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FUNDAMENTOS DA COMUNICAÇÃO SÉRIE AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL FUNDAMENTOS DA COMUNICAÇÃO SÉRIE AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SENAI-DN – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor-Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Regina Maria de Fátima Torres Diretora Associada de Educação Profissional SÉRIE AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL FUNDAMENTOS DA COMUNICAÇÃO SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte . Quadra 1 . Bloco C . Edifício Roberto Simonsen . 70040-903 . Brasília – DF . Tel.: (0xx61)3317-9190 http://www.senai.br © 2015. SENAI – Departamento Nacional © 2015. SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul 2ª edição A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul. Esta publicação foi elaborada pela equipe da Unidade Estratégica de Desenvolvimento Educacional – UEDE/Núcleo de Educação a Distância – NEAD, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional do Rio Grande do Sul Unidade Estratégica de Desenvolvimento Educacional – UEDE/Núcleo de Educação a Distância – NEAD FICHA CATALOGRÁFICA S491 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional Fundamentos da Comunicação / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio Grande do Sul. – 2. ed. – Brasília: SENAI/DN, 2015. 173. p.: il. (Automação e Mecatrônica Industrial). ISBN 978-85-7519-949-7 1. Linguagem. 2. Comunicação. 3. Tecnologia da Informação. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento Regional do Rio Grande do Sul. II. Título. III. Série. CDU – 811.134.3(81)’36 Responsável pela Catalogação na Fonte: Cristiane Mesquita T. Luvizetto – CRB-10/1266 Lista de ilustrações Figura 1 - Particularidades da linguagem culta e da linguagem coloquial ................................................16 Figura 2 - Países que falam a língua portuguesa .................................................................................................16 Figura 3 - Exemplos de gírias .......................................................................................................................................18 Figura 4 - Regionalismos ...............................................................................................................................................18 Figura 5 - Etapas do parágrafo ....................................................................................................................................31 Figura 6 - Perguntas para um relatório.....................................................................................................................38 Figura 7 - Exemplo de currículo ..................................................................................................................................42 Figura 8 - Memorial .........................................................................................................................................................43 Figura 9 - Modelo de ata ................................................................................................................................................46 Figura 10 - Memorando .................................................................................................................................................47 Figura 11 - Capa ................................................................................................................................................................80 Figura 12 - Folha de rosto..............................................................................................................................................81 Figura 13 - Dicas para uma boa apresentação ......................................................................................................94 Figura 14 - Barras e menus do Word ...................................................................................................................... 106 Figura 15 - Localização da régua ............................................................................................................................. 107 Figura 16 - Ferramentas de tabela .......................................................................................................................... 107 Figura 17 - Guia dinâmica design ............................................................................................................................ 107 Figura 18 - Guia layout (tabela) ................................................................................................................................ 108 Figura 19 - Guia formatar ........................................................................................................................................... 108 Figura 20 - Guia cabeçalho e rodapé ..................................................................................................................... 109 Figura 21 - Adicionar legenda .................................................................................................................................. 110 Figura 22 - Índice de ilustrações .............................................................................................................................. 111 Figura 23 - Caixa do parágrafo ................................................................................................................................. 112 Figura 24 - Barra de status com a opção seção ativa ....................................................................................... 113 Figura 25 - Grupo fonte ............................................................................................................................................... 113 Figura 26 - Grupo páginas ......................................................................................................................................... 114 Figura 27 - Grupo estilos ............................................................................................................................................ 115 Figura 28 - Modificar estilo. ....................................................................................................................................... 115 Figura 29 - Zoom da janela ........................................................................................................................................ 116 Figura 30 - Botão Office, opção imprimir ............................................................................................................. 116 Figura 31 - Tela principal do MS Power Point ...................................................................................................... 118 Figura 32 - Definindo layout da apresentação .................................................................................................. 119 Figura 33 - Escolhendo um design apropriado ................................................................................................. 119 Figura34 - Salvando um design apropriado ...................................................................................................... 119 Figura 35 - Inserindo caixas de texto na apresentação .................................................................................. 120 Figura 36 - Inserindo imagens na apresentação ................................................................................................ 120 Figura 37 - Inserindo imagens na apresentação ................................................................................................ 120 Figura 38 - Inserir som como elemento de apresentação .............................................................................. 121 Figura 39 - Definindo sequência e configuração dos itens ............................................................................ 121 Figura 40 - Configurando propriedades do som na apresentação ............................................................. 122 Figura 41 - Trabalhando com filmes na apresentação ..................................................................................... 122 Figura 42 - Alterando plano de fundo .................................................................................................................. 122 Figura 43 - Alterando estilo de plano de fundo ................................................................................................ 123 Figura 44 - Configurando transição de slides .................................................................................................... 125 Figura 45 - Escolhendo opções de animação de slides ................................................................................... 125 Figura 46 - Ampliando opções de animação de slides .................................................................................... 125 Figura 47 - Personalizando uma animação .......................................................................................................... 126 Figura 48 - Opções de animação ............................................................................................................................. 128 Figura 49 - Inserindo sons nas animações ........................................................................................................... 128 Figura 50 - Exemplo de efeitos de animação ..................................................................................................... 128 Figura 51 - Interface do programa Microsoft Excel ........................................................................................... 130 Figura 52 - Interface do programa OpenOffice.org Calc................................................................................. 130 Figura 53 - Abrindo planilha existente .................................................................................................................. 131 Figura 54 - Abrindo planilha pelo programa iniciar ......................................................................................... 131 Figura 55 - Cabeçalho de planilha Excel ............................................................................................................... 131 Figura 56 - Inserido planilhas de Excel .................................................................................................................. 132 Figura 57 - Renomeando a planilha ....................................................................................................................... 132 Figura 58 - Selecionando células ............................................................................................................................. 133 Figura 59 - Seleção de intervalo de células ......................................................................................................... 133 Figura 60 - Mesclando células .................................................................................................................................. 133 Figura 61 - Alteração do tamanho da célula ....................................................................................................... 134 Figura 62 - Visualizando linhas da planilha .......................................................................................................... 134 Figura 63 - Formatando linhas de grade .............................................................................................................. 135 Figura 64 - Visualizando linhas da tabela pela função Imprimir .................................................................. 135 Figura 65 - Formatando células ............................................................................................................................... 136 Figura 66 - Usando sequenciais ou textuais na planilha ................................................................................. 136 Figura 67 - Inserido fórmulas na planilha ............................................................................................................. 137 Figura 68 - Função Fx para inserir fórmula de cálculo ..................................................................................... 137 Figura 69 - Selecionando função soma ................................................................................................................. 138 Figura 70 - Selecionando intervalo de soma ....................................................................................................... 138 Figura 71 - Cálculo da soma de células ................................................................................................................. 138 Figura 72 - Inserindo gráfico ..................................................................................................................................... 139 Figura 73 - Editando títulos do gráfico .................................................................................................................. 139 Figura 74 - Passo a passo do cálculo com referência fixa ............................................................................... 140 Figura 75 - Construindo a fórmula de cálculo .................................................................................................... 140 Figura 76 - Cálculo do custo do material elétrico .............................................................................................. 141 Figura 77 - Preenchimento das células com cálculo sem colocarmos a referência fixa ...................... 141 Figura 78 - Fórmula com referência fixa para travar a célula e utilização da alça para o preenchi- mento das células seguintes e uso da alça de preenchimento após a aplicação da referência fixa. ....... 142 Figura 79 - Utilizando a fórmula Excel e a alça de preenchimento para cálculo de valor por parcela ... 142 Figura 80 - Cálculo do custo dos materiais elétricos em 10x ........................................................................ 143 Figura 81 - Uso da alça de preenchimento para o cálculo dos demais materiais elétricos ................ 143 Figura 82 - Uso da fórmula Excel para o cálculo do valor da parcela em 10x ......................................... 144 Figura 83 - Uso da alça de preenchimento para completar os valores das parcelas em 10x ........... 144 Figura 84 - Protegendo as células da planilha .................................................................................................... 144 Figura 85 - Proteção de planilhas ............................................................................................................................ 145 Figura 86 - Selecionando as permissões ............................................................................................................... 145 Figura 87 - Adicionando senha para a proteção da planilha e confirmando a senha .......................... 145 Figura 88 - Aviso de célula bloqueada ..................................................................................................................146 Quadro 1 - Vocábulos aportuguesados .....................................................................................................................17 Quadro 2 - Mecanismos de coesão gramatical.......................................................................................................23 Quadro 3 - Mecanismos de coesão semântica .......................................................................................................24 Quadro 4 - Características dos textos.........................................................................................................................30 Quadro 5 - Regras de acentuação ...............................................................................................................................54 Quadro 6 - Uso do hífen ..................................................................................................................................................55 Quadro 7 - Palavras homônimas e parônimas ........................................................................................................59 Quadro 8 - Palavras usuais .............................................................................................................................................68 Quadro 9 - Natureza da pesquisa ................................................................................................................................72 Quadro 10 - Forma de apresentar um cronograma ..............................................................................................75 Quadro 11 - Operadores .............................................................................................................................................. 137 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................13 2 A LÍNGUA PORTUGUESA E AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS ...........................................................................15 2.1 Estrangeirismos ...........................................................................................................................................17 2.2 Neologismos .................................................................................................................................................17 2.3 Gírias ................................................................................................................................................................17 2.4 Regionalismo ................................................................................................................................................18 2.5 Jargão ..............................................................................................................................................................19 2.6 Vocabulário técnico ....................................................................................................................................19 3 TÉCNICAS DE LEITURA ................................................................................................................................................21 3.1 Interpretação ................................................................................................................................................21 3.2 Análise textual ..............................................................................................................................................22 3.3 Coesão textual .............................................................................................................................................22 3.4 Coerência textual ........................................................................................................................................24 3.5 Ambiguidade e redundância ..................................................................................................................24 3.6 Análise temática ..........................................................................................................................................25 3.7 Análise interpretativa ................................................................................................................................25 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL .............................................................................................29 4.1 Parágrafo ........................................................................................................................................................29 4.1.1 Estrutura interna e tipos de parágrafos ............................................................................29 4.1.2 Unidade interna .........................................................................................................................31 4.2 Texto dissertativo .......................................................................................................................................32 4.3 Esquema e resumo .....................................................................................................................................34 4.3.1 As etapas de um resumo .......................................................................................................36 4.4 Relatório técnico .........................................................................................................................................37 4.4.1 Estrutura do relatório técnico ...............................................................................................37 4.4.2 Tipos de relatórios.....................................................................................................................40 4.5 Currículo profissional .................................................................................................................................41 4.6 Memorial .......................................................................................................................................................43 4.7 Ata ....................................................................................................................................................................45 4.8 Memorando ..................................................................................................................................................46 5 GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA .........................................................................................51 5.1 O acordo ortográfico ................................................................................................................................51 5.1.1 Uso do hífen ................................................................................................................................55 5.2 Crase ................................................................................................................................................................56 5.3 Ortografia.......................................................................................................................................................57 Sumário 5.4 Formas variantes .........................................................................................................................................57 5.5 Palavras homônimas e palavras parônimas ......................................................................................58 5.6 Pontuação ......................................................................................................................................................60 5.7 Regência nominal e verbal ......................................................................................................................64 5.7.1 Regência nominal ....................................................................................................................645.7.2 Regência verbal ........................................................................................................................65 5.8 Palavras usuais .............................................................................................................................................67 6 PROJETOS E TRABALHOS DE PESQUISA: METODOLOGIA ..............................................................................71 6.1 Trabalho científico ......................................................................................................................................71 6.1.1 Finalidades ..................................................................................................................................72 6.1.2 Etapas ............................................................................................................................................72 6.2 Elaboração do projeto de pesquisa ......................................................................................................74 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA – ABNT.......................................................................................................................79 7.1 Elementos pré-textuais ............................................................................................................................79 7.1.1 Capa ..............................................................................................................................................79 7.1.2 Folha de rosto ............................................................................................................................80 7.1.3 Sumário .......................................................................................................................................81 7.2 Elementos textuais ....................................................................................................................................81 7.2.1 Introdução ..................................................................................................................................82 7.2.2 Desenvolvimento ......................................................................................................................82 7.2.3 Conclusão ...................................................................................................................................82 7.3 Elementos pós-textuais ...........................................................................................................................82 7.3.1 Referências .................................................................................................................................82 7.3.2 Anexos .........................................................................................................................................83 7.4 Regras gerais de apresentação ..............................................................................................................83 8 COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO ..................................................................................................................................89 8.1 Técnicas de comunicação em público .................................................................................................89 8.1.1 Ferramentas de multimídia ...................................................................................................91 8.1.2 Gerenciamento de tempo .....................................................................................................92 8.2 técnicas de apresentação.........................................................................................................................92 8.2.1 Para uma apresentação ..........................................................................................................92 8.2.2 Outros recursos também exigem sua atenção ..............................................................93 8.3 Técnicas de argumentação ......................................................................................................................95 8.3.1 Comunicação oral: exposição e argumentação ............................................................95 8.3.2 Texto argumentativo oral .......................................................................................................96 8.4 Seminário ......................................................................................................................................................97 8.4.1 Preparação de seminário ........................................................................................................97 8.4.2 Organização e apresentação de seminário .....................................................................97 8.5 Debate ...........................................................................................................................................................99 8.5.1 Organização e apresentação do debate ..........................................................................99 8.5.2 Roteiro para o debate .......................................................................................................... 100 8.6 Argumentação oral ................................................................................................................................ 100 8.7 Depoimento pessoal............................................................................................................................... 101 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .......................................................................................................................... 105 9.1 Editor de textos ......................................................................................................................................... 105 9.2 Digitação de textos ................................................................................................................................. 105 9.3 Inserções ..................................................................................................................................................... 109 9.4 Parágrafos ................................................................................................................................................... 111 9.5 Formatação ................................................................................................................................................ 113 9.6 Impressão de arquivo ............................................................................................................................. 115 9.7 Elaboração de apresentação multimídia ......................................................................................... 117 9.7.1 Regras de estruturação ........................................................................................................ 118 9.7.2 Inserção de figuras e arquivos ........................................................................................... 120 9.7.3 Formatação .............................................................................................................................. 124 9.8 Planilha eletrônica ................................................................................................................................... 129 9.8.1 Interface .................................................................................................................................... 131 9.8.2 Estrutura de uma planilha................................................................................................... 132 9.8.3 Mesclagem de células .......................................................................................................... 133 9.8.4 Tamanho das células ............................................................................................................. 134 9.8.5 Bordas e visualização de impressão ................................................................................134 9.8.6 Formato de células ................................................................................................................ 135 9.8.7 Sequências numéricas e textuais ..................................................................................... 136 9.8.8 Fórmulas, cálculos e funções ............................................................................................. 137 9.8.9 Gráficos ...................................................................................................................................... 138 9.8.10 Referência fixa ....................................................................................................................... 140 9.8.11 Proteção de células e planilha ........................................................................................ 144 Referências ........................................................................................................................................................................ 149 Anexo .................................................................................................................................................................................. 151 Minicurrículo dos autores ........................................................................................................................................... 169 Índice .................................................................................................................................................................................. 170 A Unidade Curricular Fundamentos da Comunicação compõe o Módulo Básico comum aos Cursos de Habilitação Profissional da Área de Automação e Mecatrônica Industrial. O Curso Técnico em Mecatrônica tem o objetivo formar Técnicos em Mecatrônica com sólidos conhecimentos para atuar no desenvolvimento de sistemas automatizados de manufatura e na implementação e manutenção de máquinas e equipamentos automatizados, respeitando procedimentos e normas técnicas, bem como normas de qualidade, de saúde, de segurança e de meio ambiente. O caráter transversal desta Unidade Curricular reforça a ideia de que a comunicação é necessária, e cada vez mais importante, para a atividade profissional do Técnico em Mecatrônica. Desse modo, desenvolvemos as capacidades comunicativas em suas diferentes formas, relacionadas à aplicação das normas da linguagem culta na estruturação de textos técnicos, utilizando a metodologia de pesquisa e as técnicas da comunicação oral e da tecnologia da informação. Trabalharemos com a interpretação de textos técnicos e a aplicação dos princípios da redação técnica e da comunicação oral e escrita, inclusive em meio eletrônico. Além disso, estudaremos a interpretação de cronogramas, a aplicação das etapas básicas de planejamento, a utilização de recursos de informática, de pesquisa de informações técnicas em literatura específica, inclusive em meio eletrônico, e a organização de dados em formulários ou documentos específicos. INTRODUÇÃO 1 A LÍNGUA PORTUGUESA E AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS 2 A comunicação é inerente ao convívio social. No trabalho e na sociedade, você convive com pessoas e grupos diferentes que exercem papéis e funções distintas e, para cada situação de fala, você precisa se comunicar de forma adequada para ser entendido. Há momentos em que você pode utilizar um vocabulário mais simples, informal, porém, em outros casos, há a necessidade de elaborar melhor o seu discurso, sua fala. Por exemplo, em uma entrevista de emprego, é fundamental que você faça uso da linguagem formal para causar melhor impressão a quem estiver lhe entrevistando. Já nas conversas de “botequim”, você poderá falar de forma mais simples, coloquial. A seguir, você encontra algumas informações sobre a história de nossa língua. Ao conquistar novas regiões, o latim era a língua imposta aos povos conquistados - que acabaram por modificar bastante a pronúncia e incorporaram ao vocabulário latino palavras de sua língua materna, transformando, assim, ao longo de anos de ocupação, a língua imposta. Deram, então, origem às línguas neolatinas: português, espanhol, catalão, francês, italiano e romeno. Sendo assim, a língua portuguesa tem sua origem no latim, que era a língua falada no estado Lácio, região onde atualmente fica a cidade de Roma na Itália. Durante o Império Romano, havia dois níveis de expressão do latim: • latim clássico - falado e escrito pela elite dominante e escritores; • latim vulgar - falado pelo povo e que deu origem às línguas neolatinas. VOCÊ SABIA? No Brasil, hoje, há variações da linguagem. Entre as principais, temos a culta e a coloquial. Conheça as particularidades dessas variações na Figura 1. 16 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 1 - Particularidades da linguagem culta e da linguagem coloquial Fonte: SENAI-RS O Brasil não é o único país que fala a língua portuguesa. Segundo o site Mundo Educação, a língua portuguesa, é a quinta mais falada no mundo e a terceira do mundo ocidental, superada apenas pelo inglês e o espanhol. Atualmente, 250 milhões de pessoas no mundo falam português, o Brasil responde por cerca de 80% desse total. Veja na Figura 2 o mapa representando os países que falam a língua portuguesa. Figura 2 - Países que falam a língua portuguesa Fonte: SENAI-RS No site www.mundoeducacao.uol.br, você pode saber mais sobre o português falado no mundo. SAIBA MAIS Uma cultura influencia a outra, o que pode ser percebido na maneira de vestir, na culinária, na música, no comportamento e, é claro, na língua. Novas palavras, empréstimo de palavras de outras línguas, acabam sendo aportuguesadas. Veja, a seguir, alguns exemplos dessas influências na Língua Portuguesa. 2 A LÍNGUA PORTUGUESA E AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS 17 2.1 ESTRANGEIRISMOS Estrangeirismos são palavras de outros idiomas que foram introduzidas na Língua Portuguesa. Algumas palavras foram aportuguesadas e outras não. No Quadro 1, você encontra exemplos de palavras com aportuguesamento: ORIGEM PALAVRA Francês Omelete, vitrine, toalete. Africano Acarajé. Inglês Recorde, hambúrguer, escocês. Espanhol Pepita, cavalheiro. Árabe Álgebra, arroz, alecrim. Japonês Quimono, samurai, gueixa. Italiano Lasanha, piano, maestro. Russo Czar, vodca. Quadro 1 - Vocábulos aportuguesados Fonte: SENAI-RS Outras palavras continuam sendo usadas com a mesma grafia da língua de origem: mouse, raio laser, software. 2.2 NEOLOGISMOS Os neologismos são usados quando aquele que emite a mensagem não encontra uma palavra com significado similar na língua ou usa uma palavra com sentido novo, diferente do original e, após algum tempo, a nova acepção desse termo é incorporado ao dicionário. Por exemplo, a palavra “gato” normalmente designa um animal felino. Atualmente, também designa uma ligação elétrica clandestina. Já a palavra “laranja”, que é a denominação de uma fruta cítrica, também é o nome que se dá para um falso proprietário. São também neologismos as palavras que adaptamos de outras línguas para designar algo que não existia antes. Bons exemplos são termos da informática, como: • deletar - eliminar, apagar; • lincar - acessar documento de hipertexto por meio de link; • logar - fornecer nome do usuário e senha, permitindo acesso ao computador. 2.3 GÍRIAS Gírias são palavras e expressões criadas, geralmente, por um determinado grupo social ou profissional, para substituir termos oficiais. Normalmente são substituídas de tempos em tempos pelas novas gerações. Veja alguns exemplos de gírias usadas nos anos 50 e atualmente (FIGURA 3): 18 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Anos 50 • cafona • careta • joia • prafrentex Atualmente • parada sinistra • responsa • tá ligado • da hora Figura 3 - Exemplos de gírias Fonte: SENAI-RS 2.4 REGIONALISMO A influência de várias culturas deixou muitas marcas que acentuaram a riqueza do vocabulário brasileiro. O regionalismo linguísticotambém apresenta diferenças no sotaque e na pronúncia das palavras, sem necessariamente constituir-se em um erro. Um objeto pode receber um nome em uma região e, em outra, um completamente diferente. Para compreender melhor o assunto, veja os exemplos na Figura 4: • Pipa • Papagaio • Pandorga • Semáforo • Farol • Sinaleiro • Sinal • Sinaleira • Mandioca • Aipim • Macaxeira Figura 4 - Regionalismos Fonte: SENAI-RS 2 A LÍNGUA PORTUGUESA E AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS 19 2.5 JARGÃO Diferentes grupos profissionais fazem uso de vocabulário e expressões que são típicos de sua área de atuação. O jargão – linguagem técnica – é empregado por um grupo restrito de profissionais e, na maioria das vezes, o significado é inacessível para as pessoas que não pertencem ao mesmo grupo. Exemplos: Jargão médico: a alopecia androgênica causa sentimento de inferioridade.(alopecia androgênica significa calvície). Jargão jurídico: a materialidade do delito imputado aos acusados está comprovada estreme de dúvidas, o que pode ser inferido dos documentos juntados aos autos, mormente: laudo de exame tanatoscópico. FIQUE ALERTA É importante prestar atenção ao contexto em que você está inserido para adaptar a sua linguagem à situação de fala (culta ou informal). Considere também que, nem sempre, as pessoas reconhecem o vocabulário de determinadas áreas. A comunicação ocorre por meio de diversas formas de linguagem. A cultura de um povo é um fator que contribui muito para as transformações da língua. 2.6 VOCABULÁRIO TÉCNICO O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. Consulte o vocabulário técnico deste curso no anexo 1. RECAPITULANDO Nesse capítulo falou-se da origem da língua portuguesa: o latim, língua falada na Itália antiga. E que, atualmente, a língua portuguesa é a quinta mais falada no mundo. Foram abordadas as variações de linguagem, como a culta e a coloquial. A língua é dinâmica e está sempre se modificando, porque sofre influência de outras culturas, de outras línguas, de grupos sociais, com criação de novas palavras (neologismos) e de regionalismos, Na próxima etapa, você terá a oportunidade de conhecer o vocabulário técnico, específico da área em estudo. TÉCNICAS DE LEITURA 3 Quando você lê, especialmente textos mais extensos ou de difícil compreensão, é importante que, além de ler com muita atenção e com um bom dicionário ao lado, você crie uma maneira para extrair o máximo de informações do texto. Veremos algumas orientações e técnicas que podem melhorar sua leitura e compreensão de textos. 3.1 INTERPRETAÇÃO A leitura de um texto exige muito mais do que o simples conhecimento da língua. O texto, para ser entendido e interpretado, exige que o leitor mobilize uma série de estratégias, tanto linguísticas como de aplicação de seus conhecimentos de mundo, para poder levantar hipóteses, validá-las ou não e preencher as lacunas que o texto apresenta. O leitor exerce o papel de construtor de sentido, utilizando-se de estratégias, como seleção, antecipação, inferência e verificação. O documento conhecido como Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) orienta a educação, para os Ensinos Fundamental e Médio, no Brasil. Neste documento, encontramos o significado da leitura. Conforme podemos ver a seguir. A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem, etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas. (BRASIL, 1998).) Um leitor perspicaz, então, questiona o que lê, pensa sobre o que o autor está apresentando e decide se os pontos de vista expostos no texto têm o suporte de evidências. Para a interpretação de um texto, o leitor vai buscar subsídios em sua própria 22 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL experiência, no conhecimento que possui a partir de outras leituras feitas. Novamente, enfatiza-se a importância de ler – e ler muito e sempre. O foco de sua interpretação deve estar enraizado no texto. Transforme a leitura em um prazer, não em uma obrigação sem sentido. 3.2 ANÁLISE TEXTUAL A análise textual tem por objetivo fazer a primeira aproximação do leitor com o texto a fim de conhecer o pensamento do autor, visando à análise temática posterior. A seguir, lembramos alguns passos para realizar essa tarefa: Passo 1: leia o texto do princípio ao fim, buscando ter uma noção geral sobre o assunto abordado; Passo 2: leia o texto novamente, assinalando dúvidas quanto ao vocabulário que possam prejudicar a compreensão do texto. Você também vai assinalar pontos de dúvida quanto ao posicionamento do autor; Passo 3: busque o significado dos vocábulos assinalados. Lembre-se de ver o significado no contexto da leitura; Passo 4: faça um esquema provisório daquilo que você leu. 3.3 COESÃO TEXTUAL Vejamos, a seguir, duas definições de texto. Essas definições nos ajudarão a entender melhor o que são coerência e coesão, que veremos posteriormente. A palavra “texto” tem origem na palavra em latim “textum”, que significa tecido, entrelaçamento[...]. O texto resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter- relacionado. Daí poder falar em textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações que garantem sua coesão, sua unidade. (INFANTE, 1991). Temos, também, outra definição de texto. De acordo com Koch (1989), um texto não é simplesmente uma sequência de frases isoladas, mas uma unidade linguística com propriedades estruturais específicas. Um texto é construído, ou tecido, pelo encadeamento de palavras: uma palavra ligada a outra, uma oração a outra, uma ideia a outra, sendo conforme Antunes (2005) de maneira que nada fica solto e um segmento dá continuidade a outro. O que é dito em um ponto se liga ao que foi dito noutro ponto, anteriormente e subsequentemente. Fazendo uma analogia do texto com uma máquina, podemos dizer que a coesão é a ma- neira como as peças estão interligadas para que a máquina funcione. Se a ligação entre cada parte que compõe a máquina não estiver bem feita, ela não servirá ao propósito para o qual foi criada. O funcionamento de um conjunto pode ser prejudicado se, apesar dos componentes estarem bem soldados e aparafusados, eles não estiverem conectados a um conjunto maior. SAIBA MAIS 3 TÉCNICAS DE LEITURA 23 Podemos entender a coesão textual como a propriedade de criar e sinalizar toda espécie de ligação que dá ao texto unidade de sentido ou unidade temática – a continuidade do texto, a sequência interligada de suas partes. Vejamos alguns mecanismos de coesão gramatical, no Quadro 2 a seguir: MECANISMOS DE COESÃO GRAMATICAL Pronomes pessoais São importantíssimos na “amarração” de um texto, já que sempre se referem a um substantivo já citado anteriormente ou que está por ser citado. (tu, ele, nós, vocês, etc.). Exemplo: Vocês, meus amigos, estarão sempre em meu coração. Pronomes possessivos Relacionam a ideia de posse a pessoas do discurso (seu, sua, nosso, etc.). Exemplo: A escola era antiga, mas sua estrutura resistia bravamente à ação do tempo e ao descaso do poder público. Pronomes relativos Além de se referirem a um termo antecedente, introduzem uma oração subordinada e desempe- nham função sintática nessa oração. Exemplo: O equipamento cuja liberação já foi providenciada estará funcionando em uma semana. Os despachantesque atuaram junto à alfândega foram bem-sucedidos. Pronomes demonstrativos Relacionam-se a uma pessoa do discurso, fazendo referência ao substantivo que preenche seu significado. Exemplo: A maior vantagem foi do time visitante. Este marcou o único gol da partida. Conectivos Conjunções e preposições podem carregar ou não significado para as relações que fazem, o que ressalta seu papel de elementos conectores. Exemplo: A indústria brasilei- ra vem crescendo. Contudo, devido à crise mundial, esse crescimento desacelerou no último ano e tem causado preocupação. Advérbios Indicam a localização no espaço e no tempo dos elementos a que se referem. Exemplo: A entrada do centro tecnológico localiza-se no final da rua e há um ponto de ônibus a poucos metros dali. Ordenadores Encarregam-se da organização das informações no texto (por um lado... por outro lado, em resumo, então, assim sendo, etc). Exemplo: Se por um lado o curso universitário está mais focado na teoria, por outro lado o curso técnico lhe dá a parte prática em menor espaço de tempo. Omissão Um termo da oração facilmente identificável poderá ser omitido; a essa omissão se dá o nome de elipse. Exemplo: Meu pai insiste em fumar; eu, em convencê-lo a desistir. (elipse do verbo: eu insisto em convencê-lo a desistir). Quadro 2 - Mecanismos de coesão gramatical Fonte: SENAI-RS No Quadro 2, foram apresentados os mecanismos de coesão gramatical. Veremos agora, no Quadro 3, mecanismos de coesão semântica: (CONTINUA) MECANISMOS DE COESÃO SEMÂNTICA Sinonímia baseia-se na substituição de um termo por outro ou por uma expressão que possua equiva- lência de significado. Exemplo: O avião presidencial sofreu uma pane. A aeronave havia sido vistoriada dois dias antes. Repetição lexical é a reiteração de um termo ou termos de uma mesma família lexical. Exemplo: A ecologia deve fazer parte de nosso dia a dia, pois, se não a respeitarmos, ecologia poderá ser só mais uma palavra em um mundo semidestruído. 24 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Hiponímia e hiperonímia Hiperônimo é uma palavra que apresenta um significado mais abrangente do que o do seu hipônimo (vocabulário de sentido mais específico). Exemplo: Os jovens foram convidados a entrar no auditório. Eram pessoas com os mais diferentes interesses fora da escola, mas ali eram todos alunos buscando a profissionalização para um futuro mais promissor. No exemplo dado, a palavra pessoas, por ter um significado mais abrangente, é um hiperôni- mo porque contém o significado de jovens e de alunos. As palavras jovens e alunos, por sua vez, são hipônimos da palavra pessoas. Campo semântico É o emprego de termos que pertencem a um repertório associado a uma realidade, uma ciência, um estudo. São termos afins. Se pensarmos na palavra “vestibular”, podemos associar os seguintes vocábulos do mesmo campo semântico: vestibulando, vaga, teste, candidato, curso, estudante, carreira, universidade, faculdade e outras mais. Exemplo: Se você é vestibulando buscando uma vaga para um dos cursos mais concorridos nas universidades federais, prepare-se para estudar muito. Quadro 3 - Mecanismos de coesão semântica Fonte: SENAI-RS 3.4 COERÊNCIA TEXTUAL Um bom texto sustenta-se não só na coesão, mas também no campo das relações de encadeamento lógico das ideias. A coesão articula estruturas e relações gramaticais e semânticas (plano mais material); a coerência articula as relações lógicas das ideias (plano mais abstrato). A presença tanto da coesão como da coerência garante um texto bem estruturado, bem “amarrado”, ou, em um contexto de técnicos, “bem soldado e aparafusado”. Se há contradição entre as ideias, entre os argumentos apresentados em um texto, fica destruída qualquer tentativa de apresentar um desenvolvimento lógico, da mesma forma, em um texto narrativo, a alteração da ordem de sequências temporais o tornará incoerente. Para termos um texto coerente, segundo Charolles (2002), é preciso que: • o texto comporte em seu desenvolvimento linear elementos de estrita recorrência; • seu desenvolvimento contenha elementos semânticos constantemente renovados; • seu desenvolvimento não introduza nenhum elemento semântico que contradiga um conteúdo posto ou pressuposto anteriormente; • os fatos que ele expressa estejam relacionados entre si no mundo representado. 3.5 AMBIGUIDADE E REDUNDÂNCIA A ambiguidade e a redundância prejudicam um texto. Por isso, é importante que você saiba identificar esses dois vícios de linguagem: (CONCLUSÃO) 3 TÉCNICAS DE LEITURA 25 • ambiguidade: ocorre quando podemos entender de duas maneiras a mesma frase. Observe o exemplo: “O cachorro do irmão foi visto perambulando pelo centro da cidade.” Neste caso, cachorro pode ser entendido como o animal que pertence ao irmão, ou como o próprio irmão, com a palavra cachorro sendo usada com sentido pejorativo, significando vagabundo, assanhado. Agora veja outro exemplo: “Estivemos na escola da cidade que foi destruída pelo incêndio.” Fica a dúvida: foi a cidade ou foi a escola destruída pelo incêndio? • redundância: é a repetição de ideias na mesma frase. Veja o exemplo: “Subiu as escadas para cima.” Neste caso, bastaria dizer: “Subiu as escadas.” Outro exemplo: “Terminou o curso há três anos atrás.” Ora, quando digo “há três anos”, já estou indicando passado. Então, posso dizer: “Terminou o curso há três anos”. Ou de outra forma: “Terminou o curso três anos atrás.” 3.6 ANÁLISE TEMÁTICA O objetivo de se fazer a análise temática é compreender a mensagem veiculada pelo autor na unidade de leitura. Nessa análise, primeiramente buscamos responder as seguintes questões: • de que trata o texto? • como está problematizado? Qual a dificuldade a ser resolvida? • qual a posição do autor frente ao problema? Que ideia ele defende? • como o autor argumenta, raciocina para demonstrar a tese? • existem ideias secundárias que apoiam a ideia central? A análise temática tem por objetivo a apreensão da ideia principal, sem interpretar ainda. Desse modo, a análise temática é a base para a obtenção de resumos que sintetizam as ideias do autor. 3.7 ANÁLISE INTERPRETATIVA Depois de feita a análise temática, é hora de tomar uma posição própria a respeito das ideias, ir além da estrita mensagem do texto, fazer a leitura nas entrelinhas, explorar toda a riqueza das ideias expostas, relacioná-las com a experiência de mundo do leitor, construir um diálogo com o autor. Assim, a análise interpretativa acontece. Nessa fase, é muito importante não se deixar levar pelo subjetivismo, permitindo que nossas crenças e preconceitos interfiram na interpretação do texto especificamente. É hora de formular um juízo crítico, avaliando o texto em função de sua coerência interna, da originalidade e contribuição à discussão do problema, fazendo crítica pessoal às posições defendidas no texto. 26 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL FIQUE ALERTA A crítica pessoal é a fase mais delicada da interpretação e exige maturidade inte- lectual do leitor, cuja vivência pessoal do problema deverá ter alcançado um nível que possibilite o debate da questão e permita que faça novas proposições. Após, o leitor poderá elaborar uma síntese pessoal, levando em conta os dados coletados nas etapas anteriores e incluindo também sua contribuição pessoal para o tema. RECAPITULANDO Neste capítulo, vimos que o texto é composto de unidades menores, entrelaçadas e interdependentes. O leitor tem de mobilizar estratégias variadas para fazer uma leitura e interpretação eficientes: questionando o que lê, fazendo suposições, buscando esclarecimentos, validando no texto as suposições feitas. O primeiro passo é a análise textual, quando se faz a primeira leitura, buscando a ideia geral do texto, relendo para tirar dúvidas e esclarecer pontos que ficaram obscuros, pesquisando o significado das palavras no contexto e fazendo um esquema. A seguir é feita a análise temática para a apreensão da ideia principalcom a síntese da intenção do autor ao escrever o texto. Por fim, a análise interpretativa com a crítica pessoal; é a atividade mais complexa que permite ao leitor ser também participante do processo. 3 TÉCNICAS DE LEITURA 27 Anotações: TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 4 Ao ler um texto, é importante que você identifique a tipologia textual (tipos de texto), a estrutura e a finalidade da linguagem. E, para facilitar a leitura, produção e interpretação, existem orientações que auxiliam na extração das informações importantes que o texto oferece, como você pode ver a seguir. 4.1 PARÁGRAFO O parágrafo1 é composto por vários períodos que apresentam uma única ideia. Ele é uma unidade de discurso autossuficiente, composto por uma sequência de frases organizadas em um ou mais períodos, que apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica. Os parágrafos podem ser narrativos, descritivos ou dissertativos, pois acompanham o tipo de texto que se está elaborando. Os parágrafos apresentam uma introdução ou tópico frasal2, um desenvolvimento e uma conclusão com unidade, coerência, concisão e clareza. Nem todos os parágrafos têm conclusão, especialmente nos parágrafos mais curtos e simples. A conclusão retoma a ideia central, levando em consideração os aspectos selecionados no desenvolvimento. 4.1.1 ESTRUTURA INTERNA E TIPOS DE PARÁGRAFOS Antes de iniciar o estudo do parágrafo, é necessário que você compreenda alguns termos que costumam causar confusão. O parágrafo pode ser composto por vários períodos que apresentam uma única idéia. O período é composto por uma ou mais orações com sentido completo e termina com um sinal de pontuação: ponto final, exclamação ou outro equivalente. Você sabe qual a diferença entre frase e oração? 1 É unidade de discurso autossuficiente, composto por uma sequência de frases organizadas em um ou mais perí- odos, que apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica. 2 oração com o tema central do parágrafo, também chamada de tópico frasal 30 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL A frase é um enunciado com sentido completo, podendo, ou não, conter verbos em sua estrutura. Por outro lado, a oração é um enunciado que obrigatoriamente apresenta ao menos um verbo em sua estrutura e o sentido dela pode depender de outra oração. O parágrafo pode ser considerado como um pequeno texto e deve ter um tema delimitado (o quê?) e um objetivo claro (para quê?). Como todo o texto, o parágrafo pode ser curto ou longo e deve apresentar introdução, desenvolvimento e, muitas vezes, conclusão. FIQUE ALERTA Não se aconselha usar parágrafos demasiadamente longos, pois dificultam a trans- missão de uma ideia de forma clara e objetiva. Os parágrafos longos podem confun- dir ou dispersar a atenção do leitor. Os parágrafos são microtextos e podem ser narrativos, descritivos ou dissertativos, pois acompanham o tipo de texto que se está elaborando. Confira no Quadro 4 características que podem auxiliar você na identificação de cada tipo de texto. NARRAÇÃO - Relato de fatos. - Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo. - Apresentação de um conflito. - Uso de verbos de ação. - Geralmente, é mesclada com descrições. - O diálogo direto e o indireto são frequentes. DESCRIÇÃO - Relato de pessoas, ambientes, objetos. - Predomínio de atributos. - Uso de verbos de ligação. - Emprego frequente de metáforas, comparações e outras figuras de linguagem. - Resulta em uma imagem física ou psicológica. DISSERTAÇÃO - Defesa de um argumento. - Apresentação de uma tese que será defendida. - Desenvolvimento ou argumentação. - Fechamento. - Predomínio da linguagem objetiva. - Prevalece a denotação. Quadro 4 - Características dos textos Fonte: CAMPEDELLI e SOUZA , (1999) Na narração, o narrador conta uma história vivida por algum personagem, organizada numa determinada sequência de tempo e lugar. Nesse tipo de texto, o principal elemento é a história, que deve ter começo, meio e fim. Na descrição, são expostas características de pessoas, objetos, situações, lugares, etc. A descrição normalmente ocorre dentro de um texto narrativo ou dissertativo, pois auxilia o leitor a imaginar a cena ou o local. Observe que o texto descritivo não tem um narrador, somente um observador. A descrição é utilizada, principalmente, em relatórios de experimentos que você realiza nos laboratórios. 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 31 Na dissertação, o autor expõe uma ideia sobre um determinado assunto, que ele defende ou questiona, apresentando argumentos que embasam seu ponto de vista. Observe que na dissertação, o autor tenta convencer o leitor sobre o seu ponto de vista. Seja qual for o tipo de texto, você precisa saber usar o parágrafo corretamente, para deixar sua ideia clara e objetiva. 4.1.2 UNIDADE INTERNA Ao elaborar um texto, o autor precisa ter claro qual o tema a ser desenvolvido. Como o tema do texto não muda, quando se faz um novo parágrafo, não se muda de assunto. O que muda é a abordagem e os argumentos apresentados em cada parágrafo para explicar, esclarecer ou transmitir as ideias do autor, de tal forma que o leitor compreenda o texto. Os parágrafos devem ter unidade, coerência, concisão e clareza. Normalmente, os parágrafos apresentam uma introdução ou tópico frasal, um desenvolvimento e uma conclusão. Conheça um pouco mais sobre cada uma dessas etapas (Figura 5). Figura 5 - Etapas do parágrafo Fonte: SENAI-RS Veja a seguir um exemplo de parágrafo: Introdução: também designada como “tópico frasal” , consiste, geralmente, na frase inicial que expressa de maneira geral e sucinta a ideia central do parágrafo. Muitos termos novos relacionados à automação apareceram nas últimas décadas. Desenvolvimento: são as frases que esclarecem essa ideia central, discutindo-a em detalhes. 32 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Palavras usadas anteriormente, como mecanização, que indica a utilização da máquina em vez do trabalho humano ou de animais, foram substituídas por automação e robótica. Enquanto a automação pode ser definida como a técnica de tornar um processo ou sistema automático, e refere-se tanto a serviços executados como a produtos fabricados automaticamente, a robótica é um ramo da tecnologia que engloba mecânica, eletrônica e computação em máquinas controladas por circuitos integrados, tornando sistemas mecânicos motorizados, controlados manualmente ou por computador. Conclusão: nem todo parágrafo apresenta conclusão, como já mencionado anteriormente. A conclusão deve retomar a ideia abordada no tópico frasal. O fato de surgirem palavras novas, como automação e robótica, indica que há evolução nos processos industriais, o que é sempre bem-vindo. Retomando, o parágrafo se apresentaria assim: Muitos termos novos relacionados à automação apareceram nas últimas décadas. Palavras usadas anteriormente, como mecanização, que indica a utilização da máquina em vez do trabalho humano ou de animais, foram substituídas por automação e robótica. Enquanto a automação pode ser definida como a técnica de tornar um processo ou sistema automático, e refere-se tanto a serviços executados como a produtos fabricados automaticamente, a robótica é um ramo da tecnologia que engloba mecânica, eletrônica e computação em máquinas controladas por circuitos integrados, tornando sistemas mecânicos motorizados, controlados manualmente ou por computador. O fato de surgirem palavras novas, como automação e robótica, indica que há evolução nos processos industriais, o que é sempre bem vindo. Ao passar de um parágrafo para outro é necessário que se tenha atenção especial. Não se deve fazer essa passagem de maneira abrupta, pois é necessário fazer um encadeamento lógico e natural dos mesmos. Em alguns casos, é necessário acrescentar um parágrafo de transição, para que a sucessão de ideias seja apresentada de maneira harmoniosa. O texto deve conter parágrafos que apresentem ideias sobre o tema, para que não se tornerepetitivo, redundante e cansativo. Outro aspecto que precisa ser observado na elaboração de um texto, e, principalmente dentro do parágrafo, é evitar-se a repetição desnecessária de palavras, o uso de termos chulos ou rebuscados demais para o tipo de texto. 4.2 TEXTO DISSERTATIVO Em nosso cotidiano, somos sempre chamados a dar opiniões, tomar decisões e expor pontos de vista. Para isso, utilizamos nosso poder de persuasão e argumentação. É a atitude linguística da dissertação que nos permite fazer uso da linguagem a fim de expor ideias, desenvolver raciocínios, encadear argumentos, formar conclusões. Os textos dissertativos são produtos dessa atitude. No texto dissertativo, é raro encontrar os elementos tempo e espaço como na narração, assim como também não encontramos o detalhamento rico em adjetivos na descrição. 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 33 O texto dissertativo tem como base a argumentação, já que seu objetivo é, por meio da exposição de fatos, ideias e conceitos, exprimir uma ou várias opiniões e chegar a conclusões. Ao redigir um texto dissertativo, é importante seguir os seguintes passos: • traçar um roteiro (planejamento do que será escrito) com algumas ideias a serem apresentadas em uma sequência organizada; • relacionar palavras e frases importantes, que tenham vínculo com o tema, as quais vão se transformar em parágrafos no desenvolvimento do texto; • definir a tese e fundamentá-Ia com argumentos que a sustentarão; • apresentar pontos de vista e opiniões diversas que se contrapõem e enfatizar seu ponto de vista ou posicionamento crítico; • verificar se o texto tem as partes principais - introdução, desenvolvimento, conclusão; • concluir, retomando o que foi falado no início; • inserir um título sugestivo. A seguir, compreenda melhor cada parte do texto dissertativo. Introdução Segundo Infante (1991), a introdução encaminha o leitor, colocando a orientação adotada para o desenvolvimento do texto. Atua, assim, como uma espécie de ‘roteiro’. A introdução precisa ser clara e, ao mesmo tempo, breve, trazendo de forma resumida as informações que serão desenvolvidas no texto. Ela deve servir como convite ao leitor, pois traz as informações iniciais e chama o leitor à reflexão. A introdução pode apresentar uma tese, que será discutida e provada no decorrer do texto, ou pode trazer também um questionamento, que fará com que o leitor reflita sobre o assunto ou até reveja seus conceitos, buscando no texto algumas respostas ou justificativas para seu ponto de vista. Desenvolvimento Este é o momento da exposição de ideias, apresentação de fatos e argumentos. É importante que você apresente mais de um ponto de vista, considerando sempre as diversas opiniões, mas sem perder a convicção na sua própria. É preciso desenvolver suas ideias e opiniões com organização e obedecendo a critérios que foram estabelecidos na introdução. Enquanto na introdução foram apresentados os tópicos de maneira sucinta, no desenvolvimento, as ideias devem ser desenvolvidas de forma a dar ao leitor informações suficientes a ponto de auxiliarem na tomada de opinião. Ainda segundo Infante (1991), a introdução já anuncia o desenvolvimento, que retoma, ampliando e desdobrando, o que lá foi colocado de forma sucinta. O objetivo maior é convencer o leitor do seu ponto de vista, e, para assegurar maior chance de êxito nessa tarefa, é importante que as informações estejam corretas e bem organizadas para que façam o leitor refletir sobre o tema. 34 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Conclusão É o fechamento do texto, retoma as ideias principais e traz uma avaliação, de preferência pessoal, do assunto tratado. É possível, também, que você possa fazer sugestões de melhorias e/ou planos de ação para a solução de um problema discutido no texto. 4.3 ESQUEMA E RESUMO O esquema pode ser o ponto de partida para a produção de um texto, auxiliar o método de estudo para algum assunto ou traçar uma diretriz sobre um ponto de vista a ser defendido. É um recurso de planejamento e organização de conceitos/opiniões, que facilita a compreensão da ideia principal do texto lido. Por meio desse recurso, é possível identificar com mais facilidade a ideia central do texto, organizar e relacionar as informações com clareza e coerência. Há várias maneiras de elaborar um esquema, mas é importante ressaltar que ele deve ser breve e conter o que é mais significativo no texto. Você não precisa elaborar frases inteiras e pode eliminar artigos e adjetivos usando expressões mais curtas, em tópicos. Se quiser, use setas ou outros recursos visuais para facilitar. Observe este exemplo de como fazer um esquema a partir de um texto: Texto proposto Como enfrentar a globalização? Qual o lugar do ser humano? “O jornalista senegalês Alcinou Louis da Costa, representante daquele país junto à Unesco, arrancou entusiasmados aplausos da plateia quando afirmou que “ser contra ou a favor da globalização não é o problema. A questão é enfrentar a realidade do fenômeno com uma atitude ativa, recolocando o ser humano no seu verdadeiro lugar e, assim, reordenando o debate, buscando privilegiar a dimensão humana da globalização”. O jornalista africano enfatizou que o fenômeno planetário possui uma dinâmica que se assenta sobre um sistema técnico e econômico fundado unicamente no lucro. “O ser humano está relegado ao papel de consumidor”. Essa categoria atribuída ao ser humano diante do mundo globalizado foi também defendida pelo economista brasileiro Plínio de Arruda Sampaio, conferencista que abriu o congresso em Friburgo. Plínio afirmou que o capitalismo reduz o ser humano a mero consumidor de mercadorias. ‘Mesmo valores intelectuais, estéticos, éticos e espirituais podem ser mercadorias a serem comercializadas. Isso também acaba ocorrendo com a informação. Para Plínio, que é diretor do ‘Correio da Cidadania’, jornal publicado semanalmente em São Paulo, a informação, transformada em mercadoria, é apresentada como entretenimento a fim de satisfazer curiosidades e despertar ‘sensações’, como é denunciada por Chomsky em seu livro ‘Fabricando consensos’. ‘Sentidos, não o intelecto, são o alvo do jornalismo. A frívola curiosidade do público, sua morbidez, 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 35 intolerância racial, violência, sexualidade depravada são continuamente excitadas a fim de se vender jornais e revistas, como uma espécie de morfina. Tudo isso gera lucro e protege o ‘status quo’ da crítica. ‘Plínio é contundente em sua visão do jornalismo atual e acredita que ele tenha se tornado mais e mais um apêndice do negócio da publicidade. ‘O real propósito não é informar, mas persuadir e induzir ao consumismo.’ “ Fonte: CRUZ, 2002. Esquema do texto proposto O jornalista senegalês Alcinau L. da Costa • arrancou: aplausos • quando • falou: sobre globalização • e afirmou: o ser humano é reduzido a consumidor de mercadorias • conforme • defendeu: o economista brasileiro Plínio A. Sampaio que • considera: a informação como uma mercadoria • para • tornar: o jornalismo atual mais lucrativo com o propósito de persuadir e não de informar O resumo, conforme Pereira e Pelachin (2004), é um texto feito a partir de outro. Sua elaboração resulta, de um lado, da seleção e organização das informações mais importantes de um texto e, de outro lado, do abandono de informações consideradas menos significativas. Segundo Ferreira (1986), resumo significa ‘’[...] apresentação, em poucas palavras, do conteúdo de artigo, livro, etc. [...]”. FIQUE ALERTA Um resumo reproduz as informações do texto lido, porém, de forma sintetizada, extraindo somente o essencial. Em síntese, é preciso primeiramente ler o texto selecionado com atenção a fim de compreender sua mensagem. Em seguida, em uma segunda leitura, deve-se destacar as ideias principais e as palavras do texto. É importante, então, transcrever o que foi selecionado para que seja possível organizaro resumo. Todavia, preste atenção: resumo não é cópia. É preciso reescrever o texto de forma sintetizada, a partir das ideias destacadas no texto original. Cuidado para não acrescentar comentários, pois eles exprimem opinião, e esse não é o objetivo do resumo. Assim, resumir é reproduzir o contexto do texto em poucas palavras e preferencialmente com nossa linguagem. é interpretar e condensar, ou seja, reproduzir o conteúdo do texto, de modo sintético, em poucas palavras. Um resumo deve ter, no máximo, um quarto ou um quinto do texto original, sendo escrito de preferência com a nossa própria linguagem. 36 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Segundo Serafini (1995), deve-se utilizar quatro regras para se elaborar bons resumos: • cancelamento - é possível cancelar as palavras que se referem a detalhes desnecessários à compreensão do texto; • generalização - é possível substituir alguns elementos por outros mais gerais que os incluem; • seleção - é possível eliminar elementos que exprimem detalhes óbvios e normais no contexto; • construção - é possível substituir um conjunto de orações por uma nova que inclua todas as demais informações”. Para elaborar esse resumo, como no exemplo do texto do jornalista senegalês Alcinau L. da Costa, você precisa: • ler várias vezes o texto original para identificar a ideia central; • identificar suas partes essenciais, grifando ou sublinhando o que é considerado importante; • eliminar palavras e frases inteiras, que não interferem na compreensão geral, mas manter as ideias fundamentais do original; • usar termos e expressões mais curtos no resumo, verificando se esse texto forma uma unidade de sentido e se está claro e construído com coesão e coerência. Para resumir é preciso saber diferenciar a ideia principal das secundárias. Não há uma definição da dimensão do texto, mas é fundamental que ele contenha as informações necessárias para que o leitor compreenda o que está sendo tratado. Como o resumo é a apresentação concisa dos pontos mais importantes de um texto, é necessário fazer atentamente várias leituras de todo o original que será resumido, para identificar sua ideia central e para assimilar as ideias do autor, ou seja, perceber qual é o encadeamento do pensamento do autor, o fio condutor usado no texto. Para construir o resumo é aconselhável: prestar atenção à coesão; elaborar os parágrafos bem encadeados e coerentes entre si, na ordem direta e na voz ativa; usar a 3ª pessoa do singular; eliminar detalhes que não sejam fundamentais para a compreensão do texto; evitar o uso abusivo de adjetivos; substituir formas mais extensas por outras mais curtas; manter o encadeamento do texto por meio de conectores, para que haja articulações lógicas entre as partes. Em geral, o resumo é objetivo, não apresenta uma introdução e não tem caráter opinativo. Indica os pontos principais do texto sem apresentar dados qualitativos ou quantitativos, informa suficientemente o leitor para que ele possa ter uma ideia sobre o texto original de forma global, sem expor exemplos, resultados ou conclusões que não estejam nesse texto. 4.3.1 AS ETAPAS DE UM RESUMO As quatro etapas para uma elaboração adequada de um resumo são: a) leitura atenta do texto original para identificar o tema e a finalidade; 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 37 b) seleção de fatos ou informações mais importantes para a compreensão do original; c) redação do resumo, com expressões menores e simplificadas que remetam ao original; d) revisão do trabalho a fim de fazer alterações e correções necessárias para que o resumo tenha uma unidade de sentido. 4.4 RELATÓRIO TÉCNICO O relatório é um tipo de descrição técnica que tem por objetivo apresentar os passos de um procedimento, funcionamento de um aparelho, experimento, entre outras coisas. Nas áreas administrativas, o relatório se tornou uma ferramenta por meio da qual o administrador ou técnico consegue acompanhar as atividades desenvolvidas pelos diversos setores, já que seria quase impossível estar presente durante todos os processos. Um relatório deve, obrigatoriamente, levar o leitor a chegar a uma conclusão, caso contrário, não atingiu seu propósito. Os relatórios podem ser simples, complexos, individuais ou coletivos, parciais ou completos, periódicos ou eventuais, técnicos, científicos, econômicos, administrativos. Entre os tipos de relatórios, destacam-se os de pesquisa científica, relatório de atividades escolares, relatório comercial, administrativo e de prestação de contas. 4.4.1 ESTRUTURA DO RELATÓRIO TÉCNICO O relatório, como o próprio nome já diz, tem por objetivo relatar uma sequência de fatos ou acontecimentos relacionados a um evento específico, por exemplo: uma viagem de estudos, uma palestra, um evento, entre outras coisas. Para Martins e Zilberknop (2010), o relatório é o documento através do qual se expõem resultados de atividades variadas. Normalmente, o relatório apresenta as seguintes característica: • objetividade; • ausência de suspense ou expectativa; • impessoalidade na exposição; • exposição em ordem cronológica; • indicação clara das diferentes fases do processo; • detalhamento das atividades realizadas; • predominância de orações coordenadas. Normalmente, a dificuldade na elaboração de um relatório é proporcional à complexidade e abrangência do assunto abordado. 38 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Nas áreas administrativas, o relatório se tornou uma ferramenta por meio da qual o administrador ou técnico consegue acompanhar as atividades desenvolvidas pelos diversos setores, já que seria quase impossível estar presente durante todos os processos. Para Martins e Zilberknop (2010), o relatório constitui um reflexo de quem o redige, pois espelha sua capacidade. Ainda segundo esses autores, é necessário que o redator aprimore ao máximo na sua execução e obedeça a algumas normas para que ele seja realmente um reflexo da sua competência, com clareza, conteúdo e facilidade na consulta. Um relatório precisa apresentar os fatos obedecendo à sua ordem cronológica, ser claro, objetivo, informativo e apresentável. Sempre que possível, o relatório deve ser breve, pois se pressupõe que ele foi escrito para otimizar o tempo de quem o lê. A linguagem deve ser objetiva, exata, precisa, clara e concisa sem, omitir nenhum dado importante. Também é necessário observar a pontuação, o emprego adequado das palavras e a ortografia das mesmas. Evite qualquer tipo de rodeio, pois a linguagem deve ser simples, clara e os termos devem ser precisos e exatos. FIQUE ALERTA Um relatório deve, obrigatoriamente, levar o leitor a chegar a uma conclusão; caso con- trário, esse não atingiu seu propósito. Para que um relatório sirva aos objetivos aos quais se propões, eles deve responder às perguntas da Figura 6. Figura 6 - Perguntas para um relatório Fonte: SENAI-RS Antes de redigir um relatório técnico, é preciso que essas perguntas estejam respondidas, para então iniciar a organização dele. 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 39 Os relatórios podem ser classificados, segundo as suas características, como: • crítico - descreve como uma atividade foi realizada, há a opinião do autor; • síntese - resume brevemente um fato, experiência, situação, etc. Geralmente, este tipo de relatório é elaborado a partir de outros relatórios; • formação - são elaborados durante ou após a realização de um curso ou estágio. Dependendo da complexidade e extensão da informação, o relatório pode variar sua forma. Quando for curto, podem-se enumerar os parágrafos, exceto o primeiro. Se o relatório for mais extenso, ele deve conter os seguintes elementos: • capa; • folha de rosto; • sumário; • sinopse (ou resumo); • introdução; • contexto (ou desenvolvimento); • conclusões; • anexos (se houver). Para redigir esses elementos, é necessário obedecer às normas vigentes estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).São elas: • apresentação de trabalhos acadêmicos (NBR 14724); • citações (NBR 10520); • referências (NBR 6023); • numeração progressiva (NBR 6024); • sumário (NBR 6027); • resumo (NBR 6028); • índice (NBR 6034); • informação e documentação relatório técnico ou científico: apresentação (NBR 10719). Você percebeu como o relatório é uma ferramenta muito importante em várias áreas. Identificando sua classificação e tendo a resposta para cada pergunta apresentada anteriormente, você terá propriedade suficiente para elaborar um relatório. 40 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL 4.4.2 TIPOS DE RELATÓRIOS Os principais tipos de relatórios são os de pesquisa científica, de atividades escolares, comerciais, administrativos e de prestação de contas. Prepare-se para conhecer cada um deles. Relatório de pesquisas científicas Um documento que apresenta um relatório sobre pesquisa científica deve receber atenção especial quanto à apresentação gráfica e a metodologia. Como nos outros relatórios, a linguagem científica deve ser específica, clara e sem ambiguidades. Esse tipo de relatório deve obedecer às normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e conter capa, folha de rosto, sumário, resumo, introdução, desenvolvimento, conclusão/considerações finais. Destaca-se que, na introdução, apresenta-se um resumo do desenvolvimento bem como o motivo da elaboração do trabalho apresentado. No desenvolvimento, descreve-se, passo a passo, o que foi pesquisado ou realizado, correlacionando- se com outras pesquisas já realizadas e fundamentando-o. Já a conclusão descreve os motivos de, eventualmente, a pesquisa ainda não estar concluída e aponta para os caminhos que ainda precisam ser percorridos até chegar-se ao termo desejado. As referências devem constar em seu relatório, elas são importantes, pois dão credibilidade ao que foi exposto nele. Relatório de atividades escolares Durante sua vivência escolar, você fez algum relatório? Os relatórios de atividades escolares são textos produzidos por estudantes, expõem atividades, como viagens de estudo, visitas técnicas, experimentos, entre outras coisas. Nesse tipo de relatório, observa-se que a linguagem empregada é compatível com o tema e com o grau de escolaridade do grupo. Os termos técnicos não carecem de explicações, pois já foram discutidos amplamente em sala e são do conhecimento tanto do autor quanto do leitor. Um relatório escolar deve ter capa, folha de rosto, sumário, resumo, introdução, desenvolvimento e conclusão. Nesse tipo de relatório, normalmente, não são inseridos anexos3, mas, apêndices4 e emprega-se a descrição como forma de construção do texto para poder englobar desde as anotações iniciais até as finais. Nesse tipo de relatório, emprega-se a descrição como forma de construção do texto para poder englobar desde as anotações iniciais até as finais. 3 São textos ou outros materiais escritos por outrem, mas que foram usados no trabalho. 4 É um tipo de documento produzido pelo autor do trabalho e que, por sua extensão ou complexidade, não cabe dentro do desenvolvimento. 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 41 Relatório comercial O relatório comercial, normalmente, é elaborado pelos funcionários que desenvolveram uma atividade fora da empresa e destina-se ao superior imediato, como forma de relatar o que foi realizado, bem como a prestar contas dos gastos (notas fiscais, bilhetes de passagens e outros documentos são apresentados como apêndice). Geralmente são apresentados em forma de carta ou memorando, acrescidos de fotografias, filmagens, kit tecnológico, portfólio, entre outras coisas. Em alguns casos, podem ser apresentados em reuniões ou conferências. Os relatórios comerciais podem ser elaborados tanto pelos setores industriais, de prestação de serviço quanto pelo comercial. A linguagem de um relatório comercial deve ser simples e, se houver termos técnicos, devem ser esclarecidos. Relatório administrativo Os relatórios administrativos são desenvolvidos em administrações públicas e contêm todos os itens de um relatório comercial. Então, o que os diferencia? O que os diferencia é a forma de apresentação que deve ser elaborada em forma de ofício, jamais em memorando ou carta. Esse tipo de relatório tem o objetivo de prestar contas para a posteridade, pois envolve dinheiro público e a legalidade deve ser observada com rigor. Esse tipo de relatório também objetiva conferir a produtividade de um servidor ou setor público visando identificar a sua eficiência. Relatório de prestação de contas Um relatório de prestação de contas ocorre quando há a necessidade de retirar do relatório comercial os documentos fiscais para enviá-los para a contabilidade. 4.5 CURRÍCULO PROFISSIONAL O currículo, é possível usar, também, o nome em latim “curriculim vitae”, é seu passaporte para um emprego, já que agrupa informações pessoais, formação acadêmica e sua trajetória no mercado de trabalho, visando demonstrar suas qualificações, competências e habilidades. A linguagem deve ser objetiva e cclara, a fim de evitar dúvidas ou mal-entendidos. Deve-se dar prioridade aos fatos mais relevantes, evitando, assim, currículos muito extensos. 42 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Que tal aproveitar as informações sobre o currículo e elaborar o seu? Ele será de grande ajuda na hora de conseguir um emprego. Observe o modelo a seguir. MODELO DE CURRÍCULO Na Figura 7, a seguir, você pode observar um exemplo de currículo simplificado. Figura 7 - Exemplo de currículo Fonte: SENAI-RS No site www.efetividade.net você encontrará alguns modelos de currículo. SAIBA MAIS 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 43 4.6 MEMORIAL Segundo Martins e Zilberknop (2010), a característica específica do memorial é que ele parte do funcionário, por meio dos canais competentes, para seus superiores. O funcionário, pois, serve de porta-voz de um grupo. Quanto ao assunto, o memorial é o instrumento que se destina a solicitar algo à autoridade competente. O memorial distingue-se do ofício, porque traz o destinatário antes do vocativo”. Na Figura 8, veja o exemplo de um memorial. ASSOCIAÇÃO DO BAIRRO X Nº 15/98 Porto Alegre, 10 de novembro de 1998 Ao Sr. Fulano de Tal Prefeito Municipal Porto Alegre – RS Senhor Prefeito: A Associação do Bairro X vem expor a V. Ex. a as dificuldades que este bairro vem enfrentando. 2. Em primeiro lugar, há o problema da falta de calçamento das Ruas L, P e V. 3. Em segundo lugar, as Ruas A, D e F estão às escuras. 4. Por último, tendo em vista a morosidade dos ônibus que servem o bairro, solicitamos a V. Ex.a que coloque à nossa disposição mais uma linha de transporte coletivo. Sendo o que se nos apresenta no momento, e certos da compreensão de V. Ex.a, externamos aqui os agradecimentos. Atenciosamente, Fulano de Tal PRESIDENTE PT/FV Figura 8 - Memorial SENAI-RS 44 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Memorial Descritivo Um memorial descritivo é um tipo de texto técnico que serve para explicar todo o desenvolvimento de determinado projeto, que pode ser uma obra ou um produto. Nesse documento, são apresentadas as normas que o autor utilizou para fundamentar sua exposição e a descrição pormenorizada do projeto, com todos os elementos técnicos e teóricos que foram utilizados pelo autor do memorial descritivo. Os memoriais descritivos são utilizados entre a fase de término do projeto e o início da execução do projeto propriamente dito. Desse modo, o memorial descritivo serve para orientar a compreensão da produção, da obra ou de determinado equipamento, peça, produto. Os interessados em conhecer o projeto terão, no memorial descritivo, todas as informações necessárias. Com é um documento técnico, o memorial descritivo expõe as informações mais relevantes de um projeto de forma detalhada. Os materiais e equipamentos empregados, as premissas e os objetivos do projeto, as normas técnicas, enfim, todosos detalhes necessários para a compreensão daquele projeto, devem estar descritos no memorial descritivo. Memorial Acadêmico Imagine um currículo. Pois bem, o memorial acadêmico é semelhante a um currículo, mas em vez de apresentar sua experiência profissional, detalha sua vivência acadêmica, científica ou cultural. Ou seja, todas as experiências de um aluno, professor, cientista ou artista são informadas no memorial acadêmico. Cada instituição, faculdade ou universidade adota um formato de memorial acadêmico, definindo os tópicos que deverão ser apresentados e a quantidade de páginas, entre 5 a 20 páginas, normalmente. Todavia, o objetivo é o mesmo: um resumo comentado de suas atividades. Uma característica interessante desse tipo de documento, que difere do formato do currículo, é a inclusão de análises reflexivas sobre suas atividades, ou seja, o que o levou a decidir por determinada atividade, o relato contextualizado de suas experiências e outras reflexões que ajudam ao leitor compreender sua trajetória acadêmica, científica ou artística. Normalmente, a estrutura de um memorial acadêmico é dividida em etapas: resumo (resumo do memorial), introdução, formação escolar, formação acadêmica, experiências profissionais, conclusão, publicações e referências. FIQUE ALERTA O formato deve seguir as normas de cada instituição. Os tópicos levantados aqui podem mudar também. Procure fazer com antecedência e muita calma o seu memorial acadêmico. 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 45 4.7 ATA Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim. Normas Geralmente, as atas são transcritas a mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de abertura e um termo de encerramento, assinado pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela autoridade delegação de poderes para tanto; essa também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro. Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescentado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão - “Em tempo: onde se lê ..., leia-se ... Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigidas sem parágrafos e não deve-se deixar espaços, a fim de que nada seja acrescentado. O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo. Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente e o secretário. Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que elas sejam convenientemente arquivadas, impossibilitando fraude. Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais. O livro de atas possui um termo de abertura e um de encerramento descritos a seguir: • termo de abertura Contém este livro 100 (cem) folhas numeradas de 1 (um) a 100 (cem), por mim rubricadas, e se destina ao registro das Atas das Reuniões da Diretoria da Sociedade _____________________, com sede, nesta capital, na Rua_______, nº _________ A minha rubrica é a seguinte: _______ Porto Alegre, _______________ Presidente:__________________ • termo de encerramento Contém este livro 100 (cem) folhas numeradas de 1 (um) a 100 (cem), que, rubricadas pelo Presidente, se destinaram ao registro das Atas das Reuniões da Diretoria da Sociedade _______________________, conforme se lê no Termo de Abertura. Porto Alegre,__________ Presidente: ___________ Assinatura Nome em Letra de forma. 46 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL • modelo de ata Na Figura 9 temos um modelo de ata. ATA DA DÉCIMA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DOS MORADORES DO CONDOMÍNIO RESIDENCIAL VERDES COLINAS Aos dezesseis dias do mês de março do ano de dois mil e oito, às vinte horas, no Salão de Festas do Condomínio Residencial Verdes Colinas, sito na Avenida América, número duzentos e dez, Parati, sob a presidência do Síndico, Sr. Ângelo Cândido Cabral, realizou-se a Décima Assembléia Geral Extraordinária dos moradores do condomínio, estando presentes, além do síndico, mais cinco dos dez moradores, sendo eles: José Simeão, Marilda Locatel, Geraldo Cardoso, Carlos Olímpio e Thiago Nunes. O síndico abriu os trabalhos solicitando ao condômino José Simeão que secretariasse a reunião e, de imediato, lesse a ata da assembleia anterior, que foi aprovada sem ressalvas. Em seguida, leu correspondência enviada à Prefeitura Municipal, em que se solicitavam melhorias na pavimentação da rua em frente ao condomínio, a qual se encontrava quase intransitável. Depois passou para a pauta da assembleia, que se constituía do seguinte assunto: pintura externa do prédio e instalação da piscina no condomínio. O síndico abriu os trabalhos (relato dos assuntos tratados e as deliberações) O síndico colocou a palavra à disposição para outros assuntos, mas ninguém se manifestou. Sendo assim, e nada mais havendo a tratar, foi encerrada a assembleia, e eu, José Simeão, secretário ad hoc (substituto), lavrei a presente ata, que, após lida e aprovada, será assinada por todos os presentes. Parati, dezesseis de março de dois mil e oito. José Simeão, Thiago Nunes, Geraldo Cardoso, Marilda Locatel, Carlos Olímpio. Figura 9 - Modelo de ata Fonte: SENAI-RS 4.8 MEMORANDO Também chamado de memo, esse documento pode ser utilizado pelos órgãos públicos ou empresas privadas, de maneira interna ou externa. Ele aborda assuntos rotineiros. O memorando pode conter: • número (opcional, mas recomendável); • local; • data (pode ser abreviada); • destinatário; • remetente; 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 47 • assunto; • vocativo; • texto (claro e objetivo); • fecho; • assinatura; • aviso de cópias, anexos, iniciais do redator e digitador. No caso de correspondência interna, não é necessário utilizar local, vocativo, fecho e aviso de cópias, anexos e iniciais. Observe o exemplo de memorando na Figura 10. SENAI Memo nº 5/03 Em 2 de março de 2009. Para: Gerente comercial De: Gerente financeiro Assunto: Indaiá Veículos -limite de crédito Informo que a empresa Indaiá Veículos Ltda. teve seu crédito reduzido para R$ 185.000,00 devido à situação financeira precária por que passa esse concessionário, revelada em seu último balancete. Abraços Saulo Ferreira SS-PL C/c: Gerente de vendas Anexo: Balancete Figura 10 - Memorando Fonte: SENAI-RS 48 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL RECAPITULANDO Até este ponto, você estudou que todos os parágrafos são unidades de discurso autossuficientes, compostos por uma sequência de frases organizadas em um ou mais períodos e apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica. Um parágrafo tem introdução, desenvolvimento e conclusão, mantendo unidade, coerência, concisão e clareza e pode ser curto ou longo. Os parágrafos são microtextos e podem ser narrativos, descritivos ou dissertativos, pois acompanham o tipo de texto que está sendo elaborado. O texto deve apresentar parágrafos com assuntos diferentes sobre o tema, para que não se torne repetitivo, redundante e cansativo. Aprendeu que o esquema é um ponto de partida para resumir e elaborar um texto. Após ter feito o esquema, você tem as ferramentas necessárias para elaborar um resumo, que é uma ferramenta importante para compreensão, interpretação e produção textual. Nesse capítulo, você também conheceu o relatório, que tem por objetivo relatar uma sequência de fatos ou acontecimentos relacionados a um evento específico, por exemplo: uma viagem de estudos, uma palestra, um evento entre outras coisas. Normalmente, apresenta objetividade, ausência de suspense ou expectativa, impessoalidade na exposição, exposição em ordem cronológica, indicação clara das diferentes fases do processo, detalhamentodas atividades realizadas e predominância de orações coordenadas. A linguagem utilizada nos relatórios deve ser objetiva, exata, precisa, clara e concisa, sem omitir nenhum dado importante. Nas áreas administrativas, o relatório se tornou uma ferramenta através do qual o administrador ou técnico consegue acompanhar as atividades desenvolvidas pelos diversos setores e permite uma conclusão. Para que um relatório sirva aos objetivos aos quais se propõe, ele deve responder as questões como: O quê? Por quê? Quem? Onde? Quando? Como? Quanto? Os relatórios podem ser simples, complexos, individuais, coletivos, parciais ou completos, periódicos ou eventuais, técnicos, científicos, econômicos, administrativos. Entre os tipos de relatórios, destacam-se os de pesquisa científica, relatório de atividades escolares, relatório comercial, relatório administrativo e o relatório de prestação de contas. No próximo capítulo, você obterá informações de outros textos que também são importantes aos profissionais que atuam em diversas áreas. 4 TIPOLOGIA, ESTRUTURA E PRODUÇÃO TEXTUAL 49 Anotações: GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 5 A comunicação escrita é, sem dúvida, fundamental para a comunicação humana no dia a dia, pois por meio dela, expressam-se a cultura e a organização social dos povos nas sociedades grafocêntricas. A descoberta da escrita possibilitou ao ser humano registrar a história de pessoas, lugares e civilizações. Portanto, um texto, para manter seu caráter universal, precisa estar escrito com adequação às normas vigentes, pois a língua escrita é conservadora. No mundo contemporâneo, em todas as profissões, reconhece-se a importância do profissional que, além de saber falar bem, sabe escrever corretamente, pois, por meio da escrita, o ser humano se faz ouvir sem ser interrompido. Além de permitir uma reflexão sobre o que foi escrito e comunicado, o registro escrito permanece no tempo, independentemente de seu autor. Graças à escrita, o ser humano passou a ter história, multiplicou seus conhecimentos, ideias e crenças, utilizando o texto escrito como instrumento de comunicação, de educação, ideação, lazer e arte. O Novo Acordo Ortográfico foi criado em 1990 para unificar a ortografia em todos os países de língua portuguesa. Foi promulgado pelo Decreto 6.583/2008, em vigor desde janeiro de 2009 no Brasil. Possui um período de transição que vigora até dezembro de 2016, ou seja, quando essa forma passará a ser oficial. SAIBA MAIS Como você já conhece e usa a língua escrita em nossas atividades, precisa entender o que mudará a Língua Portuguesa após o Novo Acordo Ortográfico. 5.1 O ACORDO ORTOGRÁFICO O Novo Acordo Ortográfico trouxe mudanças ao português brasileiro; portanto, é importante estudarmos as principais modificações. 52 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Alfabeto O alfabeto é agora formado por 26 letras. O ‘k’, ‘w’ e ‘y’ não eram consideradas letras do nosso alfabeto. Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano Trema Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano Escrevemos agora: consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência. Acentuação 1. Ditongos5 abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, obs: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis. obs2: o acento no ditongo aberto ‘eu’ continua: chapéu, véu, céu, ilhéu. 2. O hiato6 ‘oo’ não é mais acentuado enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo. O hiato ‘ee’ também não é mais acentuado: deem, leem, veem, descreem,releem, reveem. 3. Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas: polo, pela, pera Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo ‘poder’ (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - ‘pôde’) e no verbo ‘pôr’ para diferenciar da preposição ‘por’. Ex.: Vamos por aqui. Precisamos pôr mais gasolina no tanque. Obs.2: o acento diferencial na palavra “forma” (substantivo) é facultativo. A fôrma de bolo tem a forma de coelho! Ou, A forma de bolo tem a forma de coelho! 4. Não se acentua mais a letra ‘u’ nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de ‘g’ ou ‘q’ e antes de ‘e’ ou ‘i’ (gue, que, gui, qui): argui, apazigue, averigue, enxague, oblique. 5 É o encontro de uma vogal mais uma semivogal ou de uma semivogal mais uma vogal pronunciadas em uma só sílaba. 6 É quando as vogais se encontram em sílabas diferentes, embora estejam em sequência. 5 GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 53 Vamos ver no Quadro 5, a seguir, as regras básicas de acentuação que não sofreram modificações: (CONTINUA) TIPO DE PALAVRA OU SÍLABA QUANDO ACENTUAR EXEMPLOS (COMO ERAM) OBSERVAÇÕES (COMO FICARAM) Proparoxítonas sempre simpática, lúcido, sólido, cômodo Continua tudo igual. ao que era antes da nova ortografia. Observe: Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia da região: acadêmico, fenômeno (Brasil) académico, fenómeno (Portugal). Paroxítonas Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S fácil, táxi, tênis, hífen, próton, álbum(ns), vírus, caráter, látex, bí- ceps, ímã, órfãs, bênção, órfãos, cárie, árduos, pólen, éden. Continua tudo igual. Observe: 1) Terminadas em ENS não levam acento: hífens, polens. 2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sémen, fémur (Portugal). 3) Não ponha acento nos prefixos paroxítonos que terminam em R nem nos que terminam em I: inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-internato. Oxítonas Se terminadas em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS vatapá, igarapé, avô, avós, refém, parabéns Continua tudo igual. Observe: 1. terminadas em I, IS, U, US não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi. 2. Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver varia- ção de pronúncia: bebê, purê (Brasil); bebé, puré (Portugal). Monossílabos tônicos (são oxí- tonas também) terminados em A, AS, E, ES, O,OS vá, pás, pé, mês, pó, pôs Continua tudo igual. Atente para os acentos nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc. Í e Ú em palavras oxítonas e paro- xítonas Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato) saída, saúde, mi- údo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús, Piauí 1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís. 2. Não se acentuam i e u se depois vier 'nh': rainha, tainha, moi- nho. 3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio). 4. Mas, se, nas oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú. Ditongos aber- tos em palavras paroxítonas EI, OI, idéia, colméia, bóia Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve- -se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia. Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R. Ditongos aber- tos em palavras oxítonas ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) papéis, herói, he- róis, troféu, céu, mói (moer) Continua tudo igual (mas, cuidado: somente para palavras oxítonas). 54 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Verbos arguir e redarguir (agora sem trema) arguir e redarguir usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjun- tivo e do imperativo afirmativo. Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas(rizotônicas): eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: argúi), mas não acentue. Verbos termi- nados em guar, quar e quir aguar enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjun- tivo e do imperativo afirmativo. Esta regra sofreu alteração. Observe: Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico). tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas. Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentua- do: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue). ôo, ee vôo, zôo, enjôo, vêem Esta regra desapareceu.Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo. Verbos ter e vir na terceira pessoa do plural do presente do indicativo eles têm,eles vêm Continua tudo igual. le vem aqui; eles vêm aqui. Eles têm sede; ela tem sede. Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir) na terceira pessoa do singular leva acento agudo; na terceira pessoa do plural do pre- sente levam circunflexo ele obtém, detém, mantém;eles obtêm, detêm, mantêm Continua tudo igual. Acento diferencial Esta regra desapareceu, exceto para os verbos: PODER (diferença entre passado e presente.Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje. PÔR (diferença com a preposição por) Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos; TER e VIR e seus compostos (ver acima).Observe:1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR:Para-raios, para-choque.2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada. Trema: O trema não é acento gráfico. Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico. Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano Quadro 5 - Regras de acentuação Fonte: GUIDIN, 2015 (CONCLUSÃO) 5 GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 55 5.1.1 USO DO HÍFEN Infelizmente, o Novo Acordo Ortográfico não simplificou a compreensão quanto ao uso de hífen. O nosso microondas agora é micro-ondas. Pensou que o hífen tinha sido banido? Não é bem assim. Esse pequeno traço foi empregado para evitar o conflito das duas vogais, separando-as, mas vem provocando uma grande confusão nas pessoas. No entanto, auto-escola e infra-estrutura agora são autoescola e infraestrutura. Curiosa ficou a grafia de PARAQUEDAS. Antes do Acordo, escrevia-se com o acento agudo no primeiro elemento (“pára“) e com hífen (“pára-quedas”). Agora devemos suprimir o acento e unir tudo em PARAQUEDAS. E aí, você pensa logicamente em... “parachoque”, ERRADO! O problema é que isso não vale para outras situações análogas. O “pára-lama”, o “pára-choque” e o “pára-brisa” de ontem perderam o acento pois “para” perdeu o acento que diferenciava verbo e preposição. o hífen em PARA-LAMA, PARA-CHOQUE e PARA-BRISA. Complicado, não? Os autores do acordo ortográfico justificam que as palavras “paraquedas” e “paraquedista” perdeu o acento em razão de não possuírem mais a noção de composição do termo. Agora, vamos à questão ANTISSOCIAL. Sim, sem hífen e com dois esses. O hífen existia antes do Acordo no prefixo anti quando a palavra posterior iniciava-se por -h, -r ou -s. Assim, escrevia-se “anti-social”. Agora é uma só palavra: antissocial. O mesmo raciocínio se estende a outros prefixos, quando antecederem as letras -s e -r. Portanto, agora se escreve semissoberania e semisselvagem, arquirrival, contrarregra, contrassenso, ultrassom, entre outros casos. O “co-autor” virou coautor não mais separado por hífen, “co-responsável” passou a ser corresponsável, além de perder um hífen dobrou o “erre” e “coherdeiro” perdeu o hífen e o h. O caso mais diferente é aquele que é julgado com outros réus: o corréu ou a corré. Para resumir o que vimos, veja no Quadro 6 um resumo sobre o uso do hífen. PREFIXO USO DO HÍFEN - A PALAVRA SEGUINTE COMEÇA COM? SEMPRE NUNCA B H R S VOGAL auto, contra, extra, infra, intra, neo, proto, pseudo, semi, supra, ultra X V X/RR X/SS X ante, anti, aqui, sobre X V X/RR X/SS X hiper, inter, super X V V X X entre X V X/RR X/SS X mal, pan X V X X V circum X X X X V além, aquém, bem, co, ex, grã, grão, pára, pós, pré, pró, recém, sem V V V V V ab, ad, ob, sob X X V X X sub V O V X X bio, endo, macro, mini, tetra (formação erudita) X V X X X/RR X/SS X pré, pró, pára, recém, pós (prefixos tônicos) V X V V V V V V - VAI HÍFEN X - NÃO VAI HÍFEN O - USA DE QUISER RR/SS - DUPLICA A LETRA Quadro 6 - Uso do hífen Fonte: Adaptado de GAZOLA, 2015 56 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL 5.2 CRASE Crase é a junção da preposição a – exigida pela palavra que a precede – com o artigo definido feminino a. Usa-se o acento grave para marcar a crase. Vamos a algumas regras práticas sobre o uso da crase: • ocorre a crase sempre que, ao se substituir a palavra feminina por uma masculina, aparece a combinação ao. Exemplo: a) amanhã iremos ao colégio. – (preposição a exigida pela regência do verbo ir + artigo definido masculino “o” = ao); b) amanhã iremos à escola. – (preposição a + artigo “a” = à); • para verificar a ocorrência do artigo “a”, transforma-se a palavra (a qual estamos em dúvida sobre a regência e se a crase a antecederá) em sujeito de uma oração qualquer: Caso tenhamos dúvidas se escrevemos “Iremos todos a Brasília” ou “Iremos todos à Brasilia”, basta transformarmos a palavra Brasília como sujeito em uma oração. Por exemplo, falamos que “Brasília é um patrimônio da humanidade” e não que “A Brasília é um patrimônio da humanidade.” Sendo assim, não há artigo antes do nome da cidade, logo, na frase “Iremos todos a Brasília”, não haverá crase, pois não há a junção entre artigo e preposição. FIQUE ALERTA Nomes de cidade não admitem, em geral, qualquer artigo. Porém, modificados por adjunto adnominal, passam a admiti-lo. Exemplo: Retornarei a Curitiba no próximo ano (refere-se à própria cidade).Retornarei à Curitiba de Poty Lazzarotto (no sentido do estilo de um local). • usa-se o acento grave sobre o “a” quando pode-se substituí-lo por: para a, na, pela, com a. Exemplo: Ofereci ajuda à coordenadora = Ofereci ajuda para a coordenadora. Entretanto, na frase “Ofereci ajuda a ela” o “a” não é craseado, pois o “a” é apenas a preposição, não a junção da preposição com o artigo feminino, o que faz ocorrer a crase. Isso ocorre, pois antes de “ela” não vai crase. Decorrente da regra geral é a fórmula mnemônica abaixo: “Se vou A e volto DA, crase há.” Exemplo: Se vou à biblioteca e volto da biblioteca. “Se vou A e volto DE, crase para quê?” Exemplo: Se vou a Goiânia e volto de Goiânia. SAIBA MAIS 5 GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 57 FIQUE ALERTA A leitura e o estudo aprofundado da língua portuguesa sempre serão importantes para nossa comunicação e valorização pessoal e profissional. O seu desafio é pesqui- sar sempre sobre o que escreve e ensina. Por isso, verifique seu vocabulário técnico também ao escrever. Consulte o dicionário sempre que tiver dúvida. Um ponto importante: os editores de texto, como o Word, possuem corretores or- tográficos que sinalizam os possíveis erros de grafia (sublinhados em vermelho) e de concordância (sublinhados em verde), sendo que muitas palavras são corrigidas automaticamente. Portanto, verifique se o seu corretor está atualizado conforme o novo Acordo, de modo a evitar que seu texto sofra alterações automáticas ou você seja induzido a cometer erros que irão prejudicar a qualidade de seu trabalho. Você não pode ficar totalmente dependente do corretor ortográfico. Considere, por exemplo, as palavras: princípio (substantivo) e principio (verbo principiar). O corretor ortográfico não tem capacidadepara distinguir qual delas você está querendo usar. Portanto, SEMPRE revise seus textos. SAIBA MAIS 5.3 ORTOGRAFIA A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua. Conhecer regras é útil, mas só se aprende a escrever escrevendo! Para escrever é preciso conhecer o assunto. Assim, chegamos a um ponto crucial: leitura. O hábito de ler auxilia muito no momento em que formos escrever, pois conseguimos expressar melhor nossos pensamentos, intenções e defender nossos pontos de vista. Qualquer tipo de leitura treina nosso cérebro. Até a leitura de um gibi é importante, pois aguça nossos sentidos, atiça nossa criatividade, surpreende–nos pelas situações inusitadas. O importante é lermos textos variados e reconhecidamente bem escritos. Portanto, para escrever bem, é preciso ler bem também. Quando temos o hábito de ler – e nunca é tarde para adquiri-lo – nossa dificuldade com ortografia praticamente deixa de existir. A seguir iremos apresentar alguns casos em que as palavras podem causar dúvidas. 5.4 FORMAS VARIANTES Formas variantes são formas duplas ou múltiplas, equivalentes, onde ambas estão corretas para se referir a uma mesma coisa. Tais variantes morfológicas ocorrem em virtude da incerteza na fixação da forma definitiva. A tendência, contudo, é fixar-se uma só forma, com esquecimento da outra ou das outras. Não se deve confundir formas variantes com as palavras homônimas e parônimas. 58 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Veja os exemplos a seguir de algumas formas variantes que coexistem na nossa língua: • enfarte e infarto; • abdome e abdômen; • cota e quota; • loiro e louro; • percentagem e porcentagem; • catorze e quatorze; • cociente e quociente. 5.5 PALAVRAS HOMÔNIMAS E PALAVRAS PARÔNIMAS As palavras homônimas são aquelas que possuem grafia ou pronúncia igual, por exemplo: • sessão (reunião) – seção (divisão, corte) – cessão (ato de ceder); • almoço (substantivo) e almoço (verbo). No caso das palavras parônimas, elas possuem grafia e pronúncia parecidas, por exemplo: • comprimento (extensão) – cumprimento (saudação); • despercebido (não notado) – desapercebido (despreparado). Veja no Quadro 7 alguns exemplos de palavras homônimas e parônimas de nossa língua. (CONTINUA) acender atear fogo ascender subir acerca de sobre, a respeito de cerca de aproximadamente arriar pôr arreios em arrear abaixar caçar pegar animais cassar anular, tirar o direito de cela pequeno quarto de dormir sela arreio censo contagem demográfica senso juízo, discernimento cerração nevoeiro espesso serração ato de serrar, cortar cessão ato de ceder sessão em reuniões/espetáculos seção ou secção corte, divisão, setor comprimento tamanho 5 GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 59 cumprimento saudação, realização conjectura ou conjetura hipótese, suposição conjuntura situação, circunstância, momento descrição ato de descrever, retratar discrição qualidade de discreto dispensa isenção, licença despensa lugar para mantimentos despercebido não percebido desapercebido desprovido emergir vir à tona Imergir afundar emigrar sair de um país imigrar entrar em país eminente notável, celebre iminente prestes a ocorrer flagrante evidente, ato de flagrar fragrante cheiroso, perfumado fluir correr fruir desfrutar história narrativa de fatos reais estória narrativa de ficção imoral contra a moral amoral sem moral infligir aplicar pena infringir transgredir mal advérbio de modo, substantivo (contrário de bem) mau adjetivo (ruim, antônimo de bom) precedente antecedente procedente que procede, proveniente previdência antevidência providência medidasabedoria divina sobrescrever escrever sobreendereçar subscrever assinar sustar Interromper suster sustentar, reprimir tacha pequeno prego, tacho grande taxa tributo, imposto tráfego trânsito tráfico comércio, lícito ou não vultoso enorme, volumoso vultuoso inchado e vermelho (na face e lábios) Quadro 7 - Palavras homônimas e parônimas Fonte: SENAI-RS (CONCLUSÃO) 60 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL 5.6 PONTUAÇÃO A pontuação correta é imprescindível para a compreensão de um texto. Para Cunha e Cintra (2013), a língua escrita não dispõe dos inumeráveis recursos rítmicos e melódicos da língua falada. Para suprir esta carência, ou melhor, para reconstituir aproximadamente o movimento vivo da elocução oral, serve-se da pontuação. Existem, porém, razões lógicas que policiam a pontuação, uma vez que o pensamento tem uma ordem, e assim os termos que o representa. Para demonstrar a diferença que a pontuação pode fazer no significado de uma frase, contamos a seguinte história: O Mistério da Herança Um homem rico estava muito mal, agonizando. Dono de uma grande fortuna, não teve tempo de fazer o seu testamento. Lembrou, nos momentos finais, que precisava fazer isso. Pediu, então, papel e caneta. Só que, com a ansiedade em que estava para deixar tudo resolvido, acabou complicando ainda mais a situação, pois deixou um testamento sem nenhuma pontuação. Escreveu assim: “Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres.” Morreu antes de fazer a pontuação, e isso deixou dúvidas quanto a quem seria o herdeiro dos bens. A irmã, o sobrinho, o padeiro e os pobres contrataram advogados para ajudá-los a herdar a riqueza. O advogado do sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. O advogado da irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito : Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. O padeiro puxou a brasa pra sardinha dele: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. Então, chegaram os pobres da cidade. Espertos, fizeram esta interpretação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais ! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres. Abaixo você terá mais subsídios para entender o uso dos sinais de pontuação. Os sinais de pontuação reproduzem na escrita nossas intenções e anseios. A pontuação correta permite que nosso texto seja entendido com clareza. A pontuação é um dos recursos que se utiliza para dividir o texto em unidades de sentido, dando mais importância a uma informação do que a outra e ajudando o leitor a compreender o que o autor quer expressar. São recursos que, quando usados com propriedade, têm o poder de dar uma nova dimensão ao que se escreve. 5 GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 61 Ponto final (.) No momento da utilização do ponto final, a melodia da frase apresenta um tom descendente, até à pausa absoluta. O ponto final, como o próprio nome indica, encerra um pensamento ou uma frase, por exemplo: Ontem, cheguei cedo ao trabalho. Por favor, peço silêncio. O ponto final também é utilizado em abreviaturas: Sra. (Senhora); min. (minuto); Dr. (Doutor). Em relação aos títulos e as cabeçalhos, deve-se utilizar o ponto final. Todavia, na linguagem publicitária e em manchetes jornalísticas, há liberdade na utilização do ponto final. Veja alguns exemplos: Nas Lojas Prime, você é o primeiro Mensalão será o julgamento do século Ponto e Virgula (;) A melodia da frase, quando temos o ponto e vírgula, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Empregamos o ponto e vírgula nos seguintes casos: • para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si. Os centros tecnológicos têm grandes desafios pela frente; os alunos têm cada vez mais confiança nos resultados positivos. • para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula. Os índices de desemprego indicam que o mercado está serecuperando, os empresários estão mais otimistas, o consumo aumenta aos poucos; as vagas são, na maior parte, para aqueles que têm capacitação técnica. • para separar itens de uma enumeração. Os encarregados da manutenção encontraram os seguintes problemas: - máquinas inoperantes devido ao desgaste natural; - operadores mal preparados; - falta de cronograma de manutenção eficiente. • para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.). As manutenções foram programadas para hoje pela manhã; entretanto, conforme solicitado pela supervisão de produção, o serviço só será realizado durante a noite. • para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração. 62 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Teríamos grande prazer em atendê-los pessoalmente; os compromissos agendados, porém, nos impedem de fazê-lo. Dois pontos (:) O uso de dois pontos marca uma suspensão da voz em uma frase não concluída. Às vezes pode ser entendido como um “suspense”. Houve dois motivos para o experimento não ter dado certo: em primeiro lugar, o procedimento não foi seguido passo a passo; em segundo lugar, a máquina precisa de manutenção. Usa-se dois pontos para: • anunciar as falas de personagens: Ao encontrar os colegas de grupo, perguntei: - Conseguiram terminar o relatório? • para anunciar uma citação: Vinícius de Moraes, falando de amor, escreveu: “que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.” • para anunciar uma enumeração: Os alunos selecionados para as olimpíadas são: Roberto Anderson Silveira, Maurício Gomes e Alessandra Pedrotti. • antes de orações apositivas: Impôs uma condição: a produção não poderia parar por mais de meia hora. • para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse: O ajustador das máquinas tinha esse hábito: jamais iniciava o trabalho sem antes bater no peito três vezes. Ponto de interrogação (?) É utilizado no fim de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta direta. A melodia da frase indica um tom ascendente. • usa-se o ponto de interrogação ao final das perguntas diretas: Por que você não buscou auxílio dos técnicos mais antigos? Porém, não usamos ponto final para perguntas indiretas: Não sei por que você não buscou auxílio com os técnicos mais antigos. • para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa: O quê? Isso não pode ter acontecido! Ponto de exclamação (!) • é usado após interjeições ou locuções e ao final de frases que expressam sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa, súplica, ordem, horror, espanto: 5 GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 63 Viva! Vamos conseguir mais uma medalha! • quando se deseja intensificar a ideia expressa, pode-se repetir o ponto de exclamação: Meu Deus!!! Observação: quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração, pode-se usar ponto de interrogação seguido de ponto de exclamação. Quem subirá ao pódio para receber a medalha?! Aspas (“...”) • são usadas para indicar uma citação, as palavras de outra pessoa no texto: Vinícius de Moraes, falando de amor, escreveu: “que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.” • para indicar que uma palavra está sendo tomada fora de seu sentido usual: Quem observava de longe, tinha a impressão de que o “xerife” da turma era Josué. • para indicar termos de gíria e palavras estrangeiras: Via-se que a menina estava “caidinha” pelo representante da turma. Esse acessório vai dar um “upgrade” no seu carro. Reticências (...) As reticências indicam uma interrupção na sequência normal da frase, supressão de um trecho, ideia de continuidade ao que se estava dizendo. Exemplo: A oficina de manutenção está bem equipada, mas a organização... (... ) na sequência de medidas provisórias editadas pelo governo. Tiveram a sensação do dever cumprido, da meta alcançada... Parênteses ( ) Usamos parênteses para explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações. Exemplo: A meta foi alcançada (com muito esforço, é verdade) e os prêmios serão distribuídos no final deste mês. Os verbos intransitivos (VI) não precisam de complemento. Travessão ( - ) Usa-se o travessão para: • indicar a mudança de interlocutor em um diálogo: - Precisamos rever os conteúdos, disse o assistente. - Tenho algumas ideias para melhorar o projeto, completou o operador. • separar orações intercaladas, desempenhando as funções das vírgulas e dos parênteses: 64 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Nossos planos para o ano vindouro – conforme especificado no guia da empresa – irão provocar grandes mudanças internas. • colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra: Precisamos valorizar aqueles que são mais importantes na empresa – os colaboradores. 5.7 REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL Regência é o modo pelo qual uma palavra rege outra que a complementa e pode ser verbal ou nominal. Segundo Sarmento e Tufano (2004), os termos de uma frase se complementam em uma relação de dependência direta ou indireta. Alguns pedem um complemento - são os termos regentes; outros complementam o sentido do termo regente - são os termos regidos. 5.7.1 REGÊNCIA NOMINAL Alguns substantivos, adjetivos ou advérbios precisam de complemento para transmitir uma ideia completa. Esse complemento chama-se complemento nominal. Para Sarmento e Tufano (2004), regência nominal é a relação de dependência que se estabelece entre o nome e o termo por ele regido. Alguns substantivos e adjetivos aceitam mais de uma regência. Quando você escreve: “João tem medo”, logo se pergunta de que ele tem medo, certo? Isso indica que essa frase precisa de complemento. Então, para a frase ter sentido completo, temos de dizer de que João tem medo: “João tem medo de acidentes.” Exemplos de regência nominal: • acessível - a, ao; • afável – com, para com; • antipatia - a, contra, por; • devoto - a, de; • solidário – com; • acostumado - a, com; • apto - a, para; • dúvida - em, sobre. 5.7.2 REGÊNCIA VERBAL Para Sarmento e Tufano (2004), regência verbal é a relação de dependência que se estabelece entre o verbo e o termo por ele regido. 5 GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 65 Alguns verbos exprimem uma ideia completa e não precisam de complemento. São os verbos intransitivos (VI). Ex.: O bebê adormeceu. Outros verbos precisam de complemento para ter sentido completo. São os verbos transitivos que podem ser: • verbos transitivos diretos (VTD), quando o complemento vem ligado ao verbo diretamente: Ex.: Escutamos um barulho estranho. • verbos transitivos indiretos (VTI), quando o complemento vem ligado ao verbo por preposição: Ex.: Gostamos de músicas lentas. • verbos transitivos diretos e indiretos (VTDI), quando o verbo exige um complemento ligado diretamente e outro indiretamente: Ex.: Entregamos a encomenda ao porteiro. Existem ainda os verbos de ligação (VL). São aqueles que, expressando estado, ligam características ao sujeito. Ex.: Márcia ficou decepcionada. O resultado foi negativo. A seguir, veja alguns exemplos de regência verbal. ABDICAR - Pode significar renunciar, desistir. Pode ser um verbo intransitivo, transitivo direto ou transitivo indireto. Exemplo: O rei abdicou. VI (não necessita de complemento). Não abdicarei dos meus direitos. VTI (necessita de complemento, com emprego de preposição). AGRADAR - No sentido de contentar, satisfazer é transitivo indireto. Exemplo: O jogo não agradou ao técnico. O convite não lhe agradou. Observação: no sentido de fazer carinho é objeto direto. Exemplo: Agrada a esposa em todo o aniversário. AGRADECER - Pode aparecer como transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e indireto. Exemplo: Agradeci as flores. VTD (necessita de complemento, sem preposição). Agradeci aos diretores. VTI (necessita de complemento, com emprego de preposição). Agradeci o presenteao amigo. VTDI (tem dois complementos, um sem e outro com preposição). ASPIRAR - Será transitivo direto quando significar sorver, respirar. Exemplo: Aspirou gás carbônico. É transitivo indireto no sentido de almejar, pretender. Exemplo: Os trabalhadores aspiravam ao aumento salarial. AJUDAR - Aparece como transitivo direto e transitivo direto e indireto. Exemplo: Ela ajudava a minha irmã. VTD (necessita de complemento, sem preposição). 66 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Nós ajudávamos papai a limpar o quintal. VTDI (tem dois complementos, um sem e outro com preposição). ASSISTIR - Será transitivo direto quando significar prestar assistência, ajudar. Exemplo: O médico assistiu o pequeno garoto. Será transitivo indireto quando significar presenciar, ver. Nesse sentido o verbo ASSISTIR não admite o uso dos pronomes LHE, LHES. Exemplo: Nós assistimos ao jogo da seleção. Ele assistiu ao espetáculo. Será transitivo indireto quando significar caber, pertencer. Exemplo: Assiste aos governantes o bem-estar social. No sentido de morar, residir – pouco utilizado atualmente – será intransitivo. Exemplo: Ele assiste no Recife há muito tempo. CHAMAR - Será transitivo direto no sentido de convidar, convocar. Exemplo: Nós chamamos todos os presentes. No sentido de denominar há quatro construções: Chamaram-no trambiqueiro. VTD (necessita de complemento, sem preposição). Chamaram-no de trambiqueiro. VTD ( necessita de complemento, sem preposição). Chamaram-lhe trambiqueiro. VTI ( necessita de complemento, com emprego de preposição). Chamaram-lhe de trambiqueiro. VTI ( necessita de complemento, com emprego de preposição). CUSTAR - No sentido de ser custoso, ser difícil será transitivo indireto. Exemplo: Custou ao governo aquela difícil meta. No sentido de acarretar será transitivo direto e indireto. Exemplo: A insensatez custou-lhe os bens. ESQUECER /LEMBRAR - Serão transitivos diretos se não forem pronominais. Exemplo: Esqueci o nome da rua. Lembrei um caso antigo. Serão transitivos indiretos se forem pronominais. Exemplo: Esqueci-me do nome da rua. Lembrei -me de um caso antigo. Transitivos indiretos quando aparecerem nos sentidos de cair no esquecimento e vir à lembrança. Exemplo: Esqueceram-me de alguns fatos marcantes (Eu esqueci de alguns fatos marcantes – frase equivalente) 5 GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 67 OBEDECER/DESOBEDECER - São transitivos indiretos. Exemplo: O jogador desobedeceu ao regulamento. Os juristas obedecem ao Código Civil. PREFERIR - É um verbo transitivo direto e indireto. Exemplo: Preferia o computador ao notebook. Preferia o vinho à cerveja. 5.8 PALAVRAS USUAIS Existem algumas dúvidas no uso da Língua Portuguesa que são bem comuns e que afligem muitos estudantes. Na maioria das vezes, a solução é simples. Obviamente existem muitas outras dúvidas, principalmente em relação aos homônimos ou parônimos, que podem ser resolvidas facilmente com o auxílio de um dicionário. No Quadro 8, apresentamos uma lista de expressões habituais com sua explicação e aplicação correta. (CONTINUA) PALAVRAS/ EXPRESSÕES SIGNIFICADO APLICAÇÃO Há/A Há: tempo passado A: tempo futuro Não chove há dias. Daqui a cinco dias, entraremos em férias. A fim/afim A fim: finalidade Afim: semelhante Estou a fim de vê-la novamente. Os cursos tinham disciplinas afins. Ao telefone/no telefone Não se usa no telefone, pois não se fica dentro do telefone João esteve ao telefone durante horas. Aonde/onde Aonde: movimento Onde: não expressa movimento Aonde você vai? Onde você mora? Bebedor/bebedouro Bebedor: aquele que bebe Bebedouro: aparelho que fornece água Paulo tornou-se um bebedor de cerveja compulsivo. O bebedouro da escola está estragado. Mal/mau Mal: antônimo de bem Mau: ruim, antônimo de bom O relatório estava mal escrito Os maus pagadores são informados ao SPC. Mais/mas Mais: contrário de menos Mas: ideia contrária Ele tem dez anos a mais que Flávio. Ela tem diabetes, mas ainda continua comendo doces. Por ora/por hora Por ora: por esse momento Por hora: a cada sessenta minutos Por ora, não necessito de novos sapatos. Os flanelinhas cobram 10 reais por hora para cuidar do carro. À medida que/na medi- da em que À medida que: proporção Na medida em que: equivalente a visto que À medida que o consumo aumenta, cresce a necessida- de de ativar fontes de geração de energia. O projeto não será concluído na medida em que os recursos não forem liberados por causa do atraso no repasse das verbas. 68 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Ao invés de/em vez de Ao invés de: oposição, situação contrária Em vez de: em lugar de Ao invés de descer, a água subiu com mais força. Em vez do Rio, a cidade de São Paulo foi escolhida para os jogos principais. A princípio/em princípio A princípio: inicialmente Em princípio: em tese A princípio a idéia dele era fantástica, mas depois ela se mostrou inviável. Em princípio todos gostavam dele. Se não/senão Se não: caso não Senão: do contrário, exceto Se não chover, faremos um passeio. Não fazia outra coisa senão trabalhar. Quadro 8 - Palavras usuais Fonte: SENAI-RS RECAPITULANDO Neste capítulo você teve noções de gramática e sua aplicação, bem como estudou sobre o Novo Acordo Ortográfico. Revisou também o uso da crase, e o que são palavras homônimas e parônimas, de pontuação e aprendeu um pouco mais sobre regência verbal e nominal. (CONCLUSÃO) 5 GRAMÁTICA APLICADA DA LÍNGUA PORTUGUESA 69 Anotações: PROJETOS E TRABALHOS DE PESQUISA: METODOLOGIA 6 O sistema de comunicação na vida acadêmica apresenta dois tipos de canais dotados de diferentes funções: o informal e o formal. O canal informal de comunicação representa a parte do processo invisível ao público e está caracterizado por contatos pessoais (aulas, palestras, apresentações), e-mails, conversas telefônicas, correspondências e similares. O canal formal é a parte visível (público) e está representado pela informação publicada em forma de artigos de periódicos, livros, comunicações escritas em encontros científicos, entre outras formas. Tanto os canais formais quanto os informais são importantes no processo de construção do conhecimento científico e tecnológico. Os canais informais cumprem sua função como meio de disseminação de informação entre você e seus colegas. Os canais formais são responsáveis pela comunicação oficial dos resultados de uma pesquisa, cuja publicação proporciona o controle da qualidade de sua área e de sua instituição, confere reconhecimento, dá prioridade ao autor e possibilita o registro e a permanência do conhecimento. 6.1 TRABALHO CIENTÍFICO É o trabalho resultante de uma pesquisa7 e é avaliado pela qualidade de seu conteúdo e pela qualidade de sua apresentação, que deve estar em conformidade com os ritos acadêmicos. Seu sucesso como pesquisador está vinculado, cada vez mais, a sua capacidade de captar recursos, envolver pessoas para trabalhar em sua equipe e fazer alianças que proporcionem os recursos necessários para o desenvolvimento da pesquisa. Quanto maior for seu prestígio e reconhecimento, maior será seu poder de persuasão no processo de fazer aliados, e isso é obtido pelas suas publicações. 7 Significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas, ou seja, a pesquisa é realizada quando se tem um problema e não se tem informações para solucioná-lo. 72 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Divulgar a sua pesquisa, por meio de publicação em trabalhos científicos é impor- tante para o seu sucesso profissional e para sua instituição, pois ela terá em seu acervo o material produzido por seus pesquisadores. VOCÊ SABIA? A pesquisa, quanto a sua natureza, pode ser: BÁSICA: Quando gera conhecimentos novos para a ciência, mas sem a aplicação prática prevista a curto prazo. APLICADA: Quando gera conhecimentos para a aplicação prática e apresenta soluções para os problemas específicos.Quadro 9 - Natureza da pesquisa Fonte: SENAI-RS Os procedimentos técnicos mais comuns adotados para os trabalhos de pesquisa são: • pesquisa bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e, atualmente, material disponibilizado na internet; • documental: quando elaborada a partir de documentos e registros históricos que não receberam tratamento analítico; • experimental: quando feita por meio de experimentos; • levantamento: quando a pesquisa envolve a coleta de opiniões e informações de determinado grupo de pessoas; • estudo de caso: quando envolve o estudo profundo e exaustivo de uma situação de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento; • pesquisa participante: quando se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. 6.1.1 FINALIDADES Todo projeto de pesquisa pressupõe a existência de uma questão não resolvida e que necessita de discussão, investigação, decisão ou solução, em qualquer área do conhecimento. Sendo assim, sua finalidade é buscar respostas para problemas de interesse científico, tendo como base as seguintes indagações: • como são as coisas? • como ocorrem os fenômenos? • quais as suas causas? • quais as suas consequências? 6.1.2 ETAPAS O planejamento e a execução de uma pesquisa fazem parte de um processo sistematizado e compreende etapas que podem ser detalhadas da seguinte forma: 6 PROJETOS E TRABALHOS DE PESQUISA: METODOLOGIA 73 Escolha do tema e formulação do problema – Nessa fase se elege o objeto da pesquisa. Ele deve ser original, relevante e interessante, além de ser oportuno. Depois da escolha do tema, formule o problema e estabeleça uma hipótese que sirva de princípio para orientar sua pesquisa. Glossário - É uma lista de termos que foram usados na obra e o autor acredita ser importante explicar. Hipótese - Juízo, opinião, afirmação, dados que se consideram como válidos antes de comprovados ou demonstrados. Revisão de literatura – Procure o que já foi escrito a respeito do tema e veja as lacunas existentes para não desenvolver um trabalho já realizado por outra pessoa. Justificativa – Pergunte-se: o tema é relevante e, se é, por quê? Quais os pontos positivos que você percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? A justificativa deverá convencer você e, principalmente, quem for ler o projeto, de que a pesquisa proposta é importante e relevante. Determinação de objetivos – Os objetivos informam a finalidade da pesquisa, isto é, quais os resultados que você pretende alcançar ou qual a contribuição que sua pesquisa irá efetivamente proporcionar, devendo estar coerentes com a justificativa e o problema proposto. Metodologia – Nesta etapa, você irá definir que tipo de pesquisa será realizada; quais os procedimentos técnicos a adotar; onde e como será desenvolvida; qual a população (universo da pesquisa), amostragem e que instrumentos de coleta, processamento e análise de dados serão aplicados. Coleta de dados – Nesta etapa, você, com paciência e persistência, fará a pesquisa de campo propriamente dita. Tabulação de dados – Aqui você fará os cálculos estatísticos, tabelas, quadros e gráficos. Faça os registros e as planilhas. Análise e discussão dos resultados – Nessa fase, você interpretará e analisará os dados que tabulou e organizou na etapa anterior. Após, confrontará esses dados e provas com o objetivo de confirmar ou rejeitar a hipótese ou os pressupostos da pesquisa. Conclusão da análise dos resultados – Como você já tem condições de sintetizar os resultados obtidos com a pesquisa, explicite se os objetivos foram atingidos, se a(s) hipótese(s) ou os pressupostos foram confirmados ou rejeitados. E, principalmente, ressalte a contribuição da sua pesquisa para o meio acadêmico ou para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Redação e apresentação do trabalho científico – Redija seu relatório de pesquisa com escrita apurada, agradável e clara. Faça uma rigorosa revisão gramatical. FIQUE ALERTA Para a apresentação de um trabalho acadêmico é preciso seguir normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 74 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Para se fazer uma pesquisa, são necessários recursos e, para captá-los, antes de tudo, você deve apresentar um projeto que possa despertar o interesse de um financiador (órgão do governo, instituição de ensino e pesquisa, alguma organização não governamental – ONG, investidor ou patrocinador). FIQUE ALERTA Na redação do texto final, você deve observar os seguintes critérios: objetividade, clareza, precisão, consistência, linguagem impessoal e uso do vocabulário técnico. Não se esque- ça de citar todas as referências das obras e outras fontes consultadas. A seguir, você terá informações acerca da elaboração de um projeto de pesquisa. 6.2 ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA Não existem regras fixas para elaboração de um projeto de pesquisa. Quando o projeto for desenvolvido para ser apresentado a um órgão de financiamento, como a Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, um padrão normalmente é fornecido para facilitar a aplicação dos critérios de avaliação dos trabalhos. FINEP é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Sua mis- são é promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio do fomento público à Ciência, Tecnologia e Inovação em empresas, universidades, institutos tecnoló- gicos e outras instituições públicas ou privadas. SAIBA MAIS No projeto de pesquisa você mostrará o que pretende fazer; que diferença a pesquisa trará para a área a qual pertence; que contribuição trará para a sociedade, para sua instituição, para o país ou para o mundo; como está planejada a execução; quanto tempo levará para a sua execução, quais as pessoas envolvidas e os investimentos necessários a sua viabilização. Um esquema clássico de apresentação de projeto de pesquisa deverá conter: • título da Pesquisa – dê um título de impacto que seja conciso e de fácil memorização; • evite títulos extensos e com o uso de jargões que só especialistas entendem; • introdução (o que se vai fazer? e por quê?) – nesse capítulo, será apresentado o tema de pesquisa, o problema a ser pesquisado e a justificativa. Aqui você deverá apresentar argumentos que indiquem que sua pesquisa é significativa, importante e/ou relevante. Indique os resultados esperados; • objetivos (para quê?) – nesse item deverá ser indicado claramente o que você deseja fazer, o que pretende alcançar. Os objetivos podem ser gerais ou específicos, sendo esses um desdobramento, uma resultante ou um complemento do objetivo geral; 6 PROJETOS E TRABALHOS DE PESQUISA: METODOLOGIA 75 • revisão de literatura (o que já foi escrito sobre o tema?) – nesse item, você deverá fazer uma análise do que já foi produzido sobre o tema de sua pesquisa e as contribuições que ela poderá trazer para o conhecimento, além do que já foi publicado, incluindo seus pontos de convergência e divergência; • alguns órgãos de financiamento preferem uma análise de mercado para os produtos resultantes de uma pesquisa aplicada; • metodologia (como? onde? com quê?) – Aqui você mostrará como será executada a pesquisa e o desenho metodológico que pretende adotar: - será do tipo quantitativo, qualitativo, descritivo, explicativo ou exploratório? - será um levantamento, um estudo de caso, uma pesquisa, experimental? - em que população, ou universo, será aplicada a pesquisa? - como será selecionada a amostra e o quanto essa corresponde, percentualmente, em relação à população ou universo estudado? - como irá coletar os dados e quais instrumentos de pesquisa pretende usar: observação, questionário, formulário ou entrevista? Qual o instrumento de pesquisa? (Anexe-o ao projeto). - como irá tabular os dados e como eles serão analisados? - quais os passos de desenvolvimentodo modelo ou produto, caso a dissertação ou tese esteja direcionada para tal finalidade? • cronograma (quando? em quanto tempo?) – o cronograma identifica cada etapa da pesquisa e suas datas de início e término, como: elaboração do projeto, coleta de dados, tabulação e análise de dados, elaboração do relatório final. O uso do Gráfico de Gantt é a forma mais comum de se apresentar um cronograma (Quadro 10). ATIVIDADE DURAÇÃO SEMANAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Elaboração do Projeto 6 x x x x x x Coleta dos Dados 10 x x x x x x x x x x Tabulação e Análise de dados 2 x x Elaboração do relatório Final 2 x x Quadro 10 - Forma de apresentar um cronograma Fonte: SENAI-RS • orçamento (quanto vai custar?) – nesse capítulo, você elaborará um orçamento com a estimativa dos investimentos necessários, isto é, se a realização da pesquisa é viável. A utilização da planilha eletrônica é recomendável. O orçamento deverá ser dividido por rubricas, nas quais serão agrupadas as despesas com a aquisição de materiais de consumo, aluguéis, viagens, os investimentos em equipamentos, instrumentos e softwares; os serviços de terceiros; impostos e outros encargos. Relacione quantidades e valores em reais. Apresente um somatório com o valor global. 76 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL • participantes do Projeto (quem vai fazer?) – indique o nome e a função de cada um no projeto, por exemplo: coordenador, pesquisador, auxiliar de pesquisa. No caso de teses e dissertações, indique o nome do orientador, coorientador, linha de pesquisa e nome do mestrando ou doutorando. • referências (que materiais foram citados?) – cite os documentos dos quais você extraiu as citações feitas no projeto, seguindo a norma NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). • anexos – anexe cópias do instrumento de coleta de dados que pretende usar: questionário, formulário, roteiro de entrevista e outros documentos citados como prova no texto. FIQUE ALERTA Sempre que você tiver dúvidas na hora de apresentar um trabalho, consulte as normas de ABNT para que seu trabalho seja apresentado conforme os padrões estabelecidos. RECAPITULANDO Neste capítulo, você aprendeu que o seu trabalho trabalho publicado é uma comunicação e, portanto, exige planejamento para uma boa execução e uma redação que siga os padrões da língua formal. Seu trabalho dirige-se à comunidade científica e ao público interessado e contribui para a ciência, para a educação e para o desenvolvimento de nosso país. Também viu que, no momento de elaborar o trabalho científico, é necessário que você observe o conteúdo e a apresentação que deve estar de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A publicação do trabalho será importante para seu sucesso profissional e para a instituição. Vimos que todo projeto de pesquisa pressupõe a existência de uma questão não resolvida e que necessita de discussão, investigação, decisão ou solução, em qualquer área do conhecimento. Para elaborá-lo, há procedimentos e etapas que devem ser seguidos. Aprendemos que cada instituição tem um esquema próprio para a elaboração do projeto. No entanto, independente do esquema solicitado, sempre deverá constar: o que se pretende fazer; que diferença a pesquisa trará para a área a qual pertence; que contribuição trará para a sociedade, para a instituição, para o país ou para o mundo; como está planejada a execução; quanto tempo levará para a sua execução, quais as pessoas envolvidas e os investimentos necessários a sua viabilização. 6 PROJETOS E TRABALHOS DE PESQUISA: METODOLOGIA 77 Anotações: METODOLOGIA CIENTÍFICA – ABNT 7 A estrutura dos trabalhos acadêmicos obedece a uma ordem lógica de apresentação, que se divide em: elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. 7.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS Os elementos pré-textuais são os que antecedem o texto com informações que identificam o trabalho. 7.1.1 CAPA A capa é a proteção física externa do trabalho. Deve conter dados que permitam a correta identificação do trabalho, na seguinte ordem: • instituição (nome da instituição, área e curso); • nome do autor; • título do trabalho – subtítulo, se houver; • local (cidade); • data (ano da entrega). As informações devem ser dispostas centralizadas e com letras maiúsculas, sem emprego do ponto final (Figura 11). 80 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 11 - Capa Fonte: SENAI-RS 7.1.2 FOLHA DE ROSTO A folha de rosto deve conter os mesmos elementos da capa, acrescidos de informações complementares, necessárias à perfeita identificação do trabalho (Figura 12): • nome do autor; • título do trabalho – subtítulo se houver; • número de volumes (se houver mais de um, deve constar, na capa, a identificação do respectivo volume); • natureza (tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso) e objetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituição a que é submetido; área de concentração; • nome do orientador, precedido da palavra “Orientador”; • local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado; • data (ano de depósito/ou da entrega). 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA – ABNT 81 Figura 12 - Folha de rosto Fonte: SENAI-RS 7.1.3 SUMÁRIO Elemento obrigatório. Trata-se da enumeração dos principais capítulos (seções) e subcapítulos (subseções) e outras partes de uma publicação, na mesma ordem e grafia em que aparecem no trabalho. Regras de Apresentação do Sumário: • a palavra sumário deve ser centralizada, escrita com letras maiúsculas, em negrito; • deve figurar como último elemento pré-textual; • as seções devem ser numeradas em algarismos arábicos, da introdução até a conclusão; • os elementos pré-textuais NÃO DEVEM aparecer no sumário; • os indicativos das seções (capítulos) e subseções (subcapítulos) com seus respectivos títulos, devem ser alinhados à esquerda; • para numerar as seções (capítulos) e subseções (subcapítulos) de um trabalho, você deve usar a numeração progressiva. 7.2 ELEMENTOS TEXTUAIS Um trabalho acadêmico apresenta três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão. 82 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL 7.2.1 INTRODUÇÃO É a parte inicial do trabalho e fornece uma visão global da pesquisa realizada, apresentando o tema, a delimitação do assunto abordado e a justificativa. Deve incluir a apresentação do problema específico da pesquisa, seus objetivos e a(s) hipótese(s) e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho. 7.2.2 DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento ou corpo do trabalho é a parte mais extensa e visa a apresentar os resultados da pesquisa. Divide-se, geralmente, em capítulos (seções) e subcapítulos (subseções), que variam em função da natureza do conteúdo. Deve conter a revisão de literatura sobre o assunto, resumindo os resultados de estudos feitos por outros autores (as obras citadas devem constar na lista de referências). O método da pesquisa deve apresentar os procedimentos usados para realizar cientificamente o estudo, ou seja, o propósito do trabalho, o método de delineamento, as técnicas de coleta de dados e a técnica de análise. 7.2.3 CONCLUSÃO A conclusão apresenta, de forma sintética, os resultados do trabalho, salientando a extensão e os resultados de sua contribuição, bem como seus méritos. Deve basear-se em dados comprovados e fundamentar-se nos resultados e na discussão do texto, contendo deduções lógicas correspondentes aos objetivos do trabalho. 7.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS Os elementos pós-textuais são as referências, o glossário, os apêndices, os anexos e os índices. 7.3.1 REFERÊNCIAS As referências8 são elementos obrigatórios. Podem aparecer no rodapé, no fim de texto ou de capítulo, em lista de referências e antecedendo resumos, resenhas. Os elementos da referência são retirados, normalmente, da folha de rosto (verso e anverso) e capa do documento. Inclui-se, entre colchetes, a informação tirada fora das fontes prescritas.A pontuação deve ser uniforme para todas as referências. A separação das várias áreas deve ser com ponto final, seguido de um espaço. 8 Conjunto padronizado de elementos que permitem a identificação de um documento, no todo ou em parte, nos diversos tipos de formato (livro, artigo de periódico, CD, DVD, fotografia, mapa, documento on-line, ebooks, entre outros). 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA – ABNT 83 O título de monografias deve ser destacado, de forma uniforme, em todas as referências de um mesmo documento, utilizando-se os recursos tipográficos (negrito, itálico ou grifo). Essa regra não se aplica a documentos sem indicação de autoria ou responsabilidade que devem ter a entrada pelo próprio título, com a primeira palavra escrita em letras maiúsculas. Nas listas, as referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço simples, e separadas entre si por um espaço duplo (ou dois espaços simples). Veja, a seguir, alguns exemplos: SOBRENOME, Nome (s) do(s) autor(es) (pessoa, entidade). Título. Edição. Local de publicação: Editora, Data de publicação. VERISSIMO, Luís Fernando. O analista de Bagé. 93. ed. Porto Alegre: L&PM, 1992. Disponível em: <http:// www.arquiteturarevista.unisinos.br/pdf/43.pdf>. Acesso em: 06 jan. 2010. 7.3.2 ANEXOS Elementos opcionais destinados à inclusão de materiais não elaborados pelo próprio autor, como cópias de artigos, manuais, fôlders, balancetes e não precisam estar em conformidade com o modelo. 7.4 REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO A NBR estabelece algumas regras para a apresentação gráfica; entretanto, entretanto, o projeto gráfico é de responsabilidade do autor do trabalho. Para a apresentação de um trabalho de pesquisa, há algumas dicas que devem ser seguidas (ABNT, 2011): • papel: - folha branca, formato A4 (21 cm x 29,7 cm), digitado somente o anverso das folhas, com exceção da folha de rosto, cujo verso deve conter a ficha catalográfica; - impressão em cor preta, podendo utilizar cores somente para as ilustrações; • margens: - superior e esquerda: 3 cm; - inferior e direita: 2 cm; • fonte: - tamanho 12 para o texto; 84 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL - sugere-se 10 para citação de mais de três linhas, legendas, notas de rodapé e fontes de ilustrações e tabelas; • texto: - deve ser digitado com espaço 1,5, entre as linhas, excetuando-se as citações com mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas e fontes das ilustrações e tabelas; - recuo do parágrafo: a norma NÃO especifica; sugere-se 1,25 cm (1 tab.); • título dos capítulos/seções: - é indicado por número arábico, a partir do 1 (um) e seguido de seu título; - alinhado à esquerda, separado por um espaço de caractere; - capítulos são sempre iniciados em uma nova folha em página ímpar; - títulos devem iniciar na parte superior da página e ficar separados dos textos que os sucedem por dois espaços de 1,5 entrelinhas; • títulos dos subcapítulos/subseções; - são indicados por número arábico; - alinhamento de título das subseções à esquerda, separado por um espaço de caractere; - separados do texto que os precede ou que os sucede por dois espaços de 1,5 entrelinhas; • título sem indicação de seção: - errata, agradecimentos, listas de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, resumos, sumário, referências, glossário, apêndices, anexos; - digitados centralizados, em letras maiúsculas e em negrito; • paginação: - todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas; - a numeração é impressa a partir da introdução, em algarismos arábicos até a última folha do trabalho, incluindo os anexos; - o número deve ser colocado no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior; • numeração progressiva: - deve-se adotar a numeração progressiva para os capítulos e subcapítulos de um documento, visando à exposição lógica do tema e à rápida localização das partes que o compõem; FIQUE ALERTA A capa é apenas a proteção do trabalho, não deve ser contada. 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA – ABNT 85 • citação com mais de três linhas: - recuo de parágrafo para citação direta (ou longa): 4 cm da margem esquerda; - espaçamento simples; - texto justificado; - sem parágrafo; - sem aspas. • legendas, ilustrações, tabelas e notas de rodapé: - devem ser digitados em espaço simples e com uma fonte menor; • referências: - digitadas em espaço simples e separadas entre si por dois espaços simples; - ordenadas em ordem alfabética, por sobrenome de autor ou título; • Ilustrações: - as ilustrações compreendem imagens visuais (gráficos, fotografias, mapas, quadros, plantas, organogramas e outros) que servem para complementação de um texto; - sua identificação sempre é na parte inferior, precedida da palavra designativa (gráficos, fotografias, mapas, quadros, plantas, organogramas e outros), seguida do número de ordem de ocorrência no texto (em algarismos arábicos) e do respectivo título; - devem ser incluídas próximo ao trecho a que se referem. Segundo o site oficial, a ABNT foi fundada em 1940. A Associação Brasileira de Nor- mas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, forne- cendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização por meio da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. É membro fundador da ISO (International Organization for Standardization), da CO- PANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de Normalização). A ABNT é a representante oficial no Brasil das seguintes entidades internacionais: ISO (International Organization for Standardization), IEC (International Eletrotechnical Comission); e das entidades de normalização regional COPANT (Co- missão Panamericana de Normas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul de Norma- lização). Endereço do site da ABNT: http://www.abnt.org.br/ SAIBA MAIS RECAPITULANDO 86 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Vimos que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Embora as normas estabeleçam as regras para a apresentação gráfica, o projeto gráfico é de responsabilidade do autor do trabalho. Aprendemos que a estrutura dos trabalhos acadêmicos obedece a uma ordem lógica de apresentação, que se divide em: elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Os elementos pré-textuais (capa, folha de rosto e sumário), são os que antecedem o texto com informações que identificam o trabalho. Também soubemos que os elementos textuais são três partes fundamentais do trabalho, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Os elementos pós-textuais são as referências, o glossário, os apêndices, os anexos e os índices. Além disso, estudamos que os elementos opcionais destinam-se à inclusão de materiais não elaborados pelo próprio autor, como cópias de artigos, manuais, fôlderes, balancetes, e não precisam estar em conformidade com o modelo. 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA – ABNT 87 Anotações: COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO 8 Atualmente, os profissionais são convidados, com mais frequência, a fazer algum tipo de apresentação, quer seja em uma reunião, quer seja uma palestra. Muitos profissionais não sabem como preparar uma boa apresentação e, por isso, é de extrema importância saber como fazê-la adequadamente. As apresentações não devem ser decoradas, mas compreendidas pelo apresentador, que além de fazer a apresentação, deve preparar-se para responder eventuais perguntas da plateia. Para ter sucesso nas apresentações, o orador pode lançar mão das ferramentas de multimídia, uma combinação das mídias estáticas e dinâmicas, que permitem transmitir uma ideia por meio da visão,da audição ou do tato. 8.1 TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO As apresentações orais de trabalhos também requerem certos cuidados para que os objetivos sejam alcançados. Oratória9 é o termo que designa a arte de falar bem em público. Muitas pessoas têm medo de falar em público pelas mais diferentes razões, porém a sociedade tem exigido cada vez mais o desenvolvimento dessa competência. Todo orador, do mais experiente ao menos, sente certa tensão ao enfrentar uma plateia. Algumas pessoas superam essas sensações com rapidez e outras, porém, se deixam dominar pelos sentimentos. É possível superar essa dificuldade com prática e com domínio do assunto a ser apresentado. Um orador só sentirá confiança se dominar o assunto. Para tanto, é preciso preparar-se e treinar. Além disso, o mundo do trabalho tem exigido um fluxo de informações acelerado e, por isso, muitos profissionais são convidados a fazer algum tipo de apresentação, seja em uma reunião de trabalho para poucas pessoas, seja em uma palestra para um público bem maior. 9 É um método de discurso e era estudada como um componente da retórica. 90 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL CASOS E RELATOS Marcos Paulo destacou-se no seu Curso Técnico em Automação e é um colaborador em quem a empresa pode confiar para resolver os casos mais difíceis que se apresentam. Apesar de sua indiscutível capacidade técnica, Marcos não consegue se relacionar bem com seus colegas de trabalho, principalmente porque ele não consegue repassar os passos a serem seguidos para cumprir um programa. As tarefas não são realizadas a contento na primeira tentativa, e a insatisfação se instalou no ambiente de trabalho. Devido à sua comunicação truncada, ainda não pôde ser provido a chefe de seu setor. Conversando com um amigo a quem não via há muito tempo, Marcos conseguiu falar de seu problema e de sua frustração pelo fato de as pessoas não conseguirem entender o que ele tenta repassar aos outros para a concretização de tarefas técnicas. O amigo recomendou que Marcos procurasse um curso de oratória – curso esse que poderia ajudá- lo a organizar-se para falar e transmitir suas ideias de maneira clara e precisa. Após os dois meses de curso, Marcos Paulo começou a sentir a diferença no trabalho. Os colegas escutam atentamente quando ele fala, entendem os passos a seguir e o cumprimentam pela eficiência. O ambiente de trabalho melhorou, Marcos se sente mais realizado, feliz e acaba de receber a notícia de sua promoção! Além de saber escrever bem um texto, digitá-lo e formatá-lo e elaborar uma apresentação, é preciso preparar-se para apresentar seu trabalho oralmente. A seguir, vamos lhe dar algumas informações importantes para que você seja bem sucedido em mais essa etapa. A grande maioria dos especialistas afirma que uma plateia é capaz de prestar atenção por no máximo 45 minutos, absorvendo apenas 1/3 de toda a informação repassada. VOCÊ SABIA? Preparar uma apresentação é estruturar a explanação que será realizada. Para isso é necessário: • elaborar um bom resumo do assunto, selecionando as informações mais importantes; • criar os slides; • desenvolver a apresentação; • treinar a apresentação. 8 COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO 91 Para elaborar o resumo, é necessário selecionar algumas frases introdutórias impactantes para despertar a atenção do público. Na preparação da sua apresentação, é importante definir claramente os objetivos (dizer a que veio), qual a metodologia utilizada para se chegar aos resultados que serão apresentados, os resultados em si e as conclusões sobre a pesquisa realizada. FIQUE ALERTA Uma apresentação precisa de tempo para ser preparada. Nunca prepare a sua apre- sentação alguns minutos antes de entrar em cena e nem na noite anterior. Faça isso com alguns dias de antecedência. Isso dará tempo para você fazer as revisões e in- cluir alguns itens que foram eventualmente esquecidos. Os slides necessitam de atenção especial. Existem algumas dicas preciosas que podem auxiliar a fazer excelentes apresentações. Acompanhe atentamente essas dicas, porque você também precisará elaborar uma apresentação: • um ou dois slides para apresentar os motivos da apresentação; • de um a três slides para delinear o problema, o tema apresentado, a abrangência/ restrições da pesquisa ou assunto, quais foram os critérios usados para delimitar o assunto e os métodos que foram empregados para o levantamento das informações; • entre três e quatro slides para apresentar os resultados da pesquisa; • de um a dois slides para apresentar as conclusões, que devem estar relacionadas aos objetivos apresentados; Um bom recurso audiovisual é importante para que haja um direcionamento da informação e atraia a atenção dos envolvidos. Portanto, essa apresentação deve seguir alguns padrões e ter objetividade. 8.1.1 FERRAMENTAS DE MULTIMÍDIA Você sabe o que são ferramentas multimídias? As ferramentas de multimídia são uma combinação das mídias estáticas (gráfico, texto, fotografia, mapa, desenho) e dinâmica (filmes, músicas, desenhos animados etc.) controladas por computador e que permitem transmitir uma ideia por meio da visão, da audição ou do tato. São tecnologias disponíveis para criar, manipular, armazenar e pesquisar conteúdos como CDs, DVDs, pendrive e computadores, bem como os softwares disponíveis para a criação dos mais diversos formatos de apresentações pessoais que garantem agilidade, rapidez e aspecto diferenciado. Esses recursos permitem que a plateia aumente a capacidade de processamento e retenção das informações repassadas. Especialistas afirmam que o percentual de retenção de informação é 55% visual, 38% vocal e apenas 7% é textual. VOCÊ SABIA? 92 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Dessa maneira, quando vários sentidos humanos são estimulados ao mesmo tempo, maiores são as chances de compreensão e retenção da informação. Portanto, com os recursos multimídias bem utilizados, a informação que está sendo transmitida tem mais chance de convencer e encantar a plateia. 8.1.2 GERENCIAMENTO DE TEMPO Você já parou para pensar no tempo que gastamos para fazer as coisas? É muito importante saber com antecedência o tempo disponível para fazer a apresentação. Estime um slide para cada minuto de apresentação. Ao iniciar a preleção, o orador deve falar qual é o assunto da palestra ou reunião e resumir os tópicos que serão abordados, deixando claros os motivos da apresentação. O orador deve falar cada tópico de forma clara, objetiva, com calma, ênfase, segurança e confiança. As apresentações não devem ser decoradas, mas transmitidas com naturalidade pelo apresentador. Assim que tiver apresentado todo o assunto, é necessário fechar a apresentação. Para isso, a sugestão é repetir de forma breve os principais pontos apresentados, para que fiquem claros na mente da plateia. A conclusão deve ser objetiva e impactante. FIQUE ALERTA Falar além do previsto não é a melhor estratégia, já que a plateia poderá perder o interesse em lhe ouvir. Pessoas que falam pouco recebem mais atenção do que as prolixas. 8.2 TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO Falar em público, seja na sala de aula, seja em pequenas reuniões de trabalho ou em grandes eventos, tornou-se tarefa quase corriqueira, independentemente da função exercida pelo profissional na organização. As técnicas de apresentação podem ser aprendidas e praticadas visando o aprimoramento das habilidades de comunicação, de modo que você possa ter sucesso em suas explanações. 8.2.1 PARA UMA APRESENTAÇÃO O planejamento constitui-se como um elemento essencial para produzir uma boa apresentação. Ao planejar deve-se: • dar atenção ao perfil de sua audiência, suas necessidades e expectativas - para definir o tema, o objetivo a alcançar e, assim, reunir as informações essenciais ao desenvolvimento do conteúdo; 8 COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO 93 • conhecer o local onde o evento será realizado, o tamanho da plateia, com que equipamentos e recursos audiovisuais sepode contar; • saber o tempo disponível para a exposição - pensar que uma boa apresentação deve acontecer no tempo previsto, assim como uma aula planejada, para não cansar o público-alvo, nem desrespeitá-lo; • preparar o material a ser exposto à plateia. Esse merece uma atenção especial, pois, além de fazer parte da apresentação, sua aparência e seus recursos completam a imagem pessoal do apresentador. Assim, se o material usado for composto por um conjunto de slides, deve apresentar as seguintes características mínimas: • ter um visual agradável e harmônico, com cores discretas e contrastes entre o que se quer apresentar e o fundo; • utilizar imagens nítidas e de bom gosto relacionadas ao tema. Não abusar de imagens em um só slide; • ter em mente que um slide deve apenas apresentar tópicos para nos guiar na exposição das ideias e fixá-las para a plateia. Textos longos devem ser evitados ao máximo; • usar tamanhos de fonte que permitam a leitura de qualquer lugar da plateia; • usar fontes legíveis e comuns, como Arial, Tahoma ou Calibri; • seguir um padrão estético de alinhamento, disposição e apresentação de textos e imagens; • padronizar marcadores; • fazer uma revisão ortográfica e gramatical; • evitar muito conteúdo em um só slide para não causar poluição visual. 8.2.2 OUTROS RECURSOS TAMBÉM EXIGEM SUA ATENÇÃO Se for escrever em quadro branco, flip chart ou transparência faça-o com organização e capricho, usando letras claras e visíveis, preferindo as de forma. Certifique-se da qualidade do som. Quando utilizado, deve estar sem ruídos ou microfonias e estabeleça um volume audível e confortável para os ouvidos da plateia. 94 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Veja, na Figura 13, dicas importantes para uma boa apresentação. Figura 13 - Dicas para uma boa apresentação Fonte: SENAI-RS FIQUE ALERTA - Chegue sempre antes dos participantes. - Prepare o ambiente para receber os participantes. - Prepare seu material na véspera e arrume-o antes de começar a apresentação. - Teste e regule todos os equipamentos antes da apresentação. 8 COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO 95 8.3 TÉCNICAS DE ARGUMENTAÇÃO A argumentação busca convencer, influenciar, persuadir alguém, defender ou repudiar uma tese ou ponto de vista. A argumentatividade é fundamental para a interação social. Ela ocorre por intermédio da língua e é fundamental que você desenvolva essa habilidade para se tornar um cidadão capaz de atuar plenamente na sociedade. Defender uma tese (um ponto de vista) pode ser simples quando você o faz oralmente, porque pode corrigir ao mesmo tempo em que fala. Além disso, pode utilizar outros recursos paralinguísticos para tornar mais claro o pensamento, tais como gestos, expressões faciais e tom de voz. 8.3.1 COMUNICAÇÃO ORAL: EXPOSIÇÃO E ARGUMENTAÇÃO Fala e escrita constituem duas formas do emprego da língua, e cada uma é articulada de maneira distinta. Na língua escrita, envia-se a mensagem por meio de sinais gráficos que constituem o alfabeto de uma língua. Já na língua oral, a mensagem é processada por meio da reprodução de sons. A língua oral é comumente associada a situações informais (conversa entre amigos ou parentes, locução esportiva etc.), porém, também se podem observar situações formais em que ela é empregada (palestra, entrevista de emprego, narração de notícias sobre política ou economia etc.). Uma das características marcantes da língua oral é a possibilidade de interação com o interlocutor, o que permite ao emissor saber se está sendo bem-sucedido ao elaborar seu discurso. Diferentemente da comunicação escrita, na comunicação oral o falante conta com o auxílio de pausas e ritmo na fala, expressões faciais, repetições e posturas corporais como indicadores que facilitam o entendimento da mensagem. Exemplos de formas de oralidade Uma mesma notícia transmitida por emissoras de televisão e de rádio pode ser apresentada em uma linguagem mais formal ou menos formal, dependendo do seu público. O apresentador de um telejornal em horário nobre, em geral, segue um texto que é narrado de forma culta, escrito com frases curtas e construções mais elaboradas. Já em um telejornal ou programa de rádio mais popular, a linguagem é menos formal e as frases e construções mais simples. A notícia pode ser a mesma, mas o enfoque é diferente e, consequentemente, o vocabulário muda. Enquanto o acusado de um crime pode ser mencionado em um jornal como “o acusado”, “o assaltante”, no outro pode ser citado como “o marginal”, “o safado”. Em uma rádio voltada para o público jovem, a gíria é uma constante na linguagem dos locutores. Termos e expressões como “galera”, “curtir”, “sair fora” são frequentes. Radialistas que transmitem jogos de futebol empregam uma linguagem bastante informal, em que há muitos termos específicos do esporte. Observe o trecho a seguir em que uma partida de futebol está sendo narrada. 96 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL “Lá vai pra esquerda. O time do Gama tenta arrancar ali pela canhota com Luciano Fonseca, ele volta a bola recuada, dá pra Rochinha, dominou aqui pelo lado esquerdo, enfiou na canhota pra Gueber, levantou pra entrada da área, tentou Leonardo, lança e rasga Jean, o zagueiro tiiiiira o perigo da boca do gol do time tricolor.” (CBN SÃO PAULO, [20--?]). Leia agora, em linguagem formal, a transcrição da transmissão de uma notícia sobre o surto da pneumonia asiática. “Os 25 jornalistas que tiveram contato com a repórter inglesa estão sendo observados. Segundo o Ministério da Saúde, esta síndrome ainda está sendo investigada, e o índice de mortalidade é de aproximadamente 3,5%.A cada 100 pessoas que contraem a doença, entre 3 e 4 morrem. Até aqui, mais de 1.800 pessoas no mundo contraíram a doença.” (CBN SÃO PAULO, 2003a). Muitas vezes, os depoimentos de pessoas envolvidas nas notícias são apresentados em telejornal ou jornal transmitido pela rádio. Nesse caso, não há um texto previamente preparado para ser narrado, e a linguagem, embora possa até ser formal, apresenta características como repetições, hesitações e inversões dos termos da frase. Veja um exemplo: “Não há razão para pânico nesse momento. A população sabe claramente que os casos é ... é ... é ... suspeitos são aqueles de pessoas que vieram do Vietnã, que vieram da China, do Canadá é ... é ... é ... de Hong Kong e Cingapura e é ... é ... é ... tenham esses sintomas. Então, portanto, não há razão para que haja qualquer tipo de pânico.” (CBN SÃO PAULO, 2003b). 8.3.2 TEXTO ARGUMENTATIVO ORAL Na comunicação oral, é importante que você não negligencie o destinatário da mensagem, ou seja, que saiba algumas informações a respeito do público (número de pessoas, grupo social, idade, entre outras coisas) para adequar a linguagem a ser empregada, o tempo disponível para a apresentação e o tipo de mensagem a ser transmitida. Na transmissão de um texto argumentativo10 oral, são admitidos elementos expressivos próprios da língua oral: repetições, pausas, entonação, acentos e marcas de oralidade (pois é, bem, etc.), mas que não sejam repetidos com muita frequência e recomenda-se não utilizar o uso de formas vulgares ou gírias. A exposição oral deve ser dita e não deve ser lida, pois é importante estabelecer um bom contato com o público por meio de olhares, gestos e expressões corporais. Você verá três exposições orais - o seminário, o debate e o depoimento. FIQUE ALERTA Em um debate, o participante usa o texto argumentativo oral, fundamentando-o com argumentos (razões que convençam o interlocutor). No seminário, também, se usa o texto argumentativo oral, quando o orador vai explicar ou convencer o públi- co de seu ponto de vista. 10 É um texto exposto oralmente em que o emissor apresenta uma intenção de persuadir, de convencer o receptor por meio de argumentos e dados convincentes. Suas características principais são: marcas de oralidade, linguagem persuasiva, que pode ser mais ou menos formal de acordo com a intenção dos interlocutores.8 COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO 97 8.4 SEMINÁRIO O seminário11 não é apenas uma aula apresentada por um colega e comentada pelo professor. É uma exposição oral em que todos devem estar bem preparados para trocar ideias. 8.4.1 PREPARAÇÃO DE SEMINÁRIO Antes de apresentar um seminário, é muito útil que você se prepare. Primeiramente, estude bem o assunto – pois você só pode explicar algo claramente e enfatizar os pontos principais a serem abordados quando, de fato, entender o que vai expor; depois, pense no tipo de público e planeje o que vai ser dito e como fazê-lo. Você pode treinar falando o que pretende expor no seminário. Escutar a própria voz pode ser cansativo, mas esse recurso ajuda a saber o que pode ser melhorado e a verificar o tempo que levará a apresentação. Se for preciso, elimine alguns pontos que não são relevantes e podem comprometer seu trabalho. Treine quantas vezes for necessário; depois, peça a um amigo que assista ao seu seminário e faça perguntas e críticas a você perguntas e críticas como se fosse o público. Você pode não perceber a velocidade com que está falando, o tom de voz, ou se está repetindo excessivamente uma mesma palavra ou expressão ,como “por exemplo” e “né?”. Prepare-se também para as dúvidas do público e procure pensar nas perguntas mais prováveis que poderão ser feitas e nas possíveis respostas. Seu amigo perceberá e lhe indicará onde você deslizou. Se preferir, uma outra opção é filmar sua apresentação e assisti-la para depois fazer uma autocrítica. 8.4.2 ORGANIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE SEMINÁRIO Você se preparou? Agora é só organizar e apresentar o seminário. Algumas pessoas têm mais facilidade de falar em público do que outras; no entanto, isso pode ser aprendido e aperfeiçoado com treino e prática. Seminário passo a passo Defina o tema do seminário e a composição do grupo. 11 É uma exposição oral de um tema, com apresentação de argumentos por um ou mais oradores. O principal objetivo é fazer com que todos os participantes reflitam sobre um determinado assunto. 98 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Elabore um roteiro escrito indicando os pontos importantes do conteúdo que deverão constar na apresentação. Trace um plano com as tarefas que precisarão ser definidas, distribuídas, organizadas e executadas pelos participantes do seminário, para manter uma sequência lógica e progressiva no desenvolvimento do assunto. (Qual pesquisa deverá ser feita? Em que fontes há dados? Com quais pessoas conversar para obter informações? Como apresentar o seminário?). Distribua tarefas para cada participante, que deverá ser responsável pela organização e execução das tarefas já estabelecidas no plano. Elabore um texto escrito, selecionando o que interessará para o desenvolvimento do tema. É importante que você lembre que esse texto escrito servirá de base para a exposição oral. Prepare a apresentação e defina como será o seminário. (Para que público será apresentado o trabalho? Como será essa exposição oral? Qual material será usado na apresentação? O que cada um fará na apresentação?). Apresente o seminário em que cada participante poderá expor oralmente uma parte do trabalho. O grupo poderá usar elementos de comunicação visual ou outros recursos (vídeo, slide, transparência, painel, cartaz, música, projeção de animações por computador). Reserve um tempo para o público fazer perguntas, dar opiniões, pedir esclarecimentos. As perguntas podem ser feitas durante a apresentação, ou o público pode ser convidado a fazê-las somente quando terminar a apresentação dos oradores. A apresentação do seminário costuma ser dividida da seguinte forma: 10% de introdu- ção, 80% de desenvolvimento e 10% para conclusões; mas isso não é uma regra. O mais importante é fazer-se entender. Um bom título também é importante. VOCÊ SABIA? O nervosismo nessas horas pode atrapalhar um pouco. É preciso ficar atento à sequência da apresentação de ideias. Se você interromper uma frase no meio e falar de outra coisa, as pessoas poderão se perder. 8 COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO 99 Gírias e palavrões não são bem-vindos, a não ser que o seminário trate disso! Recorrer a essas formas de expressão em uma situação comunicacional formal pode, em um primeiro momento, provocar risos no público. Mas, em geral, isso não funciona e depõe contra o orador, pois ele corre o risco de ser mal interpretado, ou o público pode achar que ele tem vocabulário restrito para transmitir uma ideia. Para terminar a apresentação do seminário, é importante que você exponha algumas conclusões sobre o tema escolhido. 8.5 DEBATE Debate é uma exposição oral de um tema, realizada por vários participantes, cujo objetivo é trocar ideias, apresentar argumentos que fundamentem o próprio ponto de vista, além disso, também tem como objetivo escutar opiniões diferentes. Os debatedores, em geral, apresentam o texto argumentativo oral, em defesa ou contra algum assunto. O debate, também chamado mesa-redonda, envolve sempre debatedores (dois ou mais participantes que argumentam, discutem, tentam convencer uns aos outros). Nele, as pessoas expressam oralmente suas opiniões sobre um determinado assunto e pode haver divergências que devem ser respeitadas. A linguagem apresenta marcas de oralidade, bem como expressões indicadoras de opinião pessoal, e pode variar dependendo de quem vai participar do debate. Os temas são, em geral, polêmicos, por isso, há necessidade de um moderador ou mediador que coordene os trabalhos, garantindo o andamento do debate, a participação de todos os debatedores e a interação com o público. 8.5.1 ORGANIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO DEBATE Os debates espontâneos, ou improvisados são comuns, mas, se a intenção é organizar um debate, as regras a seguir devem ser definidas: • definição do número de participantes: quantos irão participar? (recomenda-se menos de seis); • escolha do mediador: quem irá mediar e coordenar o andamento do debate? como fará isso? • exposição das ideias: cada debatedor vai expor ou não sua opinião antes de iniciar propriamente a discussão? • distribuição do tempo: quanto tempo será reservado para as falas iniciais e para as respostas? • ordem das questões: quem pergunta para quem? • participação do público: participará com perguntas ou apenas acompanhará os debatedores? as perguntas serão orais ou escritas? 100 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL 8.5.2 ROTEIRO PARA O DEBATE Depois de definir previamente as regras, você pode organizar o debate seguindo o roteiro a seguir: • cumprimento ao público pelo moderador e exposição do motivo do debate. Apresentação do tema escolhido e dos pontos de vista sobre o assunto; • definição das normas do debate: tempo do debate e de cada participante; direito de resposta; participação de debatedores e do público; • conclusão com um breve comentário de cada debatedor, síntese do debate e agradecimento aos participantes feitos pelo moderador. 8.6 ARGUMENTAÇÃO ORAL Argumentar significa fundamentar, justificar, explicar, demonstrar, expor o ponto de vista sobre um assunto, tentando convencer o outro de que se tem razão. A técnica de argumentação usa o raciocínio lógico, em que se investigam causas e consequências daquilo que se afirma. Como debatedor, você deve assumir um ponto de vista e expor suas ideias de forma clara e objetiva, com argumentos consistentes. Você pode convencer o interlocutor ou ser convencido por ele, pois é possível rever a própria posição. A troca de argumentos é válida. Mesmo que ninguém mude de opinião, serve para conhecer pontos de vista diferentes sobre um assunto. O debate, portanto, é interessante tanto para quem participa como para quem presencia. O que você deve fazer para ser um bom debatedor? • assista a um debate e perceba as estratégias e táticas dos debatedores para convencer os outros; • estude o tema antes do debate, recorra a materiais de consulta variados (livros, jornais, sites na internet), a fim de selecionar argumentos;• participe ativamente, escute e anote a fala do outro; preste atenção na plateia; solicite réplica (resposta à argumentação de outro debatedor); fale em voz alta, com clareza, sem atropelos, expondo as ideias uma a uma; evite ideias repetidas; • fale e ouça respeitando pontos de vista diferentes, aqueles que podem causar divergência; não interrompa a exposição do outro; fale quando for sua vez; • respeite o andamento do debate, não ultrapasse o tempo estipulado; atenda ao mediador que conduzirá o debate. 8 COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO 101 8.7 DEPOIMENTO PESSOAL O depoimento pessoal apresenta a estrutura de um texto narrativo, pois possui personagens, enredo, espaço e tempo. Os fatos reais costumam ser relatados pelo narrador (que pode ser o protagonista) ou por um dos personagens secundários, e os verbos podem estar no presente ou no passado. No depoimento pessoal, há em geral uma lição de vida, que é transmitida a outras pessoas como ensinamento ou troca de experiências. Alguns depoimentos passam a ser importantes documentos históricos, pois constituem testemunhos verdadeiros de algo que foi vivido. Mas nem sempre o depoimento pessoal é exato; assim, pode-se precisar comprovar o que foi afirmado checando os acontecimentos, os nomes das pessoas citadas. Depoimento de uma escritora e jornalista Leia este depoimento público que: Escrevi e notei que, quando fazia literatura, acabava embrulhando o que tinha de depoimento pessoal, o que tinha de depoimento de outras pessoas, até das que não depuseram (porque há muitas maneiras de depor; podese fazer depoimento vivendo. O tipo de vida, a maneira como a pessoa se comporta diante das coisas, as soluções que ela dá, suas opiniões e tendências são formas de depoimento). [...] Aprendi que o depoimento é uma boa coisa, mas perigosa. Por que perigosa? É que a pessoa que fornece o depoimento tem inconscientemente tendência em dourar a pílula: a família dela foi maravilhosa, o irmão fez isto e aquilo, o pai dela foi o herói das galáxias. Não que a pessoa queira mentir, apenas mistura amor e respeito à responsabilidade de estar passando informações que serão publicadas, passarão ao domínio de todos. Sentem pesar a responsabilidade, e o ideário come solto. Descobri que o depoimento nem sempre é exato. As pessoas mais velhas, por exemplo, as que em geral são solicitadas a depor, erram uma margem de 10 a 15 anos. Quanto mais idoso, tanto maior a margem do erro. Isso porque viveram muito e se expressam por longos períodos, tipo: ‘foi nos anos 40.’ Verificando, o fato se deu em 52, 54”. Aprendi na prática que o registro da história através de depoimentos necessita ser comprovado, procurar fontes, checar locais, nomes de pessoas, causas e efeitos.” (YALLE, [20--?]) 102 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL RECAPITULANDO Você estudou que a oratória é o termo que designa a arte de falar bem em público. Ser um bom orador não significa que você fale muito, mas sim que fale corretamente e no momento certo. Também viu que além da preparação técnica, você também precisa observar a postura. Porém, muitos oradores se preocupam apenas com o conteúdo e com a roupa que vão vestir para a apresentação, mas a colocação da voz é muito importante. Para isso, você precisa observar o tom, o timbre e a intensidade da voz. Outro aspecto importante que você aprendeu a observar é a dicção. Para ter uma boa dicção é necessário aprender a controlar a respiração que não deve ser ruidosa ou forçada. A higiene e apresentação pessoal também merecem atenção especial. Soubemos que toda vez que alguém se dirige a um grupo de pessoas ocorre uma preleção, que é um tipo de discurso em que existe um orador e uma plateia. Ao iniciar a preleção, você deve falar o assunto e resumir os tópicos que serão abordados, deixando em evidências os motivos da apresentação. A conclusão deve ser objetiva e impactante. Além disso, você deve estar preparado para responder a eventuais perguntas da plateia. Aprendemos que as ferramentas de multimídia são combinações das mídias estática e dinâmica, controladas por computador, e permitem que a plateia aumente a capacidade de processamento e retenção das informações repassadas. Também vimos que fala e escrita constituem duas formas do emprego da língua, e cada uma é articulada de maneira distinta. A língua oral pode ser informal, mas também formal, dependendo da intencionalidade do discurso. Diferentemente da comunicação escrita, na comunicação oral, você conta com o auxílio de pausas e ritmo na fala, expressões faciais, repetições e posturas corporais como indicadores que facilitam o entendimento da mensagem. Aprendemos que há três exposições orais: o seminário, o debate e o depoimento. 8 COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO 103 Anotações: TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 9 Tecnologia da Informação, comumente chamada de TI, pode ser definida como a área de conhecimento responsável por criar, administrar e manter a gestão da informação por meio do conjunto de atividades e soluções providas por recursos computacionais que otimizam o armazenamento, o acesso e o uso das informações. A seguir você terá breves noções sobre as ferramentas utilizadas para criar e gerenciar as informações. 9.1 EDITOR DE TEXTOS Neste capítulo, você conhecerá diversos recursos sobre editores de texto, em especial o Microsoft Word 2007, que é um dos editores mais conceituados no mercado tirar, desde inserções e digitação de textos e elementos diversos, até a manipulação, formatação e impressão de documentos. Nada melhor do que unir teoria e prática para concretizar o aprendizado. Utilize o editor recomendado para que, no decorrer dos seus estudos, você possa digitar um texto de acordo com as orientações disponíveis. Porém, antes de partir para a viagem do conhecimento, resgate suas habilidades de aluno para que o trajeto seja prazeroso. 9.2 DIGITAÇÃO DE TEXTOS Você conhecerá um pouco mais sobre o editor de texto, que faz parte do pacote de aplicações do Office. O Word 2007 apresenta mudanças significativas em relação a sua versão anterior, tendo como principal novidade a sua nova interface gráfica, substituindo os tradicionais menus por guias de acesso rápido, com ícones maiores e bem definidos, visando desenvolver tarefas de maneira mais fácil e intuitiva. Observe na Figura 14, as barras e menus superiores. 106 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 14 - Barras e menus do Word Fonte: SENAI-RS O botão Office possui as operações de manipulações dos arquivos do Word como: criar um novo documento, abrir, salvar, imprimir ou fechar, além das opções gerais. A barra de inicialização rápida possui alguns comandos, utilizados no dia a dia com mais frequência como: salvar, desfazer ou repetir. FIQUE ALERTA Você pode adicionar mais comandos, clicando na seta ao lado dessa barra, e ativar o recurso que deseja dentre a lista de recursos que será exibida. Por padrão, existem sete guias que substituíram os menus: • início; • inserir; • layout da página; • referências; • correspondências; • revisão; • exibição. Cada guia apresenta uma faixa de opções, dividida em grupos de opções com as ferramentas de acesso rápido aos principais comandos. Para acessar o menu, no canto inferior direito do grupo, existe uma opção (seta), quando clicamos nela, o menu completo de opções é aberto. Novas guias poderão aparecer, por exemplo, após inserir uma imagem e clicar sobre ela, automaticamente aparecerá a guia Formatar, com grupos de opções referentes à formatação da imagem. A régua é um recurso muito útil para ajustes de texto na folha. Você poderá definir visualmente como ficará o texto com tabulações, recuo do texto, posição de imagens, tabelas, entre outros objetos (Figura 15). FIQUE ALERTA A régua encontra-se oculta, a fim de deixar a área de trabalho do Word mais limpa e visível. Para ativá-la, basta clicar no ícone entre a faixa de opções e a barra de rola- gem, na extremidade direita da janela do Word. 9 TECNOLOGIADA INFORMAÇÃO 107 Figura 15 - Localização da régua Fonte: SENAI-RS O grupo tabelas possui o comando Tabela, que permite inserir ou traçar uma tabela no documento. Ao clicar sobre o comando, irá aparecer um esboço, onde você poderá escolher o tamanho da tabela, ou seja, o número de linhas e colunas. É possível adicionar uma tabela pré-formatada pelo Word, selecionando a última opção: tabelas rápidas. Na guia Formatar, que aparece automaticamente quando uma imagem é selecionada, ao clicar sobre uma tabela, as guias Design e Layout, que fazem parte das ferramentas da tabela, irão surgir automaticamente. Confira na Figura 16 a seguir. Figura 16 - Ferramentas de tabela Fonte: SENAI-RS Na guia Design (Figura 17), o grupo estilos de tabela traz estilos de formas e cores para tabelas pré- formatadas. Passe o mouse sobre Estilo, e a formatação é aplicada temporariamente à tabela. Caso não goste, procure nas demais, visualizando uma a uma. No canto inferior direito, o botão Mais abre um menu deslizante, que permite a você escolher a formatação desejada. Figura 17 - Guia dinâmica design Fonte: SENAI-RS Para alterar a cor de fundo da tabela ou células, clique no comando Sombreamento, que exibirá uma paleta de cores. Logo abaixo, outro recurso muito útil, os comandos Bordas. Esse recurso permite inserir ou remover bordas na tabela, que está selecionada, permitindo a você escolher dentre várias opções, o lado que deseja aplicar ou retirar uma borda, contorno da tabela, somente interna, entre outros. FIQUE ALERTA O grupo Desenhar bordas permite alterar características da borda como: estilo, es- pessura e cor da linha. Para abrir a caixa de diálogo completa para formatação de bordas e sombreamento, clique no botão Mais no canto inferior direito do grupo Desenhar Borda. 108 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Outra guia que está disponível é a de Layout (Figura 18), que permite visualizar, selecionar, adicionar ou excluir linhas e colunas da tabela e exibe propriedades dela. O grupo Mesclar permite mesclar células, ou seja, unir duas ou mais células selecionadas em uma única. Para dividir, o comando Dividir células permite separar essa única célula que foi anteriormente mesclada. Figura 18 - Guia layout (tabela) Fonte: SENAI-RS O grupo Tamanho da célula permite definir tamanhos como: largura da coluna ou altura da linha. Para ajustar automaticamente a distribuição da largura das colunas, você deverá utilizar o botão Autoajuste. O grupo Alinhamento permite alinhar o texto, que se encontra dentro da célula, ou no, caso de seleção, o texto das várias células selecionadas. Lembre-se de que ao passar o mouse sobre o botão, você irá visualizar um texto explicativo sobre cada botão ou recurso. Em vários documentos de utilização no dia a dia, você já deve ter se deparado com imagens ou ilustrações alinhadas junto ao texto. Na guia Inserir, o grupo Ilustrações, que visa inserir objetos gráficos ao documento, apresenta como a primeira opção adicionar uma imagem ou figura. Vários tipos de arquivos são suportados, como bmp, jpeg, gif, png, clip-art, que são imagens, desenhos, filmes, fotos de catálogo que estão instalados junto ao Word. Formas são objetos de desenhos prontos, como linhas, formas básicas, setas, textos explicativos, entre outros. Ao clicar sobre uma imagem ou elemento gráfico, será aberta, automaticamente, a guia Formatar (Figura 19), onde você poderá ajustar opções visuais da imagem, criar efeitos de sombra, borda, alinhamento ou a posição junto ao texto. Caso você queira alterar o tamanho da imagem, o objetivo do último grupo é exatamente esse, configurar sua altura e largura, além de poder cortar a imagem. Figura 19 - Guia formatar Fonte: SENAI-RS Aprendendo a utilizar todos os recursos do editor de texto, você pode aplicar várias formatações de acordo com a necessidade e público. 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 109 9.3 INSERÇÕES Um recurso muito interessante é a inserção de cabeçalho ou rodapé, que pode ser um texto ou elemento gráfico inserido em área especial, diferente do local onde está o corpo do texto (documento). Para você ativar o cabeçalho, basta dar um duplo clique no espaço em branco, entre o início da página e a primeira linha, ou na guia Inserir, Cabeçalho, Editar cabeçalho. Com o cabeçalho selecionado, será aberta uma nova guia, a Design, onde será possível definir a formatação do cabeçalho ou rodapé, inserir número de página, data e hora, partes rápidas, imagens, clip-arts, entre outros (Figura 20). Figura 20 - Guia cabeçalho e rodapé Fonte: SENAI-RS Para deslocar rapidamente do cabeçalho para o rodapé, no grupo Navegação, você irá encontrar os comandos Ir para rodapé, ou Ir para cabeçalho. No grupo Posição, você pode definir o tamanho do cabeçalho ou do rodapé, em centímetros. FIQUE ALERTA Para sair do cabeçalho ou do rodapé, basta clicar sobre o botão Fechar cabeçalho e rodapé. Você retornará ao corpo do texto. Mais um recurso extremamente importante na formatação de um texto é a numeração de páginas, que permite o controle ordenado das páginas do documento, de forma automática e dinâmica. A numeração de página estará na parte superior do documento, portanto, dentro do cabeçalho. Com o cabeçalho ativo, você irá clicar em Número da página, e, em seguida, escolher qual o alinhamento da numeração (direita, centralizada ou esquerda). A opção Formatar os números da página permite selecionar o formato do número, estilos de algarismos e se a numeração vai continuar da página/seção anterior ou iniciar com outro valor. Lembre-se de que é necessário ativar quebras de seções no documento. Muitos documentos que você digitará, precisarão de sumário. A seguir, veja como criá-lo automaticamente. Sumário ou índice analítico é uma lista de títulos de um documento, que possui numeração de itens e vincula os títulos do documento ao número da página. 110 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL O sumário pode ser construído automaticamente, ou seja, não precisa se criar um sumário de forma manual. Para isso acontecer é necessário que, durante a formatação do documento, sejam selecionados os títulos do documento e aplicados os estilos (na janela de estilos) para cada um respectivamente, ou seja, onde será o título nível 1 marcar com o estilo “Titulo 1” (ou outro que seja criado pelo usuário), assim por diante. Para abrir a janela Estilos, selecione o título e clique no botão Mais, que está no canto inferior direito do grupo Estilo. Para aplicar, por exemplo, um título principal ao documento, selecione o texto e clique em Título1. É possível alterar a formatação de um título: basta clicar com o botão direito do mou- se sobre o nome do estilo, em seguida Modificar. SAIBA MAIS Para adicionar o sumário ao documento, você deve ir até a página onde o sumário será inserido, e na guia Sumário, clique em Sumário Automático 1. Há também a legenda, usada parara nomear objetos, como figuras e tabelas. Na legenda deve constar a descrição do objeto e a numeração dele. É muito importante adicionar legendas de forma correta no Word, pois será baseado na legenda a construção automática do Índice de figuras ou tabelas. Na guia Referências, clique sobre o botão Inserir legenda. Será aberta uma caixa de diálogo, conforme a Figura 21. Figura 21 - Adicionar legenda Fonte: SENAI-RS Você deve associar o rótulo da legenda, escolhendo entre figura ou tabela. É possível também adicionar novos rótulos, na opção Novo rótulo ou ainda alterar o formato da numeração, ao clicar sobre o botão Numeração. Uma vez que todas as legendas foram adicionadas, de forma correta ao documento, é possível adicionar o índice. 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 111 Ainda na guia Referências, grupo Legendas, a opção Inserir índice de ilustrações será utilizado para adicionar o índice. Na caixa de diálogo Índice de ilustrações, conforme figura a seguir, você deve escolher qual índice irá criar, selecionando o rótulo correto em Nome da legenda (figurasou tabelas). No botão Modificar, é possível modificar o estilo de formatação padrão do índice, que será adicionado automaticamente ao documento (Figura 22). Figura 22 - Índice de ilustrações Fonte: SENAI-RS Muitos são os recursos que você acabou de conhecer para formatar um texto de maneira adequada, padronizado e apresentável dentro das regras de comunicação escrita. Basta você praticar constantemente, pois assim poderá testar os recursos por diversas vezes e deixar seu texto cada vez mais bem elaborado. Vamos em frente? 9.4 PARÁGRAFOS Você sabe como os parágrafos fazem a diferença em um texto. Ou seja, sem eles o texto fica cansativo e poluído. É possível formatar parágrafo no Word. Confira a seguir, como isso pode ser feito. Os textos são estruturados geralmente em unidades menores, os parágrafos, iden- tificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em relação à margem esquerda da folha. VOCÊ SABIA? Um parágrafo no Word é um texto contínuo, podendo ter uma ou várias linhas, seguido de um retorno de parágrafo (ENTER). A formatação de parágrafo é um elemento fundamental para modificar o aspecto visual do documento de texto. A formatação de parágrafo está disponível na guia Início, grupo Parágrafo. 112 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Com os recursos de alinhamento de texto, você poderá alinhar o texto selecionado, baseado na margem esquerda (padrão do Word), centralizado, alinhado à margem direita, ou ainda, justificado. Assim, o texto estará alinhado à margem esquerda e direita, o que conferirá uma aparência organizada ao documento. O recurso espaçamento permite alterar o espaçamento entre as linhas do texto, alterando entre espaço simples, duplo ou personalizar esse espaço. Além disso, é possível alterar a quantidade de espaços antes e depois do parágrafo, por meio das caixas Antes e Depois. FIQUE ALERTA Quando você precisa deslocar um parágrafo em relação a uma margem, o recurso Recuo deverá ser utilizado. Na caixa de diálogo Parágrafo, você terá opções para criar um recuo à direita e/ou à esquerda, ou ainda, um recuo especial na primeira linha do parágrafo, também chamado de entrada de parágrafo. Visualize um exemplo de formatação na Figura 23. Figura 23 - Caixa do parágrafo Fonte: SENAI-RS Para inserir marcadores ou listas, selecione a lista e clique nos botões Marcadores ou Numeração. É possível alterar o estilo do marcador, clicando na seta para baixo ao lado do botão, e escolhendo o tipo do marcador, assim como no recurso Numeração, é possível definir vários estilos de numeração. Outro recurso muito interessante, principalmente em listas, é o Classificar, que permite ordenar em ordem alfabética ou numérica, uma lista selecionada. O Word 2007 apresenta mudanças significativas em relação a sua versão anterior, tendo como principal novidade a sua nova interface gráfica, substituindo os tradicionais menus por guias de acesso rápido, com ícones maiores e bem definidos, visando desenvolver tarefas de forma mais fáceis e intuitivas. Ao iniciar o Word, um novo documento vazio é iniciado. Por padrão, um documento possui apenas uma seção, ou seja, um formato único de formatação do texto. Só que em algum momento, você necessitará inserir, por exemplo, uma página com alinhamento diferenciado (forma paisagem) ou numeração de páginas, onde algumas páginas iniciais não poderão ter numeração e outras deverão ter. 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 113 O que fazer nessa situação? Você precisará inserir quebras de seção. Esse recurso permite dividir certas partes do documento, aplicando uma formatação diferenciada ao texto ou estilos (Figura 24). Para inserir uma quebra de seção ao documento, posicione o cursor onde deseja inserir a quebra, clique na guia Layout de página, e em Quebras. Existem vários tipos de quebras. Veja a seguir. Quebra de página: determina o ponto que o texto em uma página termina e começa em outra. Quebra de coluna: determina que após a quebra o texto iniciará em outra coluna, permitindo trabalhar com várias colunas no documento. Quebra automática de texto: separa o texto ao redor do objeto nas páginas Web. Quebras de seção próxima página: o Word quebra o texto em uma nova página e inicia uma nova seção. Figura 24 - Barra de status com a opção seção ativa Fonte: SENAI-RS Com uma nova seção criada no documento, é possível aplicar um novo estilo de formatação ou aplicar um estilo de página diferente da seção anterior, que será aplicado, automaticamente, até o final dessa seção (se for a última seção, o estilo será aplicado até a última página do documento). Para remover uma seção, você terá que ir à última linha da seção anterior, e, em seguida, pressionar a tecla Delete. Isso removerá a quebra de seção que foi inserida. Para ter certeza, verifique na barra de status, deslocando o cursor para as linhas abaixo e observando o campo Seção. No decorrer desta etapa, outros novos recursos foram apresentados a você, para facilitar a digitação de textos. Veja que para, aprender como utilizá-los, você precisa praticar. Explore essas ferramentas, busque tutoriais que ofereçam passo a passo e converse com seus colegas. 9.5 FORMATAÇÃO O Word, como editor de texto, permite acrescentar, substituir e excluir textos. Quando se digita um texto, uma preocupação constante é a sua formatação, como: troca da fonte, aumento da letra, troca de cor. A formatação de fonte é realizada na guia Início, no grupo Fonte, conforme Figura 25. Figura 25 - Grupo fonte Fonte: SENAI-RS 114 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Os principais recursos deste grupo são: fonte - onde é possível alterar o tipo de letra; aumentar fonte e diminuir fonte - tamanho da fonte; limpar formatação - remove toda a formatação aplicada ao texto selecionado, retornando ao padrão. Você encontra, também, os recursos negrito, itálico e sublinhado. Efeitos de fonte são facilmente aplicados ao texto, utilizando os botões: • tachado; • subscrito; • sobrescrito; • maiúsculas/minúsculas. FIQUE ALERTA Para saber o que significa um botão ou uma breve descrição do comando, basta po- sicionar o mouse em cima do botão, aguardar, e será exibido automaticamente um texto explicativo. Para o menu completo de formatação de fonte, você deve clicar no ícone do canto inferior direito, dessa forma irá aparecer uma tela com várias opções. Selecione um texto, e faça testes com cada recurso/efeito desse menu. Ao selecionar um texto, é possível abrir um mini menu de opções, deslocando o cursor do mouse para cima, ativando dessa forma recursos de formatação. Esse recurso é muito útil, pois visa um melhor aproveitamento do tempo e melhor produtividade. Se você deseja trabalhar com imagens, elementos gráficos ou tabelas, a guia Inserir é o ponto de partida. Nessa guia, é possível inserir elementos como: tabelas, imagens, formas, clip-arts, além de páginas, links, e vários elementos. (Figura 26) Figura 26 - Grupo páginas Fonte: SENAI-RS Páginas: insere páginas. Folha de rosto: permite escolher uma página de folha de rosto pré-formatada pelo Word, e adicioná-la ao documento. Página em branco: para adicionar uma nova página ao documento. Quebra de página: permite inserir uma quebra de página, ou seja, o próximo parágrafo estará na próxima página, independente de quantas linhas ou o espaço que ainda resta na atual. 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 115 Um estilo reúne um conjunto de formatação pronto para ser aplicado ao texto. A vantagem de utilização de estilos é que você não precisa ficar se preocupando a todo o momento em formatar o seu texto, ou seja, ficar reaplicando a formatação de texto, parágrafo, páginas. Basta criar um estilo que contenha todas essas opções de formatação, aplicar ao texto, obtendo a formatação rapidamente. O Word 2007 traz vários estilos prontos. Selecione um texto, e na, guia Início, você verá o grupo Estilo. Ao passar o mouse sobre os principais estilos, estes serão aplicados temporariamente. Você poderá visualizarmais estilos (Figura 27), clicando no botão Mais, no canto inferior direito. Figura 27 - Grupo estilos Fonte: SENAI-RS Você pode modificar um estilo, clicando com o botão direito sobre o nome do estilo, e em seguida Modificar. Na caixa de diálogo, Modificar estilo, clique no botão Formatar, e você verá todos os itens que poderão ser modificados (formatação) como: fonte, parágrafo, tabulação (Figura 28). Figura 28 - Modificar estilo. Fonte: SENAI-RS 9.6 IMPRESSÃO DE ARQUIVO Antes de solicitar a impressão, você pode configurar o documento para visualizar o formato da impressão. No canto inferior direito, da janela do Word, fica a barra de zoom. Clicando nas setas + e -, é possível alterar o zoom da janela de texto (Figura 29). 116 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 29 - Zoom da janela Fonte: SENAI-RS Na guia Exibição, estão disponíveis todos os comandos para exibição completar do documento. É possível alterar o modo de exibição por meio dos grupos Modos de exibição de documento. Mostrar ou ocultar a régua, Linhas de grade, Mapa do documento, Alterar o zoom da página, Abrir nova janela, entre outros. A impressão ou a visualização do documento para impressão é realizada por meio do botão Office, opção Imprimir (Figura 30). Figura 30 - Botão Office, opção imprimir Fonte: SENAI-RS Um recurso importante é a Visualização de impressão, que permite verificar como ficará o documento ao ser impresso. Quando se for preciso imprimir um arquivo, esse deve estar completo e formatado adequadamente, permitindo uma visualização legível. Você talvez já tenha recebido um material ou documento impresso com legibilidade prejudicada, faltando informação e isso é muito desagradável. Consulte o livro de MORAZ, Eduardo. Treinamento Prático em Word 2007. São Pau- lo: Digerati Books, 2006. Explore os recursos que estão disponíveis. SAIBA MAIS Conhecendo todos os recursos do Word, você pode formatar seu texto de diversas maneiras. Foi isso que aconteceu com Dona Marta. A seguir, conheça essa bela história. 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 117 CASOS E RELATOS É POSSÍVEL APRENDER Marta, uma mulher muito humilde, com 39 anos, havia sido demitida de seu trabalho depois de 20 anos colaborando em uma grande empresa de malharia, desenvolvendo sempre a mesma função: costureira. Não sabia fazer outra coisa além de costurar. Para Marta, a rotina se resumia em ir à empresa, costurar e fazer o jantar para seus dois filhos. Apesar da rotina, Marta não reclamava de seu trabalho, gostava do que fazia. Mas, e agora? O que fazer para encontrar um novo trabalho? Foi aí que Marta teve uma ideia: retornar aos estudos, fazer um curso técnico de modelagem a fim de se aperfeiçoar mais na área. Matriculou-se e começou a frequentar as aulas, porém o que Marta não imaginava é que teria de escrever textos no computador. Ela mal sabia ligar e desligar o monitor. Marta conseguiu superar mais esse obstáculo; hoje, digita e formata trabalhos no editor de textos de seu computador, conhece as normas de trabalhos acadêmicos e cria pastas para melhor organizar suas produções técnicas. O editor de texto mudou a vida de uma senhora simples. Ela se dedicou, experimentou todas as ferramentas disponíveis e obteve sucesso. Você deve fazer o mesmo: experimente na prática utilizar todos os recursos que você acabou de conhecer e deixe seu texto com uma ótima formatação. Depois de tudo pronto, você ainda tem a possibilidade de imprimir. 9.7 ELABORAÇÃO DE APRESENTAÇÃO MULTIMÍDIA Você conhecerá diversos recursos sobre apresentação multimídia. O Microsoft Power Point 2007 é um dos melhores programas existentes no mercado. Você está convidado a navegar e utilizar todos os recursos disponíveis nesse programa. Você verá desde as regras básicas de layout e estruturação de slides, até a inserção e formatação de elementos gráficos e textuais que vão deixar suas apresentações muito melhores. Sua efetiva participação contribuirá para o sucesso da aprendizagem. Por isso, mergulhe no conteúdo, percorra todos os caminhos de conhecimento disponíveis, faça do aprendizado um grande desafio. 118 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL 9.7.1 REGRAS DE ESTRUTURAÇÃO A ferramenta de apresentação de slides é muito utilizada nos mais variados meios, desde apresentações simples para trabalhos escolares até grandes propostas de projetos. Saber utilizar esse recurso, com domínio e sabedoria, com certeza é algo que trará muitos benefícios a você, pois, além de textos e imagens, você também conta com recursos de sons, vídeos, filmes, movimentos de animação, formas de transição. Combinando todos esses itens com criatividade, você produzirá excelentes apresentações, independente de sua área de atuação. Aqui você aprenderá a utilizar o Power Point, que é parte integrante do pacote Microsoft Office®, na versão 2007. Na tela na Figura 31, podemos verificar: Figura 31 - Tela principal do MS Power Point Fonte: SENAI-RS 1 - Tela em que você trabalhará cada slide individualmente. 2 - Espaço reservado para anotações em relação ao slide que está sendo trabalhado. 3 - Slide em miniatura, ao clicar em cima de qualquer um que esteja nessa área, ele aparecerá ampliado na tela de trabalho como um slide individual. É importante aprender o recurso de layout, que pode lhe oferecer algumas formas de organização dos slides pré-definidos. Para saber como ter acesso a esse recurso, siga os passos a seguir: • clique na guia “Início”; • em seguida, clique no grupo “Slides”; • então, clique no item “Layout”. 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 119 Cada layout oferece uma forma de organização diferente. Após fazer sua escolha, basta clicar nos itens que estarão dispostos na tela para utilizar o recurso (Figura 32). Figura 32 - Definindo layout da apresentação Fonte: SENAI-RS Clique na guia Design, então no grupo Temas. Você terá acesso a várias opções para definir como slide mestre. Você também pode construir seu próprio slide mestre. Para isso, ainda no grupo Temas, clique no botão Drop down, e na opção Salvar tema atual; feito isso, seu slide personalizado está pronto para ser utilizado como slide mestre. Veja na Figura 33 como escolher o design apropriado e na Figura 34, como salvar o design. Figura 33 - Escolhendo um design apropriado Fonte: SENAI-RS Figura 34 - Salvando um design apropriado Fonte: SENAI-RS O termo slide mestre é utilizado quando todos os demais slides seguem um mesmo modelo. 120 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Slides são quadros de apresentações de fotos, trabalhos, gráficos, piadas. Você o divide como se fossem arquivos diferentes para ter uma sequência, podendo utilizar recursos, como músicas e apresentações automáticas. VOCÊ SABIA? 9.7.2 INSERÇÃO DE FIGURAS E ARQUIVOS Para inserir textos em uma apresentação de slides, clique na guia Inserir, no grupo Texto, escolha a opção Caixa de texto, conforme demonstrado na Figura 35 . Em seguida, clique e mantenha pressionado o botão esquerdo do mouse sobre o slide que está sendo trabalhado. Arraste o mouse para a área onde o texto será escrito. Pronto, você já pode inserir seu texto. Figura 35 - Inserindo caixas de texto na apresentação Fonte: SENAI-RS Para utilizar imagens em seus slides, clique na guia Inserir; em seguida, no grupo Ilustrações, clique em Imagens, como demonstrado na Figura 36. Feito isso, aparecerá uma tela onde você terá que escolher a imagem que será inserida. Clique sobre a imagem escolhida, depois em Inserir, dê um clique com o botão esquerdo para acesso ao grupo de opções de manipulação da imagem e uma nova guia aparecerá com o nome Formatar, como aparece na Figura 37. Figura 36 - Inserindo imagens na apresentação Fonte: SENAI-RS Figura 37 - Inserindo imagens na apresentação Fonte: SENAI-RS Você terá várias opções de manipulação de imagem, que se dividem em quatro grupos. Acompanhe: • ajustar: alterar características da imagem com contraste e brilho ou até mesmo fazer a alteração (troca) da imagem selecionada;9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 121 • estilos de imagem: mudar o ângulo, a borda, forma da imagem, sombra, 3D; • organizar: alterar a disposição da imagem como girar, alinhar, enviar para traz, trazer para frente; • tamanho: configurar a área que a imagem ocupará, como largura, altura, efetuar cortes na imagem. FIQUE ALERTA Para ter o domínio sobre os recursos de manipulação de imagens, você deve fazer testes, utilizando todos os recursos. Com isso, você terá conhecimento da ferramenta como um todo e poderá aplicar os melhores efeitos em suas imagens. A Figura 38 mostra o recurso em que você pode colocar músicas em sua apresentação, escolhendo o início e o término da execução ou configurar um loop (repetição) da música. Para isso, clique na aba “Inserir”, em seguida, clique na opção “Som”. Figura 38 - Inserir som como elemento de apresentação Fonte: SENAI-RS Após clicar na opção Som, uma nova janela aparecerá. Escolha a música e logo outra janela surgirá, solicitando que você opte por Iniciar Automaticamente ou Quando Clicado. Um novo item aparecerá na janela de animações personalizadas o qual se refere à música inserida na apresentação. Clique com o botão direito do mouse e vá à opção Opções de efeito. Como demonstrado na Figura 39. Figura 39 - Definindo sequência e configuração dos itens Fonte: SENAI-RS Conforme mostrado na Figura 40, faça várias configurações na música inserida, como: • quando a música começará a tocar; • quando a música irá parar de tocar; 122 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL • o volume da música; • as repetições da música. Figura 40 - Configurando propriedades do som na apresentação Fonte: SENAI-RS Só para relembrar, à medida que você for construindo sua apresentação, execute-a com a tecla F5 para visualizar se o efeito foi aplicado corretamente. Salve sua apresentação constantemente. Outra possibilidade é inserir filmes. A Figura 41 demostra como realizar esse processo. Para inserir filmes/vídeos em sua apresentação, você clicar na aba Inserir; em seguida, no grupo Clipes de mídia, clique no item Filme; escolha o filme e insira-o na apresentação. Feito isso, dê um clique sobre o filme para selecioná-lo. Você terá acesso ao grupo Opções de filme, manipule seus filmes/vídeos, ou seja, quando o filme começará sua execução, quando irá parar, volume, animações. Figura 41 - Trabalhando com filmes na apresentação Fonte: SENAI-RS A opção a seguir possibilita você a mudar a cor de fundo de sua apresentação de slides. Plano de fundo é algo importante em uma apresentação, porém, deve-se ter muito cuidado com essa escolha. Um dos principais cuidados é que um plano de fundo não deve ter a mesma cor do texto nem tonalidades próximas, pois isso dificulta a leitura e torna a apresentação cansativa. Para ter acesso a esse recurso, clique na guia Design. No grupo Planos de fundo, clique no item Estilos de plano de fundo, como mostra a Figura 42. Figura 42 - Alterando plano de fundo Fonte: SENAI-RS 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 123 Caso nenhuma das opções estiver de acordo com sua apresentação, você poderá criar seu próprio plano de fundo, como mostra a Figura 43. Para isso, após clicar em Estilos de plano de fundo, clique em Formatar plano de fundo; então, você terá acesso às opções, como: • cor; • preenchimento; • preenchimento com textura; • gradiente; • transparência. Figura 43 - Alterando estilo de plano de fundo Fonte: SENAI-RS Se você desejar ampliar ainda mais seus conhecimentos sobre o assunto, leia, CIN- TRA, Jose Carlos A. Técnica de Apresentação Oratória: aplicada às apresentações com data-show. São Carlos, Rima, 2007. SAIBA MAIS Os slides necessitam de atenção especial. Veja algumas dicas preciosas que podem auxiliar o profissional a fazer excelentes apresentações: • um ou dois slides para apresentar os motivos da apresentação; • de um a três slides para delinear o problema, o tema apresentado, a abrangência/restrições da pesquisa ou assunto, quais foram os critérios usados para delimitar o assunto e os métodos que foram empregados para o levantamento das informações; • entre três e quatro slides para apresentar os resultados da pesquisa. • de um a dois slides para apresentar as conclusões, que devem estar relacionadas aos objetivos apresentados. 124 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL CASOS E RELATOS UMA APRESENTAÇÃO DE SUCESSO Márcia trabalha em uma rede de supermercados como gerente geral de atendimento. Ela é responsável por 30 lojas distribuídas no estado de Minas Gerais. Recentemente, foi convidada a fazer uma apresentação para os gerentes dos outros estados brasileiros para compartilhar as boas práticas que foram implantadas em sua região e que resultaram em um aumento das vendas em cerca de 30%. Márcia ficou apreensiva, pois nunca havia feito uma apresentação dessa natureza para um grupo de gestores tão conceituado. Ela sentiu o peso dessa responsabilidade e pensou em como deveria agir para fazer uma boa apresentação. Ela separou todas as informações que precisaria apresentar. Revisou com cuidado todos os assuntos, elaborou um bom resumo, selecionando as informações mais importantes. Depois, criou os slides e treinou a apresentação para verificar se conseguiria fazê-la dentro do tempo de que dispunha. No dia marcado, Márcia fez sua apresentação e se saiu muito bem. Foi aplaudida e elogiada por seu desempenho e iniciativa. Ela saiu satisfeita da reunião e orgulhosa do trabalho realizado. Na saída, o diretor geral da empresa a abordou e disse-lhe que era exemplo de dedicação e profissionalismo para toda a companhia. Esse reconhecimento da empresa fez com que ela se motivasse ainda mais para o trabalho. Tempo e organização são fundamentais na elaboração de uma apresentação, concorda? Com todas as informações disponíveis você deve explorar esse conteúdo. 9.7.3 FORMATAÇÃO Antes de iniciar os estudos sobre mais uma ferramenta importante do apresentador de slides: as animações e transições, você verá uma situação que permitirá identificar a importância do uso correto da ferramenta. Avaliando o caso citado anteriormente fica claro que formatar corretamente uma apresentação é extremamente importante. Comece pela parte de transição de slides. Clique na aba Animações e aparecerão os recursos de animações. Um deles é Formas de transição para este slide. Passe o cursor para visualizar o efeito causado pela animação. Após escolher a opção desejada, você pode optar se essa animação se aplicará apenas ao slide selecionado ou em todos os demais. Caso a segunda opção seja a escolhida, clique em Aplica a todos, como mostrado na Figura 44. 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 125 Figura 44 - Configurando transição de slides Fonte: SENAI-RS Para ter acesso a mais opções de transição de slides, você terá de clicar no menu Drop down (Figura 45). Figura 45 - Escolhendo opções de animação de slides Fonte: SENAI-RS A Figura 46 apresenta as diferentes possibilidades de animações de slides. Figura 46 - Ampliando opções de animação de slides Fonte: SENAI-RS Agora, você aprenderá a utilizar um recurso muito importante na área de apresentadores de slides. São as animações personalizadas, que dão mais vida a sua apresentação e a torna mais vistosa e plausível. Esse recurso trata cada item da apresentação de forma independente, dessa forma, cada um poderá receber sua própria animação, onde cada um poderá receber sua própria animação. Para acessar essa ferramenta, clique no menu Animações. Selecione um item qualquer em seu slide (imagem, texto, entre outros), aplique uma animação, clique no botão Adicionar efeito. FIQUE ALERTA O botão Adicionar efeito só poderá ser acessado se um item no seu slide for pré-selecionado. 126 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Após você ter selecionado um item e ter clicado no botão Adicionar Efeito, aparecerão as opções a seguir: • entrada: é utilizada para inserir uma animação, para entrar (aparecer) o item selecionado; • saída: é utilizada para inseriruma saída no item selecionado; • ênfase: é utilizada para inserir um movimento extra ao item selecionado; • trajetória de animação: é utilizada para criar seus próprios movimentos de animação. FIQUE ALERTA Essa ferramenta deve ser utilizada com cautela. Você não deve exagerar nas ani- mações. Isso pode causar a impressão de que sua apresentação está desorganiza- da e ocasionar um cansaço visual nas demais pessoas que estiverem prestigiando sua apresentação. A seguir, veremos que dentro da guia Animações é possível encontras diferentes possibilidade de movimentos e sons. Movimento de entrada Esse movimento é inserido toda vez que você deseja que um item execute algum movimento antes que ele apareça em seu slide. Após você escolher o tipo de efeito de entrada, algumas opções estarão disponíveis. A opção Início apresentará algumas alternativas para definir o momento em que a sua animação de entrada será executada. Por exemplo: será após um clique do mouse; será executada juntamente ou após a animação anterior. Outra opção é a Direção, nessa parte você definirá o sentido você poderá definir o sentido que sua animação será executada (direita, esquerda, horizontal, vertical). A última opção é a Velocidade, que determina se a animação será executada de maneira lenta, média ou rápida (Figura 47). Dependendo da animação escolhida, algumas dessas opções não estarão disponíveis. Figura 47 - Personalizando uma animação Fonte: SENAI-RS 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 127 Movimento de Saída O movimento de saída é inserido toda vez que você deseja que um item execute algum movimento de saída de seu slide. Os princípios para o uso dessa opção são os mesmos do movimento de entrada, pois aqui você também pode escolher a forma como o item selecionado sairá do seu slide. Movimento de Ênfase Uma ênfase é um movimento que ocorre depois que um item já executou seu movimento de entrada. Veja o exemplo: Uma imagem entra em sua apresentação com uma velocidade média, após um clique do mouse. Em seguida, essa imagem executa uma rotação de 360° sentido anti-horário. Este giro de 360° é o movimento de ênfase. Trajetórias de Animação Com as trajetórias de animação, você pode definir as trajetórias para os itens do seu slide. Para facilitar o trabalho com animações, leia as dicas a seguir. primeira dica - você deve conhecer bem as sinalizações dispostas na janela Personalizar animação: segunda dica - à medida que as animações forem inseridas, pressione a tecla F5 para visualizar se a animação foi aplicada corretamente. Inserindo sons nas animações Para utilizar esse recurso, um efeito de animação deve ser inserido. Feito isso, clique com o botão direito sobre um dos efeitos; em seguida, na opção Opção de efeitos, como mostra a Figura 48 e a Figura 49. 128 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 48 - Opções de animação Fonte: SENAI-RS Figura 49 - Inserindo sons nas animações Fonte: SENAI-RS Na aba Efeitos, você poderá atribuir efeitos sonoros aos de animação, como demonstrado na Figura 50. Figura 50 - Exemplo de efeitos de animação Fonte: SENAI-RS FIQUE ALERTA Você deverá ter cautela ao utilizar o recurso de sonorização, pois, se utilizado em excesso, poderá tirar o foco do tema principal. Uma apresentação com animação faz toda a diferença, desperta a atenção de quem acompanha, fica mais atrativa, porém, precisa ser bem produzida. 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 129 CASOS E RELATOS UM DESASTRE José, Jonas, César e Marcos fazem parte de uma equipe de melhoria de processos produtivos na empresa onde trabalham e são conhecidos como “esquadrão solução”. Todos os anos as equipes que desenvolveram bons trabalhos de melhoria são convidados a participar de um seminário para divulga- los. Os mesmos e os melhores são premiados. Neste ano, a equipe foi selecionada para apresentar o seu trabalho. Todos estavam felizes com o convite e agora precisavam preparar a apresentação. O projeto de melhoria desenvolvido pelo “esquadrão solução” era excelente, pois reduziu os custos de produção em 48%. O gerente da área disse-lhes que tinham chances de serem premiados, porque o projeto era muito bom e tinha gerado uma economia considerável para a empresa. Eles preparam a apresentação. Chegou o dia marcado e a equipe se posicionou no palco para fazê-la. Infelizmente, a apresentação dos slides era péssima. O fundo da tela e a cor da fonte não permitiam uma leitura adequada do texto. Além disso, a cada transição de slides, o som de um carro de corridas fazia com que a plateia se distraísse. O tempo de apresentação também ultrapassou o limite estipulado pela comissão julgadora. Infelizmente, o excelente projeto de melhoria não foi classificado, pois a apresentação dos slides não foi adequada. Preparar as apresentações adequadamente pode contribuir de forma significativa para o sucesso de uma atividade. 9.8 PLANILHA ELETRÔNICA As planilhas eletrônicas são utilizadas para relacionar informações, gerar estatísticas e, principalmente, apontar resultados. Os cálculos são feitos pelo sistema automaticamente e podem ser resultados de fórmulas inseridas pelo usuário. Dentre essas ferramentas se destacam: Microsoft Office Excel Ferramenta desenvolvida pela Microsoft que se tornou o programa de planilha eletrônica mais utilizado do mercado, pois agiliza muito o processamento e a comparação de informações que envolvem cálculos. A extensão padrão do software na versão 2010 é XLSX e para utilizá-lo devemos adquirir licenças (Figura 51). 130 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 51 - Interface do programa Microsoft Excel Fonte: SENAI-RS OpenOffice.org Calc Esse software de planilha eletrônica gratuito é bastante similar ao Microsoft Excel. O programa possui tratamentos exclusivos para geração de gráficos, utilizando os dados dispostos na planilha. Com ele é possível criar a folha de cálculo em formato PDF e a extensão utilizada é ods (Figura 52). Figura 52 - Interface do programa OpenOffice.org Calc Fonte: SENAI-RS A seguir, iremos explorar algumas, algumas das configurações e dos recursos do Microsoft Office Excel 2010. 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 131 9.8.1 INTERFACE As guias do Microsoft Office Excel são muito semelhantes às guias do Microsoft Word, havendo a variação, no Excel, das guias de Fórmulas e de Dados. Acesso ao Programa O Programa Excel pode ser iniciado de duas maneiras existente, como mostra a Figura 53, e a segunda é abrindo o programa pelo seu atalho, como podemos ver na Figura 54. 1ª Figura 53 - Abrindo planilha existente Fonte: SENAI-RS 2ª Figura 54 - Abrindo planilha pelo programa iniciar Fonte: SENAI-RS Quando aberto, o Excel exibe como cabeçalho o nome do arquivo ou a sugestão para o nome do arquivo, nesse caso Pasta 1, demonstrado na Figura 55. Figura 55 - Cabeçalho de planilha Excel Fonte: SENAI-RS Na Figura 56, veremos que no Excel trabalhamos com “pastas de trabalho” e cada pasta pode conter várias planilhas. Identificamos uma planilha no Excel pelo nome e sua ordenação na pasta de trabalho. Temos uma pasta de trabalho chamada Pasta1 contendo três planilhas: Plan1, Plan2 e Plan3. Exemplo: 132 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 56 - Inserido planilhas de Excel Fonte: SENAI-RS Cada planilha é independente da outra e pode ser renomeada pelo usuário, basta clicar com o botão direito do mouse no nome e escolher a opção renomear, como mostra a Figura 57. Figura 57 - Renomeando a planilha Fonte: SENAI-RS Para criar novas planilhas basta clicar em ou na combinação de teclas Shift+F11. Cada planilha possui linhas e colunas, as linhas são numeradas de 1 a 1.048.576 e as colunas seguem ordem alfabética chegando ao total de 16.384 combinações. 9.8.2 ESTRUTURA DE UMA PLANILHA A intercessão entre uma linha e uma coluna forma uma célula e cada célula leva o nome da coluna em combinação com o número da linha. Veja um exemplo na Figura 58: 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 133 Figura 58 - Selecionando células Fonte:SENAI-RS Temos neste momento a coluna A1 selecionada e confirmamos isto por meio da informação contida na caixa de nome. Quando selecionamos um intervalo de células, como o da Figura 59, o nome mostrado na caixa de nome é sempre da célula que foi selecionada primeiro, e podemos “ler” esse intervalo como: A1:B2 (A1 “até” B2) Figura 59 - Seleção de intervalo de células Fonte: SENAI-RS 9.8.3 MESCLAGEM DE CÉLULAS Podemos fazer com que duas ou mais células se tornem uma só; para isso, utilizamos a ferramenta Mesclar Células. Primeiramente, selecione o intervalo de células que se deseja mesclar, em seguida clique em Mesclar e Centralizar, como demonstrado na Figura 60. Figura 60 - Mesclando células Fonte: SENAI-RS 134 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL 9.8.4 TAMANHO DAS CÉLULAS Quando digitamos as informações nas células, não há necessidade de nos preocuparmos com a altura ou largura delas. Após a digitação do conteúdo desejado, basta clicar entre a identificação das colunas ou linhas e arrastar o mouse até o tamanho desejado, como mostra a Figura 61. Figura 61 - Alteração do tamanho da célula Fonte: SENAI-RS 9.8.5 BORDAS E VISUALIZAÇÃO DE IMPRESSÃO As linhas de grade do Excel, por padrão, não são impressas, servem apenas para melhorar a visualização das informações digitadas. Para conferir se as bordas estão ou não ativadas, podemos clicar no menu Arquivo no canto superior esquerdo da janela, em seguida clicamos em imprimir, conforme mostra a Figura 62. Figura 62 - Visualizando linhas da planilha Fonte: SENAI-RS Para adicionar bordas às células, selecionamos as células desejadas e, em seguida, acessamos as opções de bordas presente na guia Página Inicial, no grupo Fonte, como podemos ver na Figura 63 e Figura 64. 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 135 Figura 63 - Formatando linhas de grade Fonte: SENAI-RS Figura 64 - Visualizando linhas da tabela pela função Imprimir Fonte: SENAI-RS 9.8.6 FORMATO DE CÉLULAS Podemos configurar antecipadamente a característica do conteúdo de cada célula ou intervalo. Isso facilita a digitação e o formato do conteúdo. Para isso, selecionamos a célula ou um intervalo de células (Figura 65) e, na guia Página Inicial, no grupo Número, temos uma lista com os principais formatos de células. 136 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 65 - Formatando células Fonte: SENAI-RS 9.8.7 SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS E TEXTUAIS Quando pretendemos usar sequências numéricas ou textuais em uma planilha, podemos digitar parte dessas sequências e depois acionar sua continuação automática. Para isso, usamos a alça de preenchimento (Figura 66). Figura 66 - Usando sequenciais ou textuais na planilha Fonte: SENAI-RS 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 137 9.8.8 FÓRMULAS, CÁLCULOS E FUNÇÕES No Excel podemos realizar cálculos estatísticos, trigonométricos, financeiros, lógicos, entre outros, manualmente ou utilizando o assistente de funções pré-definidas. Para inserir fórmulas de maneira manual, utilizamos os seguintes operadores: OPERADORES MATEMÁTICOS OPERADORES LÓGICOS * Multiplicação < Menor / Divisão > Maior + Soma <= Menor ou Igual - Subtração >= Maior ou Igual <> Diferente = Igual Quadro 11 - Operadores Fonte: SENAI-RS Também podemos utilizar as funções pré-definidas. Como exemplo, vamos calcular o tempo total de horas (C22) do cronograma utilizando uma função chamada de SOMA (FIGURA 67). Figura 67 - Inserido fórmulas na planilha Fonte: SENAI-RS Para isso, selecionamos a célula desejada a receber o resultado, e acionamos o assistente de funções do Excel através do botão Fx (FIGURA 68). Figura 68 - Função Fx para inserir fórmula de cálculo Fonte: SENAI-RS Selecionamos na Guia Fórmulas o nome da função ou a operação que se deseja realizar (Figura 69). 138 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 69 - Selecionando função soma Fonte: SENAI-RS Selecionamos o intervalo de células que se deseja somar. Em seguida clicamos em OK (FIGURA 70 e FIGURA 71). Figura 70 - Selecionando intervalo de soma Fonte: SENAI-RS Figura 71 - Cálculo da soma de células Fonte: SENAI-RS 9.8.9 GRÁFICOS Para criar gráficos no Excel, basta selecionar os dados que se deseja relacionar e em seguida acionar a opção com o estilo do gráfico na guia Inserir (FIGURA 72). 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 139 Figura 72 - Inserindo gráfico Fonte: SENAI-RS Para editar o título do gráfico, basta clicar sobre ele e digitar o título desejado (FIGURA 73). Figura 73 - Editando títulos do gráfico Fonte: SENAI-RS 140 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL 9.8.10 REFERÊNCIA FIXA Em muitas situações, nas tabelas, não podemos usar a maneira automática para realizar os cálculos sem utilizar a Referência Fixa, que consiste em definir qual célula será utilizada para todos os cálculos da coluna ou linha correspondente. A seguir, temos um exemplo de utilização de referência fixa em uma planilha de venda de materiais elétricos. Além do valor à vista, a loja aceita pagamentos parcelados em seis e dez vezes com acréscimos de 5% e 11% respectivamente. Para esses cálculos, após a montagem da planilha, inserimos as fórmulas com base nos critérios já informados (Figura 74). Veja o passo a passo a seguir. Figura 74 - Passo a passo do cálculo com referência fixa Fonte: SENAI-RS Passo 1 Para calcular o preço do material elétrico vendido em 6 parcelas, precisamos acrescentar 5% do valor do jogo ao preço à vista. A fórmula matemática seria: (26,60x5%)+26,60= (1,33)+26,60= 27,93 Começamos a fórmula com o sinal de = (igual), substituímos os valores pelas células que contém esses valores na planilha, e a fórmula em Excel seria: =(B6*B2)+B6, como podemos ver na Figura 75 e Figura 76. Figura 75 - Construindo a fórmula de cálculo Fonte: SENAI-RS 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 141 Figura 76 - Cálculo do custo do material elétrico Fonte: SENAI-RS Na Figura 77, observamos que o valor da maioria dos materiais elétricos não corresponde aos valores corretos. Conferindo a fórmula por meio da barra de fórmulas observamos: Linha 6 =(B6*B2)+B6 Correto Linha 7 =(B7*B3)+B7 Errado Linha 9 =(B8*B4)+B8 Errado Figura 77 - Preenchimento das células com cálculo sem colocarmos a referência fixa Fonte: SENAI-RS A fórmula inserida para calcular o valor dos materiais elétricos com parcelamento em 6x está correta. Porém, ao usarmos a alça de preenchimento para copiar a fórmula para os demais jogos, nos deparamos com um erro: Todos os cálculos da coluna C serão o preço do material elétrico multiplicado pelo acréscimo de 5%, somado ao preço do material elétrico novamente. Percebe-se que o acréscimo de 5% contido na coluna B2 é uma Referência Fixa nas fórmulas em todas as linhas desta coluna. Sendo assim, quando uma fórmula contém Referência Fixa devemos “travar” a célula da Referência Fixa com o símbolo $. Reescrevemos a fórmula, travando a Referência Fixa =(B6*$B$2)+B6. Durante a edição da fórmula na barra de fórmula, digite o símbolo $ antes da letra da coluna e do número linha ou simplesmente pressione a tecla F4 sobre a posição que deseja fixar (Figura 78). Agora poderemos usar a alça de preenchimento para copiarmos a fórmula para as outras linhas. 142 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 78 - Fórmula com referência fixa para travar a célula e utilização da alça para o preenchimento das células seguintes e uso da alça de preenchimento após a aplicação da referência fixa. Fonte: SENAI-RS Passo 2 Para calcularmos o pagamento em seis vezes do material elétrico (coluna D/Linha 6), a fórmula matemática deve ser: 27,93/6. Reescrevendo a fórmula para o Excel: =C6/6 Embora o número de parcelas, que no caso é 6, seja uma Referência Fixa, não precisamos travar esse valor, porque o valor está sendo digitado na fórmula, não está sendo utilizado o conteúdo de uma célula. Temos na célula A2 o texto “Preço em 6 x adicionar”, mas não podemos usar essa célula, pois o número “6” está nela, junto ao texto. Sendo assim, o Excel não pode realizar um cálculousando essa célula. Para fazer o cálculo, utilizamos a alça de preenchimento (Figura 79). Figura 79 - Utilizando a fórmula Excel e a alça de preenchimento para cálculo de valor por parcela Fonte: SENAI-RS Passo 3 Para o cálculo do preço do jogo para pagamento em dez vezes, seguindo os critérios estabelecidos, o preço a vista do jogo terá um acréscimo de 11%, portanto: Fórmula Matemática: (26,60 * 11%) + 26,60 = (2,93) + 26,60 = = 29,53 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 143 Fórmula no Excel = (B6*$B$3) + B6 Apertando a tecla F4, travamos a célula B3, que contém o valor 11% como Referência Fixa (Figura 80). Figura 80 - Cálculo do custo dos materiais elétricos em 10x Fonte: SENAI-RS Utilizamos a alça de preenchimento (Figura 81): Figura 81 - Uso da alça de preenchimento para o cálculo dos demais materiais elétricos Fonte: SENAI-RS Passo 4 Para calcularmos o valor de cada parcela para pagamento em dez vezes. Fórmula Matemática: 29,53 / 10 = 2,95. Fórmula no Excel: = E6/10. O valor 10, embora Referência Fixa, está sendo digitado na fórmula, portanto, não deve ser travado (Figura 82). 144 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Figura 82 - Uso da fórmula Excel para o cálculo do valor da parcela em 10x Fonte: SENAI-RS A Figura 83 apresenta o uso da alça de preenchimento. Figura 83 - Uso da alça de preenchimento para completar os valores das parcelas em 10x Fonte: SENAI-RS 9.8.11 PROTEÇÃO DE CÉLULAS E PLANILHA Após a conclusão da construção da planilha, é recomendado protegermos as células que contém as fórmulas para que essas não sejam modificadas acidentalmente. Para isso, selecionamos apenas as células onde os valores poderão ser alterados, conforme exemplo da Figura 84: Figura 84 - Protegendo as células da planilha Fonte: SENAI-RS 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 145 Após a seleção, acesse a guia Página Inicial, após, no grupo Fonte, clique em Formatar, em seguida, clique em Formatar Células. Na janela a seguir, clique na aba Proteção e desmarque a caixa Bloqueadas e clique no OK (Figura 85). Figura 85 - Proteção de planilhas Fonte: SENAI-RS Para concluir a proteção, devemos acessar a guia Revisão, no grupo Alterações, no item Proteger Planilha e definir uma senha de proteção. Selecionamos as permissões desejadas, inserimos e confirmamos a senha (Figura 86 e Figura 87): Figura 86 - Selecionando as permissões Fonte: SENAI-RS Figura 87 - Adicionando senha para a proteção da planilha e confirmando a senha Fonte: SENAI-RS 146 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Ao tentar editar uma célula bloqueada, o usuário recebe a mensagem mostrada na Figura 88. Figura 88 - Aviso de célula bloqueada Fonte: SENAI-RS Para alterar ou desbloquear a planilha, o Excel irá solicitar a senha cadastrada anteriormente. RECAPITULANDO Você pôde conferir como um editor de textos funciona, nesse caso específico usamos o Word, um editor muito conhecido no mercado. Foram apresentadas a você as ferramentas de edição de textos para ajudá-lo a criar documentos de alta qualidade. O Word permite a manipulação de objetos, como: figuras, tabelas, formas geométricas, textos animados, colunas, estilos, parágrafos, cabeçalhos, notas de rodapé e várias outras opções básicas e avançadas, que estão à sua disposição para explorar e conhecer. Todas essas ferramentas, que estão inseridas em um editor de textos, vão permitir que você possa aprimorar ainda mais seus relatórios, redações e outros documentos diversos. Para isso, alguns recursos são utilizados, como a definição de estruturas de layot, que permitirá incluir imagens, tabelas, textos, gráficos. Neste capítulo, você viu como o programa Microsoft PowerPoint pode facilitar sua vida na hora de criar a apresentação. Alguns dos recursos mais básicos do PowerPoint podem ser considerados como a definição de estruturas de layout, que permitirão incluir imagens, tabelas, texto, gráficos, escolher o design mais apropriado para o perfil de sua apresentação. Também aprendeu que é possível modificar a sequência da apresentação com recursos de transição e animação dos componentes de cada slide, mas também se deve cuidar para não abusar dos recursos, pois pode provocar uma sensação de cansaço visual ou desorganização. Além disso, vimos que podemos animar uma apresentação colocando filmes ou sons, o que caracteriza o programa como multimídia, pois trabalha com mídias estáticas (textos, fotos mapas e desenhos) e dinâmicas (filmes, músicas e desenhos animados). 9 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 147 Anotações: REFERÊNCIAS ANTUNES, Irandé. Lutar com parábolas. São Paulo: Parábola, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação- traba- lhos acadêmicos- apresentação. Rio de Janeiro, 2011. BRASIL. Secretaria de Educação. Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental: língua portuguesa. Brasilia, 1998. CAMPEDELLI, Samira Youssef; SOUZA, Jésus Barbosa de. Produção de textos & usos da lingua- gem: curso de redação. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 1999. CBN SÃO PAULO. [Partida de futebol entre São Paulo e Gama]. São Paulo, CBN, [20--?]. Programa de rádio. CBN SÃO PAULO. Jornal CBN. [Surto de pneumonia asiática]. São Paulo, CBN, 2003a. Programa de rádio. CBN SÃO PAULO. Jornal CBN. [Fala do Ministro da Saúde]. São Paulo, CBN, 2003b. Programa de rádio. CHAROLLES, Michel. Introdução aos problemas da coerência dos textos. In: GALVES, Charlote; OR- LANDI, Eni Pulcinelli; OTONI, Paulo (Org.). O texto: leitura e escrita. 2 ed. Campinas: Pontes, 2002. CRUZ, Graziela. Como enfrentar a globalização? Qual o lugar do ser humano? Jornal de Opinião, Belo Horizonte, 15-21, out. 2002. CUNHA , Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro, Lexikon, 2013. FERREIRA, Aurélio, Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. GAZOLA, Andre. Tabela de uso do hífen atualizada conforme as regras do Acordo Ortográfico. [S.l.], Português fácil c2015. Diponível em: <http://www.portuguesfacil.net/?s=hifen>. Acesso em: 21 out. 2015. GUIDIN, Marcia Ligia. Reforma ortográfica: acentuação gráfica - tabela traz regras já de acordo com a nova ortografia. [S.l], 2015. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portu- gues/reforma-ortografica-acentuacao-grafica-tabela-traz-regras-ja-de-acordo-com-a-nova-ortogra- fia.htm>. Acesso em: 21 out. 2015. INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. 6 ed. São Paulo: Scipione, 1991. KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual.. São Paulo: Contexto, 1989. MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental: de acordo com as atuais normas da ABNT. 29 ed. São Paulo: Atlas, 2010. PEREIRA, Helena Bonito; PELACHIN Marcia M. Português; na trama do texto. São Paulo: FTD, 2004. SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever textos. 11 ed. São Paulo: Globo, 1995. YALLE, Dinorath do. Projeto Memorial São José. São Paulo, [20--?]. Col. Cadernos de história oral, 1. Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/pt/home>. Acesso em: 1 abr. 2003. ANEXO ANEXO 1 Vocabulário Técnico Este glossário reúne os termos e as siglas mais utilizados na área de Automação Industrial, em língua portuguesa e inglesa. Os termos e siglas em língua inglesa têm suas respectivas traduções entre parênteses. A AGV (Automated Guided Vehicle, Veículo Guiado Automaticamente) Robô de transporte que se locomove no ambiente de produção, sem necessitar de trilhos para definir a sua trajetória. Análise de agrupamento Método que examina a similaridade entre cada par de objetos, formando grupos altamente similares. A análise de agrupamento requer a formação de uma matriz (componente-máquina), que pode ser rearranjada pelo método manual ou por meio de algoritmos de agrupamento. APT (Automatic Programmed Tools, Ferramentas Programadas Automaticamente) Linguagem de programação usada por computador, a qual gera um programa em fita ou similarpara operar máquina-ferramenta numericamente controlada. ARM (Significa “braço” em inglês) Use: Braço articulado Arquitetura de robô Estrutura física composta por diversos elementos, mecanismos, dispositivos e subsistemas que caracterizam os tipos de robôs. AutoCad Tipo de programa de projeto de computador desenvolvido pela Autodesk e largamente utilizado em aplicações profissionais de CAD. Automação Use: Automação Industrial Automação fixa Automação aplicada nos sistemas de manufatura, cujo volume de produção é muito elevado, caracteriza-se por não permitir alteração do processo após a definição do sistema e seus componentes. 152 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Automação flexível Automação aplicada nos sistemas de manufatura que capacita robôs ou máquinas-ferramenta a executarem multitarefas, adaptarem-se e autorreprogramarem-se por meio de sistemas tecnológicos. Automação industrial Tecnologia aplicada em sistemas complexos, com princípios mecânico, elétrico, eletrônico, baseada no uso de computadores na operação e controle da produção. Automação programada Tipo de automação flexível - na qual a sequência de operações é determinada por programa - utilizada em sistemas de manufatura em que a produção é relativamente baixa e os produtos são variados, exigindo equipamentos com alto grau de adaptabilidade. Automação programável Use: Automação programada Automatic Guided Vehicle Use: AGV Automatically Programmed Tools Use: APT Automatização Use: Automatização industrial B Braço articulado Parte da arquitetura do robô, que permite sua articulação por meio de graus de liberdade, formada pela conexão de elos e juntas. Bridges(Pontes) Dispositivo que permite a interconexão de redes de computadores, cujos cabeamento e/ou método de acesso sejam completamente distintos, ou que sirva para segmentar uma rede com a finalidade de isolar o tráfego entre segmentos. C CAD (Computer-Aided Design, Desenho / Projeto Auxiliado por Computador) Software aplicado aos sistemas gráficos para auxiliar na criação, elaboração e/ou modificação de desempenho de projeto. ANEXOS 153 CAD 2D Tipo de CAD que permiti definir e manipular representações geométricas sobre um sistema de coordenadas cartesianas. CAD/CAM (Computer-Aided Design / Computer-Aided Manufacturing, Desenho/Projeto Auxiliado por Computador / Manufatura Auxiliada por Computador) Software com recursos, integrados ou não, de CAD e CAM que possibilita a implementação de processos automatizados de desenho de projetos e produção de peças. CADD (Computer-Aided Design and Drafting, Desenho e Anotações Auxiliados por Computador) Tipo de CAD com recursos adicionais para ser aplicado na criação de um produto e na produção da documentação de um projeto. CADP (Computer-Aided Dimensional Planning, Planejamento Dimensional Auxiliado por Computador) Software de planejamento que pode ser usado para melhorar a eficiência dimensional, ajustar tolerâncias economicamente e racionalizar cada operação do processo de fabricação. Este sistema pode ser incorporado a um sistema CAD/CAM. CAE (Computer-Aided Engineering, Engenharia Auxiliada por Computador) Software que permite simular as condições físicas de trabalho ou de processo a que será submetido o modelo, possibilitando análise de seu comportamento. CAM (Computer-Aided Manufacturing, Manufatura Auxiliada por Computador) Software aplicado no processo de manufatura para gerar o caminho da ferramenta na operação de usinagem de peças e controlar, de maneira informatizada, o transporte e armazenagem de itens de produção. Camada de aplicação Constitui-se numa sub-rotina que identifica o sistema de memórias no qual o programa de usuário aloca a mensagem a ser transferida. Camada de apresentação É responsável pela forma de apresentação do código da mensagem, ou seja, possui a função de converter os códigos dentro da especificação lógica do sistema. Camada de enlace Assegura que o conteúdo da mensagem gerado em sua origem seja exatamente igual ao conteúdo no local de destino. Para tal, essa camada possui uma sub-rotina, muitas vezes constituída por um algoritmo especial, que permite a detecção de erros de comunicação, em nível de camada física, mantendo a integridade da mensagem. 154 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Camada de rede Cuida da rede, achando um meio melhor de transportar a mensagem. Agrega ou modifica endereços, na mensagem, ao longo da rede. Possui, portanto, a função de endereçamento, de forma a promover todo o roteamento da rede por meio de seus recursos. Camada de sessão Responsável pelo estabelecimento da conexão é ela que maneja e sincroniza as conexões entre dois processos, estabelecendo uma senha ou ficha de acesso para pronto estabelecimento da sessão de comunicação. Camada de transporte Possui como função principal o controle de fluxo, estabelecendo a melhor maneira de transportar as mensagens da rede. Camada física Esta é uma camada necessária em todos os protocolos de comunicação, pois é nesta camada que se incluem as funções de ativar, manter e desativar a conexão física. CAPP (Computer-Aided Process Planning, Planejamento de Processo Auxiliado por Computador) Software aplicado no planejamento de processos utilizado na fabricação de um produto, determinando o melhor número de combinações e sequências a serem utilizadas. CAPP interativo Tipo de CAPP que tem a característica de permitir a geração de qualquer plano de processo; porém o tempo de sua confecção não é muito satisfatório. CAPP variante Tipo de CAPP que permite encontrar e copiar um plano semelhante para servir de base para o novo plano de processo. Este plano pode ser obtido com base num produto com geometria próxima à do produto original, ou através da parametrização de planos de produtos semelhantes em famílias. Com isso se consegue uma padronização maior de processo em uma elevada velocidade de geração de planos de processo. CATC (Computer Assist to Technical Control, Técnica de Controle Assistida por Computador) Software desenvolvido por análises de cadeia de tolerâncias que funciona independentemente de um sistema CAD, que apenas automatiza o procedimento de análise. CIM (Computer Integrated Manufacturing, Manufatura Integrada por Computador) Tecnologia que permite a integração de toda a cadeia produtiva, incluindo cliente e fornecedor, pela utilização e redes de computadores e softwares específicos, em que todas as informações são compartilhadas por todos os elementos do processo. CN (Controle Numérico) Equipamento capaz de controlar e operar automaticamente máquinas operatrizes através de programas e funções implementadas por meios de código alfanumérico. ANEXOS 155 CNC (Computer Numerical Control – Controle Numérico Computadorizado) Tipo de CN implementado por meio de recursos computacionais com capacidade de cálculo de interpolações das trajetórias e de compensação do desgaste da ferramenta, permitindo, ainda, a entrada e modificação de programas ou parâmetros remota ou localmente, armazenando em mídia magnética, comunicação digital de dados, diagnósticos e mensagens de estado ou erro. Comando numérico Use: CN Comando numérico computadorizado Use: CNC COMPACT II Linguagem usada para programação auxiliada por computador, visando à operação de máquina- ferramenta controlada por CN. Computer Aided Design Use: CAD Computer Aided Design and Drafting Use: CADD Computer Aided Engineering Use: CAE Computer Aided Manufacturing Use: CAM Computer Aided Process Planning USE: CAPP Computer Integrated Manufacturing Use: CIM Computer Numerical Control Use: CNC Controle numérico distribuído Use: DCN Controlador de robô Microcomputador industrial ou CLP (Controlador Lógico Programável) que permite por meio de instruções carregadas que o robô realize tarefas através de movimentos com trajetória controlada. 156 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL CSMA-CD (Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection,Acesso Múltiplo para Identificar Ocorrência de Transmissão com Detector de Colisão) Tipo de método de acesso múltiplo, ou seja, todos os participantes possuem a mesma hierarquia dentro da rede com relação ao método de acesso, isto é, todos podem transmitir para todos. Para que isso aconteça, porém, o meio deve estar vazio (sem mensagem). D DCN (Data Communication Network, Rede de Comunicação de Dados) Tecnologia de comunicação que executa a interligação entre os sistemas de geração de programas e as máquinas CNCs, como o emprego de coletores de dados de programação fina do chão-de-fábrica que enviam dados sobre trabalhos a serem executados e recebem informações sobre o status da fabricação. Design for Assembly (Desenho/Projeto para Montagem) Use: DFA DFA Método computacional que visa fornecer informações fundamentais de montagem de produtos para a fase de projeto conceitual Direct Numerical Control (Controle Numérico Direto) Use: DCN Dispositivo de rede de computador Equipamentos ou componentes de redes de computadores que possibilitam a criação de caminhos entre os segmentos da rede. E EDM (Entreprise Data Management) Software para gerenciamento de documentação CAD e de arquivos vinculados, como tabelas, textos e bancos de dados. Engenharia auxiliada por computador Use: CAE (Computer-Aided Engineering) Engenharia simultânea Metodologia para desenvolvimento de projetos que propõe a realização de muitos processos dos ciclos de desenvolvimento do produto de forma simultânea Engineering Workstation Use: EWS ANEXOS 157 Entreprise Data Management (Administração de Dados do Empreendimento) Use: EDM Estação de supervisão Equipamento ligado a uma rede de computadores com a finalidade de supervisionar, controlar ou monitorar variáveis do processo de produção. EWS Tipo de computador de alto desempenho otimizado para aplicações gráficas como o CAD e o CAE, podendo ter periféricos diversos, conforme a aplicação. F Fabricação assistida por computador Use: CAM (Computer-Aided Manufacturing) Field Bus Tipo de rede industrial de computadores utilizada no chão-de-fábrica para conectar atuadores, sensores, dispositivos de medicação de controles, possibilitando a integração e supervisão do sistema como um todo. Flexible Manufacturing Cell (Célula Flexível de Manufatura) Use: FMC FMC Unidade de produção composta por máquinas controladas, sistema de alimentação automatizado com capacidade limitada de operação sem operador humano. FMS (Flexible Manufacturing System, Sistema Flexível de Manufatura) Sistema de produção que utiliza uma variedade de máquinas-ferramenta, com alta capacidade de processamento, controladas numericamente e que estão conectadas a sistemas automatizados de transporte, estações de carga e descarga, locais de armazenagem e outros, integrados sob o controle de computador. É capaz de processar simultaneamente vários tipos de peças de modo aleatório e com diferentes volumes. Formação de célula de manufatura Use: Análise de agrupamento. G Garra Órgão terminal do robô utilizado para segurar, soldar, perfurar, cortar, manipular e mover objetos. 158 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Garra adesiva Use: Órgão terminal adesivo Garra magnética Use: Órgão terminal magnético Gateway (Porta de ligação) Dispositivo que funciona como uma espécie de conversor de protocolos de redes de arquiteturas diferentes. Grau de liberdade Capacidade de alcance que o órgão terminal de robe possui de realizar movimentos articulados. I ICADS (Integrated Computer Aided Design System, Projeto de Sistema Auxiliado por Computador Integrado) Software que se aplicam à fase inicial do projeto do produto. IGES (Initial Graphics Exchange Specification, Especificação Inicial de Intercâmbio de Gráficos) Padrão de formato de arquivo de CAD que possibilita o intercâmbio de informação entre sistemas de diferentes fornecedores. Initial Graphics Exchange Specification Use: IGES Inteligência Artificial Técnica de computador para executar funções da inteligência humana, como: aprendizagem, adaptação, reconhecimento, classificação, raciocínio e autocorreção. Estes programas permitem emular os procedimentos de solução de problemas por especialistas em sua área específica de conhecimento. Inter bus Padrão de rede de comunicação de dados utilizados em aplicações industriais, mais especificamente na área de automação-controle de sistema no chão-de-fábrica. Está normatizado pela norma DIN E 19258 e EN 50254. Interconexão de sistemas abertos Use: OSI (Open Systems Interconnection) L LAN (Local Area Network, Rede de área local) Tipo de rede de computador cuja característica é a extensão de sua ligação ser limitada a uma área geográfica de até 3km. ANEXOS 159 Linguagem de programação Conjunto dos diferentes tipos de linguagem auxiliada por computador. LISP (List Programming) Linguagem de programação utilizada em sistemas de inteligência artificial, cujos dados são criados com base em listas. Podem criar ou modificar outros programas em LISP. Local Area Network Use: LAN M MAN (Metropolitan Area Network, Rede da área metropolitana) Tipo de rede de computador cuja característica é a extensão de sua ligação, para distâncias intermediárias, entre 30 e 60 km. Manipulador Use: Garra Manufacturing Automation Protocol (Protocolo de Automação de Manufatura) Use: MAP Manufatura assistida por computador Use: CAM (Computer Aided Manufacturing) Manufatura integrada por computador Use: CIM (Computer Integrated Manufacturing) Manufatura virtual Integração de modelos computacionais que representam a estrutura completa e precisa dos sistemas de manufatura e a simulação de seus comportamentos lógicos e físicos referentes a uma determinada operação. Mão destra Tipo de garra semelhante, com a mesma versatilidade da mão humana, que manipula objetos industriais e ferramentas projetadas para trabalhadores humanos. MAP (Manufacturing Automation Protocol) Tipo de protocolo usado em rede industrial de computadores cuja característica é o desempenho. Utilizada em processos de manufatura, abrange todas as etapas de gerenciamento de produção, podendo ser utilizada em processos discretos ou contínuos. Message Manufacturing Specification (Especificação da Mensagem de Manufatura) Use: MMS 160 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Método de acesso Modelos de acesso a interconexões (topologia) que proporcionam uma comunicação em rede computadores. Método PFA (Production Flow Analysis, Análise do Fluxo de Produção) Método para proceder à análise de um determinado sistema de fabricação e saber se é possível sua subdivisão em sistemas menores, permitindo a implantação da manufatura celular. Metodologia de integração de manufatura Use: MIM (Manufacturing Integrated Methodology) Metropolitan Area Network Use: MAN MIM Tecnologia de automação que busca a adequação das mudanças ocorridas no ambiente industrial em que operam, procurando apropriar a implementação de ações pela modernização do sistema de produção, baseada em soluções computacionais, considerando a estratégica da empresa e o bom atendimento ao cliente. Combina técnicas da qualidade total e engenharia simultaneamente. MNI-MAP Tipo de MAP simplificado que se caracteriza por utilizar um menor número de camadas de transmissão para a diminuição do tempo entre as trocas de mensagens. MMS Serviço na camada de aplicação de protocolo da OSI para comunicação de sistemas inteligentes no nível da fábrica. Possibilita a interligação de redes de computadores de diferentes fornecedores na área de manufatura. Modelagem geométrica Use: CAD 3D Movimento de robô Orientação e posicionamento que o órgão terminal do robô pode desenvolver. Movimento ponto a ponto Use: MPP Movimento por interpolação de junta Tipo de movimento em que o controlador do robô terminal ao longo de uma trajetória reta definida em coordenadas cartesianas. MPP Tipo de movimento do braço do robô do ponto A parao B em que cada eixo se desloca rapidamente da posição inicial para a final, com aceleração e desaceleração. ANEXOS 161 N Numerical control Use: CN O Open System Interconnection Use: OSI Órgão terminal adesivo Tipo de garra para manusear materiais leves, como tecidos, cuja ação de pega é obtida pela utilização de substância e materiais adesivos. Órgão terminal magnético Tipo de garra para manusear materiais ferrosos cuja ação de pega é feita pela utilização de elementos ferromagnéticos, como eletroímãs e/ou ímãs permanentes. OSI Especificação definida pela ISO que apresenta um modelo de referência para interconexão de sistemas computacionais por meio da divisão de todo o processo de comunicação e interação de sete camadas funcionais. P Painel de controle manual Use: Teaching PCP Use: Planejamento e Controle da Produção PDM Use: EDM Planejamento de manufatura assistido por computador Use: CAPP Planejamento e controle da produção Sistemas que visam à organização da produção de modo a atender aos pedidos de forma econômica e eficiente, considerando os prazos estabelecidos. Product Data Management Use: EDM 162 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Production Flow Analysis Use: Método PFA Profibus Principal sistema aberto de barramento de campo de padrão internacional. Ao contrário de um sistema proprietário, qualquer dispositivo desenvolvido para o padrão Profibus dispensa a necessidade de ajustes de interface. Programação Conjunto de operações ligadas à definição, escrita, preparação e execução de programas de computador. Programação de comando numérico assistida por computador Operação que auxilia na elaboração dos programas para máquinas de comando numérico. Programação de robô Sequência de comandos que definem um processo de transmissão de tarefas a um robô, em que podem ser utilizados dois métodos: o método direto, ou programação por aprendizagem, e o método indireto, ou programação por linguagem. Programação fina Operação que permite visualizar na tela do computador, via interface gráfica, toda a passagem do produto pelo processo produtivo. Programação multidirecional Fluxo de dados multidirecional que, tendo um comportamento dinâmico, apresenta complicações inesperadas. Não há camadas discretas de neurônios e todos estão ligados entre si, havendo total integração entre os dados de entrada e os resultados obtidos. Programação por aprendizagem Tipo de programação de robô em que o órgão terminal é deslocado manualmente através da trajetória desejada, enquanto o controlador registra esse caminho em sua memória. Programação por linguagem textual Tipo de programação de robô realizada através de uma linguagem de alto nível. Projeto assistido por computador Use: CAD Projeto e desenho auxiliado por computador Use: CADD Propriedade do robô Capacidades próprias do robô no desempenho de suas atividades. ANEXOS 163 Protocolo assíncrono Protocolo orientado a bot. Caracteriza-se pela simplicidade e economia, uma vez que estabelece uma conexão entre um servidor e um terminal de acesso. Protocolo de comunicação Procedimentos e leis que determinam a troca de informação entre dois ou mais processos, incluindo o formato e ações a serem executadas quando do envio e do recebimento desses dados. Protocolo síncrono Protocolo orientado a byte. Oferece maior segurança por parte do transporte da informação, sendo o mais rápido e mais eficiente. R RAIL Use: RGV (Rail Guided Vehicle, Veículo Guiado por Trilho) Realidade virtual Parte da ciência da computação que trata das simulações em três dimensões, em tempo real, imitando o mundo real ou fictício, criando um ambiente virtual passível de interação humana. Rede centralizada Use: Rede de Topologia Centralizada Rede de chão-de-fábrica Use: Field Bus Rede de computador Sistema interativo para transportar informações entre computadores diferentes e entre e computadores e periféricos. Rede de comunicação por computador Use: Rede de Computador Rede de topologia centralizada Tipo de rede de computadores cuja característica é a sua topologia (distribuição da conexão dos nós). Neste tipo, a interconexão prevê um servidor (centralizador) e outras estações com mais espaço em memória. Rede de topologia de barramento Tipo de rede de computadores cuja característica é a sua topologia (distribuição da conexão dos nós). Neste tipo, as mensagens irão tramitar na rede sem a participação dos nós intermediários. 164 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Rede de topologia em anel (Tokenring) Tipo de rede de computadores cuja característica é a sua topologia (distribuição da conexão dos nós). Neste tipo, a interconexão é fechada, formando um anel. Rede de topologia em estrela Tipo de rede de computadores cuja característica é a sua topologia (distribuição da conexão dos nós). Neste tipo, a sua estrutura está vinculada a um nó central, em que são tomadas todas as decisões de roteamento, ligado aos nós secundários, no formato de uma estrela. Rede de topologia irregular Tipo de rede de computadores cuja característica é a sua topologia (distribuição da conexão dos nós). Neste tipo, há interconexão de diversos nós dispostos irregularmente, de tal forma que cada nó se comunica com outro ou com vários, dependendo da necessidade de tráfego de informação. Rede de topologia não linear Tipo de rede de computadores cuja característica é a sua topologia (distribuição da conexão dos nós). Neste tipo, as mensagens são transmitidas pela rede pelo caminho mais curto. Rede em anel Use: Rede de Topologia em Anel Rede estrela Use: Rede de Topologia em Estrela Rede industrial de computador Tipo de rede de computador que utiliza tecnologia específica para conexões de máquinas e dispositivos em ambientes fabris. Rede neural Tipo de rede industrial de computadores, cuja característica é o seu desempenho, inspirada no modelo do sistema nervoso biológico, considerando-se principalmente as características comportamentais, estruturais e os funcionários. Rede não linear Use: Rede de topologia não linear Repetibilidade do robô Capacidade de um robô em realizar a mesma tarefa seguidamente, sem desvio. Retrofitting Técnica na qual é possível transformar uma máquina convencional em uma máquina CNC, ou modernizar uma máquina CNC existente. RGV (Rail Guided Vehicle) Tipo de robô de transporte que se locomove sobre trilhos em trajetória predefinida. É utilizado no transporte de carga e descarga de paletes em armazéns verticais. ANEXOS 165 Robô Manipulador automático com servossistema de posicionamento, reprogramável, polivalente, capaz de posicionar e orientar materiais e peças, e que utiliza dispositivo especial com movimentos variados e programados para execução de tarefas variadas. Robô cartesiano Tipo de robô no qual os três primeiros graus de liberdade são totalmente prismáticos. Robô cilíndrico Tipo de robô que processa uma rotação e dois níveis lineares de liberdade. Robô de medição Tipo de robô industrial utilizado na aferição da qualidade e controle dimensional em sistemas de fabricação mecânica e processamento de materiais. Robô de sequência fixa Tipo de robô industrial que prescinde de servocontrole, sendo utilizado em operações simples do tipo pega-e-põe. Robô de Soldagem Tipo de robô industrial utilizado em soldagem de peças metálicas. Robô de transporte Tipo de robô industrial utilizado para transportar peças entre máquinas, postos de trabalho ou ilhas de produção, na alimentação de matéria-prima ou no controle de magazines e estoques. Possui a forma de veículo autônomo teleguiado ou com dispositivos de alimentação. Robô esférico Tipo de robô que possui dois níveis de rotação e um nível linear de liberdade. Robô industrial Robô cuja robustez permite efetuar tarefas em ambientes de trabalho altamente controlados ou agressivos. Robô inteligente Tipo de robô industrial capaz de modificar seu comportamento em tempo real, baseado no contexto em queatua, possui uma elevada capacidade sensorial e de processamento de dados. Robô interventor Tipo de robô industrial que substitui o operador humano em atividades de risco, principalmente em indústrias químicas, refinarias, usinas, fornos de fundição, manutenção submarina, etc. Robô pega-e-põe Use: Robô de sequência fixa. 166 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Robótica Ciência em que se baseiam os projetos, construção e aplicação industrial de robôs. Roteador Dispositivo que consegue reconhecer diferentes tipos de protocolos e efetuar o mapeamento de toda a rede, escolhendo, assim, o melhor caminho para o tráfego de informação na rede de computadores. S SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition, Controle Supervisório e Aquisição de Dados) Sistema de supervisão e controle de processos composto de partes remotas para simples interfaceamento com o processo (entrada e saída de sinais digitais e analógicos), interligadas a uma unidade central de processamento, controle, gerenciamento de dados e interface homem-máquina. SCARA (Selective Compliant Assembly Robot Arm ou Selective Compliant Articulated Robot Arm) Tipo de robô com movimentos circulares, utilizado em áreas reduzidas de trabalho, com alta velocidade. SDCD (Distributed Control Digital System) Tipo de sistema de controle baseado em sistemas microprocessados capaz de implementar diversos laços de controle simultâneos integrados por uma rede de computadores. SEAMEF Tipo de sistema especialista de apoio à modelagem por elementos finitos. Simulação por computador Técnica que permite a análise de processos ou produtos através de protótipos (modelos), virtuais, com a finalidade de otimizar e verificar as falhas, antes da operação ou fabricação. Simulador Software que tem a capacidade de admitir entradas de dados e processar esses dados como se fosse um dispositivo real, produzindo um determinado resultado. Sistema Computacional de Auxílio ao Planejamento de Processo Use: CAPP Sistema de Controle e Aquisição de Dados Use: SCADA Sistema Digital de Controle Distribuído Use: SDCD Sistema especialista Programas que armazenam conhecimentos na forma de fatos e de experiências diversas. Eles simulam o processo de raciocínio, para reagir com perícia na solução de tarefas relativamente difíceis. ANEXOS 167 Sistema Flexível de Manufatura Use: FMS Sistema Rígido de automação Use: Automação fixa Software de CAD Conjunto de instruções executadas numa sequencia lógica, com ou sem tomada de decisão, utilizado na solução de problemas e no controle de processos diversos. Software de simulação Use: Simulador Software especialista Use: Sistema especialista STEP Software Technology and Engineering Practice Conjunto de padrões internacionais (ISO) que possibilitam a troca de informações sobre modelos eletrônicos de produtos. Switch Dispositivo que segmenta a rede de computadores em diversos grupos físicos e permite a comunicação de vários participantes ao mesmo tempo. T TCP / IP (Transmission Control Protocol / Internet Protocol ) Conjunto de protocolo de comunicação que torna possível serviços de acesso entre computadores que não pertençam à mesma rede. Teaching Teclado ou caixa de controle que normalmente é conectado ao robô, permitindo que este receba e demonstre instruções. Topologia centralizada Use: Rede de topologia centralizada Topologia de barramento Use: Rede de topologia de barramento Topologia em anel Use: Rede de topologia em estrela 168 AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL Topologia irregular Use: Rede de topologia irregular Topologia não linear Use: Rede de topologia não linear TV CAPP (Computer-Aided Process Planning) Tipo de CAPP em que as tolerâncias são divididas em duas áreas básicas: tolerâncias de projeto, para dividir os custos de manufatura, e tolerâncias de controle, que apresentam a garantia de existirem máquinas para produzir a peça dentro das tolerâncias especificadas. V Veículo autoguiado Use: AGV Veículo guiado por trilhos Use: RGV Ventosa Órgão terminal pneumático do robô que realiza a ação de pega através do vácuo formado entre o objeto e a ventosa. Utilizado para manusear objetos planos e lisos. Veículo guiado automaticamente Use: AGV W WAN (Wide Area Network, Rede de Área Ampla) Tipo de rede de computador cuja característica é a extensão de sua ligação, sem limites geográficos. MINICURRÍCULO DOS AUTORES JUSTINE KOPPE Formada em licenciatura Plena em Letras Português/Alemão com suas respectivas Literaturas, desde de 1997, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Atua como professora da disciplina de Português e Literatura de Ensino Médio, Literatura em Magistério e Redação Técnica no Técnico Judiciário do Colégio Santa Catarina, de Novo Hamburgo, desde 2006. VERA SCHLÖSSER Formada em Licenciatura Plena em Letras Alemão/Português, desde 1999, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS . Atua como professora na disciplina de Português no Ensino Médio, do Colégio Sinodal Tiradentes, de Campo Bom, desde 1999, e no Colégio Santa Catarina, de Novo Hamburgo, desde 2006 ÍNDICE A ABNT 85 Acentuação 60, 166 Acordo ortográfico 59, 61, 166 Ambiguidade 9, 27, 34, 166 Análise 9, 24, 28, 31, 34, 79, 81, 166 Argumentação 99 Argumentação oral 105 Ata 52 C Coerência 24, 27, 28, 31, 32, 37, 39, 42, 44, 55 Coesão 9, 24, 25, 33, 166 Comunicação em público 93 Crase 65 Currículo profissional 9, 50, 166 D Debate 104 Depoimento pessoal 105 Ditongos abertos 60 E Elaboração do projeto de pesquisa 80 Esquema 24, 29, 42, 56, 80, 83 Estrangeirismos 9, 18, 166 Estrutura 37 Exposição 99 F Ferramentas de multimídia 95 G Gerenciamento de tempo 96 Gírias 9, 19, 103, 166 Glossário 79, 166 Gramática 59 H Hífen 61 I Interpretação 9, 23, 31, 167 J Jargão 9, 21, 167 M Memorando 54 Memorial 9, 51, 52, 106, 141, 167 Metodologia científica 85 N Neologismos 9, 19, 167 O Ortografia 66 P Palavras homônimas 67 Palavras parônimas 67 Parágrafo 5, 31, 37, 38, 39, 40, 55, 89, 90, 117, 118, 121, 122 Pontuação 69 Produção textual 37 R Redundância 9, 27, 33, 34 Regência nominal 70 Regência verbal 70 Regência verbal e nominal 70 Regionalismo 9, 20, 167 Relatório técnico 9, 45, 46, 167 Resumo 9, 26, 43, 44, 45, 47, 48, 49, 52, 56, 95, 132 S Seminário 101, 102 T Técnicas de apresentação 96 Técnicas de argumentação 99 Tecnologia da informação 111 Texto argumentativo 101 Texto dissertativo 9, 40, 168 Tipologia 37 Trabalho científico 77 Trema 60, 64, 168 V Vocabulário técnico 9, 21, 168 Vogais 60, 61, 64, 168 W Word 5, 66, 111, 112, 113, 114, 116, 117, 118, 119, 120, 121, 122, 123, 138, 168 SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP Felipe Esteves Morgado Gerente Executivo Waldemir Amaro Gerente Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL Claiton Oliveira da Costa Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional Justine Koppe Vera Schlösser Elaboração Fátima De Bastiani Revisão Técnica Fernando R. G. Schirmbeck Coordenação Educacional Enrique Sérgio Blanco Maria de Fátima R.de Lemos Design Educacional Aurélio Athayde Rauber Bárbara V. Polidori Backes Camila J. S. Machado Rafael Andrade Ilustrações Bárbara V. Polidori Backes Tratamento de imagens e Diagramação Cristiane Mesquita Teixeira Luvizetto Normatização Justine Koppe Revisão Ortográfica e Gramatical i-Comunicação Projeto Gráfico 9 788575 199497 ISBN 978-85-7519-949-7