carne em decomposição originava vermes – que hoje sabemos ser larvas de moscas. Porém, evidências de que, ao menos nesse caso, a geração espontânea não era uma explicação adequada foram obtidas pelo padre e naturalista italiano Francesco Redi (1626-1697). Experimentos sobre a geração dos seres vivos Para verificar o modo como ocorria a “geração” dos vermes sobre a carne em decomposição, Redi realizou experimentos que estão descritos em sua obra Experiências sobre a geração de insetos, de 1668. Redi colocava porções de carne de diversos animais em vários recipientes. Alguns recipientes eram fechados com tampa. Outros eram fechados com gaze, procedimento que Redi adotou para testar a ideia corrente na época de que a geração espontânea dependia da exposição do material ao ar. Por fim, alguns recipientes permaneciam abertos. Veja o esquema a seguir. Experimentos sobre a geração dos seres vivos Experimento de Redi, que utilizava frasc os fechados com tampa (A), frascos fechados com gaze (B) e frascos abertos (C). Needham e Spallanzani Com a invenção dos microscópios no final do século XVI, a humanidade passou a conhecer os microrganismos, como bactérias e protozoários. Para muitos estudiosos, organismos tão simples só poderiam se reproduzir de forma espontânea. Esse tema provocou a controvérsia entre o padre e naturalista inglês John Tuberville Needham (1713-1781) e o também padre e naturalista italiano Lazzaro Spallanzani (1729-1799). Needham e Spallanzani Needham realizou experimentos em que colocava caldo de carne de carneiro fervido, e ainda quente, em um frasco que, em seguida, era fechado com uma rolha de cortiça. Após algum tempo, ele recolhia amostras do caldo e as observava ao microscópio. Needham observou grande quantidade de microrganismos no caldo. Ele repetiu o procedimento com caldos de diversos animais e plantas, obtendo sempre os mesmos resultados Needham e Spallanzani Segundo Needham, a fervura dos caldos e o fechamento dos frascos impediria que microrganismos do ambiente contaminassem os caldos. Ele concluiu que os microrganismos eram gerados espontaneamente por uma força vital. Needham e Spallanzani Os experimentos de Needham foram repetidos por Lazzaro Spallanzani, em 1761, e apresentaram os mesmos resultados obtidos pelo naturalista inglês. Spallanzani, então, fez algumas alterações nos procedimentos, pois ele acreditava que Needham não havia fervido os caldos por tempo suficiente. Por exemplo, após lacrar os frascos contendo os caldos, Spallanzani os mergulhava em recipientes maiores com água e mantinha a fervura por um tempo maior que o tempo de fervura empregado por Needham. Ele também manteve alguns frascos abertos. Needham e Spallanzani Os novos resultados mostraram que nenhum dos frascos lacrados apresentou microrganismos, ao passo que os potes abertos apresentaram. Esses resultados indicavam que os microrganismos provavelmente se desenvolviam de materiais do ar, e não espontaneamente no caldo. Needham e Spallanzani iniciaram, então, uma controvérsia pública, que durou vários anos. Needham e Spallanzani Esquema simplificado do experimento de Lazzaro Spallanzani. Note que os microrganismos surgiram apenas nos frascos abertos, o que é evidenciado pelo líquido turvo. Os experimentos de Pasteur Em 1860, a Academia de Ciências de Paris ofereceu um prêmio ao pesquisador que produzisse o melhor trabalho sobre o tema da geração dos seres vivos. A academia era contrária à ideia da geração espontânea. O cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) foi o único a se inscrever, ganhando o prêmio. Em seu trabalho, Pasteur apresentou evidências contrárias à geração espontânea. O experimento realizado por Pasteur era uma variação dos experimentos com caldos fervidos de Needham e de Spallanzani. A inovação estava nos frascos: eles tinham um pescoço longo, fino e encurvado (chamado de “pescoço de cisne”). Os experimentos de Pasteur Esse formato permitia que o ar entrasse no frasco, o que respondia às críticas feitas ao experimento de Spallanzani pelo fato de os frascos lacrados impedirem o contato com o ar, onde estaria a força vital. No entanto, o pescoço encurvado impedia que a poeira e os microrganismos chegassem ao caldo, pois eles aderiam à parte de dentro do pescoço do frasco. Após a fervura, o caldo era resfriado. Os experimentos de Pasteur Os experimentos de Pasteur Pasteur percebeu que, após a fervura e o resfriamento, o caldo ficava livre de microrganismos por tempo indefinido. Microrganismos só apareciam no caldo nutritivo quando o pescoço do frasco era quebrado e materiais presentes no ar podiam cair diretamente no caldo. Os resultados dos experimentos de Pasteur mostraram que, nas condições em que ele trabalhou, a geração espontânea de microrganismos não ocorria. Esses resultados tiveram grande importância, pois foram a base para que, posteriormente, a comunidade científica aceitasse que a geração espontânea não é um fenômeno observado na natureza.
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