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Manual do Meio Ambiente

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Prévia do material em texto

O Centro de Recursos Ambientais (CRA) é uma autarquia criada pala
Lei Delegada nº 31, de 3 de março de 1983, reorganizada pelas Leis nº
6.424, de 26 de outubro de 1992 e 7.799, de 7 de fevereiro de 2001,
vinculada à Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia (Seplantec),
com personalidade jurídica de direito público, e jurisdição em todo o
território do Estado da Bahia.
Ao CRA compete, dentre outras atribuições:
�I � coordenar a execução da política estadual de administração dos
recursos ambientais;
II � elaborar, em articulação com a Secretaria do Planejamento, Ciência
e Tecnologia, o Plano Estadual de Meio Ambiente a ser incorporado ao
Plano Plurianual do Estado;
III � propor ao CEPRAM o estabelecimento de
normas para conservação, defesa e
melhoria do meio ambiente;
IV � propor ao CEPRAM normas e
critérios para o licenciamento
ambiental e para a exigência e
elaboração de estudo prévio de
impacto ambiental e demais estudos
ambientais;
V � emitir parecer, com base em
análise prévia de projetos específicos
e laudos técnicos, para concessão das
licenças de competência do CEPRAM, dos processos que este avocar,
ou daqueles que lhe forem submetidos;
VI � conceder autorizações, anuências prévias, manifestações prévias e
licenças ambientais de empreendimentos ou atividades efetiva ou
potencialmente causadoras de impactos ambientais, excetuados os casos
de competência do CEPRAM;
VII � submeter ao CEPRAM, quando for o caso, processos de
licenciamento que não se enquadrem no disposto nos incisos VIII e
IX, do art. 6º, deste Regulamento;
VIII � emitir parecer técnico por solicitação dos órgãos federais e
municipais, no caso de licenciamento ambiental de competência dos
mesmos;
IX � exercer o poder de polícia administrativa, preventiva ou corretiva,
no que concerne ao controle, disciplina e fiscalização das atividades
efetiva ou potencialmente degradadoras;
X � manter sistema de informação relativo ao meio ambiente, bem como
sobre as fontes, causas e níveis da poluição e degradação ambiental;
XI � assessorar o CEPRAM na regulamentação de espaços territoriais
e seus componentes a serem especialmente protegidos;
XII � administrar os espaços territoriais especialmente protegidos que
lhe forem atribuídos, expedindo as licenças, autorizações ou anuências
prévias para execução de obras ou atividades em seu interior ou áreas
circundantes;
XIII � exercer a gestão do Fundo de Recursos Ambientais � FERFA;
XIV � aplicar as penalidades administrativas de advertência, multa
simples ou diária, apreensão, embargo e interdição temporários, na forma
prevista neste Regulamento;
XV � determinar, se necessário e sem prejuízo das penalidades
pecuniárias cabíveis, a redução das atividades geradoras de poluição,
para manter as emissões gasosas, efluentes
líquidos e os resíduos sólidos dentro das
condições e limites estipulados na
licença ou autorização ambiental;
XVI � emitir certidão relativa ao
cumprimento das obrigações da
legislação ambiental;
XVII � promover e estimular a
celebração de convênios e
acordos entre entidades públicas,
privadas e organizações não
governamentais, nacionais e estrangeiras,
tendo em vista a articulação e otimização do SEARA;
XVIII � promover meios de conscientização pública para a proteção
do ambiente;
XIX � expedir normas técnicas e administrativas necessárias ao
cumprimento do disposto neste regulamento;
XX � promover medidas judiciais e administrativas visando
responsabilizar os causadores de poluição ou degradação ambiental;
XXI � promover, isoladamente ou em colaboração com outros órgãos,
a consolidação dos inventários dos recursos naturais, a proposição de
indicadores de qualidade e o estabelecimento de critérios para melhoria
desses recursos;
XXII � emitir pareceres sobre assuntos submetidos à sua apreciação;
XXIII � representar perante as autoridades federais competentes, sempre
que se fizer necessário e pertinente�.
(Art. 7º do Decreto Estadual 7.967, de 5/6/2001).
Centro de Recursos Ambientais - CRA
Coordenação
João Moreira (Diretor Adjunto)
Pesquisas e Textos
Jorge Ramos (Assessor de Comunicação Social)
Regina Meirelles (Gestora Governamental)
Rosemar Brito (Coord. de Planejamento Estratégico)
Fotografias
Aristides Alves, AGECOM e Arquivo do CRA
Governo do Estado da Bahia
Governador
Otto Alencar
Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia (SEPLANTEC)
Secretário
José Francisco Neto
Centro de Recursos Ambientais (CRA)
Diretor Geral
Fausto Azevedo
Revisão de Textos
Isadora Browne Ribeiro
Coordenação de Design
Fábio Bastos, João Tadeu e Paulo Souza
Projeto Gráfico
Quality Design
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) pelo Centro de
Informações e Memória Ambiental.
B151 BAHIA. SEPLANTEC. Centro de Recursos Ambientais.
Meio ambiente de A a Z: ações do CRA entre 1999 e 2002 / Centro de
Recursos Ambientais. � Salvador: CRA, 2002.
72 p. ; 22 cm.
1. Administração do meio ambiente � Bahia � Obra de referência. 2. Meio Ambiente
� Administração pública. I. Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia. II. Centro
de Recursos Ambientais. III. Título.
CDU 502.35(813.8)(03)
Apresentação
Ação Ambiental
Agenda 21
Área de Proteção Ambiental (APA)
Arquivo Técnico Ambiental
Atendimento ao Público
Atendimento Emergencial
Ativos Ambientais
Atlas Ecológico
Auditoria no Ferfa
Auto-Avaliação para o Licenciamento Ambiental
Bacia do Cobre/São Bartolomeu (APA)
Bacia do Rio de Janeiro (APA)
Baía de Camamu (APA)
Baía de Todos os Santos (APA)
Balanço Ambiental
Balneabilidade das Praias
Bases Biorregionais
Biblioteca Ambiental
BTS para Sempre
Cadastro Estadual de Entidades Ambientalistas
Cadastro Técnico Estadual de Consultoria Especializada
na Área Ambiental
Campus do Meio Ambiente
Caraíva/Trancoso (APA)
Casa da BTS
Casas de Recursos Naturais
Centro de Informações e Memória Ambiental
Certificação pela Qualidade
Combate à Pesca Predatória
Comissão Técnica de Garantia Ambiental
Comitês que o CRA integra
Companhia de Polícia de Proteção Ambiental
Condicionantes do Licenciamento
Conselho Estadual de Meio Ambiente
Conselho Nacional do Meio Ambiente
Coroa Vermelha (APA)
Corredores Ecológicos
Costa de Itacaré/Serra Grande (APA)
Defesa e Promoção da Biodiversidade
Demanda Judicial
Desenvolvimento Sustentável
Direito Ambiental
Disque Licenciamento com Hora Marcada
Disque Meio Ambiente
Dunas e Veredas do Baixo Médio São Francisco (APA)
Educação Ambiental
Fiscalização Ambiental
Fundo de Recursos para o Meio Ambiente
Geoprocessamento
Gerenciamento Costeiro
Gestão Ambiental
Gestão das APAs
Grupo Analisador de Licenciamento
Grupo Analisador de Multas
Grupo Revisor de Multas
Gruta dos Brejões/Vereda do Romão Gramacho (APA)
Guaibim (APA)
Hidrografia
Indicadores Ambientais
Indicadores Financeiros
Infoestrutura Tecnológica
Instrumentos de Licenciamento Ambiental
A
B
C
7
9
10
10
11
11
12
12
13
13
14
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16
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E
F
G
H
I
25
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35
35
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36
37
38
38
39
39
Sumário
D
Joanes/Ipitanga (APA)
Lago de Pedra do Cavalo (APA)
Lagoa de Itaparica (APA)
Lagoa Encantada (APA)
Lagoas de Guarajuba (APA)
Lagoas e Dunas do Abaeté (APA)
Legislação Ambiental
Licenciamento Ambiental
Linha Editorial
Litoral Norte (APA)
Mangue Seco (APA)
Mapa Ambiental
Marimbus/Iraquara (APA)
Mestrados e Especialização
Missão
Monitoramento da Qualidade das Águas
Municipalização da Gestão Ambiental
Mural das APAs
Normas Ambientais
Núcleo da Memória Ambiental
Núcleo de Avaliação Tecnológica e Ambiental
Núcleo de Estudos Avançados do Meio Ambiente
Operação Organização Limpeza e Ordem
Operações Especiais de Fiscalização Ambiental
Parcerias e Convênios
Política Ambiental das Empresas
Ponta da Baleia/Abrolhos (APA) 
Portal Bahia Ambiental
Pratigi (APA)
Prêmio FERFA
Prêmios Conquistados pelo CRA
Programa Nacional do Meio Ambiente
Proposta para Novo Sistema de Meio Ambiente
Qualidade Ambiental (Ar e Águas Subterrâneas)
Quintas-Feiras Ambientais
Reestruturação do CRA
RelatórioMensal de Resultados
Rio Capivara (APA)
Santo Antônio (APA)
São Francisco Vivo
Serra Branca/Raso da Catarina (APA)
Serra do Barbado (APA)
Sistemas de Áreas Protegidas
Sistema de Gestão da Qualidade
Sistema de Informações sobre Riscos de Exposição Química
Sistema Estadual de Administração dos Recursos Ambientais
Sistema Estadual de Informações Ambientais
Tecnologias Limpas
Termo de Responsabilidade Ambiental
TG-CRA
Tinharé/Boipeba (APA)
Unidades Regionais de Fiscalização
Valorização do Capital Humano
Veículos
Visitas Técnicas
Xique-Xique
Zoneamento Ecológico-Econômico
 
 
M
N
O
P
Q
R
S
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40
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60
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64
65
65
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66
66
67
67
68
68
69
69
70
70
71
71
72
72
72
73
73
74
Sumário
X
J
L
7
Apresentação
Este não é um simples relatório de atividades, um mero elenco
dos feitos da gestão à frente do órgão ambiental da Bahia no
quadriênio 1999/2002. Mais do que isso, é um inventário
ambiental.
As ações ora aqui registradas são fruto de um trabalho
envolvente, que resulta de princípios, compromissos e
sentimentos para com o meio ambiente e o processo de
desenvolvimento sustentável. Valores que compartilhamos
com todos os servidores do CRA, em meio a dúvidas,
questionamentos e debates. Não teríamos alcançado o grau
de desempenho que atingimos sem o esforço individual e a
atuação coletiva dos nossos colaboradores. Com o sonho de
cada um, a realidade se constrói por todos.
A multiplicidade e diversidade dessas ações, executadas e em
andamento, revelam-se abrangente a tal ponto que o seu
mostruário contempla esta forma de compreensão tão
elementar quanto estratégica e integral: o A a Z. Temas de
largo espectro - como gestão ambiental, biodiversidade,
tecnologias limpas, corredores ecológicos, gerenciamento
costeiro, licenciamento, fiscalização, avaliação ambiental, etc
- estão aqui conceituados e demonstrados. O que fizemos,
como e para que fizemos cada uma das nossas ações, nos
diversos campos, fica enumerado neste registro.
Para isso reconheça-se, como ato de justiça, o apoio sempre
indispensável e permanente que o CRA obteve dos
governadores César Borges e Otto Alencar e dos titulares da
Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia, Luiz Carreira
e José Francisco de Carvalho Neto.
Neste período, o CRA ampliou e consolidou sua
representatividade e atuação. Principalmente criou e aperfeiçoou
os meios para agir, no presente, em suas funções originais e,
além disso, avançou na firme disposição de promover um de-
bate multidisciplinar sobre o meio ambiente e a sociedade. Com
a preocupação de estimular o pensamento científico e o
confronto de idéias pretendemos obter sempre o
desenvolvimento sustentável, princípio da política ambiental
da Bahia, que concilie crescimento econômico, justiça social e a
devida proteção dos recursos naturais para as futuras gerações.
Fausto Azevedo
Diretor Geral do CRA
9
A
Ação Ambiental
O CRA, sempre por ocasião do Dia Mundial do Meio
Ambiente (5 de Junho), editou e distribuiu à sociedade o
jornal tablóide Ação Ambiental. A publicação destina-se a
apresentar as principais ações e programas desenvolvidos
na Bahia, em diversas esferas de atuação governamental,
na defesa do meio ambiente e do desenvolvimento
sustentável.
O Ação Ambiental em 2000
apresentava alguns resultados
do modelo de gestão da política
ambiental da Bahia, imple-
mentado em parceria com a
comunidade em busca do
desenvolvimento sustentável.
Mostrou o processo de descen-
tralização da gestão ambiental;
o funcionamento das Casas de
Recursos Naturais (que abrigam
as Unidades Regionais de Fis-
calização Ambiental ) do
Centro de Recursos Ambi-
entais (CRA), em parceria
com a Diretoria de Desenvol-
vimento Florestal (DDF) e
Superintendência de Recursos
Hídricos (SRH); a integração
das comunidades locais na
gestão das Áreas de Proteção
Ambiental (APAs); o processo de
recuperação das matas ciliares e
o programa para tratamento dos
resíduos sólidos nos municípios
baianos.
A edição de 2001 destacou a nova Lei Ambiental da Bahia
(7.799, de 7/2/01) e a criação de novos mecanismos de
defesa dos recursos naturais e da promoção do
desenvolvimento sustentável. Com a lei foram ampliadas
as formas de participação da sociedade na defesa e
promoção da biodiversidade, preservando o patrimônio
genético para as gerações futuras. Trouxe também o
fortalecimento institucional do CRA e a sua consolidação
como centro de excelência em gestão do meio ambiente
em nível nacional.
Em 2002, o Ação Ambiental foi publicado sob forma de
revista e apresentou uma reportagem especial sobre o
Núcleo de Estudos Avançados do Meio Ambiente (Neama),
implantado pelo CRA para ser um centro de conhecimento
para promoção de pesquisas e capacitação técnico-científicas
voltado para a gestão ambiental.
10
Agenda 21
A Agenda 21 é um dos projetos mais audaciosos e abrangentes na
tentativa de promover, em escala planetária, um novo padrão de
desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental,
justiça social e eficiência econômica para este século. Trata-se de
um roteiro de planejamento para conduzir o crescimento
econômico sem abrir mão do desenvolvimento sustentável.
Organizado em 40 capítulos, o documento foi assinado por 179
países na Rio 92, II Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho de
1992, no Rio de Janeiro.
Inspirados na proposta para uma Agenda 21 mundial, empresas e
governos podem criar a sua própria agenda. Na Bahia, a implementação
da Agenda 21 local iniciou-se sob a coordenação do CRA.
A elaboração desse documento de intenções envolve todos os
segmentos sociais (governos municipais, segmento privado e o
terceiro setor), num processo aberto, amplo e participativo, em
que é diagnosticada a situação atual e projetado o cenário futuro
que se pretende concretizar, visando a melhoria da qualidade de
vida e o desenvolvimento sustentável local.
Na Bahia, no período 1999/2002, 111 municípios iniciaram a
elaboração de sua Agenda 21, incentivados e apoiados também
por outras instituições. O CRA tem promovido vários seminários
de divulgação e orientação e tem prestado assessoria a municípios
que desejam disparar seus processos de construção de uma
Agenda 21.
Área de Proteção Ambiental (APA)
APA é uma Unidade de
Conservação que visa a
proteção da vida silvestre
e a manutenção de bancos
genéticos, bem como dos
demais recursos naturais,
através da adequação e
orientação das atividades
humanas na área, promo-
vendo a melhoria da
qualidade de vida da
população. Trata-se de
uma forma de conserva-
ção que disciplina o uso e
a ocupação do solo,
através do zoneamento,
procedimentos de contro-
le e fiscalização e progra-
mas de educação ambi-
ental. Para isso é indispensável a articulação com os órgãos
do poder executivo, com os municípios envolvidos,
universidades, organizações não governamentais e as
comunidades locais.
Ao criar uma APA o poder público estabelece normas que
limitam ou proíbem a implantação ou o desenvolvimento de
atividades que afetem as características ambientais dessas áreas,
suas condições ecológicas ou ainda que ameacem as espécies
da biota regional.
11
A Bahia possui 26 APAs
estaduais, todas administradas
pelo CRA: Mangue Seco, Litoral
Norte, Lagoas de Guarajuba, Rio
Capivara, Joanes-Ipitanga,
Lagoas e Dunas do Abaeté, Lago
de Pedra do Cavalo, Baía de
Todos os Santos, Bacia do Cobre/
São Bartolomeu, Guaibim,
Tinharé/Boipeba, Pratigi, Baía
de Camamu, Costa de Itacaré/
Serra Grande, Lagoa Encantada,
Santo Antônio, Coroa Vermelha,
Caraíva/Trancoso, Ponta da
Baleia/Abrolhos, Ser ra do
Barbado, Marimbus/Iraquara,
Gruta dos Brejões/Vereda do
Romão Gramacho, Bacia do Rio
de Janeiro, Lagoa de Itaparica,
Dunas e Veredas do Baixo Médio
São Francisco e Serra Branca/
Raso da Catarina. Elas
totalizam 2.477.225 ha de
áreas protegidas, repre-
sentando 4,4% do território
baiano.
As APAs Baía de Todos os
Santos, Baía de Camamu,
SerraBranca/Raso da
Catarina e Bacia do Cobre/
São Bartolomeu foram
criadas na gestão 1999/2002. Juntas representam 266,37 mil
ha protegidos. No mesmo período foram ampliados os limites
das APAs Joanes/Ipitanga, Bacia do Rio de Janeiro e Pratigi,
representando mais 501,45 mil ha preservados.
Arquivo Técnico Ambiental
O Arquivo Técnico Ambiental funciona na Central de
Atendimento onde estão armazenados todos os processos
encaminhados ao CRA, de maneira ordenada, na mais
moderna técnica de arquivamento.
O modelo implantado, na atual gestão, permite localizar através
de busca eletrônica todo e qualquer processo com maior
rapidez e eficiência, garantindo sigilo, rastreabilidade e padrão
de qualidade no atendimento às consultas a documentação.
Atendimento ao Público
A nova Central de Atendimento, inaugurada em 5 de junho de
2000, cumpre o seu objetivo: oferecer a todos que procuram o
CRA, um serviço rápido e eficiente. O usuário recebe todas as
informações e orientações necessárias sobre os procedimentos e
exigências legais para encaminhamento de pro-cessos de
licenciamento ou qualquer demanda na área ambiental.
Uma equipe multidisciplinar, com a participação de técnicos da
área de licenciamento, possibilita uma maior qualidade na
formação dos processos, reduzindo a necessidade de emissão de
notificações para a complementação de documentação e,
conseqüentemente, reduzindo os prazos de tramitação dos
processos.
12
Pela Internet, a Central torna disponíveis aos interessados, dentre
outros, modelos de requerimentos e de análises prévias, modelo
de certidão de conformidade da atividade com a legislação mu-
nicipal e de publicação dos pedidos de licença ambiental.
As etapas dos processos são
acompanhadas através do sistema
Cerberus, que permite localizar,
acompanhar e obter informações
sobre os processos, bastando ao
interessado entrar em contato
com a Central de Atendimento
pelos telefones 310-1423 e 310-
1534 fornecendo o número do
registro do processo.
A Central oferece ainda o serviço Disque Licenciamento com Hora
Marcada, através do telefone 0800 284-1400.
A Central de Atendimento do CRA registrou a entrada de
19.466 processos entre 1999/2002.
Atendimento Emergencial
O CRA dispõe de equipes de plantão permanente em regime
de 24 horas, inclusive nos feriados e fins de semana, para atender
a situações emergenciais, como vazamentos e acidentes com
cargas perigosas, etc. As ocorrências podem ser comunicadas
por meio do Disque Meio Ambiente (0800 71 1400). Para atender
a esses casos e possibilitar meios eficazes de proteger a saúde
humana e o meio ambiente, as empresas, por lei, são obrigadas
a comunicar imediatamente a ocorrência de acidentes, na
produção, estocagem e/ou transporte dos produtos.
No período 1999/2002 o CRA atendeu a 164 casos de
emergência ambiental, como incêndios florestais, vazamentos
de óleo, acidentes com cargas e produtos perigosos,
desmatamentos, mortandade de peixes e de tartarugas. Nas
operações emergenciais realizadas neste período foram
utilizados 70 técnicos, com um total de 2.210 horas de trabalho,
em 30 municípios do Estado da Bahia.
Ativos Ambientais
Ativos Ambientais são recursos do meio ambiente que possuem
um valor de uso direto, ou indireto, seja na prestação de serviços,
seja para fins de produção e consumo, ou mesmo de não uso - já
que os recursos naturais possuem valor intrínseco de existência -
ou de opção de uso futuro. Para conservar seus ativos ambientais
o Governo do Estado da Bahia elaborou um projeto para o
Ministério do Meio Ambiente (MMA) - Programa Nacional do
Meio Ambiente (PNMA II), Componente Gestão Integrada dos
Ativos Ambientais.
O ativo ambiental escolhido foi o recurso hídrico, considerado
prioritário, pois a análise das questões ambientais do estado mostra
que os maiores problemas estão diretamente associados à sua
conservação, sem dissociá-lo dos recursos florestais, do uso e
conservação do solo, do gerenciamento dos resíduos sólidos e
das questões relacionadas ao saneamento e à saúde pública.
Priorizou-se o Alto Curso do Rio Paraguaçu, considerando a
necessidade de preservação das nascentes e mananciais existentes.
A área definida envolve 16 municípios: Andaraí, Barra da Estiva,
Boninal, Bonito, Iraquara, Ibicoara, Lajedinho, Lençóis, Morro
do Chapéu, Mucugê, Palmeiras, Piatã, Seabra, Nova Redenção,
Utinga e Wagner.
13
O projeto foi aprovado pela Comissão de Supervisão do PNMA
II, em novembro de 2002, no valor de US$ 3.993.391,28. O
projeto será executado em duas fases, a primeira no período 2002/
2004 e a segunda após 2005.
Para alcançar seu objetivo, o projeto estimulará nas pequenas
propriedades rurais, através de técnicas agroecológicas, a redução
em 15 % do uso de praguicidas e fertilizantes sintéticos, a redução
em 15 % do consumo de água para irrigação; a recuperação, através
de plantio de 400 ha de matas ciliares e 100 ha da cobertura vegetal
nas nascentes; a redução do extrativismo vegetal predatório através
da implantação de 600 ha de florestas produtivas orgânicas e a
promoção da gestão adequada dos resíduos sólidos de 13
municípios do Alto Curso do Rio Paraguaçu.
O projeto foi elaborado com a participação dos diversos atores
sociais da região, como as prefeituras e outras instâncias do
poder público, organizações não-governamentais (ONGs),
entidades comunitárias, setor privado e instituições acadêmicas.
A coordenação geral é de responsabilidade do CRA, sendo co-
executores a Diretoria de Desenvolvimento Florestal (DDF), a
Superintendência de Recursos
Hídricos (SRH), a Empresa Baiana
do Desenvolvimento Agrícola
(EBDA), o Centro de Estudos da
Saúde do Trabalhador (Cesat), a
Diretoria de Vigilância e Controle
Sanitário (Divisa), a Companhia de
Desenvolvimento Urbano do
Estado da Bahia (Conder) e a
Companhia de Desenvolvimento e
Ação Regional (CAR).
Atlas Ecológico
Em dezembro de 2002 o CRA reuniu os reitores das quatro
universidades estaduais (Universidade do Estado da Bahia/
UNEB; Universidade Estadual de Feira de Santana/UEFS;
Universidade Estadual de Santa Cruz/UESC e Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia/UESB), para discutir a elaboração
do Atlas Ecológico da Bahia. Foi assinado um protocolo de intenções
entre o CRA e essas instituições para elaborar o inventário
ambiental, com informações científicas, da flora e da fauna do
estado, em seus diversos ambientes (zonas de Mata Atlântica,
Cerrado e Caatinga). O Fundo de Recursos para o Meio
Ambiente (Ferfa), administrado pelo CRA, financiará os estudos,
que serão uma importante ação acadêmica para as instituições e
uma contribuição decisiva à compreensão desses biomas. A
elaboração do Atlas Ecológico da Bahia integra o Programa Estadual
de Defesa e Promoção da Biodiversidade (Probio).
Auditoria no Ferfa
O CRA, como órgão gestor do Fundo de Recursos para o
Meio Ambiente (Ferfa), realizou nessa gestão um estudo
minucioso sobre as receitas e despesas do fundo, no período
de 17 anos. O trabalho resultou no Relatório sobre a Evolução
Histórica das Origens e Aplicações de Recursos dos Exercícios de 1983
a 2000 do Fundo de Recursos para o Meio Ambiente (Ferfa).
As principais fontes de arrecadação do FERFA são, entre
outras, taxas de licenciamento ambiental, receitas com análise
de projetos e multas aplicadas pelo CRA.
As conclusões do estudo indicam uma evolução crescente das
14
receitas, resultado do processo de desenvolvimento econômico
do estado e do aumento da eficiência e efetividade do CRA no
licenciamento e na fiscalização ambiental. Os recursos do FERFA
são, por lei, destinados a custear a política ambiental do estado.
Auto-avaliação para o Licenciamento
Ambiental
A Auto-Avaliação para o Licenciamento Ambiental (ALA) é
um mecanismo que permite às empresas auditadas pelo CRA
incorporarem ao processo de licenciamento de suas unidades,
as suas propostas de controle para um melhor desempenho
ambiental. O resultado é uma maior participação do próprio
empreendedor na avaliação ambiental de sua atividade.
Foi aperfeiçoada pela
Resolução Cepram 2.933,de
22/2/2002, que trata da
Gestão Integrada e Respon-
sabilidade Ambiental.
Possibilita a constituição de
um novo modelo e se
configura em um sistema
de cooperação mútua en-
tre o governo, que tem a
atribuição legal de regu-
lar as atividades com
potencial de impacto no
ambiente, e as
empresas, que detêm
maiores informações
sobre a tecnologia do
seu processo produtivo. O objetivo é garantir a segurança do
processo de licenciamento e a harmonia entre o controle e o
crescimento econômico.
No processo da ALA a empresa elabora o seu estudo,
contendo a caracterização ambiental da atividade, os seus
principais aspectos ambientais e as soluções propostas, em
etapas definidas pelo CRA. É guiado por um Termo de
Referência, que contém informações a respeito: do histórico
da empresa; da caracterização ambiental da atividade; da
movimentação de produtos e/ou resíduos perigosos; da
análise e mapeamento de riscos/situações de emergência; da
higiene e segurança industrial; da saúde do trabalhador; da
educação ambiental e a análise crítica dos impactos ambientais
e soluções propostas para o seu controle.
Bacia do Cobre / São Bartolomeu (APA)
Um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica em Salva-
dor, a APA da Bacia do Cobre/São Bartolomeu abriga: floresta
ombrófila densa, ambiente flúvio-marinho, pântanos,
manguezais, rios e cascatas. Na APA, que possui 1,1 mil ha,
B
15
estão a Represa do Cobre (reserva de água integrante do
sistema de abastecimento de Salvador), a Lagoa da Paixão e
as nascentes do Rio do Cobre. As cascatas (Nanã, Oxum e
Oxumaré) e as rochas (Pedra do Tempo e Pedra de Omolu)
são locais onde se realizam cultos afro-brasileiros.
Além de seu valor ecológico, a APA é também um relevante
sítio histórico. Foi cenário de lutas de resistência à invasão
holandesa, no século XVII, e de batalhas, como a de Pirajá
(1823), na guerra pela consolidação da Independência do
Brasil. Foi também local de rebeliões negras contra a
escravidão e abrigou, entre outros, o Quilombo dos Urubus.
Está localizada na borda oriental da Baía de Todos os Santos,
região do subúrbio ferroviário, em áreas dos municípios de
Salvador e de Simões Filho. Foi criada pelo Decreto Estadual
7.970, de 5/6/2001.
Encontra-se em elaboração o Zoneamento Ecológico
Econômico (ZEE) desta APA, baseado no diagnóstico
ambiental recentemente concluído. Esta APA possui sede
administrativa com recursos humanos e infra-estrutura local,
instalada no município de Salvador, no CRA.
Bacia do Rio de Janeiro (APA)
Local de grande beleza, representada por rios, veredas de
buritis e as presenças marcantes da Cachoeira do Acaba Vida,
com 36 m de altura de uma fantástica queda livre e da
Cachoeira do Redondo, que forma linda piscina de águas
cristalinas. Entre elas, o relevo acidentado forma um canyon, o
que favorece o turismo ecológico e atividades esportivas,
compatíveis com o desenvolvimento sustentável da área.
A região apresenta um cerrado com áreas diversificadas: os
�campos limpos�, com predomínio de gramíneas e herbáceas;
os �campos sujos�, onde surgem árvores tortuosas espaçadas;
cerradões e matas de
galeria com for-
mações arbóreas. A
Cachoeira do Acaba
Vida permite o
surgimento de uma
floresta bastante
densa, frondosa e
alta, em tons de verde
profundo durante
todas as épocas do
ano. Esses ecos-
sistemas abrigam
uma alta diversidade de fauna e flora.
A APA da Bacia do Rio de Janeiro foi criada pelo Decreto
Estadual 2.185, de 7/6/1993 e ampliada pelo Decreto Estadual
7.971, de 5/6/2001. Com área de 351,3 mil ha, está localizada
na região oeste da Bahia, nos municípios de Barreiras e Luís
Eduardo Magalhães. Estende-se pelo curso do Rio de Janeiro,
desde sua nascente, próxima a Serra dos Gerais - divisa natu-
ral com o Estado do Tocantins - abrangendo seus afluentes e
a nascente do Rio Branco.
Encontra-se em elaboração o Zoneamento Ecológico
Econômico (ZEE) desta APA, baseado no diagnóstico
ambiental recentemente concluído. Esta APA possui sede
administrativa com recursos humanos e infra-estrutura local,
instalada no município de Barreiras.
16
Baía de Camamu (APA)
Ela é a mais nova APA estadual. A exuberante baía de Camamu,
terceira maior do Brasil, com 24 km de largura e 43 km de
fundo, abriga ilhas, recifes e manguezais. A unidade de
conservação possui também restingas, remanescentes da Mata
Atlântica em bom estado de conservação, cachoeiras e uma
seqüência de praias com enseadas e piscinas naturais. Para
preservar esse ambiente de notável beleza cênica e assegurar a
diversidade genética da fauna e da flora nativas e seus processos
evolutivos, a Baía de Camamu foi transformada em APA pelo
Decreto Estadual 8.175, de 27/2/2002. A criação da APA teve
o objetivo ainda de proteger as águas doces, salobras e salinas,
disciplinar o uso e ocupação do solo, promover o
desenvolvimento de atividades socioeconômicas compatíveis
com a proteção do meio ambiente, combater a pesca predatória
e proteger os remanescentes de floresta ombrófila.
A APA Baía de Camamu está localizada na região conhecida
como Costa do Dendê, e abrange parte dos territórios dos
municípios de Camamu, Maraú e Itacaré. Possui área de 118
mil ha e está
interligada a duas
outras unidades de
c o n s e r v a ç ã o
situadas na região
litorânea do baixo
sul: a APA do Pratigi
e a APA Costa de
I t a c a r é / S e r r a
Grande. Essas três
unidades de
conservação somam 218,6 mil ha, constituindo uma forma
de proto-corredor ecológico a ser explorado.
Baía de Todos os Santos (APA)
Para preservar a maior baía do Brasil, coibir agressões a seus
ecossistemas e garantir-lhe desenvolvimento sustentável, foi
criada, pelo Decreto Estadual 7.595, de 5/7/99, a Área de
Proteção Ambiental da Baía de Todos os Santos, que abrange
as águas e o conjunto de ilhas situadas na poligonal formada
pela linha da costa. Diversas espécies animais, como o boto-
cinza e a tartaruga marinha, e vegetais convivem nesse ambiente.
Com a criação da APA Baía de Todos os Santos tem sido
possível preservar os remanescentes da Mata Atlântica,
manguezais, águas doces, salobras e salinas, recifes de corais e
a fauna associadas. Sua criação visa o desenvolvimento de
atividades econômicas adequadas à conservação, através do
uso racional dos recursos naturais, e à garantia da melhoria da
qualidade de vida da população.
Abrigo natural de embarcações e durante séculos o maior
porto do Atlântico Sul, foi no entorno da Baía de Todos os
Santos que se formou o primeiro colar de núcleos urbanos
do Brasil. Construiu-se a cidade do Salvador, primeira capital
do Brasil, e a primeira identidade cultural da nação brasileira.
Teve uma decisiva influência para o desenvolvimento
econômico do país e tem sido de relevante importância para o
Estado da Bahia nos aspectos cultural, social, geográfico e
histórico. Nas vilas, que deram origem às cidades históricas, e
em suas águas foram travadas algumas das decisivas batalhas
na guerra que garantiu a Independência do Brasil, em 1822/
17
1823. Em seu Recôncavo
estão situados alguns sítios e
monumentos arquitetônicos
tombados como patrimônio
histórico nacional e mundial.
A APA Baía de Todos os
Santos possui área de 80 mil
ha, envolvendo as águas, ilhas
e trechos dos territórios de
Salvador, Madre de Deus, Candeias, Simões Filho, São Fran-
cisco do Conde, Santo Amaro, Cachoeira, Saubara, Itaparica,
Vera Cruz, Jaguaripe, Maragojipe e Salinas da Margarida.
A APA Baía de Todos os Santos já possui o Diagnóstico
Ambiental elaborado em parceria com a Fundação Baía Viva
e encontra-se em fase de elaboração o Zoneamento Ecológico-
Econômico. Possui sede administrativa própria na Casa da
BTS, Monte Serrat, Salvador.
Balanço Ambiental
Trata-se de uma inovação no licenciamento ambiental. Foi
proposto pelo CRA e instituído pelo Conselho Estadual de
Meio Ambiente (Cepram), mediante a Resolução 2.933, de
22/2/2002, como mais um instrumento de autocontrole
ambiental.
O Balanço Ambiental objetiva demonstrar os resultados
ambientais alcançados no desempenho da atividade no
período de vigência dalicença, a eficiência no uso dos
recursos naturais, as medidas de controle na fonte e a adoção
de tecnologias limpas, entre outros. É divulgado na imprensa
escrita, constituindo-se como pré-requisito para o
requerimento da Renovação da Licença de Operação (RLO)
e apresentado ao CRA a cada período de validade da Licença
de Operação, e está disponível ao público na biblioteca do
Centro de Informações e Memória Ambiental (CIMA).
O Balanço Ambiental permite que a comunidade conheça as
medidas implementadas pelas empresas para a melhoria do
seu desempenho ambiental, o que possibilita uma maior
interação entre esses segmentos da sociedade.
Balneabilidade das Praias
A balneabilidade das praias de Salvador é avaliada pelo CRA
desde 1986 (no trecho compreendido entre São Tomé de
Paripe a Stela Maris). Semanalmente emitem-se boletins
indicando a condição para o banho. As praias consideradas
próprias são aquelas nas quais 80% ou mais de um conjunto de
amostras obtidas nas cinco semanas anteriores no mesmo
local, apresentam menos de 1.000 coliformes fecais por 100
ml da amostra de água.
Este critério é estabelecido pela Resolução 274, de 29/11/
2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama),
e obedece a padrões da Organização Mundial de Saúde
(OMS).
A avaliação das praias, nos últimos anos, tem demonstrado
uma melhoria na qualidade das águas, com relação ao aspecto
balneabilidade, em decorrência da implementação das ações
previstas no Programa de Saneamento Ambiental Bahia Azul. Os
18
boletins são divulgados na imprensa e podem ser acessados
no Portal Bahia Ambiental (www.cra.ba.gov.br). As
informações são prestadas também através do Disque Meio
Ambiente (0800 71 1400).
Bases Biorregionais
Para subsidiar o planejamento de ações voltadas para a
proteção ao meio ambiente e promover o desenvolvimento
sustentável no estado, o CRA vem formando uma base de
dados através de apoio a pesquisas e estudos técnico-científicos
de cada um dos biomas existentes na Bahia: a Mata Atlântica,
a Caatinga e o Cerrado. Para isso foram criadas as Bases
Biorregionais. Esses centros de produção de conhecimento e
de informações sobre os ecossistemas funcionam em parceria
com universidades estaduais.
A Base Mata Atlântica está instalada em Ilhéus, na Universidade
Estadual de Santa Cruz (UESC). A Base Caatinga funciona em
Lençóis, na Chapada Diamantina, mediante convênio com a
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). A Base
Cerrado está instalada em Barreiras, no oeste do estado, e tem
como parceira a Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
As Bases Biorregionais desenvolvem estudos e apóiam pesquisas
que irão alimentar o futuro banco de dados sobre a biodiversidade
do estado, contendo as referências do conhecimento técnico-
científico de cada um dos biomas da Bahia.
No ano de 2001, a Base Mata Atlântica lançou, em parceria
com várias outras instituições, o CD-ROM Corredor Central da
Mata Atlântica - Uma Base de Dados Ambientais para a Bahia, um
valioso e exaustivo acervo de informações e referências a
respeito da Mata Atlântica no Estado da Bahia. Este produto
encontra-se em trabalho de atualização, enquanto as outras
duas bases desenvolvem produtos equivalentes relativos ao
Bioma Cerrado e ao Bioma Caatinga.
Biblioteca Ambiental
O CRA possui a maior biblioteca especializada em meio
ambiente do Norte e Nordeste do Brasil. Integra o Centro de
Informações e Memória Ambiental (CIMA), e possui um rico
acervo, permanentemente atualizado, voltado às ciências
ambientais e áreas afins. Dispõe de obras nas áreas de proteção
e conservação do meio ambiente, ciências florestais,
toxicologia, saúde pública, hidrografia, ecologia, gestão
ambiental, educação ambiental, saneamento ambiental,
geografia, indústria química, direito ambiental e estudos sobre
fauna e flora.
O seu acervo, além de livros e periódicos especializados, reúne
normas técnicas ambientais, resoluções do Cepram, legislação
19
ambiental, exemplares de Relatórios de Impacto Ambiental
(RIMA), mapas, ortofotocartas e vídeos que tratam de temas
ambientais.
Nos últimos quatro anos a biblioteca foi modernizada, teve o
seu acervo ampliado e ganhou novas e amplas instalações que,
além de atender às próprias necessidades do CRA, atende
também à comunidade.
A Biblioteca Ambiental do CRA conta com cerca de 4
mil volumes, representando em torno de 2.500 títulos, 75
periódicos, 285 Normas Técnicas, 98 Relatórios de
Impacto Ambiental, 1.300 mapas, 275 fitas de vídeo, 51
CD�s Rom e 142 títulos de revistas/boletins/informativos.
Encontra-se totalmente informatizada, possui 5 terminais
on-line para consultas e atende diariamente a dezenas de
consulentes.
BTS para Sempre
A maior baía do Brasil vem recebendo atenção especial do
Governo do Estado, através do CRA. Além de ser uma das
26 Áreas de Proteção Ambiental, a Baía de Todos os Santos
ganhou, na gestão 1999/2002, o Programa BTS para Sempre.
O BTS para Sempre integra ações internas de diferentes áreas
do CRA e promove estudos e atividades permanentes que
avaliam as condições ambientais, utilizando o que existe de
mais avançado: o Sistema de Base Hidrodinâmica Ambiental
(SisBahia), que trabalha com modelos matemáticos
computacionais e simula, através de instrumentos de alta
tecnologia, a circulação hidrodinâmica e o transporte de
contaminantes. Isso
possibilita uma maior
eficiência no acompa-
nhamento da qualidade
ambiental da baía.
Depois que o Programa
BTS para Sempre foi
implantado, o Diagnós-
t ico Ambiental das
Águas e do Entorno da
Baía revela que o aporte de efluentes industriais tem
diminuído consideravelmente. Os estudos também
demonstram os efeitos benéficos do Programa de Saneamento
Ambiental Bahia Azul - que além de retirar da baía o
lançamento de esgotos sanitários, também está limpando
os rios que nela deságuam.
Uma das mais recentes ações do Governo do Estado foi a
assinatura do contrato com o consórcio vencedor de
licitação internacional para a elaboração do Estudo
Ecotoxicológico da Presença de Metais Pesados e Hidrocarbonetos
na BTS. Foi iniciado o diagnóstico do grau de contaminação
da baía por metais pesados e hidrocarbonetos de petróleo
(a partir da análise das suas concentrações nos sedimentos
de fundo e na biota associada) e conseqüente análise
ecotoxicológica de risco, inclusive para populações
humanas.
O Programa BTS para Sempre inclui também atividades de
educação ambiental e a própria gestão da APA Baía de
Todos os Santos.
20
Cadastro Estadual de Entidades
Ambientalistas
O Cadastro Estadual de Entidades Ambientalistas (CEEA) está
previsto na Lei Estadual de Meio Ambiente 7.799, de 7 de
fevereiro de 2001, regulamentada pelo Decreto Estadual 7.967
de 05 de junho de 2001, e foi criado com o objetivo de obter
uma maior participação da sociedade civil na gestão ambiental.
O CEEA é similar ao Cadastro Nacional de Entidades
Ambientalistas (CNEA), criado pelo Conselho Nacional do
Meio Ambiente (Conama). Por atribuição legal cabe ao CRA
cadastrar as entidades não governamentais, legalmente
constituídas há mais de um ano, com atuação comprovada no
Estado da Bahia, e que exerçam atividades de proteção
ambiental, previstas entre seus objetivos estatutários.
A finalidade é manter um banco de dados com informações
capazes de subsidiar o estabelecimento de parcerias, habilitação
em projetos e convênios na área ambiental de interesse da
coletividade, entre organismos governamentais e não
governamentais, em nível nacional e internacional.
O CEEA pode ser consultado no Portal Bahia Ambiental
(www.cra.ba.gov.br). Atualmente encontram-se cadastradas 35
entidades.
Cadastro Técnico Estadual de
Consultoria Especializada na Área
Ambiental
Em 2002, o CRA instituiu o
Cadastro Técnico Estadual de
Consultoria Especializada na Área
Ambiental (CTCA), um banco de
dados formado atualmente por
102 pessoas físicas e jurídicas que
se dedicam à prestação de serviços
de consultoria na área ambiental.
Nele estão os responsáveis pela
elaboração de projetos, fabricação,
comercialização, instalação oumanutenção de equipamentos,
aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades
efetivas ou potencialmente poluidoras.
O CTCA pode ser consultado no Portal Bahia Ambiental
(www.cra.ba.gov.br).
Campus do Meio-Ambiente
O Campus do Meio Ambiente está funcionando numa área
de 13,4 mil m2 e abriga as instalações do CRA, do Núcleo de
Estudos Avançados do Meio Ambiente (Neama) e do Centro
de Informações e Memória Ambiental (CIMA).
C
21
O objetivo é a produção de conhecimento ambiental,
notadamente no que concerne à gestão, sua imediata
incorporação às práticas do CRA e a conseqüente
disseminação dos resultados.
Caraíva / Trancoso (APA)
Localizada entre os rios Caraíva e Trancoso, no município de
Porto Seguro, essa APA possui superfície de 31,9 mil ha. A
região apresenta clima quente e úmido, com praias paradi-
síacas que se estendem por toda a costa, falésias e recifes de
corais. Nas grandes extensões de planícies litorâneas, estão
os manguezais e ecossistemas, belos e ricos em diversidade.
A vegetação de restinga alterna-se com áreas úmidas, numa
composição de campos e brejos. Abriga grande diversidade
da fauna e da flora características da Mata Atlântica.
A APA foi criada pelo Decreto Estadual 2.215, de 14/6/1993,
para proteger as belezas naturais da região e promover a
ocupação e o uso adequado do solo, favorecendo as atividades
e práticas sustentáveis de desenvolvimento.
O Zoneamento Ecológico-
Econômico da APA
Caraíva/Trancoso foi
aprovado pelo Cepram,
através da Resolução 2.532,
de 24/11/2000. A APA
possui sede administrativa
em Porto Seguro, numa
parceria com a prefeitura lo-
cal.
Casa da BTS
Em 2002, como resultado de
produtiva parceria entre o
CRA e a Coelba, essa
empresa adquiriu e doou ao
CRA um imóvel de três
pavimentos na Rua Rio
Paraguaçu, em Monte Serrat.
Abriga todos os programas
e ações voltados para a proteção da Baía de Todos os Santos.
Casas de Recursos Naturais
As Casas de Recursos Naturais são núcleos que abrigam equipes
do CRA, SRH e DDF, em diferentes regiões da Bahia.
Implantadas pelo governo estadual com o objetivo de tornar
mais ágil a fiscalização ambiental, a fim de garantir a preservação
do meio ambiente nas regiões onde estão instaladas, foram
financiadas com recursos do Banco Mundial e são administradas
pela SRH. Estão localizadas nos municípios-sede das dez regiões
administrativas da água: Senhor do Bonfim, Santa Maria da
Vitória, Eunápolis, Juazeiro, Barreiras, Jequié, Itaberaba, Irecê,
Remanso e Gaunambi.
Centro de Informações e Memória
Ambiental
O Centro de Informações e Memória Ambiental (CIMA) in-
tegra o Campus do Meio Ambiente e é composto pela
Biblioteca, pelo Núcleo da Memória e pelo Sistema Estadual
de Informações Ambientais (SEIA).
22
Certificação pela Qualidade
O CRA foi o primeiro órgão ambiental brasileiro a receber
uma certificação internacional de qualidade. Em 2001 o Sistema
de Licenciamento Ambiental obteve a certificação IS0 9001,
versão 2000. Em 2002 a atividade de Fiscalização Ambiental e
Atendimentos Emergenciais recebeu a mesma certificação.
As duas certificações foram recomendadas pelo Bureau Veritas
Quality International (BVQI) e resultaram da implantação do
Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Ambas tiveram como
órgãos acreditadores o Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO); o United
Kingdom Accreditation Service (UKAS) e o Registrar Accredi-
tation Board (RAB).
Para obter e renovar periodicamente as certificações, o CRA
adotou uma série de mecanismos de padronização, elaboração
de normas e definição de
procedimentos internos,
agilizando o fluxo de
informações e de
decisões, permitindo a
participação de todos os
segmentos gerenciais e
administrativos no
processo de gestão
ambiental.
As certificações obtidas
tornaram o CRA uma referência entre os órgãos ambientais
brasileiros, que têm enviado representantes à Bahia para
conhecer a atuação das áreas certificadas e o modelo de gestão
ambiental.
Combate à Pesca Predatória
As ações de combate à pesca predatória, por mar e terra, foram
intensificadas em 2001, com a aquisição de duas lanchas que
possibilitam fiscalização intensiva, inclusive aos sábados,
domingos e feriados, em horários e roteiros sempre alternados,
coibindo a prática da pesca com explosivos na Baía de Todos os
Santos, Baía de Aratu, Enseada dos Tanheiros, Ilha de Itaparica,
Canal de Itaparica, Ilha de Maré, Ilha de Bom Jesus dos Passos,
Ilha dos Frades, Ilha da Maria Guarda, Ponta do Caboto, Ponta
do Ferrolho, São Francisco do Conde, Ilha Bimbarra, Ponta de
Saubara, Cabuçu, Barra do Rio Paraguaçu, Maragogipe.
A fiscalização inclui vistoria de embarcações e orientação aos
pescadores sobre a ilegalidade do uso de explosivos e outros
produtos danosos à fauna e à flora e da captura de espécies em
reprodução, em idade ou tamanho precoces. Essa atividade é
realizada em parceria com a Companhia de Polícia de Proteção
Ambiental (COPPA), da Polícia Militar.
Registros dos resultados dessas ações (a partir de setembro/2001):
� quilômetros percorridos - 44.674;
� horas navegadas - 1.169;
� embarcações abordadas - 1.075;
� embarcações apreendidas - 11;
� detenções efetuadas - 33 (os infratores foram encaminhados
às autoridades policiais);
� peixes e mariscos apreendidos - 735 kg (os que estavam
vivos foram devolvidos ao mar e os demais doados a
instituições filantrópicas).
23
Comissão Técnica de Garantia
Ambiental
A Comissão Técnica de Garantia Ambiental (CTGA) é um
dos instrumentos de controle ambiental instituídos pelo CRA.
Deve ser formada por membros da própria empresa para avaliar,
acompanhar e promover o autocontrole ambiental da atividade.
Os integrantes da CTGA devem manter-se permanentemente
atualizados sobre a legislação ambiental e suas tendências, e
divulgá-las na organização; manter-se continuamente a par da
situação ambiental da empresa, alertando e acionando, quando
necessário, os responsáveis operacionais; educar e conscientizar
os integrantes da organização sobre a questão ambiental.
Foi aperfeiçoada pela Resolução Cepram 2.933, de 22/2/2002,
que trata da Gestão Integrada e Responsabilidade Ambiental.
É um pré-requisito para o requerimento da Licença de
Operação ou de sua renovação. Em 2002, o CRA passou a
cadastrar todas as CTGAs.
Comitês que o CRA Integra
Comitê Estadual de Prevenção à Poluição por Óleo - (Cepol)
Criado para prevenir a poluição por óleo na Baía de Todos os
Santos, o Cepol foi reativado na atual gestão e promove ações
articuladas entre instituições públicas e empresas que operam
no âmbito da baía para prevenir situações que envolvam
vazamentos de óleo e outras substâncias químicas. Integram
esse comitê o CRA, que o preside, a Capitania dos Portos, a
Companhia Docas da Bahia (Codeba), a Petrobras (Transpetro,
RLAM, UN/BA), a Dow Química e o Terminal Químico
Marítimo (Tequimar), o Terminal de Gás (TEGAL) e a
Coordenação de Defesa Civil (CORDEC).
Comitê Gestor do Projeto Corredores Ecológicos
O Ministério do Meio Ambiente através da Portaria 121, de 22/
3/2001, autorizou o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da
Mata Atlântica a atuar como Comitê Gestor do Projeto
Corredores Ecológicos. É composto pelo CRA, DDF, SRH,
Ibama, IBGE, ONGs da Mata Atlântica, Assembléia Permanente
das Entidades em Meio Ambiente do Estado da Bahia (Apedema),
Comunidade Científica, Incra, Associação Nacional dos
Municípios da Mata Atlântica (Anamma-NE), Federação das
Indústrias do Estado da Bahia - (FIEB) e os Sub comitês Sul,
Baixo Sul e Extremo Sul.
O comitê é deliberativo e desempenha as seguintes funções:
� avaliação anual da implementação e o atingimento de seus
objetivos;
� aprovação do termo de referência para elaboração do
plano de gestão;
� proposição e aprovação de critérios de elegibilidades e
classificação de atividades a serem apoiadas;
� monitoramento do desenvolvimento e aprovação do plano
de gestão;
� aprovação do Plano de Operação Anual (POA)
� aprovação dos subprojetos e atividades que receberão
apoio do projetoconforme os critérios estabelecidos;
� participação no desdobramento e implementação de estratégia
para disseminação de informações sobre o corredor e o
desenvolvimento de parcerias para apoiar a implementação.
24
Comitê de Preservação do Patrimônio e Mananciais da EMBASA
Criado com o objetivo de descentralizar ações de fiscalização
e estabelecer procedimentos a serem adotados nas Unidades
Operacionais e Administrativas para proteção das faixas de
domínio de adutoras, áreas de preservação permanente
situadas no entorno de reservatórios e cursos d�água que se
encontram sob a responsabilidade da Embasa.
As ações se concentram, principalmente, nas barragens de:
Pedra do Cavalo, Brumado, do Cobre e Santa Helena. Os
integrantes desse comitê são: CRA, Embasa (que o preside),
DDF, SRH, Ibama e Prefeitura Municipal de Salvador.
Comitê Estadual para Elaboração do Plano de Ação Interagências
para Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais no Estado da Bahia
Criado com o objetivo de elaborar o Plano
de Ação Interagências para Prevenção e
Combate aos Incêndios Florestais no
Estado da Bahia e também de participar do
Comitê Central para propor ações de
fiscalização e medidas preventivas de
controle e combate a incêndios. Integram
esse comitê, além do CRA, a Coppa, o
Corpo de Bombeiros (que o coordena),
a DDF, a Cordec, a EBDA, a Divisa, o
Derba, o Ibama, a Petrobras, e a
Associação de Condutores de
Visitantes da Chapada Diamantina. O
plano foi aprovado através do Decreto
Estadual 8.394, de 13/12/2002.
Companhia de Polícia de Proteção
Ambiental
A Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA) é
uma unidade especializada da Polícia Militar da Bahia e presta
apoio ao CRA na fiscalização ambiental. Muitas ações do CRA
na defesa e proteção do meio ambiente, como a repressão à
pesca predatória com explosivos na Baía de Todos os Santos,
têm o apoio constante de policiais da COPPA. Também nas
operações especiais de fiscalização, a presença da COPPA tem
sido indispensável, garantindo a segurança dos técnicos e
assegurando o cumprimento das leis ambientais.
A ação conjunta CRA-COPPA tem proporcionado uma
proteção mais efetiva do meio ambiente no estado da Bahia.
Condicionantes do Licenciamento
No licenciamento ambiental é feita uma avaliação dos processos
tecnológicos, em conjunto com os parâmetros ambientais e
socioeconômicos, fixando-se os condicionantes, medidas de controle
que levam em conta os objetivos, critérios e normas para
conservação, defesa e melhoria do ambiente e, especialmente, as
diretrizes de planejamento e ordenamento territorial do estado.
Os condicionantes são determinados pelo CRA e podem ser
reti-ratificados pelo Cepram. Objetivam evitar que o
empreendimento ou atividade cause prejuízos à saúde, à segurança
e ao bem estar da população; danos aos recursos ambientais;
afetem as condições estéticas, de imagem urbana, de paisagem
ou sanitárias do meio ambiente e, principalmente, evitar que sejam
desrespeitados os padrões e as normas ambientais.
25
A quantidade de condicionantes varia de acordo com o
empreendimento ou atividade, objeto do licenciamento. A cada
condicionante corresponde um prazo para seu cumprimento.
Condicionantes determinados entre 1999 e 2002
Do total (25.911), 17.156 foram fixados pelo CRA e 8.755 pelo CEPRAM.
Conselho Estadual de Meio Ambiente
O Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cepram) foi criado
pela lei 3.163, de 4 de outubro de 1973. É um órgão consultivo,
normativo, deliberativo e recursal do Sistema Estadual de
Administração dos Recursos Ambientais (Seara) e tem por
finalidade deliberar sobre diretrizes, políticas, normas e padrões
para preservação e conservação dos recursos naturais.
No período 1999/2002 o Cepram realizou 57 reuniões, sendo
48 ordinárias (mensais) e 9 extraordinárias. Foram analisados
1.222 processos. Entre eles, destacam-se 1.015 licenças
ambientais concedidas:
� Licença de Localização - 278
� Licença de Implantação - 188
� Licença de Operação - 399
� Licença de Ampliação - 48
� Renovação de Licença de Operação - 64
� Licença de Reequipamento - 17
� Licença de Reformulação de Processo - 3
� Licença de Operação da Ampliação - 18
Além desses processos foram aprovados:
� Termos de Referência para EIA/RIMA -10
� Revisão de Condicionantes - 11
� Prorrogação de Licença Precária - 3
� Cancelamento de Licenças - 1
� Resolução Normativa - 20
� Política de Combate à Desertificação - 1
� Zoneamento Ecológico-Econômico - 14
� Proposta de Embargo - 6
� Multas - 141
Conselho Nacional do Meio Ambiente
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), instituído
pela Lei 6.938, de 31/8/81, que dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, é constituído pelos órgãos e
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e pelas fundações instituídas pelo Poder Público,
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.
O Conama é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama).
No período 1999/2002 o CRA participou de 9 reuniões
ordinárias e extraordinárias e 17 reuniões de Câmaras Técnicas.
26
Coroa Vermelha (APA)
A APA Coroa Vermelha foi criada com o objetivo principal de
disciplinar o uso e a ocupação do solo e proteger os recursos
naturais da região onde o Brasil foi descoberto. A paisagem de
rara beleza, mas de fragilidade ambiental, abriga grande diversi-
dade de espécies da fauna e da flora.
As praias se estendem por
uma grande extensão de
planícies litorâneas, onde
ocorre vegetação de res-
tinga, que se alterna com
áreas úmidas, numa
composição de campos e
brejos. Trechos remanes-
centes da Mata Atlântica,
a exemplo da Reserva da
Jaqueira, integram esta
APA, que tem uma área de
4,1 mil ha, localizada no extremo sul da Bahia, nos municípios
de Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro.
A APA Coroa Vermelha foi criada pelo Decreto Estadual
2.184, de 7/6/1993, e teve o seu Zoneamento Ecológico-
Econômico aprovado pelo Cepram, através da Resolução
1.768, de 18/6/1998. Possui sede administrativa no município
de Santa Cruz Cabrália.
Corredores Ecológicos
É um projeto que compõe o Programa Piloto para a Proteção das
Florestas Tropicais Brasileiras (PPG-7) para conservar a
biodiversidade, através da gestão de dois biomas importantes
do país: a Amazônia e a Mata Atlântica.
Reconhecida pela Unesco como Patrimônio Mundial Natu-
ral, a área de Mata Atlântica existente no sul e extremo-sul da
Bahia reúne floresta ombrófila densa, manguezais, restingas,
várzeas, brejos e recifes de corais. Esses ecossistemas possuem
extrema significância biológica e necessitam ser protegidos.
Para se ter idéia da grandiosidade do projeto, o Corredor Cen-
tral da Mata Atlântica ocupa área de 85 mil km2, iniciando na
Bahia, ao sul do rio Jiquiriçá, indo até as regiões norte e centro-
serrana do Espírito Santo. Neste percurso permanece
ocorrendo desmatamento, agravado pelo declínio da atividade
cacaueira e pelo uso e ocupação desordenados do solo.
A Unidade de Coordenação Estadual (UCE) do projeto foi
criada em 2001 e funciona no CRA. Neste mesmo ano, a Ba-
hia assinou o Termo de Compromisso com o Ministério do
Meio Ambiente (MMA). Os recursos são do Fundo Fiduciário
do PPG-7, administrados pelo Banco Mundial, do
Kreditanstalt für Wiederafbau (KfW) e da Comunidade
Européia, além de contrapartida do governo brasileiro, da
ordem de 1 milhão 868 mil reais, para serem aplicados no
Plano de Gestão do Corredor Central da Mata Atlântica e no
Plano de Fiscalização e Implementação das 11 unidades de
conservação existentes na área.
As unidades de conservação beneficiadas pelo Projeto são:
seis APAs (Itacaré-Serra Grande, Pratigi, Tinharé/Boipeba,
Santo Antônio, Caraiva/Trancoso e Ponta da Baleia/Abrolhos,
27
administradas pelo CRA); o Parque Estadual
da Serra do Conduru e a Estação Ecológica
de Wenceslau Guimarães (administrados pela
DDF); dois parques nacionais (o do
Descobrimento e o do Pau Brasil) e a Reserva
Biológica de Una (estes administrados pelo
Ibama)
As ações de proteção à biodiversidadesão
desenvolvidas pelo CRA, DDF, Coppa, SRH,
Ibama, ONGs, prefeituras dos municípios
envolvidos, além de associações e
cooperativas de produtores rurais e comitês
das bacias hidrográficas.
Costa de Itacaré / Serra Grande (APA)
Região de grande importância ecológica, com o relevo de falésias
e planícies costeiras, associadas à vegetação de Mata Atlântica e
restinga; conjunto de praias de formação singular e aspecto
selvagem; manguezais, matas ciliares e locais de reprodução de
tartarugas marinhas.
Eis uma descrição que resume esta APA. Ela ocupa uma faixa
litorânea de 28 km, com uma área de 14, 9 mil ha, nos
municípios de Uruçuca e Itacaré. O Rio de Contas, com
cachoeiras e pequenas quedas d�água, percorre esta unidade
de conservação, que possui ainda trilhas na mata para passeios
ecológicos.
Foi para proteger essas belezas naturais, garantir a biodiversidade
de seus ecossistemas associados e promover o desenvolvimento
sustentável que a região foi
declarada Área de Proteção
Ambiental, pelo Decreto
Estadual 2.186, de 7/6/1993.
A APA Costa de Itacaré/
Serra Grande teve o seu
Zoneamento Ecológico-
Econômico aprovado pelo
Cepram, Resolução 1.334, de
19/12/1996. No ano de 2000, implantou o primeiro Conselho
Gestor de APA na Bahia, composto pelos representantes de
diversos segmentos da comunidade, que vem desenvolvendo
importantes ações em defesa dos recursos naturais e
estimulando práticas sustentáveis. Esta APA dispõe de sede
administrativa no município de Itacaré.
Defesa e Promoção da Biodiversidade
Biodiversidade consiste na grande variedade de genes, espécies
vivas e diferentes ecossistemas. A presença, a atividade, a
expansão e a extinção de qualquer espécie viva reflete no seu
D
28
ecossistema e, por decorrência, na biosfera. A defesa da
biodiversidade consiste em proteger a biosfera, a variedade
das formas de vida, e as relações ecossistêmicas como suporte
para perpetuação da vida no planeta.
O Programa de Defesa e Promoção da Biodiversidade
(Probio) integrante do Plano Plurianual (PPA) Estadual e
gerenciado pelo CRA, realiza, entre outras ações, a gestão
integrada das 26 APAs (Áreas de Proteção Ambiental)
estaduais. Elas foram agrupadas em seis sistemas, de acordo
com características geoambientais: Sistema de APAs do
Recôncavo (Sarec); Sistema de APAs do Litoral Norte
(Salino); Sistema de APAs da Chapada Diamantina (Sacha);
Sistema de APAs do São Francisco (Sasf); Sistema de APAs
do Litoral Sul (Salis) e Sistema de APAs do Sertão (Saser).
Em 2002, o CRA teve participação ativa na elaboração da
Política Nacional de Biodiversidade, conduzida pelo Ministério
do Meio Ambiente.
Demanda Judicial
Em conseqüência da demanda de órgãos policiais, do
Ministério Público (federal e estadual) e do Poder Judiciário,
o CRA atendeu a 1.420 solicitações: 806 do Ministério Público
Federal; 564 do Ministério Público Estadual; 23 da Justiça
Estadual; 6 da Justiça Federal; 6 da Polícia Estadual e 15 da
Polícia Federal.
Foram, em sua maioria, pedidos de fiscalização sobre
denúncias de crimes ambientais, elaboração de laudos técnicos,
pesquisas, cópias de autuação e autos de infração emitidos
pelo órgão ambiental. As informações do CRA municiaram
esses órgãos para a apuração de denúncias e formação de
processos nas áreas civil e penal.
Desenvolvimento Sustentável
O desenvolvimento sus-
tentável consiste na
possível e desejável con-
ciliação entre o desenvol-
vimento, a preservação do
meio ambiente e a me-
lhoria da qualidade de
vida. Este princípio está
inscrito como base da
política estadual de meio
ambiente que tem no
CRA o seu instrumento
institucional.
O objetivo é garantir o uso racional dos recursos naturais,
sem esgotá-los, e proteger o nosso patrimônio genético para
as atuais e futuras gerações. Em todas as suas atividades (desde
a avaliação, o licenciamento e a fiscalização das atividades com
impacto sobre o meio ambiente, à administração de unidades
de conservação e à execução de múltiplos projetos e programas
em defesa do meio ambiente), o CRA pauta-se pelo princípio
de que, através do desenvolvimento sustentável é possível
assegurar benefícios socioeconômicos, capazes de melhorar
a qualidade de vida da população, sem esgotar ou inutilizar
os recursos naturais existentes.
29
Direito Ambiental
É o complexo de princípios e normas reguladoras das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, pode afetar
a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando à
sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações.
No período 1999/2002 a Bahia modernizou a sua legislação
ambiental, inicialmente através da elaboração de um novo
regulamento para a Lei 3.858/80 e depois pela edição da Lei
7.999, de 7/2/2001, regulamentada pelo Decreto 7.967, de
2001. A nova lei incorporou modernos mecanismos de
controle para as atividades potencialmente poluidoras,
redefiniu as atribuições do CRA e do Cepram, recepcionou o
Sistema Estadual de Administração dos Recursos Ambientais
(Seara) e estabeleceu uma nova política estadual de meio
ambiente, pautada pelo princípio do desenvolvimento
sustentável e defesa dos recursos naturais.
Baseado nesta legislação, e ainda nas normas emitidas pelo
Cepram, a Procuradoria Jurídica (Projur) do CRA elaborou no
período 1999/2002, 6.836 pareceres, ligados ao licenciamento
ambiental, autos de infração e processos administrativos.
O CRA, através da Projur, conseguiu na Justiça Federal impedir
o processo de licenciamento do projeto da transposição das
águas do Rio São Francisco. Laudos e estudos técnicos
demonstram que os prejuízos ambientais do projeto seriam
incalculáveis e que o São Francisco necessita de ações de
recuperação físico-ambiental. Nessa gestão o CRA multou
em 1 milhão de reais a empresa italiana Novamar International,
que foi regularmente citada na cidade de Milão pelo vazamento
de parafina no litoral sul baiano, ocasionado pelo navio Piero
Bárbaro.
No período 1999/2002, a Projur ajuizou 292 ações de
execução fiscal, no valor de R$4,15 milhão. Foram emitidos
3.116 pareceres, aprovados pelo Cepram e CRA, relativos a
licenciamento ambiental; 20 referentes a normas técnicas e
882 a autos de infração.
Disque Licenciamento com Hora
Marcada
Através do Disque Licenciamento com Hora Marcada (0800
284-1400), o empreendedor pode agendar o dia e o horário
mais convenientes para ser recebido na Central de
Atendimento. O serviço funciona de segunda a sexta-feira,
das 10:30 às 16:00 h. Permite um atendimento ágil aos
interessados que dirigem-se ao CRA em busca de informações
sobre procedimentos ambientais, exigências legais ou
encaminhamento e andamento de processos de licenciamento
ambiental.
Disque Meio Ambiente
É mais uma Iniciativa do CRA que garante maior integração
com a comunidade, em defesa do meio ambiente, asseguran-
do o exercício da cidadania. Através do telefone 0800 71-1400,
que recebe ligações gratuitas durante 24 horas, inclusive aos
sábados, domingos e feriados, a população encaminha queixas
e denúncias, que são analisadas e encaminhadas à Coordenação
de Fiscalização Ambiental e Atendimento Emergenciais. O
serviço presta também informações sobre as condições de
30
balneabilidade das praias de Salvador e sobre as atividades do
CRA.
O Disque Meio Ambiente foi inaugurado no dia 5 de junho
(Dia Mundial do Meio Ambiente) de 1999 e durante os quatro
últimos anos foram atendidas 8.542 ligações, sendo 2.439 no
ano de 1999, 3.323 em 2000, 1.588 em 2001 e 1.192 ligações
em 2002.
Dunas e Veredas do Baixo Médio São
Francisco (APA)
A APA Dunas e Veredas do Baixo Médio São Francisco criada
pelo Decreto Estadual 6.547, de 18/7/1997, tem como
objetivo proteger a singularidade das formações ecológicas
de dunas, brejos e veredas de buritis, e a rica biodiversidade
da região. A maior parte da APA está localizada na margem
esquerda do rio São Francisco abrangendo parte dos
municípios de Barra, Pilão Arcado e Xique-Xique, totalizando
uma área de 1,085 milhão ha.
A APA possui uma
paisagem de rara
beleza apresentando
dunas continentais
com maisde 50
metros de altura e a
Serra do Estreito
com aproximada-
mente 150 km longi-
tudinais e pequena
extensão transversal,
formando o limite natural a oeste da APA.
O encontro das águas barrentas do São Francisco com as
águas esverdeadas do rio Grande é um atrativo especial da
natureza para os visitantes.
Educação Ambiental
A Educação Ambiental, sob o aspecto não formal, refere-se
aos processos de educação fora do ambiente escolar. É um
fator de desenvolvimento humano continuado. Sob o aspecto
formal, é recomendável que a Educação Ambiental integre
atividades interdisciplinares, e não se constitua numa disciplina
curricular isolada.
O CRA estimula ações de educação ambiental, seja diretamente
ou através de parcerias com instituições públicas, rede pública
e particular de ensino, entidades privadas, organizações não
governamentais e associações comunitárias, disseminando
informações e conceitos ambientais através de palestras, vídeos
e orientações que envolvam a comunidade.
No período 1999/2002 o CRA desenvolveu, entre outros, os
E
31
seguintes programas de Educação Ambiental: da APA Baía de
Camamu; da APA Lago Pedra do Cavalo; da APA do Pratigi;
Programa de Educação Ambiental e Comunicação da APA Lagoa
Encantada; Programa de Conservação e Revitalização da Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco; Programa Faz Cidadão Ambiental.
Destaca-se o convênio firmado com a Universidade Estadual
de Feira de Santana com o objetivo de desenvolver ações
voltadas para a sensibilização, mobilização e capacitação dos
atores sociais para a formação do Conselho Gestor da APA
Lago Pedra do Cavalo.
Além destes programas próprios, o CRA participa ativamente,
como parceiro, de diversas outras iniciativas de educação
ambiental desenvolvidas por organizações não governamentais
e entidades comunitárias. Foram produzidos e distribuídos
aproximadamente 20 mil exemplares de diversos tipos de
material educativo.
Fiscalização Ambiental
A atividade de Fiscalização Ambiental e Atendimentos
Emergenciais conquistou no dia 2 setembro de 2002 a
certificação internacional
de qualidade ISO 9001:
versão 2000, tal como já
acontecera com o Licen-
ciamento Ambiental. A
conquista de mais essa
certificação é resultado
da implantação do
Sistema de Gestão da
Qualidade (SGQ), que
estabeleceu a normati-
zação dos procedimentos
e fluxo de atividades, de acordo com padrões internacionais
que asseguram a qualidade da fiscalização.
Além de realizar a fiscalização de rotina nos empreendimentos
e atividades capazes de gerar impactos ambientais, o CRA
mantém equipes de plantão em regime de 24 horas - inclusive
nos fins de semana e feriados - para atendimentos a eventuais
situações emergenciais. Para maior agilidade foi implantado o
serviço Disque Meio Ambiente (0800 71 1400), para a
população denunciar crimes ou acidentes ambientais
gratuitamente.
No exercício do poder de polícia ambiental, o CRA atua
também em operações especiais de fiscalização, planejadas e
executadas em cooperação com outros órgãos, como a
Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), da
Polícia Militar, Diretoria de Desenvolvimento Florestal (DDF)
e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama). Uma das ações mais efetivas é o combate
à pesca predatória na Baía de Todos os Santos.
Além de atuar em Salvador e Região Metropolitana, o CRA
F
32
mantém as Unidades Regionais de Fiscalização (URFs) nos
municípios de Feira de Santana, Ilhéus, Eunápolis, Barreiras,
Santa Maria da Vitória, Juazeiro e Jequié.
No período 1999/2002 foram registrados: 2.606 inspeções;
1.241 notificações; 1.381 advertências; 555 multas; 164
atendimentos emergenciais e 33 operações especiais em
parceria com a COPPA - Companhia de Polícia de Proteção
Ambiental, DDF e Ibama.
Fundo de Recursos para o Meio
Ambiente
O Fundo de Recursos para o Meio Ambiente (Ferfa) é gerido
pelo CRA e destinado a custear a execução da Política
Ambiental do Estado. Os recursos são oriundos de dotações
orçamentárias próprias, da arrecadação das taxas de
licenciamento ambiental, das multas administrativas,
indenização de custos de serviços técnicos, receitas
provenientes de convênios, vendas de publicações e editais e
doações.
A aplicação desses recursos é definida pela Lei 7799, de 7/2/
2001, e destina-se à realização de diversas ações, a exemplo
de estudos e pesquisas, contratação de serviços de consultoria,
capacitação de recursos humanos, custeio do Plano Estadual
de Meio Ambiente, realização de serviços e inspeções técnicas,
inclusive em ações conjuntas dos órgãos executores,
reaparelhamento, reequipamento e melhoria das instalações
dos órgãos estaduais executores do Sistema Estadual de
Administração dos Recursos Ambientais (Seara).
Geoprocessamento
Buscando ampliar cada vez
mais o uso da tecnologia a
serviço do meio ambiente, o
CRA torna disponível à
sociedade, o sistema de
�Geolocalização em Áreas de
Proteção Ambiental� ou GisWeb no Portal
Ambiental (www.cra.ba.gov.br). Além de ser
um recurso importante para orientação quanto
ao uso e ocupação do solo nas APAs, é
também uma fonte de informação para o
público em geral. Através do portal, o usuário pode fazer
consultas e impressos relativos à localização de pontos no
Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), parâmetros
ambientais, recursos hídricos existentes e o tipo de
empreendimento permitido naquele trecho da unidade de
conservação.
Considerando a grande dimensão do território baiano, a
G
33
riqueza de seus recursos naturais e a necessidade de se promover
o desenvolvimento sustentável, o uso de Sistemas de
Informações Georreferenciadas (GIS) destaca-se como um
importante recurso tecnológico para o monitoramento do uso
e ocupação do solo nas APAs. Desse modo, o GisApa Litoral
Norte constitui a etapa inicial de um grandioso projeto do CRA,
a elaboração do Mapa Ambiental da Bahia, mais um instrumento
para o planejamento ambiental do estado.
Gerenciamento Costeiro
A Bahia possui o maior litoral brasileiro, com 1,2 mil km de
extensão. Para realizar o planejamento e ordenamento da zona
costeira de forma integrada e participativa, o CRA executa o
Programa de Gerenciamento Costeiro (Gerco), que integra o
componente Desenvolvimento Institucional, do Programa
Nacional de Meio Ambiente (PNMA II), financiado pelo
Banco Mundial e coordenado pelo Ministério do Meio
Ambiente (MMA).
Em dezembro de 2001, foi assinado convênio entre o Gover-
no do Estado e o MMA, no valor de R$ 710.928,75 para a
implantação do Gerco/Bahia na região do Litoral Norte,
envolvendo 13 municípios, dos quais sete são litorâneos, numa
área de 7.760 km² e 200 km de costa. Já foram alocados R$
210.762,31 para o desenvolvimento da primeira etapa do
projeto.
Os municípios que integram o projeto são: Jandaíra, Conde,
Esplanada, Entre Rios, Cardeal da Silva, Itanagra, Mata de
São João, Araçás, Catu, Pojuca, Camaçari, Dias D�Ávila e Lauro
de Freitas. A região engloba cinco APAs e tem crescido com
ritmo acelerado e desordenado, pressionando os ecossistemas
- manguezal, brejo, restinga e duna.
A meta é promover o desenvolvimento urbano, o turismo e
outras atividades compatíveis com a vocação natural da região,
preservando os recursos naturais e promovendo o
desenvolvimento sustentável, de acordo com o Zoneamento
Ecológico-Econômico das unidades de conservação.
No município do Conde está sendo implantado, de forma
piloto, o Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima, que
visa desenvolver mecanismos de mobilização social e estimular
práticas sustentáveis de desenvolvimento.
Gestão Ambiental
A gestão ambiental é
atribuição dos três níveis
de governo, cabendo ao
CRA realizá-la de acordo
com as diretrizes da
Política Estadual, em
consonância com as
diretrizes nacionais, com
a presença dos muni-
cípios, integrados em um
processo de participação
da sociedade.
Na Bahia, a gestão ambiental teve início em paralelo ao
processo de implantação do Pólo Petroquímico de Camaçari,
quando foi criado, ainda em 1973, o Conselho Estadual de
Proteção Ambiental (Cepram), posteriormentedenominado
Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cepram), com a
Constituição do Estado de 1989. Desde então, vimos
34
evoluindo quanto ao tratamento das questões ambientais,
tendo como meta uma gestão integrada e participativa.
No período 1999/2002, o CRA investiu no aprimoramento
dos principais instrumentos de gestão ambiental, a exemplo
do sistema de l icenciamento, modernizado com a
promulgação da nova lei estadual de meio ambiente, de 7/
2/2001.
A educação ambiental, ferramenta fundamental para se
alcançar mudanças nas relações homem x natureza, foi
sobretudo direcionada para ações nas Áreas de Proteção
Ambiental, aliando-se a um outro importante instrumento:
as Unidades de Conservação. As 26 APAs estaduais têm sido
alvo de especial atenção do governo, tendo-se iniciado, em
1999, a implantação das suas sedes administrativas
devidamente equipadas com recursos materiais e humanos.
A avaliação da qualidade ambiental é realizada
sistematicamente, alimentando um banco de dados à
disposição da comunidade e subsidiando ações voltadas para
melhoria do ambiente. Ações integradas com o Programa
Bahia Azul garantiram o desenvolvimento de um modelo
matemático de dispersão de poluentes na Baía de Todos os
Santos, o SisBahia, além do diagnóstico ambiental das águas
e do entorno da baía, o controle das atividades industriais da
região e o acompanhamento das condições de balneabilidade
das praias da Região Metropolitana de Salvador.
O CRA participa de importantes programas no âmbito federal,
coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente, que visam a
melhoria da gestão ambiental no país, a exemplo do Programa
Nacional do Meio Ambiente (PNMA II), em seus 4
componentes � gerenciamento costeiro, monitoramento da
qualidade das águas, licenciamento ambiental e gestão
integrada de ativos ambientais - , o Projeto Corredores
Ecológicos e o Projeto de Conservação e Revitalização da
Bacia do São Francisco.
Finalmente, a criação e implantação do Núcleo de Estudos
Avançados do Meio Ambiente-NEAMA, inaugurado em 5
de junho de 2002, é um marco na gestão ambiental do estado,
provendo a Bahia de um espaço privilegiado para a discussão
dos diferentes temas relacionados ao desenvolvimento
sustentável, na busca da excelência técnico-científica da gestão
ambiental do estado.
Gestão das APAs
Ao CRA cabe a administração das 26 APAs estaduais e para
isso, planejou, desenvolveu e vem executando nos últimos
quatro anos um sistema de gestão integrada e participativa dessas
unidades de conservação. Esse sistema conta com
a participação de outros órgãos públicos ligados à
questão ambiental, de representantes
das prefeituras e de outras instâncias
do poder público e de entidades
comunitárias, no planejamento e
execução de ações em
defesa do meio ambiente e
do desenvolvimento sus-
tentável.
Essa efetiva articu-
lação com os dife-
35
rentes segmentos sociais é indispensável para a criação, neste
modelo de gestão, dos Conselhos Gestores das APAs, a
exemplo do que ocorre nas APAs Costa de Itacaré/Serra
Grande, primeiro a ser implantado, e Lagoa Encantada.
Para melhor avaliar o desempenho da administração das APAs,
foi criado o Índice de Gestão da APA (IGA), instrumento
que permite acompanhar a administração e os progressos
alcançados, através da pontuação de 21 indicadores
relacionados a parâmetros definidos.
O Diagnóstico Ambiental e o Zoneamento Ecológico-
Econômico, que permitem o conhecimento dos recursos
naturais, o controle e a fiscalização das atividades
socioeconômicas, são mais facilmente realizados havendo a
gestão ambiental integrada.
Entre 1999/2002, as APAs apresentaram os seguintes
resultados: 4.140 inspeções; 231 Pareceres Técnicos; 31
Anuências Prévias; 190 notificações; 234 advertências; 55 multas
e 5 Termos de Referência para elaboração de Diagnóstico
Ambiental. No mesmo período foram realizadas 9.505 ações
em campo entre reuniões; seminários; palestras; atendimentos
às comunidades, etc.
O CRA criou em 2002, o InfoAPAs, boletim informativo para
divulgar as ações realizadas na administração das 26 Apas
estaduais. É um instrumento de educação ambiental e de
Gestão das APAs.
Grupo Analisador de Licenciamento
Em 2002, o CRA criou internamente o Grupo Analisador de
Licenciamento Ambiental (GAL) com o objetivo de
estabelecer critérios, normas e procedimentos para a formação
de processos de licenciamento. O grupo reúne-se
semanalmente aperfeiçoando os procedimentos internos para
racionalizar a tramitação dos processos.
Grupo Analisador de Multas
Também em 2002, o CRA criou internamente o Grupo
Analisador de Multas (GAM), que tem como objetivo
estabelecer critérios, normas e procedimentos para a aplicação
de multas aos infratores da legislação ambiental. O grupo
reúne-se semanalmente, aperfeiçoando os procedimentos
internos, fortalecendo a análise e a tramitação das propostas
de processos de multas.
Grupo Revisor de Multas
O CRA instituiu em 2002 o Grupo Revisor de Multas
(GRM), com o objetivo de uniformizar os critérios e
parâmetros para aplicação das multas e a gradação do valor
pecuniário. A revisão objetiva evitar a ocorrência de
discrepâncias nos autos propostos, respeitando os princípios
do direito e os critérios técnicos para aplicação das
penalidades.
Gruta dos Brejões / Vereda do Romão
Gramacho (APA)
Localizada na região do semi-árido baiano, a APA Gruta dos
Brejões/Vereda do Romão Gramacho tem o privilégio de ter
sido a primeira unidade de conservação dessa categoria, criada
36
mediante Decreto
Estadual 32.487, de
13/11/85.
Inserida na Bacia
Hidrográfica do Rio
São Francisco, no
Piemonte da Cha-
pada Diamantina,
abrange parte dos
municípios de João
Dourado, Morro do
Chapéu e São Gabriel, com área de 11,9 mil ha.
Apresenta ecossistema de caatinga, com vegetação espinhosa
e presença de árvores como a aroeira, baraúna e angico,
espécies em risco de extinção cujo corte já é proibido na Ba-
hia. A APA abriga espécies raras de animais silvestres, como a
águia chilena, papagaio verdadeiro, papagaio campeiro, veado
campeiro, veado catingueiro, onça parda, jaguatirica, jacaré-
de-papo-amarelo, dentre outras.
Encontram-se ainda nesta APA, sítios de relevante valor
arqueológico, que compõem um cenário de grande
importância científica, de épocas pré-históricas, registradas
nas pinturas rupestres dos paredões e abrigos de calcário.
A Gruta dos Brejões possui 7.750 m de extensão e um pórtico
de entrada com altura de 106 m, uma de suas atrações que
necessita ser protegida com suas formações geológicas
notáveis, as cavidades naturais subterrâneas e as águas
subterrâneas do Rio Jacaré.
Também necessitam de proteção as inúmeras espécies raras
de animais ameaçadas de extinção e a vegetação
característica e peculiar existente nas encostas calcárias e
nas margens dos rios.
Carecem de estudos aprofundados os sítios arqueológicos
(pinturas rupestres e abrigos sob rocha) e paleontológicos
(fósseis de animais pleistocênicos). A defesa do meio ambiente
nesta APA implica no controle rigoroso do uso de praguicidas
para assegurar a qualidade do solo e da água, e a harmônica
integração das comunidades sertanejas e suas atividades com
o ecossistema regional.
A APA Gruta dos Brejões Vereda do Romão Gramacho possui
Diagnóstico Ambiental e Zoneamento Ecológico-Econômico,
aprovado pelo Cepram, mediante Resolução 3.047, de 18/
10/2002. Esta APA dispõe de sede administrativa no
município de Morro do Chapéu.
Guaibim (APA)
A APA do Guaibim está a
localizada entre a foz do Rio
Jiquiriçá e o canal de Taperoá,
região costeira do município
de Valença, Baixo-Sul do
estado. Ocupa uma área de 2
mil ha.
Guaibim significa �águas do
além�. Os índios acredi-
tavam que aquelas águas
37
eram habitadas por monstros marinhos denominados Igba
Meapina - �diabo peludo�. A APA está inserida em uma região
de clima quente-úmido, com ecossistemas de restingas,
manguezais, faixas de praias, brejos e áreas remanescentes da
Mata Atlântica, com fauna associada.
A unidade de conservação foi criada pelo Decreto Estadual
1.164,

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