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BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTATUTO DO DESARMAMENTO NOS HOMICÍDIOS COMETIDOS EM LEGÍTIMA DEFESA MEDIANTE USO DE ILEGAL DE ARMA DE FOGO (1) (1)

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BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DA (IN)EFICÁCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO E SUA APLICABILIDADE NOS CASOS DE HOMICÍDIOS COMETIDOS EM LEGÍTIMA DEFESA, MEDIANTE O PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.[footnoteRef:1]* [1: Artigo de conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Direito, sob orientação do Professor Rafael Almeida Callegari. *] 
Sandro Luiz Antoniazzi[footnoteRef:2]** [2: Acadêmico do curso de Direito da Faculdade Integrado de Campo Mourão – Pr.**] 
SUMÁRIO: 1 Introdução. 2 Crime e legítima defesa. 3 Histórico do estatuto do desarmamento e suas principais disposições. 4 Histórico do índice de homicídios causados por armas de fogo no Brasil. 5 Comparativo entre o estatuto do desarmamento e a PL. 3.722/12. 6 O porte de armas de fogo em outros países. 7 Dos crimes de homicídio perpetrados em legítima defesa e o porte ilegal de armas de fogo. 8 Considerações finais. Referências.
RESUMO: O presente artigo científico busca verificar a incidência dos crimes de homicídios cometidos com o uso de armas de fogo, apontar a quais delitos o agente será incurso, bem como identificar a (in)eficácia do Estatuto do Desarmamento ao longo do tempo e perante a realidade atual. Para tanto, procedeu-se uma pesquisa qualitativa, quantitativa e exploratória. De modo que após o deslinde de toda a pesquisa e com supedâneo no Mapa e no Atlas da Violência, constatou-se que o Estatuto do Desarmamento é ineficaz, ao passo que desde a sua entrada em vigor os índices de homicídios perpetrados com armas de fogo jamais cessaram ou regrediram.
PALAVRAS-CHAVE: Estatuto do desarmamento. Homicídios. Porte ilegal de arma de fogo.
BRIEF CONSIDERATIONS REGARDING THE INEFFECTIVENESS OF THE STATUTE OF DISARMAMENT AND ITS APPLICABILITY IN CASES OF KILLS COMMITTED IN LEGITIMATE DEFENSE THROUGH THE ILLEGAL GUN OF FIREARMS.
ABSTRACT: The present article seeks to verify the incidence of crimes of homicide committed with the use of firearms, to point out to which crimes the agent will be involved, as well as to identify the inapplicability of the Disarmament Statute over time and before reality current. For that, a qualitative, quantitative and exploratory research was carried out. So, after all the research has been delineated and the Map and Atlas of Violence has been broken down, it has been found that the Disarmament Statute is ineffective, whereas since its entry into force the rates of homicide perpetrated with firearms never ceased or regressed.
KEYWORDS: Disarmament statute. Homicides. Illegal possession of firearms.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo aborda a Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) e os crimes de homicídios perpetrados em legítima defesa por intermédio do porte ilegal de arma de fogo com o objetivo de verificar a eficácia ou ineficácia do Estatuto do Desarmamento, bem como observar o entendimento dos Tribunais Superiores e a possível aplicação do Princípio da Consunção nestes casos. A pretensão da pesquisa reside no fato de que hodiernamente os índices de homicídios cometidos com armas de fogo atingiram um grau jamais vislumbrado anteriormente e a criminalidade em geral está enraizada em todo o país. Para tanto, realizou-se uma pesquisa quantitativa, qualitativa e exploratória, utilizando-se também da literatura do Direito Penal, Processo Penal, Estatuto do Desarmamento, do PL. nº 3.722/12, do Decreto Lei nº 3.665/00, dentre outros diplomas legais e sobre o tema central, utilizando-se como referenciais teóricos Faustino (2004), Ascari, et al (2017), Waiselfisz (2016) e Cerqueira, et al (2017). 
O desenvolvimento do texto compreende breves considerações acerca do conceito de crime, da excludente de ilicitude da legítima defesa e os requisitos necessários para a identificação da mesma.
O corpus documental da pesquisa é composto dos dados de homicídios, efetuando-se um recorte temporal de 2004 a 2015 e com o lapso temporal desde o ano de 1980 e após o advento do Estatuto do Desarmamento até a atualidade, o qual limitou a obtenção do porte de arma de fogo aos civis, será feita também a discriminação entre as espécies de arma de fogo de uso restrito ou permitido, bem como quais são os delitos referentes ao porte ilegal de arma de fogo previstos na legislação em análise e suas principais características.
Para colaborar com a compreensão sobre a proposta legislativa supra, é feita uma comparação entre a legislação brasileira atual com a de alguns outros países que liberam o porte de arma de fogo para os cidadãos e observar quais os dados criminológicos desses países, especialmente as taxas dos homicídios, visando extrair informações que auxiliem na análise da eficácia do Estatuto do Desarmamento. Dita análise ainda demonstra a faixa de crimes de homicídio cometidos pelo uso exclusivo de armas de fogo e averiguar as consequências da política desarmamentista na limitação do exercício da autodefesa e se corrobora com a pretensão trazida pelo PL. 3.722/12.
De igual maneira, promovendo maior recorte empírico, são apresentados os dados de análise jurisprudencial dos casos de homicídios cometidos em legítima defesa, mediante o porte ilegal de armas de fogo de uso restrito ou permitido e o posicionamento dos Tribunais Superiores, para enfim responder à hipótese de inaplicabilidade do Estatuto do Desarmamento nessas situações.
2 CRIME E LEGÍTIMA DEFESA
Precipuamente, antes de avançar para a temática do crime de homicídio cometido com o porte ilegal de arma de fogo de uso restrito ou permitido, amparado pela excludente da ilicitude da legítima defesa, é imprescindível delinear de forma breve o conceito de delito e da referida causa excludente de ilicitude.
Assim, de acordo com JESUS (2015, on-line), os delitos podem ser classificados como formais, materiais, formais e materiais ou formais, materiais e sintomáticos. O sistema jurídico brasileiro admitiu a terceira classificação, qual seja, o critério formal e material para ter-se uma noção de crime, nos termos do art. 1º, do CP.
Por certo, sob o prisma material, o crime é um fato que desobedece às normas penais incriminadoras e logicamente lesiona um bem jurídico relevante tutelado pela norma que foi violada, ou seja, o aspecto material do delito, cinge-se em uma ação ou omissão, dolosa ou culposa, que ofende um bem importante protegido pela esfera penal e em decorrência de tal ato o Direito Penal pune o agente, nos termos do art. 1, do CP (JESUS, 2015, on-line; GONÇALVES, 2015, on-line).
Já pelo enfoque formal, significa que o fato ocorrido será dado como crime se estiver tipificado na lei penal e lhe for previsto alguma espécie de pena ou medida de segurança, as quais podem ser de: “a) reclusão; b) reclusão e multa; c) reclusão ou multa; d) detenção; e) detenção e multa; f) detenção ou multa. A pena de multa nunca é cominada isoladamente ao crime. Já com relação as contravenções, temos as seguintes hipóteses: a) prisão simples; b) prisão simples e multa; c) prisão simples ou multa; e d) multa” (GONÇALVES, 2015, on-line).
 Entretanto, não basta que o agente perpetre algum fato previsto nas leis penais como um tipo penal, haja vista que o fato deve ser típico, ilícito e o agente ser culpável (JESUS, 2015, on-line).
Dessa feita, é deste conceito que exsurgem as Teorias Bipartida e Tripartida de crime, as causas excludentes de antijuricidade, da culpabilidade e da tipicidade, tendo em vista que há de se verificar se o fato é típico, ilícito e culpável, não sendo suficiente somente a definição legal de um determinado fato como ilícito penal.
Nesse ínterim, existe a discussão doutrinária acerca do conceito analítico de delito e qual teoria deveria ser adotada, considerando que as duas correntes mais abalizadas no cenário jurídico nacional são a Bipartida e Tripartida.
Com efeito, o ordenamento jurídico pátrio optou pela segunda teoria, a qual define o crime como um fato típico, ilícito e culpável, que será averiguado pela teoria finalista, casualista ou funcionalista (PRADO, 2013).
Nesse diapasão, NUCCI explica de maneira claracada um dos três elementos caracterizadores de qualquer ilícito penal ou contravenção penal de acordo com a Teoria Tripartida, in verbis:
Crime, no conceito analítico é fato típico, antijurídico e culpável. Não importando a corrente (causalista, finalista ou funcionalista), o delito tem três elementos indispensáveis à sua configuração, dando margem à condenação. Sem qualquer um deles, o juiz é obrigado a absolver. 
Fato típico: amolda-se o fato real ao modelo de conduta proibida previsto no tipo penal (ex.: matar alguém art. 121, CP).
Antijurídico: contraria o ordenamento jurídico, causando efetiva lesão a bem jurídico tutelado
Culpável: merecedor de censura, pois cometido por imputável (maior de 18 e mentalmente são), com conhecimento do ilícito e possibilidade plena de atuação conforme o Direito exige.
A tese de ser o crime apenas um fato típico e antijurídico nasceu no Brasil na década de 70 e já se encontra com os dias contados, salientando-se que jamais foi adotada fora do território nacional. Extirpar a culpabilidade do conceito de crime é um equívoco científico, pois é ela o elemento ético do injusto penal, que se concretiza crime (NUCCI, 2013, p. 117). Grifou-se. 
Assim, para que um determinado fato seja considerado como uma infração penal, o ocorrido deve ser típico (estar previsto na lei como crime), ilícito (proibido) e culpável (o agente ser imputável e ter a capacidade de entender completamente o caráter ilícito da conduta empregada ao tempo da ação ou omissão, nos termos do art. 26, caput e parágrafo único, do CP.
Ademais, apenas para fins didáticos sem findar o tema, o instituto do crime não se confunde com o da contravenção penal. Em que pese ambos possuírem várias semelhanças, as suas diferenças são substanciais, ao passo que aquele pode ser punido com, no máximo, pena privativa de liberdade de reclusão e detenção e este somente com, no máximo, pena de prisão simples, de modo que:
O direito penal estabeleceu diferença entre crime (ou delito) e contravenção penal, espécies de infração penal. Entretanto, essa diferença não é ontológica ou essencial, situando-se, tão somente, no campo da pena. Os crimes sujeitam seus autores a penas de reclusão e detenção, enquanto as contravenções, no máximo, implicam prisão simples.
Além disso, aos crimes cominam-se penas privativas de liberdade, isolada, alternativa ou cumulativamente com multa, enquanto, para as contravenções penais, admite-se a possibilidade de fixação unicamente da multa (o que não ocorre com os crimes), embora a penalidade pecuniária possa ser cominada em conjunto com a prisão simples ou esta também possa ser prevista ou aplicada de maneira isolada (art. 1.º da Lei de Introdução ao Código Penal) (NUCCI, 2015, on-line).
Frise-se ainda, que em se tratando de delito, este admite a punição pela tentativa, nos termos do art. 14, inciso II, parágrafo único, do CP. Enquanto que a contravenção penal não admite a sanção penal pela tentativa tornando o fato atípico, conforme se infere do art. 4º, da Lei das Contravenções Penais, o qual preceitua que: “Não é punível a tentativa de contravenção.”.
Entrementes, conforme dito anteriormente, não são todas as condutas típicas e culpáveis que serão ilícitas, haja vista que o Código Penal Brasileiro de 1940 ainda em vigência, abarca algumas causas excludentes de ilicitude, em especial a da legítima defesa, preconizada nos seus artigos 23, inciso II e 25 que será discorrida na sequência.
Isto posto, nos casos concretos, restando comprovado que o agente formalizou um determinado ilícito penal em legítima defesa de um bem jurídico próprio ou de terceiros, o mesmo será isentado da condenação pela exclusão da ilicitude do fato, inclusive, absolvendo-se o sujeito sumariamente, nos termos do art. 397, inciso I, do Código de Processo Penal Brasileiro.
Assim, o instituto da legitima defesa cuida-se de uma causa de excludente de ilicitude que proporciona a isenção da pena para o agente que cometeu uma infração penal sob a sua proteção para defender um direito próprio ou alheio, de uma injusta agressão humana ou instigada por este a um animal, atual ou iminente, valendo-se dos meios necessários, porém respeitando os limites legais, sem efetuar excessos.
Nada obstante, a legítima defesa pode ser conceituada como uma “causa de exclusão da ilicitude que consiste em repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, usando moderadamente dos meios necessários. Ao contrário, ocorre um efetivo ataque ilícito contra o agente ou terceiro, legitimando a repulsa. ” (CAPEZ, 2016, on-line).
Nesse trilho, o Código Penal Brasileiro dispõe que:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. - Grifou-se.
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. - Grifou-se.
Sendo assim, diante da liturgia da doutrina e dos dispositivos legais supracitados, depreende-se que a causa excludente de ilicitude da legítima defesa está condicionada à presença concomitante de alguns pressupostos de ordem objetiva e subjetiva.
Segundo PRADO (2013); CAPEZ (2016, on-line) os requisitos objetivos são: a agressão humana injusta, atual ou iminente; a direito próprio ou de terceiros; a repulsa com os meios necessários e o uso moderado de tais meios.
E, subjetivo: o conhecimento da situação excludente por parte do agente, sob pena deste responder pelo delito praticado, de acordo com o parágrafo único do artigo 23, do CP: “[...] Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.”.
A agressão injusta é uma investida humana ou ordenada a um semovente por aquele, de forma ilícita, em contradição com o ordenamento jurídico, de forma dolosa ou culposa, que irá causar um resultado danoso a um determinado bem jurídico, a qual pode estar ocorrendo (atual) ou prestes a acontecer (iminente) (PRADO, 2013; CAPEZ, 2016, on-line). 
Por sua vez, o direito próprio ou de terceiros, significa que o agente age em legítima defesa está autorizado pelo ordenamento jurídico a fazê-la para resguardar um bem jurídico próprio, bem como proteger o de outrem, sem que seja necessário mensurar o valor do bem sacrificado pelo que foi salvo, como ocorre no estado de necessidade disposto no art. 24, do CP (PRADO, 2013; CAPEZ, 2016, on-line).
A seu turno, os meios necessários para a repulsa da agressão injusta, são aqueles meios hábeis a repelir o ataque e nada mais, isto é, o agente utiliza-se de um meio que seja apto a afastar a injusta agressão, mas o usa de forma razoável, sem excessos, uma vez que o excesso é punível, considerando que deve haver paridade entre a ação rechaçada e a maneira que o agente a repudiou.
Por fim, no que concerne ao conhecimento pelo agente de estar agindo sob legítima defesa, é imprescindível que o agente detenha: “conhecimento da agressão e a vontade de defesa. O agente deve ser portador do elemento subjetivo, consistente na ciência da agressão e no ânimo ou vontade (animus defendi) de atuar em defesa de direito seu ou de outrem” (PRADO, 2013, p. 447).
Desse modo, mesmo que o fato seja típico e culpável, não será ilícito, pois a legítima defesa excluí a ilicitude do tipo penal, sendo o agente absolvido imediatamente, nos termos do art. 397, inciso I, ou art. 386, inciso VI, ambos do CPP, ressaltando-se que o primeiro se trata de uma absolvição sumária e a segunda é aplicada após o processo ser devidamente instruído.[footnoteRef:3] [3: TJPB – APL: 00233780720138150011 0023378 07.2013.815.001, RELATOR: Des. João Benedito da Silva. Data de Julgamento: 17/03/2016.] 
Assim, para que no caso concreto o agente possa ter a conduta desenvolvida albergada pela excludente da ilicitude da legítima defesa, faz-se mister que estejam todos os pressupostos evidentemente configurados, ao passo que se trata de uma circunstância deisenção do crime, cabendo o ônus da prova a defesa do acusado, nos moldes do art. 156, caput, do CPP.
Ademais, como no Brasil os crimes de homicídios cometidos com o porte irregular de armas de fogo estavam crescendo em larga escala surgiu a política criminal de regular o porte e posse de arma de fogo, como um instrumento de segurança pública, para diminuir a criminalidade, que é o Estatuto do Desarmamento.
3 HISTÓRICO DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO E SUAS PRINCIPAIS DISPOSIÇÕES
Neste ponto, serão apontadas as razões cruciais pelas quais o Estado moveu-se no sentido de regulamentar as armas de fogo no Brasil e qual foi o intuito ao diligenciar a construção do Estatuto do Desarmamento.
Pois bem, no transcorrer do século XX as armas de fogo no Brasil não eram regulamentadas pelo ordenamento jurídico, uma vez que durante o Regime Militar a expansão do mercado bélico era incentivada pelos militares e grupos civis sob a justificativa de promover a “segurança nacional” e posteriormente após a instauração da democracia a razão era que as indústrias armamentistas iriam gerar mais empregos e consequentemente movimentar a economia nacional (SOUZA, 2014).
Após o marco da Constituição Federal de 1988 (constituição cidadã), começou a ocorrer um crescimento significativo da violência armada e de homicídios realizados com armas de fogo no Brasil, que persistiram durante década de 1990 a 2000 e em razão disso cogitou-se elaborar uma norma que garantisse, em tese, segurança pública à população brasileira por se tratar de um direito universal de todos (SOUZA, 2014; SOARES, 2014).
Ao passo que a segurança pública é:
A manutenção da ordem pública é, indubitavelmente, um dos principais bens coletivos da sociedade moderna. O combate à criminalidade constitui uma atribuição estruturação do Estado nas sociedades contemporâneas. Além, de prover saúde e educação, bem como outros serviços que garantem o bem-estar social, deve o Estado zelar pela preservação do patrimônio dos cidadãos e de suas respectivas integridades físicas (SAPORI, 2007, p. 17). 
Nesse sentido, com o advento da Constituição Federal da 1988 e com o implemento da democracia, o significado de segurança nacional modificou-se, superando o conceito apontado durante o período do Regime Militar (1964-1985), que restringia-se à amplificação do setor industrial e do comércio beligerante interno, para transformar-se na busca pelo controle do mercado armamentista, focalizando-se nas instituições públicas de policiamento, campanhas voltadas ao desarmamento, e a garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos, nos termos do art. 144, da CF/88 (SOUZA, 2014).
Ademais, assegurar a segurança pública aos cidadãos, é um dever de todas as pessoas físicas e jurídicas, de Direito Público ou Privado, ou seja, no sentido Lato Sensu, compete a toda sociedade em geral garantir os direitos individuais e o pleno exercício da cidadania para que haja uma convivência harmônica e pacífica entre a população (SANTOS, 2012; SAPORI, 2007).
Sendo assim, quando a sociedade e o Estado falham em garantir a segurança pública, inicia-se o surgimento dos crimes e em sentido estrito, a obrigação de assegurar a segurança pública caberá as instituições públicas da Polícia Federal e Estadual, bem como ao Direito Penal, salientando que este operar-se-á em último caso, por força do Princípio da Última Ratio (PRIOLLI, 2010).
Dessa maneira, como o porte de armas de fogo não era regulamentado e até o advento da Lei 9.099/95 que trata dos delitos de menor potencial lesivo (art. 60, da Lei 9.099/95), o porte ilegal de arma de fogo era considerado apenas como uma contravenção penal regida pelo art. 19, do Decreto Lei nº 3.688/41, o Estado resolveu endurecer as normas atinentes ao porte ilegal de arma de fogo, de modo que em 2001, o incluiu no rol da Lei 9.099/99 que regulamenta os delitos de menor potencial ofensivo, por intermédio da Lei nº 10.259/01 c/c art. 10, da Lei nº 9.437/97.
Conquanto, em face ao grande número de homicídios decorrentes do uso de armas de fogo que permanecia expandindo, foi instaurada a Lei nº 10.826/03 que passou a reger a fabricação, depósito, trânsito e porte de arma de fogo, tipificar alguns delitos correlatos ao assunto, bem como dar outras providências (FAUSTINO, 2004; ASCARI, et al, 2017).
Consequentemente, a novel legislação trouxe mudanças concernentes ao registro, posse, porte, comercialização das armas e munições, sendo dividas as armas de fogo em duas categorias: de uso restrito e permitido, nos termos do art. 15, incisos I e II, do Decreto Lei nº 6.665/00, in verbis: “As armas, munições, acessórios e equipamentos são classificados, quanto ao uso, em: I - de uso restrito; e II - de uso permitido.”. 
Igualmente, o referido Decreto Lei em seus artigos 16 e 17 discriminam quais são as armas de fogo de uso restrito ou permitido, restando como encarregado pela fiscalização o Sistema Nacional de Armas – SINARM, que é uma vertente do Ministério da Justiça, mas submisso à Polícia Federal, conforme os artigos 1º e 2º, do ED (ASCARI, et al, 2017).
À vista disso, as armas de fogo de uso permitido são aquelas cujo o Decreto Lei nº 6.665/00 autoriza o registro e o préstimo pelos civis, isto é, estas armas não são de uso exclusivo das Forças Armadas, de outros órgãos ou de determinadas pessoas físicas. 
E mais, sobre o artigo 3º, inciso LXXIX e artigo 17 do Decreto nº 3.655/00:
as armas de uso permitido são aquelas cuja utilização é deferida a pessoas físicas e jurídicas, de acordo com legislação normativa do Exército. As armas de fogo de uso permitido são as armas convencionais, de uso comum. Serão de uso permitido todas as armas que não estiverem incluídas no conceito de arma de fogo de uso proibido. Portanto, a definição de seu conceito é alcançada pelo critério de exclusão (FAUSTINO, 2004, p. 17).
Nesse sentido, valendo-se do critério da exclusão, as armas de fogo de uso restrito são aquelas que podem ser manejadas somente por pessoas físicas, jurídicas ou órgãos públicos devidamente habilitados pelo Exército Brasileiro, considerando que estes mecanismos detém o condão de causar graves danos e podem trazer sérios riscos à incolumidade pública se empregados de maneira delituosa, nos termos do artigo 3º, LXXXI c/c artigo 16 do Decreto nº 3.665/00.
A propósito sobre a categoria destinada ao uso exclusivo, entende-se que:
as armas de fogo de uso restrito são aquelas que só podem ser utilizadas pelas Forças Armadas, por algumas instituições de segurança. E por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Exército, de acordo com a legislação específica – artigo 3º, LXXXI c.c. artigo 16 do Decreto nº 3.665/00. O Decreto nº 5.123/04, em seu artigo 11, repetiu o conceito do Decreto anterior (R105), redefinindo arma de fogo de uso restrito como sendo “aquela de uso exclusivo das Forças Armadas, de instituições de segurança pública e de pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo com legislação específica” (FAUSTINO, 2004, p. 17).
Desse modo, a separação entre as armas de fogo de uso permitido e as de uso restrito, cinge-se na questão de que a primeira pode ser utilizada por civis, ou seja, pessoas comuns, o que não ocorre na segunda, ao passo que esta é de uso exclusivo das Forças Armadas Brasileira, das instituições de segurança pública e de pessoas físicas ou jurídicas habilitadas e regularizadas pelo Comando do Exército em consonância com a legislação aplicável a espécie.
Nada obstante, o caput, do art. 35, do ED, preceituava a proibição do comércio de armas de fogo e munição em todo o território nacional, ressalvadas as entidades arroladas no art. 6º da legislação em análise, motivo pelo qual foi realizado um referendo para que os cidadãos se manifestassem acerca deste dispositivo em especial, nos termos do §1º do artigo citado, em respeito ao artigo 2º, §2º, da Lei 9.709/98 (ASCARI, et al, 2017).
Por sua vez, o referendo foi regularizado pela Lei nº 9.709/98 com a promulgação da Constituição Federal de 1988,sendo que este instrumento é aplicado como um meio de consulta entre o Estado e a população, com o propósito de saber se esta aprova ou rejeita um projeto de lei, uma lei ou uma emenda constitucional nos casos em que a norma trate de algo que seja de extrema relevância para a sociedade, de modo a preservar a democracia e conferir a atuação dos cidadãos brasileiros no processo de elaboração das legislações (AUAD, et al, 2004).
Assim, como o teor do artigo 35, do ED era de suma relevância para a população, foi promovido o aludido referendo na data de 23 de outubro de 2005, oportunidade que 122.042.615 milhões de cidadãos brasileiros direcionaram-se as urnas para votar, porém somente 92.442.310 milhões de votos foram dados como válidos e de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral 63,94% dos votos válidos foram contra as disposições do artigo 35, do ED e consequentemente contra a proibição da comercialização de armas de fogo e munição no território nacional (ASCARI, et al, 2017).
O Estatuto do Desarmamento contempla em seu rol alguns delitos, causas de aumento de pena e a impossibilidade da concessão da fiança ou liberdade provisória para alguns destes tipos penais, nos termos dos artigos 19 e 21, da legislação em contexto, sendo os principais tratados de forma breve a seguir (FAUSTINO, 2004):
Nesse sentido, o art. 12, do ED, incrimina a posse irregular de arma de fogo de uso permitido, ou seja, é um delito de mera conduta, bastando para à sua consumação a posse ilegal de uma arma de fogo não se exigindo um resultado material como em outros delitos. Salienta-se ainda, que este tipo penal abrange as munições e acessórios, nos termos do art. 3º, incisos II e LXIV, do Decreto n° 3.665/00 (FAUSTINO, 2004; FORNARI, 2014).
Outrossim, o art. 14, do ED, também pune o porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, contendo em seus verbos nucleares do tipo várias ações como: portar, deter, adquirir, fornecer e etc. Todavia, se a arma de fogo estiver com os números, marca ou qualquer outro sinal individualizador adulterado, o agente será dado como incurso no artigo 16, parágrafo único, inciso IV, do ED. Nada obstante, o dispositivo prevê uma causa de aumento de pena, se os agentes estiverem englobados nos artigos 6º, 7º e 8º, todos do ED, salientando-se que o mencionado crime é inafiançável, salvo se a arma estiver registrada no nome do acusado, nos termos do art. 14, parágrafo único, do ED (FAUSTINO, 2004; FORNARI, 2014). 
No que toca ao porte e a posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, incluem-se os acessórios e munições. Com efeito, o ED prediz no seu artigo 16, vários verbos nucleares do tipo que irão ensejar a adequação típica do fato a este dispositivo. Por outro lado, todos estes verbos nucleares do tipo configuram apenas um crime, por ser um tipo penal misto alternativo, assim como ocorre no art. 14, da legislação em tela (FAUSTINO, 2004; FORNARI, 2014). 
Por fim, exalta-se que a pretensão do Estatuto do Desarmamento é a redução da criminalidade em geral e em especial a diminuição da onda incessável dos crimes de homicídios cometidos com o uso de armas de fogo no Brasil, contudo os dados não têm demonstrado esse efeito como se vislumbrará no tópico conseguinte.
4 HISTÓRICO DO ÍNDICE DE HOMICÍDIOS CAUSADOS POR ARMAS DE FOGO NO BRASIL
O Estatuto do Desarmamento encontra-se em vigência até o presente momento, porém há muitas críticas em seu desfavor por não surtir os efeitos que eram prometidos pelo Estado com a campanha do desarmamento, à medida que o aumento dos homicídios causados por armas de fogo desde o ano de 1980 a 2014 foi gradual e em momento algum regrediu.
Nesse vértice, segundo o Fundo de População das Nações Unidas – UNFPA (2017): “Cerca de 25 mil jovens de 15 a 19 anos foram mortos por armas de fogo no Brasil em 2014, um aumento de quase 700% em relação aos dados de 1980. Com isso, o Brasil ocupa a 10ª posição em número de homicídios de jovens entre 100 países analisados. Os dados são do “Mapa da Violência 2016”, lançado ontem (15), na Câmara dos Deputados em Brasília”.
Destarte, o Mapa da Violência estipula que no Brasil o número de armas de fogo ilegais (sem registro), ultrapassa a quantia de armas de fogo devidamente registradas, num total de 8,5 milhões contra 6,8 milhões, destacando-se, inclusive, que desses 8,5 milhões de armas de fogo não registradas, 3,8 milhões estão em posse dos marginais (WAISELFISZ, 2016).
Nessa ocasião, o Mapa da Violência traz em seu arcabouço um gráfico que traça a evolução dos homicídios causados exclusivamente por armas de fogo no Brasil desde o ano de 1980 até o ano de 2014, o qual demonstra que o índice saltou de 6.104 para 42.291 mortes ao ano (WAISELFISZ, 2016).
Nada obstante, calcula a obra, que entre os anos de 1980 a 2004 o crescimento dos crimes de homicídios realizados exclusivamente com armas de fogo a cada 100 mil habitantes foi de 8,1% ao ano e de 2004 a 2014 foi de 2,2% ao ano. Igualmente, o Mapa da Violência estipula que a partir de 2012 o número de homicídios anuais começou a aumentar gradualmente, até que em 2014 os números de mortes anuais chegam à casa dos 42 mil homicídios por ano, conforme se extrai do gráfico elaborado pelo Mapa da Violência (WAISELFISZ, 2016) a seguir:
	
	
	Imagem 1 – Gráfico 3.1 do Mapa de Violência
Fonte: Waiselfisz, 2016, p. 16.
Outrossim, o Atlas da Violência (CERQUEIRA, et al, 2017), retrata que no ano de 2015 morreram 41.817 indivíduos por emprego de armas de fogo, perfazendo a quantia de 71,9% de todos os homicídios ocorridos no ano citado, sendo que na Europa este índice se encontra em 21%, entretanto neste continente o porte de armas de fogo é liberado para os cidadãos em vários países.
Realmente, as regiões do norte e nordeste do país são as que mais ocorrem homicídios provenientes do uso de armas de fogo, sendo digno de destaque o estado de Sergipe, o qual ocupa a primeira posição no ranking dos estados mais violentos do Brasil, ao passo que durante o período de 2010 a 2015, do total de 100% de homicídios sucedidos, 81,5% foi resultante do uso de armas de fogo (CERQUEIRA, et al, 2017).
Assim, observa-se que houve uma certa supressão dos direitos de defesa de todos os cidadãos em prol de uma campanha desarmamentista que mostrou-se ineficaz ao longo dos anos, pois o aumento da violência em geral não está relacionado única e exclusivamente em conferir o direito à população de portar armas de fogo, mas, sim, com outros direitos extremamente relevantes e imprescindíveis que o Estado não proporcionou a sociedade como: a segurança, educação, saúde, lazer, esporte, cultura, cidadania, bem como um salário suficiente a proporcionar uma vida digna sem miserabilidade a população, nos termos do art. 3 e art. 7, inciso IV, ambos da CF/88 que constitui os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil e os Direitos Sociais da população (CARVALHO, 2014).
Sendo assim, verifica-se que o aparente fracasso do ED não se atribui somente a legislação em especial, mas a uma gama de fatores, como por exemplo a falha do Estado em cumprir os seus objetivos fundamentais que foram anteriormente elencados.
5 COMPARATIVO ENTRE O ESTATUTO DO DESARMAMENTO E A PL. 3.722/12
Considerando que hodiernamente proferem-se muitas críticas negativas voltadas eficácia e a inaplicabilidade do Estatuto do Desarmamento em garantir à Segurança Pública e diminuir os homicídios decorrentes do uso de armas de fogo no Brasil, o Deputado Federal Rogério Peninha Mendonça propôs o Projeto de Lei nº 3.722/2012 com o intuito de revogar o Estatuto do Desarmamento e disponibilizar para a sociedade o porte legal de armas de fogo, devolvendo aos cidadãos o exercício completo direito da legítima defesa que lhes foi suprimido com a entrada em vigência do ED na data de 22 de dezembro de 2003.
Assim, são várias as diversidades entre o ED e a PL.3722/12, sendo as cruciais diferenças apontadas no quadro sinótico na sequência (ASCARI, et al, 2017, p. 10/11):
	Lei 10.826/03
	PL. 3.722/12
	Posse de arma condicionada à aprovação da Polícia Federal.Posse de arma é um direito assegurado a qualquer cidadão apto e sem antecedentes criminais
	Porte permitido apenas a políticos, forças armadas e outras classes.
	Porte permitido a qualquer cidadão que comprove aptidão técnica e psicológica.
	Registro de arma não permite o seu transporte (guia de transporte deve ser emitida com antecedência).
	Registro de arma permitirá o seu transporte, desmontada, sem permitir seu emprego imediato.
	Solicitação de autorização de compra ou transferência de arma deve ser expedida em até 30 dias.
	Autorização tem que ser expedida em até 72 horas úteis.
	Registro de arma tem validade de 3 anos.
	Registro de arma não expira.
	Licença para porte tem validade de 1 ano.
	Licença para porte tem validade mínima de 5 anos.
	Porte é proibido para CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores), e eles devem transportar as armas de seu acervo desmontadas e sem munição, impedindo seu pronto uso.
	CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) poderão portar uma das armas de seu acervo, pronta para uso, quando estiverem transportando suas armas de/para o clube de tiro.
	Apenas maiores de 25 anos podem adquirir armas.
	Maiores de 21 anos podem adquirir armas.
	Taxa de registro ou renovação de registro de arma de fogo é de R$ 60,00.
	Taxa de registro é de R$ 50 quando a arma é nova e R$ 20 quando é usada.
	Taxa de expedição ou renovação de licença de porte de arma de fogo é de R$ 1.000,00.
	Taxa de expedição ou renovação de licença de porte de arma de fogo é de R$ 100,00.
	Cidadão pode ter até 2 armas curtas, 2 armas longas de alma raiada e 2 armas longas de alma lisa. 
	Cidadão poderá possuir até 3 armas curtas, 3 armas longas de alma raiada e 3 armas longas de alma lisa.
	Publicidade de armas de fogo pode ser feita apenas em publicações especializadas.
	Não há restrições de nenhum tipo de publicidade.
Tabela 1 – Quadro comparativo
Fonte: (ASCARI, et al, 2017)
Destaca-se também, que a PL. 3.722/12, alcunha, Estatuto de Controle das Armas, prevê causas de aumento de pena de 50% para alguns delitos tipificados na PL. 3.722/12, com o escopo de prevenir um eventual aumento na criminalidade em razão da liberação do porte das armas de fogo para os civis, uma vez que há esta possibilidade (ASCARI, et al, 2017).
Posto isto, denota-se que o Estatuto de Controle das Armas tem como objetivo disponibilizar o porte de armas de fogo aos cidadãos buscando oferecer a plenitude ao exercício do direito da legítima defesa a população e ao mesmo tempo diligencia restringir uma eventual onda de crimes cometidos com armas de fogo, ante a liberação do porte, punindo-os delitos cometidos com estas armas de forma extremamente severa se comparadas com as penas previstas no ED, conforme observa-se nos artigos 55 ao 59, da PL. 3.722/12.
6 O PORTE DE ARMAS DE FOGO EM OUTROS PAÍSES 
Tendo-se em vista que em outros países o porte de armas de fogo é permitido para os civis com um percentual baixo de homicídios causados com estes instrumentos, torna-se interessante proceder uma breve comparação entre o Brasil e esses países, perscrutando proporcionar uma maior elucidação acerca da possibilidade da revogação do Estatuto do Desarmamento e o hipotético aumento nas mortes causadas por armas de fogo no Brasil.
Segundo uma matéria veiculada na internet pela BBC Brasil (MORAES, 2012), de acordo com os dados amealhados, em 2007 nos Estados Unidos da América havia em posse da população em torno de 270 milhões de armas de fogo, enquanto no Brasil a quantia chegava apenas a 15 milhões, mas o índice de homicídios no Brasil era muito superior ao dos EUA, haja vista que o nos Estados Unidos da América a taxa de homicídios provenientes das armas de fogo a cada 100 mil habitantes no ano de 2010 foi de 3,2, ao mesmo tempo que no Brasil foi de 19,3 a cada 100 mil habitantes.
Assim, a lógica aplicada pelos indivíduos que emitem seus pareceres favoráveis ao Estatuto do Desarmamento de que “mais armas é igual a mais mortes” é ilógica. Aduz ainda a matéria, que na América do Sul, o Brasil é vencido nestes números somente pela Venezuela e pela Colômbia, uma vez que a Venezuela no decorrer do ano de 2009 sofreu com 39 óbitos por 100 mil habitantes e a Colômbia em 2010 suportou 27,1 mortes a cada 100 mil habitantes.
Porém, segundo BARBOSA; RAZZO (2015, apud in SANTOS, 2015), vários países da Europa liberam o porte de arma de fogo para a população e não vivenciam a mesma realidade de homicídios como no Brasil, pois cercear este direito, em nada contribui para o declínio dos crimes de homicídios cometidos com armas de fogo, uma vez que este problema não reside somente nas armas que o cidadão de bem irá usufruir como um mecanismo de defesa. 
Ademais, comprando o Brasil com os EUA em questão de números de armas de fogo em poder da população e a taxa de homicídios provenientes destes instrumentos, infere-se que neste país apesar de a população ter a posse legal de milhares de armas de fogo, os índices de mortes causadas pelas mesmas são bem inferiores do que no Brasil, haja vista que os EUA é isoladamente o país detentor do maior percentual de armas de fogo em poder da população do mundo no importe de 88 armas para a cada 100 indivíduos, tendo-se em vista que a segunda posição é ocupada pelo Iêmen na quantia de 54,8 armas a cada 100 pessoas. 
Nesse diapasão, mesmo os EUA sendo o país recordista em posse de armas de fogo do globo terrestre, a sua taxa de homicídios causados por armas de fogo é mínima, haja vista que ocupa a 28ª posição no ranking mundial das mortes ocorridas com armas de fogo. Nada obstante, os países que possuem as maiores taxas de homicídios decorrentes do uso de armas de fogo são justamente aqueles que não autorizam o porte destes aparatos para a população, de forma que “Esse prêmio vai para Honduras (6,2 armas para cada 100 pessoas), El Salvador (5,8 armas para cada 100 pessoas) e Jamaica (8,1 armas para cada 100 pessoas)” (BARBOSA; RAZZO, 2015, p. 01, apud in SANTOS, 2015, p. 14/15). 
Trazem ainda os mesmos autores, que no ranking pela posse de arma de fogo o Brasil ocupa a 75ª posição com somente 08 armas para cada 100 pessoas, todavia é um dos países onde mais acontecem homicídios realizados com estes objetos.
Aliás: 
O Brasil, por exemplo, com números irrelevantes de armas de fogo em poder dos civis, é o país de maior incidência de homicídios no mundo, numa proporção de 40,9 a cada 100 mil habitantes anualmente. Em paradoxal situação, os países que apresentam as menores taxas de assassinatos causados por armas de fogo estão entre os mais armados do mundo, como a Suíça, Noruega, Finlândia, Canadá, França, Alemanha, Áustria e Nova Zelândia [...]. ” (VITOR, 2013, p. 01. Apud in, SANTOS, 2015, p. 12).
Nessa senda, promoveram-se um estudo científico e restou evidenciado que quanto mais armas a população tem a seu dispor, menor é o índice da criminalidade, pois ao passo que o porte de arma de fogo aumenta, o homicídio e o suicídio diminuem (KATES; MAUSER, 2007).
Nessa perspectiva, KATES; MAUSER (2007) apontam que: “[...] a Noruega tem a maior taxa de propriedade de armas na Europa Ocidental, mas possui a menor taxa de homicídio. Em contrapartida, a taxa de homicídio na Holanda é quase a pior, apesar de ter a menor taxa de propriedade da arma na Europa Ocidental. Suécia e Dinamarca são mais dois exemplos de nações com altas taxas de homicídio, mas poucas armas. ” 
Por outro lado, na Rússia o porte de armas de fogo para a população foi quase dizimado pelo Estado no decorrer dos anos, mas o índice de homicídios é quatro vezes superior ao dos Estados Unidos da América e ultrapassa ainda a Noruega por mais de vinte vezes (KATES; MAUSER, 2007).
Assim, diante de tais assertivas, percebe-se que os cidadãos armados tornam a sociedade mais segura da criminalidade, ao passo que poderão exercer com mais facilidade o direito da legítima defesa, de forma que o Estado não está a todo momento disponível e presente em todos os locais para garantir 100% da segurança aos cidadãos.
7 DOS CRIMES DE HOMICÍDIO PERPETRADOS EM LEGÍTIMADEFESA E O PORTE ILEGAL DE ARMAS DE FOGO
Conforme explanado no decorrer desta obra, muitos críticos defendem que o direito da legítima defesa da população foi suprimido com o ED pelo escambo de uma suposta paz e controle dos crimes de homicídios cometidos por intermédio do porte de armas de fogo que aparentemente não ocorreu na realidade.
Assim, transfigura-se indispensável trazer à baila o entendimento dos Tribunais Superiores exarados em alguns casos práticos de crimes de homicídio cometidos hipoteticamente em legítima defesa pelos cidadãos.
Por esse ângulo, não são poucos os casos de homicídios cometidos em posse ilegal de arma de fogo, tentados ou consumados, em que o réu ou réus, elencam na sua tese defensiva a excludente da ilicitude da legítima defesa. Dessa maneira, torna-se interessante colacionar o entendimento jurisprudencial sobre a aplicação do Princípio da Consunção entre o crime meio (porte ilegal de arma de fogo) e o crime fim (homicídio) nestes casos.
Nesse ínterim, ocorre a aplicação do Princípio da Consunção "Quando o fato previsto por uma lei está, igualmente, contido em outra de maior amplitude, aplica-se somente esta última. Em outras palavras, quando a infração prevista na primeira norma constituir simples fase de realização da segunda infração, prevista em dispositivo diverso, deve-se aplicar apenas a última." (NUCCI, 2011, apud in, COSTA, 2015).
Nesse diapasão, a primeira Câmara Criminal do Egrégio Tribunal do Estado do Espirito Santo ao prolatar o acórdão do Recurso em Sentido Estrito autuado sob o nº 43832420118080006, posicionou-se no sentido de que o Princípio da Consunção não se aplica quando o agente possuía mais de um desígnio, isto é, desígnios autônomos, pois o crime meio não constituía parte do “iter criminis” para o crime fim, mantendo a persecução penal no tocante do delito de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido, nos termos do art. 12, do ED, confira-se:
Revelando o conjunto probatório ter o acusado se defendido de agressão injusta e atual perpetrada pela vítima e, valendo-se de meios necessários e sem excesso no meio que dispunha, resta configurada a excludente de ilicitude da legítima defesa, sendo necessária a absolvição sumária do réu. 2 - A consunção ocorre quando um fato previsto como crime constitui meio necessário ou fase normal de preparação ou execução de outra figura típica, mais abrangente e de maior gravidade. No caso em apreço há demonstração de que o réu já possuía a arma antes do crime, apontando para a possibilidade de desígnios autônomos. (TJ-ES - RSE: 00043832420118080006, Relator: PEDRO VALLS FEU ROSA, Data de Julgamento: 31/05/2017, PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 09/06/2017 – Grifou-se).
Deveras, o Princípio da Consunção somente será sobreposto no caso concreto quando restar evidente que o acusado detinha exclusivamente um desígnio (intenção) no momento em que realizou a conduta delituosa do crime de homicídio e do porte irregular de arma de fogo, ou seja, não portava ilegalmente arma de fogo para defender-se de eventuais agressões injustas que qualquer ser humano está sujeito a sofrer ou por qualquer outro motivo, sendo tal entendimento sedimentado pelo Superior Tribunal de Justiça, ipsis litteris:
Para a aplicação do princípio da consunção, pressupõe-se a existência de ilícitos penais chamados de consuntos, que funcionam apenas como estágio de preparação ou de execução, ou como condutas, anteriores ou posteriores de outro delito mais grave, nos termos do brocardo lex consumens derogat legi consumptae. 2. A conduta de portar arma ilegalmente não pode ser absorvida pelo crime de homicídio, quando restar evidenciada a existência de crimes autônomos, sem nexo de dependência ou subordinação. 3. Habeas corpus denegado. (STJ - HC: 217321 SP 2011/0206724-0, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 27/08/2013, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/09/2013). Grifou-se.
Por conseguinte, analisando detidamente os posicionamentos jurisprudenciais acima colacionados, depreende-se que os Tribunais Superiores se situam no sentido de que o Princípio da Consunção entre o crime de homicídio e o porte ilegal de arma de fogo, incide somente nos casos em que o agente dispunha apenas um desígnio, portando ilegalmente a arma de fogo como um meio para o crime fim, que seria o de homicídio.
 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalmente, após serem diligenciadas todas as pesquisas atinentes a matéria, passa-se a articular as considerações finais que foram extraídas deste processo.
Ora, vislumbra-se que a fração majoritária da obrigação de garantir à Segurança Pública para a sociedade compete ao Estado, sendo, posteriormente, coobrigadas toda a sociedade em geral em promover este objetivo.
De tal forma, caso o Estado e a sociedade não logrem êxito em efetivar a Segurança Pública, o que é importante para todos, consequentemente emergirão os ilícitos penais, os quais incumbirão as instituições públicas da Polícia Federal, Militar e Civil, bem como ao Direito Penal, reprimir ou prevenir, ante o disposto no art. 144, da CF/88.
Dessarte, como no Brasil desde o ano de 1980, mesmo com a promulgação da Constituição Federal de 1988, as elevações das taxas dos crimes de homicídios de homicídio praticados com o emprego de arma de fogo não cessavam, o porte ilegal de arma de fogo que era tratado como uma simples contravenção penal pela Lei das Contravenções Penais, logo em seguida foi classificado como um delito de menor potencial ofensivo, com as alterações dadas pela Lei 10.259/01, incluindo-o na Lei 9.099/95 que regula o Juizado Especial Criminal – JECRIM, almejando-se diminuir esse índice de mortalidade, uma vez que o Estado enrijeceu as sanções penais cominadas ao porte ilegal de arma de fogo.
Em que pese ter sido editado uma norma mais severa, que tornou o porte ilegal de arma de fogo em um delito, esta tentativa não surtiu efeito, haja vista que os números de mortes causadas por armas de fogo no Brasil continuaram em ascensão, razão pela qual o Estado implantou a Lei nº 10.826/03, que regulamentava várias temáticas relacionadas as armas de fogo, como a fabricação, comércio, registro, porte, posse e dava outras providências e especificamente direcionava a proibir o comércio de armas de fogo para os civis, excetuadas as possibilidades do art. 6º, conforme as disposições do art. 35, ambos do ED.
Porém, ao proceder a votação do referendo acerca da proibição do comércio de armas de fogo para civis no Brasil (art. 35, do ED), realizado em 2005, 64% dos votos foram contra a proibição, ou seja, a população demonstrou expressamente o interesse em ter o direito a portar legalmente armas de fogo para a sua autodefesa.
Ademais, o ED previa em sua redação alguns delitos dispostos nos artigos 12 ao 18, bem como algumas causas de aumento de pena previstas nos artigos 19 a 21, que não apresentaram efeitos positivos, ao passo que os criminosos se encontram fortemente armados, tendo-se em vista que estes indivíduos não dependem da legislação para adquirirem regularmente o porte de armas de fogo.
Assim, foi promovida uma campanha de mobilização que visava desarmar a população, sob o argumento de que com menos armas de fogo em posse dos civis, os índices de homicídios que estavam em disparada, iriam regredir ou no mínimo, cessar no patamar de 36.115,00 mil homicídios causados por armas de fogo ao ano (figura 01, dados colhidos no ano de 2004).
Em contrapartida, no escoar do tempo, segundo as pesquisas e gráficos trazidos à baila, a intenção do Estado em desarmar a sociedade em geral no intento de estancar a onda de arma homicídios produzidos por armas de fogo não se mostrou eficiente, uma vez que os homicídios despertados por armas de fogo decolaram desde a entrada em vigência do ED. Isto porque o Estado não garantiu os direitos mais básicos que são inerentes a sociedade.
Sendo assim, apurou-se que o Brasil em comparação com outros países que liberam o porte de armas de fogo para os civis, como nos Estados Unidos da América e na Suíça, constatou-se que aqueleé possuidor de uma quantidade muito maior de mortes decorrentes de armas de fogo. Aliás, no Brasil, a quantidade armas de fogo irregulares atingem o pico de 8,5 milhões, dos quais 3,8 milhões encontram-se em poder dos criminosos, logicamente, conclui-se que o povo brasileiro está à mercê dos delinquentes que possuem mais armas de fogo, por força de uma legislação que retirou daqueles o direito da legítima defesa, mas não cumpriu com seu objetivo principal que era o de evitar mortes executadas por armas de fogo e se mostrou ineficaz até o presente momento, pois desarmou somente os cidadãos de bem.
Outrossim, salienta-se que o porte de arma de fogo para os civis reduz a criminalidade no geral, ao passo que a partir do momento que os criminosos tomam ciência de que a população está armada também, aqueles sentirão medo em cometer crimes que envolvam a abordagem direta as vítimas como roubo (art. 157, do CP), latrocínio (art. 157, §3º) ou o próprio homicídio (art. 121, do CP) e via de consequência irão diligenciar no sentido dos crimes menos gravosos que evitem o contato direto com a vítima, que é o caso do furto tipificado no art. 157, do CP. 
Nesse sentido, considerando a evidente ineficácia do Estatuto do Desarmamento, foi colocado em pauta no Congresso Nacional o PL. 3.722/12, o qual ainda está pendente de votação, que pretende revogar expressamente o ED, para devolver a sociedade o direito de possuir legalmente o porte de armas de fogo e assim, efetivamente, promover a legítima defesa própria e eventualmente de terceiros para toda a nação.
Nessa continuação, avista-se que o ordenamento jurídico pátrio adota a Teoria Tripartida do delito, a qual conceitua-o como sendo um fato típico, ilícito e culpável e em alguns casos os agentes que praticaram algum crime acobertados pela excludente da ilicitude da legítima defesa, serão absolvidos sumariamente, uma vez comprovados cabalmente os requisitos previstos no art. 25, do CP c/c o art. 397, inciso I, do CPP.
Dessa feita, nos casos dos crimes de homicídio realizados em legítima defesa com o porte ilegal de arma de fogo de uso restrito ou permitido, a aplicação do Princípio da Consunção entre o crime de homicídio e o porte ilegal de arma de fogo ficará condicionado a comprovação no caso concreto de que o agente possuía somente um desígnio, isto é, não andava portando armas de fogo irregularmente anteriormente e o sujeito somente será absolvido do delito de homicídio se restarem sobressaltados de forma clarividente todos os elementos do art. 25, do CP. Todavia, nestes casos deveria haver a mitigação deste princípio possibilitando a absolvição do agente nos dois delitos, pois a vida é o maior bem jurídico de todos, independentemente do mesmo possuir mais de um desígnio.
Por fim, observa-se que o porte legalizado de arma de fogo não reflete diretamente no aumento dos homicídios gerados por estes objetos bélicos, considerando que nesta problemática envolvem-se vários fatores, razão pela qual o Estado deveria garantir os direitos mais inatos a sociedade para que assim pudesse evitar a marginalização dos indivíduos.
Portanto, a votação e a aprovação da PL. 3.3722/12 irá transformar a população brasileira em uma nação livre e mais segura, pois estarão aptos a defender os direitos próprios e de terceiros de forma rápida e eficaz, tendo-se em vista que o Estado não detém o privilégio de exercer a defesa da população a todo momento, razão pela qual observa-se que o porte de armas de fogo possuí o condão de tornar a população mais segura e proteger os bens jurídicos de maneira satisfatória.
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